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Segurança do trabalho com eletricidade: quais os principais cuidados para

garantir a segurança do colaborador

De 2002 a 2020, o Brasil registrou taxa de 6 óbitos a cada 100 mil empregos formais, de acordo com
o relatório do Ministério Público do Trabalho e da Organização Internacional do Trabalho. De acordo
com Luís Fabiano de Assis, procurador do MPT e cientista de dados, estima-se que doenças
e acidentes do trabalho produzam a perda de 4% do PIB global a cada ano. No caso do Brasil,
esse percentual corresponde a aproximadamente R$ 300 bilhões, considerando o PIB de 2020. A
segurança do trabalho em eletricidade é essencial para que esses números não aumentem nas
estatísticas, por isso, separamos os principais cuidados para garantir a segurança do colaborador.

Os principais cuidados para garantir a segurança do colaborador

Ao estar exposto ao trabalho com energia elétrica, o colaborador necessita de muitos cuidados, até
mesmo o profissional mais capacitado pode cometer um erro e causar um acidente, sendo que os
acidentes envolvendo eletricidade são extremamente perigosos e podem acabar em grandes
tragédias, inclusive o óbito.
O uso correto dos EPIs, bem como capacitação constante é essencial, visto que a capacitação é o
melhor modo de prevenir acidentes. Sendo que a NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços em
Eletricidade, é uma norma regulamentadora que visa a segurança e proteção dos trabalhadores que
lidam de alguma forma com energia elétrica em suas atividades, assim, a capacitação para quem
trabalha com eletricidade deve abordar os riscos e perigos da atividade, identificando-os antes que
aconteçam, é essencial para a saúde e segurança do colaborador.

Segurança do trabalho em eletricidade: quais os acidentes mais comuns?

O choque elétrico é o acidente mais comum, sendo quue ele pode ocasionar ferimentos, como:
lesões graves como queimaduras e paradas cardíacas. Acidentes com trabalhos em altura por conta
de fiações elétricas e ataques de inseto, também são recorrentes ao analisarmos esse tipo de
atividade.

Quais normas asseguram a segurança do colaborador?

Duas normas asseguram o colaborador que pratica quaisquer atividades relacionadas à elétrica. As
principais normas voltadas para a segurança dos trabalhadores que lidam diretamente com essa
atividade é a NR-10 e a NBR 5410, sendo que a NBR 5410 foi estabelecida pela ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas), e determina as condições que devem satisfazer as instalações
elétricas de baixa tensão sem oferecer riscos à segurança de pessoas e animais e a NR-10, emitida
pelo Ministério do Trabalho e Emprego, tem por objetivo orientar quanto a segurança e a integridade
física dos colaboradores de áreas de risco e envolvidos direta ou indiretamente com energia elétrica.

Segurança do trabalho com eletricidade: como garantir a segurança do colaborador?

Adotar medidas preventivas e reforçar a importância da utilização correta dos EPIs são as duas
ações mais importantes para garantir a segurança do colaborador, logo, os treinamentos precisam
ser recorrentes, bem como a adoção de boas práticas e também normas de padronização do
serviço, pois diretrizes pré-estabelecidas os colaboradores, auxiliam no dia a dia para que a
prestação de serviços ocorra com excelência.

Tudo sobre segurança em eletricidade: riscos e prevenção

Sem dúvida, alguns dos trabalhos mais arriscados que existem são aqueles que envolvem
instalações elétricas. Por isso, é fundamental dar atenção ao assunto e às recomendações devidas
para poder atuar com segurança em eletricidade.
Afinal, qualquer descuido relacionado a esse tipo de serviço tem grandes chances de terminar em
tragédia.
Desse modo, se você quer saber como proteger seus colaboradores e evitar fatalidades, confira este
post até o final.
Vamos te mostrar quais os riscos relacionados aos trabalhos elétricos, como preveni-los e muito
mais!
Quais são os riscos do trabalho com eletricidade?
O choque elétrico é um dos riscos mais conhecidos quando pensamos em qualquer coisa que tenha
a ver com corrente elétrica. Até porque, grande parte das pessoas já tomou pelo menos aquele
“choquinho” alguma vez na vida, não é?
Porém, os perigos relacionados à falta de segurança em eletricidade vão muito além dos famosos
choques.
Acompanhe, na sequência, alguns deles:
Choque elétrico
Obviamente, não poderíamos deixar de citar o mais comum dos riscos associados a serviços
elétricos.
O que acontece é que o corpo humano é capaz de conduzir a eletricidade e quando entra em
contato com a corrente elétrica, essa energia é conduzida para a terra ou para outro elemento
condutor.
Consequentemente, os músculos se aquecem e começam a contrair. Dependendo da
intensidade da corrente e do tempo de exposição a gravidade do acidente é maior ou menor.
Podendo variar, por exemplo, desde queimaduras até paradas cardíacas, levando, inclusive, à
morte.
Arcos elétricos
Também conhecido como arco voltaico, o arco elétrico é a transmissão de corrente por um meio,
inicialmente, isolante, como é o caso do ar. Em geral, acontece devido à conexão e desconexão de
dispositivos elétricos ou em caso de curto-circuito.
Nessas circunstâncias, o nível de tolerância da pele ao calor pode ser ultrapassado e queimaduras
de segundo e terceiro graus podem ocorrer. Existem casos em que os arcos elétricos podem
queimar as roupas e causar incêndios.
Queimaduras
As queimaduras causadas pelo contato com a rede elétrica podem ser mais graves do que aquelas
provocadas, diretamente, pelo fogo.
Isso porque, no caso da eletricidade, acontece o chamado “fator iceberg”, onde a lesã

o interna é mais séria do que parece ao olhar para a lesão externa. Em outras palavras, é uma
queimadura mais danosa do que a epidérmica.
Vale frisar que em casos de acidentes com eletricidade a recomendação é desligar a eletricidade
imediatamente e ligar para a emergência.
Outros riscos
A falta de segurança em eletricidade ainda oferece outros tipos de riscos. Quando o trabalho é em
altura, por exemplo, um choque elétrico, mesmo de baixa intensidade, pode levar a quedas fatais.
Também existem os riscos oriundos da exposição a campos eletromagnéticos, explosões,
choques acústicos e muitos outros.
Mais uma ilustração é o perigo que trabalhadores que atuam com postes e subestações correm
quanto à infestação de abelhas e marimbondos.

O que estabelece a NR-10 para trabalhos elétricos?


A NR-10 é o conjunto de orientações que servem para garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores que atuam com instalações elétricas.
De acordo com a Norma Regulamentadora nº 10 (Segurança em Instalações e Serviços em
Eletricidade), as medidas de controle para essa categoria de atividades podem ser reunidas em três
grupos principais:

 Medidas de Proteção Coletiva;


 Medidas de Proteção Individual;
 Procedimentos de Trabalho.

Logo, a segurança em eletricidade é o resultado da correta implementação dessas ações. Assim


sendo, para proteger a vida dos seus colaboradores, é necessário acatar não só uma ou duas
orientações da norma, mas todas.
Além disso, as medidas de segurança estabelecidas pela NR-10 se aplicam a projetos, à construção
civil, montagens, operações e manutenções de equipamentos.
Vale ressaltar ainda, que o conjunto de normas técnicas exige documentações e certificações que
comprovem o desempenho das ações tomadas e dos dispositivos utilizados.
Quais os EPIs indispensáveis aos serviços elétricos?
Dentre as diversas colocações da NR-10, uma das mais relevantes diz respeito ao uso de EPIs
(equipamentos de proteção individual). Afinal, eles são decisivos na preservação da integridade
física dos trabalhadores.
Exatamente por isso, os EPIs são obrigatórios e devem ser oferecidos pela empresa, caso
contrário, multas podem ser aplicadas e processos judiciais abertos.
Diante da vasta gama de equipamentos existentes no mercado e recomendados para essa ou
aquela tarefa, podemos citar os principais:
 Capacete Classe B;
 Óculos de segurança incolor e com proteção contra raios ultravioletas;
 Calçado aprovado contra risco de choque elétrico;
 Luvas de borracha isolantes BT e AT;
 Luvas de pelica para proteção das luvas de borracha;
 Cinto de segurança com talabarte para trabalho em altura;
 Roupas de algodão com tratamento retardante a chamas, com o risco adequado à tensão de
trabalho.
Como garantir a segurança em trabalhos com eletricidade?
Para que os trabalhos ligados à instalação elétrica transcorram de maneira segura, a NR-10 deve
ser rigorosamente seguida. Resumidamente, podem ser listadas algumas das exigências mais
relevantes que devem ser cumpridas.
Então, confira o que sua empresa precisa fazer para garantir que os funcionários estejam
protegidos:
 Conheça os EPIs adequados a cada tipo de atividade a ser executada e ofereça-os ao time,
tomando o cuidado de verificar a qualidade e a validade de todos eles;
 Não improvise nenhuma ferramenta ou equipamento de proteção. Tenha em mente que esses
produtos são desenvolvidos a partir de muito estudo e devem ser usados exatamente como
indicam o fabricante e a norma;
 Exija projetos claros, bem detalhados e com todas as informações necessárias à execução da
atividade. Não deduza coisas e nem tome decisões baseadas em achismos;
 Sempre que um trabalho envolvendo eletricidade for começar, é preciso, antes de qualquer
coisa, desenergizar as fontes e garantir que tudo encontra-se devidamente desligado;
 Invista em treinamentos, palestras e minicursos para capacitar os trabalhadores. Com isso, eles
se atualizam quanto às exigências da NR-10 e de outras NRs complementares (como a NR-35) e
conseguem sanar dúvidas.
Conclusão
Se você chegou até aqui, já deve estar bastante evidente que os serviços relacionados à energia
elétrica são realmente perigosos e os cuidados com os profissionais dessa área devem ser
priorizados.
Para tanto, a NR-10 não pode ser negligenciada ou adotada de forma parcial. Afinal de contas, hoje
em dia, basicamente tudo depende de eletricidade para funcionar e, com isso, cada vez mais
reparos e melhorias são solicitadas.
Como resultado, a exposição desses trabalhadores aos riscos inerentes à função aumenta. De tal
modo, adotar todas as medidas necessárias e capazes de garantir condições seguras de atuação, é
imprescindível!
Portanto, trate o assunto com a seriedade que ele merece, cuide da vida dos seus colaboradores
como se fosse a sua e, por tabela, evite transtornos judiciais para o seu negócio!

Acidente de trabalho: Principais causas, legislação e direitos

 Por ADM CNX


 Atualizado em 06/12/2021

A qualquer momento da vida estamos sujeitos a se acidentar. No ambiente de trabalho não é

diferente. Por estar exposto a diversos riscos, o trabalhador pode sofrer algum tipo de acidente de

trabalho.

Mas, você sabe se sua empresa está atendendo a todas as normas legais para evitar riscos de

acidentes de trabalho? Conhece todos os direitos e as obrigações de patrões e empregados? Sabe

o que fazer, caso algum problema do tipo aconteça?

Saiba que as leis trabalhistas amparam legalmente empresa e funcionários no quesito acidente de

trabalho. Para esclarecer melhor o tema, preparamos esse texto explicando os diversos riscos e os

procedimentos necessários quando um acidente ocorre. Boa leitura!

O que é acidente de trabalho?

É considerado acidente de trabalho, qualquer tipo de lesão que o trabalhador sofra no ambiente de

trabalho. Dependendo do grau de gravidade, eles podem causar danos temporários, permanentes e

até levar à morte.

Dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, elaborados pelo Ministério

Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que no


mundo um trabalhador morre a cada 15 segundos. Isso em decorrência de acidente ou doença

laboral.

O estudo aponta que entre 2012 e 2020 21.467 eram trabalhadores brasileiros, com uma taxa de

seis óbitos para cada 100 mil empregos formais. Números que colocam o Brasil em segundo lugar

em mortes no trabalho entre os países do G20.

Cenário nada otimista, que demonstra o despreparo das empresas em relação à segurança e à

saúde do trabalhador. Em todos os tipos de acidentes o Instituto Nacional do Seguro Social

(INSS) deve ser notificado.

Doença do trabalho

Doença do trabalho é aquela que está associada às condições do ambiente onde o funcionário

está inserido. Entre as principais doenças do trabalho podemos destacar a perda auditiva ou surdez

permanente ou problemas de visão.

Por isso, entre outras medidas, o uso de equipamentos de proteção individuais (EPIs) se faz

indispensável. Medida amparada em lei e que todas as empresas devem cumprir.

Todas as empresas, independente do perfil ou tamanho, devem priorizar a saúde do trabalhador.

Elas precisam saber lidar em caso de acidente, garantindo seus direitos do empregado.

Doença profissional

Já a doença profissional são aquelas produzidas ou desencadeadas enquanto o trabalhador exerce

suas funções. Normalmente apresentam quadros leves que podem ser agravados ao longo do

tempo.

Como por exemplo, as lesões por esforço repetitivo (LER), por contaminação de vírus ou bactérias e

os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT).

A legislação trabalhista também enquadra como doença profissional, asma, síndromes do pânico e

de Burnout, alguns tipos de cânceres, saturnismo por exposição ao chumbo, entre outras.
O que diz a CLT sobre acidente de trabalho?

São diversos os tipos de acidentes de trabalho previstos na Consolidação das Leis do Trabalho

(CLT). A principal lei é a de número 8.213 publicada em 1991.

Ela traz as definições sobre acidente de trabalho, seus riscos, formas de prevenção, as obrigações

da empresa quando eles ocorrem e os principais tipos de ocorrências. Confira o principal artigo da

lei sobre o tema:

– Artigo 19 – Classifica acidente do trabalho como tudo que “ocorre pelo exercício do trabalho a

serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados

referidos no inciso VII do artigo 11 desta lei.

Eles provocam lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,

permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.” Confira os termos dos principais

parágrafos deste artigo:

Primeiro – A empresa é responsável em adotar medidas de proteção e de segurança da saúde

individuais e coletivas;

Segundo – Classifica como contravenção penal, sujeito a multas, caso a empresa não cumpra as

normas de higiene e de segurança do trabalho;

Terceiro – É dever da empresa prestar todas as informações detalhadas sobre os riscos que cada

função oferece, bem como do produto que será manipulado.

*Além disso, existem 36 normas regulamentadoras (Mrs.) de Segurança e Medicina do Trabalho, do

Ministério do Trabalho e Emprego (TEM). Referente à segurança e Medicina do Trabalho, elas estão

descritas na portaria de número 3214 do dia 6 de julho de 1978 e também no quinto capítulo da CLT.
Quais são os tipos de acidente de trabalho?

Dependendo do tipo de atividade que a empresa exerce o trabalhador está sujeito a inúmeros

riscos e diversos tipos de acidentes. Para classificar melhor cada um deles, os órgãos competentes

criaram categorias.

Desta forma, os profissionais encontram amparo legal, e auxílio em relação às perícias médicas

quando forem analisar a ocorrência. Servem ainda como garantia que o acidente aconteceu em

decorrência da atividade exercida. Entenda melhor os dois tipos de acidentes de trabalho:

Típico

Classificado como um dos tipos mais comuns no ambiente de trabalho, o acidente típico é todo

aquele que acontece no local de trabalho, próximo a ele ou ainda durante o horário de trabalho.

Como por exemplo, cair da escada, se machucar em uma máquina ou ser atingido por algum objeto.

Normalmente os motivos mais comuns estão ligados à negligência, ou causas naturais como

deslizamentos ou enchentes.

Esse tipo de acidente está descrito no artigo 19 da lei 8.213, onde causas e efeitos são analisados e

classificados de acordo com o grau de gravidade. Especialistas afirmam que na maioria das vezes o

acidente típico pode ser identificado e prevenido.

Atípico

São todas as ocorrências que acontecem, por exemplo, em casos de doenças ligadas à atividade ou

por esforço repetitivo, como as doenças ocupacionais LER ou a DORT. Atos de agressão,

sabotagem, contaminação e até acidentes em períodos de descanso ou de alimentação.

De trajeto

Como o próprio termo sugere, esse tipo de acidente de trabalho ocorre quando o trabalhador está no

trajeto, por exemplo, de casa para a empresa, ou realizando algum trabalho fora. Isso independe se

ele está em seu veículo próprio ou no transporte coletivo.


Cada uma destas ocorrências tem suas características próprias e determinações legais para

resolução. Lembrando que, independentemente do tipo de acidente que o trabalhador sofra, é

preciso seguir os padrões legais de comunicação para que ele tenha seus direitos assegurados e

possa se recuperar com mais tranquilidade.

Qual a diferença entre acidente de trabalho e doença ocupacional?

Acidente de trabalho são todas as ocorrências geradas a partir das condições do ambiente de

trabalho. Por exemplo, um funcionário exposto a ruídos excessivos, com certeza terá a audição

afetada, chegando até a surdez.

Pisos molhados estão entre as principais causas de acidentes de trabalho. Agora a doença

ocupacional é desenvolvida devido a atividade que o trabalhador executa na empresa.

Podem ser causadas pelos mais diversos fatores, como físicos, químicos, biológicos ou radioativos.

Pessoas com doenças preexistentes podem ter o quadro clínico agravado quando expostas a esse

tipo de ambiente.

As doenças ocupacionais são classificadas como profissionais e do trabalho. Nos dois tipos de

problema, seja por doença ou acidente de trabalho, a empresa tem responsabilidade e deve arcar

com os custos médicos, tratamento, exames, que envolvam a recuperação do trabalhador.

Principais causas de um acidente de trabalho

Apesar de em 2019 os números da Previdência Social apresentarem queda no volume de acidentes

de trabalho, o número de mortes tem aumentado. Isso em grande parte pelo descumprimento da

legislação trabalhista, desmotivação e falta de investimentos na prevenção de acidentes.

A falta de fiscalização por parte dos órgãos competentes é outro agravante. Por outro lado, muitos

trabalhadores resistem ao uso dos EPIs, colocando suas vidas em risco. As organizações precisam

se adequar, desenvolver a análise de riscos para cada atividade.


Somente a partir daí, conseguirá desenvolver estratégias e ações para prevenir acidentes de

trabalho. Confira outras causas que provocam acidente no ambiente laboral:

1. Quedas

Nem mesmo o rigor das leis e normas como a NR 35 são capazes de reduzir o número de quedas

no trabalho. Elas representam 40% das ocorrências do tipo no Brasil. Ambiente propício, cansaço e

falta de atenção podem levar a queda.

Mineração, construção civil e até carga ou descarga de caminhão podem gerar esse tipo de

acidente. A falta do uso de EPIs também agrava a situação. Em alguns casos a baixa altitude não

estimula o trabalhador a usar equipamentos de proteção contra quedas.

2. Trabalho com repetições

Atividades com repetições de movimentos, por longos períodos impactam no surgimento de lesões

e distúrbios como LER ou DORT. Esforços repetitivos podem causar sérios danos à saúde física e

até mental do trabalhador.

Além do desgaste natural que pode sofrer em alguma articulação, ele pode ficar mais negligente e

deixar de usar EPI. Uma avaliação ergonômica e intervalos regulares podem minimizar os riscos de

acidentes.

Estresse e cansaço também podem agravar os riscos de acidentes. A síndrome de Burnout,

ansiedade e depressão são sintomas claros e servem de alerta para identificar precocemente

possíveis riscos à saúde emocional e física do funcionário.

3. Exposição a materiais perigosos

Em algumas atividades profissionais os trabalhos poderão estar mais expostos a produtos perigosos

para a saúde do trabalhador. Por isso é importante que empregados e empregadores respeitem as

formas de transporte, armazenamento e uso destes materiais.

Podem ser gases inflamáveis a materiais perfurocortantes ou contaminantes. Até os que não

demonstram ser nocivos podem causar algum tipo de problema, como intoxicações, queimaduras ou

contaminações. Uso de EPIs nesses ambientes é fundamental.


Algumas contaminações podem ser irreversíveis, como no caso de um trabalhador da área da saúde

se ferir com uma seringa usada.

Além do uso de EPIs, os treinamentos periódicos melhoram a forma como os trabalhadores lidam

com esse tipo de material, bem como deixam de se expor a situações de risco.

4. Choques

Este tipo de acidente envolve diretamente os trabalhadores que lidam com rede de energia elétrica e

estão mais suscetíveis a choques. De acordo com a voltagem da descarga elétrica as

consequências podem ser diversas chegando até a morte.

Manutenção de rotina pode minimizar os riscos e evitar acidentes. Quando uma pessoa leva um

choque elétrico ela pode sofrer queimaduras, contrações musculares e do sistema nervoso,

chegando a atingir até órgãos vitais como coração e pulmão.

Normas como a NBR 5410 regulamentam sistemas de prevenção como os aterramentos, uso de

luvas, máscaras, calçados, roupas emborrachadas, entre outros materiais isolantes.

5. Longas jornadas de trabalho

Especialistas da área de saúde já identificaram que longas jornadas de trabalho aumentam os

riscos de mortes por doenças cardíacas e de derrame.

Estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da OIT aponta que 745 mil trabalhadores

morrem entre os anos de 2000 e 2016, decorrentes de acidente vascular cerebral (AVC) ou

isquemia do coração.

Todas geradas em decorrência de horas excessivas de trabalho. Isso deixa o trabalhador mais

cansado e desatento, podendo colocar sua vida em risco. Por exemplo, motoristas que dirigem mais

de 12 horas seguidas podem dormir ao volante, provocar ou se envolver em sérios acidentes. Adotar

pausas regulares para descanso pode ajudar a minimizar os riscos de acidentes.

6. Falta de equipamentos de qualidade


Não somente a falta de EPIs de qualidade, mas seu uso incorreto pode contribuir para graves

acidentes de trabalho. Outro agravante é a distribuição incorreta deste tipo de equipamento.

Por exemplo, se o trabalho apresenta risco químico e o equipamento de segurança entregue for para

risco mecânico. Fatalmente a saúde e a segurança do trabalhador estão em perigo.

A gestão de EPIs realizada por meio de mapeamento por risco é uma boa opção para minimizar as

probabilidades de ocorrências. Informação e treinamento são vitais para que o trabalhador entenda a

importância e como usar corretamente seus equipamentos de segurança individual ou em grupo.

De acordo com a NR 6 existem EPIs para proteção auditiva; respiratória; da cabeça; da face; do

tronco; dos membros superiores e inferiores e para quedas.

Quais são as obrigações da empresa em um acidente de trabalho?

Todas as empresas devem levantar os graus de riscos inerentes ao trabalho e ao ambiente a que

os trabalhadores terão contato diário. Elas precisam estar aptas para cumprir com todas as

obrigações previstas em lei, caso alguma ocorrência aconteça.

Estas necessidades incluem a distribuição de EPI adequados a cada função e risco; informar o

acidente via preenchimento do comunicado de acidente de trabalho (CAT) e cumprir detalhadamente

todos os direitos que o trabalhador acidentado possui.

Caso contrário os gestores estão sujeitos a penalidades e multas. O não preenchimento do CAT, por

exemplo, pode variar entre R$ 1.045,00 e R$ 6.101,06. Em caso de reincidência o valor será

alterado.

Além de acidentes de trabalho, o CAT é exigido no caso de morte e quando as lesões ou doenças

do trabalhador são agravadas. A organização também está sujeita a multas por:

– Não elaborar e implementar o Programa de Prevenção de Risco Ambiental (PPRA);


– Ausência do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO);

– Não realizar exames médicos periódicos;

– Não informar o trabalhador sobre os riscos inerentes à função e ao ambiente.

Legislação

A principal lei que rege sobre acidentes do trabalho é a de número 8.213 da CLT, em vigor desde

1991. Os artigos 11 e 19 tratam especificamente sobre acidente de trabalho e suas implicações, com

deveres e responsabilidades por parte de empresa e empregados.

O artigo 286 trata sobre as multas no caso do não cumprimento da legislação. Já o 336 fala sobre a

necessidade de comunicação dos acidentes para fins estatísticos e epidemiológicos.

Quais os direitos do trabalhador que sofre acidente de trabalho?

Todo funcionário que de alguma forma sofrer algum tipo de lesão decorrente de acidente de trabalho

terá direito a:

1 – Estabilidade de no mínimo 12 meses;

2 – Afastamento remunerado pela empresa ou pelo INSS

3 – Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS),

4 – Aposentadoria por invalidez ou especial junto ao INSS

5 – Pensão por morte para os dependentes

Como prevenir acidentes de trabalho?


Prevenir é sempre a melhor opção, em especial quando falamos de vidas humanas. As empresas

precisam oferecer ambientes de trabalho seguros e sem riscos à integridade física e mental do

trabalhador.

Afinal, investir em segurança do trabalho repercute diretamente nos índices e na qualidade produtiva

dos funcionários. Para ajudar as empresas nessa tarefa, enumeramos algumas dicas para que

possam se preparar e evitar riscos de acidentes. Confira:

 O primeiro passo é identificar e listar os riscos de todos os ambientes;

 Investir em treinamentos, palestras, melhorando os canais de comunicação;

 Forneça e incentivo o uso correto de EPIs;

 Reserve um tempo para a prática de ginástica laboral;

 Crie a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA);

 Treine os funcionários e implante uma brigada de emergência;

 Esteja aberto às sugestões dos funcionários sobre o que pode ser melhorado;

 Forneça assistência médica acessível a todos, como a telemedicina.

Conclusão

Como já sabemos, acidentes de trabalho ocorrem principalmente pela falta de cuidado com a saúde

do trabalhador ou descaso deste com sua própria proteção.

A legislação trabalhista protege os funcionários, discorrendo sobre os deveres e os direitos de

empregados e empregadas quando o assunto é acidente de trabalho.

Identificar os riscos, manter o funcionário informado sobre ele e treinado para usar corretamente os

EPIs, são algumas medidas preventivas que a organização pode adotar para minimizar riscos e

acidentes. Caso contrário, terá prejuízos com penalização e multas.

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