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SANTARÉM/PA
ANDRÉ MARINHO DA SILVA
SANTARÉM
2022
A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NA CONTEMPORANEIDADE
MARINHO, André Marinho da1
RESUMO
O presente trabalho de conclusão de curso busca verificar a atuação pedagogo na contemporaneidade, através
de uma pesquisa bibliográfica, em diferentes instâncias: Na educação forma e na educação não formal, e
destacar os desafios e possibilidades que esse profissional de educação vem enfrentando ao longo desse tempo.
A partir de uma abordagem sobre as dimensões da educação: informal, formal e não formal e a contribuição do
pedagogo para a sociedade do conhecimento, onde este pode ter novas possibilidades de atuação em outros
espaços. Esta pesquisa abre um leque de oportunidades para outras pesquisas. Desse modo, ressalta-se que o
pedagogo, em seu espaço de trabalho, tem possibilidades de criar, pensar e entender qual é o seu papel diante
da sociedade, trazendo mudanças e possibilitando um ambiente mais humano com ações competentes e
participativas.
ABSTRACT
The present course conclusion paper seeks to verify the pedagogical performance in contemporary times,
through a bibliographic research, in different instances: In formal education and non-formal education, and
highlight the challenges and possibilities that this education professional has been facing throughout this course.
time. From an approach on the dimensions of education: informal, formal and non-formal and the contribution of
the pedagogue to the knowledge society, where it may have new possibilities of acting in other spaces. This
research opens a range of opportunities for further research. Thus, it is emphasized that the pedagogue, in his
workspace, has the possibility to create, think and understand what is his role in society, bringing changes and
enabling a more humane environment with competent and participative actions.
Por muitos anos, o processo educativo foi visto como uma prática institucional
pertencente apenas à escola, sendo esta o único lugar onde o pedagogo poderia atuar. No
entanto, a formação do pedagogo rompe com um perfil profissional necessariamente atuante
em contextos escolares para uma definição de uma prática. Portanto, o pedagogo escolar é
aquele que atua diretamente na docência frente a ações prática da sala de aula e demais
seguimentos escolares como gestão e coordenação, mas não somente. Em vista disso,
ressalta-se que, o pedagogo é um profissional capacitado para atuar em diversos ramos, já
que ele é graduado de forma diversificada, uma vez que, sendo assim, se qualifica para
exercer suas habilidades de condução ao saber em qualquer meio ao qual o indivíduo esteja
inserido. No momento em que se pensa nesse complexo e diversificado campo de atuação e
nas múltiplas funções atribuídas atualmente ao profissional de Pedagogia, suscita-se algumas
inquietações.
Portanto, esse artigo se justifica pela necessidade de dar visibilidade aos diversos
campos de atuação do pedagogo, para desmistificar a ideia de que esse profissional só atua
em ambiente escolar e afirmar que o pedagogo pode atuar no contexto não formal, onde
são aplicados seus conhecimentos em ações comunitárias de incentivo social por meio da
construção de ações socioeducativas com fins a um projeto de renovação social e
enfrentamento das situações de vulnerabilidade social.
A construção identitária do pedagogo (a) na área não formal surgiu pelo fato de
conhecer um pouco esses novos espaços em que esse profissional pode atuar, pois é
apresentar para os sujeitos que ainda não conhecem, não sabem e não entendem o que o
pedagogo faz fora das instituições de ensino, fundamentando esta apresentação
teoricamente. Nesse sentido, esse trabalho tem como objetivo verificar sobre a atuação do
Profissional formado em pedagogia, o Pedagogo, na sociedade atual, seu campo de
trabalho, desmistificando a afirmação de que o pedagogo só pode atuar na escola,
apresentando um breve histórico do curso de pedagogia e as oportunidades que este
profisional tem para desenvolver seu trabalho.
Como procedimento metodológico de vertente qualitativa, respaldou-se em pesquisa
bibliográfica e análise de documentos normativos, como as Diretrizes Curriculares Nacionais
para o Curso de Pedagogia (DCNCP, 2005). A metodologia foi desenvolvida nas seguintes
tapas: identificação e selação do material; leitura do material selecionado; análise do
conteúdo e elaboração deste artigo, a partir da leitura. Esta pesquisa fundamenta a temática,
mais especificamente nos estudos dos teóricos: Libâneo (2006), Silva (1999) e Gohn (2006).
Este trabalho foi estruturado em três capítulos: O primeiro Capítulo abordará os tipos
de educação, partindo de uma análise da educação informal, aquela que se recebe desde a
família, a educação formal que é sistematizada, obedece à leis, regras e cronogramas e a
educação não formal, que é uma modalidade ainda pouco falada e valorizada na atualidade.
O segundo capítulo, diz respeito a um breve histórico do curso de pedagogia, sua
trajetória e as mudanças ocorridas no decorrer do curso até os dias atuais.
No terceiro capítulo, abordar-se-á, a atuação do pedagogo na contemporaneidade,
apresentando os mais diversos campos de atuação deste profissional, atualmente, seja ele
no âmibito formal ou não formal.
Os três capítulos estão ligados devido às mudanças ocorridas nas LDB e também da
sociedade que exigem educação em diversos locais não institucionais, dessa maneira
influenciaram a atuação dos profissionais em educação e os espaços que eles podem ocupar,
considerando que eles são capacitados em atuar em áreas escolares e não escolares.
OS TIPOS DE EDUCAÇÃO
A educação informal é oriunda das famílias, das convivências com o outro, das
orientações religiosas, da igreja, dos movimentos sociais; A educação formal, acontece de
forma sistemática, tem o reconhecimento do estado, é oferecida nas escolas, possui um
currículo específico, horários, conteúdos pré-estabelecidos, diplomas e muitos outros
detalhes que lhe conferem a formalidade; já a educação não formal, ela possui características
parecidas com a formal, com currículos, horários previstos, disciplinas, programas, no
entanto, não possui graus nem diplomas oficiais. Desse modo, segundo Gohn (2006) os
resultados esperados para cada um dos três tipos de educação são: para a educação formal, a
aprendizagem e a titulação; para a educação informal, os resultados acontecem a partir da
visão do senso comum; porém, na educação não formal, há o desenvolvimento de vários
processos.
A educação informal
A educação informal é resultado das ações que permeiam a vida do indivíduo. Ocorre
nas experiências do dia-a-dia, tem função adaptadora e os conhecimentos adquiridos são
passados para as gerações futuras. Geralmente, é um tipo de educação que transcorre em
espaços de atividades culturais, com a família, amigos ou grupos de interesse comum. No
entanto, os meios educativos informais exercem grande influência na formação dos
indivíduos. A educação informal caracteriza-se por não ser intencional ou organizada, mas
casual e empírica, exercida a partir das vivências, de modo espontâneo. Com isso, percebe-
se que:
É a geração do “tanto faz”: tanto faz passar de ano, estar ou não de castigo, falar
ou não com os pais. Nada parece atingir o aluno, que é vítima de erros educativos,
pois seus pais lhe deram tudo de bom e do melhor, mesmo que nada pedisse, para
que ele não sofresse, tivesse tudo, sem arcar com responsabilidades e
compromissos. (TIBA, 1998, p.125).
A Educação Formal
Formal refere-se a tudo que implica uma forma, isto é, algo inteligível, estruturado,
o modo como algo se configura. Educação formal seria, pois, aquela estruturada,
organizada, planejada intencionalmente, sistemática. Nesse sentido a educação
escolar convencional é tipicamente formal. Mas isso não quer dizer que não ocorra
educação formal em outros tipos de educação intencional. Entende-se, assim, que
onde haja ensino há educação formal. LIBÂNEO (2002, p. 89)
A educação não formal designa um processo com várias dimensões tais como: a
aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos; a
capacitação dos indivíduos para o trabalho, por meio da aprendizagem de
habilidades e/ou desenvolvimento de potencialidades; a aprendizagem e exercício
de práticas que capacitam os indivíduos a se organizarem com objetivos
comunitários, voltadas para a solução de problemas coletivos cotidianos; a
aprendizagem de conteúdos que possibilitem aos indivíduos fazerem uma leitura
do mundo do ponto de vista de compreensão do que se passa ao seu redor; a
educação desenvolvida na mídia e pela mídia, em especial a eletrônica etc. Gohn
(2006, p.2).
Assim, a educação não formal pode ser definida como a que proporciona a
aprendizagem de conteúdos da escolarização formal em espaços como museus,
centros de ciências, ou qualquer outro em que as atividades sejam desenvolvidas
de forma bem direcionada, com um objetivo definido (VIEIRA, 2005, p. 21).
[...] Em termos históricos, a primeira tendência foi dominante até o final do século
XIX [...] o problema fundamental se traduzia pela pergunta “como ensinar” [...] A
característica própria do século XX é o deslocamento para a segunda tendência,
[...] o problema fundamental se traduz pela pergunta “como aprender”.
Justificando [...] a influência sobre a atividade educativa no interior das escolas.
Saviani (2007, p. 103).
Os anos 1930, para Silva (2006), são marcados por uma tendência norte-americana
com o movimento da educação nova conduzida aqui no Brasil por intelectuais da época.
Inicialmente o Curso de Pedagogia formava bacharéis e licenciados, organizando-se da
seguinte maneira, oferecia-se três anos de formação bacharelada, e mais um ano de estudos
sobre didática, aos então já denominados bacharéis, para a aquisição do título de licenciados
e o direito de lecionar. Conforme Silva (2006), num esquema conhecido como 3 + 1, visava
à formação de bacharéis e licenciados para várias áreas, inclusive o setor pedagógico. O
grau de licenciado era ofertado apenas às pessoas que realizassem o curso de Didática.
Em 1962 houve alterações feitas no Parecer do Conselho Federal de Educação
(CFE) nº 251, que fixou o currículo mínimo e a duração do curso de pedagogia “realizadas
pelo atendimento à Lei nº 4.024/61 (LDB), que mantém o curso de bacharelado para a
formação do pedagogo (Parecer CFE 251/62) e regulamenta as licenciaturas (Parecer CFE
292/62)” (LIBÂNEO, 2001, p.38).
Em meados de 1969 é abolida a formação de bacharelado, firmando assim o
pedagogo com título de licenciado. Diante disso, destacam-se então neste período, quatro
etapas distintas do curso de Pedagogia no Brasil: A primeira ocorreu entre os anos 1966 a
1969, nesse momento o curso era desvalorizado e o pedagogo era visto como “um
especialista de coisa nenhuma” esses comentários aconteciam pelo fato de não se saber ao
certo qual era a função do profissional pedagogo, a indefinição da identidade do
profissional prejudicava e muito, sua valorização. Como existia uma grande indefinição
quanto ao curso de pedagogia e uma grande insegurança quanto a atuação desse profissional
no mercado de trabalho, tornou-se necessário novamente a reformulação do curso em 1969
com o Parecer CFE nº 252/69, que aboliu a distinção entre bacharelado e licenciatura. Com
suporte na ideia de “formar o especialista no professor”, a legislação em vigor estabelece
que o formado no curso de Pedagogia recebe o título de licenciado”. (LIBÂNEO, 2001b,
p.38)
A quarta etapa do curso de pedagogia no Brasil, segundo Silva (2006) teve início
na metade da década de 1990. Nessa época consistiu na confirmação de que a questão da
identidade do curso de pedagogia continuava em pauta, discussões essas que perduraram
durante diversos anos sem respostas concretas e definitivas.
Diante do exposto, destacamos, ainda, que o termo pedagogia é de origem grega e
deriva da palavra paidagogos, paidós (criança) e agodé (condução), nome dado aos escravos
que conduziam as crianças à escola, aquele que ajuda a conduzir o ensino, encarregado
também de propiciar formação intelectual e cultural. Com o tempo, esse termo passou a ser
utilizado para designar as reflexões realizadas em torno da educação; ou seja, a preocupação
da pedagogia é encontrar formas de levar o indivíduo ao conhecimento. Pode-se observar,
com isso, que o curso de pedagogia, hoje, prepara não apenas para a área da docência, como
também para outras áreas, tais como a gestão de processos educacionais e o pesquisador em
educação que requerem tais conhecimentos. Para Libâneo (2001, p. 39), “A história dos
estudos pedagógicos, do curso de Pedagogia, da formação do pedagogo e de sua identidade
profissional está demarcada por certas peculiaridades da história da educação brasileira
desde o início do século”. Desse modo, o Pedagogo quando não exerce a docência em sua
função, possui a relação da docência como sua base, aspecto previsto na LDB 9.394/96.
Além do exposto acima, ressalta-se que o pedagogo passa a ter uma ampliação em
sua atuação nos espaços escolares, podendo, também, administrador escolar, hoje conhecido
como gestor, supervisor escolar, inspetor escolar e orientador educacional. Nesse sentido se
tem então um profissional que obterá uma formação ampla, conhecendo os diversos campos
do trabalho educacional e os conhecimentos pedagógicos como princípios básicos de sua
identidade.
Para Gohn (2006), “Na educação não formal a cidadania é o objetivo principal, e ela
é pensada em termos coletivos”. O Pedagogo também atua no contento hospitalar, na
elaboração de projetos didáticos para crianças e jovens internados, pois, por lei, têm direito à
educação. O profissional também atua desenvolvendo suas funções na área social, com
projetos, atingindo toda a comunidade, outros são internos, atendendo apenas a população de
determinada empresa ou entidade. Segundo o site Guia de Carreiras, um dos objetivos destas
ações é acompanhar e ocupar estes pacientes para que a experiência da internação não seja tão
traumática. Outro objetivo é que o paciente não fique muito atrasado em termos de conteúdo e
que a doença não prejudique seus estudos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Descubra o que faz um pedagogo. Guia de carreiras, São Paulo, 20 de janeiro de 2019.
Disponível em:< https://www.guiadacarreira.com.br>Acesso em 23 de out. de 2019.
LIBÂNEO, José C. Pedagogia e pedagogos, para quê? 6ª. ed.-São Paulo, Cortez, 2002.
OLIVEIRA, R. I. R.; GASTAL, M. L.. Educação Formal Fora da Sala de Aula - Olhares
sobre o Ensino de Ciências Utilizando Espaços Não Formais. In: VII ENPEC - Encontro
Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, Florianópolis. 2009. Disponível em: <htt
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24/10/2019.
SILVA, Carmem Silvia Bissolli. Curso de pedagogia no Brasil: História e identidade. 3. ed.
Campinas: Autores Associados, 2006.