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O segundo grau de cognição diz com o mérito do recurso interposto: ultrapassado o primeiro grau de
cognição, acaso entenda o órgão judicante que o recurso é admissível (= que a tese recursal
devolvida é de ser analisada), passa-se então ao segundo grau de cognição, grau de cognição esse
no qual é proferido o juízo de fundo, de mérito, acolhendo-se ou rejeitando-se a tese recursal.
Acórdão proferido por ocasião do julgamento de recurso inadequado pode ser assim representado:
STF, TST e STJ, tendo por papel precípuo a uniformização em âmbito nacional da jurisprudência acerca
das questões de direito que lhe são afetas, não podem, para que desempenhem esse fundamental papel,
divergir internamente acerca de uma mesma questão de direito.
Ganham então relevância os embargos de divergência em sua feição atual e depurada. Como leciona
Pontes de Miranda, em vez de terem por finalidade a corrigenda de eventuais injustiças, o que inspira a
nova legislação acerca desse recurso (ao lado da antiga finalidade, já quase eliminada) é a necessidade
de se pôr termo às discrepâncias internas da interpretação das leis no âmbito dos Tribunais que se
pretendem uniformizadores.
Volte-se então ao caso em tela: interposto Recurso de Revista pela empresa Litisdenunciada, o
seu RR não foi sequer conhecido, de modo tal que o acórdão proferido por ocasião do
julgamento do RR não analisou a tese recursal do RR.
No caso em tela: o acórdão embargado não ultrapassou o primeiro grau de cognição, e portanto não
realizou juízo de fundo, pelo que não analisou tese recursal alguma, e não decidiu questão de direito
alguma.
É evidente que não cabem, no caso em tela, embargos de divergência, pois o acórdão embargado, aplicando
regra técnica de conhecimento, interrompeu seu ofício no primeiro grau de cognição (= no juízo de
admissibilidade), de modo tal que, não tendo entrado no segundo grau de cognição (= juízo de fundo), não
analisou a tese recursal devolvida, e não chegou a emitir interpretação acerca da questão de direito que se
pretendia discutir (mas não se discutiu, pois o RR não foi conhecido).
Embargos de Divergência.
Se o acórdão embargado não ultrapassou o primeiro grau de cognição (e portanto não analisou a tese recursal) e o acórdão
paradigmático, ao contrário, entrou no mérito recursal, então não cabem embargos de divergência (esse o caso dos autos):
Embargos de Divergência.