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ACIDENTES ELÉTRICOS EM 2021

Recente estudo da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade


(Abracopel), divulgado durante a 1ª Conferência sobre a Realidade da Infraestrutura das Instalações
Elétricas, aponta que, durante todo o ano de 2021, foram registrados 1.579 acidentes com energia
elétrica. Somente os choques foram responsáveis por 674 óbitos, seguidos pela perda de 46 vidas
em incêndios por sobrecarga de energia (curto-circuito) e 40 mortes por descargas atmosféricas
(raios).
Ao todo, foram 898 acidentes com choque elétrico, uma média de 75 por mês, ou seja: quase
três indivíduos acabam ficando feridos todos os dias, muitos deles em situações corriqueiras, com
baixa tensão. Deste universo, apenas 224 pessoas tiveram ferimentos, o que traz a alarmante
estatística.
“A maioria das pessoas não tem nenhuma chance de sair com vida de um perigo que poucos dão
importância nas residências, nas empresas e nas ruas, desdenhando dos perigos de instalações e
equipamentos elétricos, e muitos sofrem as conseqüências dessa negligência.
REGIÕES COM MAIS ACIDENTES – De acordo com o Anuário da Abracopel, a região Nordeste
foi a campeã do número de acidentes, com 242 ocorrências, seguida pela região Sudeste (129); Sul
(110); Norte (97) e Centro-Oeste (96). “Só que, em número de habitantes, a região Sudeste
contempla um número maior de pessoas. Para termos uma ideia, juntos, os quatro estados – São
Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro – assinalaram 176 incêndios provenientes de
acidente com energia elétrica e seis mortes, sendo que a região Sul contemplou 197 incêndios, com
16 óbitos. São números muito expressivos.
Grande parte dos acidentes motivados por pouco conhecimento, descuido e falta de atenção,
excesso de autoconfiança, não uso de EPI’s e uso inadequado de equipamentos.

5 boas práticas para garantir a segurança do eletricista


O trabalho que lida com energia elétrica requer muitos cuidados. Por vezes, até o profissional mais
experiente pode cometer um erro e causar um acidente. Você sabe quais as melhores práticas para a
segurança dos eletricistas?
Você deve saber que acidentes envolvendo eletricidade são muito perigosos e podem colocar vidas em
risco. O choque elétrico é o mais comum, provocando queimaduras e até mesmo paradas cardíacas e a
morte. O arco elétrico também pode ocasionar ferimentos sérios como queimaduras, lesões graves, choque
e a morte, mesmo não tendo contato direto com a energia. Além disso, acidentes como queda, ataque de
insetos e outros podem pôr em risco a segurança dos trabalhadores.
Por isso, conhecer boas práticas de segurança permite que os eletricistas atuem de forma prudente
diante de situações de risco, usar adequadamente os equipamentos e antecipar possíveis acidentes.

1. Treinamento
A capacitação é o melhor modo de prevenir acidentes. Por isso, a NR 10 prevê que todos os
profissionais que precisem lidar com energia elétrica devem ser qualificados e capacitados. Desse
modo, terão a capacidade técnica para realizar suas tarefas com segurança.
O treinamento para quem trabalha com eletricidade deve abordar os riscos e perigos da
atividade, assim eles serão capazes de identificá-los antes que aconteçam. Essa visão antecipada
permite analisar os prováveis riscos em cada etapa do processo e executá-las com segurança.
Não basta somente realizar os treinamentos, você precisa avaliar a sua eficiência. Por isso,
realizar avaliações ao final de cada treinamento é fundamental para se certificar de que o conteúdo
foi assimilado.
A realização e o treinamento periódicos proporcionam a reciclagem do conhecimento, evitando
que a autoconfiança deixe o trabalhador menos cuidadoso e provoque acidentes.

2. Equipamento de Proteção Individual (EPI)

O uso de EPI’s ajuda a minimizar os riscos proporcionando maior segurança ao usarem a rede
elétrica, por isso é essencial para a segurança dos eletricistas. A variedade de equipamentos de
proteção é grande. Desse modo, é preciso identificar qual é o mais correto para cada tipo de
exposição de risco elétrico. Confira alguns:

• Capacete: associado a proteção contra quedas e impactos na região da cabeça, porém


também protege contra choque elétrico. Os capacetes classe B possuem isolamento térmico
ideal para esse tipo de atividade;
• Luva de borracha: indicada para proteger de choques elétricos e queimadura, existindo
em vários graus de proteção. Por isso, a tensão da luva deve corresponder com a tensão de
trabalho para evitar acidentes;
• Botas: um equipamento essencial na proteção contra acidentes que envolvem energia
elétrica. São classificadas em botas não condutivas, antiestática e condutivas;
• Roupas especiais: é preciso que sejam fabricadas em tecidos resistentes, podendo ser
sintéticos ou naturais, que forneçam proteção contra altas temperaturas e dispersem cargas
elétricas.

3. Proteção de Equipamentos Elétricos

Os equipamentos elétricos também precisam de proteção. Dispositivos de proteção evitam


choques, variações de energia na rede, por exemplo, e protegem os usuários e os equipamentos.

Disjuntor Tem a finalidade de desligar a distribuição de energia ao detectar um curto ou uma


sobrecarga. Os disjuntores nas instalações não só protegem os circuitos do equipamento como
também os usuários.

Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS) Ideal para proteção contra picos
de tensões e descargas atmosféricas ao drenar a sobrecarga para o sistema de aterramento. Desse
modo, evita-se que ocorram danos aos equipamentos.

Disjuntor Diferencial Residual (DR) um item essencial para a segurança da rede


elétrica da sua casa. Ele é o responsável por impedir o fluxo de energia caso haja alguma sobrecarga
no sistema. Um sensor mede a entrada e saída de corrente e, caso haja alguma fuga maior que
30MA, desliga o sistema.

4. Sinalização

As instalações elétricas devem estar devidamente sinalizadas para alertar quanto ao perigo
existente no local, identificar circuitos, proibir acesso ou informar da obrigatoriedade do uso de
EPI’s.
A padronização da sinalização é fundamental e precisa ser compartilhada com todos os
funcionários da empresa, independentemente de eles lidarem ou não com eletricidade. Para
entendimento dos alertas, o idioma utilizado deve ser o português e a simbologia, universal.
Vale ressaltar que a sinalização é uma medida complementar, ou seja, precisa que outras
medidas mais eficazes sejam feitas em conjunto. Barreiras, obstáculos e invólucros são algumas
atitudes que devem ser utilizadas para dificultar o acesso às fontes de energização.
Além disso, pode ser necessária a utilização de alertas sonoros como um alarme para quando um
equipamento é ligado. Desse modo, o trabalhador estará atento aos cuidados necessários para
utilizar o equipamento e evitar acidentes.

Prevenção e combate a princípio de incêndio


Os incêndios ocasionados por curtos-circuitos estão cada vez mais comuns. Por isso medidas
preventivas precisam ser tomadas para evitar que acidentes aconteçam e manter o local de trabalho
seguro.
Confira algumas medidas preventivas:

• ligar os equipamentos nas tomadas de maneira adequada;


• não fazer gambiarras nas instalações elétricas;
• não permitir que equipamentos de emissão de calor permaneça muito tempo na
tomada;
• manter no local extintor e mangueiras de incêndio;
• fazer manutenção nos equipamentos periodicamente.

5. Normas para segurança do trabalho com eletricidade

As duas principais normas voltadas para a segurança dos trabalhadores que interagem com
eletricidade é a NR 10 e a NBR5410.
A NBR 5410 é a norma estabelecida pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que
determina as condições que devem satisfazer as instalações elétricas de baixa tensão sem oferecer
riscos à segurança de pessoas e animais. Busca apresentar as melhores práticas para a realização de
instalações e reformas de maneira segura.
A Norma Regulamentadora 10 (NR 10), emitida pelo Ministério do Trabalho e Emprego, visa
orientar sobre a segurança e a integridade física dos trabalhadores de áreas de risco e envolvidos
com energia elétrica. Tem como objetivo fornecer um ambiente de trabalho seguro e evitar
acidentes de trabalho.
Ambas as normas prevêem que os trabalhadores sejam capacitados para a realização de suas
atividades. Elas se complementam de modo a promover maior proteção tanto para o trabalhador
quanto para as instalações.
Enfim, ao seguir estas boas práticas, a segurança dos eletricistas estará garantida. Treinamentos e
capacitação são os melhores investimentos para que os acidentes sejam evitados. O uso de
proteção tanto dos usuários quanto dos equipamentos ajuda a tornar os ambientes mais seguros

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