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DIREITO DO TRABALHO

Curso e Discurso
1ª edição – junho, 2016
1ª edição – 2ª tiragem – setembro, 2016
2ª edição – março, 2018
3ª edição – junho, 2019
Augusto César Leite de Carvalho

Ministro do Tribunal Superior do Trabalho e professor universitário. Possui mestrado em Direito Constitucional pela
Universidade Federal do Ceará e doutorado em Direito das Relações Sociais pela Universidade de Castilla la Mancha, com
tese revalidada no Brasil pela Universidade Federal de Pernambuco. Obteve pós-doutoramento em Direitos Humanos pela
Universidade de Salamanca, Espanha. Foi professor adjunto da Universidade Federal de Sergipe de 1997 a 2009 e é profes-
sor atualmente no Instituto de Educação Superior de Brasília – IESB, além de ministrar aulas de pós-graduação lato sensu,
mestrado e pós-doutorado no Brasil, em Portugal e na Espanha. Foi advogado, promotor de justiça, juiz do trabalho e desem-
bargador federal do trabalho no TRT da 20ª Região, onde exerceu, inclusive, os cargos de Presidente do TRT e Diretor da
Escola Judicial. Desde dezembro de 2009 é ministro do Tribunal Superior do Trabalho, onde compôs o Conselho Consultivo
da Escola Nacional dos Magistrados do Trabalho, presidiu o Comitê Gestor de Tecnologia da Informação e foi presidente da
Comissão de Documentação, responsável pela Revista do TST, pela memória da Justiça do Trabalho e pela biblioteca do TST.
É vice-diretor da Escola Nacional de Formação e aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (ENAMAT). É autor de artigos
jurídicos e dos livros Direito Individual do Trabalho (Rio de Janeiro: Editora Forense, 2004-2007), Garantia de Indenidade no
Brasil (São Paulo: LTr, 2013) e Princípios de Direito do Trabalho Sob a Perspectiva dos Direitos Humanos (São Paulo: LTr, 2018).

DIREITO DO TRABALHO
Curso e Discurso

3ª Edição
EDITORA LTDA.

 Todos os direitos reservados

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CEP 01224-003
São Paulo, SP — Brasil
Fone (11) 2167-1101
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Junho, 2019

Produção Gráfica e Editoração Eletrônica: Pietra Diagramação


Projeto de capa: Fábio Giglio
Impressão: PSP Digital

Versão impressa — LTr 6191.7 — ISBN 978-85-301-0014-8


Versão digital — LTr 9568.1 — ISBN 978-85-301-0040-7

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Carvalho, Augusto César Leite de

Direito do trabalho : curso e discurso/Augusto César Leite de Carvalho. – 3.


ed. – São Paulo: LTr, 2019.

Bibliografia.

ISBN 978-85-301-0014-8

1. Direito do trabalho 2. Direito do trabalho Brasil I. Título.

19-26351 CDU-34:331

Índice para catálogo sistemático:

1. Direito do trabalho 34:331


Cibele Maria Dias – Bibliotecária – CRB-8/9427
O que aprendi devo a um quero-quero, desses que atacam gente; e
cujo único desejo, talvez um desatino, seja o de cruzar o vidro que
não sai de sua frente. Bica-o, com insistência, como se o vidro inter-
rompesse, não o vão indiferente, mas o curso de sua vida.

Dedico minha existência, e este livro, a tantos que encontrei a bicar


vidros, sem neles se mirarem, refletidos. Aos que enxergam, na
lâmina impassível, o horizonte, nunca a própria fronte. E se enchem
de nojo, ou de descrença, quando avistam outro sob jugo – sob jugo
inclemente, ou insensível, que a Deus inspira dor, ou algum castigo.

Os sentimentos e expectativas que tenho são compartilhados


por Regina, Carolina, Theobaldo, João Vítor e Ana Clara, minha
célula familiar. A eles devoto esta singela obra e a vontade de
vê-la contribuir para um mundo melhor.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO........................................................................................................................................................17
PREFÁCIO À PRIMEIRA EDIÇÃO ............................................................................................................................19
CAPÍTULO I – ORIGEM DO DIREITO DO TRABALHO ............................................................................................21
1.1 A pré-história do direito do trabalho........................................................................................................................ 21
1.2 Os fatores econômicos que inspiraram o direito do trabalho................................................................................. 22
1.2.1 A revolução industrial..................................................................................................................................... 22
1.2.2 O trabalho humano, produtivo, alheio e livre................................................................................................. 26
1.3 Os fatores sociais que inspiraram o direito do trabalho......................................................................................... 28
1.3.1 Os primeiros movimentos de insurreição dos trabalhadores......................................................................... 28
1.3.1.1 A reação dos trabalhadores na Inglaterra.............................................................................................. 28
1.3.1.2 A reação dos trabalhadores na França.................................................................................................. 29
1.3.1.3 A reação dos trabalhadores na Alemanha............................................................................................. 29
1.3.2 A organização das profissões........................................................................................................................ 30
1.4 Os fatores políticos que inspiraram o direito do trabalho....................................................................................... 31
1.4.1 A permeabilidade do Ocidente à fragmentação do poder.............................................................................. 31
1.4.2 A negociação coletiva que restringe a liberdade individual............................................................................ 33
CAPÍTULO II – HISTÓRIA DO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO .....................................................................35
2.1 Direito coletivo e institutos afetos – sindicato, greve e convenção coletiva........................................................... 35
2.2 O sindicalismo no sistema capitalista de produção................................................................................................ 36
2.3 O sindicalismo sob intervenção totalitária.............................................................................................................. 36
2.4 O difícil retorno a modelo afinado com o princípio da liberdade sindical............................................................... 37
CAPÍTULO III – HISTÓRIA DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL....................................................................39
3.1 Pré-história do direito do trabalho: trabalho escravo e corporações de arte e ofício no Brasil.............................. 39
3.1.1 As corporações de ofício na Europa e a analogia com o emprego............................................................... 39
3.1.2 A escravidão na América e especialmente no Brasil..................................................................................... 40
3.1.3 A escravidão inibiu as corporações de ofício no Brasil.................................................................................. 43
3.1.4 As leis trabalhistas surgiram antes da abolição da escravatura.................................................................... 44
3.2 A substituição do escravo africano pelo imigrante europeu................................................................................... 44
3.3 O direito do trabalho e a industrialização no Brasil................................................................................................ 45
CAPÍTULO IV – FONTES DO DIREITO DO TRABALHO...........................................................................................49
4.1 Conceito................................................................................................................................................................. 49
4.2 As fontes materiais e as fontes formais do direito.................................................................................................. 49
4.2.1 As fontes formais do direito do trabalho......................................................................................................... 51
4.2.1.1 Fontes de produção estatal................................................................................................................... 51
4.2.1.2 Fontes de produção autônoma.............................................................................................................. 52
4.2.1.3 Fonte de produção mista....................................................................................................................... 53
4.2.1.4 Fontes de produção internacional......................................................................................................... 53
4.3 Métodos de integração da norma jurídica.............................................................................................................. 55
4.3.1 A jurisprudência como fonte subsidiária......................................................................................................... 56
4.3.2 A analogia....................................................................................................................................................... 58
8 – Augusto César Leite de Carvalho

4.3.3 Equidade e outros princípios............................................................................................................................58


4.3.4 Usos e costumes..............................................................................................................................................59
4.3.5 Direito comparado............................................................................................................................................60
4.3.6 Prevalência do interesse público ou do interesse coletivo...............................................................................60
4.3.7 Direito civil como fonte subsidiária...................................................................................................................60
4.3.8 Direito ambiental como fonte supletiva.............................................................................................................61
4.4 Eficácia da norma trabalhista no tempo e no espaço...............................................................................................62
4.4.1 Eficácia da norma trabalhista no tempo...........................................................................................................62
4.4.2 Eficácia da norma trabalhista no espaço.........................................................................................................64
CAPÍTULO V – PRINCÍPIOS DE DIREITO DO TRABALHO........................................................................................67
5.1 Conceito e funções do princípio...............................................................................................................................67
5.2 Preeminência do princípio constitucional da dignidade (da pessoa) humana...........................................................69
5.2.1 A importante contribuição do positivismo jurídico na conceituação da dignidade humana................................71
5.2.2 A adoção do princípio da dignidade na relação entre capital e trabalho..........................................................73
5.3 Princípios especiais do direito do trabalho...............................................................................................................75
5.3.1 Princípio da proteção.......................................................................................................................................76
5.3.1.1 Condição mais benéfica versus ato jurídico perfeito...............................................................................80
5.3.1.2 A ultra-atividade das cláusulas normativas no contexto da regra de prevalência das condições mais
benéficas..............................................................................................................................................................82
5.3.2 Princípio da irrenunciabilidade..........................................................................................................................84
5.3.2.1 A indisponibilidade e a prescrição de pretensões trabalhistas................................................................84
5.3.3 Princípio da continuidade.................................................................................................................................85
5.3.4 Princípio da primazia da realidade...................................................................................................................86
5.3.5 Princípio da razoabilidade................................................................................................................................88
5.3.6 Princípio da boa-fé...........................................................................................................................................89
5.3.7 Princípio da igualdade de tratamento...............................................................................................................91
5.3.8 Princípio da autodeterminação coletiva............................................................................................................94
5.3.8.1 A autonomia coletiva e os princípios da unicidade e da liberdade sindical..............................................95
5.3.8.2 A autodeterminação coletiva e a flexibilização do direito do trabalho. O princípio constitucional da
proteção ao trabalhador.......................................................................................................................................98
5.3.8.3 A autodeterminação coletiva e a ultra-atividade das normas coletivas de trabalho.............................. 101
5.3.8.4 A autodeterminação coletiva e a representação (não sindical) de trabalhadores................................. 103
CAPÍTULO VI – A PRESCRIÇÃO TRABALHISTA ....................................................................................................105
6.1 A prescrição e o temor de propor a ação............................................................................................................... 105
6.2 Actio nata como termo inicial do prazo prescricional de cinco anos...................................................................... 106
6.3 Outras relevantes cizânias jurisprudenciais frente à evolução constitucional e das leis....................................... 107
6.3.1 Os fundamentos tradicionais da prescrição total de cinco anos.................................................................... 107
6.3.2 A prescrição total contra a pretensão de matriz constitucional...................................................................... 110
6.3.3 A possível influência do atual Código Civil no debate sobre a prescrição total de pretensão fundada em
nulidade................................................................................................................................................................... 111
6.3.4 A jurisprudência trabalhista sobre a prescrição da pretensão que investe contra o negócio jurídico nulo.... 113
6.3.5 A extinção do contrato como único termo inicial da prescrição bienal........................................................... 116
6.3.6 Súmulas 326 e 327 do TST – a complementação de proventos da aposentadoria...................................... 117
6.3.7 A prescrição total de pretensão reparatória. A actio nata e os fundamentos da Súmula 278 do STJ........... 119
Direito do Trabalho – Curso e Discurso – 9

6.3.8 A prescrição em hipótese de lesão a direitos da personalidade.................................................................... 121


6.3.9 A lesão continuada e o termo inicial da prescrição........................................................................................ 122
6.3.10 A pretensão que sobrevém à sua própria prescrição – uma heresia jurídica?............................................ 123
6.3.11 Prescrição contra domésticos, estagiários e avulsos................................................................................... 123
6.3.12 Prescrição relativa ao FGTS – redução do prazo pelo STF........................................................................ 125
CAPÍTULO VII – EMPREGADO .................................................................................................................................128
7.1 O conceito de empregado a partir da realidade social........................................................................................... 128
7.2 Conceito legal de empregado. Requisitos da prestação laboral............................................................................ 128
7.2.1 A pessoalidade............................................................................................................................................... 129
7.2.2 A não eventualidade....................................................................................................................................... 131
7.2.2.1 Distinção entre o trabalho não eventual e o trabalho intermitente ....................................................... 132
7.2.2.2 Distinção entre o trabalho não eventual e o trabalho temporário.......................................................... 132
7.2.2.3 Distinção entre o trabalho não eventual e o trabalho avulso................................................................. 134
7.2.3 A subordinação............................................................................................................................................... 136
7.2.3.1 Fundamento e grau da subordinação.................................................................................................... 137
7.2.3.2 O poder de comando – contraface da subordinação............................................................................. 138
7.2.4 A onerosidade................................................................................................................................................ 145
7.3 Os elementos acidentais da prestação laboral...................................................................................................... 146
7.4 Empregados excluídos da proteção pela CLT........................................................................................................ 147
7.5 Tipos especiais de empregados e de trabalhadores congêneres.......................................................................... 148
7.5.1 Altos-empregados. Os empregados-diretores e os diretores-empregadores................................................. 148
7.5.1.1 Os empregados economicamente hipersuficientes ..............................................................................150
7.5.2 Os empregados públicos............................................................................................................................... 152
7.5.3 Os empregados domésticos.......................................................................................................................... 153
7.5.4 O empregado em domicílio e o teletrabalho.................................................................................................. 155
7.5.5 O trabalho intrafamiliar – entre filhos e pais ou entre cônjuges..................................................................... 160
7.5.6 O empregado aprendiz.................................................................................................................................. 161
7.5.6.1 Distinção de aprendizagem e estágio curricular.................................................................................... 162
7.5.7 Os trabalhadores intelectuais......................................................................................................................... 164
7.5.8 Os empregados-sócios.................................................................................................................................. 165
7.5.9 O trabalhador cooperativado.......................................................................................................................... 166
7.5.10 O trabalhador rural....................................................................................................................................... 169
7.5.11 Trabalho relacionado à economia colaborativa e a plataformas digitais .....................................................172
CAPÍTULO VIII – EMPREGADOR .............................................................................................................................176
8.1 Empresa................................................................................................................................................................. 176
8.2 O conceito legal de empregador............................................................................................................................ 177
8.3 Empresa e estabelecimento................................................................................................................................... 179
8.4 Sucessão de empregadores.................................................................................................................................. 180
8.4.1 A sucessão em outras searas do direito........................................................................................................ 180
8.4.1.1 Os efeitos da transferência do estabelecimento no direito civil............................................................. 181
8.4.1.2 Os efeitos da transferência do estabelecimento na relação de consumo............................................. 181
8.4.1.3 Os efeitos da transferência de estabelecimento na relação tributária................................................... 182
8.4.2 A sucessão trabalhista no Brasil.................................................................................................................... 182
10 – Augusto César Leite de Carvalho

8.4.3 A sucessão trabalhista em situações normais e anormais............................................................................ 183


8.4.3.1 A mudança na estrutura jurídica da sociedade empresária e o sócio retirante..................................... 183
8.4.3.2 A sucessão no âmbito de empresas prestadoras de serviço................................................................. 185
8.4.3.3 A sucessão entre sociedades irregularmente constituídas.................................................................... 185
8.4.3.4 A invalidade da sucessão simulada....................................................................................................... 185
8.4.3.5 Os efeitos da sucessão predatória........................................................................................................ 186
8.4.3.6 A sucessão em hipóteses de falência e de recuperação judicial........................................................... 186
8.5 A solidariedade entre entes empresariais que integram grupo econômico............................................................ 187
8.5.1 Conceito de grupo econômico....................................................................................................................... 187
8.5.2 Solidariedade passiva e solidariedade ativa (empregador único)................................................................. 190
8.5.3 A sucessão no âmbito de uma das empresas do grupo econômico.............................................................. 191
8.6 A terceirização – subcontratação e intermediação de mão de obra....................................................................... 192
8.6.1 A subempreitada do art. 455 da CLT como terceirização na construção civil................................................ 194
8.6.2 A Súmula n. 331, IV e VI – a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços, inclusive da
administração pública............................................................................................................................................. 195
8.6.3 A extensão da responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços.......................................................... 198
8.6.4 A subcontratação de serviços (terceirização) nas hipóteses de contrato de facção...................................... 199
8.6.5 A igualdade de direitos entre os empregados da tomadora dos serviços e os empregados da empresa
prestadora............................................................................................................................................................... 201
8.6.6 A terceirização da atividade-fim nos serviços de telefonia e de energia elétrica........................................... 202
8.6.7 Os fundamentos éticos da terceirização na perspectiva da jurisprudência trabalhista ................................203
CAPÍTULO IX – RETRIBUIÇÃO PELO TRABALHO: REMUNERAÇÃO, SALÁRIO E OUTRAS
PRESTAÇÕES PECUNIÁRIAS ..................................................................................................................................207
9.1 Conceito................................................................................................................................................................. 207
9.1.1 As teorias da tripartição e da bipartição......................................................................................................... 208
9.2 O salário................................................................................................................................................................. 209
9.2.1 O salário mínimo............................................................................................................................................ 209
9.2.1.1 Salário mínimo profissional. Piso salarial.............................................................................................. 211
9.2.1.2 O salário por unidade de tempo e o salário mínimo. Jornada reduzida................................................ 212
9.2.1.3 O salário variável e o salário mínimo. Hipótese de jornada reduzida.................................................... 213
9.2.2 Salário-utilidade............................................................................................................................................. 215
9.2.2.1 Limites percentuais do salário-utilidade................................................................................................. 215
9.2.2.2 Configuração do salário-utilidade. Regras especiais dos trabalhadores rurais e dos domésticos............216
9.2.2.3 Conversão em dinheiro. Salário-utilidade na suspensão contratual...................................................... 218
9.2.3 Modalidades de salário.................................................................................................................................. 219
9.2.3.1 Comissão............................................................................................................................................... 220
9.2.3.2 Gratificações legais............................................................................................................................... 220
9.2.3.3 Diárias para viagem, ajuda de custo e abonos pagos pelo empregador............................................... 224
9.2.4 O salário-base e os complementos salariais................................................................................................. 225
9.2.4.1 A acessoriedade dos complementos salariais – a questão correlata da composição do salário
mínimo............................................................................................................................................................... 226
9.2.4.2 A periodicidade dos complementos salariais......................................................................................... 228
9.2.4.3 A multicausalidade e a plurinormatividade dos complementos salariais............................................... 228
Direito do Trabalho – Curso e Discurso – 11

9.2.4.4 A condicionalidade dos complementos salariais.................................................................................... 229


9.2.5 Prestações trabalhistas sem natureza salarial ou remuneratória.................................................................. 229
9.2.5.1 A participação nos lucros, resultados ou gestão da empresa................................................................ 230
9.2.5.2 O Programa de Integração Social (PIS)................................................................................................ 231
9.2.5.3 O auxílio-alimentação e o Programa de Alimentação ao Trabalhador.................................................. 231
9.2.5.4 O vale-transporte................................................................................................................................... 232
9.2.5.5 O prêmio-produção................................................................................................................................ 233
9.2.5.6 Diárias para viagem, ajuda de custo e abonos pagos pelo empregador............................................... 233
9.3 A remuneração....................................................................................................................................................... 234
9.3.1 A gorjeta imprópria......................................................................................................................................... 236
9.3.2 A oportunidade de ganho, inclusive as gueltas.............................................................................................. 237
9.3.2.1 O direito de arena como oportunidade de ganho.................................................................................. 238
9.3.3 A remuneração, em especial a gorjeta, como base de cálculo de outras parcelas....................................... 240
9.4 Os adicionais – vedação à incidência recíproca................................................................................................... 242
9.4.1 O adicional de hora extra............................................................................................................................... 244
9.4.1.1 O adicional de acompanhamento em viagem do empregado doméstico.............................................. 245
9.4.2. O adicional noturno....................................................................................................................................... 246
9.4.2.1 O trabalho noturno em regime de revezamento.................................................................................... 246
9.4.2.2 O trabalho noturno decorrente da natureza da atividade...................................................................... 247
9.4.2.3 A prorrogação do trabalho noturno do empregado urbano.................................................................... 247
9.4.2.4 O trabalho noturno do empregado rural................................................................................................ 248
9.4.2.5 O trabalho noturno em regimes especiais – trabalhador portuário e advogado.................................... 249
9.4.3 Os adicionais de insalubridade e de periculosidade...................................................................................... 249
9.4.3.1 Hipóteses de incidência......................................................................................................................... 249
9.4.3.2 A base de cálculo dos adicionais de insalubridade e periculosidade.................................................... 250
9.4.3.3 A prévia regulamentação pelo Ministério do Trabalho........................................................................... 252
9.4.3.4 A necessidade de perícia técnica em sede judicial................................................................................ 254
9.4.3.5 A supressão do direito ao adicional pela neutralização ou eliminação do risco.................................... 256
9.4.3.6 A condicionalidade do direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade.................................... 257
9.4.3.7 A inacumulabilidade dos adicionais de insalubridade e de periculosidade........................................... 257
9.4.4 O adicional de transferência.......................................................................................................................... 259
9.5 Os princípios informantes da teoria jurídica do salário.......................................................................................... 259
9.5.1 Princípio da irredutibilidade............................................................................................................................ 259
9.5.2 Princípio da integridade do salário................................................................................................................. 261
9.5.2.1 A integridade do salário e sua determinação supletiva.......................................................................... 261
9.5.2.2. A integridade do salário e a vedação de descontos.............................................................................261
9.5.3 Princípio da intangibilidade do salário........................................................................................................... 266
9.5.3.1 Proteção contra a imprevidência do empregador. Falência. Recuperação judicial e extrajudicial.
Liquidação extrajudicial..................................................................................................................................... 266
9.5.3.2 Proteção contra a imprevidência do empregado. Incessibilidade. Impenhorabilidade do salário......... 267
9.5.4 Princípio da igualdade de salário................................................................................................................... 269
9.5.4.1 Os pressupostos da equiparação salarial com empregado brasileiro................................................... 269
12 – Augusto César Leite de Carvalho

9.5.4.2 A existência de fato impeditivo – paradigma readaptado ou quadro de carreira................................... 274


9.5.4.3 Equiparação salarial com estrangeiro................................................................................................... 277
9.5.5 Princípio da certeza do pagamento do salário............................................................................................... 278
9.5.5.1 A certeza que emana do modo de pagar o salário. O recibo de pagamento e o salário complessivo.. 278
9.5.5.2 A certeza quanto ao valor do salário...................................................................................................... 280
9.5.5.3 A certeza quanto ao tempo e ao lugar do pagamento de salário.......................................................... 280
CAPÍTULO X – DURAÇÃO DO TRABALHO .............................................................................................................282
10.1 Duração. Jornada. Horário................................................................................................................................... 282
10.2 A jornada de trabalho........................................................................................................................................... 282
10.2.1 Critérios gerais de fixação da jornada.......................................................................................................... 283
10.2.1.1 O tempo de trabalho e o tempo à disposição do empregador – o ônus da prova............................... 283
10.2.1.2 O tempo de deslocamento residência-trabalho-residência e o tempo de trajeto interno.................... 284
10.2.1.3. O tempo de afastamento justificado................................................................................................... 287
10.2.2 Critérios especiais de fixação da jornada.................................................................................................... 288
10.2.2.1 O tempo de prontidão.......................................................................................................................... 288
10.2.2.2 O tempo de sobreaviso........................................................................................................................ 289
10.2.2.3 O tempo de intervalo especial............................................................................................................. 291
10.2.3 Jornada extraordinária................................................................................................................................. 291
10.2.3.1 Jornada realmente extraordinária........................................................................................................ 293
10.2.3.2 Jornada extraordinária do empregado doméstico............................................................................... 294
10.2.3.3 Jornada extraordinária de motoristas de transporte rodoviário........................................................... 294
10.2.4 Jornadas normais reduzidas – bancários, telefonistas, operadores cinematográficos, mineiros, cabineiros
de elevador, professores, advogados, aeronautas, técnicos em radiologia, artistas e músicos............................ 298
10.2.4.1 Regime de tempo parcial..................................................................................................................... 301
10.2.5 Compensação de jornadas. Banco de horas e fonte do direito................................................................... 302
10.2.6 Turnos ininterruptos de revezamento........................................................................................................... 305
10.2.6.1 Os intervalos em turnos ininterruptos de revezamento....................................................................... 306
10.2.6.2 A sobrevigência da Lei n. 5.811/72...................................................................................................... 306
10.2.6.3 A redução da hora noturna no sistema de turnos ininterruptos de revezamento................................ 308
10.2.7 Trabalhadores não protegidos pela norma regente da duração do trabalho............................................... 309
10.3 Intervalos intrajornadas e interjornadas............................................................................................................... 311
10.3.1 Intervalos intrajornadas................................................................................................................................ 311
10.3.1.1 Intervalo mínimo – regra geral e regra específica para motoristas..................................................... 312
10.3.1.2 Intervalo máximo – possibilidade de prorrogação por norma escrita. Efeitos da dilação não
autorizada.......................................................................................................................................................... 314
10.3.2 Intervalos interjornadas................................................................................................................................ 315
10.3.2.1 Intervalo entre duas jornadas. As regras especiais para motoristas................................................... 315
10.3.2.2 Repouso semanal e em feriados......................................................................................................... 316
10.3.2.3 Férias................................................................................................................................................... 322
CAPÍTULO XI – PERSPECTIVA EXISTENCIAL DA RELAÇÃO DE EMPREGO ......................................................336
11.1 A tradicional vertente patrimonialista do direito laboral......................................................................................... 336
11.2 O direito fundamental à saúde do trabalhador no âmbito do direito ambiental – o trabalho sob a incidência
transversal do direito ambiental................................................................................................................................... 338
11.2.1 Incidência dos princípios regentes do direito ambiental nos biomas laborais.............................................. 339
Direito do Trabalho – Curso e Discurso – 13

11.2.1.1 Princípio da sustentabilidade............................................................................................................... 340


11.2.1.2 Princípio da participação...................................................................................................................... 341
11.2.1.3 Princípio da prevenção........................................................................................................................ 343
11.2.1.4 Princípio da precaução........................................................................................................................ 344
11.2.1.5 Princípio do poluidor-pagador. A responsabilidade objetiva pelo dano ao ambiente de trabalho e ao
trabalhador. Dano moral coletivo e dano social................................................................................................. 347
11.2.2 O tempo sem trabalho e sua correlação com o direito à coexistência......................................................... 350
11.2.3 Direitos relacionados à duração do trabalho afetam o direito fundamental à saúde................................... 352
11.3 Igualdade por meio de tratamento desigual......................................................................................................... 354
11.3.1 Ações afirmativas no âmbito do trabalho – pessoas com deficiência e aprendizes..................................... 355
11.3.1.1 A proteção do menor à luz do princípio da igualdade.......................................................................... 357
11.3.1.2 A proteção da mulher à luz do princípio da igualdade......................................................................... 358
11.4 Direitos de liberdade no ambiente de trabalho..................................................................................................... 360
11.4.1 Liberdade de locomoção.............................................................................................................................. 362
11.4.1.1 Vedação ao trabalho forçado............................................................................................................... 362
11.4.1.2 Libertação do trabalho e regime de sobreaviso................................................................................... 363
11.4.1.3 Direito de o trabalhador migrar ........................................................................................................... 365
11.4.2 Liberdade de pensamento ........................................................................................................................... 367
11.4.2.1 Liberdade de opinião política............................................................................................................... 368
11.4.2.2 Liberdade de crença e religião............................................................................................................. 368
11.4.3 Liberdade de expressão e de informação no ambiente de trabalho – a exigência de boa-fé na
negociação coletiva e a proteção à testemunha no processo judicial.................................................................... 371
11.4.4 Liberdade sexual no ambiente de trabalho – assédio sexual...................................................................... 374
11.5 Direitos da personalidade no ambiente de trabalho............................................................................................. 376
11.5.1 A tutela do direito à vida e à integridade física. As dimensões do problema e os meios de
interdição................................................................................................................................................................. 380
11.5.2 Direito à privacidade e à intimidade no ambiente de trabalho – câmeras de vídeo, monitoramento
do teletrabalho, correio eletrônico, sigilo bancário, revista pessoal e de pertences, barreira sanitária coletiva,
divulgação de salários, fardamento com propaganda............................................................................................ 385
11.6 Assédio moral no ambiente de trabalho............................................................................................................... 391
11.7 Reparação pelo dano extrapatrimonial ambientado no lugar de trabalho – funções de ressarcimento, dissuasão
e punição – critérios de valoração no Direito Civil e no Direito do Trabalho................................................................ 393
11.7.1 Valoração do dano extrapatrimonial pela CLT.............................................................................................. 395
CAPÍTULO XII – PERSPECTIVA CONTRATUAL DA RELAÇÃO DE EMPREGO ....................................................397
12.1 A índole (também) patrimonialista da regência laboral........................................................................................ 397
12.2 Natureza jurídica da relação de emprego............................................................................................................ 397
12.2.1 As teorias anticontratualistas....................................................................................................................... 398
12.2.1.1 A teoria da relação de trabalho............................................................................................................ 398
12.2.1.2 A teoria institucionalista....................................................................................................................... 398
12.2.2 As teorias contratualistas............................................................................................................................. 399
12.2.2.1 Teoria do contrato de locação.............................................................................................................. 399
12.2.2.2 Teoria do contrato de compra e venda................................................................................................ 400
12.2.2.3 Teoria do contrato de sociedade.......................................................................................................... 400
12.2.2.4 Teoria do contrato de mandato............................................................................................................ 401
14 – Augusto César Leite de Carvalho

12.2.2.5 Teoria do contrato-realidade................................................................................................................ 401


12.3 Relação de emprego: espécie do gênero relação de trabalho. Contratos afins ao de emprego......................... 403
12.3.1 Outras relações de trabalho e a relevância da subordinação como elemento distintivo............................. 403
12.3.1.1 A locação de serviços e o novo contrato de prestação de serviços.................................................... 404
12.3.1.2 Distinção entre emprego e empreitada................................................................................................ 404
12.3.1.3 Distinção entre emprego e mandato.................................................................................................... 405
12.3.1.4 Distinção entre emprego e sociedade................................................................................................. 406
12.3.1.5 Distinção entre emprego e relação de consumo................................................................................. 406
12.4 Caracteres do contrato de emprego..................................................................................................................... 407
12.4.1 Contrato nominado....................................................................................................................................... 407
12.4.2 Contrato de direito privado........................................................................................................................... 408
12.4.3 Contrato principal......................................................................................................................................... 409
12.4.4 Contrato consensual.................................................................................................................................... 409
12.4.5 Contrato bilateral.......................................................................................................................................... 410
12.4.6 Contrato oneroso e comutativo.................................................................................................................... 410
12.4.7 Contrato intuitu personae............................................................................................................................. 410
12.4.8 Contrato continuado..................................................................................................................................... 411
12.4.9 Contrato de adesão...................................................................................................................................... 411
12.5 Elementos do contrato de emprego..................................................................................................................... 412
12.5.1 Elementos essenciais do contrato de emprego – hipóteses de nulidade e de anulabilidade no
direito civil............................................................................................................................................................... 413
12.5.1.1 Os pressupostos: a capacidade, a licitude do objeto e, em alguns casos, a legitimação................... 414
12.5.1.2 Os requisitos da relação de trabalho: causa, consentimento e, excepcionalmente, a forma
especial.............................................................................................................................................................. 419
12.5.2 Elementos acidentais do contrato de emprego............................................................................................ 425
12.6 Classificação do contrato de emprego................................................................................................................. 426
12.6.1 Classificação quanto aos sujeitos................................................................................................................ 426
12.6.2 Classificação dos contratos de emprego quanto à duração........................................................................ 427
12.6.2.1 O termo final em norma geral.............................................................................................................. 427
12.6.2.2 O termo final em norma especial......................................................................................................... 429
12.6.2.3 Contrato de trabalho sob condição resolutiva..................................................................................... 430
12.6.2.4 Peculiaridades dos contratos a termo. Duração máxima. Recondução tácita. Suspensão contratual.
Ruptura antecipada. Aquisição de estabilidade. Sucessão de contratos com termo certo............................... 431
12.6.2.5 O novo trabalho intermitente............................................................................................................... 433
12.7 Conteúdo do contrato de emprego ...................................................................................................................... 436
12.7.1 O conteúdo primário do contrato de emprego............................................................................................. 436
12.8 Alteração do contrato de emprego....................................................................................................................... 438
12.8.1 Considerações gerais sobre a alteração contratual no âmbito do direito do trabalho. O direito de variar
e o direito de resistir................................................................................................................................................ 438
12.8.2 Alterações por intervenção do Estado ou por negociação coletiva............................................................. 438
12.8.3 Alterações voluntárias do contrato de emprego........................................................................................... 440
12.8.3.1 A alteração consensual do contrato de emprego................................................................................. 440
12.8.3.2 A inalterabilidade unilateral do contrato e o jus variandi...................................................................... 441
Direito do Trabalho – Curso e Discurso – 15

12.8.3.3 A alteração funcional e seu limite de licitude....................................................................................... 443


12.8.3.4 A tentativa de padronizar o jus variandi............................................................................................... 444
12.8.3.5 A mudança de localidade e seus efeitos pecuniários. Grupo econômico............................................ 445
12.8.3.6 O jus variandi extraordinário................................................................................................................ 447

12.8.4 Alterações tácitas do contrato de emprego.................................................................................................. 447


12.9 Suspensão do contrato de emprego.................................................................................................................... 448
12.9.1 Nome e conteúdo dos tipos de suspensão.................................................................................................. 449
12.9.2 Classificação legal....................................................................................................................................... 449
12.9.2.1 Hipóteses de interrupção contratual.................................................................................................... 449
12.9.2.2 Hipóteses de suspensão contratual..................................................................................................... 450
12.9.2.3 Casos híbridos. Efeitos jurídicos......................................................................................................... 455
12.9.2.4 Conversibilidade da suspensão do contrato........................................................................................ 456
12.10 Cessação do contrato de emprego.................................................................................................................... 456
12.10.1 Terminologia............................................................................................................................................... 456
12.10.2 Resilição do contrato de emprego. Direito potestativo, ônus da prova e aviso-prévio....................................... 457
12.10.2.1 O aviso-prévio ................................................................................................................................... 458
12.10.2.2 Dispensa coletiva antes e depois da Lei n. 13.467/2017.................................................................. 465
12.10.3 Resolução do contrato de emprego. Extinção normal. Justa causa.......................................................... 467
12.10.3.1 A resolução mediante extinção normal do contrato de emprego....................................................... 467
12.10.3.2 A justa causa – implemento da condição resolutiva tácita. Pressupostos da gravidade, atualidade
e imediatidade................................................................................................................................................... 467
12.10.3.3 A justa causa e a falta grave.............................................................................................................. 469
12.10.3.4 As justas causas atribuíveis aos empregados................................................................................... 469
12.10.3.5 As justas causas atribuíveis aos empregadores................................................................................ 476
12.10.3.6 A culpa recíproca............................................................................................................................... 481
12.10.3.7 Justa causa do empregado doméstico.............................................................................................. 481
12.10.3.8 A resolução do contrato de empregado público – necessidade de motivação pela administração
pública indireta e em contratos de gestão......................................................................................................... 482
12.10.3.9 A greve e a resolução contratual....................................................................................................... 486
12.10.4 Rescisão do contrato de emprego............................................................................................................. 491
12.10.5 Caducidade do contrato de emprego......................................................................................................... 492
12.10.6 O regime do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.............................................................................. 498
12.10.6.1 A história e a estrutura do sistema de depósitos............................................................................... 498
12.10.6.2 Alíquotas e titulares do direito ao FGTS............................................................................................ 498
12.10.6.3 Natureza jurídica do FGTS. Contribuição social ou salário diferido. A Lei Complementar n. 110 e
sua aparente inconstitucionalidade................................................................................................................... 499
12.10.6.4 A movimentação da conta vinculada................................................................................................. 501
12.10.7 A forma e a força liberatória do recibo e documentos firmados no desate contratual............................... 501
12.10.7.1 A quitação em virtude da adesão a Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada.......................... 502
12.10.8 Efeitos da cessação do contrato de emprego............................................................................................ 502
12.10.8.1 O direito à reintegração..................................................................................................................... 503
12.10.8.2 As prestações típicas da dissolução do contrato............................................................................... 509
16 – Augusto César Leite de Carvalho

12.11 Estabilidade no emprego.................................................................................................................................... 517


12.11.1 Fonte jurídica e tipologia da estabilidade................................................................................................... 517
12.11.2 A estabilidade definitiva.............................................................................................................................. 517
12.11.3 A estabilidade provisória............................................................................................................................. 520
12.11.3.1 A estabilidade sindical........................................................................................................................ 521
12.11.3.2 A estabilidade dos membros da CIPA eleitos pelos empregados...................................................... 523
12.11.3.3 A estabilidade da gestante................................................................................................................. 524
12.11.3.4 A estabilidade acidentária.................................................................................................................. 526
12.11.3.5 A estabilidade dos membros da Comissão de Conciliação Prévia eleitos pelos empregados.......... 527
12.11.3.6 A estabilidade do membro do Conselho Curador do FGTS............................................................... 528
12.11.3.7 A estabilidade do empregado eleito diretor de cooperativa............................................................... 529
12.11.3.8 A estabilidade do membro do CNPS.................................................................................................. 530
12.11.3.9 A estabilidade dos representantes dos trabalhadores na empresa................................................... 530
12.11.3.10 A estabilidade no período pré-eleitoral............................................................................................. 531
12.11.3.11 A estabilidade dos membros da Comissão de Representantes dos Trabalhadores na Empresa.... 531
12.11.3.12 A estabilidade como contrapartida para a redução salarial............................................................. 532
CAPÍTULO XIII – DIREITO FUNDAMENTAL DE GREVE ..........................................................................................533
13.1 Conceito............................................................................................................................................................... 533
13.2 A greve e o meio ambiente de trabalho................................................................................................................ 533
13.3 A interação com os sistemas político e econômico por ocasião da greve........................................................... 534
13.4 A decomposição do conceito de greve................................................................................................................. 534
13.4.1 A greve como direito fundamental – direito coletivo fundamental................................................................ 534
13.4.1.1 As dimensões individual e coletiva do direito fundamental à greve..................................................... 535
13.4.1.2 A greve como direito fundamental – a opção pela via pacífica e a ausência de métodos alternativos
de solução dos conflitos coletivos..................................................................................................................... 536
13.4.1.3 O interesse coletivo e as greves geral, política e de solidariedade..................................................... 537
13.4.1.4 A greve como direito fundamental – o lock-in e o lock-out.................................................................. 539
13.4.2 A greve e o princípio da boa-fé objetiva....................................................................................................... 540
13.4.2.1 Imunização da greve contra a perturbação patronal........................................................................... 540
13.4.2.2 Imunização da greve contra a perturbação obreira............................................................................. 542
13.4.3 A suspensão do contrato durante a greve................................................................................................... 544
13.5 A greve sob intervenção judicial........................................................................................................................... 546
13.6 A greve e o interdito proibitório............................................................................................................................. 547
13.6.1 A ameaça à posse como pressuposto do interdito possessório.................................................................. 547
13.6.2 A necessidade de audiência de justificação para a concessão do mandado proibitório............................. 549
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................................................................551
APRESENTAÇÃO

Este curso de direito do trabalho se atualizou para estar em conformidade com as reformas que
a legislação trabalhista sofreu em 2017. As mudanças ocorreram em grande extensão por meio das
Leis n. 13.429 e n. 13.467, sendo que novas alterações, supostamente corretivas, teriam surgido com a
Medida Provisória n. 808/2017, mas esta não foi convertida em lei. Por isso, fez-se necessário que resga-
tássemos, nesta edição, o conteúdo do direito do trabalho que vigorava a partir da Lei n. 13.467/2017,
sem os vários ajustes e inserções promovidos pela natimorta MP n. 808/2017.
Também aproveitamos para atualizar este curso no tocante à leis especiais que recentemente modi-
ficaram, por exemplo, a regência do trabalho de aeronautas e professores, bem assim a proteção aos
trabalhadores migrantes, além de densificarmos alguns pontos ainda imprecisos das reformas de 2017,
como a configuração de grupo econômico e do trabalhador hipersuficiente. Quanto à terceirização, a
contribuição dos novos precedentes do Supremo Tribunal Federal teve, obviamente, merecido destaque.
A jurisprudência tem evoluído, no âmbito do Tribunal Superior do Trabalho, acerca de temas
candentes como a tutela de pessoas com deficiência e de trabalhadores embarcados em cruzeiros
marítimos, bem como a propósito dos conceitos com função integrativa do princípio da boa-fé objetiva
(surrectio, supressio etc.), tudo vindo a ser retratado nesta nova edição.
No campo fértil do direito do trabalho, acompanhar as oscilações da política legislativa – para
convertê-la em ordem jurídica efetiva – não tem se revelado missão de fácil ou previsível desen-
lace. Basta ver a confusão que o legislador veio a protagonizar ao aprovar novas normas sobre
a gorjeta (o que resultou na Lei n. 13.419/2017) e ao esquecer, na sequência, tais normas ao
aprovar o texto da CLT que teria decorrido da sanção da Lei n. 13.467/2017, a assim chamada
reforma trabalhista. A MP n. 808/2017 tentou resgatar parágrafos do artigo 457 da CLT inseridos
pela Lei n. 13.419/2017 e esquecidos pela Lei n. 13.467/2017, mas também essa medida provi-
sória foi objeto de solene esquecimento. Em suma, a Lei n. 13.419/2017 inseriu dispositivos na
CLT que, sem jamais terem sido revogados, nela não estão. Como empresas e empregados desse
segmento econômico (restaurantes, garçons e quejandos) não merecem esse estado de insegu-
rança jurídica, dedicamos algumas páginas ao tema.
Ademais, esta edição inclui algumas novas reflexões acerca do trabalho que se desenvolve no
universo das economias colaborativas, em especial por meio de plataformas digitais geridas ou opera-
das por inteligência artificial. À falta de regulação legal, exige-se da doutrina alguma pré-compreensão
sobre um mundo de trabalho virtual que se divisa em nosso horizonte e já reclama, aqui e ali, o descor-
tino de inovadora jurisprudência.
Como afirmamos na apresentação da edição anterior (2018), vem de ser longa e procura ser
fecunda a tarefa, tanto técnica quanto crítica, de ajustar às novas leis todos os capítulos deste livro,
desde a sistematização de fontes normativas e princípios do direito individual e coletivo do trabalho até
os subitens relacionados com a formação, alteração, suspensão e cessação do contrato de emprego.
Os capítulos dedicados à perspectiva existencial do direito do trabalho e ao direito de greve também
estão atualizados.
O presente curso mantém a preocupação constante em sua primeira edição, qual seja, a de não
apenas indicar os princípios e regras de direito do trabalho, mas igualmente abordar os fundamentos
históricos e valorativos de cada uma dessas normas, pois não se conhece uma região qualquer da
ciência jurídica sem lhe perscrutar a origem, a dialética discursiva e os fins sociais a que o órgão prove-
dor da norma jurídica quis atender. Daí a razão do subtítulo desta obra: trata-se de curso e discurso.
As modificações nas leis trabalhistas, em 2017, tiveram a característica de alargar, o mais das
vezes, a autonomia de empregados e empregadores para definirem o conteúdo do contrato de traba-
lho que os une. Temas como jornada e salário, progressão funcional e modalidades do contrato perde-
ram parte da regulação antes prevista em lei, que estabelecia limites à vontade individual, para serem
doravante oferecidos à autonomia privada em maior extensão. Essa opção do legislador impôs ao
18 – Augusto César Leite de Carvalho

autor identificar as normas de direito internacional e as normas constitucionais pertinentes, analisando


a obediência, ou não, pelo legislador, dos limites que esse conjunto normativo estabelece.
Tantas mudanças não comportam a aventura premonitória de antecipar o modo como serão lidos
e interpretados os novos dispositivos da ordem jurídica trabalhista, ainda quando o autor seja professor
de direito do trabalho e ministro do Tribunal Superior do Trabalho com larga experiência. O leitor, que
é contemporâneo dessa atividade hermenêutica, poderá dela participar e interagir com o autor pelo
endereço eletrônico augusto.carvalho@iesb.br.
Brasília, em janeiro de 2019.
O autor.
PREFÁCIO À PRIMEIRA EDIÇÃO

Confesso que foi com vivo contentamento e emoção que percorri e li, página por página, o
conteúdo da presente obra. Da leitura do livro, ficou-me a grata convicção de cuidar-se de uma obra
de fôlego sobre o Direito do Trabalho brasileiro.
Como é sabido, de uns tempos a esta parte, a globalização e o neoliberalismo econômico vêm
fustigando o Direito do Trabalho, sob distintas formas.
O preclaro autor da presente publicação, no entanto, de modo firme e resoluto, defende ardoro-
samente as raízes de que se nutre o Direito do Trabalho e que lhe sustentam o porvir. Não à toa vê na
obra “Curso e Discurso”. Daí que impregna toda a abordagem dos fundamentos clássicos que ditaram
o próprio surgimento histórico do Direito do Trabalho.
Muito mais que isso: a obra tem como fio condutor e pilar os princípios da proteção e da dignidade
da pessoa humana, à sombra dos quais vive o Direito do Trabalho.
Aliás, sob tal inspiração e abeberando-se na seiva pura das melhores fontes o autor posiciona-
-se igualmente sobre uma vasta e multifária gama de questões atuais do Direito do Trabalho. Dedica
um largo capítulo ao exame do que denomina “Perspectiva Existencial da Relação de Emprego”. Ali
enfrenta, entre outros temas, os assédios moral e sexual, além de inúmeras facetas do dano moral.
Semelhante enfoque bem realça que se está diante de um autor cônscio de que hoje, mais do
que nunca, o Direito do Trabalho e a própria Constituição Federal conferem especial dimensão à tutela
da personalidade do trabalhador empregado, mormente em razão do caráter pessoal, subordinado e
duradouro da prestação de trabalho.
Trata-se aqui, como se nota, de obra abrangente e ambiciosa. A simples leitura do sumário já
prenuncia que nela o autor propõe-se a concentrar o foco em amplo leque de institutos e temas do
Direito do Trabalho. De fato, a obra oferece um quadro completo, didático e sistematizado do Direito
do Trabalho brasileiro.
A excelência da obra, contudo, a meu sentir, repousa menos nesse aspecto que na qualidade e
densidade das análises e juízos emitidos. Em qualquer deles, sobressaem a mesma agudeza de espí-
rito e a mesma precisão de linguagem.
Não hesito em asseverar que nos defrontamos aqui, acima de tudo, com obra consistente e de
inteligência, que palmilha pela senda da clareza e da objetividade, sem implicar superficialidade. Ao
dispor-se a dissecar distintos e complexos temas do Direito do Trabalho, o ilustre autor atravessa-lhes
os umbrais com proficiência e galhardia.
Igualmente notável na publicação é o esmero com a linguagem jurídica, de que constitui exemplo
emblemático, no respectivo capítulo, a busca pela designação adequada para cada uma das diferen-
tes formas de “cessação do contrato de emprego”. Preocupação desse jaez denota outro predicado
admirável da obra, pois evidentemente toda questão terminológica implica uma questão conceitual.
Sobreleva assinalar ainda que, apesar de obra técnica, propicia leitura extremamente agradável,
inclusive porque ilustrada por exuberante casuística da jurisprudência dos Tribunais do Trabalho, em
especial do TST, sobre quase todos os temas.
Eis porque estou convicto de que esta é uma obra que será sobremodo útil quer ao profissional
estudioso e experimentado da área, quer ao iniciante que se acerque desse novo e fascinante ramo
da ciência do Direito.
O trabalho é fruto da larga experiência do Prof. Augusto César Leite de Carvalho. Experiência,
frise-se, não apenas no magistério superior, mas também haurida em muitos lustros de exercício da
magistratura trabalhista de carreira, coroada pela merecida ascensão ao cargo de ministro do Tribunal
20 – Augusto César Leite de Carvalho

Superior do Trabalho. Decerto essa rica vivência profissional deu-lhe exemplos e ensinamentos por
meio dos quais pode forjar a sólida posição intelectual aqui defendida.
De sorte que, por isso tudo e muito mais, o ilustre autor confiou-me um prefácio desnecessário, de
uma obra cujo valor fala por si mesmo e que decerto enriquecerá o patrimônio jurídico nacional.
A rigor, ao render-me ensejo de recomendá-la, com entusiasmo, o eminente autor apenas me
permite compartilhar de seu merecido triunfo intelectual, em obra de evidente utilidade e cujo acolhi-
mento favorável, à altura de sua grandeza, mais que um vaticínio, é uma certeza.

Brasília, maio de 2016.

Ministro JOÃO ORESTE DALAZEN


Decano do Tribunal Superior do Trabalho
CAPÍTULO I

ORIGEM DO DIREITO DO TRABALHO

1.1 A pré-história do direito do trabalho

Houve tempo em que o homem produzia para atender às suas próprias necessidades e às de sua
família, interagindo com a natureza e com outros homens que agiam à sua semelhança. Era um tempo,
portanto, de mediações de primeira ordem(1), ou mediações primárias, e de comportamento instintivo.
Produzindo o que era útil para o próprio consumo, o homem primitivo desconhecia o conceito de
mercadoria e o mundo do trabalho não comportava, em situação de normalidade, a estrutura hierár-
quica que mais tarde viria a predominar nas relações de trabalho. A terra não estava repartida, nem
havia quem a repartisse.
A troca ou escambo ganhou, progressivamente, alguma complexidade até que se iniciou um
processo de conversão do valor de uso em valor de troca(2), pois as coisas transferidas não o eram
mais segundo o valor da utilidade que proporcionavam, mas passaram a ter o seu valor inflado pelo
trabalho humano e, mais adiante, pelo valor que correspondia ao lucro, vale dizer, o ganho do empre-
sário que precisava existir para justificar o seu investimento na produção.
O investimento na produção de mercadorias, em escala industrial, não foi a primeira forma de
inversão do capital a contribuir para que se reduzissem gradualmente as mediações de primeira ordem.
Um modelo econômico que pressupunha a realização de capital e, sob perspectiva histórica, precedeu
o sistema capitalista fora certamente o sistema mercantilista. Desde as primeiras formas de mercanti-
lismo (bulionismo ou metalismo), preconizava-se estar a riqueza das nações associada à quantidade
de metais preciosos – ouro e prata – acumulada, servindo o incremento das exportações a esse fim.
Não por acaso, as nações colonialistas impediam que o ouro da colônia fosse vendido a outros povos.
Também a exploração do trabalho humano não surgiu, evidentemente, com a primeira revolução
industrial. Ademais de citar o trabalho escravo e as suas modalidades – desde aquele que se realizava
por meio de prisioneiros de guerra até o crudelíssimo aprisionamento da gente africana – podem-se
mencionar o labor dos servos de gleba(3) e dos aprendizes e oficiais nas corporações de arte e ofício(4).

(1) Sobre o tema, ver, por todos, Ricardo Antunes (ANTUNES, Ricardo. Os Sentidos do Trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação
do trabalho. São Paulo: Editorial Boitempo, 2000, passim).
(2) As expressões valor de uso e valor de troca são usadas por Marx (MARX, Karl. Para a crítica da economia política. Tradução de Edgard
Malagodi. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1999, passim), mas, segundo nota na p. 57, foram cunhadas por Aris-
tóteles, que assim se referiu: “Pois todo o bem pode servir para dois usos... Um é próprio à coisa como tal, mas o outro não o é: assim, uma
sandália pode servir como calçado, mas também pode ser trocada. Trata-se, nos dois casos, de valores de uso da sandália, porque aquele que
troca a sandália por aquilo de que necessita, alimentos, por exemplo, serve-se também da sandália como sandália. Contudo, não é este o seu
modo natural de uso. Pois a sandália não foi feita para a troca. O mesmo se passa com os outros bens”.
(3) Conforme ressaltamos em outro escrito, o homem se libertou do trabalho escravo, mas não completamente, pois se seguiu a Era Medie-
val e, nela, uma sociedade dividida em rígidos estamentos: os senhores feudais e os servos. A servidão era imposta a quase todos os campo-
neses e se diferenciava do trabalho escravo porque o servo se ligava à terra e pelo seu uso pagava diversos tributos, passando a ter novo amo
quando a terra era vendida. Vinculava-se o servo à gleba como antes se vinculara o escravo ao seu senhor.
(4) Vide VIDA SORIA, J., MONEREO PÉREZ, J.L., MOLINA NAVARRETE, C. Manual de Derecho del Trabajo. Granada: Comares, 2004,
p. 64. Os autores observam que o trabalho em regime gremial ou corporativo exibia algumas características coincidentes com a relação
laboral própria da empresa capitalista, além de outras que o faziam diferente. As diferenças mais expressivas se encontravam no modo de se
constituir a organização em que se realizava o trabalho. No plano das relações individuais, eram, porém, parecidas as condições em que se
trabalhava sob as ordens dos mestres ou, mais adiante, dos empresários. As coincidências estavam presentes, por exemplo, na circunstân-
cia de que as ordenanças gremiais relativas ao período de prova, disciplina, duração do contrato e tempo de trabalho seguiam orientação
análoga à que tem o atual direito do trabalho e também na peculiaridade de os aprendizes, companheiros e mestres serem trabalhadores
livres. Mas os autores advertem, porém, que a liberdade de trabalho dos aprendizes era seriamente afetada, em muitos casos, pela combina-
ção de uma longa duração de seus contratos – eram comuns contratos de seis anos – com um regime de desvinculação ou desate contratual
muito rigoroso.
22 – Augusto César Leite de Carvalho

O aparecimento do direito do trabalho tem relação com um modo específico de produção capi-
talista que emergiu com a realidade social sobrevinda após os movimentos de ruptura sociopolítica e
econômica que caracterizaram o fim da era moderna, no tumultuado século XVIII. As condições adver-
sas do trabalho humano que se percebiam no âmbito do emprego industrial exigiam um sistema de
compensação jurídica que por zelo ou hipocrisia as legitimasse, atenuando o seu caráter espoliativo,
além de demandarem uma construção teórico-filosófica que fizesse face à ideia, desde antes difundida
entre os colbertistas, de que o industrial deveria assegurar aos seus trabalhadores apenas a remune-
ração que lhes garantisse a sobrevivência, pois do contrário não ocorreria a acumulação de riqueza
tão cara ao mercantilismo.
É possível, como se nota em sistematização proposta por Mauricio Godinho Delgado(5), destacar
os fatores econômicos, sociais e políticos que deflagraram o surgimento do direito do trabalho como
ramo específico do direito privado.
Pode ser referido como fator econômico o advento do trabalho humano, alheio, produtivo e livre
mas subordinado que caracterizou o emprego industrial; o fator social mais relevante terá sido a
concentração urbana que propiciou a organização das profissões e viabilizou assim os movimentos
obreiros reivindicatórios; os fatores políticos a serem ressaltados são decerto a liberdade de exer-
cer qualquer profissão sem as amarras da sociedade estamental ou mesmo do sistema corporativo,
bem assim as ações coletivas que se desencadearam a partir do ambiente de empresa e geraram
não apenas a normatização das condições de trabalho sem a colaboração do Estado, mas também
o modelo de democracia social que se contraporia à solução de força preconizada por Marx para a
conquista de uma sociedade menos desigual. Cabe destrinçar cada um desses fatos determinantes
para o nascimento e consolidação do direito laboral.

1.2 Os fatores econômicos que inspiraram o direito do trabalho

Nos estertores do século XVIII, os trabalhadores perceberam a influência danosa da primeira


revolução industrial na oferta de trabalho e recusaram, por isso, a submissão a normas inspiradas
nos princípios da revolução burguesa, especialmente nos postulados da igualdade e liberdade que os
supunham, no plano artificial das abstrações jurídicas, semelhantes a empresários que os submetiam,
inclementemente, a condições injustas de trabalho.
Cabe-nos estudar, portanto e analiticamente, os atributos do trabalho que justificaram a nova
regência, ou melhor, impende analisar o fenômeno social que motivou o surgimento do direito do
trabalho. Antes de detalhar as condições em que o trabalhador prestara serviço naquele novo modelo
de organização social, ou seja, na empresa que emergira com a primeira revolução industrial, convém,
por certo, relembrar o significado e as derivações desse conceito (revolução industrial).

1.2.1 A revolução industrial

Poderia causar estranheza o uso indiscriminado do vocábulo revolução para designar uma trans-
formação nos meios de produção – como é o caso da revolução industrial – e também alguns movi-
mentos de ruptura política, como a Revolução Francesa de 1789 e, na mesma Inglaterra, a Revolução
Gloriosa, um século antes. Ensina-nos Fábio Konder Comparato que “revolutio, em latim, é o ato ou
efeito de revolvere (volvere significa volver ou girar, com o prefixo re indicando repetição), no sentido
literal de rodar para trás e no figurativo de volver ao ponto de partida, ou de relembrar-se”(6).
Anota Comparato que o uso político do vocábulo revolução “começou com os ingleses, no sentido
de uma volta às origens e, mais precisamente, de uma restauração dos antigos costumes e liberdades.
[...] O termo revolution é assim usado, pela primeira vez, para caracterizar a restauração monárquica

(5) DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2013. p. 84.
(6) COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 124.

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