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Universidade Licungo

Faculdade de Ciências Naturais e Matemática

Licenciatura em Ensino de Química


4º Ano

JOSEFINA ESTROLIO OLIVEIRA

Concepção e elaboração dum meio didáctico para leccionação de aulas


de Química no ESG: materiais experimentais de baixo custo

Quelimane

2022
JOSEFINA ESTROLIO OLIVEIRA

Concepção e elaboração dum meio didáctico para leccionação de aulas


de Química no ESG: materiais experimentais de baixo custo

Trabalho de carácter avaliativo a ser apresentado


na Cadeira de Prtáicas Pedagógicas de Quimica II

Quelimane

2022
Índice
1. Introdução.................................................................................................................. 4

1.1. Objectivos .......................................................................................................... 5

1.1.1. Objectivo Geral .............................................................................................. 5

1.1.2. Objectivos Específicos ................................................................................... 5

2. Referencial Teórico ............................................................................................... 6

2.1. Concepção e elaboração dum meio didáctico para leccionação de aulas de


Química no ESG ........................................................................................................... 6

2.2. Explicação do meio didáctico construído .......................................................... 9

3. Conclusão ................................................................................................................ 12

Referências Bibliográficas .............................................................................................. 13


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1. Introdução

A disciplina de Química é de fundamental importância para o desenvolvimento intelectual e


crítico do adolescente. No entanto, é vista por muitos como uma disciplina, chata e difícil. A
grande maioria dos alunos possui aversão a seus conteúdos, outros apenas decoram e poucos
são os que possuem afinidade com esta ciência.

Este pesquisa objectiva investigar como o uso de experimentos científicos com materiais de
baixo custo, pode auxiliar na compreensão de conteúdos sistematizados pelas diferentes
ciências naturais, e como a contextualização de conceitos, leis e teorias científicas pode
motivar o aluno para que tenha uma visão mais abrangente da realidade e do universo, de
modo que o ajude a compreender de forma significativa os conteúdos disciplinares escolares.

Os resultados da pesquisa demonstram que a utilização de experimentos associados ao


conteúdo teórico, promove o interesse pela disciplina e a busca do discente por respostas às
suas dúvidas, proporcionando melhoria na aprendizagem. Com a utilização de experimentos
de baixo custo é possível melhorar o interesse pela disciplina e demonstrar que a química está
presente em todos os lugares.
O presente texto subordina – se ao tema: Concepção e elaboração dum meio didáctico para
leccionação de aulas de Química no ESG: materiais experimentais de baixo custo

Este texto objectiva – se em conceber e elaborar um meio didáctico para leccionação de aulas
de Química no ESG: materiais experimentais de baixo custo. A metodologia utilizada é uma
revisão bibliográfica, focada em livros sobre a temática. Em termos de estrutura, o trabalho
esta dividido em três (03) grandes capítulos: Capitulo I (Introdução), capitulo II (referencial
Teórico) e Capitulo III (Conclusões). Mas adiante são apresentados às referências
bibliográficas.
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1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
 Conceber e elaborar um meio didáctico para leccionação de aulas de Química no ESG:
materiais experimentais de baixo custo.
1.1.2. Objectivos Específicos
 Identificar as formas de concepção e elaboração de meios didácticos para leccionação
de aulas de Química no ESG: materiais experimentais de baixo custo;
 Explicar as formas de concepção e elaboração de meios didácticos para leccionação de
aulas de Química no ESG: materiais experimentais de baixo custo;
 Caracterizar as formas de concepção e elaboração de meios didácticos para
leccionação de aulas de Química no ESG: materiais experimentais de baixo custo;
 Elaborar meios didácticos para leccionação de aulas de Química no ESG: materiais
experimentais de baixo custo;
 Reconhecer as formas de concepção e elaboração de meios didácticos para
leccionação de aulas de Química no ESG: materiais experimentais de baixo custo.
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2. Referencial Teórico
2.1. Concepção e elaboração dum meio didáctico para leccionação de aulas de
Química no ESG

Actualmente, o ensino de Química não tem sido muito eficaz no preparo do aluno para
ingressar em cursos superiores e no mercado de trabalho. Falta capacitar o aluno para avaliar
alternativas, agir criticamente ou trabalhar em grupos.

Quando o estudante aprende de forma mecânica, o conteúdo é memorizado somente para uma
prova, e depois descartado, não havendo qualquer tipo de aprendizagem significativa: “é o
caso de um estudante que aprende para evitar uma nota baixa ou uma surra, para passar de
ano, para ter uma profissão mais tarde, para agradar o professor que considere simpático ”
(Laburú, Barros & Kanbach, 2016).

Este trabalho cinge – se em conceber e elaborar meio didáctico para a leccionação de


Química, assim o meio didáctico construído são os materiais experimentais de baixo custo,
conforme as imagens abaixo ilustradas:

Lenha Limão (acido acético)


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Equilíbrio químico Fogo (combustão)

Fenômeno químico (transformação da matéria)

Água (substancia química): reagente universal misturas (compostos)

Fonte: w.w.w.google.com. acessado em 30/03/2022 pelas 15:10 minutos.

O uso de actividades experimentais consiste numa prática docente que mostra a relação entre
teoria e resultados experimentais, o que a torna muito produtiva, já que fornece aos alunos
modelos de observação, raciocínio e interpretação. Através dessa estratégia de ensino é
possível ao aluno formar seu próprio critério científico, onde este fará uso de seus
conhecimentos teóricos e intuição para chegar a uma compreensão das experiências, ou seja,
reforçar a aprendizagem.

Os experimentos com materiais de baixo custo, segundo Wisniewski (1990), apresentam as


seguintes características: são simples, baratos e de fácil aquisição. Eles permitem que os
alunos percebam que a ciência está em todos os lugares. De acordo com Millar (2014), no
ensino das ciências naturais, é importante aprender manipulando objetos reais para observar e
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entender melhor a respeito das causas dos fenômenos observados, de modo que, com
materiais simples, os conceitos teóricos das ciências naturais podem ser compreendidos e, até
mesmo, reproduzidos em suas residências.

Assim, presume – se que o professor de química e de outras ciências exatas deve procurar no
decorrer do ensino da disciplina resolver exercícios para fixação da essência dos conteúdos.
Problemas e estudos de casos que gerem desafios são sempre formas de identificar o
aprendizado. O aluno individual ou em equipe pode pesquisar sobre um conteúdo ministrado
e trazer como seminário aplicações deste. Quando houver aulas experimentais o docente deve
mostrar como fazer e requisitar um relatório da prática com introdução teórica, parte
experimental descritiva e interpretar e discutir resultados.

No ensino de Química, os materiais de baixo custo são essenciais na medida em que o aluno
tem a oportunidade de aprender por meio de um experimento, a sua construção do
conhecimento acerca do objeto implica o exercício da curiosidade e de sua capacidade crítica
de comparar e perguntar (Freire,1997).

Assim sendo, o trabalho com experimentos manipuláveis possibilita que o aluno consiga por
conta própria, desenvolver a capacidade para criar projeções teóricas, utilizando
potencialidades cognitivas que são fundamentais para o processo de aprendizado: a
experimentação consegue dar sentido real aos conteúdos ensinados (Andrade & Teixeira,
2017): deste ponto de vista, a experimentação não pode ser somente considerada uma
estratégia metodológica de ensino, pois tem o papel de contribuir decisivamente para o
desenvolvimento do pensamento científico (Amaral, 1997).

Todo ser humano é dotado de concepções construídas a partir de experiências e conflitos vi-
vidos; a aprendizagem precisa ser significativa para ter o papel de ampliar e reconfigurar o
próprio conhecimento, e ser capaz de expandir-se para novos entendimentos (Ausubel, 2000).

Hodson (1994) ao afirmar que nem todos os alunos veem o uso da experimentação de forma
positiva, pois, por exemplo, na atividade experimental os garotos podem sentir-se mais à
vontade na manipulação de materiais e objetos em relação ás garotas, ou ainda, ocorrer uma
redução desse factor motivador com o passar do tempo. Ou seja, sexo e idade são fatores que
influenciam no desenvolvimento da Experimentação no ensino de Química e Ciências.
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Portanto, o uso da Experimentação no ensino de Química e Ciências se tornou uma forma de


despertar no aluno um maior interesse, desde que vinculadas à construção de um
conhecimento científico em grupo, à possibilidade de promover discussões e investigações
que permitam um enriquecimento do conhecimento a partir dos conhecimentos prévios do
aluno.

Machado e Mortimer (2007) afirmam que além das concepções que os alunos já trazem para a
sala de aula, muito importantes são também as discussões que promovem a construção de
argumentos e justificativas fundamentadas.

As atividades experimentais apresentam uma gama enorme de possibilidades de abordagem, e


de acordo com Araújo e Abib (2003) elas podem ser classificadas em atividades de
demonstração, atividades de verificação e atividades de investigação.

Malheiros (2013) defende que o uso de materiais didáticos proporciona, no processo de


ensino e aprendizagem, alguns benefícios como a facilidade para fixar a aprendizagem,
simplicidade na apresentação de dados, possibilidade de tornar os conteúdos mais concretos e
estímulo à participação dos alunos.

2.2. Explicação do meio didáctico construído

Como se pode observar, o uso dos materiais experimentais de baixo custo, é uma excelente
alternativa para o ensino de Química, mas infelizmente a falta de laboratórios consiste num
empecilho. Por outro lado, é comum confundir actividades práticas com a necessidade de um
ambiente todo equipado com materiais caros. Mas sabe-se que não é bem assim que funciona,
o laboratório é um aliado para o ensino de Ciências, e por ser tão importante podemos fazer
uso de um laboratório alternativo para a execução de tal actividade.

Segundo Veiga (2012), os diferentes materiais de baixo custo, usados para o ensino da
Química proporcionam aos discentes e docentes desde pesquisas a simulações, e que é
possível, que a partir destas sejam confeccionar instrumentos de baixo custo que tornem o
ensino-aprendizagem na química mais interessante.

A aprendizagem do aluno precisa estar alicerçada num desenvolvimento que produza uma
atitude ativa e incentive a criatividade e a imaginação para que o aprendizado ocorra de modo
efetivo, harmonioso e agradável (Barolli, 1998). Desta forma, o uso que se faz de actividades
experimentais – assim como de qualquer outro recurso didático – está profundamente
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relacionado a elementos como os objetivos da educação científica, os processos de


aprendizagem e formação de conceitos, o papel social e cultural da ciência e a formação de
habilidades, competências e atitudes (Santos, Piassi & Ferreira, 2004).

Entretanto, para isso ocorrer da melhor forma, o professor ou divulgador científico deve ter
um planejamento claro a respeito das atividades de cunho experimental que serão realizadas, a
fim de buscar atingir seus objetivos educacionais, por meio das ações propostas. Ao longo das
últimas décadas, pesquisadores têm enfatizado que é importante que o professor busque
alternativas à ausência tão comum de laboratórios bem equipados nas escolas em que
lecionam, como pela utilização de materiais de baixo custo que permitem que sejam
realizados experimentos físicos nas próprias salas de aula regulares, sem a necessidade de
ambientes especiais, tais como laboratórios.

Por outro lado, o uso de materiais de baixo custo, o aluno geralmente torna-se mais
interessado quando manipula um experimento, e mesmo quando não aprendeu o conceito
estudado, ele consegue construir concepções cognitivas conforme o fenômeno é apresentado e
manipulado.

Quando o aluno tem a possibilidade de aprender por meio de uma experiência, ele está vendo
e experimentando o que de fato ocorre: com a ajuda do professor como intermediador com o
conhecimento científico sistematizado, o aluno pode construir um aprendizado significativo.

Ensinar por meio de experimentos permite que os discentes forneçam e testem hipóteses ba-
seadas em suas compreensões intuitivas e espontâneas sobre os fenômenos estudados; o
contraponto com as explicações teóricas debatidas no momento da realização do experimento
pode produzir uma compreensão científica mais sólida a respeito dos fenômenos estudados.

Há necessidade de se buscar alternativas para que o aluno participe das tomadas de decisões,
tornando-se sujeito ativo no processo de ensino-aprendizagem. Para isso torna-se necessário
também uma mudança na postura do professor, acarretando responsabilidades e habilidades
que muitos deles carecem, ou seja, que os processos formativos, inicial ou em serviço, não
foram capazes de oferecer. Assim, a Experimentação, torna-se uma aliada no Ensino de
Química, desde que seja trabalhada de forma correta e que os professores sejam capacitados
para tal.

De acordo com Oliveira (2010), a Experimentação apresenta algumas contribuições tais


como:
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 Motivar e despertar a atenção dos alunos;


 Desenvolver trabalhos em grupo;
 Iniciativa e tomada de decisões;
 Estimular a criatividade;
 Aprimorar a capacidade de observação e registo;
 Analisar dados e propor hipóteses para os fenômenos;
 Aprender conceitos científicos;
 Detectar e corrigir erros conceituais dos alunos;
 Compreender a natureza da ciência;
 Compreender as relações entre ciência, tecnologia e sociedade;
 Aprimorar habilidades manipulativas.

A experimentação pode ser uma estratégia eficiente para a produção de explicações para
problemas reais que permitam uma contextualização, e dessa maneira estimular
questionamentos que encaminhem à investigação. Entretanto, não se pode afirmar
categoricamente que o trabalho prático seja superior a outros métodos, e em determinadas
situações, parece ser menos útil.

O professor deve sempre levar em conta e valorizar as mais variadas formas de pensamento
do indivíduo, propiciando a integração entre o prático e o teórico, avançando em direção à
compreensão e construção de explicações para os fenômenos.

Os recursos de baixo custo no ensino de Química, pode se tornar um recurso pedagógico


importantíssimo auxiliando na construção de conceitos, ou pode ser um empecilho ao
processo de aprendizagem. É importante lembrar que por outro lado, a Experimentação,
quando acompanhada de um processo investigativo, torna-se uma ferramenta de ensino rica,
possibilitando criar situações que venham a motivar os alunos.

Os materiais de baixo custo fazem com que a teoria se adapte à realidade, poderíamos pensar
que, como atividade educacional isso poderia ser feito em vários níveis, dependendo do
conteúdo, da metodologia adotada ou dos objetivos que se quer com a atividade.
Os experimentos de baixo custo permite que os alunos manipulem objetos e idéias e negociem
significados entre si e com o professor durante a aula. É importante que as aulas práticas
sejam conduzidas de forma agradável para que não se torne uma competição entre os grupos
e, sim, uma troca de idéias e conceitos ao serem discutidos os resultados.
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3. Conclusão

Após varias abordagens em torno do tema, conclui – se que que, quando o professor ensina
ciências por meio de atividades experimentais, explicando conceitos complexos e abstratos e
instigando a curiosidade do aluno, este processo permite formar cidadãos estimulados a
aprenderem sobre ciência durante toda a vida por diferentes processos didáticos e a
adquirirem um interesse permanente pela ciência.

No ensino de Quimica, os materias de baixo custo podem oferecer uma contribuição muito
importante no processo de ensino-aprendizagem. Assim, a existência de diversas formas de
abordagem da experimentação como ferramenta no ensino, esta deve ser escolha dos próprios
professores com base nos objetivos propostos para a atividade experimental, com o intuito de
promover o aprendizado de novos conceitos, procedimentos e atitudes.

A experimentação no Ensino de Química torna-se indispensável para o processo de ensino e


aprendizagem dos conteúdos científicos no sentido de que favorece a construção das relações
entre a teoria e a prática, bem como as relações entre as concepções dos alunos e a novas
ideias a serem trabalhadas.

O desenvolvimento destas actividades de extensão de divulgação científica possibilitou


analisar melhor como experimentos científicos com materiais de baixo custo podem ter um
efeito surpreendente para melhorar o aprendizado dos alunos da educação básica nas
disciplinas das ciências naturais. Os resultados apurados também permitiram obter dados mais
consistentes sobre o âmbito do aprendizado, no que se refere a apropriação do saber.

A utilização de materiais de fácil acesso ou baixo custo, ajudam na contextualização da


química a medida que são utilizados em aulas experimentais, demonstrando que não é
necessário, uma grande estrutura laboratorial, para se fazer atividades experimentais na
disciplina de química. A química pode estar mais próxima e acessível a realidade deste aluno,
de escola pública, mesmo que os laboratórios não existam ou sejam precários. Sendo assim,
verificou-se, nesta pesquisa, que o discente foi capaz de perceber que a química está em todo
lugar, inclusive em materiais que estes utilizam no dia a dia e desta forma a contextualização
foi praticada.
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Referências Bibliográficas

1. Amaral, Ivan A. (199). Conhecimento formal, experimentação e estudo ambiental.


Ciência & Ensino, n. 3, p. 10-15.
2. Andrade, A.; Teixeira, R. R. P. (2017). Oficinas de experimentos de baixo custo no
ensino de física. Anais do XXII Simpósio Nacional de Ensino de Quimica.
3. Ausubel, David Paul. (2000). A The Acquisition and Retention of Knowledge
Cognitive View. Nova York: Springer.

4. Barolli, Elisabeth. (1998). Reflexões sobre o trabalho dos estudantes no


laboratório didático. São Paulo: Tese de Doutorado – Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo.
5. Dominguez, Sérvulo Folgueras. (1975). As experiências em química. São Paulo,
Edart.

6. Ferreira, N. Cardoso. (1978). Proposta de laboratório para a escola brasileira – Um


ensaio sobre a instrumentalização no ensino médio de Química. São Paulo

7. Freire, Paulo. (1997). Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra.


8. Laburú, Carlos Eduardo; Barros, Marcelo Alves; Kanbach, Bruno Gusmão. (2016).
Investigações em Ensino de Ciências, v. 12, n. 3, p. 305-320.

9. Millar, Robin. (2014). The role of practical work in the teaching and learning of
science. Washington: High School Science Laboratories: Role And Vision, National
Academy of Sciences, p. 7-19.
10. Veiga, M. S. M.; Quenenhenn, A.; Cargnin C. (2012). O ensino de química. UTFPR.
11. Wisniewski, Gerônimo. (1990). Utilização de Materiais de Baixo Custo no Ensino
de Química Conjugados aos Recursos Locais Disponíveis. Florianópolis.

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