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Conceitos Fundamentais e Testes de Controle

de Qualidade

Conteudista: Prof.ª Mª. Luciria de Freitas Correa


Revisão Textual: Esp. Jéssica Dante

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Introdução
O controle de qualidade de insumos e produtos acabados representa hoje um nicho de mercado
para os profissionais deste setor, possibilitando ao farmacêutico atuar e participar dessa etapa
que é tão importante para que se garanta a qualidade e eficiência de um medicamento ou

cosmético. Encontrando nesta área a possibilidade de exercer com amplitude diversas atividades
inerentes ao verdadeiro profissional.

O controle de qualidade se refere aos testes executados que são exigidos pelas regulamentações
vigentes de acordo com a área e o tipo de produção. Neste material iremos focar em testes
realizados pela Farmácia de Manipulação e pela Indústria Farmacêutica, respeitando as
particularidades de cada setor. Visto que na Farmácia de Manipulação temos produção
individualizada ou em pequenas quantidades, já na indústria temos produções em grandes lotes.
Outro diferencial entre os dois locais é que na Farmácia de Manipulação alguns controles podem
ser realizados por empresa terceirizada e na indústria a exigência é para que os testes sejam
realizados no próprio local.

Quando falamos no assunto “qualidade”, outro setor muito importante é o da Garantia da


qualidade. Responsável pelo esforço documentado que complementa os testes executados e

posteriormente falaremos mais sobre ele.

O Controle de Qualidade e Garantia da qualidade são as palavras de ordem hoje e devem ser
inerentes a qualquer produto ou prestação de serviço na atualidade e, para a farmácia magistral e
Indústria Farmacêutica, fundamental para sua sobrevivência.
Cada setor tem suas vantagens e particularidades, devendo ser respeitados todos os quesitos
exigidos para que se garanta um produto seguro, com efeito adequado e mínimos efeitos
adversos.

Diferenças entre Indústria e Farmácia


Quando se fala em controle de qualidade, é importante lembrar que esta denominação se refere à
junção de procedimentos praticados para garantir que um produto atenda ao que se propõe de
maneira eficiente. Na indústria farmacêutica, a Organização Mundial da Saúde (OMS) define
ainda que esse controle determine, primordialmente, a pureza e eficácia dos medicamentos,
pois na indústria trabalha-se com grandes lotes. Dessa maneira, as exigências são maiores, pois
qualquer falha pode acarretar danos a milhares de pessoas.

Na farmácia de manipulação, a produção é individualizada, e alguns controles são diferentes,


principalmente no que se refere a controle em processo, pois na farmácia os equipamentos
produzem menor quantidade por hora. Mas são apenas diferenças entre os locais. Tanto a
indústria como a farmácia possuem regulamentações muito rigorosas quanto a controle e
garantia de qualidade. Vide RDC 67/2007 e 301/2019. Importante falar que ambos os setores
devem ter áreas para realização dos testes de Controle de qualidade, já a Garantia de qualidade
não é um setor exigido na Farmácia, mas o que é executado por este setor é exigido nos dois.

Itens Relevantes em Relação ao Controle e Garantia da


Qualidade

Qualidade
Produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável,
acessível, segura e no tempo certo, às necessidades do cliente. Garantindo o efeito esperado no
menor tempo possível.
Processo
Combinação dos elementos, equipamentos, insumos, métodos ou procedimentos, condições
ambientais, pessoas e informações do processo ou medidas, tendo como objetivo a fabricação
de um bem ou fornecimento de um serviço. Deve ter início, meio e fim para ser chamado dessa
forma. Quando se fala em etapa de um processo o nome dado é “Operação unitária”.

Item de Controle e Item de Verificação


São características mensuráveis por meio das quais um processo é gerenciado. Os itens de
controle de um processo são afetados por várias causas. As principais causas que afetam os itens
de controle do processo, e que podem ser medidas e controladas, são denominados itens de
verificação.

Problema
Algo que pode interferir no processo, ou seja, é um item de controle que não atingiu o nível
desejado. Sempre importante resolver os problemas com as ações corretivas presentes em
documentos desenvolvidos pela empresa de acordo com os seus funcionamentos e
regulamentações cabíveis.

Manual de Boas Práticas de Produção – MBPP


Farmácia e Indústria devem possuir o manual. As Boas Práticas de Produção são um conjunto de
medidas que visam assegurar que os produtos desenvolvidos e produzidos sejam preparados e
controlados por meio de padrões rigorosos de qualidade apropriados para o uso pretendido e

requerido nas prescrições. Nele deve constar desde a paramentação correta dos funcionários na
área limpa (área de produção) até o transporte do produto final.

Calibração
Conjunto de operações que estabelecem, sob condições especificadas, a relação entre os valores
indicados por um instrumento de medição, sistema ou valores apresentados por um material de
medida, comparados àqueles obtidos com um padrão de referência correspondente.

Data de Validade
O prazo de validade contém a data impressa no recipiente ou no rótulo do produto, ele é definido
pela empresa fabricante levando em conta a formulação e as técnicas usadas na produção,
sendo, portanto, tempo em que o produto mantém suas propriedades, quando conservado na
embalagem original e sem avarias, em condições adequadas de armazenamento e utilização. Se
espera que ele mantenha durante este tempo as especificações estabelecidas, desde que
estocado nas condições recomendadas.

É importante saber que a data do produto ou matéria-prima após aberto modifica e equivale no
máximo a 25% do valor de sua validade total. Ex.: validade total 2 anos, após aberto 6 meses.

Desvio de Qualidade
Não atendimento dos parâmetros de qualidade estabelecidos para um produto ou processo.
Todos os desvios e não conformidades devem ser resolvidos e documentados pelo setor da

garantia da qualidade.

Garantia da Qualidade
Esforço organizado e documentado dentro de uma empresa no sentido de assegurar as

características do produto, de modo que cada unidade dele esteja de acordo com suas
especificações. Cada etapa de produção deve ser devidamente datada e assinada. Não é
recomendado rubricas, e sim nome e sobrenome, principalmente, em locais onde se tem mais
de uma pessoa com o mesmo nome.

Gestão da Qualidade
A Gestão da Qualidade é formada unindo o Controle e Garantia da qualidade a partir de elementos
fundamentais para a fabricação de medicamentos e cosméticos. Através disso, é possível
garantir:

O cumprimento das boas práticas de fabricação;

Operações de produção e controle específicos de acordo com cada setor por escrito;

Especificar responsabilidades de cada cargo e suas respectivas funções;

Correta utilização das matérias-primas e suprimentos;

Controles de produtos intermediários, a granel, entre outros controles em processo,


calibração e validação;

Processos executados corretamente, otimizados, garantindo um produto final


conforme procedimentos pré-definidos;

Fornecimento de instruções e tomada de providências que assegurem aos


medicamentos o armazenamento, manuseio, transporte e distribuição adequados
durante o prazo de validade;

Procedimento de auditoria interna e externa de qualidade, para avaliar regularmente


a efetividade do Sistema de Garantia da Qualidade;

Treinamento e capacitação dos funcionários;

Escolha de fornecedores que garantam insumos, equipamentos e materiais


conforme os critérios de qualidade;

Implementação de um sistema de serialização hoje exigido nas regulamentações


para indústria, a série é um número além do lote. O lote serve para itens que foram
produzidos numa produção única, independentemente da quantidade de unidades.
Já a série é um número que vai muitas vezes ao lado do lote e é individual (cada
embalagem terá um número diferente, mesmo fazendo parte do mesmo lote). A
serialização serve para evitar perdas, pois através dela se sabe exatamente qual
embalagem deu problema, não sendo necessário retirar todo o lote do mercado e
sim apenas um frasco;
Desenvolvimento e revisão periódica dos Procedimentos Operacionais Padrão
(POPs) exigidos para a farmácia de manipulação. Para a indústria também são
exigidas instruções de trabalho (IT).

A gestão da qualidade garante o cumprimento das leis e normas e pode auxiliar na obtenção de
certificações como a ISO 9001, entre outras.

Procedimento Operacional Padrão (POP)


Descrição pormenorizada de técnicas e operações a serem utilizadas na farmácia, visando
proteger e garantir a preservação da qualidade das preparações manipuladas e a segurança dos

manipuladores.

Instrução de Trabalho (IT)


A Instrução de Trabalho é uma ferramenta para documentar ou padronizar tarefas específicas e

operacionais. Com ela você faz a descrição e a ilustração de como fazer determinado processo.
Com isso, você pode delegar e cobrar a realização do trabalho de seus funcionários.

Diferença entre POP e IT


O Procedimento Operacional é uma descrição das atividades envolvidas no fluxo do processo de
trabalho. Sendo considerado um roteiro padronizado sobre as operações do processo. Já a
Instrução de Trabalho (IT) é uma descrição mais detalhada de atividades específicas, produtivas
e operacionais.

Recepção, Identificação e Amostragem das Matérias-Primas

Recepção das Matérias-Primas


Quando a matéria-prima chegar ao almoxarifado, sua embalagem deve ser examinada
visualmente, observada sua integridade, sua conformidade com o declarado na nota fiscal; a
confirmação de peso ou volume (ainda na presença da transportadora) a necessidade de

conservação especial e a validade.


O material que chega pode ficar em local no almoxarifado designado como “quarentena” ou no
controle de qualidade em área designada “quarentena”.

Identificação
Todas as matérias-primas recém-chegadas devem ser conservadas em uma área isolada
considerada “quarentena”, até que o laboratório de controle da qualidade tenha determinado ou
não a sua aceitabilidade. Deve conter a etiqueta amarela.

A área de quarentena deve ter acesso restrito de maneira a evitar a utilização inadvertida da
matéria-prima não analisada.

As matérias-primas que necessitam condições especiais de conservação serão retidas em local


adequado, como geladeira, por exemplo, até que as análises indiquem sua conformidade.

Conforme o controle da qualidade aprove ou rejeite o lote de matéria-prima, identificá-la com


etiqueta de aprovação (verde) ou reprovação (vermelha).

Amostragem
A amostragem deverá ser feita por uma pessoa qualificada, sob a supervisão do controle da
qualidade. Devem ser recolhidas amostras representativas de cada embalagem de cada lote, caso
venha mais de uma embalagem de um mesmo lote.

A amostragem deverá ser tomada em local limpo e apropriado para que não haja possibilidade de
contaminação cruzada.
Deverá ser tomada uma porção do fundo, uma do meio e uma da parte superior das embalagens
com pipeta, sonda, colher ou utensílio apropriado.

A quantidade de amostra a tomar deverá ser determinada previamente, de acordo com a

metodologia analítica a ser empregada. Segue sugestão de quantidade para amostragem de


quantidade de acordo com a quantidade de matéria-prima recebida:

Normalmente até 0,1 g para quantidades até 20 g;

Até 0,5 g para quantidades de 20 a 50 g;

Até 1 g de 100 g a 1 kg;

Acima de 1 kg definir de acordo com a necessidade;

Dividir a quantidade entre os testes.

Quarentena
Logo após a chegada de insumos (refere-se desde matérias-primas, ativos, adjuvantes até
mesmo embalagens e demais itens que façam parte da composição, manutenção e proteção do
produto), estes, devem ficar em retenção temporária de insumos, preparações básicas ou

preparações manipuladas, isolados fisicamente ou por outros meios que impeçam a sua
utilização, enquanto esperam decisão quanto à sua liberação ou rejeição.

A área de quarentena deve ser delimitada e as matérias-primas devem ter a etiqueta de


“quarentena” que é amarela.

Rastreamento
É o conjunto de informações que permite o acompanhamento e a revisão de todo o processo da
produção. Todas as etapas do processo devem ser rastreáveis, pois, caso ocorram problemas
com algum produto e o cliente reclame, deve se achar o que houve de errado rapidamente e o
problema deve ser resolvido sem causar prejuízos ao cliente. O rastreio pode ser feito de várias
maneiras, variando de acordo com o sistema utilizado na farmácia ou indústria, podendo ser

através do nome do cliente, número da requisição, ficha de produção, lote, entre outros

Reanálise
Análise realizada em matéria-prima previamente analisada e aprovada, para confirmar a
manutenção das especificações estabelecidas pelo fabricante, dentro do seu prazo de validade.

Regulamentações Recomendadas para Auxiliar na


Área da Qualidade

RDC 67/2007;

RDC 48/2013;

RDC 301/2019.

Importante!
Existem diversas regulamentações específicas para a área de análise de
produção, desde adjuvante e corantes permitidos de acordo com o tipo
de produto e área de aplicação, até a embalagem adequada e idade de
uso permitido. Sendo necessário muito estudo e dedicação para que o
produto traga mais benefícios e qualidade quanto for possível.

Qualificação de Fornecedores de Insumos


Farmacêuticos
No mínimo três fornecedores qualificados e com documentação e questionário arquivado devem
ser certificados pelas Farmácias e na Indústria todos os fornecedores devem ser certificados.
Lembrando que primeiramente eles já devem estar certificados pela ANVISA.

O controle de qualidade deve iniciar de fato a partir da qualificação dos fornecedores de

matérias-primas e outros insumos. O estabelecimento ao adquirir uma matéria-prima de um


determinado distribuidor, transformando-a em seguida em medicamento ou cosmético,
assume a plena responsabilidade da qualidade do produto preparado perante o consumidor.
Assim sendo, a Farmácia ou Indústria passa a responder judicialmente caso não cumpra os

requerimentos de qualidade exigidos. Essa responsabilidade é estendida inclusive em situações


em que eventual não-conformidade no medicamento seja decorrente de um eventual problema
na qualidade da matéria-prima utilizada na sua preparação. Portanto, a escolha de um
fornecedor idôneo, criterioso e competente é importante para a garantia da qualidade do
produto.

A legislação sanitária exige que se qualifique os fornecedores, abrangendo, no mínimo, a


comprovação da regularidade perante a autoridade sanitária (ex.: alvará sanitário de
funcionamento); compromisso formal do atendimento às especificações; apresentação dos
certificados de análises comprovando as especificações acordadas; histórico de fornecimento

contemplando a estatística das matérias-primas avaliadas e a auditoria para a avaliação do


cumprimento das Boas Práticas de Distribuição de Insumos (ex.: verificação das instalações, da
condição de armazenagem e fracionamento, higiene e limpeza, embalagem, avaliação do
sistema de garantia da qualidade da empresa etc.) (ANVISA, 2023).
Controle da Qualidade das Matérias-Primas

Laboratório de Controle da Qualidade

Instalação Física
A instalação deve seguir as normas vigentes, a seguir alguns exemplos.

Área física ideal: mínimo de 10 m2;

Localização: preferencialmente próximo ao almoxarifado e aos laboratórios de


produção, porém deve ser isolado e independente das outras instalações;

Piso: cerâmica ou piso vinílico de fácil limpeza;

Paredes: azulejo ou parede com revestimento liso;

Iluminação: natural e artificial adequada, porém com a possibilidade de uma área


escura (para leituras cromatográficas);

Ventilação: a área deve ser ventilada com capela de exaustão;

Refrigeração: a farmácia pode conter dependendo da cidade ar-condicionado


individual, em algumas localidades já é exigido ar-condicionado centralizado
mantendo a temperatura ambiente em torno de 20°C (necessário para o
funcionamento e conservação ideal dos equipamentos analíticos);

Bancadas: alvenaria ou madeira fórmica com revestimento protetor, impedindo a


quebra de vidrarias;

Instalações elétricas: tomadas de 110 V e 220 V;


Instalações hidráulicas: alguns laboratórios podem conter torneiras na Farmácia de
manipulação na área de produção de líquidos. Já na indústria é proibido pia para
lavagem na área de produção de cosméticos e medicamentos.

Importante!
Algumas informações não são bem definidas pelas regulamentações,
podendo variar de acordo com a fiscalização de cada cidade ou estado.

Equipamentos
Os equipamentos necessários para o funcionamento de um laboratório de controle da qualidade
devem ser proporcionais à amplitude das análises que se pretende realizar. Isso irá variar de
acordo com os produtos que serão produzidos. Mas os testes mínimos necessários para a
produção de medicamentos e cosméticos estão contidos nas regulamentações já citadas. Mas o
local pode acrescentar testes a fim de garantir ainda mais a qualidade, segurança e eficiência de
seus produtos.

Seguem alguns equipamentos necessários para testes de Controle de qualidade (de acordo com
o local de trabalho verificar as exigências de acordo com a regulamentação vigente):

pHmetro;

Aparelho para determinação do ponto de fusão;


Viscosímetro;

Balança analítica de precisão;

Ponto de Fusão;

Dessecador ou estufa;

Densímetro;

Alcoômetro;

Picnômetro;

Vidrarias graduadas (provetas, beckeres, vidro de relógio, grau de porcelana, pipetas


graduadas e volumétricas, cálices, termômetros, pesa-filtros, frascos para
reagentes etc.) são fundamentais para a execução e veracidade dos testes;

Refrigerador (não necessita estar no CQ);

Espectrofotômetro UV (apenas indústria);

HPLC (apenas indústria);

Friabilômetro (apenas indústria);

Dissolutor (apenas indústria);

Desintegrador (apenas indústria);

Centrifugador (apenas indústria), entre outros equipamentos de acordo com o tipo


de produto feito.
Principais Fontes Bibliográficas de Metodologia
Analítica

Index Merck;

USP – National Formulary;

Martindale;

Farmacopéia Brasileira;

Analise Farmacêutica (Andrejus Korolkovas);

CTFA Standarts Methods – Cosmetic, Toiletry and Fragance Association;

Manual de Soluções, Reagentes e Solventes (Morita);

Livros de Farmacognosia;

Livros de Química Analítica;

Handbook of Pharmaceutical Excipients;

Farmacopéia Européia, entre outros.

Almoxarifado
Deve ser o local onde as matérias-primas ficarão armazenadas até irem para a utilização nos
seus respectivos laboratórios. Todas as matérias-primas devem estar com o controle de
qualidade feito e no rótulo deve constar no mínimo:

Nome;
Fornecedor;

Fabricação e validade;

Lote;

Fator de correção e umidade (multiplicar um pelo outro e deixar apenas o resultado


no rótulo) que será utilizado no momento de pesagem e deverá constar na ficha de
pesagem.

Em Relação à Organização do Almoxarifado seguem


algumas Dicas

As matérias-primas devem ser organizadas em ordem alfabética;

Se tiver mais de um lote para o mesmo ativo, utilizar primeiro o que vencerá
primeiro (deixá-lo na frente);

Separar por categorias: Dermato, Sólidos (Pode ainda separar os sólidos em


alopáticos e fitoterápicos se preferir).

Testes Utilizados para a Identificação das


Matérias-Primas
Testes qualitativos ou quantitativos simples nas matérias-primas podem ser de grande valia
para detectar alterações, adulterações ou erros grosseiros dos fornecedores na separação da
matéria-prima podendo ser efetuados na própria farmácia. Deve-se preparar uma ficha
constando os métodos analíticos que serão empregados.

Para fins de identificação, costuma-se levar em conta os critérios subjetivos. Critérios analíticos
empregados para determinação da qualidade dos medicamentos:
Propriedades Organolépticas

Aspecto geral;

Cor;

Odor;

Sabor.

Normas e Ensaios de Identidade

Solubilidade;

Ponto de fusão;

Espectrofotometria no ultravioleta e infravermelho;

Cromatografia;

Reações de coloração;

Reações de precipitação, entre outros.

Normas e Ensaios de Atividade


Métodos quantitativos como:

Perda por dessecação;


Grau de umidade;

Cromatografia líquida e gasosa;

Espectrometria de massa (para estimar a concentração de uma impureza tóxica);

Ensaios de metais tóxicos, provas de esterilidade e pirogenicidade, entre outros.

Normas e Ensaios de Atividade


Métodos quantitativos como:

Espectrofotometria, titulação;

Gravimetria e outros baseados em reações elétricas, térmicas e


biológicas, entre outros.
📄 Aula Prática
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Recomendações para Aula Prática

Os alunos deverão deixar seus materiais em armários com chave e levar para o
laboratório apenas o material solicitado pelo professor como: calculadora, caneta e
folha;

Prender os cabelos antes de entrar no laboratório;

Ao entrar primeiramente lavar as mãos e pulsos adequadamente;

Colocar pro-pés, touca cobrindo todo o cabelo, jaleco e máscara;

Limpar a bancada com papel e álcool 70%;

Colocar as luvas (se for escrever tirar as luvas para não as contaminar).

Importante!
Os alunos deverão sempre estar devidamente paramentados com
equipamentos de proteção individual – EPIs (pro-pés, touca, jaleco
limpo de manga comprida e de preferência com elástico nas mangas,

luvas de tamanho adequado para evitar acidentes, máscara para não


contaminar a execução dos testes e produtos e também evitar sua
própria contaminação, e óculos de proteção quando necessário de

acordo com o tipo de reagente ou produto que será utilizado).

Contaminação Cruzada: ocorre entre o manipulador e produto ou entre produto e


ambiente devido à limpeza inadequada ou EPIs sujos e contaminados.

Aluno que não estiver devidamente paramentado não tem permissão para participar das aulas

práticas.

Roteiro da Aula Prática

Aula 1
Caracterização Organolépticas
São consideradas características organolépticas ou descrição aquelas que utilizam os cinco

sentidos como instrumentos de análise. Está relacionado à forma como a matéria-prima se


apresenta: se sólida ou líquida, pó ou grânulos, cristalina ou amorfa. Ressaltam-se ainda
características como cor, odor, sabor, textura, todas relacionadas aos sentidos, daí a
denominação “caracteres organolépticos”. Importante na identificação inicial da matéria-
prima que chega, sendo, portanto, um método inicial de custo zero. As características
organolépticas guardam relação com a integridade e a qualidade da matéria-prima, mas não
podem ser utilizadas com fins analíticos, pois são consideradas subjetivas.

Por ser um ensaio bastante subjetivo, possui caráter inconclusivo, não sendo suficiente para

estabelecer um parecer técnico acerca da qualidade da substância. Entretanto, é um ensaio de


grande valia na detecção de alterações, adulterações ou mesmo erros grosseiros como troca, por
parte de fornecedores, na separação da matéria-prima.

Tabela 1 –Características Organolépticas

Características Organolépticas Sentido

Aparência Tato, visão

Cor Visão

Odor Olfato

Sabor Paladar

Fonte: BRASIL,2019

Passo a Passo

Quando a matéria-prima ou produto for sólido ou pó: colocar em uma folha branca
a matéria-prima quando esta for pó e analisar as características de acordo com a
Tabela 1. Anotar em um papel os resultados obtidos em relação aos itens solicitados;

Quando a matéria-prima ou produto for líquido ou semissólido: passar para um


tubo de ensaio e realizar as análises de acordo com a Tabela 1. Anotar em um papel
os resultados obtidos em relação aos itens solicitados.

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Aula 2
Solubilidade
As indicações sobre solubilidade referem-se a determinações feitas a 25°C. Pode-se verificar a
solubilidade em solventes com a água, álcool etílico, metanol, glicerol, clorofórmio, acetona,
éter, soluções ácidas diluídas, soluções alcalinas diluídas, óleo mineral, óleo vegetal, acetato de
etila, propilenoglicol e outros solventes que vão interessar a produção.

Tabela 2 – Classificação Farmacopeica da Solubilidade

Termo descritivo Quantidade de solvente

Muito solúvel Menos de uma parte*

Facilmente solúvel De 1 a 30 partes

Solúvel De 10 a 30 partes

Ligeiramente solúvel De 30 a 100 partes


Termo descritivo Quantidade de solvente

Pouco solúvel De 100 a 1.000 partes

Muito pouco solúvel De 1.000 a 10.000 partes

Insolúvel Mais de 10.000 partes

Fonte: BRASIL,2019

Passo a Passo

Pesar em uma proveta 0,5 gramas do ativo o qual será verificada a solubilidade.
Após, ir adicionando na proveta a proporção de solvente indicado na Tabela;

Primeiramente 1:1 (muito solúvel) adicionar equivalente a 0,5 mL do solvente e


homogeneizar, após 1:10 (facilmente solúvel) adicionar equivalente a 4,5 mL do
solvente (pois já foi adicionado 0,5 mL anteriormente e 5,0 – 0,5 = 4,5, pois sempre
devemos considerar o que já foi adicionado no cálculo). O teste para quando o ativo
solubilizar totalmente no solvente;

Se até esta etapa, não solubilizou, seguimos com o teste. 1:30 (solúvel) adicionar o
equivalente a 10 mL (15 – 4,5 – 0,5 = 10 mL). O próximo será 1:100 (ligeiramente
solúvel) adicionar 35 mL (50 – 15- 4,5 – 0,5 = 35 mL). Pouco solúvel 1:1000
adicionar 450 mL. Se Muito pouco solúvel 1:10000 adicionar 4500 L. Acima disto,
insolúvel.
O teste será realizado com água em aula.

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Aula 3
Determinação do pH (tem que ser Feito pela
Farmácia)
O pHmetro é um aparelho indispensável no Controle de qualidade, sendo importante tanto no
controle da qualidade da matéria-prima como no produto acabado. A medição do pH é muito
importante, pois várias matérias-primas podem ter seu pH alterado em função de impurezas ou
instabilidades (hidrolise, por exemplo).

Essa instabilidade pode ocorrer devido ao tempo de estocagem e/ou condições inadequadas de
transporte e armazenamento.

Altas temperaturas predispõem a instabilidade.

Quando falamos de produto acabado, o pH inadequado pode inativar o efeito de ativos e ainda
causar danos à pele ou ao estômago, por exemplo, quando para uso interno.

Passo a Passo

A precisão do pHmetro não deve ser inferior a 95%, senão o elétrodo deve ser
trocado (esta precisão é verificada após a calibração do aparelho. Hoje já se tem
aparelhos autocalibrados);
O elétrodo deve ficar sempre imerso em solução de KCl 3molar quando em repouso,
pois o seu interior contém essa substância e ela garante uma maior durabilidade do
elétrodo;

O pHmetro deve ser calibrado sempre que for utilizado se não for utilizado com
frequência (calibrar no mínimo 1x ao dia);

Normalmente os tampões utilizados na calibração são 7 e 10 ou 4 e 7, isso é indicado


no próprio aparelho, e este também dá o passo a passo de como deve ser feito;

O elétrodo deve ser limpo com água destilada ou deionizada entre cada tampão
utilizado e antes da iniciação das medições das matérias-primas.

A calibração sempre deve ser iniciada pelo tampão 7, que é o neutro.

pH ácido: 0 a 6,5;

pH neutro: 6,5 a 7,5;

pH alcalino: de 7,5 a 14.

O pH pode ser realizado no produto puro ou em solução de acordo com o descrito no laudo da
matéria-prima. Quando produto acabado verificar diretamente, salvo exceções.
O elétrodo deve ser limpo com água destilada entre um ativo e outro e seco com cuidado, pois o
elétrodo tem muita sensibilidade e pode ser danificado facilmente.

O pH também pode ser verificado pela fita, no entanto, a medida não será precisa. O papel

tornassol não pode ser utilizado, pois só possibilita diferenciar se o produto é ácido ou alcalino.

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Aula 4
Densidade
A densidade de massa é a massa de uma unidade de volume de uma substância. É expressa em

unidades de massa por volume (m/v).

A densidade relativa usualmente adotada (20d20) é definida como a relação entre a massa de
uma substância ao ar a 20°C e a massa de igual volume de água na mesma temperatura.

Passo a Passo

Utiliza-se o picnômetro para medir a densidade de líquidos;

Utiliza-se o picnômetro limpo e seco, com capacidade de, no mínimo, 5 ml, que
tenha sido previamente calibrado. A calibração consiste na determinação da massa
do picnômetro vazio e da massa de seu conteúdo com água, recentemente destilada
e fervida a 20°C. Coloca-se a amostra no picnômetro, remove-se o excesso da
substância, se necessário, e pesa-se. Obter o peso da amostra através da diferença
de massa do picnômetro cheio e vazio;

Para a verificação de densidade de pós, líquidos e semissólidos podemos utilizar a


proveta. Pesa-se na proveta 1 grama ou mais do ativo ou produto a ser verificado e
posteriormente verifica-se o volume gerado. Realiza-se então o cálculo da
densidade d=m/v;

Outro equipamento que pode ser utilizado para a verificação da Densidade de pós é o
Densímentro.

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Aula 5
Alcoometria
De extrema necessidade para o preparo de formulações, pois necessitamos de porcentagens
específicas como 30 ou 70%, por exemplo, para que tenhamos solubilização ou efetividade
correta de acordo com a necessidade.

Passo a Passo

Adicionar na proveta a quantidade adequada de água e álcool para preparar álcool


70%. Adicionar 77% de álcool e 23% de água para 1 litro. Não se adiciona 70% e 30%
porque o álcool não é 100% absoluto (ver tabela de Gay Lussac);

Quando se introduz o alcoômetro centesimal (alcoômetro de Gay Lussac) em uma


mistura de água e álcool, a temperatura de 15°C, a leitura indica em centésimos e em
volume o teor em álcool absoluto na mistura hidroalcóolica;

Graduação Gay Lussac determina o número de volume de álcool etílico contido em


100 volumes de uma mistura feita exclusivamente de álcool etílico e água,
determinado a 15°C.

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Aula 6
Ponto de Fusão
O ponto de fusão de uma substância ou fármaco é definido como a temperatura onde ocorre a
passagem do estado sólido ao estado líquido por influência do calor.

É regida por duas leis que são:

1ª Lei: toda substância quimicamente pura entra em fusão a uma temperatura


determinada;

2ª Lei: durante a fusão, a temperatura permanece constante. Na prática, utilizamos o


intervalo de fusão que é o intervalo de temperatura onde ocorre a fusão do fármaco,
isto porque os fármacos não apresentam um grau de pureza absoluto de 100%.

Passo a Passo

Deve-se colocar um pouco de pó em um vidro de relógio e bater suavemente o


capilar sobre o pó. O capilar deve ser batido levemente até que o pó chegue à parte
fechada do capilar, a quantidade de pó colocada deve ser aproximadamente meio
centímetro;
A seguir adicionar os capilares no aparelho. O que apresenta menos ponto de fusão
primeiro e os demais na ordem do menor ponto para o maior;

O valor é medido do momento que o sólido começa a se liquefazer até o término da


passagem sólida para líquido (este intervalo é curto e deve ser observado
atentamente para que não ocorra erro na leitura);

O termômetro utilizado na leitura deve ter a temperatura de acordo com o que será
medido;

O capilar deve ser removido assim que a matéria-prima for fundida;

O pó deve estar na parte fechada do capilar, e nunca na parte aberta, pois irá vazar e
danificar o equipamento. Hoje já existem equipamentos que não necessitam
termômetro, a temperatura é ajustada no próprio equipamento e ele apita quando
chega na temperatura desejada.

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Aula 7
Dessecação
Ensaio que determina o teor de umidade de determinada amostra em condições específicas de
temperatura e tempo. A metodologia pode variar de acordo com a substância, sendo as mais
comuns a Termogravimetria e Secagem em sílica ou estufa.

Passo a Passo

Deve ser realizado pesando primeiramente o frasco (pesa filtro) em que vai a
matéria-prima. Anotar o valor;
Sem tarar a balança por adição pesar a matéria-prima, e anotar o valor;

Retirar o produto na balança;

Levar a amostra para a estufa por uma hora a 105°C;

Após 1 hora, retirar com auxílio da pinça o pesa filtro sem tampa, pois se estiver
tampado irá dilatar podendo ocorrer quebra do vidro ou não conseguir destampar.
Colocar o pesa filtro no dessecador por aproximadamente 15 minutos.

Exemplo de cálculo da % de perda por secagem:

P1 (vidraria) 45,0379 g

P2 (vidraria + amostra) 55,2501 g

P3 (vidraria + amostra após estufa) 55,2498 g

Pa (P2 – P1) = 10,2122

% perda por secagem= P2 – P3/Pa (P2 – P1) x 100 =

55,25 – 55,2498/10,2122 x 100 = 0,003%

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Aula 8
Friabilidade
O teste de friabilidade permite determinar a resistência dos comprimidos à abrasão, quando
submetidos à ação mecânica de aparelhagem específica. O teste se aplica, unicamente, a
comprimidos não revestidos. O teste consiste em pesar com exatidão um número determinado

de comprimidos, submetê-los à ação do aparelho e retirá-los depois de efetuadas 100 rotações.


Após remover qualquer resíduo de pó dos comprimidos, eles são novamente pesados. A
diferença entre o peso inicial e o final representa a friabilidade, medida em função da
porcentagem de pó perdido.

O aparelho consiste em um cilindro rotativo, com 287,0 ± 4,0 mm de diâmetro e 38,0 ± 2,0 mm
de profundidade, constituído de polímero sintético transparente com faces internas polidas de
baixa atividade estática, o qual gira em torno de seu eixo a uma velocidade de 25 ± 1 rotações por
minuto. Uma das faces do cilindro é removível. Os comprimidos são recolhidos a cada volta do

cilindro por uma projeção curva com raio interno de 80,5 ± 5,0 mm que se estende do centro à
parede externa do cilindro, e levados a uma altura de 156,0 ± 2,0 mm, de onde caem
repetidamente.

Passo a Passo

Para comprimidos com peso médio igual ou inferior a 0,65 g, utilizar 20


comprimidos. Para comprimidos com peso médio superior a 0,65 g, utilizar 10
comprimidos. Pesar, com exatidão, os comprimidos, introduzi-los no aparelho.
Ajustar a velocidade para 25 rotações por minuto e o tempo de teste para 4 minutos.
Decorrido o prazo, remover qualquer resíduo de pó da superfície dos comprimidos e
pesar novamente. Nenhum comprimido pode apresentar-se, ao final do teste,
quebrado, lascado, rachado ou partido. São considerados aceitáveis os comprimidos
com perda igual ou inferior a 1,5% do seu peso ou a porcentagem estabelecida na
monografia. Se o resultado for duvidoso ou se a perda for superior ao limite
especificado, repetir o teste por mais duas vezes, considerando-se, na avaliação, o
resultado médio das três determinações.
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Aula 9
Dureza
O teste de dureza permite determinar a resistência do comprimido ao esmagamento ou à ruptura
sob pressão radial. A dureza de um comprimido é proporcional à força de compressão e
inversamente proporcional à sua porosidade. O teste se aplica, principalmente, a comprimidos
não revestidos. O teste consiste em submeter o comprimido à ação de um aparelho que meça a
força, aplicada diametralmente, necessária para esmagá-lo. A força é medida em newtons (N).

Aparelhagem: Podem ser utilizados diferentes tipos de aparelhos, os quais diferem basicamente
quanto ao mecanismo empregado para exercer a pressão. A força pode ser exercida
manualmente ou mecanicamente. À medida que a pressão aumenta, um êmbolo, uma placa ou
um pistão aplica determinada força sobre o comprimido, apoiado em base fixa. O aparelho é
calibrado com precisão de 1 N.

Passo a Passo

O teste é realizado com 10 comprimidos, eliminando qualquer resíduo superficial


antes de cada determinação. Os comprimidos são testados, individualmente,
obedecendo sempre à mesma orientação (considerar a forma, presença de ranhura
e gravação). Expressar o resultado como a média dos valores obtidos nas
determinações. O resultado do teste é informativo.

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Aula 10
Determinação de Peso Médio e Desvio
Pesar 10 cápsulas, uma a uma, e ao final realizar a soma dos 10 valores. Após, dividir a soma dos
10 valores, por 10. O resultado será o peso médio. A seguir, analisar a Tabela:

Tabela 3 – Determinação de Peso Médio

Fonte: ANVISA, 2023

Tabela 4 – Quantidade Tolerada Fora dos Limites Especificados

Quantidade tolerada fora dos limites


Forma farmacêutica
especificados

Comprimidos não ≤ 2, nenhuma acima ou abaixo do


revestidos ou revestidos dobro das porcentagens indicadas
Quantidade tolerada fora dos limites
Forma farmacêutica
especificados

com filme

Comprimidos com ≤ 5, nenhuma acima ou abaixo do


revestimento açucarado dobro das porcentagens indicadas

≤ 2, nenhuma acima ou abaixo do


Cápsulas duras, moles
dobro das porcentagens indicadas

≤ 2, nenhuma acima ou abaixo do


Supositórios e óvulos
dobro das porcentagens indicadas

Pós etéreis, pós


≤ 2, nenhuma acima ou abaixo do
liofilizados e pós para
dobro das porcentagens indicadas
injetáveis

Pós para reconstituição ≤ 2, nenhuma acima ou abaixo do


oral dobro das porcentagens indicadas

Fonte: ANVISA,2023

Para o desvio padrão, fazer de acordo com o exemplo a seguir:

Se o comprimido for com revestimento açucarado (drágea) com peso médio de 300 mg ou mais,
os limites de variação inferior e superior em torno do peso médio obtido seriam ± 5,0%
(segundo Tabela 3) e o dobro acima ou abaixo da porcentagem indicada seria ± 10%. Então
teremos: Limite inferior: 300 – 5% (300) = 285 mg Limite superior: 300 + 5% (300) = 315 mg
Limite mínimo do Dobro da % indicada: 300 – 10% (300) = 270 mg Limite máximo do Dobro da
% indicada: 300 + 10% (300) = 330 mg.
Deve-se sempre observar se os valores estão dentro destes limites permitidos. Se os valores não
estiverem de acordo, o produto deverá ser refeito.

Muitos outros testes são feitos pelo controle de qualidade, como, por exemplo:

Desintegração;

Dissolução;

Viscosidade;

Uniformidade de conteúdo;

Microbiológico;

Doseamento;

Estabilidade, entre outros.


📄 Orientações para Leitura Obrigatória
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Leituras

Farmacopeia Brasileira
Compêndio de fundamental importância para a profissão Farmacêutica,
onde encontramos os testes obrigatórios de controle de qualidade e
monografias de diversas substâncias.

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE

Resolução-RDC nº 67, de 8 de outubro de 2007


Regulamentação essencial para Produção em Indústria de medicamentos e seu controle de
qualidade.

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE
Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 301, de 21 de
agosto de 2019
Regulamentação essencial para Produção em Indústria de produtos de higiene, limpeza,
cosméticos e perfume e seu controle de qualidade.

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE

Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 48, de 25 de


outubro de 2013
Regulamentação essencial para Produção em Indústria de produtos de higiene, limpeza,

cosméticos e perfume e seu controle de qualidade.

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE
📄 Referências
Página 4 de 4

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia Brasileira. 6. ed. São Paulo:
Anvisa, v. 1, 2019. Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-
br/assuntos/farmacopeia/farmacopeia-brasileira/VOLUME1FB6at2Erratappdfcomcapa.pdf> .
Acesso em: 28/09/2023.

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia Brasileira. 6. ed. São Paulo:

Anvisa, v. 2, 2023. Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-


br/assuntos/farmacopeia/farmacopeia-brasileira/6a-edicao-volume-2>. Acesso em:
28/09/2023.

ALLEN JR., L. V. Introdução à Farmácia de Remington. Porto Alegre: Artmed, 2016. (e-book)

DIAS, S. L. P. et al. Química Analítica: Teoria e Prática essenciais. Porto Alegre: Bookman, 2016.
(e-book)

GRANATO, D.; NUNES, D. S. Análises Químicas, Propriedades Funcionais e Controle de


Qualidade de Alimentos e Bebidas: uma Abordagem Teóricoprática. Rio de Janeiro: Elsevier,

2016. (e-book)

JESPERSEN, N. D.; HYSLOP, A. Química: a Natureza Molecular da Matéria. 7. ed. Rio de Janeiro:
LTC, 2017. v. 1. (e-book)

LANG, K. et al. Controle de Qualidade de Insumos e Produtos Farmacêuticos. Porto Alegre:


SAGAH, 2021. (e-book)
MACHADO, M. G. M. et al. Farmacotécnica e Tecnologia de Medicamentos Líquidos e
Semissólidos. Porto Alegre: SAGAH, 2021. (e-book)

OLIVEIRA, A. R. M.; GAITANI, C. M. Controle de Qualidade. Rio de Janeiro: Atheneu, 2019. v. 11. (e-

book)

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