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CURSO AVANÇADO

NR-37: SEGURANÇA E SAÚDE EM


PLATAFORMAS DE PETRÓLEO

4
SEGURANÇA NA OPERAÇÃO
DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
MÓDULO 4
SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS

INTRODUÇÃO

Chegamos ao último módulo do curso avançado. No Módulo 4, aprenda sobre as


medidas de segurança na operação das instalações elétricas em atmosferas explosivas.

A atmosfera explosiva ocorre quando o ar, em condições atmosféricas


propensas, se mistura com substâncias inflamáveis e, em contato com alguma fonte
de ignição, ocasiona uma combustão.

A combustão é a reação química exotérmica entre o oxigênio e materiais


combustíveis. Há uma rápida produção de calor, onde a parte visível é chamada de
fogo.

Resumindo, para que ocorra uma explosão é necessário a combinação de três


elementos:

• Fonte de ignição, que podem ser faíscas elétricas ou efeito térmico


causado por temperaturas elevadas;

• Comburente, que aqui é o oxigênio, uma vez que o ar é composto por


oxigênio;

• Substância inflamável ou combustível, como o gás e o vapor.

Já o limite inferior de
explosividade é quando a
concentração na qual a mistura se
torna inflamável é mínima, ou seja,
pode existir uma alta concentração
de oxigênio, mas a baixa
porcentagem de gases e vapores,
faz com que uma eventual ignição
não consiga se propagar.

O vazamento de gás é um
exemplo de uma atmosfera com
potencial explosivo. Grande parte dos incidentes ocorre pela falta de conhecimento do
que é área classificada e a inexistência de medidas de segurança adequadas.

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A Área Classificada é o ambiente em que existe a probabilidade de formação


de uma atmosfera explosiva. O local pode ser aberto ou fechado, mas é necessário
ter precauções especiais para sua construção, instalação e uso de equipamentos
elétricos. As plataformas offshores são locais que têm grande potencial para se
tornarem áreas explosivas devido aos possíveis vazamentos de gases e vapores.

A NR-10 é a norma regulamentadora que garante a saúde e segurança dos


trabalhadores que atuam com instalações elétricas. Só profissionais capacitados e
habilitados podem exercer atividades com eletricidade. O treinamento é obrigatório.

Neste último módulo, vamos detalhar as exigências da NR-10 e da NR-37 (37.18),


além de aprendermos sobre a classificação de áreas, sinalização de ambientes,
entender quais são os riscos elétricos numa plataforma de petróleo, como evitar
acidentes, quem são os responsáveis e a importância da inspeção elétrica.

Você sabe quais são os equipamentos de proteção individual que devem


ser usados por uma pessoa que trabalha com eletricidade? E os equipamentos
de proteção coletiva? O choque elétrico pode acontecer quando alguém toca
indevidamente num circuito elétrico e se a pessoa estiver com o equipamento correto,
a corrente elétrica é atenuada pela resistência do calçado, por exemplo.

As atividades e serviços executados em Instalações elétricas envolvem


responsabilidades nas esferas cível, criminal, previdenciária e trabalhista. Nós
vamos aprender sobre cada uma delas, com mais detalhe, ao longo do curso. As
aulas irão ajudá-lo a desenvolver os conhecimentos e competências necessárias
para identificar e atuar de maneira segura com equipamentos e áreas classificadas.

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4.1 | EXIGÊNCIAS DA NR-10

Neste tópico, vamos ver alguns pontos importantes da Norma Regulamentadora


número 10. Qual será a sua relação com instalações elétricas em plataformas de
petróleo?

A NR-10 estabelece as
condições necessárias para garantir
a segurança dos trabalhadores
envolvidos com o trabalho em
instalações elétricas, desde o
seu projeto, até a execução,
reforma, ampliação, operação e
manutenção. A norma também
prevê a segurança de usuários e
terceiros.

Em todas as intervenções em
instalações elétricas, devem ser
adotadas medidas preventivas de
controle do risco elétrico e de outros
riscos adicionais. A análise de risco garante a segurança e a saúde no trabalho.

O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser organizado e mantido


atualizado pelo empregador, devendo permanecer à disposição dos trabalhadores
envolvidos nas instalações e serviços em eletricidade.

Em relação às medidas de proteção coletiva é recomendável a


desenergização elétrica e, na sua impossibilidade, o emprego de tensão de
segurança. Outras medidas de proteção coletiva são a isolação das partes vivas,
obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de seccionamento automático de
alimentação e bloqueio do religamento automático.

Quando as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis para


controlar os riscos, devem ser adotados equipamentos de proteção individual
específicos e adequados às atividades desenvolvidas. As vestimentas de trabalho
devem ser adequadas às atividades, devendo contemplar a condutibilidade,
inflamabilidade e influências eletromagnéticas.

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Os circuitos elétricos com finalidades diferentes, tais como: comunicação,


sinalização, controle e tração elétrica devem ser identificados e instalados
separadamente. Se o sistema tecnológico permitir, pode ser compartilhado.

Todo projeto deve prever condições para a adoção de aterramento temporário.


Nos locais de trabalho só podem ser utilizados equipamentos, dispositivos e
ferramentas elétricas compatíveis com a instalação elétrica existente, preservando-
se as características de proteção, respeitadas as recomendações do fabricante e as
influências externas.

Devem ser adotadas medidas preventivas destinadas ao controle dos riscos


adicionais, especialmente quanto à altura, confinamento, campos elétricos e
magnéticos, explosividade, umidade, poeira, fauna e flora e outros agravantes,
adotando-se a sinalização de segurança.

Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à


aplicação em instalações elétricas de ambientes com atmosferas potencialmente
explosivas devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema
Brasileiro de Certificação.

A proteção contra incêndios


e explosões é um ponto
extremamente importante quando
se fala em instalações elétricas em
plataformas de petróleo. Segundo
a NR-10, nas instalações elétricas
de áreas classificadas ou sujeitas
a risco acentuado de incêndio ou
explosões, devem ser adotados
dispositivos de proteção, como
alarme e seccionamento automático
para prevenir sobretensões,
sobrecorrentes, falhas de
isolamento, aquecimentos ou outras
condições anormais de operação.

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Numa plataforma de petróleo, há várias


comportas. Então, o alarme toca e essas comportas
fecham para o gás não passar. Isso é muito
importante para contornar a explosão em um canto da
embarcação e colocar o pessoal numa área segura.

Qualquer equipamento elétrico ou eletrônico,


independentemente se vai operar numa área
classificada ou não, deve vir de fábrica com uma
proteção que se refere principalmente: proteção de
pessoas contra choque elétrico, proteção contra
intempérie e proteção contra penetração de corpos
sólidos.

Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização


adequada de segurança com:

- identificação de circuitos elétricos;

- travamento e bloqueio de dispositivos;

- restrições e impedimentos de acesso;

- delimitações de áreas;

- identificação de equipamento.

De acordo com a NR-10, cabe aos trabalhadores:

- zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam


ser afetadas por suas ações ou omissões no trabalho;

- responsabilizar-se junto com a empresa pelo cumprimento das


disposições legais e regulamentares, inclusive quanto aos
procedimentos internos de segurança e saúde;

- comunicar, de imediato, ao responsável pela execução do serviço as


situações que considerar de risco para sua segurança e saúde e de
outras pessoas.

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Na NR-37 (37.18), existe um item específico sobre as instalações elétricas em


plataformas offshore. Um dos pontos é que em plataformas de bandeira estrangeira,
os trabalhadores estrangeiros autorizados devem estar devidamente capacitados,
qualificados ou legalmente habilitados para o exercício de suas funções, de acordo
com o estabelecido pela NR 10.

O que isso quer dizer? Que o trabalhador estrangeiro só é considerado


capacitado após a sua formação e treinamento ministrados no exterior serem
reconhecidos formalmente pelo profissional legalmente habilitado autorizado pela
operadora da instalação.

Quando estamos embarcados, devemos nos questionar: qual é a probabilidade


de existência de uma atmosfera explosiva? Qual é o nível de proteção dos
equipamentos elétricos?

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4.2 | CONCEITOS DE ELETRICIDADE

Antes de nos aprofundarmos no entendimento dos riscos em instalações


elétricas, é preciso conhecer alguns conceitos básicos em eletricidade.

Vamos começar pelos átomos! Tudo que nos cerca é


composto por átomos. E o que seria o átomo? É a menor
partícula constituinte da matéria, que apresenta em
seu núcleo os prótons com carga elétrica positiva e os
nêutrons com carga neutra.

Já os elétrons são centenas de vezes mais leves


do que o núcleo e giram em uma órbita em volta do átomo,
presos pela força que o núcleo exerce sobre eles. Lembra que
na escola os professores faziam uma analogia entre o átomo e o sistema solar?
Imagine que o núcleo do átomo é o sol e os elétrons são os planetas que giram em
torno dele.

Você já parou para pensar o que acontece quando acendemos uma lâmpada
ou ligamos um aparelho na tomada? Os condutores são as matérias capazes de
conduzir corrente elétrica. E assim como toda matéria, são compostos por átomos.
Portanto, a corrente elétrica é o movimento ordenado de elétrons. Quando uma
lâmpada acende, podemos entender que existe um fluxo de elétrons pelo condutor,
provocado por uma diferença de potencial (DDP).

O núcleo do átomo exerce uma


força sobre o elétron e para que o
elétron se desprenda desse átomo é
necessário que se exerça uma força,
que nós chamamos de tensão.

A tensão elétrica é a força


que impulsiona o movimento dos
elétrons. E ela tem como unidade
de medida o volt (V). A resistência
oferecida ao fluxo de elétrons recebe o nome de resistência elétrica.

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O que nós conseguimos entender com toda essa informação? Que por meio
dos condutores flui um movimento ordenado de elétrons chamado corrente
elétrica, esse movimento se dá por uma força que impulsiona o movimento dos
elétrons, chamada tensão, e existe uma oposição à passagem da corrente elétrica
chamada resistência elétrica.

Importante!! Quanto maior a resistência para uma mesma tensão, menor será
a corrente elétrica e vice-versa.

Sabia que um dos riscos mais


graves e comuns em eletricidade, é
o risco de choque elétrico? O choque
elétrico nada mais é do que o conjunto
de efeitos gerados no corpo humano
pela circulação de corrente elétrica.

Quando pensamos em termos de riscos fatais, temos que analisar a intensidade


do choque elétrico. Por exemplo, os choques por correntes baixas causam efeitos
mais graves como paradas cardíacas e respiratórias. Já o choque com corrente
elétrica de alta intensidade, pode causar queimaduras externas e internas.

Quando se trabalha com tensões altas, para evitar os choques elétricos e


minimizar os seus efeitos, é indicado que o trabalhador aumente a sua resistência.
E como fazer isso? Utilizando equipamentos de proteção individual, ou seja, usar
botas e luvas adequadas.

Na verdade, os efeitos do choque elétrico depende de uma série de fatores. É


preciso ter atenção principalmente com: o percurso da corrente elétrica pelo corpo
humano, a intensidade da corrente elétrica, o tempo de duração, qual foi a área de
contato, a frequência da corrente elétrica, as condições da pele da pessoa, qual a
constituição física dela e o estado de saúde da mesma.

E sabe quais os efeitos produzidos no corpo humano pelo choque elétrico?


Elevação da temperatura dos órgãos, devido ao aquecimento produzido pela corrente,
rigidez dos músculos, comprometimento do coração quanto ao ritmo e batimento
cardíaco, comprometimento da respiração e deslocamento de músculos e órgãos
internos.

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A potência do choque elétrico pode ser tão intensa e silenciosa, ao mesmo


tempo que muitos órgãos aparentemente sadios depois do choque podem demorar
dias ou até meses para apresentar sintomas.

E quais as medidas de proteção básicas que devem ser previstas numa


plataforma de petróleo para evitar choques? Isolação ou separação das partes vivas,
uso de barreira ou invólucro, limitação de tensão e seccionamento automático, com
a utilização de Dispositivo Diferencial Residual, por exemplo.

O choque elétrico também pode acontecer por falhas que tornam uma parte
condutora acessível em acidentalmente viva. O que isso quer dizer? Que às vezes
regiões neutras tornam-se vivas, por meio de uma fuga de corrente elétrica na instalação
ou nos equipamentos. Por exemplo, tomar choque ao encostar numa máquina de lavar.

Para evitar choques desse tipo devemos utilizar dispositivos de seccionamento


automático, aterrar adequadamente as máquinas e equipamentos elétricos e isolar
essas partes com material não condutor, como por exemplo, borracha.

E voltando aos conceitos básicos de eletricidade. Já ouviu falar de arco voltaico


(ou elétrico)? O arco voltaico é a passagem de corrente elétrica por um meio
isolante, como ar, por exemplo. O arco acontece não apenas quando o circuito
é aberto, mas, também, quando ele é fechado.

Quanto maior for a corrente


elétrica, maiores serão os efeitos
causados pelo arco.

Exemplo, quando desligamos


o disjuntor de uma residência, o
arco voltaico também acontece,
mas não os percebemos em
função do invólucro que protege
o disjuntor. Para extinguir o
arco dentro do disjuntor, existe
a câmara de extinção do arco
voltaico, que pode conter óleo, Hexafluoreto de Enxofre, vácuo ou ar comprimido.

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Os arcos voltaicos, quando ocorrem nos disjuntores, são inofensivos, entretanto,


em circuitos em que as correntes são muito altas, os riscos são muito maiores.

Os arcos voltaicos são muito quentes, sua temperatura pode chegar a 20.000
°C. Em função disso, a ocorrência de queimaduras severas é comum a pessoas
expostas ao arco voltaico.

Por exemplo, em
uma subestação um
arco voltaico pode ser
provocado quando uma
chave seccionada é
aberta sobre um circuito
energizado. Sempre que
houver risco de arco
voltaico, o trabalhador
deve estar com a cabeça,
o pescoço, os braços e
antebraços devidamente
protegidos.

E o que seria campos eletromagnéticos? O campo eletromagnético é um


fenômeno invisível criado pela corrente elétrica. Um corpo carregado pode atrair
ou repelir uma partícula carregada próxima a ele, à medida que essa partícula é
afastada esse efeito de atração e repulsão é reduzido. Ou seja, todo o espaço em
volta do corpo capaz de gerar esse efeito é chamado campo elétrico.

Portanto, campo magnético é toda região do espaço na qual uma agulha


imantada fica sob a ação de uma força magnética. Há diversas pesquisas que
tentam provar os efeitos adversos da exposição ao campo eletromagnético, como
distúrbios do sono, baixa do sistema imunológico e até leucemia em crianças.

A radiação provoca aquecimento intenso nos elementos metálicos e é


por isso que devemos ter atenção especial aos trabalhadores que têm próteses
metálicas, pois tal aquecimento pode provocar lesões.

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Os trabalhadores que portam aparelhos e equipamentos eletrônicos, como


marca-passo, dosador de insulina e amplificador auditivo também devem se precaver
dessa exposição, já que os circuitos dos aparelhos podem ser danificados.

A maior preocupação quanto aos campos eletromagnéticos é o fato de que


quando a corrente elétrica circula por um condutor, ela induz uma corrente nos
condutores próximos. Em função disso, pode haver circulação de corrente em um
circuito desenergizado, caso ele esteja próximo de um circuito energizado. Para se
assegurar de que realmente não existe risco, ou seja, não existe tensão, o trabalhador
deve utilizar um medidor de tensão.

SAIBA MAIS
No Brasil, os limites de exposição humana a campos eletromagnéticos
estão estabelecidos por lei. A Lei nº11.934, de 5 de maio de 2009,
estabelece limites à exposição humana a campos elétricos, magnéticos
e eletromagnéticos, associados ao funcionamento de estações
transmissoras de radiocomunicação, de terminais de usuário e
de sistemas de energia elétrica nas faixas de frequências até 300
gigahertz, visando a garantir a proteção da saúde e do meio ambiente.

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4.3 | CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS

Neste tópico, vamos aprender sobre áreas classificadas. E o que seria isso?

A área classificada é a área na qual existe a probabilidade de formação ou


existência de uma atmosfera explosiva. O local pode ser aberto ou fechado, mas
exige precauções especiais para a construção, instalação e utilização de equipamentos
elétricos.

A eletricidade é uma das principais fontes de ignição em ambientes com


atmosferas explosivas. A ignição pode acontecer pelo centelhamento, ou seja, pela
abertura e fechamento de contatos, e pela temperatura elevada que um aparelho
pode atingir em operação normal ou em falhas.

As áreas classificadas
apresentam riscos diferentes. Há
o risco de grau contínuo, que são
constantes ou por longos períodos,
o risco de grau primário, que são
os riscos sazonais, em condições
normais de trabalho, e o risco de grau
secundário, que ocorre em condições
atípicas e por curtos períodos.

A fim de prevenir acidentes, é necessário classificarmos as áreas. Na Europa


e atualmente no Brasil, a classificação das áreas perigosas é feita com base em
quatro conceitos:

• ZONAS: define a probabilidade da presença de materiais inflamáveis;

• TIPOS DE PROTEÇÃO: indica o nível de segurança para um dispositivo;

• GRUPOS: caracterizam a natureza inflamável do material;

• CLASSES DE TEMPERATURA: identificam a máxima temperatura de


superfície que uma parte qualquer de um equipamento pode atingir em
operação normal ou de sobrecarga prevista.

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ZONAS

As zonas são definidas em conformidade com a duração, a natureza e a frequência


do perigo. Existem três tipos de zonas:

A classificação de uma instalação em zonas distintas tem os seguintes objetivos:

• evitar as fontes de inflamação e efetuar uma seleção correta dos materiais


eletricos e não-elétricos;

• definir a extensão das medidas de proteção;

• definir os tipos de equipamentos a serem utilizados nas zonas indicadas,


certificando-se que é apropriado para gás,vapores, névoas e/ou poeiras.

As zonas são estabelecidas em função do tipo de ambiente explosivo, quer


seja gasoso ou por poeira. Para cada tipo de zona, as normas reguladoras exigem
determinadas medidas de precaução.

Outro tipo de classificação das áreas é por grupos:

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As classes de temperatura identificam a máxima temperatura de superfície que


uma parte qualquer de um equipamento pode atingir em operação normal ou de
sobrecarga prevista, considerando a temperatura ambiente máxima igual a 40°C, ou
em caso de defeito.

Essas classes de temperatura devem ser menores que a temperatura de ignição


dos gases e vapores do meio circundante ao equipamento.

No ambiente offshore, os
requisitos de segurança estão sendo
cada vez mais exigentes. Nas áreas
classificadas, são impostos o uso de
equipamentos certificados, pois se
houver faísca, o equipamento não
causará explosão.

E quais são os tipos de proteção existentes em equipamentos elétricos? Um


detalhe que muitos podem não saber, mas EX é o mesmo que equipamento elétrico.
O símbolo EX D faz referência aos equipamentos à prova de explosão.

Mas há também o EX P, que significa equipamento pressurizado. O EX O, que


é o equipamento imerso em óleo, o EX Q, que é o equipamento imerso em areia,
o EX M, que é o equipamento imerso em Resina, o EX E, que é o equipamento de
segurança aumentada, EX N, que é o equipamento não acendível, o EX H, que é o
equipamento hermético, o EX I, que é o equipamento de segurança intrínseca e o EX
S, que é o equipamento especial. Todas essas informações vêm na etiqueta, com aval
do Inmetro.

NOTA IMPORTANTE
O invólucro à prova de explosão “d” tem sua aplicação nas
Zonas 1 e 2. Esse revestimento é capaz de suportar a pressão
desenvolvida durante uma explosão interna de uma mistura
explosiva do equipamento elétrico, e impede a transmissão da
explosão para a atmosfera explosiva de gás ao redor do invólucro.

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4.4 | RISCOS ELÉTRICOS

Para reduzir os riscos de acidentes de trabalho é preciso conhecer, analisar,


avaliar e controlar os riscos. Uma análise de riscos completa deve contemplar medidas
de prevenção e controle das consequências de acidentes.

Em todas as intervenções em instalações elétricas, devem ser adotadas


medidas preventivas de controle de risco elétrico. De acordo com a NR-10, toda
atividade na cadeia laboral que coloque em risco a integridade física do trabalhador,
de terceiros ou que haja risco iminente da planta industrial, deverá ser precedida de
uma Avaliação Preliminar de Risco.

As técnicas de análise de risco determinam detalhadamente os riscos e as


medidas preventivas antes da fase operacional. A análise preliminar de risco exigirá
a participação de profissionais que agreguem todas as competências envolvidas na
atividade de planejamento. São eles: o gestor máximo da “unidade de processo”, o
representante de segurança no trabalho, o líder da equipe que vai atuar com membros
do seu time e um representante da equipe de saúde.

Em se tratando de riscos elétricos, as medidas de controle devem envolver:

• Adotar técnicas de análise de risco adequadas à atividade;

• Dispor de documentação sobre a instalação elétrica;

• Diagrama Unifilares.

O que seria um diagrama unifilar? Unifilar significa fio, portanto, um diagrama


unifilar representa os pontos de conexão dos dispositivos e o trajeto dos condutores.
Todos os cabos e fios são representados por símbolos.

Sobre as medidas de controle de riscos elétricos, é preciso:

• Resultados de testes em equipamentos, testes de isolamento;

• Especificações de EPI e EPC;

• Procedimentos de segurança e medidas de proteção coletiva participativa.

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O choque elétrico pode acontecer quando alguém toca inadvertidamente a parte


viva do circuito elétrico. Se a pessoa estiver com o equipamento correto, a corrente
elétrica do choque é atenuada pela resistência do calçado.

De acordo com a NR-6, os equipamentos de proteção individual contra choques


elétricos são:

• Capacete para proteção contra choques elétricos;

• Luvas para proteção das mãos contra choques elétricos;

• Manga para proteção do braço e do antebraço contra choques elétricos;

• Vestimenta condutiva para proteção de todo o corpo contra choques elétricos;

• Calçado para proteção dos pés contra agentes provenientes de energia elétrica.

Os EPC para eletricistas são:

• Cone de sinalização, que


delimita as áreas de risco;

• Fita de sinalização, que isola as


áreas de risco;

• Grade metálica, que também é


usada para isolar uma área de
risco;

• Manta isolante, usada para


equipamento energizado;

• Banqueta isolante, que isola o trabalhador, aumentando a sua segurança;

• Extintor de incêndio, que deve ser o de gás carbônico.

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Uma das medidas de controle de risco elétrico é a desenergização. O


procedimento para desenergização, ao contrário do que muitos pensam, não consiste
apenas em desligar um disjuntor ou abrir uma chave. É um processo relativamente
complexo que, de acordo com a NR-10 deve obedecer à seguinte sequência:

• Seccionamento;

• Impedimento de Reenergização;

• Constatação de Ausência de Tensão;

• Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos


condutores dos circuitos;

• Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada;

• Instalação da sinalização de impedimento de reenergização.

O processo de seccionamento deve ser


iniciado pela abertura do disjuntor, pois uma
instalação elétrica sob carga tem correntes
elevadas e a interrupção da corrente elétrica cria
um arco elétrico. Logo, o equipamento que vai
“abrir o circuito” sob carga deve ter capacidade de
extinguir o arco voltaico (elétrico).

Deve-se manobrar o disjuntor, para que


somente depois seja possível a abertura do circuito
que possibilita verificação visual, como abertura da
chave seccionadora ou retirada dos fusíveis.

O impedimento de reenergização, consiste em


formas de impedimento de reenergização acidental
do circuito. Para atender a este item recomenda-se
retirar os fusíveis do local, extrair o disjuntor quando
possível ou mesmo fazer uso de cadeados ou
lacres. No caso de chaves seccionadoras de alta tensão, geralmente, o impedimento
de reenergização é feito por meio de cadeados, que travam a haste de manobra.

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Muitas vezes a constatação da ausência de tensão é feita por meio de voltímetros


instalados no próprio painel e/ou sinais luminosos. Caso esses não existam a
constatação deve ser feita com um voltímetro que esteja com o seletor no nível de
tensão adequado.

Somente depois de todas as etapas descritas anteriormente a sinalização


deve ser colocada no circuito.

Um dos objetivos do aterramento de uma instalação é direcionar possíveis


correntes de fuga para a terra, protegendo as pessoas e preservando os
equipamentos.

Sempre que inovações tecnológicas ou novos equipamentos elétricos


forem implementadas, devem ser previamente elaboradas análises de risco,
desenvolvidas com circuitos desenergizados e respectivos procedimentos de
trabalho.

O responsável pela execução do serviço deve suspender as atividades quando


verificar situação de risco não prevista.

Para trabalhar com operações de instalações elétricas, o trabalhador precisa


ter conhecimento dos riscos adicionais às suas atividades. A altura, os ambientes
confinados, as áreas classificadas, a umidade e as condições atmosféricas
influenciam na sua rotina de trabalho. Ter noções básicas de proteção e combate a
incêndio são fundamentais. Acidentes de origem elétrica podem ter causas diretas
e indiretas.

A melhor maneira de mitigar as possibilidades de haver incidentes é


começando por uma criteriosa análise dos riscos inerentes às atividades a serem
desenvolvidas.

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4.4 | MEDIDAS DE CONTROLE DE RISCOS ELÉTRICOS

Conforme já mencionado, a NR-10 estabelece requisitos para implementação


de medidas de controle e sistemas preventivos para garantir a segurança e saúde
dos trabalhadores que interajam com instalações elétricas. Entre as medidas de
proteção coletiva está a desenergização elétrica. Na impossibilidade dela, devem
ser adotadas outras medidas de proteção coletiva.

Inicialmente, é necessário entender o que é


impedimento de reenergização, que é a condição
que garante a não energização do circuito através de
recursos e procedimentos apropriados, sob controle
dos trabalhadores envolvidos nos serviços.

O processo de desenergização não é simples,


requer uma sequência de ações, e uma delas é o
impedimento de reenergização.

De acordo com a NR 10, para se trabalhar com


segurança em instalações elétricas desenergizadas é
preciso obedecer a seguinte sequência: seccionamento,
impedimento de reenergização, constatação de ausência
de tensão, instalação de aterramento temporário com
equipotencialização dos condutores dos circuito,
proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada e instalação da
sinalização de impedimento de reenergização.

Além da desenergização, existem outras medidas de proteção coletiva. Vamos


começar por uma medida simples, que todos conhecem bem: o isolamento das partes
vivas. A parte viva de uma instalação elétrica consiste na parte energizada, por isso
todas as partes vivas de uma instalação elétrica devem possuir isolação.

Uma maneira de isolar se dá por meio da cobertura dos condutores com material
isolante. Um exemplo de isolamento de partes vivas é a cobertura de cabos flexíveis
utilizados em instalações elétricas prediais, cuja isolação consiste geralmente de uma
camada de um material termoplástico aplicado em todo o comprimento do condutor.

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MÓDULO 4
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O isolamento deve ser compatível com os níveis


de tensão do serviço. Também temos que estar atentos
ao acondicionamento para evitar o acúmulo de sujeira e
umidade que comprometam a isolação e possam torná-
los condutivos, devendo ser inspecionados e submetidos
a testes periódicos.

Cuidado com as emendas!!! Juntamente com as


conexões, a emenda constitui a parte mais sensíveis
de um circuito elétrico e deve garantir isolamento
adequado ao nível de tensão. No caso de isolação dupla
ou reforçada, o objetivo é proporcionar uma segunda
linha de defesa contra contatos indiretos. Alguns
eletrodomésticos e ferramentas portáteis possuem
sistemas de isolamento duplo.

Além da desenergização e isolamento da parte viva, temos aterramento


funcional, de proteção e temporário, equipotencialização, seccionamento automático
da alimentação, dispositivos a corrente de fuga, extra baixa tensão, barreiras e
invólucros, bloqueios e impedimentos, obstáculos e anteparos, colocação fora de
alcance e separação elétrica.

As barreiras devem ser fixadas de forma segura e possuir firmeza e durabilidade


suficiente para apresentar apropriada separação das partes e manter o grau de
proteção. Já o bloqueio é a ação destinada a manter, por meios mecânicos, um
dispositivo de manobra fixo numa determinada posição de forma a impedir uma
ação não autorizada, em geral utilizando cadeados.

Dispositivos de bloqueio são aqueles que impedem o acionamento ou religação


de dispositivos de manobra, ou seja, chaves e interruptores. É importante que tais
dispositivos possibilitem mais de um bloqueio, ou seja, a inserção de mais de um
cadeado.

Toda ação de bloqueio deve estar acompanhada de etiqueta de sinalização com


o nome do profissional responsável, data, setor de trabalho e forma de comunicação.
Os sistemas devem ser padronizados e de conhecimento de todos os trabalhadores.

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Diferente das barreiras, os obstáculos são destinados a impedir o contato


involuntário com partes vivas, mas não o contato que pode resultar de uma ação
deliberada e voluntária.

Os obstáculos devem impedir uma aproximação física não intencional das partes
energizadas e contatos não intencionais com partes energizadas durante atuações
sobre o equipamento, estando o equipamento em serviço normal.

Os obstáculos podem ser removíveis sem o auxílio de ferramenta ou chave, mas


devem ser fixados de forma a impedir qualquer remoção involuntária. Uma outra medida
de controle de risco elétrico muito importante é a utilização de seccionamento automático
da alimentação de dispositivos de sobrecorrente. O que seria isso? É o uso de disjuntores
termomagnéticos e fusíveis. Também podemos usar dispositivos de corrente diferencial,
como o interruptor diferencial residual e o disjuntor diferencial residual.

O tempo de atuação desses dispositivos depende da finalidade e localização da


instalação, da corrente nominal do circuito e da tensão aplicada. Quanto maior for a
tensão de alimentação, maior o risco, portanto menor deve ser o tempo de atuação do
dispositivo de seccionamento automático.

O seccionamento automático se dá por meio de um dispositivo de proteção


que deverá interromper automaticamente a alimentação do circuito ou equipamento
por ele protegido sempre que houver uma falha no circuito ou o equipamento provocar
a circulação de uma corrente superior ao valor ajustado no dispositivo de proteção,
que caracteriza um curto circuito ou uma sobrecarga.

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A utilização dos dispositivos de seccionamento automático da alimentação, requer a


coordenação entre o esquema de aterramento adotado e as características dos condutores
e dispositivos de proteção. O aterramento de uma instalação direciona possíveis correntes
de fuga para a terra, protegendo as pessoas e preservando os equipamentos.

Em um circuito funcionando em perfeitas condições, sem corrente de fuga, não


existirá corrente elétrica no condutor de proteção, mas temos que ter cuidado, pois
há casos em que a corrente de fuga passa pelo condutor de proteção. Nesse caso
a proteção contra choques elétricos por contato indireto é conferida em parte pelo
equipamento e em parte pela instalação.

A proteção só é efetiva se o equipamento possuir um condutor destinado à


proteção ou disponibilizar alguma forma para ligação e este condutor estiver
conectado à terra por uma resistência que se aproxime de zero.

E o que seria a equipotencialização? A equipotencialização consiste em


interligar todas as partes metálicas de uma instalação e todos os aterramentos a um
mesmo barramento conhecido como barramento de equipotencialização principal.

A ideia é muito simples, ao fazer tal interligação deve-se garantir que a conexão
tem resistência elétrica próxima de zero. Logo deve-se atentar para as dimensões da
barra e para o percurso que os cabos de conexão irão fazer, este deve ser o mais curto
possível, para minimizar a resistência dos condutores.

Outra medida de controle de risco elétrico são os dispositivos a correntes de fuga.


Este dispositivo, conhecido como diferencial residual, pode ser um interruptor ou um
disjuntor cuja finalidade é desenergizar o equipamento ou instalação que ele protege
na ocorrência de uma corrente de fuga que exceda determinado valor. Sua atuação
deve ser rápida.

É de responsabilidade dos contratantes manter os trabalhadores informados


sobre os riscos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e
medidas de controle contra os riscos elétricos a serem adotados.

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4.6 | RISCOS ADICIONAIS

Em todas as intervenções nas instalações elétricas, devem ser adotadas medidas


preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos adicionais. E o que seriam
esses riscos adicionais? São todos aqueles que não estão diretamente relacionados
à eletricidade, mas ainda assim estão presentes nas atividades realizadas pelos
profissionais da área.

De acordo com a NR-10, os principais riscos adicionais aos quais estão


sujeitos os trabalhadores que atuam em serviços e instalações em eletricidade
são as áreas classificadas, a altura, os ambientes confinados e as condições
atmosféricas adversas.

De acordo com a NR-35, trabalho em altura é todo aquele executado acima de


dois metros do nível inferior, onde há risco de queda. No trabalho com energia elétrica
realizado em altura temos que ter alguns cuidados:

• É obrigatório o uso do cinto de segurança e do capacete com jugular.

• As ferramentas e equipamentos nunca devem ser arremessados, além


de serem mantidos amarrados.

• Os equipamentos de proteção individual, fornecidos pelo empregador,


devem ser inspecionados pelo trabalhador quando do recebimento e
apenas devem ser utilizados se estiverem em condições para tal.

• Importante!!! Os andaimes devem estar devidamente aterrados.

• Caso seja inevitável a utilização de andaimes tubulares próximo à rede


elétrica, estes devem respeitar as distâncias de segurança estabelecidas
na NR- 18, item 18.15.

Sabia que as escadas utilizadas nas atividades elétricas precisam ser feitas de
material isolante? Isso acontece porque caso haja a liberação de uma faísca e encoste
na escada não aconteça um incidente, como um princípio de incêndio.

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Outros cuidados em relação a utilização de escadas:

• deve ser amarrada e, na impossibilidade de amarrá-la, um trabalhador


deve segurá-la para que o outro execute a atividade;

• deve ser inspecionada visualmente antes da utilização, com a finalidade


de evitar acidentes com degrau solto ou escorregadio;

• ao subir ou descer as escadas o trabalhador deve se manter de frente


para ela e segurar firmemente o montante;

• deve-se manusear a escada com luvas com a finalidade de evitar


pequenos cortes ou perfuração.

Ambientes confinados são considerados riscos adicionais, pois é uma área não
projetada para ocupação humana contínua. A área confinada possui meios limitados de
entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes
ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.

Circuitos elétricos e outras fontes de energia conectadas ao espaço confinado


que possam se tornar uma fonte de risco para os trabalhadores devem ser desligados,
desconectados, bloqueados e marcados.

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Para remover da operação um equipamento dentro de um espaço confinado,


algumas ações devem ser adotadas dependendo do tipo de equipamento:

• Desenergize os equipamentos elétricos do espaço confinado a ser


trabalhado e adote as medidas de bloqueio e sinalização para evitar a
ativação acidental.

• Desconecte e tampe os alívios térmicos e outras conexões relacionadas.

• Garanta que todas as fontes de ignição nas redondezas do espaço


confinado sejam removidas.

• Garanta que os equipamentos estejam eletricamente aterrados e que não


haja a possibilidade de descarga eletrostática.

• Faça a etiquetagem de alerta.

• Use bloqueios mecânicos em todos os elementos giratórios ou móveis


que possam oferecer um perigo.

• Durante a execução da atividade, todos os locais de entrada e saída de


pessoas devem ser mantidos desobstruídos.

• Tenha muita atenção com o uso de ferramentas e iluminação em


atividades em espaços confinados. Existe um material específico para
essas áreas.

• Para espaços confinados com presença de agentes químicos


potencialmente inflamáveis, os ventiladores, motores, quadros elétricos
e fiação devem ser adequados à classificação da área.

Mais um risco adicional são as atividades exercidas em áreas classificadas.


Nós já falamos sobre esse tema neste módulo, mas vamos rapidamente recordar
o seu conceito.

O maior cuidado com os equipamentos é quanto à temperatura que eles podem


atingir, pois se a atmosfera é explosiva e o equipamento atinge temperaturas muito
altas pode haver uma explosão ou combustão em função disso. Além disso, os cabos
e condutores de alimentação elétrica devem ser certificados por um organismo de
certificação credenciado pelo Inmetro.

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Tenham atenção com a umidade! Os trabalhos com equipamentos energizados


devem ser iniciados apenas sob boas condições meteorológicas; não sendo
recomendado o trabalho sob chuva, neblina ou ventos fortes. A umidade do ar quando
excessiva diminui a capacidade dos equipamentos energizados como isolante
elétrico, tornando-o um meio propício para a condução de corrente elétrica, o que
aumenta o risco de acidentes com eletricidade.

Além disso, equipamentos que utilizam o óleo como isolante não podem ser
abertos em condições de umidade excessiva, pois a umidade do ar em contato com o
óleo pode diminuir a capacidade de isolação elétrica do óleo.

Já os raios nada mais são do que a passagem de corrente elétrica da nuvem


para a terra. Essa trajetória ocorre em condições específicas de umidade, temperatura
e pressão. Quando o primeiro raio percorre o trajeto, o ar se torna ionizado e abre
caminho para passagem de ondas que podem atingir até 20.000 ampéres (A). O ar em
volta desse trajeto se expande e uma onda de ar quente de até 30.000°C é gerada.

Os elétrons que foram movidos da molécula de ar retornam criando o efeito


que conhecemos como relâmpago. As instalações elétricas devem contar com um
sistema de proteção contra descargas atmosféricas, conhecido pela sigla SPD. O
conceito de para-raio, que é o princípio de um sistema de proteção contra descarga
elétrica, é simples e consiste basicamente em atrair o raio e guiá-lo com segurança
para a terra.

No caso de tempestades com raios, não devemos ficar próximo a rede elétrica
ou a equipamentos elétricos, de preferência não devemos permanecer em locais
perigosos, como lugares altos, debaixo de árvores ou em áreas descampadas e
não é recomendada a execução de trabalhos com equipamentos energizados,
nesta situação.

Quanto à interferência dos raios na rede elétrica, uma grande preocupação é a


sobretensão transitória. A sobretensão ocorre tanto por descargas diretas, quando o
raio atinge diretamente uma rede elétrica ou telefônica ou por descargas indiretas,
quando um raio cai a uma distância de até 1 km da rede elétrica. As sobretensões podem
provocar queima de aparelhos e equipamentos, reduzir a vida útil dos equipamentos
e causar perdas em linhas de produção devido a parada das máquinas.

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4.7 | INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ÁREAS CLASSIFICADAS

Numa plataforma de petróleo existem ambientes onde a probabilidade de


formação de atmosfera explosiva é muito alta. E como já aprendemos a eletricidade é
uma das principais fontes de ignição. Nesses ambientes é preciso adotar dispositivos
de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões,
sobrecorrentes, falhas de isolamento, e aquecimentos.

Quando definimos as áreas classificadas, temos que estabelecer as medidas para


que a eletricidade não provoque a ignição de eventual mistura inflamável que possa
estar no ambiente. E como fazer isso? Através da escolha adequada de equipamentos,
instrumentos de trabalho, métodos de instalação e qualificação da mão de obra.

Um dos princípios básicos de segurança em área classificada é termos o cuidado


de eliminar a presença da substância, ou seja, de uma fonte de ignição tanto na
operação de uma atividade quanto em uma condição de falha do equipamento ou
sistema elétrico.

E como fazer isso? Usando as medidas de controle de riscos elétricos como a


isolação das partes vivas e sistema de seccionamento automático de alimentação.

Por exemplo, na Zona 1 e 2 é recomendável o uso de invólucro à prova de


explosão “D”. Primeiro, precisamos entender que Zona 1 é uma área onde é provável
de se formar uma atmosfera explosiva em condições normais e Zona 2 é um ambiente
pouco provável, mas que pode acontecer por um curto período de tempo. E o que é
invólucro? O invólucro ele impede o contato direto e acidental do trabalhador com a
parte energizada do sistema.

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Então, por que nós escolhemos o uso de invólucro à prova de explosão


“D” em áreas classificadas de zona 1 e 2? Porque as partes que podem
causar a ignição de uma atmosfera explosiva de gás são confinadas por
esse tipo de invólucro, e é capaz de suportar a pressão desenvolvida durante
uma explosão interna de uma mistura explosiva, impedindo a transmissão
da explosão para a atmosfera explosiva de gás ao redor do invólucro.

Nas zonas 1 e 2, também são indicados o uso de invólucro pressurizado “P”,


pois uma pressão positiva superior à pressão atmosférica, é mantida no interior do
invólucro de modo a evitar a penetração de uma atmosfera explosiva que venha a
existir ao redor do equipamento.

São definidos três tipos de pressurização que reduz a classificação no interior do


invólucro pressurizado:

• PX – Zona 1 para não classificada ou Grupo I para não classificada;

• PY – Zona 1 para Zona 2;

• PZ – Zona 2 para não classificada.

Outro equipamento recomendado para Zonas 1 e 2 são os equipamentos de


segurança intrínseca - EX IB, que são aqueles que em condições normais, isto é,
abertura e fechamento do circuito ou anormais, como em curto circuito, não liberam
energia suficiente para inflamar a atmosfera explosiva.

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Os equipamentos elétricos de segurança intrínseca são classificados em duas


categorias:

• “IA” – são os equipamentos projetados de tal forma que não são capazes
de causar uma ignição em operação normal e mesmo com aplicação de
duas falhas evidentes mais as falhas não evidentes; e

• “IB” – que são os equipamentos incapazes de causar uma ignição


em operação normal e com a aplicação de uma falha evidente mais a
aplicação das falhas não evidentes.

Nas Zonas 1 e 2, é muito importante pensarmos em equipamentos elétricos de


segurança aumentada. Esse tipo de equipamento sob condições normais de operação
não produz arcos, faíscas ou aquecimento suficiente para causar ignição da atmosfera
explosiva. Além disso, foram projetados com medidas adicionais durante a construção,
de modo a evitar com maior segurança, que tais fenômenos ocorram em condições de
operação e de sobrecarga previstas.

Motores de gaiola, transformadores de potência e de medição, luminárias e caixas de


distribuição e de ligação são alguns exemplos de equipamentos de segurança aumentada.

Os equipamentos para atmosfera explosiva devem ter marcação visível, contendo


o nome do fabricante e modelo, o símbolo BR-Ex, o tipo de proteção, o grupo do
equipamento, a classe de temperatura e a certificação com entidade e número.

Existem três métodos de instalação a serem adotados:

• a conexão direta por eletrodutos ao invólucro à prova de explosão;

• o sistema por cabos com conexão indireta ao compartimento à prova de explosão;

• o sistema por cabos com conexão direta ao compartimento à prova de explosão.

Uma dica importante: em áreas perigosas, unidades seladoras são essenciais


para impedir que a pressão de uma explosão num invólucro a prova de explosão, se
propague através dos eletrodutos que se conectam a ele.

As unidades seladoras devem ser instaladas o mais próximo possível do invólucro


mas nunca além de 45 cm do invólucro.

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Quando pensamos no critério da fronteira, a unidade seladora é necessária, onde


um eletroduto deixa uma área classificada e pode ser instalada em qualquer um dos dois
lados, a não mais que 3m da fronteira. Exceto pela redução à prova de explosão na unidade
seladora, nenhum outro acessório é permitido entre a unidade seladora e a fronteira.

Outros exemplos da importância das medidas de controle de risco elétricos


adotados pela NR-37:

• A acomodação deve dispor de tensão elétrica de 127 ou 220 volts nas


tomadas e deve ser devidamente identificada.

• As áreas de acomodação devem ter quadro elétrico instalado em seu


interior, de fácil acesso e dispondo de barramento interno com disjuntores,
portas com vedação de borracha, trinco e pintura eletrostática a pó.

• O compartimento de armazenamento interno dos combustíveis e


inflamáveis deve possuir dispositivo para impedir a formação de
eletricidade estática e equipamentos e materiais elétricos apropriados à
classificação de área.

• Para movimentar cargas com o equipamento de guindar, o operador


deve utilizar cabo guia, confeccionado com material não condutor de
eletricidade, para posicionar a carga.

4.8 | SINALIZAÇÃO

Utilizar placas de sinalização elétrica ajudam a evitar fatalidades. A sinalização


é útil para alertar e avisar sobre certos perigos, além de trazer conhecimento sobre
determinadas situações de riscos.

Toda área classificada deve ser definida de maneira visível e clara a todos. Ela
é representada por esse símbolo que podemos ver na imagem. Trata-se de uma
simbologia internacional.

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Outro detalhe importante. Nas áreas classificadas, todos equipamentos utilizados


devem conter o símbolo que se vê na imagem. É ele que, em conjunto com outras
informações, vai informá-lo das características do equipamento e da área onde o
mesmo está inserido.

Os equipamentos EX são os equipamentos elétricos autorizados para áreas onde


podem se formar atmosferas explosivas. Pois bem, quando esse equipamento precisa
de algum reparo, é importante o uso de uma sinalização.

O símbolo de ‘reparo’ em equipamentos ‘EX’, é


representado pela imagem ao lado, que precisa estar
em conformidade com a certificação e especificações.

Quando o equipamento EX não apresentar a


certificação, ele será representado por um triângulo e
não um quadrado. Como é possível ver na imagem.

Em áreas classificadas, é comum ver placas alertando sobre o perigo de choques


elétricos. Esse tipo de placa deve ser instalada em caráter permanente, pois é um
risco constante e não pontual.

Numa plataforma offshore é comum encontrarmos placas que indicam o uso


obrigatório de equipamentos de proteção individual. Essa indicação deve ser cumprida
e nenhum elemento pode faltar.

As placas de alta tensão advertem os trabalhadores


quanto aos perigos de choque elétrico nas instalações.
Essas placas normalmente são instaladas nos muros
e cercas externas. É de fundamental importância a
existência de procedimentos de sinalização padronizada e
de conhecimento de todos os trabalhadores.

Os materiais de sinalização podem ser diversos, e não só placas. Cones,


bandeirolas, grade e sinalizador também são considerados materiais de
sinalização.

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De acordo com a NR-10, nas instalações e serviços em eletricidade deve ser


adotada sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação
de circuitos elétricos, travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra
e comandos, restrições e impedimentos de acesso, delimitações de áreas, sinalização
de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de movimentação de cargas,
sinalização de impedimento de energização e identificação de equipamento ou
circuito impedido.

Por exemplo, quando formos sinalizar um


equipamento, a nossa intenção é diferenciar os
circuitos energizados dos desenergizados, alertando os
trabalhadores sobre o que está acontecendo naquele
espaço.

É por isso que num processo de reenergização, os


trabalhos só deverão ser iniciados após autorização e não
se deve esquecer de retirar a sinalização ao término das atividades.

Um outro material de sinalização bastante usado nas atividades com


eletricidade são os cones, que fazem parte dos equipamentos de proteção coletiva.
Os cones de sinalização delimitam as áreas e impedem qualquer contato com as
partes energizadas das instalações elétricas. A fita também pode ser usada como
um delimitador de área.

Uma dica importante: os quadros elétricos


devem ser sinalizados. As placas precisam indicar
que naquele ambiente existe um quadro elétrico
ativo. Outra dica é identificar os cabos, usando fitas
adesivas.

Os quadros elétricos que não possuem


sinalização ficam vulneráveis a acidentes.

Os cartazes nas áreas de armazenamento de


cilindro de gás devem indicar as classes dos gases que estiverem sendo armazenados,
além de ter placas de alerta que indiquem o perigo, se existe alguma fonte de ignição
e se a área é restrita apenas para pessoal autorizado.

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4.9 | ACIDENTES ELÉTRICOS EM PLATAFORMAS

A primeira etapa para prevenção de acidentes com atmosferas explosivas é a


classificação dos espaços, que é uma responsabilidade das empresas. As atividades
exercidas em instalações elétricas envolvem a exposição ao risco elétrico, podendo
causar muitos acidentes graves.

É essencial um programa intenso de treinamento na área elétrica associado a


um treinamento de segurança do trabalho em instalações elétricas. De acordo com a
NR-10, as atividades em áreas classificadas requerem qualificação e autorização, por
meio de certificados, para a atuação dos funcionários.

O profissional qualificado é
aquele que tem formação na área,
ou seja, fez um curso reconhecido
pelo Sistema Oficial de Ensino.
Como exemplo podemos citar os
técnicos em eletrotécnica e os
engenheiros eletricistas. Para que
o profissional qualificado, se torne
habilitado é preciso que faça o seu
registro no Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia.

Antes de avaliarmos alguns casos de acidentes com eletricidade, precisamos


entender a diferença entre ato inseguro e condição de insegurança. Um ato
inseguro está relacionado com o fator humano, já a condição insegura está
relacionada com o ambiente.

Os acidentes elétricos podem ser ocasionados pelo ato ou pela condição insegura
do ambiente. E no pior dos casos, pela junção dos dois. Quando acontece um acidente
em uma área classificada, temos que analisar sempre três possibilidades:

• Falha do sistema elétrico;

• Fator atmosférico;

• Falha humana.

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A falha humana pode acontecer devido a algumas situações que levaram o


trabalhador à prática do ato inseguro. Doença, problemas com família e abalos
emocionais são exemplos de fatores circunstanciais.

Os atos inseguros, ao contrário do que muitos pensam, muitas vezes podem ser
evitados. Um exemplo é quando um trabalhador desconhece os riscos das suas funções
e poderia evitar a falha se tivesse o treinamento correto para exercer aquela atividade.

Os acidentes com eletricidade podem ter causas diretas e indiretas. As causas


diretas consistem em contato físico direto por falha na isolação.

Uma peça que pode salvar vidas, é o diferencial residual, chamada


popularmente de DR. A peça é instalada no quadro de luz. Quando há algum
vazamento de energia na casa ou apartamento, a peça corta na hora toda a
eletricidade.

É necessário ter um protocolo de comunicação específico para se trabalhar


em área classificada. As obrigações referentes a equipamentos elétricos em
áreas classificadas são resumidamente identificar as áreas, instalar equipamentos
adequados e certificados, inspecionar continuamente os sistemas eletroeletrônicos
e treinar os profissionais que operam esses sistemas.

4.10 | RESPONSABILIDADES

De acordo com a NR 10 e a NR 37.18, é de responsabilidade dos contratantes


manter os trabalhadores informados sobre os riscos a que estão expostos, instruindo-
os quanto aos procedimentos e medidas de controle contra os riscos elétricos a
serem adotados.

E qual é a função da empresa?

Cabe à empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo instalações


e serviços em eletricidade, propor e adotar medidas preventivas e corretivas.

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E a dos trabalhadores?

Cabe aos trabalhadores zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas
que possam ser afetadas por suas ações ou omissões no trabalho, responsabilizar-
se junto com a empresa pelo cumprimento das disposições legais e regulamentares,
inclusive quanto aos procedimentos internos de segurança e saúde e comunicar, de
imediato, ao responsável pela execução do serviço as situações que considerar de
risco para sua segurança e saúde e a de outras pessoas.

Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do


Trabalho, conhecido pela sigla SESMT, também têm a sua responsabilidade quando
se fala em plataforma de petróleo.

A NR- 4 estabelece a obrigatoriedade da existência do SESMT em todas as


empresas privadas, públicas, órgãos públicos da administração direta e indireta dos
poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação
das Leis Trabalhistas. O dimensionamento do SESMT vincula-se à graduação do risco
da atividade principal e ao número total de empregados do estabelecimento.

São responsabilidades do SESMT:

• Aplicar os conhecimentos de Engenharia de Segurança e Medicina


do Trabalho no ambiente de trabalho e a todos os seus componentes,
inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até controlar os
riscos ali existentes à saúde do trabalhador;

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• Determinar ao trabalhador a utilização de equipamentos de proteção


individual, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação
do risco como determina a NR 6;

• Promover a realização de atividades de conscientização, educação e


orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho
e doenças ocupacionais, tanto por meio de campanhas quanto de
programas de duração permanente;

• Analisar e registrar em documentos específicos todos os acidentes


ocorridos na empresa ou estabelecimento, e todos os casos de doença
ocupacional, descrevendo a história e as características do acidente e da
doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as
condições dos indivíduos portadores de doença ocupacional ou acidentado.

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) é um documento
importante, que visa identificar, avaliar, registrar, controlar e mitigar os riscos ambientais
existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho.

A discussão do documento base deve ser feita com os empregados e a CIPLAT.

A CIPLAT tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes


do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. A CIPLAT é composta por
representantes do empregador e dos empregados.

E quais são as atribuições da CIPLAT?

• Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos,


com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria
do SESMT, onde houver;

• Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de


prevenção necessárias bem como da avaliação das prioridades de ação
nos locais de trabalho;

• Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de


trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos
para a segurança e saúde dos trabalhadores;

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• Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de


outros programas SST;

• Divulgar e promover o cumprimento das normas regulamentadoras, bem


como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas
à segurança e saúde no trabalho;

• Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a


Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;

• Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de campanhas de


prevenção da AIDS.

As atividades e serviços executados em instalações elétricas envolvem


responsabilidades nas esferas cível, criminal, previdenciária e trabalhista.

As penalidades previstas no código civil são homicídio culposo, lesão corporal,


lesão corporal de natureza grave, lesão corporal seguida de morte, lesão corporal
culposa e expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente.

De acordo com o código penal brasileiro, o crime é doloso, quando o agente quis
o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. Já o crime é culposo, quando o agente
deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Se o homicídio é
culposo, a pena de detenção é de um a três anos.

A legislação previdenciária prevê que nos casos de negligência quanto às


normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicados para a proteção
individual e coletiva, a Previdência Social proporá ação regressiva contra os
responsáveis. E o pagamento, pela Previdência Social, das prestações por
acidente do trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem.

CURSO AVANÇADO
NR-37: SEGURANÇA E SAÚDE EM PLATAFORMAS DE PETRÓLEO 38
MÓDULO 4
SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS

4.11 | INSPEÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Você sabia que a inspeção de instalações elétricas em áreas classificadas é


regida pela norma brasileira ABNT? O nome completo da norma é ABNT NBR IEC
60079‑17 – Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas.

No plano de inspeção e manutenção deverão ser definidos a periodicidade


das inspeções, o programa de inspeções e a lista de itens a serem inspecionados
por equipamento. O trabalhador envolvido nessas atividades deve ser qualificado e
periodicamente requalificado.

As inspeções regulares nas áreas de trabalho consistem em um dos mecanismos


mais importantes de acompanhamento dos padrões desejados por uma empresa. O
objetivo é a vigilância e controle das condições de segurança do meio ambiente laboral,
visando à identificação de situações “perigosas” e que oferecem “riscos” à integridade
física das pessoas que adentram a área de risco, evitando que situações previsíveis
possam levar a ocorrências de acidentes.

A inspeção pode ser inicial, periódica ou por amostragem. As inspeções periódicas


são realizadas com o objetivo de manter a regularidade para uma rastreabilidade ou
estudo complementar de possíveis incidentes.

O grau de inspeção pode ser visual, apurado e detalhado. Na inspeção visual,


somente não conformidades visíveis podem ser detectadas. Exemplo, vou ver se o
fio está com um encapamento correto, se a voltagem dos equipamentos está certa, se
as luzes estão acesas.

A inspeção apurada cobre todos os requisitos da inspeção visual e acrescenta


alguns que são percebidos pelo uso de ferramentas e equipamentos de acesso. A
inspeção detalhada tem um nível mais profundo, que exige que o equipamento
seja aberto.

Uma inspeção bem feita deve seguir um protocolo para verificar todos os detalhes
e analisar os possíveis riscos. Mas não só, tem que ser feita de forma regular e os
assuntos compartilhados com os demais colegas da empresa.

CURSO AVANÇADO
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MÓDULO 4
SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS

Na Modec, costumamos seguir a seguinte sequência:

• Setorizar a empresa e visitar os locais estimando e analisando os riscos


existentes;

• Preparar o checklist por setor de itens a serem observados;

• Realizar a inspeção, quantificando os dados, atendido ou não atendido,


inclusive possibilidade de acidentes;

• Debater os dados em reunião de direção, propondo medidas de controle;

• Encaminhar relatório referente às inspeções, falhas, setores, para que


sejam regularizadas;

• Acompanhar medidas de controle;

• Checar regularização;

• Manter periodicidade das inspeções.

Se no processo de inspeção for constatada a necessidade de intervenção, o


equipamento deverá ser removido da área e o reparo conduzido conforme a norma
IEC 60079-19.

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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS

Quando realizamos o conserto de um equipamento temos que ter o cuidado com


as interferências feitas no produto. As interferências realizadas pelo fabricante, ou
sob sua orientação, que não afetem o tipo de proteção do produto original mantém o
certificado de conformidade válido.

• As inspeções internas podem ser divididas em inspeções gerais, parciais,


periódicas, inspeções por denúncias, cíclicas e de rotina.

• As inspeções gerais devem ser realizadas anualmente com o apoio dos


supervisores das áreas envolvidas. Estas inspeções atingem a empresa como um
todo. Algumas empresas dão a essas inspeções o título de “auditoria”, uma vez que
são sistemáticas, documentadas e objetivas.

• As inspeções parciais são realizadas nos setores seguindo um cronograma


anual com escolha predeterminada ou aleatória. São inspeções mais comuns,
atendem à legislação e podem ser feitas por integrantes da CIPLAT no seu próprio
local de trabalho.

• As inspeções periódicas são realizadas com o objetivo de manter a regularidade


para uma rastreabilidade ou estudo complementar de possíveis incidentes. Estão
ligadas ao acompanhamento das medidas de controle sugeridas para os riscos da
área. São utilizadas nos setores de produção e manutenção.

• A inspeção por denúncia é feita por meio de denúncia anônima ou não, em


local onde há riscos de acidentes ou agentes agressivos à saúde e ao meio ambiente.
Além de realizar a inspeção no local, deve-se ainda efetuar levantamento detalhado
sobre o que de fato está acontecendo, buscando informações adicionais junto a
fabricantes, fornecedores e responsáveis onde a situação ocorreu. Detectando-se
o problema, cabe aos responsáveis implementar medida de controle e acompanhar
sua efetiva implantação.

• As inspeções cíclicas são aquelas realizadas com intervalos de tempo pré-


definidos, uma vez que exista um parâmetro que direcione esses intervalos. Podemos
citar, por exemplo, as inspeções realizadas no verão, quando aumentam as atividades
nos segmentos operacionais.

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SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS

• Por fim, as inspeções de rotina são realizadas em setores em que há


possibilidade de ocorrer incidentes e acidentes. Nesses casos, o responsável pelo
serviço deve estar alerta aos riscos bem como conscientizar os empregados do
setor para que observem as condições de trabalho de tal modo que o índice de
incidentes e acidentes diminua.

Essa inspeção não pode ser duradoura, ou seja, à medida que os problemas
forem regularizados, o intervalo entre inspeções será maior até que se torne
periódico. O importante é que o empregado “não se acostume” com a presença
da “supervisão de segurança”, para que não se caracterize que a ocorrência de
acidentes e incidentes só é vencida com sua presença física.

4.12 | PRIMEIROS SOCORROS


De acordo com a NR 10, as ações de emergência que envolvam as instalações
ou serviços com eletricidade devem constar do plano de emergência da empresa.

Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a executar o resgate e


prestar primeiros socorros a acidentados, especialmente por meio de reanimação
cardiorrespiratória.

Primeiros Socorros são a prestação e assistência médica imediata a uma


pessoa ferida até a chegada de ajuda profissional.

A empresa deve possuir métodos de resgate padronizados e adequados às


suas atividades, disponibilizando os meios para a sua aplicação.

Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a manusear e operar


equipamentos de prevenção e combate a incêndio existentes nas instalações elétricas.

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Tratam-se de procedimentos de emergência, os quais devem ser aplicados


a vítimas de acidentes, mal súbito ou em perigo de vida, com o intuito de manter
sinais vitais, procurando evitar o agravamento do quadro no qual a pessoa se
encontra. É uma ação individual ou coletiva, dentro de suas devidas limitações em
auxílio ao próximo, até que o socorro avançado esteja no local para prestar uma
assistência mais minuciosa e definitiva.

O socorro deverá ser prestado sempre que a vítima não tiver condições de cuidar
de si própria, recebendo um primeiro atendimento e logo acionando o atendimento
especializado.

O profissional em atendimento de emergência é denominado de socorrista, que


possui formação e equipamentos especiais, assim como os paramédicos.

Uma pessoa que realiza um curso básico de Primeiros Socorros é chamado de


atendente de emergência.

Após a constatação de que é necessário socorro, deve-se alertar sobre o local do


acidente pedindo ajuda das pessoas ou pedindo ajuda aos serviços de emergências.

Ao pedir ajuda aos serviços de emergência lembre-se de se identificar, dizer


o que aconteceu, os riscos no local, as condições da vítima, tempo aproximado
do acidente, o endereço exato do local com uma referência mais próxima e mais
conhecida para chegar a ele.

Nas empresas, deve ser solicitado imediatamente a presença do pessoal da área


de saúde de acordo com o procedimento interno. Nas plataformas de petróleo existem
pessoas treinadas para fazer esse atendimento.

A primeira atitude a ser tomada no local do acidente é avaliar os riscos que


possam colocar em perigo a pessoa prestadora dos primeiros socorros.

• Observe a cena, identificando riscos para si, para a vítima e para


terceiros.

• Observe a origem do trauma de acordo com a cena, o paciente, a


posição do paciente, os mecanismos de trauma e sinais ou sintomas de
emergência.

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Também é importante avaliar a quantidade de vítimas, verificando a necessidade


de recursos adicionais. Observe se existem riscos como fumaça, fios soltos, calor,
cheiro forte de produtos, sinais de desabamento ou inundação no local do acidente.
A existência de riscos como estes exige muita cautela para você não se ferir.

O socorrista deve chegar até a vítima preservando a sua vida, lembre-se de que o
princípio fundamental é o socorrista não se tornar a segunda vítima, pois o atendimento
ficará mais complexo e o socorrista estará também sob o risco de morte.

Se ao chegar no local você encontra uma pessoa inconsciente, a sua prioridade


é observar se ela está respirando, tem pulso, se há hemorragia e se existe algum
produto por perto que pode ter causado algum tipo de envenenamento. Reparar esses
detalhes ajuda a salvar vidas.

Durante a avaliação primária, o socorrista irá verificar a inconsciência do paciente,


abrir as vias aéreas respiratórias, verificar a respiração e os batimentos cardíacos, e
aplicar colar cervical, quando necessário.

Um conceito importante que deve ser de conhecimento de todos: parada cardio-


respiratória: é a ausência das funções vitais, movimentos respiratórios e batimentos
cardíacos. Ela pode levar à morte no período de 3 a 5 minutos. Os sintomas da
parada cardio-respiratória são inconsciência e ausência de movimentos respiratórios
e batimentos cardíacos.

Uma vítima que não reage ao chamado, ao toque e ao estímulo de dor deve
ser considerada inconsciente, sendo uma emergência, ou seja, a vítima necessita de
socorro em menos de cinco minutos.

Caso a vítima inconsciente não movimente o peito no período de dez segundos,


deve ser considerado uma parada cardiopulmonar e o socorrista deve iniciar a
reanimação. Primeiramente é feito compressões no peito. Após dez segundos se uma
vítima inconsciente não respira, o socorrista deve considerar a parada cardíaca.

A vítima deve estar deitada em local rígido, sem colchão ou almofadas


preferencialmente numa maca ou no próprio chão do local. Ela deve estar com o corpo
alinhado para serem aplicadas as compressões.

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RESUMO

Chegamos ao fim do curso avançado. No módulo 4, Segurança na Operação das


Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas, aprendemos sobre como algumas
medidas que garantem a saúde e segurança dos trabalhadores que atuam com
instalações elétricas.

Um ponto importante que não devemos esquecer é a classificação das áreas.


As plataformas offshores são locais que têm grande potencial para se tornarem áreas
explosivas pelo vazamento de gases e vapores. E a eletricidade é uma das principais
fontes de ignição em ambientes com atmosferas explosivas.

A fim de prevenir acidentes, é necessário classificarmos as áreas de acordo com


a zona, grupo, tipos de proteção e classes de temperatura. Zona Zero a ocorrência é
contínua e por longos períodos. Zona 1 é um local provável de acontecer em situações
normais. E a Zona 2 é um local pouco provável e em curtos períodos.

No ambiente offshore, em áreas classificadas, o uso de equipamentos certificados


são obrigatórios, pois se houver faísca, o equipamento não causará explosão.

Neste módulo, também mencionamos a análise preliminar de risco. A APR deve


ser adotada pelos gestores de equipe e determinam os riscos e medidas preventivas
antes da fase operacional. A análise é uma das medidas de controle dispostas na
NR-10 e da NR 37.

As medidas de controle de risco elétricos devem envolver técnicas de análise de


risco adequadas à atividade, dispor de documentação sobre a instalação elétrica, ter
um diagrama Unifilar, testar equipamentos e isolamento, determinar os EPI e EPC, além
de conter os procedimentos de segurança e medidas de proteção coletiva participativa.

Outro ponto que ajuda a mitigar acidentes são as inspeções periódicas. No plano
de inspeção deverão ser definidos o programa de inspeções e a lista de itens a serem
inspecionados por equipamento.

Lembrando que o grau de inspeção pode ser visual, apurado e detalhado. A


inspeção visual é aquela que apenas com o olhar conseguimos detectar o problema,

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a inspeção apurada precisa do uso de ferramentas e equipamento de acesso, já a


inspeção detalhada é a que exige que o maquinário seja aberto.

Não esqueçam!! Sempre que inovações tecnológicas ou novos equipamentos
elétricos forem implementadas devem ser previamente elaboradas análises de risco,
desenvolvidas com circuitos desenergizados, e respectivos procedimentos de trabalho.

O procedimento para desenergização deve obedecer à seguinte sequência:


seccionamento, impedimento de reenergização, constatação de ausência de tensão,
instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos
circuitos, proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada e
instalação da sinalização de impedimento de reenergização.

A desenergização elétrica é uma medida de proteção coletiva que garante a


segurança dos trabalhadores que interajam com instalações elétricas.

Segundo a NR 10, além da desenergização, nós temos como medidas


de proteção coletiva o isolamento das partes vivas, o aterramento funcional, a
equipotencialização, o seccionamento automático da alimentação, os dispositivos a
corrente de fuga, as barreiras e invólucros e a separação elétrica.

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É de responsabilidade da empresa manter os trabalhadores informados sobre


os riscos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e medidas
de controle contra os riscos elétricos a serem adotados.

Além dos riscos elétricos, existem os riscos adicionais, que são todos aqueles que
não estão diretamente relacionados à eletricidade, mas ainda assim estão presentes
nas atividades realizadas pelos profissionais da área.

As áreas classificadas, a altura, os ambientes confinados e as condições


atmosféricas adversas são exemplos de riscos adicionais. O empregador deve
desenvolver procedimento operacional para as atividades rotineiras de trabalho em
altura, como o uso obrigatório de cinto de segurança e capacete com jugular.

Tenham atenção ao trabalhar em áreas confinadas. O espaço não foi feito para
ocupação humana contínua, existe um
material específico para ser usado nessas
áreas, desde ferramentas e iluminação
próprias até equipamentos de proteção
individual.

Um outro ponto importante que vale


a pena relembrar: segundo a NR-20, a
empresa deve sinalizar a proibição do uso
de fontes de ignição nas áreas sujeitas à
existência de atmosferas explosivas.

Utilizar placas de sinalização ajudam a


alertar e avisar sobre perigos, além de nos
orientar sobre o que deve ser feito.

Em áreas classificadas, é comum ver


placas alertando sobre o perigo de choques
elétricos. Esse tipo de placa deve ser
instalada em caráter permanente, pois é um
risco constante e não pontual.

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A falha humana pode acontecer devido a algumas situações que levaram


o trabalhador à prática do ato inseguro. Diferente dos que muitos acreditam, o ato
inseguro pode ser evitado se o profissional tiver o treinamento correto

Só profissionais capacitados e habilitados podem exercer atividades com


eletricidade. O treinamento é obrigatório.

Esperamos que as aulas tenham sido úteis e que consigam colocar todo o
aprendizado em prática. Até um próximo curso, tchau!

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