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1ª Edição
Curitiba - Paraná
2015
Copyright © 2015 - The Nature Conservancy
Todos os direitos desta publicação são reservados à The Nature Conservancy.
ISBN: 978-85-60797-15-8
Reconhecimento Especial
Ana Cristina Barros e João Campari
Desenvolvimento de pesquisas documentais e de campo, autoria e projeto gráfico:
Giuliano Moretti e Liana Zumbach
(Preserva Ambiental Consultoria | Comunicação Socioambiental Estratégica - PreservaAmbiental.com)
Supervisão Técnica:
Henrique Santos
Francisco Fonseca
Giovana Baggio de Bruns
Fotografias:
Rui Rezende, Adolfo Dallapria, Ami Vitale, Henrique Manreza, Martim D´Avila Garcia,
Rafael Araújo, Ayla Tiago, Cadija Tissiani, Scott Warren e PreservaAmbiental.com.
Apoio:
Ministério do Meio Ambiente, Fundo Amazônia, BNDES, Amaggi, ADM,
Bunge, Fiagril, Syngenta e Cargill
Agradecimentos:
Especiais agradecimentos a todos os entrevistados durante as pesquisas de campo, ao Gover-
no Federal, ao Ministério do Meio Ambiente, aos governos estaduais e respectivos órgãos de
meio ambiente, às prefeituras municipais, à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil,
às organizações não governamentais, às entidades e aos institutos parceiros da TNC nos proje-
tos de CAR citados neste livro.
Curitiba - Paraná
APRESENTAÇÃO
E stamos orgulhosos pelo reconhecimento que nossa entidade tem recebido ao longo dos úl-
timos anos, por todo o pioneirismo ao apoiar a implantação de ferramentas inovadoras que
visam facilitar a gestão ambiental no meio rural. O presente trabalho é fruto de um binômio
essencial: (i) enfrentamento dos problemas e desafios na perspectiva de uma política de ganha
& ganha (meio ambiente & produção); (ii) formalização de parcerias estratégicas e propositivas
entre governo, setor privado e ONGs.
O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um exemplo disso, testado nos projetos da TNC e par-
ceiros, e efetivados como políticas públicas, primeiramente pelos Estados do Mato Grosso e
Pará, e depois assimilado nacionalmente pelo novo Código Florestal. O CAR é hoje uma impor-
tante alavanca não só para a regularização de propriedades rurais, mas para a criação de um
ambiente de gestão e conservação efetiva dos recursos naturais dentro da paisagem agrícola
produtiva e profícua.
Desejamos que as informações aqui descritas sejam úteis para toda a sociedade, onde esta-
remos sempre juntos buscando aliar a produção à sustentabilidade, binômio chave para o
sucesso de uma agropecuária cada vez mais sustentável.
Antonio Werneck
Diretor da The Nature Conservancy
Foto © Rui Rezende
PALAVRA DA MINISTRA
Nasce a identidade do
imóvel rural
U ma das principais inovações da nova Lei
Florestal (12.651/2012) foi a criação do
Cadastro Ambiental Rural (CAR), que de-
termina a declaração das áreas de proteção
ambiental existentes em todos os imóveis
rurais do país. Com o instrumento, o Gover-
no Federal coloca em marcha uma política
de regularização ambiental para os mais de
5,2 milhões de propriedades e posses rurais.
O cadastro deve acontecer em todo país no
prazo máximo de dois anos. Em termos terri-
toriais, atingirá 329 milhões de hectares, sen-
do 80 milhões da agricultura familiar.
Trata-se de leitura que pode apoiar gerentes e gestores públicos, técnicos ex-
tensionistas rurais e demais agentes públicos que atuem na área de gestão flo-
restal, agrícola e agrária, entre outros atores que detenham a responsabilidade
pela gestão florestal nos estados e municípios. Bem como os agricultores em
geral, grandes e pequenos, empreendedores, comunitários ou familiares, e suas
entidades representativas. Essa informação poderá auxiliar a compreender a
complexidade da implantação do CAR e, portanto, atuar como força qua-
lificada capaz de mobilizar os instrumentos políticos necessários para fazer
frente ao desafio de implantar o CAR em escala nacional.
Izabella Teixeira
Ministra do Meio Ambiente
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO • 4
PALAVRA DA MINISTRA • 6
RESUMO EXECUTIVO • 10
Benefícios ambientais • 29
O Novo Código • 52
O CAR PASSO-A-PASSO • 62
PERSPECTIVAS PÓS-CAR • 84
Pará • 118
Bahia • 131
EPÍLOGO • 136
REFERÊNCIAS • 140
RESUMO EXECUTIVO
E sta publicação nasce com o propósito de disseminar as diretrizes mais importantes sobre
a metodologia e as tecnologias desenvolvidas pela The Nature Conservancy (TNC) e seus
parceiros nos últimos anos, para o planejamento e para a implantação do Cadastro Ambien-
tal Rural (CAR) no país. Muito mais do que um meio de monitoramento e controle ambiental
dos imóveis rurais, o CAR – hoje já exigido pelo novo Código Florestal – é entendido como
um instrumento fundamental nos processos de recuperação e de conservação do meio am-
biente. Na medida em que promove a formalização da sustentabilidade no campo, além da
consolidação de cenários produtivos sustentáveis, o CAR viabiliza significativos ganhos sociais,
ambientais e econômicos.
Com a disseminação das informações contidas neste livro, pretende-se alcançar diversos ato-
res da sociedade com papel essencial na sistemática de regularização dos imóveis rurais brasi-
leiros. Almeja-se estimular, entre esses atores, a integração dos meios e métodos para a con-
cretização do CAR em todo o Brasil, possibilitando maior eficácia no esforço de regularização
ambiental dos imóveis rurais. O foco é, portanto, revelar as experiências e lições aprendidas
pela TNC e seus importantes parceiros, promovendo a restauração e a conservação de flo-
restas em áreas privadas.
Foto © PreservaAmbiental.com
10
Pequenos e grandes produtores, associações como essas ferramentas propiciam análises
e sindicatos rurais, órgãos municipais e esta- sistêmicas para o estabelecimento de pai-
duais de meio ambiente, prefeituras, gover- sagens produtivas sustentáveis, impulsiona-
nos, empresas, instituições financeiras, uni- das à medida que o CAR se estabelece. São
versidades, organizações não governamen- também enumerados alguns dos resultados
tais, entre tantos outros, são o grande públi- qualitativos obtidos nos últimos anos por
co-alvo dessas linhas, haja vista a relevante meio do exercício desse posicionamento es-
influência que todos têm sobre os diversos tratégico e de implantação das tecnologias
sistemas de produção agropecuária. Espera- para o planejamento da paisagem. Ao final,
-se munir esses atores com conhecimento abordam-se algumas das estratégias gover-
que os auxilie durante o desenvolvimento namentais que têm sido adotadas para se
das etapas de regularização ambiental dos atingir a escala necessária ao cadastramento
imóveis rurais. no país.
11
porém, não é intenção da TNC engessar o
processo de cadastramento. Pelo contrário,
a organização pretende apresentar uma ma-
neira otimizada de executá-lo e que possa
ser aprimorada pelos múltiplos usuários da
sistemática.
12
13
Foto © Rafael Araújo
Capítulo I
I.
A
TNC E A MISSÃO DE
CONSERVAR
Foto © Rui Rezende
14
A TNC e a missão de conservar
No país, a TNC possui diversos projetos realizados ou em pleno desenvolvimento nos biomas
Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pampa, Mata Atlântica e Pantanal.
Foto © Rui Rezende
15
Capítulo I
Agricultura Sustentável
16
A TNC e a missão de conservar
tivas de desenvolvimento
que eliminem a necessidade
de converter áreas – desma-
tar – e, ao mesmo tempo,
estimulem o melhor uso
do solo na produção e a re-
construção de ecossistemas
degradados. Também acredi-
ta que a preservação de uma
região só é possível quando
seus habitantes internalizam
a ideia de que a eliminação
da cobertura florestal é
desnecessária para a subsis-
tência e para o desenvolvi-
mento socioeconômico das
regiões.
Na esfera da Agricultura
Sustentável, a organização
também confere apoio téc-
nico a governos, agricultores
e pecuaristas para a disse-
minação e para a aplicação
das melhores práticas de
produção agropecuária nas
Foto © Rui Rezende
propriedades. Utiliza-se de
seu conhecimento técnico-
-científico e da sua experi-
ência para ajudar comuni-
dades a crescer – tendo na
qualidade ambiental uma
forte e imprescindível alia-
da – apoiando atividades de
restauração de áreas degradadas e criando face das urgentes demandas ambientais, é
condições para que a conservação beneficie estimulada quando o mercado passa a recu-
também as pessoas. (4) sar commodities de origem que não atenda
aos preceitos legais ligados ao tema traba-
Como não poderia ser diferente, o envolvi- lhista, sanitário e ambiental. Consciente de
mento do mercado nas soluções represen- que critérios mais restritivos de compra se
ta um sustentáculo estratégico na iniciativa refletem em práticas mais responsáveis de
da Agricultura Sustentável. A adequação produção, a TNC opera ao lado de algu-
do comportamento do produtor rural, em mas das maiores empresas agropecuárias do
17
Capítulo I
mundo para estabelecer padrões ambientais na proteção das florestas, que são deter-
de fornecimento, inserindo a responsabilida- minantes para assegurar o fornecimento da
de ambiental como uma exigência compul- água. Incluindo apoio técnico e financeiro, o
sória em toda a cadeia produtiva. Portanto, projeto também promove a restauração de
produtores ainda não esclarecidos quanto às áreas degradadas e vem sendo replicado em
questões ambientais passam gradativamente várias microbacias brasileiras. (5) Até 2011, 9,6
a enfrentar maiores dificuldades ao tentar milhões de reais haviam sido repassados aos
comercializar seus produtos, sendo neces- produtores rurais que aderiram ao projeto. (3)
sário um intenso trabalho de transformação
da velha postura de produção em uma visão Para o aproveitamento social e economica-
mais sustentável de suas propriedades. (4) mente benéfico da água, a TNC encoraja o
Água
18
A TNC e a missão de conservar
19
inundada da Terra está ameaçada, em função
do avanço de empreendimentos – hidrelétri-
cas e agropecuária – sobre as cabeceiras dos
rios que alimentam o ecossistema. Como re-
sultado desse estudo, geraram-se recomen-
dações para a implementação de regimes de
vazões ambientais das hidrelétricas e para a
revisão do planejamento hidrelétrico da Ba-
cia do Rio Paraguai, ao lado da promoção das
melhores práticas agrícolas e do manejo da
área. (5)
Florestas e Clima
20
Organizações, comunidades, populações in-
dígenas e governos são permanentemente
mobilizados pela organização para que pro-
movam avaliações, discussões e decisões
sobre os diversos efeitos dos programas de
Redução das Emissões por Desmatamento e
Degradação Florestal – mecanismo conhe-
cido como REDD+. O REDD+ é uma estraté-
gia de mitigação de mudança do clima pelos
países em desenvolvimento, de caráter vo-
luntário, que conta com subsídios técnicos
e financeiros dos países desenvolvidos. (7) Es-
pecialistas da TNC desenvolvem e realizam
cursos de capacitação, documentam e disse-
minam experiências, estruturando as bases
para a discussão e para a implementação do
REDD+ com amplitude estadual, nacional e
global. (6)
21
Capítulo I
florestal e à mitigação das alterações climá- ficas que servem de embasamento das de-
ticas: (3) cisões governamentais e empresariais. Sub-
sidiada por tais informações, recomenda a
• Plant a Billion Trees - PBT (Programa Um adequada consideração da biodiversidade no
Bilhão de Árvores), que promove a restau- desenho e no estabelecimento de projetos
ração de milhares de hectares da Mata de infraestrutura e, se necessário, a própria
Atlântica, especificamente nos estados suspensão de determinados empreendimen-
do Paraná, São Paulo, Espírito Santo, Mi- tos com alto risco ambiental. (8)
nas Gerais e Bahia. A campanha dispõe
de um sistema de monitoramento que Para garantir que as iniciativas de infraestru-
vincula as áreas que estão em processo tura só se sirvam dos ativos ambientais se
de restauração – ou que já foram restau- houver importantes e sustentáveis benefí-
radas – às doações recebidas pela TNC. cios para as pessoas, a TNC se empenha na
Isso permite que os doadores acompa- articulação de diferentes níveis de governo
nhem a destinação de cada dólar doado; com o intuito de promover e incentivar inte-
ligentes investimentos nessa área. (8)
• Cap and Tradea em São Paulo: a TNC con-
tribuiu com o governo estadual na regu-
lamentação da Lei de Mudanças Climá- Terras Indígenas
ticas do Estado de São Paulo, incluindo
no texto uma medida que facilita a im- Formando parcerias de grandes resultados, a
plementação de um sistema regional de TNC trabalha com comunidades e organiza-
Cap and Trade por meio da operacionali- ções indígenas, além do governo, para apoiar
zação de projetos florestais como forma a gestão territorial e ambiental de suas ter-
de compensação das emissões. ras, pois acredita que a preservação ambien-
tal só é possível com “gente pensando em
gente”. Sem reconhecer o papel fundamen-
tal dos povos indígenas e suas terras, que re-
Infraestrutura Inteligente presentam quase 13% do território nacional,
não se consegue conservar florestas, rios e
Conversões de habitat, alteração no fluxo a biodiversidade, nem garantir condições so-
dos rios, disseminação de espécies invasoras cialmente dignas dessas pessoas. (9)
e diversas consequências sociais são possí-
veis resultados da implantação de grandes Ao lado das comunidades e da Coordena-
projetos de infraestrutura, dependendo de ção das Organizações Indígenas da Amazô-
como eles são planejados e executados. nia Brasileira (Coiab), um importante parceiro
Para evitar, mitigar ou compensar os danos nesse esforço e maior organização indígena
causados por investimentos nesse setor, a do país, a TNC se volta para aprimorar as
TNC levanta informações técnicas e cientí- capacidades administrativas e fortalecer a
voz dos povos indígenas. Na Região Norte,
a Cap and trade é um mecanismo que determina um por exemplo, povos indígenas do Oiapoque
teto de emissões de CO2 para cada setor da indústria. Permite
que as companhias que reduzirem suas emissões abaixo do construíram um Plano de Vida em que as
limite máximo estabelecido comercializem essa diferença próprias comunidades identificaram ações e
conquistada na forma de créditos de carbono. (3)
22
A TNC e a missão de conservar
23
to dos povos frente à pressão sobre seus re-
cursos e territórios tradicionais. (3)
Áreas Protegidas
II.
C
ADASTRO
AMBIENTAL RURAL
conceitos, estratégias e tecnologias
Foto © Rui Rezende
26
Cadastro Ambiental Rural: conceitos, estratégias e tecnologias
O bjetivamente, o CAR é um registro dos imóveis rurais junto aos OEMAs para fins de con-
trole, monitoramento ambiental, facilitação dos processos de licenciamento das ativida-
des rurais, gestão integrada dos territórios e acompanhamento dos ativos ambientais das pro-
priedades. Em 2012, o CAR foi ratificado legal e nacionalmente pelo Novo Código Florestal,
dado pela Lei 12.651, de 25 de maio de 2012, tornando-se um instrumento obrigatório para a re-
gularização ambiental das propriedades rurais. É realizado por um sistema eletrônico de identi-
ficação georreferenciada dos imóveis rurais, delimitando com precisão as Áreas de Preservação
Foto © Rui Rezende
Permanente (APPs), as Reservas Legais (RLs), toramento das propriedades ou posses. Mais
as áreas passíveis de uso alternativo do solo, do que isso, o CAR busca oferecer, no míni-
além da hidrografia e dos remanescentes de mo, três funções principais como um instru-
vegetação nativa localizados no interior dos mento de gestão territorial e ambiental: (12)
imóveis. (11; 12)
• Planejamento do imóvel rural, com a de-
Apesar de sua definição simples, a sua rea- finição do local das áreas de produção,
lização envolve um amplo conjunto de pro- das APPs e da RL, subsidiando o planeja-
cessos, procedimentos, atividades, métodos mento das áreas de proteção ambiental
e tecnologias que, de maneira integrada, per- a partir da formação de corredores flo-
mitem alcançar objetivos muito maiores do restais;
que unicamente os de controle e de moni-
27
Capítulo II
• Melhoria da eficiência das áreas passíveis cadastro é articulado por meio do esforço
de uso produtivo; e de um grande número de agentes parceiros,
entre Governo Federal, governos estaduais,
• Primeiro passo para a regularização am- prefeituras, secretarias do meio ambiente,
biental do imóvel rural, conferindo se- empresas, ONGs, sindicatos, associações de
gurança jurídica à produção e à comer- produtores e trabalhadores rurais. Em últi-
cialização dos produtos, com acesso às ma análise, é um instrumento que reforça o
linhas de crédito oficiais. modelo de produção e de desenvolvimento
O CAR também oferece a oportunidade de socioeconômico baseado nos alicerces da
regularização do imóvel e de obtenção do sustentabilidade ambiental. (12)
respectivo licenciamento ambiental pelos Uma vez oficializado pela legislação fede-
produtores. Ademais, a realização do CAR e ral, o CAR se firma como um requisito obri-
o comprometimento com o Programa de Re- gatório para que produtores rurais obtenham
gularização Ambiental (PRA) podem isentar o licenciamento, quando aplicável, de suas
o produtor de eventuais autuações ou mul- atividades econômicas, agropecuárias ou
tas relativas a desmatamentos consolidados florestais. Torna-se claro, então, o compro-
até julho de 2008. (12) misso com suas obrigações ambientais, pelo
Resumindo, além de permitir o simples con- qual podem responder às pressões da socie-
trole e monitoramento da propriedade ou dade e do mercado consumidor em relação
posse, o CAR serve como um rico instru- à proteção ambiental do setor agropecuário.
mento de gestão territorial. Possibilita uma O CAR é o primeiro passo na busca da ade-
espécie de “radiografia” das áreas, como o quação dos imóveis ou do respectivo licen-
levantamento de múltiplos indicadores am- ciamento, pois os dados gerados formam a
bientais e de outras informações para be- base para estabelecer o PRA e todos os pro-
nefício do próprio produtor rural e para a cessos que conduzem à adequação adminis-
governança socioambiental do mosaico de trativa eventualmente requerida pelo licen-
imóveis de uma determinada região. Ao ser ciamento. Ganham, por meio dele, todas as
implementado no país como um todo, reve- partes interessadas, como os setores gover-
lará o tamanho do passivo ambiental exis- namentais, financeiro, agropecuário e indus-
tente, servindo de base para o início dos tra- trial, além dos próprios trabalhadores rurais
balhos de recuperação e planejamento de e das comunidades no entorno dos imóveis.
paisagens sustentáveis. A sociedade em geral abraça um ambiente
Da mesma sorte, a identificação dos ativos mais equilibrado, dispondo, no médio e no
ambientais pelo CAR permite dimensionar a longo prazo, dos recursos necessários para
capacidade dos serviços ambientais do imó- todas as suas atividades. (12)
vel ou de um conjunto de imóveis, gerando
informações que beneficiam toda a socieda-
de.
29
Estratégias e
Ferramentas da TNC
Muito mais importante que a evolução quanti-
tativa de cadastros realizados pelos projetos
de CAR é a contínua melhoria da qualidade
técnica do processo de cadastramento e da
respectiva geração de dados sobre as proprie-
dades. Ou seja, ao contrário de apenas realizar
o CAR de forma massiva, concentrando-se uni-
camente no número de cadastros das proprie-
dades a serem efetivados, a TNC e seus parcei-
ros trabalham para afinar as condições técnicas
dos processos, permitindo não só o ganho de
escala, mas principalmente o ganho de qualida-
de dos cadastros. Assim, além de ampliar quan-
titativamente o CAR, a grande meta é aprimo-
rar qualitativa e continuamente a metodologia
de execução do cadastro, atividade que vem
sendo priorizada pelo conjunto de especialis-
tas e parceiros alocados para a realização dos
projetos.
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Cadastro Ambiental Rural: conceitos, estratégias e tecnologias
31
Capítulo II
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Cadastro Ambiental Rural: conceitos, estratégias e tecnologias
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Capítulo II
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Cadastro Ambiental Rural: conceitos, estratégias e tecnologias
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Capítulo II
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Cadastro Ambiental Rural: conceitos, estratégias e tecnologias
ambiental da área rural por parte do usuário, análise e aprovação de áreas de compensa-
como passivos e ativos ambientais. Devido ção de RL. Os benefícios se estendem para
ao grande número de informações no siste- o produtor rural, pois os processos são mui-
ma, o aplicativo também permite análises to mais transparentes, desburocratizados e
socioeconômicas dos imóveis, o que possibi- evitam inúmeros deslocamentos para órgãos
lita traçar os seus perfis produtivos. (17) ambientais, antes necessários para o con-
senso, fornecimento e recebimento das in-
Além de facilitarem a implantação do CAR, formações pertinentes. Por fim, governos e
a regularização dos imóveis e o compartilha- produtores reduzem custos com a otimiza-
mento interinstitucional de dados geográfi- ção da equipe de profissionais, por meio da
cos sobre as propriedades, as informações centralização e do gerenciamento de dados
gerenciadas pelo CARGEO servem de base num único sistema. (17)
técnica voltada à conservação ambiental
como um todo. Associado ao uso do LEGAL- O CARGEO dispõe de inúmeras funcionalida-
GEO, ferramenta complementar explanada des técnicas e possibilidades de customiza-
adiante, permite a interconexão de múltiplos ção, de acordo com as demandas dos usuá-
dados de uma região com vistas ao estabe- rios. Diversas funções de geoprocessamento
lecimento de uma gestão efetiva de bacias estão agrupadas em uma mesma barra de
hidrográficas, à criação de corredores ecoló- ferramentas, o que facilita sobremaneira o
gicos, ao manejo e ao aproveitamento eco- trabalho dos técnicos envolvidos com a aná-
nômico das áreas de RL. (17) lise e a tomada de decisão sobre o quê se
deve preservar na área sob estudo. (17)
A redução de custos com o uso da ferra-
menta é possibilitada pela alta escala de Existem duas versões do sistema: CARGEO.
tratamento de dados e rapidez na geração COM e CARGEO.GOV. A primeira é dire-
de resultados para a tomada de decisão am- cionada para os projetos da TNC, servindo
biental. O sistema evita maiores dispêndios como base de informações para análises de
de recursos públicos com análises morosas cenários. Dispõe de alto potencial de uso
de propostas de compensação ambiental por profissionais técnicos intimamente en-
e ainda provê maior segurança técnica aos volvidos com processos de regularização
órgãos ambientais – por exemplo, durante a dos imóveis rurais. Sua utilização é livre para
quaisquer usuários, desde que disponham da
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plataforma ArcGIS no com-
putador. (18)
O LEGALGEO
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Cadastro Ambiental Rural: conceitos, estratégias e tecnologias
39
Capítulo II
40
Cadastro Ambiental Rural: conceitos, estratégias e tecnologias
41
Capítulo II
A proposta é que o PAM seja amplamen- o Pagamento por Serviços Ambientais (PSAs)
te adotado pelas prefeituras, que poderão do município, em localidades onde o meca-
disponibilizar o seu banco de dados para o nismo se aplica.
público em geral e possibilitar uma gestão
mais eficaz pelos seus técnicos municipais. Sob o mesmo conceito das versões do CAR-
Com o uso da ferramenta, prefeituras terão GEO, seja na versão off-line utilizada por
em suas mãos informações essenciais acerca técnicos independentes ou da TNC, seja na
da situação ambiental dos imóveis rurais e versão on-line utilizada por técnicos e usu-
do mosaico formado pelas propriedades do ários do sistema estadual (CARGEO.GOV),
município como um todo. com o PAM é possível consolidar, centra-
lizar e prover maior facilidade de acesso à
Hospedado numa plataforma onli- base de dados geográficos das propriedades
ne e de uso livre, o PAM pode ser do município que o utiliza. Também permi-
adotado por quaisquer municí- te a elaboração de diagnósticos ambientais,
pios que desejem implantá- uma vez que qualifica e quantifica as APPs e
-lo como ferramenta de a RL das propriedades e, consequentemente,
gestão ambiental e terri- possibilita revelar os ativos e os passivos am-
torial, reduzindo custos bientais do município.
– não há necessidade
de pagamento por li- Além de todas essas funcionalidades, o PAM
cenças anuais de uso pode ser interconectado com a base do sis-
– e dispondo de alta tema estadual, trocando informações rela-
versatilidade de cus- tivas ao CAR das propriedades, o que evita
tomização. Isto é, a duplicação de dados e conflitos de infor-
cada município pode- mação.
rá adequá-lo às suas
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Cadastro Ambiental Rural: conceitos, estratégias e tecnologias
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Capítulo II
• Acesso dos produtores rurais às tecnolo- ção de um cadastro de alta precisão. Utili-
gias inovadoras de recuperação ambien- zando-se de seu tradicional conhecimento
tal; técnico e científico, dos arranjos institucio-
nais formados com importantes parceiros,
• Estudos técnicos específicos que propu- da mobilização de pesquisadores e técnicos
seram, viabilizaram ou contribuíram com: de campo e das experiências e instrumentos
º normas de adequação ambiental de gerados a partir delas, busca assiduamente
propriedades rurais; tornar o CAR uma realidade em todo o ter-
º políticas públicas para implementa- ritório nacional.
ção de programas de adequação am-
biental;
º suporte técnico para criação de ins-
Estratégias governamentais
trumentos financeiros para aquisição para a ampliação do CAR
de áreas voltadas à compensação e à
desoneração de RL; Segundo dados do MMA, 329 milhões de
º normas e mecanismos operacionais hectares são passíveis de cadastramento,
para implementação da Servidão Flo- sendo destes, 80 milhões relativos à agricul-
restal, atualmente denominada Ser- tura familiar. (20)
vidão Ambiental pelo novo Código
Florestal; Por meio do MMA, o Governo Federal vem
mobilizando parcerias com diversas entida-
º elaboração de instrumentos legais des e associações, multiplicando o proces-
que regulamentam o CAR; e so de cadastramento de imóveis rurais entre
º mapeamento de potenciais áreas para milhares de trabalhadores e produtores ru-
compensação de RL. rais em todas as regiões do país. (21)
Hoje, a TNC se empenha para ampliar cada Uma parceria efetivada com a Organização
vez mais a escala de implantação do CAR, das Cooperativas Brasileiras (OCB) irá alcan-
aprimorando continuamente a qualidade dos çar quase sete mil cooperativas, somando
dados gerados a partir das suas ferramentas mais de nove milhões de associados e apro-
tecnológicas, desenvolvidas para a efetiva- ximadamente 300 mil empregados. (21)
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Cadastro Ambiental Rural: conceitos, estratégias e tecnologias
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Capítulo II
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Cadastro Ambiental Rural: conceitos, estratégias e tecnologias
47
Capítulo III
III.
O
CAR E O CÓDIGO
FLORESTAL
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O CAR e o Código Florestal
Mediante a avaliação de dados provenientes de alguns dos projetos onde a TNC atuou em
parceria com agricultores, associações de produtores rurais, empresas, prefeituras e OEMAs,
buscou-se conhecer em que medida o CAR, amplamente implementado nas áreas de estu-
Foto © PreservaAmbiental.com
do, contribuía para o atendimento do Código hectares deveriam ser mantidos como APPs
Florestal vigente. (24) e que 82% das áreas de preservação exis-
tentes já estavam em conformidade com o
O estudo foi realizado sobre dados de 4.207 que era exigido pelo código em vigor. Con-
propriedades de vários municípios do país, sequentemente, apenas 18% do total das
que cobrem uma área de 3,15 milhões de APPs estavam, de fato, degradadas (APPDs).
hectares nos estados de São Paulo, Mato Esse dado corresponde a 76,5 mil hectares
Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Pará. A ou, ainda, 3% da área total dos imóveis rurais,
TNC identificou que, dessa área, 434,6 mil com variações desde 1% a ser recuperado nas
49
Capítulo III
áreas do Pará, até 16% em áreas de pecuária Com relação às RLs, o estudo analisou
do Mato Grosso. Embora a fração de APPDs 3.465 propriedades, totalizando uma área
fosse relativamente pequena diante do ta- de 2,91 milhões de hectares. Com base na
manho dos imóveis, os resultados demons- Lei 4.771/1965, a TNC identificou que, da-
traram que apenas 20% deles não precisa- quele total, 1,37 milhão de hectares deveria
riam assumir compromissos de recuperação. ser mantido como RLs. As análises também
Isto é, 80% ainda careciam de intervenções identificaram que 33% das propriedades sob
para a adequação ambiental. (24) enfoque apresentaram cobertura nativa su-
ficiente para constituir suas RLs, aptas para
Durante as deliberações sobre a mudança no a plena regularização sem qualquer esforço
Código Florestal, a TNC destacou a impor- de restauração ou compensação. Embora
tância da manutenção e da recuperação da esse percentual de cumprimento das regras
fração remanescente de APPDs, dadas suas de RL chegasse a aproximadamente 60% nas
funções ecológicas fundamentais de con- propriedades de pecuária do Mato Grosso e
trole da erosão, manutenção dos cursos de do Pará, num outro extremo foram revela-
água e formação de corredores de preserva- das variações de apenas 4% a 11% nas regiões
ção da biodiversidade. Recomendou também de produção de grãos do Mato Grosso, que
a divulgação de mecanismos de incentivo já demandariam esforço concentrado para o
existentes nas linhas de financiamento, para restabelecimento do equilíbrio entre produ-
a recuperação e para a massiva capacitação ção e preservação. (24)
de técnicos que pudessem operacionalizá-la
a custos bastante reduzidos. (24) Identificou-se que o passivo de RLs na área
do estudo era de 388 mil hectares (13% da
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O CAR e o Código Florestal
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área total dos imóveis rurais), refletindo que Os resultados dos estudos revelaram que o
o atendimento à regulamentação deman- potencial de compensação de RL é bastan-
dava maior flexibilização, seja para atender te significativo, não só mediante a servidão
casos em que o percentual de proteção am- florestal, como também pela concessão de
biental era excessivo para o produtor, seja áreas conservadas entre privados para equa-
para atender regiões de produção consolida- cionar a questão dos passivos. Constatou-se
da de grãos, em que o percentual de vegeta- que na maioria das áreas estudadas, o exce-
ção nativa remanescente era insuficiente. (24) dente de vegetação nativa das propriedades
era mais do que suficiente para compensar o
Diante dessas constatações, a TNC sugeriu passivo de RL existente. Para aqueles produ-
que o novo Código buscasse observar o fu- tores que desmataram acima da cota legal,
turo do país, ampliando a produtividade agrí- haveria condições mais viáveis de regulariza-
cola por unidade de área e garantindo sua ção, ao passo que, para aqueles que deixa-
expansão sem o avanço sobre o patrimônio ram a vegetação em pé, haveria ganhos com
ambiental remanescente. Nessa linha, reco- a valorização monetária de suas áreas pre-
mendou que a lei incorporasse a possibili- servadas. (24)
dade do cômputo controlado de APPs nos
cálculos das RLs, incluindo mecanismos de Já para as regiões de produção de grãos, em
compensação de RLs e incentivos para a res- que as opções de regularização de passivos
tauração. de RL entre particulares – numa mesma mi-
crorregião – são pouco viáveis, a TNC reco-
No caso da alocação das RLs junto às APPs, mendou que a nova lei ampliasse as opções
a TNC observou a necessidade de se garan- de compensação, não apenas com o estí-
tir a maximização da proteção dos recursos mulo à regularização fundiária, mas também
hídricos e da formação de corredores, con- adotando a desoneração de RL com a criação
dicionando essa alocação ao CAR, ao licen- de novas UCs. Sendo apresentadas aos pro-
ciamento ambiental, à capacidade de gestão dutores como opções atraentes em termos
pública da paisagem rural do país e à imple- de custo-benefício, poderiam ser implanta-
mentação da Política Nacional de Mudanças das nas regiões prioritárias para a proteção
Climáticas (PNMC). (24) da biodiversidade e para a manutenção dos
serviços ambientais. (24)
51
Capítulo III
52
O CAR e o Código Florestal
nham pendências no cumprimento da legis- trouxe regras mais brandas para a recom-
lação. (25) posição das APPs e das RLs, principalmente
para os pequenos produtores. Mesmo dian-
A legislação referente à proteção florestal te de severas críticas dos ambientalistas e
remonta a 1934, quando Getúlio Vargas edi- da polêmica em torno das discussões, para
tou um decreto para a delimitação do uso do o Governo, a maioria do Congresso e o se-
solo e dos recursos naturais. Cada proprie- tor produtivo, o novo regulamento é muito
dade inserida em biomas florestais, entre ou- mais pragmático do que o anterior, uma vez
tras condicionantes, deveria dispor de no mí- que, sob a norma antiga, menos de um quar-
nimo 25% de reservas florestais. Já em 1965, to dos produtores rurais conseguiam cumprir
durante o período militar, Castello Branco suas exigências.
sancionou a Lei 4.771/1965, o Código Flores-
tal Brasileiro, que estabeleceu alicerces mui- Segundo especialistas, alguns itens bastan-
to mais sólidos para a conservação florestal te complexos residiam na lei de 1965, o que
do país. Considerando as alterações da lei de dificultava o seu cumprimento. Exemplo dis-
1965, foram definidos os percentuais de RL e so seria a consideração do percentual de RL
a localização das APPs, restringindo o uso da sem o cômputo das APPs, diminuindo a área
terra por parte dos produtores. Em termos legalmente habilitada para a produção. Com
de RL, por exemplo, era prevista a conser- a lei de 2012, que manteve a faixa de 20% a
vação de frações entre 20 e 80% da área 80% de vegetação nativa, o cálculo das RLs
das propriedades, dependendo da região em permitiu abarcar as APPs, compondo o espa-
que se inseriam. Já com relação às APPs e de ço florestal destinado à salvaguarda ecos-
acordo com a largura dos cursos d´água, as sistêmica. (25)
faixas de preservação variavam entre 30 e
500 metros. (25) Espera-se que o novo Código Florestal via-
bilize aos produtores a regularização do
Em história recente, o novo Código Florestal passivo que vem se formando há décadas
sancionado pela presidente Dilma Rousseff de vigência e descumprimento da lei ante-
53
Capítulo III
54
nho do imóvel. Para as nascentes, a exigência
de recomposição chega a um máximo de 15
metros, também condicionada ao tamanho
do imóvel – sistema denominado “escadinha”
pelo Governo. (26)
a BVRio: www.bvrio.org
55
Capítulo III
pal ou estadual, cujas exigências são: ou posse, além de não eliminar a necessida-
de de cumprimento da Lei 5.868/1972, que
• Identificação do proprietário ou possui- cria o Sistema Nacional de Cadastro Rural
dor rural; - SNCR, alterada pela Lei 10.267/2001, que
• Comprovação da propriedade ou da pos- insere no texto, entre outras alterações, o
se; e Cadastro Nacional de Imóveis Rurais - CNIR.
Isso porque o CAR é um instrumento volta-
• Identificação do imóvel por meio de do eminentemente para a conservação am-
planta e memorial descritivo. biental e não para a regularização fundiária.
Embora haja, de fato, alto potencial de con-
O memorial deve conter a indicação das co- tribuição bilateral entre os bancos de dados
ordenadas geográficas com pelo menos um ambientais e fundiários.
ponto de amarração do perímetro do imó-
vel, informando a localização dos remanes- Caso o proprietário já tenha averbado a RL
centes de vegetação nativa, das APPs, das na matrícula do seu imóvel, identificando o
Áreas de Uso Restrito, das áreas consolida- perímetro e a localização da reserva, não
das e, caso exista, da RL. será obrigado a fornecer ao órgão ambiental
as informações relativas à RL na identifica-
A lei também esclarece que o cadastramen- ção requerida por meio de planta e memo-
to não será considerado título para fins de rial descritivo. Nesse caso, deverá apresentar
reconhecimento do direito de propriedade
• o Sistema de Cadastro Ambiental Rural (SICAR), descrevendo suas normas gerais, a inte-
gração das informações pelos entes federativos e as informações por ele disponibilizadas;
57
Capítulo III
ao órgão ambiental competente a certidão seu art. 59, para a reversão dos passivos am-
de registro de imóveis em que esteja contida bientais dos produtores rurais. A medida é
a averbação da RL ou o Termo de Compro- fundamental para que os produtores se ali-
misso já firmado nos casos de posse. nhem ao Código, com adesão condicionada
à inserção dos seus imóveis rurais no CAR.
Após a implantação do CAR, a supressão de
novas áreas de floresta ou outras formas de Durante quase dez anos de aprendizado da
vegetação nativa apenas será autorizada pe- TNC com os projetos de CAR, a organização
los OEMAs – decisão também condicionada acumulou uma importante bagagem de ex-
às premissas legais –, se o imóvel estiver ca- periências que permite prover amplo suporte
dastrado. Da mesma forma, computar APPs aos estados na realização do PRA, instru-
no cálculo do percentual de reservas do mento que representa uma das maiores re-
imóvel, bem como utilizar a área excedente gras do novo Código Florestal. Hoje, a TNC
para fins de reconstituição de servidão flo- dispõe de meios eficientes para determinar
restal, Cotas de Reserva Ambiental (CRAs) quem, onde, quando, como, por que e quais
e outros instrumentos congêneres previstos os recursos necessários para realizar a ade-
na lei só serão admitidos com a adesão ao quada regularização das propriedades rurais.
CAR.
No art. 9º do Decreto 7.830/2012, comple-
O novo Código Florestal também dispôs mentado em 2014 pelo Decreto 8.235/2014,
sobre um programa de apoio e incentivo à o legislador definiu o PRA como um conjunto
preservação e recuperação do meio ambien- de ações ou iniciativas a serem desenvolvidas
te. Promoverá a adoção de tecnologias e pelos produtores rurais com o objetivo de
boas práticas que conciliem a produtividade adequar e promover a regularização ambien-
agropecuária e florestal com a redução dos tal, tendo como instrumentos:
impactos ambientais, de forma a impulsionar
o desenvolvimento ecologicamente susten- • O CAR;
tável. A lei prevê, inclusive, o financiamento • O Termo de Compromisso, meio pelo
das atividades necessárias à regularização qual o produtor adere formalmente ao
ambiental das propriedades rurais, como a PRA e no qual subscreve os compromis-
dedução, considerando a base de cálculo sos de manter, recuperar ou recompor as
do imposto de renda do produtor, de parte APPs, RL e Áreas de Uso Restrito ou de
dos gastos efetuados com a recomposição compensar as áreas de RL;
de APPs, de RL e de Áreas de Uso Restrito,
cujo desmatamento tenha ocorrido antes • O Projeto de Recuperação de Áreas De-
de 22 de julho de 2008. Para usufruir des- gradadas (PRAD); e
se incentivo, são imprescindíveis a inscrição
no CAR, a adimplência relativa ao TAC ou ao • As Cotas de Reserva Ambiental (CRAs),
Programa de Regularização Ambiental (PRA) se aplicáveis.
e a inexistência de sujeição às sanções do A exemplo do Programa Mais Ambiente, re-
Código. vogado pelo referido decreto, o proprietário
O PRA é visto como um dos mais importan- ou possuidor rural não poderá ser autuado
tes instrumentos do Código, trazido pelo por infrações cometidas antes de 22 de ju-
58
O CAR e o Código Florestal
59
sistema CARGEO.GOV desenvolvido pela
TNC – poderão integrá-los ao sistema nacio-
nal. Do contrário, poderão utilizar a plata-
forma disponibilizada pelo MMAa, viabilizada
por meio de acordos de cooperação técnica
firmados entre o Governo Federal e os esta-
dos. (32)
60
O CAR e o Código Florestal
61
Capítulo IV
IV.
O
CAR
PASSO-A-PASSO
Foto © Rui Rezende
62
O CAR passo-a-passo
63
Capítulo IV
64
O CAR passo-a-passo
Metodologia e
Operacionalização do CAR
Embora possam existir pequenas particulari-
dades no fluxo operativo do CAR nos diver-
sos estados, especialmente devido às singu-
laridades regionais brasileiras, em essência,
esse fluxo deve permanecer praticamente o
mesmo para todos os entes federativos. Isto
é, a sistemática descrita a seguir pode ser
reproduzida em quaisquer outros estados
em fase de formalização do CAR, servindo
como um guia passo-a-passo para facilitar o
entendimento sobre a realização do instru-
mento pelos gestores ambientais públicos e
arranjos institucionais constituídos.
65
Capítulo IV
66
O CAR passo-a-passo
67
tais (licenciamento da atividade produti-
va), visando à potencialização de subsí-
dios para produtores e mecanismos para
futuras certificações de seus produtos; e
68
O CAR passo-a-passo
69
Capítulo IV
71
disponível no seu endereço eletrônicoa, no
qual dissemina a campanha “CAR: eu apoio!”,
incentivando produtores a procurar os ór-
gãos competentes para a realização do CAR.
3ª Etapa
Estabelecimento da estrutura logística:
meios operacionais
72
O CAR passo-a-passo
© TNC
condicionante necessária para a preservação
da qualidade da construção das bases e do
mapeamento da cobertura e uso do solo
– próximas etapas – é necessário o uso de
imagens com boa resolução, o que também
reduz significativamente a eventual necessi-
dade de ajustes, segundo especialistas em
SIG.
5ª Etapa
Construção das Bases de Dados
Geográficos: a composição das cenas
73
Capítulo IV
74
O CAR passo-a-passo
75
Capítulo IV
7ª Etapa 8ª Etapa
Validação e aprovação das bases de dados Inserção da base de dados geográficos cor-
geográficos e dos mapas de cobertura e rigida no sistema estadual: a oficialização
uso do solo: garantia de atendimento aos pública dos produtos
critérios técnicos
Após a etapa de validação e aprovação das
A validação das bases de dados geográficos bases de dados geográficos, o OEMA as inse-
e dos mapas tem o propósito de garantir a re em sua base oficial. Dessa maneira, garan-
qualidade, acuidade e consistência das in- te-se total transparência das informações e
formações espaciais produzidas. Isso evita a padronização de uma base única para fins
a geração de dados conflitantes sobre uma de regularização ambiental, reduzindo signi-
mesma realidade, que prejudicaria a leitura e ficativamente as antigas discrepâncias rela-
a interpretação das informações. cionadas às sobreposições e à topologia.
Assim que consolidada a base digital de da- Todos os projetos de gestão ambiental e ter-
dos geográficos e o mapeamento da cober- ritorial, a exemplo do CAR e dos processos
tura e do uso do solo, portanto, requer-se de licenciamento ambiental, podem, então,
a validação desses produtos pelos técnicos ser referenciados por meio da nova base ofi-
do OEMA, que os aprovarão caso sejam con- cial, corrigida e atualizada.
sistentes e propiciem a leitura adequada do
contexto espacial do município. Na sequên-
cia, a Anotação de Responsabilidade Técnica 9ª Etapa
do profissional/empresa responsável pelo
trabalho deve ser providenciada para inclu- Pesquisa, coleta, seleção e organização de
são nos produtos finalizados e aprovados informações já existentes sobre imóveis
pelo órgão ambiental. rurais: alinhamento à base oficial
76
O CAR passo-a-passo
Foto © PreservaAmbiental.com
Dispondo-se de uma base digital de dados à base atualizada –
geográficos atualizada e oficializada nos nos processos subse-
bancos de dados do OEMA, inicia-se um tra- quentes de georrefe-
balho de pesquisa, coleta, seleção e organi- renciamento e cadas-
zação das informações já existentes sobre tramento –, tende-se a
os imóveis rurais do município. O propósito dispor de uma linguagem
dessa etapa é garantir os ajustes necessá- de informações padronizada
rios, sob o referencial da base atualizada, e confiável sobre os dados co-
dos imóveis rurais mapeados e registrados letados dos imóveis mapeados.
em diversos órgãos públicos, tais como o
próprio OEMA, o IBAMA, entre outros.
10ª Etapa
O cenário produzido pelos registros georre-
ferenciados provenientes de outros bancos Mosaico de imóveis rurais do município:
de dados, em contraste com a nova base varredura para construção da
de dados geográficos oficial, revela as dis- base georreferenciada
crepâncias existentes, apontando as neces-
sidades de correção, atualização e com- Finalmente, com produtores sensibilizados
plementação do mapeamento dos imóveis e um conjunto de informações ajustadas e
rurais. Num primeiro esforço, apresentam-se atualizadas ao longo das etapas anteriores,
inúmeros desafios, como a sobreposição de parte-se para o levantamento em campo
propriedades, remembramento e desmem- voltado ao georreferenciamento e o cadas-
bramento de imóveis, o conflito de informa- tramento ambiental de todos os imóveis ru-
ções do mapeamento com a base atualizada rais, isto é, a fase de varredura propriamente
e outros diversos desencontros de dados. dita. No entanto, a varredura pode não se
aplicar às pequenas propriedades nas quais
À medida que as informações existentes
se admite o apoio do Poder Público para a
sobre os imóveis são finamente ajustadas
77
Capítulo IV
realização do CAR, em que é possível se uti- • Imóveis já licenciados, mas que ainda não
lizar apenas de um croqui sobre a imagem de executaram o CAR: a TNC recomenda
satélite (Decreto 7.830/2012). que o georreferenciamento seja realiza-
do em escritório, a partir dos polígonos
Afora tal particularidade, realiza-se a varre- existentes nas bases oficiais do Instituto
dura pelo mapeamento sequencial in loco de de Terras do Estado e do INCRA, sob o
grande parte dos imóveis rurais, considerando auxílio do OEMA;
que a divisa de uma propriedade é a divisa das
propriedades adjacentes, o que permite evitar • Imóveis já inseridos no sistema estadual,
a sobreposição das áreas de imóveis distintos porém com pendências: antes de qualquer
e erros topológicos no georreferenciamento. procedimento de georreferenciamento, é
Nesse processo é imprescindível a utilização necessário que o produtor resolva a sua
da rede de pontos georreferenciados relativos pendência junto ao OEMA;
aos vértices dos imóveis, apontados por meio
da base de dados geográficos. A rede de pon- • Imóveis com título, mas sem o georre-
tos é coletada mediante o uso de aparelhos ferenciamento do polígono: o gerencia-
GPS L1 ou L1/L2 sob modo de posicionamento mento é executado, tanto em escritório
relativo estático rápido. como em campo. Havendo sobreposições
de áreas, deve-se necessariamente verifi-
Assim sendo, a complementação de vazios, car os limites com os imóveis vizinhos e,
o ajuste referente às sobreposições não con- esclarecidas as dúvidas de maneira con-
flituosas e a correção dos erros topológicos, sensual, procede-se com o georreferen-
feitos através do georreferenciamento por ciamento;
varredura, são realizados sobre as seguintes
referências: • Áreas ocupadas, porém sem título: ha-
vendo conhecimento dos limites do imó-
vel por parte do produtor, procede-se
com o georreferenciamento, tanto com
• A base de dados geográficos ajustada em trabalhos em campo, como com traba-
boa resolução; lhos em escritório, baseados em suas
• As imagens de satélite de alta resolução; informações. Caso contrário, busca-se
confrontar eventuais declarações dúbias
• O uso de GPS L1 para a delimitação dos com as informações relatadas pelos pro-
vértices das divisas dos imóveis. dutores vizinhos, para se acordar o po-
lígono. Constatando-se situações em que
não existam limites claros, como marcos
Contudo, é natural que ocorram situações geofísicos – rios, estradas, montanhas,
específicas durante as fases de planejamento entre outros –, o georreferenciamento
dos trabalhos de varredura. A TNC, baseada não é realizado;
em suas experiências e antevendo possíveis
dificuldades, traçou uma série de medidas a • Situações em que os produtores não
serem adotadas para a resolução desses im- permitam o acesso ao imóvel, que ge-
passes. Exemplos que bem ilustram tais situ- ralmente ocorrem em função da desin-
ações são: formação: a TNC sugere informar ofi-
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O CAR passo-a-passo
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Capítulo IV
Foto © Rafael Araújo
12ª Etapa
Foto © PreservaAmbiental.com
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Foto © Ayla Tiago
O CAR passo-a-passo
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Capítulo IV
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O CAR passo-a-passo
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Foto © PreservaAmbiental.com
Capítulo V
V.
P
ERSPECTIVAS PÓS-CAR
a construção de paisagens sustentáveis
Foto © Rui Rezende
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Perspectivas pós-CAR: a construção de paisagens sustentáveis
A agenda subsequente aos processos de CAR, momento em que os imóveis rurais estiverem
cadastrados nas bases de dados oficiais, é vista pela TNC como um enorme desafio a ser en-
frentado pela sociedade. O esforço pelo cadastramento em si é apenas uma fração da energia
necessária para se atingir cenários ambientalmente sustentáveis, social e economicamente
justos. Tão logo o cadastro se consolide no país, identificando ativos e passivos ambientais
Foto © Rui Rezende
85
Capítulo V
Nessas circunstâncias, o
CAR materializa seu poten-
cial, relacionando-se com
todos os critérios de orde-
namento, sejam eles am-
diversidade das condições socioeconômicas bientais, territoriais, econômicos, sociais ou
e ambientais e as particularidades dos siste- técnicos. No papel de instrumento técnico,
mas administrativos. (38) administrativo e até mesmo político de or-
Segundo o Ministério da Integração Nacio- denamento territorial, ele permite a realiza-
nal, devem ser obrigatoriamente considera- ção do diagnóstico ambiental relativo à pai-
das alternativas possíveis e aceitáveis para se sagem rural brasileira – isto é, onde se está
ordenar o território. Para se optar pelos usos no momento – e, posteriormente, define
mais adequados, é imperativo que agentes onde é necessário chegar.
públicos e privados, atuantes num determi- As funções do CAR se alinham perfeita-
nado território, tenham conhecimento dos mente aos pressupostos do ordenamento
interesses e suas práticas de ocupação. (39) territorial: estabelecer a ordem nos diversos
86
Perspectivas pós-CAR: a construção de paisagens sustentáveis
87
Capítulo V
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Perspectivas pós-CAR: a construção de paisagens sustentáveis
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Capítulo V
90
Perspectivas pós-CAR: a construção de paisagens sustentáveis
em 2012 pelo novo Código Florestal. Afi- é recompensado financeiramente pelo pro-
nal, o CAR é um instrumento que permite dutor que possui déficit de RL, desde que a
o diagnóstico dos ativos ambientais, uma cobertura vegetal tenha sido removida antes
premissa básica para a remuneração de de julho de 2008 e os negociantes estejam
quem os conserva. É muito provável que, inscritos no CAR.
em breve, os programas de PSAs estejam
legalmente amarrados ao processo de O ICMS Ecológicoa (ICMS-E) é outro exem-
cadastramento ambiental rural, seja por plo importante de consolidação do meca-
meio da concepção de uma política fe- nismo de PSA. Ele é colocado em prática
deral de PSAs que hoje inexiste, seja pela pelo repasse de parte do Imposto sobre Cir-
alteração nas leis estaduais vigentes. culação de Mercadorias e Serviços (ICMS),
recolhido pelos estados, aos municípios que
O diagnóstico dos imóveis rurais, por con- possuem, por exemplo, UCs e mananciais. (44)
seguinte, responde ao questionamento
acima sobre a relação entre o CAR e o Municípios interessados em incrementar
PSA, justificando sua íntima sinergia no suas receitas para a melhoria da qualidade
meio rural. Sem um diagnóstico sistema- de vida da população podem encontrar no
tizado, preciso e cientificamente emba- ICMS-E uma boa solução aliada à conserva-
sado, tal como é proposto pelo CAR, ção ambiental. Nesse cenário, o CAR tem
não se pode quantificar e qualificar os um enorme potencial de contribuição para
recursos e a importância dos respectivos o aumento das receitas municipais, pois já se
serviços ambientais de uma determinada discutem instrumentos legais – no Estado do
região rural – por exemplo, o seu poten- Pará, por exemplo – em que o ICMS-E tam-
cial de servidão florestal. Sem o CAR, a bém contemple a recuperação de áreas de-
intangibilidade desses ativos bloquearia gradadas e áreas de regularização ambiental,
qualquer tentativa de efetivação dos pro- objetos principais do instrumento de CAR. (45)
gramas de PSAs. “A floresta está em pé? A TNC trabalha para que o modelo de PSA
Em que condições? Qual a sua função no seja parte das estratégias para se criar solu-
contexto ambiental da região? Qual o ções sustentáveis, com enfoque na preserva-
seu valor?” Respostas a essas perguntas ção da biodiversidade, bem como na garantia
só poderão ser dadas com a efetivação da quantidade e da qualidade dos recursos
do CAR em escala e com alta precisão ambientais. Incentiva e participa de vários
técnica, possibilitadas por ferramentas projetos de PSAs, sejam voltados ao estabe-
tecnológicas de vanguarda. lecimento do ICMS-E, sejam relacionados à
A Cota de Reserva Ambiental (CRA), tam- conservação da água, como o Projeto Produ-
bém abordada anteriormente, é um exem- tor de Água, desenvolvido em conjunto com
plo emblemático de fomento aos PSAs. A vários parceiros e com a Agência Nacional de
comercialização de excedentes de RL dos Águas (ANA), criadora do modelo. (46)
imóveis rurais, por si só, explica o paga- O Projeto Produtor de Água busca proteger e
mento àqueles que detêm coberturas de reflorestar matas nativas e APPs de forma a
reservas acima do que o novo Código exi-
ge. Aquele que conserva esse excedente a Maiores informações sobre o ICMS Ecológico:
www.icmsecologico.org.br.
91
Capítulo V
fiquem, quantifiquem e
monitorem as APPs, es-
tabelecendo os parâme- Agricultura de Baixo Carbono
tros que viabilizem o pa- (ABC)
gamento pela preservação
dos recursos hídricos. Com o Plano de Agricultura de Baixa Emissão
Dentre todos esses exemplos de Carbono (Plano ABC) e o respectivo Pro-
de PSAs, por fim, vale abordar grama para Redução de Emissão de Gases de
a iniciativa global de Redução de Efeito Estufa na Agricultura (Programa ABC),
Emissões por Desmatamento e De- o Governo Federal pretende estabelecer
gradação Florestal, conhecido como uma nova etapa de desenvolvimento agro-
REDD+. O mecanismo prevê a compensação pecuário no Brasil. Desta sorte, dá vazão à
de emissões de carbono por meio do finan- implantação da Agricultura de Baixa Emissão
ciamento internacional, com recursos de pa- de Carbono, ou simplesmente “ABC”, com o
íses desenvolvidos, para a preservação das intuito de controlar e reduzir a emissão de
florestas nos países em desenvolvimento. É gases de efeito estufa (GEEs), a exemplo do
um exemplo dos chamados Mecanismos de gás carbônico, metano e óxido nitroso.
92
Perspectivas pós-CAR: a construção de paisagens sustentáveis
A ABC tem como proposta a adoção de mé- do Brasil (CNA), o Programa ABC permitirá
todos de produção e tecnologias com alto abandonar definitivamente a ultrapassada
nível de sustentabilidade, tais como: (62) agricultura extrativista de produção, prati-
• Integração de sistemas
agropastoris, silvipastoris, O Plano ABC é um instrumento governamental de políti-
silviagrícolas e agrossilvi- ca pública – alinhado à Política Nacional sobre Mudanças
pastoris; Climáticas – que objetiva promover o investimento em
tecnologias sustentáveis, com foco na adoção de Boas
• Uso de sistemas como o Práticas Agrícolas e na integração de sistemas produtivos
Sistema de Plantio Direto mais eficientes. Pretende, assim, melhorar as condições
(SPD), Integração Lavoura- socioeconômicas do produtor e da população, ao lado
-Pecuária-Floresta (iLPF), da preservação dos recursos naturais e da redução da
recuperação de áreas e emissão dos GEEs.
pastagens degradadas, en-
tre outros;
cada por muitos agricultores brasileiros que,
• Uso de tecnologias que possibilitem a por diversas razões, ainda não dispõem de
substituição de insumos com alto poten- acesso às tecnologias de menor impacto
cial de emissão de GEEs. ambiental.
O Programa ABC é uma linha de crédito rural do BNDES que disponibiliza recursos oficiais para
o financiamento voltado à adoção de tecnologias que reduzam as emissões de GEEs pelos
imóveis rurais brasileiros. Por sua vez, o CAR é uma condicionante obrigatória para o acesso ao
Programa.
93
Capítulo V
Foto © Rui Rezende
94
Perspectivas pós-CAR: a construção de paisagens sustentáveis
95
natural, o que favorece consideravelmente
os ganhos com a floresta em pé.
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Perspectivas pós-CAR: a construção de paisagens sustentáveis
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Foto © PreservaAmbiental.com
98
Capítulo V
Perspectivas pós-CAR: a construção de paisagens sustentáveis
99
Capítulo VI
VI.
P
ROJETOS E
LIÇÕES DO CAR
experiências de destaque
Foto © Rui Rezende
100
Projetos e lições do CAR: experiências de destaque
P ara maximizar a conservação do habitat natural nas áreas de agricultura e pecuária, a TNC
e seus parceiros desenvolveram e implantaram iniciativas pioneiras de conciliação entre os
imóveis produtivos e o meio ambiente. Nos estados do Mato Grosso e do Pará, por exemplo,
a origem do Cadastro Ambiental Rural (CAR) se deve aos esforços concentrados de múltiplos
atores e parceiros, aliados essenciais dos projetos da TNC que contribuíram para dar solidez
ao processo de regularização dos imóveis rurais.
Importante é trazer à luz alguns dos projetos e experiências que serviram de embrião para
a proposta de operacionalização do CAR no país pelo conjunto de arranjos institucionais
formados entre a TNC, instituições públicas, privadas e do terceiro setor. Entre os objetivos
dos projetos apresentados a seguir – sempre com foco no produtor rural – destacam-se as
Foto © Rui Rezende
intenções de facilitar o cadastramento dos Sul, foi consolidada uma sistemática de ca-
imóveis rurais e de aprimorar a metodologia dastramento que permite uma série de bene-
junto às esferas governamentais. fícios ambientais de relevante contribuição
para a conservação ambiental no Brasil.
Nos estados do Mato Grosso e do Pará, o
CAR teve a sua gênese operacional baseada A seguir, é traçada uma síntese histórica de
nas metodologias implantadas por um con- alguns projetos bem-sucedidos capitaneados
junto de parceiros do qual a TNC faz par- pela TNC e de grande representatividade
te. Nesses estados, e mais recentemente na nacional. Projetos que vêm permitindo a exe-
Bahia, Goiás, Tocantins e Mato Grosso do cução plena do CAR e o estabelecimento
101
Capítulo VI
Mato Grosso
O estado do Mato Grosso dispõe de uma área total
de aproximadamente 90,3 milhões de hectares, sendo
25% a fração formada por Terras Indígenas e UCs. Os
outros 75% da área, cerca de 67,5 milhões de hectares
– aproximadamente 16 vezes a área total da Holanda –,
são pertencentes a imóveis passíveis de cadastramento
ambiental rural. (47)
102
Projetos e lições do CAR: experiências de destaque
Nova Mutum
400 Tapurah
Sapezal
300
Campos de Júlio
Nova Ubiratã
200
Brasnorte
100 Juína
Feliz Natal
0 Lucas do Rio Verde
nov/2009 nov/2010 nov/2011 maio/2012 abr/2013
Fonte: TNC
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fortes aspectos da metodologia –, esse va- tura Municipal de Lucas do Rio Verde, SEMA-
lor caiu para cerca de cem reais, referentes à MT, Ministério Público Estadual, TNC, Sindi-
ART do engenheiro contratado e custos de cato Rural de Lucas do Rio Verde, Fundação
cartório. Rio Verde, Instituto Sadia de Sustentabilida-
de e empresas como a Syngenta, Amaggi,
A parceria formada para a concretização do Sadia e Fiagril. Em maio de 2008, o projeto
projeto, que foi liderado pela TNC no mu- concluiu o diagnóstico da situação ambien-
nicípio, teve a participação da SEMA-MT, tal, trabalhista e do uso de agroquímicos em
da prefeitura e de sindicatos do setor rural, todas as propriedades rurais do município,
madeireiro e dos trabalhadores. Os sindica- identificando os passivos ambientais existen-
tos foram determinantes para o sucesso do tes e as oportunidades para melhorar a pro-
projeto, pois direcionavam os produtores à dução de cada propriedade. (48)
Sala de Projeto estabelecida na prefeitura,
para orientações sobre a importância de se Desde então, a empreitada vem identifican-
aderir ao CAR. do e aplicando mecanismos técnicos, jurídi-
cos e financeiros para apoiar a regularização
Embora o mapeamento do município esteja socioambiental e aprimorar os aspectos tec-
praticamente completo e muitos processos nológicos que conduzem à produção susten-
de CAR já protocolados na SEMA-MT, uma tável no Município de Lucas do Rio Verde. Foi
das dificuldades enfrentadas pela equipe lo- um projeto de sucesso emblemático que se
cal foi a morosidade das fases administrativas propôs a adequar as propriedades rurais do
para a liberação do certificado. Isso repre- município, mediante a regularização ambien-
sentou um obstáculo importante no aces- tal das RLs, a restauração das APPs degra-
so dos produtores aos financiamentos, pois dadas e a implantação de áreas protegidas
sem o certificado do CAR os recursos ficam contínuas de ecossistemas nativos. Como
indisponíveis e os investimentos na produ- resultado paralelo e não menos importante,
ção diminuem. Remanescem muitos proces- preparou-se o caminho para o cumprimento
sos a serem analisados e o aparelhamento do Código Florestal, com a simplificação do
do Estado, uma realidade brasileira em geral, processo de cadastramento e a redução dos
não permite maior celeridade dessas análi- custos do produtor para obter o licencia-
ses. De qualquer maneira, esse aspecto não mento ambiental. Promoveu-se também o
deve justificar qualquer protelação na ade- uso correto de agroquímicos de acordo com
são dos produtores ao CAR, pois, segundo a Norma Regulamentadora nº 31 do Ministé-
recomendação da própria equipe do projeto, rio do Trabalho e Emprego (MTE). (48)
a inscrição imediata reforça seus direitos e
garante maior segurança jurídica. O projeto viabilizou a geração de uma imen-
sa base de dados sobre o município, conten-
do informações precisas, tais como:
Lucas do Rio Verde
• Área do município;
Entre os anos de 2005 e 2006, iniciou-se o
• Extensão total hidrográfica;
Projeto Lucas do Rio Verde Legal, formado
pelo seguinte conjunto de parceiros: Prefei • Número de nascentes;
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Foto © PreservaAmbiental.com
• Número e área de lagos;
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Ministério do Meio Ambiente, TNC e Banco Mundial:
Projeto de Assistência Técnica para o CAR
• Inserção de dados dos imóveis rurais nas bases de dados das SEMAs
dos estados do Mato Grosso e do Pará.
114
Outros parceiros somaram esforços fundamentais para a realização desses objetivos, tais
como as próprias SEMAs, o INCRA-PA, as prefeituras municipais e os sindicatos de produtores
e de trabalhadores rurais. No Pará, um dos parceiros de destaque foi o Ministério Público Fe-
deral (MPF) que teve expoente influência nos resultados positivos do projeto de assistência.
1,200 1,169
1,070
1,053
Área (milhões de ha)
1,000
0,704
0,800
0,623
0,600
Fonte: TNC
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Evolução da área cadastrada em função do projeto de assistência
nos dois municípios do Pará
1,000 0,973
0,800
0,651
0,600
0,343
0,400
0,200
0,000
Marabá
Santana do Araguaia
Área Cadastrável Área com CAR existente pré-projeto Área com CAR existente pós-projeto
Fonte: TNC
O projeto alcançou mais de 80% de imóveis rurais mapeados relativos aos três municípios
selecionados do Estado do Mato Grosso (exceto UCs públicas, Terras Indígenas e áreas ur-
banas), que também foram georreferenciados e inseridos na base de dados da SEMA-MT,
viabilizando avanços na emissão do CAR.
No caso do Pará, além de resultados igualmente positivos, o estado ainda recebeu o mapea-
mento do uso do solo referente ao ano de 2011 para os dois municípios sujeitos à intervenção
do projeto.
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Foto © PreservaAmbiental.com
Embora tenha havido muitas dificuldades no processo, como um mercado ainda não pre-
parado para o enfrentamento dos respectivos desafios, insuficiência de
profissionais capacitados para a realização de PRAD em APPs e a in-
segurança jurídica dos produtores em meio às possíveis mudanças
do Código Florestal, muitas lições foram aprendidas por todos
os parceiros envolvidos.
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secretário afirma que o aumento do número equivalente a 1,6 milhão de hectares. Assim,
de cadastramentos rurais realizados no mu- a TNC ajudou a consolidar o CAR numa área
nicípio reduziu substancialmente os índices total de 12,5 milhões de hectares, o que re-
de desmatamento. Isso porque no momen- presenta 20% da área cadastrável do esta-
to em que o produtor se inscreve no CAR, do. (53)
torna-se mais cauteloso com relação à co-
bertura vegetal de sua propriedade, pois tem Dos treze municípios beneficiados pela atu-
consciência de que já está oficialmente sob ação da TNC no Pará, sete deles atingiram
um controle mais efetivo do Estado. Em con- a marca de 80% do território já cadastrado:
trapartida, o produtor poderá receber, num Cumaru do Norte, Ourilândia do Norte, Tu-
futuro breve, uma série de outros benefícios cumã, São Félix do Xingu, Marabá, Santana
relacionados à inscrição no CAR, a exemplo do Araguaia e Paragominas. (53)
da redução de impostos de âmbito estadual. Baseada nas experiências de desenvolvi-
A TNC participou de projetos de CAR em mento metodológico e operacionalização
treze municípios no Pará, totalizando uma técnica do CAR, a TNC também apoiou a
área de 10,9 milhões de hectares em 16 mil regulamentação estadual que versa sobre
imóveis rurais, fornecendo sua base técnica parâmetros técnicos para elaboração e re-
e metodológica, apoio na articulação inte- cepção de bases digitais georreferenciadas e
rinstitucional e diversos recursos operacio- mapeamento do uso do solo. (53)
nais. Em parceria com o INCRA, promoveu Considerando os municípios críticos que se
o cadastramento de 133 assentamentos, o
Foto © Ami Vitale
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vante da geração de dados muito pouco con- de outros produtores – a exemplo das Cotas
fiáveis, devido à inexistência de uma siste- de Reserva Ambiental (CRAs) –, que gerarão
mática técnica e cientificamente embasada. lucros para produtores com índices de co-
Produtores afirmam que pagaram até cinco bertura maiores do que os exigidos pela lei.
mil reais pelo serviço de CAR individual, que
foi executado, inclusive, de maneira incorre- Nessa mesma linha, o produtor cita outro
ta, gerando retrabalhos. Na implantação do exemplo de extrema relevância num con-
projeto em escala, com metodologias e tec- texto mais amplo viabilizado pelo CAR: o
nologias sistematizadas que formaram uma maior cuidado dispensado com a proteção
base de informações de extrema credibilida- das RLs quando consideradas como verdadei-
de, esse valor sofreu uma queda de 96% por ros ativos econômicos dos imóveis. Ao per-
imóvel para o produtor. ceberem que as RLs também podem gerar
receitas, inclusive com o manejo sustentado
Sob o ponto de vista do produtor Marcus da área, surge uma intensa preocupação em
Vinicius Scaramussa, do município de Para- mantê-las intactas. “Afinal, quem vai querer
gominas, o CAR possibilitou identificar áre- perder dinheiro?”, questiona.
as de baixa aptidão agrícola, mas com altas
taxas de regeneração natural; aspectos que Agora, o município de Paragominas aventa o
viabilizaram significativamente os custos de uso dos dados obtidos para auxiliar no orde-
readequação das RLs. O produtor também
ratificou a facilidade de se obter financia-
Foto © PreservaAmbiental.com
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governança mais robusta, a TNC já vem pre-
parando uma iniciativa pós-cadastramento,
na qual integrará o Sindicato de Produtores
Rurais, a Marfrig – empresa do setor pecuá-
rio –, além da grande varejista Walmart. As-
sim, pretende implementar um importante
modelo de cadeia de suprimentos, de forma
sustentável e integrada com a pecuária no
Município de São Félix do Xingu.
Outros resultados
128
nificativa influência para o acompanhamento
eficaz da paisagem regional. (54)
129
Capítulo VI
130
ao processo foram entregues. A partir daí, à
semelhança da etapa de validação proposta
na metodologia passo-a-passo, executa-se
uma conferência da interpretação da imagem
de satélite referente à identificação das áre-
as abertas, da hidrografia definida pelo técni-
co ambiental e das possíveis sobreposições.
Havendo conformidade nos dados informa-
dos, o CAR-provisório é então convertido
em CAR definitivo, expedindo-se o respecti-
vo certificado.
Bahia
A região Oeste da Bahia abrange mais de trin-
ta municípios e ocupa cerca de 20 milhões
de hectares. Dentre suas características na-
turais, destacam-se o relevo – o planalto e
a planície – e a vegetação nativa composta
de cerrado, transição e caatinga. O planal-
to é dominado pela vegetação de cerrado e
desde a década de 90 vem sendo ocupado
por atividades agrícolas como a produção de
soja e algodão. Por outro lado, a planície é
ocupada por atividades pecuárias e projetos
de irrigação para assentamentos rurais.
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Capítulo VI
de 45% de vegetação nativa em seu territó- propriedades rurais gerou uma movimenta-
rio; já no caso do Município de Cocos, a ve- ção no Governo do Estado que, em 2010,
getação nativa ultrapassava os 80%. criou o Plano Oeste Sustentável, incluin-
do ações da TNC e seus parceiros, além de
ações destinadas à regularização ambiental
Mapeamento dos limites das atividades agropecuárias. Paralelamente,
das propriedades estimulou a implementação de ações am-
bientalmente estratégicas como, por exem-
A identificação dos limites dos imóveis rurais plo, o reflorestamento.
na região tem apresentado um desafio maior
se comparado a outras regiões de atuação
da TNC. A fase inicial do projeto, com recur- Criação da Comissão de Assessoria
sos do MI, alcançou resultados pequenos, Técnica para Regularização
mas muito importantes devido à implemen- Ambiental (CATRA)
tação da estratégia na região. O grande salto
se deu com a parceria das prefeituras de LEM O aumento na quantidade de novos proces-
e São Desidério, mediante o georreferencia- sos de regularização ambiental gerou uma
mento das propriedades rurais em processo preocupação não só com o fluxo de anda-
de regularização ambiental. No final de 2012 mento destes processos, mas também com
já havia cerca de 50% do território de LEM e a baixa qualidade verificada em boa parte de-
de 25% do território de São Desidério incluí- les. Para melhorar a qualidade e, dessa for-
dos no banco de dados relativos aos limites ma, obter maior eficiência e celeridade nas
das propriedades. solicitações dos proprietários rurais, criou-se
a CATRA, uma comissão formada por repre-
sentantes da SEMA-BA, AIBA e TNC para
Ajustes na legislação ambiental análise prévia dos processos. Até o final de
2012, analisaram-se mais de 400 processos
Desde o início das atividades foram identi- e foram solicitadas centenas de ajustes que
ficados procedimentos administrativos que melhoraram a qualidade dos pedidos de re-
causavam dificuldades na implementação gularização ambiental.
do projeto. No sentido de superar tais en-
traves, uma lei estadual, um decreto, uma Os avanços acima mencionados, fruto da
instrução normativa e uma portaria foram atuação de um importante conjunto de par-
editados, criando procedimentos administra- ceiros, fazem da Região Oeste da Bahia um
tivos menos burocráticos e mais atraentes “terreno bem preparado” para o impulso ini-
ao proprietário rural. cial à implementação efetiva do CAR no es-
tado como um todo.
134
Projetos e lições do CAR: experiências de destaque
135
Foto © Rui Rezende
EPÍLOGO
O uso do esquema passo-a-passo descrito neste livro, que bem sintetiza a metodologia de
cadastramento dos imóveis rurais, pode ser disseminado entre governos e instituições interes-
sadas em aumentar o desempenho das suas atividades pertinentes ao CAR.
É possível conciliar produção e conservação? A TNC tem consciência de que sim, é possível.
Caso contrário, todo esse esforço não valeria a pena. O cadastramento de imóveis rurais foi
instituído prioritariamente com esse grande objetivo.
Longe de ser apenas mais um banco de dados repleto de informações sobre propriedades e
136
posses rurais, menos ainda imposto como um instrumento de punição, o CAR vem se estrutu-
rando para estabelecer um ponto de partida. Um referencial que guiará a construção de uma
nova era de produção no campo.
O instrumento de cadastro pode ser visto como um diagnóstico da saúde ambiental rural.
Não seria possível prognosticar medidas de recuperação de áreas degradadas, sem antes sub-
meter o meio rural a uma enorme radiografia de suas atividades, condições socioeconômicas,
culturais e ambientais. Mais do que isso, deve ser entendido como um respeitável movimento
da sociedade com vistas à autopreservação e, consequentemente, à formação das paisagens
produtivas sustentáveis.
Diante dessa enorme escola que vem permitindo um contínuo aprendizado sobre a conserva-
ção ambiental dos biomas brasileiros, a TNC acredita que os esforços junto aos seus parceiros
têm surtido resultados extraordinários. Traduzem-se em ações concretas e eficazes para a
mobilização nacional rumo ao ideal da preservação ambiental. Hoje, graças a esses e outros
movimentos, todos apoiam o Cadastro Ambiental Rural.
137
LISTA DE ABREVIATURAS COIAB – Coordenação das Organizações Indí-
genas da Amazônia Brasileira
APPD – Área de Preservação Permanente De- EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-
gradada pecuária
ASSOMOGI – Associação dos Produtores de FAO - Organização das Nações Unidas para Ali-
Cana do Vale do Mogi mentação e Agricultura
CAFI – Centro Amazônico de Formação Indí- IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
gena e dos Recursos Naturais Renováveis
LEM – Município de Luís Eduardo Magalhães RTRS – Mesa Redonda da Soja Responsável
LRV – Município de Lucas do Rio Verde SICAR – Sistema de Cadastro Ambiental Ru-
ral
MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário
SIG – Sistema de Informações Geográficas
MDL – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
SINCOMPAR – Sindicato dos Comerciantes
MDS – Ministério do Desenvolvimento Social de Paragominas
e Combate à Fome
SINDISERPA – Sindicato do Setor Florestal
MI – Ministério da Integração Nacional de Paragominas
MMA – Ministério do Meio Ambiente SINIMA – Sistema Nacional de Informação
MPOG – Ministério do Planejamento, Orça- sobre o Meio Ambiente
mento e Gestão SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Am-
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego biente
PRAD – Projeto de Recuperação de Áreas De- WWF – World Wide Fund for Nature
gradadas ZEE – Zoneamento Ecológico-Econômico
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Foto © Rui Rezende
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