Empresário
Torres Vedras
Em torno de quaisquer eleições levantam-se sempre
questões que se debatem, mas que não se esclare-
cem, questões que se não debatem, mas que se não
esquecem, questões que se referem e debatem, mas
que são marginais.
A vitória de Pedro Passos Coelho com quase 39%
dos votos sufragados não me surpreende. A mar-
gem de crescimento do CDS/PP talvez tivesse dado
para que o PSD alcançasse a maioria absoluta e à
partida a coligação estava assegurada. A queda
abrupta do PS, também já se esperava.
Só não esperava a conveniente demissão de José
Sócrates, de quem se aguarda agora possa ser
presente a um Tribunal, porque não poderá deban-
dar sem prestar contas ao povo e à Justiça sobre a
forma como deixou este país. Ele não poderá sair
assobiando para o lado, passando impune ao de-
sastre provocado.
Quanto ao mais, concordo que não há lugar a co-
memorações, nem exuberâncias.
HÉLIA SANTOS
Socióloga
Mafra
Passo a citar o Jornalista e Sociólogo Alberto Gon-
çalves, Revista Sábado: “No domingo, escolhemos
uma de duas hipóteses. A 1ª é viver os próximos
anos sob brutais e repentinas imposições do FMI
e da Europa, reformas e alterações com influên-
cia profunda no domínio público e na existência
privada, recessão técnica e sentida, declínio dos
níveis de vida, aumento do desemprego, incerteza
e impaciência perante uma eventual recuperação,
angústia geral. A 2ª hipótese é as coisas correrem
mal e o Engº Sócrates ser reeleito”.
Concordando eu em absoluto com o Alberto Gon-
çalves, e “Neste Domingo como nenhum outro” ,
perante o cenário nacional, parece-me que o re-
sultado destas eleições, foi a “hipótese” possível e
quem sabe o melhor que nos aconteceu!!!
Advogada
Mafra
Não fiquei surpreendida com os resultados eleito-
rais, mas por muito boa vontade que exista, não
tenho esperança que algo de diferente se consiga
fazer, porque estamos limitados com a intervenção
da Troika.
Surpreendeu-me sim a percentagem da abstenção,
apesar de compreender que as pessoas estejam
desiludidas com o sistema político e por isso, sem
vontade de perderem um bocadinho de tempo para
ir votar.
JOSÉ PINHEIRO
Reformado
Malveira
O sentido de voto dos Portugueses nestas eleições
reflecte, sobretudo, o anseio pela mudança e na
penalização a José Sócrates. Foi um voto na espe-
rança dum País renovado e com Futuro.
Esperemos que o governo de coligação PSD/CDS
resulte e esperemos, sobretudo, que ao mínimo
deslize do próximo Primeiro Ministro (Pedro Passos
Coelho), os sempre atentos e críticos “velhos do Res-
telo” do PSD não lhe puxem o tapete.
Como nota final, é de lamentar a elevada absten-
ção que só demonstra o desinteresse de muitos pela
causa Nacional. Penso que era importante uma re-
visão dos cadernos eleitorais.
Empresário
Luxemburguês
Ericeira
Parabéns ao Dr. Pedro Passos Coelho!
Vai precisar de muita força e coragem para enfren-
tar as dificuldades do País, para pôr em prática as
medidas da Troika, e sobretudo para não se deixar
manobrar pelos “Barões” do partido, que não con-
tribuíram muito nesta campanha para o seu suces-
so, será que têm receio dele, de perder alguns dos
interesses pessoais?
Penso que para fazer as reformas necessárias, deve
começar por mudar a Constituição. Têm de ser to-
madas medidas para responsabilizar os que, de
uma forma ou doutra, têm lesado o País e os cida-
dãos. Esperemos que Passos Coelho dê o exemplo
às novas geraçoes e contribua para a mudança das
mentalidades dos futuros políticos.
Quanto ao Sr. Paulo Portas, lá está ele de novo na
cadeira de um Ministério qualquer, que esperemos
não seja o da Defesa Nacional, senão ainda é ca-
paz de ir comprar mais algum submarino!
Reconheço a inteligência do Sr. Sócrates que se re-
tirou da Direcção do partido, deixando assim, uma
porta aberta para a possibilidade de negociações
do PS com o novo governo na aplicação do progra-
ma da Troika.
LURDES MIGUEL
Empresária
S. Pedro da
Cadeira
Estas eleições manifestaram claramente, na minha
opinião, mais do que uma expressão de preferência
por determinado partido, uma manifestação de es-
perança por um país melhor, a escolha de um novo
rumo, uma nova orientação, na tentativa de substi-
tuir a arrogância egocêntrica de quem já esqueceu
a verdadeira razão porque foi eleito. Esperam-nos
tempos difíceis, sacrifícios empurrados por medidas
que não pudemos escolher, nem avaliar. Resta sa-
ber a orientação do novo governo e perceber, nos
tempos mais próximos, como é que o mesmo irá
fazer reflectir essas medidas na vida dos portugue-
ses. Resta saber se este governo terá a coragem
de fazer a reestruturação necessária para o país
e conduzi-lo, a longo prazo, a um futuro sorriden-
te. A minha esperança ganha, neste momento, ao
meu cepticismo em relação às personalidades go-
vernativas, numa decisão de optimismo e de fé na
característica mais pura (e tantas vezes esquecida)
do papel de um político: servir a comunidade sem
perder de vista a própria comunidade.