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Os eternos poetas da MPB

2010 marca o centenário de cinco dos maiores compositores brasileiros


Publicado em 03/04/2010 | Roberto Muggiati, especial para a Gazeta do Povo
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Aumentar letraDiminuir letraRio de Janeiro - Os sambistas centenários estão de volta
, encantando a todos com a magia de suas canções e principalmente a poesia de suas l
etras. No ano em que nasceram, o século 20 já sofria suas primeiras convulsões. Em 191
0, o mundo estava às portas da Primeira Guerra Mundial, Jack Johnson era o primeir
o negro campeão de box, o primeiro hidroavião subia aos céus, a Kodak comercializava a
fotografia e Kandinsky criava a arte abstrata. O Brasil tinha 23 milhões de habit
antes três milhões nascidos no exterior e estava a um ano da produção dos primeiros dis
os.
O primeiro sucesso seria o samba carnavalesco de Donga Pelo Telefone , em 1917. A let
ra prendia de saída com seu tom de urgência: O chefe da folia manda lhe avisar/Que co
m alegria não se questiona para se brincar. Seria a matriz da música que fariam os mo
leques que viviam então a doce inocência dos seus 7 anos.
Arquivo/Gazeta do Povo

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Haroldo Lobo: músicas eram verdadeiras reportagens sobre a realidade da época
O grande som da pequena caixa
O fósforo de segurança foi criado em 1844 por um sueco, mas a caixa de fósforos só surgi
u nos anos 1890 nos Estados Unidos. Ninguém imaginaria que o pequeno objeto (48 x 36
x 17mm) se tornaria, nas mãos criativas dos sambistas brasileiros, um instrumento
musical indispensável.
Leia a matéria completa
Saiba mais
Entre Rio e São PauloNovas vozes subvertem o gêneroCom sabor de pinhãoEm 1935, quando
apesar do modernismo nossa poesia ainda se atrelava aos preciosismos parnasianos
, Noel de Medeiros Rosa (11 de dezembro, Sagitário) arrancava lirismo de temas ban
ais do cotidiano, em Conversa de Botequim , com uma letra cinematográfica: Seu garçom faç
o favor de me trazer depressa/Uma boa média que não seja requentada/Um pão bem quente
com manteiga à beça/Um guardanapo e um copo d água bem gelada. Era o samba do asfalto ,
havia descido o morro para a cidade e retratava com arte e percepção a nova realida
de urbana. Poesia pura.
Muitos desses sambinhas eram feitos no calor da hora em botequins, ao ritmo de vio
lão, cavaquinho e da caixinha de fósforo(texto abaixo). Rabiscados com a ponta rombu
da de um lápis nas toalhas das mesas ou nos guardanapos de papel, adquiriram com o t
empo status de verdadeiras obras-primas. Como em Dama do Cabaré , do mesmo Noel: A car
ta que recebi, não me lembro de quem/Você nela dizia que quem é da boemia/Usa e abusa
da diplomacia/Mas não gosta de ninguém.
Vinte e sete anos incompletos foi o tempo da passagem de Noel: nasceu, viveu e m
orreu no mesmo chalé de Vila Isabel. A movimentação em sua vida ficou por conta da músic
a. O queixo torto, consequência do parto difícil, não lhe trouxe complexos . Era líder e r
belde já nos tempos do Ginásio de São Bento. Não deu muita bola para a escola, sabendo q
ue samba não se aprende na escola.
A escolha da profissão foi, segundo o pesquisador João Máximo, uma fatalidade: em Vila
Isabel, bairro da baixa classe média, jovens talentos tinham como principal, senão úni
co, lazer a música . Apesar do sucesso de Com Que Roupa no carnaval de 1931, Noel entr
ou para a Faculdade de Medicina. Saiu seis meses depois: Como médico, jamais serei
um Miguel Couto. Mas quem sabe não poderei ser o Miguel Couto do samba? Acabou send
o muito mais, chegou até a fazer crítica social: Quanto a você/Da aristocracia/Que tem
dinheiro/Mas não compra alegria.
Noel casou com Lindaura em 1934, mas sua paixão era mesmo a dama de cabaré Ceci. Cor
roído pela tuberculose, morreu em 1937. Deixou 250 canções, uma verdadeira Comédia Human
a musical que descreve os dramas e o cotidiano da pequena gente carioca. Ninguém ca
ntou o Rio melhor do que ele , afirmou Tom Jobim. E Rubem Braga: Vendo essas letras
eu me pergunto se Noel Rosa não foi, tanto quanto sambista, um cronista e um poet
a. E o próprio Noel, mostrando a sutileza do seu pensamento no menor detalhe: A vocação é
necessária até para se dar o laço na gravata .
Cronista
Autor de um dos sambas de carnaval mais lindos, Tristeza , Haroldo Lobo (22 de julho
, Câncer) foi o rei das marchinhas, estourando já em 1941 com Alalaô (parceria com Náss
arranjo de Pixinguinha): Alá-lá-ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô,/Mas que calor, ô, ô, ô, ô, ô, ô./Atr
e Saara/O sol estava quente e queimou a nossa cara... A certa altura a letra cita
com intimidade o deus islâmico: Alá, meu bom Alá. Em outra marcha, Haroldo canta: Vem,
dalisca, pro meu harém, vem,vem, vem./Faço o que você quiser,/Pelas barbas de Maomé/Não ol
ho mais pra outra mulher. Por muito menos, o escritor Salman Rushdie foi condenado à
morte pelos fundamentalistas...
De uma família de músicos (o pai tocava flauta e violão; o irmão era baterista e composi
tor), começou os estudos de música na América Fabril. Aos 13 anos já compunha sambas par
a o Bloco do Urso. Conheceu a vida cedo, foi até vigilante, depois caiu na boemia,
onde ficou conhecido como Clarineta, pela voz com a tessitura do instrumento. S
ua primeira música, gravada por Aurora Miranda (irmã de Carmen) em 1934, Metralhadora ,
aludia à Revolução Constitucionalista. Criticou também o Eixo com Que Passo É Esse Adolfo
e As Ruas do Japão . Mas sua verve se concentrava mesmo na crônica de costumes. Suas músi
cas eram verdadeiras reportagens sobre a realidade brasileira da época, como A Mulh
er do Leiteiro , Alô Padeiro (Não É Economia) e Cabo Laurindo .
Usava também animais em seus temas e O Passo do Canguru fez sucesso nos EUA como Braz
an Willy . Morreu cedo, aos 55 anos, mas deixou 600 canções, entre elas a inesquecível Tr
steza, música que Nilton de Souza (depois Niltinho Tristeza, compôs em 1963 e passou
a cantar no bloco Boêmios de Botafogo. Haroldo gostou tanto que propôs parceria a Nilt
nho e deu o toque de mestre ao suprimir a segunda parte. Gravado por Jair Rodrig
ues, foi o grande sucesso do Carnaval de 1966, mas Haroldo não estava mais aí para s
aborear a sua glória.

POEMA VERSUS LETRA: UMA PROSA


Código
1 Paulo de Toledo · Santos, SP
25/4/2009 · 9 · 1 Está em cartaz nos cinemas o documentário Palavra (En)cantada, que tr
ata, entre outras coisas, das relações entre música e poesia. Confesso que ainda não o a
ssisti*. Mas já vi trechos na TV e uma entrevista da diretora, Helena Solberg, além
de comentários aqui e ali sobre a obra.
Uma das coisas que parece ter chamado a atenção de muitas pessoas no Palavra (En)can
tada foi uma declaração do Chico Buarque na qual ele afirma não se considerar poeta.
Alguns devem ter pensado: Ora, se o Chico, que é o CHICO, não se considera poeta, os
outros cantautori (como dizem os italianos) brasileiros não poderiam ter a audácia d
e se considerarem poetas!
Respeito muito a opinião do Chico e de todos aqueles que concordam com ele, porém mi
nha intenção aqui não é saber o que os autores pensam de si mesmos, mas analisar o que e
les fazem.
O Chico se acha escritor e tem gente que discorda dele (nisso eu concordo com el
e). E tem muita gente que pensa que é poeta, publica livros, se apresenta em público
como poeta e de poeta não tem nem o cheiro (lembrei daquele poema do Augusto, o Be
stiário ).
Enfim, para começo de conversa, uma historinha hipotética.
Um dinamarquês, grande estudioso (Ph.D.) da língua e literatura portuguesas, um dia
resolve se interessar também pela poesia brasileira. Ele pesquisa na www e encontr
a, num site de poesia, a "letra" de O Quereres , de Caetano Veloso.
Não há nenhuma informação sobre o texto, apenas o nome do autor.
O dinamarquês erudito percebe que se trata de um decassílabo, que há rimas, metáforas e
outros recursos que normalmente fazem parte da caixa de ferramentas de todo poet
a que se preze.
Quem poderia afirmar peremptoriamente que, ao considerar o texto em questão como s
e tratando de um poema, esse dinamarquês estaria errado?
Obviamente, quando o texto (a chamada letra ) de Caetano Veloso é oralizado/cantado,
ele se torna algo diferente da peça apenas impressa no papel. Mas isso eu deixo pr
o Tatit falar. A questão agora é apontar o que pensamos ser o equívoco que muita gente
comete ao afirmar categoricamente que LETRA DE MÚSICA NÃO PODE SER POEMA.
Ora, alguém pode afirmar que o Caetano não fez O Quereres para ser lido no papel e que
, por isso, ele não pode ser considerado um poema. Bobagem! Shakespeare não escreveu
suas peças para serem lidas no papel, mas, sim, para serem encenadas nos palcos.
E todos lemos Shakespeare!
Pode-se também argumentar que O Quereres cantado por Caetano é muito melhor do que ape
nas lido no papel. Assim como alguém pode preferir ler as peças de Shakespeare a vê-la
s encenadas nos palcos.
Pãos e pães é questães de opiniães.
Também é interessante lembrar que a canção O Quereres pode ser executada por vários intér
s, além do próprio Caetano. E alguns desses intérpretes podem ser muito ruins. I.e., a
qualidade da canção O Quereres , diferentemente do texto O Quereres , depende da sua e
O mesmo ocorre com as peças shakespearianas. Uma encenação ruim pode matar Shakespeare.
Mas o que importa para nós é o fato de que o texto O Quereres pode, sim, ser fruído/lido
apenas como um objeto gráfico-verbal (em oposição ao objeto sonoro-rítmico-melódico , a
ereres ).
Vamos, então, comparar dois objetos artísticos verbais (verbais porque compostos de si
gnos simbólicos, segundo a definição peirceana). Um deles, o texto do Caetano já citado,
o outro, o poema Código , de Augusto de Campos.

Para efeito de economia de espaço (e da paciência dos leitores), cito apenas o excer
to final do texto do compositor/poeta baiano.
O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem querer-te mal
Bem a ti mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E querendo-te aprender o total
Do querer que há e o que não há em mim
Se compararmos ambos os textos, veremos que o do Caetano contém muitos dos element
os que caracterizam o que se costumou chamar na nossa já longa tradição poética ocidenta
l de poema. Como dissemos na historinha do dinamarquês, o texto em tela é construído e
m versos decassilábicos, possui rimas, cria oxímoros, faz jogos de linguagem etc. et
c. etc.
E o poema de Augusto de Campos, quais as características que, na época em que ele fo
i levado a público (1973), permitiriam aos seus leitores, baseados nos conheciment
os legados pela tradição poética, admitirem aquele objeto gráfico-verbal como sendo um po
ma?
Comparado com o texto de Caetano, Código contém muito menos das características que, na
já citada tradição poética ocidental, identificam um poema. Ele não é feito em versos, não
rimas, nem metrificação etc. etc. etc.
Porém, o fato é que Código foi e é até hoje não só considerado mas também estudado (vide
te Poesia Concreta Brasileira, de Gonzalo Aguiar) como fazendo parte daqueles ob
jetos estéticos denominados poemas.
Portanto, por que Código pode ser denominado poema e O Quereres não pode?
Poderíamos levantar outros argumentos em favor de nossa posição. Por exemplo: Por que
consideramos como poemas as obras dos trovadores provençais se, ao que tudo indica
, eles eram produzidos para serem cantados? Então, por que não chamamos aqueles trov
adores de letristas ? (Para mais informações e muitos e muitos deleites, vide Invenção, de
Augusto de Campos, obra publicada pela Editora Arx.)
Logicamente, e é bom deixar isso muitíssimo claro, não estamos querendo comparar Caeta
no ou outro compositor/poeta, brasileiro ou estrangeiro, com os trovadores prove
nçais (muito menos com Shakespeare, ouviste, Bloom?). O que nos parece claro é que não
querer considerar os textos impressos nos antigos encartes de LP e nos quase ul
trapassados CDs como PODENDO TAMBÉM SER POEMAS é apenas mais uma espécie de pré-conceito
livresco.
E, pra descerrar o encerrado, mais Caetano e um excerto de seu Livros :
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando para a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.

*Assisti o filme mais ou menos uma semana depois de fechar este artigo. Mas, apesa
r de gostar bastante do documentário, ou melhor, apesar de sair do cinema (en)cant
ado com diversas passagens da obra, esta não modificou em nada a minha opinião sobre
a relação poema x letra de música.

A POESIA das LETRAS da MPB por edu hoffmann


Posted on março 4, 2008 7:39 am
by Equipe Palavreiros da Hora| 2 Comentários
Poucas culturas populares podem se orgulhar de um representante musical tão ric
o como a brasileira. Tão grande e magnética que a primeira associação feita no exterior
ao nome do Brasil é com a nossa música, junto ao futebol, naturalmente. E as letras
merecem um enfoque particular, tema do meu próximo livro, com o título ainda provisóri
o de Frases Musicais.
Tenho pesquisado e anotado as letras mais poéticas, e as mais engraçadas de tudo o
que foi gravado na Música Popular brasileira. Mas isso é trabalho para toda a vida,
uma vez que os compositores continuam produzindo, sinal que felizmente, e prazer
osamente, terei muito o que fazer. Aí vai algumas Frases Musicais selecionadas:
Coragem não está no grito
nem riqueza na algibeira
e os pecados de domingo,
quem paga, morena,
é segunda-feira
Paulo Vanzolini, em Capoeira do Arnaldo, na voz do bando da Macambira

Num relógio é quatro e vinte


no outro é quatro e meia
é que de um relógio pra outro
as horas vareia
Adoniram Barbosa, em Tocar na Banda, na voz de Adoniram Barbosa

Bahiano não nasce


Bahiano estréia
Moraes Moreira, em Estação Bahia, na voz de Moraes Moreira

Meu tesouro é uma viola


que a felicidade oculta
se a vida não dá receita
eu não vou pagar a consulta
Zeca Baleiro em Dindinha, na voz de Ceumar
Esse pobre navegante
meu coração amante
enfrentou a tempestade
no mar da paixão e da loucura
fruto da minha aventura
em busca da felicidade
Paulinho da Viola, em Coração Leviano, na voz de Paulinho da Viola.

Morena, minha morena


tire a roupa da janela
vendo a roupa sem a dona
eu penso na dona sem ela
Popular, adaptação de Tom Zé, em Morena, na voz de Tom Zé

Deixe em paz meu coração


que ele é um pote até aqui de mágoa
e qualquer desatenção faça não
pode ser a gota d ´água
Chico Buarque, em Gota D´água, na voz de Chico Buarque

Hoje, eu quero a rosa mais linda que houver


e a primeira estrela que vier
para enfeitar a noite do meu bem
Dolores Duran em A Noite do Meu Bem, na voz de Dolores Duran

A esperança dança
na corda bamba de sombrinha
e em cada passo dessa linha
pode se machucar
João Bosco/Aldir Blanc em O Bêbado e o Equilibrista, na voz de Elis Regina

Queixo-me às rosas
mas que bobagem, as rosas não falam
simplesmente as rosas exalam
o perfume que roubam de ti

Cartola, em As Rosas Não Falam, na voz de Beth carvalho

Cheguei na beira do porto onde as ondas se espaia


as garças dá maia volta, e senta na beira da praia
e o cuitelinho não gosta, que o botão da rosa caia
Ai, ai
Tema recolhido por Paulo Vanzolini e Antonio Xandó, em Cuitelinho, na voz
de Maria Marta.

Tire o seu sorriso do caminho


que eu quero passar com a minha dor
hoje pra você eu sou espinho
espinho não machuca a flor
eu só errei quando juntei minh´alma à tua
o sol não pode viver perto da lua
Guilherme de Brito/Alcides Caminha/Nelson Cavaquinho em A Flor e o Espinho,
na voz de Nelson Cavaquinho.

Morena se acaso um dia


a tempestade te apanhar,
não foge da ventania,
da chuva que rodopia,
sou eu mesmo a te abraçar
Toquinho/Paulo Vanzolini em Boca da Noite, na voz de Márcia

Ô mulata assanhada
que passa com graça, fazendo pirraça,
fingindo inocente
tirando o sossego da gente
Ataulpho Alves em Mulata Assanhada, na voz de Elizeth cardoso, com
Jacob do Bandolim e Conjunto Época de Ouro.
Sabão, um pedacinho assim
A água, um pinguinho assim
o tanque, um tanquinho assim
a roupa, um montão assim
pra lavar a roupa da minha Sinhá
pra lavar a roupa da minha Sinhá
Nilo Chagas/Monsueto Menezes/João Vieira Filho em Lamento da Lavadeira,
na voz de Marlene.
Ai, ai, ai Izaura
hoje eu não posso ficar
se eu cair em seus braços
não há despertador
que me faça acordar
Herivelto Martins/Roberto Roberti, em Izaura, na voz dos Demônios da Garoa.

Meu Deus eu ando com o sapato furado


tenho a mania de andar engravatado
a minha cama é um pedaço de esteira
E uma lata velha que me serve de cadeira
João da Baiana, em Cabide de Molambo, na voz de João da Baiana

Te chamei de querida
te ensinei todos os auto-reverses da vida
e o movimento de translação que faz a terra girar
te falei que o importante é competir
mas te mato de pancada se você não ganhar
Dinho/Bento Hinoto, em Uma Arlinda Mulher, com os Mamonas assassinas.

Amor lá no morro
é amor pra chuchu
as rimas do samba
não são y love you
e esse negócio de alô
alô boy, alô Jone
só pode ser conversa de telefone
Noel Rosa em Não tem Tradução, na voz de Aracy de Almeida

Eu vejo as pernas de louça da moça que passa


e não posso pegar
tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Chico Buarque em Pra Quando o Carnaval Chegar, na voz de Chico Buarque

Sonhei toda a noite e pensei


nos beijos de amor que te dei
Ioiô meu benzinho do meu coração
me leva contigo, não me deixa mais não
Luiz Peixoto/Marques Porto/Henrique Vogeler em Linda Flor(Ai, Ioiô), na voz de Isa
ura Garcia.

Então, isso é só um pedacinho da boa poesia da nossa MPB. Aguardem o livro!

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