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SEGURANÇA

AS REGRAS DE SEGURANÇA ESTABELECIDAS PARA OS EXPLOSIVOS VISAM,


OBVIAMENTE, LIMITAR TANTO QUANTO POSSÍVEL OS RISCOS DE ACIDENTES.
E NO CASO DE OCORRER UM ACIDENTE, O MENOR NÚMERO DE PESSOAS
E/OU BENFEITORIAS ENVOLVIDAS NO MESMO.

As normas de segurança citadas abaixo são baseadas em anos de


experiência no trabalho com explosivos e obedecem ao regulamento R
-105 do Ministério da Defesa.

7.1 - TRANSPORTE

a) Ao transportarem explosivos ou acessórios verifique se o veículo está


em boas condições de funcionamento, com bons freios e com circuitos
elétricos bem isolados para evitar curtos-circuitos.

b) Coloque sempre dois extintores de incêndio em todo e qualquer


veículo que vai transportar a carga.

c) Se o veículo for aberto, é recomendável cobrir a carga com lona


impermeável.

d) Coloque sempre a carga bem arrumada e amarrada, de preferência


sobre um estrado de madeira.

e) Ao iniciar a carga ou descarga de explosivos ou acessórios o veículo


deve estar freado e calçado. Fazer esta operação com o máximo
cuidado.

f) Nunca transporte juntamente com explosivos ou acessórios, cargas tais


como:
Óleos, carbureto, gasolina, munições, armas de fogo, ácidos, produtos
corrosivos ou oxidantes, tambores de ferro, etc.

g) Nunca dê carona a amigos ou estranhos quando transportando


explosivos ou acessórios.

h) Nunca carregue ou descarregue quando a situação do tempo for


desfavorável (tempestades, relâmpagos, etc.).

i) Sinalizar o veículo com placas de advertência adequadas para


transportar explosivos.

j) Nunca transporte explosivos e acessórios simultaneamente, a não ser


que se disponha de veículo com uma caixa especialmente desenvolvida
e aprovada pelo exército para este fim.

k) Verifique se o veículo está com o chassi ligado a terra.

l) Nunca estacione um veículo carregado com explosivos ou acessórios


em locais habitados principalmente próximo a escolas, hospitais, igrejas
ou postos de abastecimento.

l) RESPEITE SEMPRE TODAS AS NORMAS ACIMA, MESMO QUANDO


TRANSPORTANDO EXPLOSIVOS OU ACESSÓRIOS DENTRO DE SEU
CANTEIRO DE OBRAS.

O anexo define ainda que as empresas devem efetuar a gestão de


segurança e saúde para proteção dos trabalhadores e também adotar
medidas de prevenção nas atividades de comércio de fogos de artifícios.

A elaboração desse anexo ocorreu de forma tripartite, contando com a


participação das organizações mais representativas dos trabalhadores e
empregadores, que sob a coordenação do governo, construíram o texto
aprovado, por consenso, durante a 49ª Reunião Ordinária da CTPP,
realizada em 28 de março de 2007. A alteração foi então publicada pela
Portaria SIT nº 07, de 30 de março de 2007, sendo sua aplicação
obrigatória para todo o setor econômico no prazo ali estipulado.

Já em 2011, a Portaria SIT nº 228, de 24 de maio de 2011, reorganizou o


corpo da norma e alterou o Anexo II, que apresenta, para o processo de
fabricação, as tabelas com as quantidades máximas de explosivos que
podem ser armazenados e as respectivas distâncias que devem ser
observadas. Essas alterações foram submetidas para avaliação pela
CTPP, durante a 64ª Reunião Ordinária, realizada em 30 e 31 de março
de 2011.

* A CTPP, originalmente instituída pela Portaria SSST nº 2, em 10 de abril de


1996, foi extinta pelo Decreto nº 9.759, de 11 de abril de 2019, e recriada
pelo Decreto nº 9.944, de 30 de julho de 2019, sendo que as atas das
reuniões realizadas após 30 de julho de 2019 iniciaram uma nova
numeração.

7.2 - ARMAZENAMENTO

a) A fim de proteger os depósitos contra incêndios deve-se manter em torno dos


mesmos uma faixa de terreno limpo com largura mínima de 20 metros.

b) Não é permitido fumar ou carregar fósforos dentro e nas proximidades dos


depósitos.

c) Ante a aproximação de tempestade os depósitos devem ser fechados e o


pessoal afastado para uma distância segura.

d) O piso dos depósitos deve estar sempre limpo.

e) Os estoques mais antigos devem ser empilhados na frente e consumidos em


primeiro lugar.

f) As caixas devem estar dispostas em pilhas da seguinte forma:

. alojadas sobre estrados de madeira para isolá-las do piso;

. afastadas das paredes no mínimo 20 cm;

. afastadas do teto no mínimo 70 cm;


. separadas entre filas por 60 cm;

. ter altura máxima de 2 metros ou 10 caixas, prevalecendo o menor valor;

. separadas entre si para permitir a passagem, entrada e saída de caixas com


segurança.

ELETRICIDADE ESTÁTICA

Muitas pessoas desconhecem que o nosso corpo e veículos pode produzir


eletricidade estática. Eletricidade esta que, conforme a sua intensidade pode
até causar a iniciação de uma espoleta.

Acidentes já aconteceram por iniciação de uma simples espoleta número 8.

Por isso a preocupação em colocar barras de cobre nas entradas dos paióis, e
correntes ou cabo-de-aço nos veículos que transportam explosivos e acessórios.

Recomenda-se então que todos usuários de explosivos e acessórios, tomem esta


atitude simples de descarregar sua eletricidade estática, antes de adentrar nos
paióis, principalmente de acessórios, para evitar qualquer acidente.

Definição

A eletricidade estática é definida como uma carga elétrica causada por um


desbalanceamento dos elétrons na superfície de um material. Essa carga
produz um campo elétrico que pode ser medido e pode afetar outros objetos
à distância.

Descarga eletrostática, ou ESD (do inglês ElectroStatic Discharge), é definida


como a transferência dessa carga entre corpos com potenciais elétricos
diferentes.

Cargas eletrostáticas são criadas pelo contato e separação de dois materiais.


Por exemplo, uma pessoa andando sobre um piso gera eletricidade estática
conforme a sola do sapato entra em contato e em seguida se separa da
superfície do piso. Da mesma forma um dispositivo eletrônico deslizando para
dentro ou para fora de uma embalagem gera eletricidade estática, devido aos
múltiplos contatos entre seu corpo e terminais e o material da embalagem.

Atividades Causadoras de ESD.


Algumas destas atividades incluem: - Caminhar sobre um carpete, 1.500 a
35.000 volts. - Caminhar sobre um piso de Vinil sem tratamento, 250 a 12.000 volts.
- Sentar em uma cadeira com estofamento em Vinil, 700 a 6.000 volts. - Utilizar
um envelope em Plástico Comum, 600 a 7.000 volts. - Atritar um plástico comum
em uma cadeira com estofamento em vinil 1.200 a 20.000 volts.

Efeitos da eletricidade estática

Quando sentimos um choque de eletricidade estática, estaremos


experimentando uma descarga de no mínimo 3.000 volts . Enquanto é possível
sentir uma descarga eletrostática de 3.000 volts, cargas menores estarão abaixo
da sensibilidade humana. Usualmente pequenas cargas podem e danificam
dispositivos semicondutores, estes componentes de alta tecnologia utilizados
hoje podem ser prejudicados por cargas menores que 100 volts. Alguns destes
componentes sofisticados irão ser danificados por cargas baixas como 10 volts.
É necessário estar atento aos danos provocados por ESDno trabalho diário. Os
efeitos da ESDsobre os componentes eletrônicos serão invariavelmente
destrutivos. Após uma descarga eletrostática o componente pode apresentar
falha total, degradação de desempenho, redução de expectativa de vida ou
operação errada.> No caso de circuitos digitais que utilizam memórias
semicondutoras podem ser esperadas falhas de software devido à corrupção
de dados armazenados nessas memórias. Chamamos esses danos de dano
catastrófico ou dano latente.

Soluções Contra os Efeitos da ESD.

Existem diferentes formas de atenuar o efeito das descargas eletrostáticas ou


mesmo impedir sua ocorrência. As soluções em geral são simples e de custo
reduzido, permitindo um efetivo ganho de confiabilidade em processos de
manutenção, operação e armazenagem de equipamentos e componentes. As
principais técnicas são:

Aterramento

Um material condutor pode ser aterrado por conexão direta a terra


(aterramento) ou por ligação com outro condutor que já está conectado a
terra (equalização). É um processo utilizado para minimizar as diferenças de
potenciais elétricos entre os objetos e a terra.
Pulseira anti-estática

É uma pulseira conectada a um cabo aterrado que permite que qualquer


acúmulo de cargas no corpo do operador do equipamento seja desfeito com
o retorno ao equilíbrio. A pulseira possui um resistor (1 M?) acoplado em série
para limitar a corrente de curto circuito, protegendo o usuário caso o mesmo
venha a tocar em algum componente energizado.

Manta dissipativa

Usada para aplicações em bancadas ou mesa de trabalho, confeccionada


com borracha anti-estática com três camadas e fio de aterramento.

MANUSEIO

OS MATERIAIS EXPLOSIVOS SÓ DEVEM SER MANUSEADOS POR PESSOAL


ESPECIALIZADO.

a) Evite maus tratos com explosivos e acessórios.

b) Não risque fósforos, fume ou acenda fogueira junto a explosivos.

c) Não coloque explosivos ou acessórios em lugares inadequados, onde fiquem


expostos a calor excessivo, fagulhas ou impacto.

d) Não coloque várias caixas de explosivos ou acessórios juntas ou muito


próximas.

e) Não deixe sobras de explosivos ou acessórios jogadas de qualquer jeito.


Guarde-as sempre no paiol após o uso.

f) Não carregue explosivos ou acessórios dentro do bolso.

g) Ao iniciar uma perfuração, certifique-se de que não existem minas falhadas


nas proximidades.

h) Fure os explosivos com furadores de madeira ou plástico e nunca force uma


espoleta a entrar em uma banana de explosivo.

i) Sobre o furo a ser carregado:

. verifique se o furo está frio;

. veja se o furo está desimpedido até o fundo;


. verifique a presença de água.

j) Não force o explosivo, principalmente o cartucho-escorva através de


obstruções.

k) Prepare as escorvas no momento de introduzi-las no furo. Escorvas que não


forem utilizadas devem ser desfeitas.

l) Sobre as espoletas simples:

. não tente retirar a carga de uma espoleta;

. espoletas são extremamente sensíveis a calor,choque,atrito;

. faça o amolgamento em local isolado, sempre fora do paiol de acessórios ou


explosivos;

. nunca enfie prego, arame ou outro objeto dentro da espoleta simples;

. use sempre o alicate amolgador.

m) Evite sempre a presença de pessoas não especializadas na área de


carregamento e detonação.

DETONAÇÃO

a) Verificar com antecedência todas atitudes que deverão ser tomadas para
isolar a área de risco.

b) Isolar toda a área momentos antes da detonação, utilizando recursos como


bandeiras vermelhas, placas, correntes, comunicação via rádio, etc.

c) Determinar horário específico para detonações e divulgar a todos


funcionários e terceiros envolvidos na lavra.

d) Cortar o estopim em tamanho suficiente para que depois do acendimento,


o funcionário possa abrigar-se com segurança.

e) Nunca faça uma detonação sem antes ter absoluta certeza de que todas
pessoas e máquinas estão abrigadas seguramente.

f) Utilizar sistema de sirene para alertar sobre o momento exato da detonação.

g) Retornar na área após a detonação, somente quando os gases dissiparem.


h) Só liberar a área de risco após o cabo de fogo conferir os resultados.

GASES

Como é sabido a decomposição dos explosivos acontece de maneira quase


que essencialmente gasosa. Alguns desses gases e em determinadas
concentrações (principalmente em minas subterrâneas) são nocivos à saúde.
Repetindo:

Na condição ideal, a reação química de decomposição de uma emulsão


explosiva produzirá dióxido de carbono (CO2), nitrogênio (N2) e vapor d’agua
(H2O), todos não tóxicos.

Os gases mais preocupantes são: CO (Monóxido de Carbono) e NO2 e NO


(Dióxido e monóxido de Nitrogênio).

Dessa forma, recomenda-se que se espere até a completa dissipação dos


gases resultantes da detonação antes da voltar ao local da detonação.

CO2 Dióxido de Carbono- (não é gás tóxico, porém asfixiante).

CO Monóxido de Carbono (extremamente tóxico).

NO Monóxido de Nitrogênio

NO2 Dióxido de Nitrogênio

GRISU Mistura complexa de gases naturais, com acentuada predominância de


CH4 (Gás Metano), concentração entre 93% a 99%. Constitui problema nas
minas carvoeiras subterrâneas. Torna a atmosfera explosiva.

OBS: Quantidade relativa máxima permitida para o ser humano, deste gás na
atmosfera é especificado em ppm (partícula por milhão) ou % (porcentagem)
no caso do CH4.

TIPO DE CARREGAMENTO

A escolha do tipo de explosivo a ser utilizado baseia-se principalmente no tipo


de material rochoso que compõe o maciço, na presença ou não de água nos
furos e no tipo de resultado que se planeja alcançar no desmonte.

Quando os furos apresentam-se secos, a prática recomenda que se divida a


coluna de carregamento de explosivos em dois segmentos de cargas distintas.
4.8.1 - Carga de Fundo (CF)

O primeiro segmento localizado na parte inferior do furo é chamado Carga de


Fundo, composto principalmente por explosivos mais densos e energéticos, de
alta velocidade de detonação e capazes de quebrar a rocha situada próxima
ao pé da bancada, onde geralmente encontramos afastamentos mais
“pesados”.

Deve se levar em consideração também, que é o explosivo da Carga de Fundo


que se encarregará de iniciar os explosivos da Carga de Coluna, razão pela
qual ele deva ser bastante energético para garantir a melhor iniciação possível
do segmento superior do furo.

4.8.2 - Carga de Coluna (CC)

Por motivo de economia, os explosivos de Carga de Coluna mais utilizados são


os nitrocarbonitratos que apresentam densidade baixa a média e velocidade
de detonação moderada. As maiores vantagens deste tipo de explosivo são o
seu baixo custo, a rapidez no carregamento e o acoplamento perfeito, uma vez
que preenchem totalmente o furo.

Nitrocarbonitratos de granulação mais grosseira quase sempre necessitam que


se adicionem cartuchos de explosivo mais potente intercalados na massa de
granulado para se conseguirem resultados ótimos de desempenho. É usual a
intercalação de ½ cartucho a cada 3 metros de coluna de granulado. Neste
caso as emulsões encartuchadas são o explosivo mais adequado por
apresentarem alta velocidade de detonação. Explosivos do tipo ANFO, de
fabricação rudimentar, normalmente necessitam de uma quantidade maior
destas intercalações devido à sua baixa sensibilidade, havendo casos de
diâmetros muito grandes onde se faz necessária a utilização de “Boosters”.

Alguns autores recomendam a utilização de uma proporção em peso de


aproximadamente 30 % Carga de Fundo para 70 % de Carga de Coluna. Porém,
somente o acompanhamento dos resultados de campo é que indicará a
proporção que conciliará os melhores resultados com um custo global
compatível.

TAMPÃO (T)
Como o próprio nome diz, a função primordial do tampão é tampar, fechar a
boca dos furos impedindo pelo máximo tempo possível que ocorra escape dos
gases da explosão.

Se o tampão for insuficiente ocasionará perda de pressão dos gases dentro do


furo comprometendo o rendimento da detonação. Além disso, esta liberação
prematura dos gases para a atmosfera é fator causador de ultra-lançamento e
sobrepressão acústica.

O material utilizado no tampão deve ser aquele que ofereça a maior resistência
possível a sua expulsão pelos gases dos explosivos. Para furos acima de 2 ½”
recomenda-se a utilização de brita no lugar do pó da perfuração dos furos ou
da terra.

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