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Esses critérios são exigências para que os Resultados possam ser considerados
Válidos, e todos esses critérios, e ainda outros, fazem parte das competências técnicas
sujeitas à auditoria. Além disso, a ISO 17025:2017 se baseia em Boas Práticas de
Laboratório (BPL) que dão diretrizes sobre Equipamentos, Pessoas, Materiais,
Documentos, Biossegurança, Auditoria e Instalações.
Ter um Laboratório acreditado por meio da norma ISO 17025:2017 significa atender a
requisitos aceitos pelos acordos internacionais de reconhecimento firmados pelo
Inmetro, que dá base para diversas Certificações Nacionais e Internacionais, além de
conferir à empresa o reconhecimento dos clientes que usam dos serviços destes
laboratórios.
As mudanças na ISO 17025:2017 conferiram autonomia para que os Laboratórios
definissem seus próprios Métodos e Procedimentos para executar suas atividades,
deixando à critério dos gestores como serão realizados os Processos e como ocorrerá
a implementação de Metodologias e Procedimentos Laboratoriais, desde que estejam
de acordo com Metodologias conhecidas, ou então, metodologias empregadas que
demonstrem resultados confiáveis.
Ainda, leva em consideração que o Laboratório deve assumir Processos descritos
detalhadamente e que sejam úteis para garantir uma cultura de qualidade e que todos
os analistas realizem ensaios/atividades da mesma maneira. Para isso, estabelece a
existência de Treinamentos e Capacitações para que haja a correta interpretação e
execução das Normas, Procedimentos e Metodologias.
Coloca também como critério técnico a Imparcialidade e Confidencialidade. A
Imparcialidade, pois a equipe de analistas não pode deixar que aspectos externos ou
internos (no ambiente de trabalho) afetem os procedimentos e consequentemente as
medições e resultados das análises. Portanto, é imprescindível que as condições do
analista garantam a imparcialidade das análises, bem como o envolvimento dos
gestores para garantir essa condição. O outro aspecto é a Confidencialidade que
assegura os procedimentos empregados pela empresa para que as informações
disponibilizadas para os colaboradores sejam mantidas em segredo e sejam utilizadas
exclusivamente para realização das análises. Este critério de confidencialidade não está
especificado na Norma ISO 17025:2017, mas pode ser exigida a qualquer tempo
durante uma auditoria por meio de questionamentos (a qualquer colaborador) sobre
critérios de Confidencialidade a fim de averiguar a implementação desse item.
Quanto a estrutura, a ISO 17025:2017 especifica que a empresa deve ter uma estrutura
bem estabelecida e que componha um quadro hierárquico (fluxograma) que organize
as ações da empresa, defina as funções e responsabilidades de cada colaborador, e
também seja capaz de traçar interrelações entre os cargos e suas respectivas atuações
dentro do ambiente de trabalho. Esta organização da estrutura da empresa deve servir
aos colaboradores de tal forma que cada membro da equipe tenha conhecimento de
sua posição dentro da empresa e tenha clareza sobre suas funções e
responsabilidades, de forma a orientar as ações deste durante a execução de suas
tarefas. A pergunta “Quem sou eu e onde estou?” deve ser respondida com clareza e
não podem sobrar dúvidas quanto a sua posição. Este critério é verificado dentro do
Laboratório tendo em vista a organização da empresa como um todo, para verificar se
os Analistas e gestores conseguem cumprir suas funções e responsabilidades tendo em
mente a Visão, Missão e Valores da empresa ao executar suas tarefas.
Poderíamos dizer que outro fator de fundamental importância nesta norma são os
“Equipamentos”. Mas precisamos deixar claro que na Norma ISO 17025:2017,
“Equipamento” se refere a tudo que está envolvido no processo de Medição e produção
de Resultados em Laboratório, ou seja, os Equipamentos (propriamente), Instrumentos,
Cepas, Meios de Cultura, Reagentes, Padrões para Análise, Materiais de Referência
(MRs) e Materiais de Referência Certificados (MRCs). Com isso em mente podemos
fazer as seguintes considerações:
- Todo “Equipamento” deve ser Exato, pois deve envolver o processo de análise de
tal forma que conduza a Resultados corretos (geralmente delimitados por um
range). Também os “Equipamentos” devem ser Precisos, pois devem atuar de tal
forma que produzam resultados constantes, com poucas variações. Ao tratarmos de
Cepas e Meios de Cultura, no caso das Indústrias de Alimentos por exemplo, pode-
se considerar que este critério é verificável quando determinado Meio de
Cultura/Cepa é específico para um dado Micro-organismo e conduz a produção de
resultados Exatos e Precisos para análise deste. Caso o Meio de Cultura seja
inadequado ao Microorganismo em Análise, ele possivelmente promoverá o
crescimento de outros Microorganismos e isso certamente afetará a Qualidade da
Análise, diminuindo a confiabilidade do Resultado;
- Todo “Equipamento” deve ser Checado e Calibrado periodicamente, garantindo
assim a confiabilidade nos resultados obtidos pelo uso destes. Os Meios de Cultura,
Cepas e Reagentes novos devem ser testados antes de seu uso para análises, com
intuito de garantir que atendem aos critérios de análise desejados. Ainda, estes
produtos Químicos e Biológicos devem acompanhar Certificados de Qualidade, que
dão garantia quanto a qualidade do produto utilizado;
- Todo “Equipamento” deve ser Rastreável, ou seja, todos Equipamentos e
Instrumentos devem conter identificação (Número de Série, Tag, Registro, Código)
e todas substâncias Químicas e Biológicas (Reagentes, Meios de Cultura, Cepas)
devem conter Referência e Número de Lote. Estas informações são imprescindíveis
na produção de Registros adequados para identificação de todo o processo de
Análise. Esta Rastreabilidade serve também para garantir que os “Equipamentos”
envolvidos nas Análises estejam de acordo com os critérios de Qualidade e
garantam Resultados Confiáveis;
- Todos “Equipamentos” devem ter Regras de Manuseio. A empresa deve fornecer
Manuais, Procedimentos e Metodologias que garantam o correto uso dos
“Equipamentos” disponibilizados para atividades no Laboratório. Estas Regras de
Manuseio devem ser claras, objetivas e atender às realidades do Laboratório,
evitando duplas interpretações. Toda a equipe do Laboratório deve estar ciente e
saber as regras necessárias para manusear os “Equipamentos” fornecidos pela
empresa, com intuito de garantir a uniformidade das atividades.
FIM