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… SEMPRE EM TRANSFORMAÇÃO
A influência do mar no litoral português reflete-se, também, na configu-
Linha de costa:
ração da linha de costa que se prolonga por mais de 1400 km e que tem área que marca o limite entre o
sofrido alterações, ao longo dos tempos, provocadas pela erosão mari- mar e o continente, ao nível atin-
gido pela maré mais alta, em
nha e pela alteração do nível das águas do mar: período de calma.
• muitas áreas da nossa costa marítima, em épocas passadas en- Transgressão marinha:
contravam-se emersas e, devido às transgressões marinhas, fica- avanço das águas do mar sobre
as áreas continentais.
ram submersas, constituindo costas de submersão;
Regressão marinha:
• outras áreas já se encontraram submersas e, devido à regres- recuo das águas do mar relati-
são marinha, hoje encontram-se emersas, constituindo costas de vamente às áreas continentais.
emersão.
O aquecimento global poderá provocar grandes alterações na linha de costa, pois o aumento da tempe-
ratura média da superfície terrestre fará aumentar o volume da camada superficial da água dos ocea-
nos e provocará a fusão de parte das calotes polares e dos glaciares de montanha. Deste modo, o nível
médio das águas do mar elevar-se-á, provocando o avanço do mar sobre a costa portuguesa. Serão,
naturalmente, as áreas de costa mais baixa que sofrerão maiores impactes. Por exemplo, as rias de
Aveiro e de Faro, as zonas de estuário, como os do Tejo e do Sado, e as grandes extensões de costa de
praia, poderão transformar-se em áreas de costa de submersão. As áreas de costa alta, com o avanço
do mar, tornar-se-ão mais recortadas e formar-se-ão braços de penetração do mar para o interior. Um
exemplo concreto de alteração do litoral português foi «anunciado» no verão de 2008 com o avanço do
mar sobre a praia da Caparica e o desaparecimento de grande parte do areal.
… CARACTERÍSTICAS ATUAIS
O aspeto da linha de costa depende sobretudo das características geológicas das formações rochosas
que se encontram em contacto com o mar e da intensidade do processo de erosão marinha. No litoral
continental, verifica-se uma predominância da costa de arriba, ocupando a costa de praia menor exten-
são (Fig. 1).
A B C
Desmoronamento e recuo
da parte superior da arriba
Continuação do
recuo da arriba
Plataforma de
Arriba Plataforma de
abrasão
Desgaste acumulação
da base
Nas áreas da costa onde as rochas são menos resistentes, as arribas recuam mais facilmente, dando
origem à formação de baías e golfos. Nas áreas de costa baixa e arenosa, constituída por materiais detrí-
ticos e, em muitos casos, resultante do recuo das arribas, a ação erosiva do mar é, sobretudo, de frag-
mentação e arredondamento dos materiais acumulados. Estes, bem como outros materiais transporta-
dos pelos rios até ao mar, depositam-se e vão-se acumulando em locais de menor velocidade das cor-
rentes, provocando o assoreamento da parte terminal da foz dos rios e de outras reentrâncias da costa.
o
deposição de areias trazidas pelas correntes marítimas. No
ic
tlânt
cordão arenoso, foi aberto um canal artificial que permite
no A
o contacto com o mar. Aveiro
Ocea
A concha de São Martinho do Porto é uma pequena baía
Cabo Mondego
cuja abertura para o mar, devido à sedimentação marinha, Figueira da Foz
do istmo que a une ao continente e que se formou pela Cabo da Roca Lisboa
acumulação de materiais arenosos, transportados pelas Cascais Setúbal
correntes marítimas. Cabo Raso Sesimbra
Cabo Espichel
Os estuários do Tejo e do Sado são os maiores recortes do Cabo de Sines Sines
litoral do Continente e destacam-se pela sua dimensão,
Cabo Sardão
que permite um importante desenvolvimento das ativida- Vila Real de
des portuárias em áreas abrigadas, e também por consti- St.o António
Lagos Portimão
tuírem zonas húmidas de grande riqueza ecológica, onde Olhão Tavira
Cabo S. Vicente
foram definidas reservas naturais. 0 50 km Cabo St.a Maria
Podemos ainda salientar os maiores cabos da costa de Portugal Continental: o cabo Mondego, o cabo
Carvoeiro, o cabo da Roca, o cabo Raso, o cabo Espichel, o cabo de Sines, o cabo de São Vicente e o cabo
de Santa Maria. São saliências talhadas em formações rochosas de grande resistência, geralmente em
áreas de costa alta, que proporcionam proteção natural à instalação de portos marítimos, abrigando-os
dos ventos de oeste e de noroeste e das correntes marítimas superficiais de sentido norte-sul. Assim, o
porto de Peniche localiza-se a sul do cabo Carvoeiro, o porto de Sesimbra encontra-se abrigado pelo
cabo Espichel e o porto de Sines pelo cabo do mesmo nome. No entanto, na maior parte da grande exten-
são da costa portuguesa existem poucos recortes que sirvam de proteção face aos ventos e às corren-
tes, pelo que as condições naturais são pouco favoráveis à instalação de portos, o que dificulta o traba-
lho dos pescadores, tornando-o mais perigoso.
VERIFIQUE SE SABE
¸ Identificar processos de evolução da linha de costa.
¸ Caracterizar a linha de costa portuguesa, distinguindo costa de arriba e costa de praia.
¸ Descrever o processo de erosão e recuo das arribas pela ação do mar.
¸ Localizar/caracterizar os principais acidentes da linha de costa do território continental.
¸ Relacionar a configuração da linha de costa com a atividade portuária e piscatória.
PRINCIPAIS FATORES DE OBTENÇÃO DE RECURSOS PISCATÓRIOS
A maior ou menor abundância de peixe depende das condições de tem-
Plâncton:
peratura, iluminação, salinidade e oxigenação das águas, pois essas organismos microscópicos ve-
condições influenciam a formação de plâncton, que serve de alimento a getais ou animais.
grande parte da fauna marinha. Onde se conjugam temperatura, salini- Plataforma continental:
extensão da placa continental
dade e oxigenação das águas mais favoráveis, existe maior abundância submersa cuja profundidade
de recursos piscatórios. Geralmente essa conjugação dá-se sobretudo não ultrapassa os 200 metros.
Correntes marítimas:
nas plataformas continentais, nas áreas de encontro de correntes marí- deslocações de grandes mas-
timas e de ocorrência de upwelling. sas de água com sensivel-
mente a mesma temperatura
e densidade.
Plataformas continentais
Áreas oceânicas com maior quantidade e diversidade
de fauna marinha porque:
¸ são pouco profundas, o que permite uma maior penetração da luz; Em Portugal, a plataforma
¸ são mais agitadas e, por isso, mais ricas em oxigénio; continental é estreita ao
¸ apresentam menor teor de sal, devido à agitação e por receberem as
longo de todo o litoral, sen-
do quase inexistente nas
águas continentais dos rios que nelas desaguam; regiões autónomas. Daí, a
¸ são mais ricas em nutrientes, pois existem boas condições para a forma- relativa pouca abundância
ção de plâncton (luz e oxigénio) e recebem os resíduos orgânicos trans- de pescado nas nossas águas
portados pelos rios. costeiras.
Upwelling
Em Portugal, ventos fortes
Onde as águas profundas ascendem à superfície, substituindo
de norte atingem a costa,
as superficiais, que são afastadas pelo vento, há maior abundância
afastando para o largo as
de pescado porque:
águas superficiais. Cria-se,
então, uma corrente de com-
pensação que provoca a
Quando as águas profundas ascendem à superfície oceânica:
¸ há maior agitação das águas e diminuição da temperatura, o que favorece
ascensão das águas profun-
das. Por isso, no verão, há
a oxigenação das águas, criando melhores condições para a formação de maior quantidade e qualida-
fitoplâncton; de de pescado. Por exemplo,
¸ ascendem à superfície grandes quantidades de nutrientes acumulados a sardinha é maior e mais
no fundo oceânico. gostosa nessa época.
A PESCA EM PORTUGAL
ECONOMIA DA PESCA
A pesca, em Portugal, continua a ter alguma importância, sobretudo a
Rendimento Empresarial
nível local, apesar das condições naturais não serem muito favoráveis e Líquido (REL):
de o nosso país, também neste setor, ter dificuldade em competir com mede a remuneração do tra-
balho não assalariado e do capi-
outros parceiros comunitários, nomeadamente Espanha. tal investido pelo empresário.
O setor da pesca registou, desde os anos 80, um aumento da produção Valor Acrescentado Bruto:
é a diferença entre os valores
e do Rendimento Empresarial Líquido (REL), embora este apresente uma da produção e do consumo
ligeira quebra desde 2003. Ainda assim, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) necessário para obter essa
produção.
da pesca tem perdido importância relativa na contribuição para o VAB
nacional (Figs. 1 e 2).
Milhões de euros
700 %
0,9
600
0,8
500 0,7
400 0,6
0,5
300 0,4
200 0,3
0,2
100 0,1
0 0,0
1989
1999
2009
1991
2001
2011
1997
2007
1994
1995
2004
1990
1992
1996
2002
2005
2006
1993
1998
2000
2003
2008
2010
2012
1989
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1998
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2002
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2011
1997
2007
REL do ramo da pesca Produção do ramo da pesca Peso do VAB do ramo da pesca no VAB nacional (%)
Fonte: Estatísticas da Pesca 2013, INE, 2014 Fonte: Estatísticas da Pesca 2013, INE, 2014
FIG. 1 Evolução da produção e do REL do ramo da pesca (1989 a 2010). FIG. 2 Evolução da contribuição do setor da pesca para o VAB nacio-
nal (1989 a 2010)
VERIFIQUE SE SABE
¸ Indicar os principais fatores que influenciam a maior ou menor abundância de pescado.
¸ Explicar, para cada fator, a forma como influencia a abundância de recursos piscícolas.
¸ Descrever a situação de Portugal face a cada um dos principais fatores.
¸ Caracterizar, do ponto de vista económico e das áreas de atuação, o setor das pescas, em Portugal.
A FROTA DE PESCA…
… ORGANIZAÇÃO
A frota de pesca encontra-se distribuída por 45 portos de registo, dos quais 32 no Continente, 11 nos
Açores e 2 na Madeira, e é constituída por diferentes tipos de embarcação. Estas podem ser agrupadas
de acordo com as suas dimensões, tempo de permanência no mar e áreas em que operam, em frota de
pesca local, pesca costeira e pesca longínqua ou do largo.
¸ Atua em águas interiores ¸ Atua para lá das 6 milhas de ¸ Atua para lá das 12 milhas da
(rios, estuários ou lagunas), distância da costa, a várias linha de costa, nas águas
ou perto da costa (praias e horas ou até dias de navega- internacionais ou em ZEE es-
orlas marinhas). ção do porto. trangeiras.
¸ Utiliza diversas artes de pes- ¸ Pode operar em áreas mais ¸ Detém condições de autono-
ca, quase sempre ainda arte- afastadas, mesmo além da mia que permitem a perma-
sanais. ZEE nacional. nência no mar durante lon-
¸ Sai por curtos períodos de ¸ Detém meios de deteção de gos períodos, que podem ser
tempo e, por vezes, operam cardumes e de conservação meses.
apenas sazonalmente. do pescado. ¸ Utiliza modernas técnicas de
¸ Captura sobretudo espécies ¸ Tem maior potência e maior deteção e captura de cardu-
com alto valor, como robalo, autonomia de navegação que mes, como sondas, meios
linguado, polvo e choco. as embarcações da frota aéreos e informações via
¸ Ocupa um grande número de local. satélite.
pescadores. ¸ As embarcações de maior ¸ Está equipada com meios de
¸ Tem pequena dimensão (in- dimensão podem permane- conservação de pescado.
ferior a 9 metros). cer no mar duas ou três se- ¸ Tem, geralmente, o apoio de
¸ É, na sua maioria, constituí-
manas, geralmente em pes- um navio-fábrica.
da por embarcações de ma-
queiros do Atlântico Centro- ¸ É constituída por embarca-
-Este. ções de grande dimensão.
deira.
As embarcações também podem ser agrupadas segundo as técnicas de captura para que estão equipa-
das. Assim, temos a frota polivalente, do arrasto e do cerco:
Embarcações que estão equipadas para o uso alternativo de duas ou mais artes
de pesca, sem ser necessário fazer modificações significativas no arranjo do
Frota polivalente navio ou respetivo equipamento. Utilizam artes de pesca diversas como os apare-
lhos de anzol, as armadilhas, os alcatruzes, a ganchorra, as redes camaroeiras e
do pilado, as xávegas e sacadas-toneiras.
2009
2001
2011
2001
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2003
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2005
FIG. 1 Evolução da frota de pesca portuguesa: número de Fonte: Estatísticas da Pesca 2013, INE, 2014
embarcações (A); arqueação bruta total (B) e potência
motriz total (C).
VERIFIQUE SE SABE
¸ Descrever a organização da frota de pesca portuguesa, caracterizando cada grupo, em cada classificação.
¸ Explicar a evolução da frota de pesca e indicar as suas principais características atuais.
A MÃO DE OBRA…
N.o de ativos (milhares)
… EVOLUÇÃO 30
26,8
A população ativa no setor da pesca tem vindo a
25
diminuir e, à data do último recenseamento da
20
população (2011), representava somente 0,3% da 16,0
população ativa nacional (Fig. 1). 15 13,9
Grau de instrução
da população ativa na pesca – 2012
… EVOLUÇÃO
Depois de uma quebra continuada no volume e t (milhares) euros (milhões)
180 325
no valor das capturas, durante os anos 90, veri-
fica-se uma grande irregularidade desde 2000
a 2013, com variações significativas no que res- 150 275
peita ao volume de capturas, em parte relacio-
nado com as condições marítimas de cada ano,
que influenciam a quantidade de captura das 120 225
04
05
09
06
08
12
13
10
07
11
na ordem dos 280 milhões de euros (Fig. 1).
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
Para este crescimento, a nível nacional, contri- Volume Valor
buiu de forma decisiva o aumento da captura de Fonte: Estatísticas da Pesca 2013, INE, 2014
«moluscos» e «crustáceos», em quantidade e FIG. 1 Evolução das capturas (2004 a 2013).
em valor.
… CARACTERIZAÇÃO
Capturas da frota portuguesa em 2013
Aveiro
no A
o
1.
Ocea
Figueira da Foz
… A FROTA
… A MÃO DE OBRA
¸ Os pescadores matricula- Pescadores matriculados em 2013 Estrutura etária dos pescadores em 2013
dos no Norte, Centro e
Algarve representavam, 2% Norte
em 2013, mais de três 18%
Norte Centro
26%
quartos do total nacional, Centro
Lisboa
o que reflete o maior Lisboa
número de embarcações Alentejo
17% Alentejo
e de portos destas re- Algarve
22% Algarve
giões. 4% Açores
11% Açores
¸ A estrutura etária mostra Madeira Madeira
maior envelhecimento no 0% 50% 100%
Alentejo e menor no Centro.
16 a 34 35 a 54 Mais de 55
… AS CAPTURAS
o
Atllântic
Póvoa
Póvoa de Varzim
Varzim
maior rapidez e transparência e melhor preservação Matosinhos
Oceano
Serviços
Os apoios comunitários foram muito importantes, AAveiro
veiro administrativos
adminis trativos
Mira Armazéns
sobretudo no que diz respeito aos equipamentos de de comercian
comerciantestes
Figueira da Foz Armazém
apoio dos principais portos. Alguns portos estão equi- de apres
apresto
to
pados com entrepostos frigoríficos e todos, exceto VVenda
enda
Nazaré de apres
apresto
to
Sesimbra, têm fábricas de gelo. Muitos dispõem de ins- Instalações
Ins talações
Peniche e escritórios
talações para comércio e indústria e de outros servi- VVenda
enda de gelo
ços de apoio, como escritórios, armazéns, abasteci- Posto
Posto de
combustíveis
combus tíveis
mento de combustíveis, bancos e restaurantes. Costa
C osta
a da C
Caparicaa Mercado de
Setúbal
Se t al
túb
Sesimbraa segunda venda
venda
O porto de Matosinhos detém o primeiro lugar no volu- Entreposto
En treposto
frigorífico
me de pesca descarregada, o que certamente se Sines
0 50 km
prende com o facto de ser aquele que dispõe de maior Vilaa Nova de Mil FFontes
nentemente controladas por profissionais. FIG. 1 Equipamentos e serviços dos portos de pesca, no Conti-
nente, em 2013.
VERIFIQUE SE SABE
¸ Descrever a evolução da mão de obra no setor das pescas.
¸ Caracterizar a mão de obra quanto à estrutura etária e ao nível de instrução.
¸ Explicar os efeitos das características da mão de obra na produtividade da atividade piscatória.
¸ Descrever a evolução do volume e do valor das capturas efetuadas pela frota de pesca portuguesa.
¸ Identificar/localizar os portos de pesca e indicar os que recebem maior volume de pescado.
¸ Enunciar as principais espécies capturadas e desembarcadas nos portos de pesca portugueses.
¸ Descrever os principais contrastes regionais nas características da frota, da mão de obra e das capturas.
¸ Relacionar entre si alguns desses contrastes (ex.: número de embarcações e número de pescadores).
¸ Explicar a importância das infraestruturas portuárias para a atividade piscatória.
¸ Enumerar equipamentos e serviços de que os portos de pesca portugueses dispõem.
A AQUICULTURA
Perante a tendência de aumento do consumo e de diminuição acelerada
Aquicultura:
dos stocks mundiais de peixe, a aquicultura constitui uma alternativa de atividade de «cultivo» de orga-
produção e, ao mesmo tempo, reduz a pressão sobre os recursos piscí- nismos aquáticos, incluindo
peixes, moluscos, crustáceos e
colas, além de ajudar a repovoar os habitats naturais. plantas aquáticas.
Em Portugal, a produção nacional de pescado apenas N.o
satisfaz cerca de 42% das necessidades de consumo, 1600
pelo que a aquicultura constitui uma forma de responder
à procura, e também uma oportunidade de investimento 1400
e criação de emprego e riqueza. Em 2012, os estabeleci-
mentos de aquicultura eram cerca de 1500, sendo a
1200
larga maioria em águas salobras e marinhas (Figs. 1 e 2).
Os estabelecimentos funcionam como unidades de 1000
reprodução e ou como unidades de crescimento/engor- 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Fonte: Estatísticas da Pesca 2013, INE, 2014
da, podendo ser tanques, estruturas flutuantes, ou
FIG. 1 Evolução do número de estabelecimentos licenciados de
viveiros. aquicultura.
Quadro I. Produção e valor da produção da aquicultura, em Portugal, por NUTS II, em 2012
Regiões Portugal Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Madeira
Produção (t) 10 317 321 5465 355 248 3509 419
Valor da produção (€) 53 659 1024 24 997 1173 765 24 099 1599
Fonte: Estatísticas da Pesca 2013, INE, 2014
A INDÚSTRIA TRANSFORMADORA DA PESCA
A indústria transformadora dos produtos da 250 8000 N.o de
Empresas (N.o)
200 Norte
6000
tivo, apesar da ligeira inflexão no número de Centro
150 5000
empresas desde 2009. As empresas concen- 4000 Lisboa
O subsetor da salga e secagem tem uma tradicional implantação no nosso país, mas encontra-se na
dependência quase total do bacalhau. Portugal é o maior consumidor de bacalhau salgado seco do
mundo, representando esta espécie cerca de metade do consumo de pescado nacional e 40% das
importações de peixe. Embora sem tradição nos padrões alimentares nacionais, a fumagem tem vindo a
implantar-se, valorizando espécies como o espadarte e produtos da aquicultura.
A SALICULTURA
A costa atlântica portuguesa, compreendida entre a ria de Aveiro e a foz do Guadiana, apresenta alguns tro-
ços com condições favoráveis para a produção de sal marinho por evaporação solar. O Algarve reúne as
melhores condições naturais, representando a sua produção, em 2013, mais de 90% do total nacional. A
produção média anual por salina ascendeu a 2173 toneladas, registando-se o valor mínimo no Centro (infe-
rior a 70 toneladas por salina) e o máximo no Algarve (3567 toneladas por salina).
VERIFIQUE SE SABE
¸ Descrever a evolução da aquicultura e caracterizar esse setor relativamente aos estabelecimentos e à produção.
¸ Descrever a evolução do setor da indústria transformadora de produtos da pesca e da aquicultura e fazer a sua carac-
terização por subsetores.
A GESTÃO DO LITORAL E DO ESPAÇO MARÍTIMO
VERIFIQUE SE SABE
¸ Enumerar os principais problemas das áreas costeiras e propor possíveis soluções.
¸ Indicar os principais problemas do nosso espaço marítimo e sugerir possíveis soluções.
PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE GESTÃO E PRESERVAÇÃO DO LITORAL
O litoral é uma área ambientalmente sensível, com uma grande diversidade de usos, que constitui o
suporte de várias atividades económicas, nomeadamente a pesca, a aquicultura, o turismo e a navega-
ção. Também no mar surgem cada vez mais riscos, quer pela exploração dos recursos piscícolas quer
pela sua utilização como suporte das rotas comerciais, com grande movimentação de navios.
Em Portugal, dada a dimensão e importância demográfica e económica do litoral e a extensão da ZEE, é de
particular importância a gestão sustentável destes dois espaços. Foram criados instrumentos que se arti-
culam e complementam, destacando-se: os Planos de Ordenamento das Orlas Costeiras (POOC) (Doc. 1); o
Plano de Ordenamento do Espaço Marítimo (POEM); o Plano de Ação, Proteção e Valorização do Litoral
2012-2015 (PAPVL); a Estratégia Nacional de Gestão Integrada da Zona Costeira (ENGIZC) (Doc. 2).
Com o Decreto-Lei n.o 309/93, de 2 de setembro, foram criados os Principais objetivos do POEM:
Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) com os seguintes • Enumerar e cartografar as atividade do
objetivos: espaço marítimo, identificando o grau de
• ordenar os usos e atividades da orla costeira; dependência das comunidade locais e
• classificar as praias e regulamentar o uso balnear; delimitando os espaços já consignados.
• valorizar e qualificar as praias consideradas estratégicas por moti- • Ordenar os usos e atividades do espaço
vos ambientais ou turísticos; marítimo.
• orientar as atividades específicas da orla costeira; • Garantir a preservação, recuperação e
• assegurar a defesa e conservação da Natureza. utilização sustentável dos recursos,
A área de intervenção dos POOC abrange uma largura máxima de potenciando a utilização eficiente do
500 m contados a partir do limite das águas do mar para terra e uma espaço marítimo.
faixa marítima de proteção até à profundidade de 30 metros.
O litoral de Portugal Continental foi dividido em 9 troços, sendo defini- Principais objetivos da ENGIZC
dos 9 POOC que se encontram, atualmente, todos aprovados e publicados. • Conservar e valorizar os recursos e o
património natural, paisagístico e cultu-
N ral.
Caminha - Espinho • Antecipar, prevenir e gerir situações de
AAprovado
provado e Publicado
n.o 25/99 - 99.04.07
RCM n. risco e de impactes de natureza ambien-
Responsável:
Responsáv el: INAG
tal, social e económica.
• Promover o desenvolvimento sustentável
Ovar - Marinha Grande
Ovar
AAprovado
provado e Publicado de atividades geradoras de riqueza e que
n.o 142/200 - 05.10.25
RCM n.
Responsável:
Responsáv el: INAG contribuam para a valorização de recur-
Alcobaça - Mafra
Mafra
sos específicos da zona costeira.
AAprovado
provado e Publicado • Aprofundar o conhecimento científico
n.o 11/2002 - 02.01.17
RCM n.
Responsável:
Responsáv el: INAG
Cidadela - S. Jul Julião
liião da Barra sobre os sistemas, os ecossistemas e as
AAprovado
provado e Publicadoado
do
Sintra - Sado
Sintra n..o 123/98 - 98.10.19
RCM n 10.19
10 paisagens costeiras.
AAprovado
provado e Publicado Responsável:
Responsáv el: INAG
n.o 86/2003 - 03.06.25
RCM n. Site oficial do DGPM, julho de 2014
Responsável:
Responsáv el: INC
Sado - Sines
AAprovado
provado e Publicado
n.o 136/99 - 99.10.202
RCM n.
Responsável:
Responsáv el: INAG Áreas
Áre as Pro
Protegidas
tegidas
Sines - Burgau 0 50 km
AAprovado
provado e Publicado
n.o 152/98 - 98.12.30
RCM n.
Responsável:
Responsáv el: INC