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Sinteses Cinema
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A CULTURA DO CINEMA
Nos primeiros anos do século XX e até perto da II Guerra Mundial desenvolveram-se no seio
da cultura ocidental um conjunto de experiências artísticas a que normalmente nos referimos
como arte de vanguarda. Este fenó meno, protagonizado tanto por artistas como por
intelectuais, críticos de arte e galeristas, desencadeou uma verdadeira revolução que não só
afetou a vertente artística das suas criaçõ es, como também determinou uma autêntica
transformação dos conceitos de arte, de artista e de obra de arte até então vigentes.
Organizados em grupos e reunidos em espaços pú blicos que ficaram reconhecidos como
«lugares de culto» (bares, cafés, clubes noturnos), estes homens implementaram estratégias
de luta contra o sistema (donde resultaria a atribuição do termo «vanguarda»), publicando
artigos, panfletos e manifestos, organizando exposiçõ es e intervençõ es pú blicas, e mantendo
entre si um contacto muito dinâmico e frutífero. Num ambiente de autêntica efervescência
cultural sucederam-se diversas experiências inovadoras configuradas numa vertiginosa
multiplicidade de «ismos» (Fauvismo, Expressionismo, Cubismo, Orfismo, Futurismo,
Dadaísmo, Suprematismo, etc.), em obras e intervençõ es que em comum apresentavam um
desígnio de rutura e experimentalismo.
Por outro lado, o caráter divergente destas experiências decorria da própria conceção da obra
de arte como uma entidade fragmentária, subjetiva e plural, estabelecendo uma «obra aberta»
a uma pluralidade de sentidos que se contrapunham à totalidade, imutabilidade e estabilidade
das criaçõ es artísticas académicas. Assim, as vanguardas romperam os limites dos
tradicionais géneros e hierarquias artísticas, normalmente designadas por «belas-artes», e
propuseram uma nova relação entre o artista, a arte e o espetador. Neste sentido, o pú blico
passava a ter uma participação ativa em todo o processo: convidado a participar no sistema
criativo, o pú blico devia conferir sentido à obra e completar o seu ciclo artístico, para além de
se converter num agente deste processo de integração da obra de arte no quotidiano.
No campo da arquitetura, a dinâmica vanguardista do início do século XX traduziu-se no
chamado Movimento Moderno, produzido sobretudo no período entre Guerras e associado a
outros termos como «funcionalismo», «racionalismo» ou «organicismo». A arquitetura
modernista pretendeu responder às exigências funcionais da sociedade industrial, quer
resolvendo problemas urbanos e arquitetó nicos, quer propondo uma linguagem
arquitetó nica que representasse os novos valores dessa sociedade. Daí que o edifício fosse
Nascer da Lua e Pôr do Sol, Paul Klee,
1919.
concebido como organismo racional análogo a uma máquina, conceito expresso na célebre
Juntamente com Kandinsky, Paul Klee frase de Le Corbusier que entendia «a casa como uma máquina de habitar». Uma ideia que
pertenceu ao grupo fundador implicava tanto a utilização de elementos e materiais normalizados e estandardizados, como a
do movimento Der Blaue Reiter.
A sua obra anuncia a total rutura
submissão da forma e dos espaços à eficácia do seu funcionamento. Irradiando por toda a
da arte com o real, recorrendo a Europa do pó s-guerra como vetor de transformação da cidade, o Movimento Moderno
figuras esquemáticas, grafismos vários redefiniu-se no Estilo Internacional como uma linguagem arquitetó nica universal.
e pictogramas.
Paisagem com Árvores Vermelhas,
Maurice de Vlaminck, 1906.
A grande inovação do Fauvismo foi a de utilizar a
cor pura como elemento plástico autónomo,
como elemento estruturante do espaço do
quadro segundo uma lógica interna. A cor deixa
de se referir ao real, para adquirir um valor
próprio na organização da composição.