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Teresina/2009
1. INTRODUÇÃO
Pode-se conceituar princípio como regra fundamental que deve ser observada e
cumprida. O doutrinador Joel Dias Figueira Júnior assim conceitua: “princípios
processuais são um complexo de todos os preceitos que originam, fundamentam e
orientam o processo”.
Podemos classificar os princípios em duas espécies, informativos e gerais. Os
informativos orientam o processo pelo seu fim maior e ideal precípuo, já os gerais, ou
também conhecidos como fundamentais, são os previstos na Carta Magna ou na
legislação infraconstitucional, e estes orientam a atividade de todo o processo e de todas
as pessoas nele envolvidas.
Os princípios orientadores do Juizado Especial Cível são: oralidade,
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, visando sempre que
possível a conciliação ou a transação (artigo 2º).
I. ORALIDADE
II. SIMPLICIDADE
III. INFORMALIDADE
Os atos processuais são os mais informais possíveis, e, com base nesse princípio,
admite-se a propositura da reclamação de forma oral, através de termo lavrado pelo
cartório secretário, a presidência da audiência conciliatória por um conciliador, a
presidência da audiência de instrução e julgamento por um juiz leigo, o qual proferirá
sua decisão, a atribuição da capacidade postulatória sem assistência de advogado,
quando o valor da causa for igual ou inferior a 20 salários mínimos.
V. CELERIDADE
VI. DA COMPETÊNCIA
A Lei nº 9.099/95, em seu art. 3º, inciso I, fixa o valor da alçada não excedente a
40 (quarenta) vezes o salário mínimo vigente à data à do ajuizamento da ação. Para
apurar-se o valor da causa, deve-se somar o principal com os acessórios até a época da
propositura da ação.
É oportuno salientar que, superando o valor da causa ao valor da alçada e não
sendo logrado êxito, na conciliação das partes, importa, conseqüentemente, em renúncia
automática do crédito excedente, nada impedindo que o reclamante desista, naquele
momento, de prosseguir com a ação perante o Juizado, buscando a via judicial comum,
isso sem anuência da parte contrária, uma vez que o valor de alçada deve ser respeitado
somente para efeito de condenação e não para fins conciliatórios, conforme ilação do
disposto no art. 3º, § 3º, c/c com o art. 39 da mesma lei, que torna ineficaz a sentença
condenatória na parte que exceder o valor de alçada.
É importante observar também que não pode o cartório deixar de receber e
processar normalmente a inicial que tenha valor da causa superior ao de alçada.
B. QUANTO AO LOCAL
4. DAS PARTES
6. DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
8. AÇÃO RESCISÓRIA
9. COMPOSIÇÃO DO JUIZADO
A - A função do conciliador
B - Do Juiz Leigo
A figura do juiz leigo, uma das inovações da Lei n. 9.099/95, criada com o
escopo fundamental de funcionar na instrução processual, substituindo facultativamente
o juiz togado nesse múnus, é de avançado caráter prático. Obviamente, toda a direção da
instrução do processo ficará, em última análise, aos seus cuidados (do juiz togado),
sempre com o poder de supervisionamento do trabalho desses auxiliares, podendo
mandar repetir atos processuais ou produzi-los pessoalmente.
O juiz leigo, como mero auxiliar da justiça, responde pela fase instrutória
do processo, coletando provas e decidindo os incidentes que possam interferir no
desenvolvimento da audiência de instrução e julgamento, e como o próprio nome está a
indicar, não dispõe das garantias constitucionais inerentes aos magistrados, conferidas
pelo art. 95 da Constituição Federal, expressas na vitaliciedade, inamovibilidade e
irredutibilidade de vencimentos.
C - Do juiz togado
O juiz togado terá sempre o poder de supervisionar o trabalho destes auxiliares
(juizes leigos e conciliadores), podendo mandar repetir atos processuais ou produzi-los
pessoalmente.
10. DO PROCEDIMENTO
C. DA CONCILIAÇÃO
No Juizado Especial Cível a conciliação será proposta assim que aberta a sessão,
devendo o juiz togado ou leigo ou o por conciliador sob sua orientação, que deverão
esclarecer as partes sobre as vantagens e desvantagens da conciliação, mostrando-lhes
os riscos e conseqüências, inclusive quanto são limite que poderá ser cobrado, que é de
40 (quarenta) salários mínimos.
Obtida a conciliação, esta será reduzida a termo e homologada por sentença a ser
proferida por juiz togado. Não obtendo a conciliação, poderão as partes optar pela
instrução de um juízo arbitral, que deverá ser um dos juízes leigos, o número de
árbitros será ímpar, se forem dois os escolhidos, cabe a eles escolher o terceiro,
demonstrando a imparcialidade do árbitro. Logrando êxito, os árbitros devem apresentar
o laudo ao juiz togado para a devida homologação. Não instituído o juízo arbitral, e não
sendo possível de imediato a realização da audiência de instrução e julgamento, será
marcada para um dos 15 dias subseqüentes, saindo cientes todos os presentes.
Não logrando o conciliador êxito na conciliação das partes em litígio, designa-se
a audiência de instrução e julgamento, de acordo com a disponibilidade de pauta do juiz
de direito vinculado ao Juizado, devendo as partes comparecer à audiência
acompanhadas de suas testemunhas, podendo cada uma delas ouvir, no máximo, três
testemunhas, as quais precisam estar arroladas nos autos.
E. DAS PROVAS
Serão admitidos todos os meios de prova moralmente legítimos, ainda que não
especificados em lei, hábeis para demonstrar da veracidade dos fatos articulados pela
parte da relação processual, como autoriza o artigo 32 da Lei nº 9.099/95.
A produção de prova pericial, contudo, é inviável no procedimento do Juizado
Especial Cível, tendo em vista os princípios que orientam o procedimento,
principalmente os da informalidade e celeridade dos atos processuais
Não obstante tal recomendação de impossibilidade de realização de perícia
técnica o Juizado Especial Cível, segundo a regra jurídica talhada no artigo 35 da lei
específica, quando a prova do fato exigir, o juiz poderá inquirir técnicos de sua
confiança, permitindo às partes a apresentação do parecer técnico.
No que se refere ao depoimento pessoal, pode ele ser requerido pela parte
interessada ou tomado ex-officio. Requerido o depoimento pessoal de qualquer uma
das partes, sua presença é indispensável à audiência, sob pena de lhe ser aplicada a pena
de confesso, prevista no § 2º do artigo 343 do Código de Processo Civil, ainda que
presente à audiência se negue a prestar o depoimento.
F. DA SENTENÇA
G. DOS RECURSOS
H. DA EXECUÇÃO
Por tudo que foi dito, resta induvidosa a importância da Lei dos Juizados
Especiais Cíveis a fim de tornar a Justiça Brasileira mais célere e, sobretudo,
democrática, grande conquista da sociedade civil brasileira. A discussão é válida e, a
despeito das diversas opiniões sobre acesso à justiça, parece claro que boas leis geram
resultados.
Classificar uma lei como boa, no entanto, é uma tarefa complicada, vez que os
critérios usados para tanto são muito subjetivos. No Brasil, é inegável que as leis tidas
como boas contam com maciço apoio da população e, por essa razão, tornam-se fortes e
fiscalizadas.
A celeridade resulta da simplificação do procedimento, da instrumentalidade das
formas (repulsa ao formalismo exacerbado), da busca pela solução dos litígios de forma
amigável. Tamanha a importância que a Lei 9.099/95 deu à busca pela rápida solução
dosa conflitos que positivou o princípio da celeridade.
Para se saber a real importância de uma lei, não basta reverenciar os seus
dispositivos e finalidades. É preciso que a mesma encontre respaldo social. E nesse
ponto, a Lei dos Juizados Especiais Cíveis não deixa a dever. É tão grande o seu
acolhimento por parte da população, que os Juizados Especiais são procurados para
resolver litígios que refogem à sua competência, tais como ações trabalhistas, de
alimentos e de investigação de paternidade.
A lei apresenta falhas: é verdade! Mas é sobre estas que devem recair as
reflexões. A reflexão é o primeiro passo para melhoria.
Bibliografia:
COSTA, Hélio Martins. Lei dos Juizados Especiais Cíveis anotada e sua interpretação
jurisprudencial. Atualizado conforme a Lei 9,841 de 05 de outubro de 1999. 2ª edição.
Belo Horizonte: Editora Del Rey, 2000.
.
NEGRÃO, Theotonio com a colaboração de José Roberto Ferreira Gouvêa. São Paulo:
Editora Saraiva, 2002.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. V. III. 26ª edição.
Rio de Janeiro: Editora Forense, 2001