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Introdução
O estudo da vida de Daniel nos ensina sobre a fidelidade, sobre como ser fiel
mesmo estando cercado por um ambiente ou por circunstâncias de
infidelidade. Com Daniel, nós aprendemos que não é o ambiente que faz a
pessoa, mas é a pessoa que faz o ambiente. A Bíblia diz que Daniel cresceu
em um ambiente hostil, que ele viveu em uma terra estranha, uma terra pagã
com muitos deuses e muitos ídolos. Mas mesmo em um ambiente tão hostil,
quando a sua geração cedia às pressões da sedução de Babilônia, Daniel não
cedeu. Daniel não negociou. Daniel não transigiu. Daniel Manteve a sua
postura de fidelidade absoluta ao seu Deus.
Nabucodonosor, Rei da Babilônia, cerca Jerusalém e leva os objetos do
Templo e alguns nobres da cidade de Jerusalém para a Babilônia, entre eles
estavam Daniel e seus amigos. Babilônia era a cidade mais importante do
mundo nesta época. Era uma cidade cercada de muros tão grandes, tão
largos que três carruagens podiam correr paralelamente sobre ela. Ela tinha
mil e duzentas torres de vigias. Nabucodonosor tornou aquela cidade
magnificente, grandiosa, esplendorosa. Construiu nela os seus jardins
suspensos e esses jardins suspensos vieram a ser uma das sete maravilhas
do mundo antigo.
Neste contexto é que Daniel cresce, e a partir da sua adolescência vai viver
com Deus e testemunhar de Deus. Ele se torna um referencial para aqueles
que desejam ser fiel a Deus em meio a uma geração corrupta e pervertida.
Podemos tirar da vida deste homem algumas lições muito preciosas. Vamos a
elas:
Muitas pessoas são fiéis quando o clima está bom, quando o ambiente é
favorável, quando não há problemas, quanto há saúde, quando há dinheiro,
quando há amigos, quando há aplausos, ou seja, quando tudo vai bem, e
como tudo vai muito bem, então se vive um clima de fidelidade. Mas como ser
fiel quando há problemas, quando há lutas, quando há diversidades, quando
há doenças? Quando o problema chega à família, quando a crise financeira
chega como manter fidelidade em um ambiente hostil? Daniel vai nos ensinar
sobre isso.
Muitas vezes os problemas vêm, e não são probleminhas, são tragédias que
desabam sobre a nossa cabeça. A grande questão é: o que fazer quando isso
acontece? Algumas pessoas azedam o coração quando isso acontece,
amarguram a vida. Algumas pessoas naufragam na fé e nunca conseguem se
levantar.
Daniel perdeu a sua nacionalidade, perdeu a sua bandeira, perdeu a sua
Pátria. Ele foi arrancado do seu país. Daniel também perdeu a sua família, os
seus pais, seus amigos, seus vizinhos. Ele foi violentado na questão dos seus
direitos mais absolutos, seus direitos de cidadania. Daniel perdeu ainda a sua
liberdade. Ele sai de casa como escravo, não é mais dono da sua vida, não é
mais dono da sua agenda, não é mais dono da sua liberdade.
A sua cidade é cercada, a fome desesperadora toma conta do seu povo, as
mães desesperadas vêem seus filhos morrerem de fome. As jovens eram
forçadas, os jovens passados ao fio da espada e os outros são levados
cativos. Daniel é levado para uma terra distante, para uma terra estrangeira,
arrancado do seu país, perdeu a sua liberdade e pior do que isso, ele perdeu
a sua religião, perdeu o Templo, perdeu o altar, perdeu os sacrifícios. Ele foi
arrancado e agora não tem todo esse aparato religioso no qual ele fora criado.
Não tem mais aquelas assembléias solenes, não tem mais os cânticos de
Sião, não têm mais as harpas tocando músicas de celebração, ele perde tudo
isso.
O Salmo 137 diz que os que foram para Babilônia se assentavam às margens
do rio da Babilônia e começavam a chorar lembrando do passado. E quando
eles se assentavam para chorar, não era para traçarem planos de libertação
ou de saída do cativeiro, mas eles paravam apenas para chorar, apenas para
lembrar o passado sem nenhuma esperança do futuro. Diz a Bíblia que eles
dependuraram as suas harpas no salgueiro e não conseguiram mais cantar.
Eles estavam entregues ao desespero, à amargura, ao ressentimento, a
mágoa e até ao ódio, porque quando eles abriam a boca para falar diziam o
seguinte: Feliz é aquele, Babilônia, que pegar os seus filhos e esmagar a
cabeça deles sobre uma pedra.
Duas opções prevalecem em nossos corações diante das tragédias ou
problemas da vida, ou você amargura o coração ou você passa a nutrir sede
de vingança. É quando você se encolhe e adoece, você fecha o coração para
o perdão e começa a almejar a destruição daqueles que te perseguiram. Mas
há outra opção, você pode ter a opção de Daniel, a opção de ir para um lugar
onde você não queria ir, de estar aonde você não queria estar, de estar no
meio de gente que você não procurou estar, ser arrancado de sua família, da
sua pátria, tirando a sua liberdade, tirando aquilo que você mais amava e
precisava, e escolher ser uma bênção neste lugar, fazer diferença nesse
lugar. Você pode escolher em vez de pendurar suas harpas começar a
influenciar o meio onde vive.
Daniel não deixou que o seu passado de dor destruísse o seu futuro. Tem
gente que não consegue se libertar do seu passado. Tem gente que é
prisioneiro do seu passado. Tem gente que não se liberta das amarras do
ontem e não consegue viver o hoje e nem tem perspectivas para o amanhã.
Cuidado com a amizade do mundo, ela é inimizade contra Deus. Cuidado com
as iguarias do mundo veja bem que Daniel tem um privilégio muito grande, ele
estava estudando na maior Universidade do mundo, escolhido pelo próprio rei,
com bolsa integral, com os custos pagos pelo governo, com alimentação de
alta qualidade, que ele se assentava na mesa real para comer das iguarias da
mesa do rei. Ele só tinha que se preocupar em uma coisa: estudar e mais
nada. Esquecer de qualquer outra coisa, inclusive da sua fé e do seu Deus.
O grande problema é que aquela comida que servia lá, antes de ser colocada
sobre a mesa, era dedicada aos deuses, aos ídolos, e quando uma pessoa se
assentava ao redor daquela mesa para saborear aquelas iguarias, ela estava,
na verdade, se comprometendo com aquelas divindades. O apóstolo Paulo vai
interpretar isso na primeira carta aos Coríntios quando diz:
19 Que digo, pois? Que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Ou que o
próprio ídolo tem algum valor?
20 Antes, digo que as coisas que eles sacrificam, é a demônios que as
sacrificam e não a Deus; e eu não quero que vos torneis associados aos
demônios.
21 Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não
podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios (1
Co 10.19-21).
Daniel percebe isso. Daniel percebe que não era uma coisa de somenos,
irrelevante, uma coisa sem significado, que se ele comer das finas iguarias da
mesa do rei estaria transigindo com fatos absolutos quanto a sua fé, que ele
estaria, na verdade, negando o seu Deus, que ele estava curvando diante de
ídolos e demônios.
Alguém já disse que todas as maçãs do diabo são bonitas, mas elas têm
bichos. Cuidado com as propostas sedutoras do mundo. Cuidado com as
vantagens aparentes do mundo. Cuidado com o sucesso pelo caminho fácil.
Talvez você esteja pensando que Daniel está sendo muito radical, que está
perdendo a oportunidade de ouro, que deveria largar mão desse escrúpulo,
que não tem problema nenhum que essa comida aí seja sacrificada a ídolos,
que ele deveria comer para não fechar a porta que lhe abrira, para não perder
a oportunidade surgida, não tirar da sua vida o privilégio de entrar no palácio
de Nabucodonosor, que ele deveria largar mão desse legalismo, de querer
examinar tudo a luz da Lei de Deus.
Não parece que vivemos esse drama nos dias de hoje? Não é fácil manter se
hoje fiel diante de tantas pressões, quando o mundo está sempre dizendo
para você que não tem que ser assim tão fiel ao seu Deus. As pessoas dizem
que os tempos mudaram, dizem que os tempos são outros e que esses
valores puritanos foram para gerações passadas, que nós vivemos em
tempos modernos, que hoje temos a mente mais aberta. Mas a palavra de
Deus nos mostra da necessidade que temos de ter padrão definido, princípios
absolutos. Se nós queremos que Deus nos honra não podemos transigir nas
pequenas coisas, porque se nós não formos fiéis nas pequenas também não
seremos nas grandes.
Os caldeus mudaram os seus nomes, mas louvado seja Deus que não
mudaram os seus corações. Aqueles três moços compreenderam que a ação
da Babilônia, a culturação da Babilônia era uma porta aberta para a apostasia.
O mundo tem tantas formas de atacar a Igreja. Ou ele persegue a Igreja ou
ele seduz a Igreja. Ou a espada ou a voz macia e sedosa. É por isso que o
mundo, às vezes, ele vem como o braço do dragão que ruge, mas doutra feita
o mundo vem como a grande meretriz sedutora, ricamente adornada,
belamente vestida com palavras doces nos lábios, mas com a morte na sua
língua. Hoje estamos vivendo na guerra das ideias, da lavagem cerebral, da
relativização da moral, essa filosofia de que não tem nada a ver é procedente
do maligno.
Hoje as pessoas estão ficando com Deus. Ficando com Deus sem
compromisso, sem aliança. Comprometem-se com Deus apenas por um
tempo de emoção em um culto, em um retiro espiritual, em uma conferência
espiritual, mas depois caem de novo na realidade. Só ficaram com Deus uma
noite. Ficaram com Deus somente um dia, uma semana, para depois voltarem
às mesmas práticas, as mesmas vidas, o mesmo compromisso de
infidelidade. Nós precisamos tomar cuidado e ter a Daniel como um exemplo
de vida.
B – Daniel não foi apenas corajoso, ele foi sábio em sua decisão
Ele resolveu e pediu. Imagine se o chefe dos eunucos chegasse para eles e
dissesse que o rei determinou que comesse das iguarias do rei e Daniel
dissesse: eu não vou comer. Se ele fizesse isso o que você acha que
aconteceria com ele? Seria decapitado na mesma hora. E se morresse não
seria como um mártir, mas morreria como um tolo.
O fato de sermos firmes não nos dá o direito de sermos tolos. Ele resolveu e
pediu. Isso é sabedoria! Isso é ser inteligente! Isso é não fechar portas! Isso é
abrir caminhos! Isso é articulação para alcançar os melhores resultados que
glorifiquem o nome de Deus! É preciso ter sabedoria, às vezes, para
testemunhar da nossa fé. Às vezes, nós compramos uma briga e a ganhamos,
mas perdemos as pessoas.
Daniel teve sabedoria. Ele pediu um teste de dez dias. E diz a Bíblia que Deus
ouviu a Daniel, e depois de dez dias comendo legumes a aparência dele era
melhor do que a dos outros, não por causa da nutrição dos alimentos, mas
porque a bênção de Deus estava com ele. Quando ele toma essa decisão, ele
acreditava que Deus haveria de intervir naquela situação.
Se nós não aprendermos fidelidade nas pequenas coisas nós não vamos ter
condições para enfrentarmos as grandes provas. Se nós não aprendermos o
princípio da honestidade e da fidelidade nas pequenas coisas, amanhã,
quando enfrentarmos os grandes desafios morais, nós vamos nos prejudicar.
Aprenda a ser fiel nas pequenas coisas, aprenda a ser fiel nas coisas
mínimas, porque quando você tiver entendendo que fidelidade é uma questão
de princípios, quando você enfrentar provas maiores, depressões maiores,
você terá condições de resistir. E porque Daniel manteve-se firme na questão
de comida e de bebida ele foi capaz de manter-se fiel quando estava para ser
lançado na cova dos leões. Se ele tivesse transigido lá atrás, ele jamais teria
forças para enfrentar as provas maiores lá na frente. Aprenda a ser fiel a
despeito das oportunidades.
Deus honrou a Daniel e seus amigos e eles se tornaram mais robustos do que
os outros estudantes. O projeto de Deus é que os seus filhos não são caldas,
mas são cabeças, no sentido de que eles devem sempre ser modelos.
Daniel foi aprovado com grande honra e o teste para passar na prova final não
era escrito, o teste era oral. E quando Nabucodonosor teve o cuidado de ele
mesmo fazer o exame, diz a Bíblia que em todas as matérias dos
conhecimentos científicos e astrológicos, em todas as ciências da Babilônia,
que Daniel e os seus amigos foram encontrados dez vezes mais sábios do
que os outros estudantes. A Bíblia diz que foi Deus quem colocou isso neles.
Quando você honra a Deus, Deus honra você. Vale a pena honrar a Deus.
Aparentemente pode não ser vantajoso ser fiel a Deus. Seus amigos podem
rir de você, podem zombar de você. Você pode perder algumas amizades,
pode perder alguns prestígios, pode perder algumas turmas, pode perder
algumas festas, pode perder alguns aplausos, pode ganhar algumas críticas,
mas vale a pena ser fiel ao seu Deus. No tempo certo, no momento oportuno,
Deus vai te honrar. Foi isso que aconteceu com Daniel, ele foi encontrado dez
vezes mais sábio do que os outros.
Conclusão
Daniel foi maior do que a própria Babilônia. Ele ficou 70 anos na Babilônia. A
Babilônia caiu e Daniel continuou de pé. Ainda foi ministro no governo de Ciro.
Daniel foi um homem que começou fiel, continuou fiel e terminou fiel. Foi um
homem que nunca cedeu as pressões, um homem que nunca transigiu com a
sua consciência, um homem que nunca negou a sua fé, um homem que
nunca se desviou do seu Deus, um homem que é referência para você e para
mim.
Vale a pena ser fiel. Daniel foi um jovem fiel e incontaminado, apesar da sua
aparência, apesar das suas oportunidades, apesar dos seus dotes, apesar da
sua glória. Daniel foi fiel na adversidade e fiel na prosperidade.
Você tem se guardado incontaminado do mundo? Você é um influenciador ou
é uma pessoa influenciada? Você faz diferença no meio que você vive? As
pessoas conhecem você na sala de aula, no seu escritório, na sua empresa,
no seu trabalho, pelo seu quilate moral? Pelos seus princípios? Pelos seus
valores? Quando você chega, o ambiente muda porque você chegou? A sua
própria presença já constrange as pessoas a ter uma atitude diferente? Daniel
para nós é um referencial de como ser fiel no meio de uma geração Infiel. Que
Deus nos ajude a olhar para o exemplo de Daniel e aprender com ele. Que
assim seja. Amém!