Você está na página 1de 5

I - SISTEMA DE LIBERAÇÃO DE OXIGÊNIO

O propósito ou o objetivo geral de todas as formas de oxigênoterapia é elevar


FiO2 suficientemente para corrigir a hipoxemia arterial. Outros objetivos, incluindo a
diminuição dos sintomas de hipoxia e a minimização do trabalho cardiopulmonar, são
decorrentes desse objetivo primário.

II - AVALIAÇÃO DA NECESSIDADE DE OXIGENOTERAPIA

Existem três formas básicas de se determinar se um paciente necessita de


oxigenoterapia. Primeiro, você pode utilizar mensurações laboratoriais, segundo você pode
basear a necessidade de oxigenoterapia do paciente pelo seu problema ou condição clínica.
Finalmente, você pode utilizar técnicas astuciosas de avaliação a beira do leito para
determinar a necessidade de suplementação de oxigênio.

III - FLUXÔMETRO

Equipamento que dosa a concentração de O2 em L/min, fornecido ao


paciente. Possui uma esfera no seu interior que eleva gradativamente dependendo do fluxo
desejado. Mensurar o fluxo na parte inferior da esfera.

IV - UMIDIFICADOR

É um dispositivo que adiciona água ao oxigênio. Mais frequentemente, isso


ocorre pela simples evaporação de uma superfície aquosa, pequenas partículas de água
podem ser dispersas no ar para evaporação.

IV.1 - Indicação do Umidificador:

Acima de 4 L/min a administração de O2 seco causa perda imediata de calor


e água nas vias aéreas superiores e se prolongada produz danos estruturais, irritação no
trato, aumento da produção de muco tornando a secreção pulmonar mais espessa. A
contaminação cruzada é o problema mais comum da umidificação.

V - SISTEMA DE LIBERAÇÃO DE OXIGÊNIO

A seleção adequada do equipamento requer um conhecimento profundo tanto


das características gerais do desempenho desses sistemas quanto de suas capacidades
individuais. Classificamos dispositivos de liberação de oxigênio pelo seu modelo. Existem
dois modelos básicos: Sistema de fluxo baixo e sistema de fluxo alto.

V.1 - O Sistema de Fluxo baixo:

Os sistemas de fluxo baixo típicos fornecem oxigênio suplementar as vias


aéreas diretamente com fluxos de 08 L/min ou menos. Como fluxo inspirado do adulto
normal é superior a 08 L/min, o oxigênio fornecido por um dispositivo de fluxo baixo é
sempre diluído com o ar. O sistema de liberação de oxigênio de fluxo baixo inclui a cânula
nasal e o cateter nasal.
V.1.1 - Cânula Nasal

Dispositivo plástico descartável composto por duas pontas ou dentes com


aproximaamente 1 cm de comprimido conectados a um tubo longo de pequeno calibre. Você
insere as pontas diretamente nos vestíbulos do nariz, enquanto fixa o tubo de suprimento
diretamente a um fluxômetro ou a um umidificador. Na maioria dos casos, você irá utilizar o
umidificador somente quando o fluxo de entrada for superior a 4 L/min. Mesmo com a
umidade extra os fluxos superiores a 6 a 8 L/min podem causar desconforto ao paciente,
incluindo ressecamento e sangramento nasal. Nos neonatos e lactentes, você deve limitar
os fluxos a um máximo de 2 L/min.

a) Vantagens do uso da cânula nasal:

Uso em adultos, crianças e lactentes de fácil utilização descartáveis, barata e


bem tolerada.

b) Desvantagem de uso da cânula:

Instável, facilmente deslocada, fluxos elevados desconfortáveis, pode causar


ressecamento, sangramento pólipos e desvio de septo podem bloquear o fluxo.

c) Melhor uso:

Paciente estável necessitando de uma FiO2 baixa, paciente em tratamento


domiciliar necessitando de terapia prolongada.

V.1.1.2 - Cânula com Reservatório:

As cânulas com reservatório são projetadas para conservar o oxigênio.


Existem dois tipos de cânula com reservatório: O reservatório nasal e o pendente.

V.1.1.3 - Reservatório nasal:

Funciona armazenando cerca de 20 ml numa pequena membrana


reservatório durante a expiração. Paciente extrai este oxigênio armazenado durante o início
da inspiração. Aumentando a quantidade de oxigênio em cada inspiração e diminui o fluxo
necessário para uma determinada FiO2.

V.1.1.4 - Sistema com reservatório pendente:

Esconde o reservatório sob a vestimenta do paciente na parede torácica


anterior. Embora seja menos visível, o peso extra do pendente pode provocar desconforto
auricular e facial. Com fluxos baixos, as cânulas com reservatório podem reduzir a utilização
de oxigênio em 75%, tornado a umidificação desnecessária.

a) Vantagem:

Menor utilização, custo de O2, aumento da mobilidade, menos desconforto


por causa dos fluxos menores.
b) Desvantagens:

Desagradável, incômoda, má aceitação, deve ser trocada regularmente, o


padrão respiratório afeta o desempenho.

c) Melhor uso:

Tratamento domiciliar ou pacientes ambulatoriais que necessitam de maior


mobilidade.

V.1.1.5 – Cateter nasal:

Tubo plástico macio com vários pequenos orifícios na sua ponta. Você insere
o cateter avançando-o gentilmente ao longo do assoalho da passagem nasal, até conseguir
visualizá-lo logo atrás e acima da úvula. Se você sentir uma resistência importante durante a
inserção, simplesmente tente na narina oposta. Uma vez posicionado, você fixa o cateter a
ponte do nariz. Se a visualização direta não for possível, você pode inserir o cateter as
cegas até uma profundidade igual a distância entre o nariz e o trago (lóbulo) da orelha.

a) Vantagens:

Uso em adulto, criança, lactente, boa estabilidade, descartável.

b) Desvantagens:

Difícil inserção dos fluxos elevados, aumenta a pressão retrógada, necessita


de troca regular, pode provocar reflexo de vômito, deglutição e ar e aspiração.

c) Melhor uso:

Procedimento entre a cânula dificulta a utilização (broncoscopia), terapia


prolongada de lactentes.

V.2 - Sistema de fluxo alto:

Os sistemas de fluxo alto fornecem uma determinada concentração de


oxigênio em fluxos iguais ou superiores ao fluxo inspiratório máximo do paciente. Isso pode
ser conseguido com o sistema de arrastamento de ar ou de mistura.

V.2.1 - Máscara Simples ou tenda facial:

É uma unidade plástica, projetada para cobrir a boca e o nariz, o corpo da


mascara em si coleta e armazena oxigênio entre as inspirações do paciente. A variação do
fluxo de entrada de uma máscara é de 5 a 12 L/min se for necessário fluxo superiores a 12
L/min para obter uma oxigenação satisfatória, deve considerar a substituição por um
dispositivo capaz de produzir uma FiO2 mais elevada. Com fluxos inferiores a 5 L/min, o
volume da máscara atua como espaço morto e provoca a reinalação de CO2.

a) Vantagens:

Uso em adulto, crianças, rápida e fácil de ser colocada.


b) Desvantagens:

Desconfortável, deve ser removida para alimentação, impede a perda de calor


radiante, bloqueia o vômito do paciente inconsciente.

c) Melhor uso:

Emergências, terapia de curto prazo requerendo uma Fio2 moderada.

V.2.2 - Máscara de Venturi ou Máscara de Arrastamento de ar

É um sistema de liberação de oxigênio fornecida ao paciente crítico em


insuficiência respiratória. É um sistema de alto fluxo no qual o oxigênio passa por um orifício
sob pressão, causando aspiração do ar ambiente para o interior da máscara. Desta forma, o
paciente respira a mistura de ar ambiente mais oxigênio. Pela máscara de ventura são
fornecidas concentrações de O2 controlada. Sua grande desvantagem é não poder ser
usada para prescrição domiciliar devido ao alto fluxo utilizado.

Cor FiO2 Fluxo

Azul 24% 3LPM

Amarelo 28% 6LPM

Branco 31% 8LPM

Verde 35% 12LPM

Rosa 40% 15LPM

Laranja 50% 15LPM

a) Vantagens:

De fácil colocação, FiO2 estáveis e precisas.

b) Desvantagens:

Uso limitado aos adultos, desconfortável barulhenta, deve ser removida


para alimentação.

c) Melhor uso:
Pacientes instáveis que necessitam de uma FiO2 precisa.

V.3 - Mácara de Traqueostomia:

É um sistema de liberação de oxigênio que possui particularidades


específicas, sendo o seu uso eficaz somente em pacientes traqueostomizados. É
também um sistema que pertence tanto ao fluxo alto quanto ao baixo. Como as
cânuilas nasais e os outros tipos de máscaras aqui são ineficazes, independente do
fluxo o melhor sistema de liberação de oxigênio para pacientes traqueostomizados
que não necessita de ventilação mecânica é a máscara de traqueostomia.

O corpo da máscara de traqueostomia possui um orifício que permite o


escape tanto do fluxo excessivo do dispositivo, quanto do O2 expirado pelo paciente.
Este orifício serve também para introduzir cateter de aspiração traqueal sem a
necessidade de interromper o fluxo de O2. A máscara de traqueostomia é conectada
a um tubo corrugado, o mesmo é conectado a um umidificador de bolha, que por sua
vez é conectado a um fluxômetro.

V.4 - Efeitos tóxicos do O2:

O tempo e as concentrações de O2 dependendo da forma administrada


podem levar a disfunções pulmonares devido a alterações no SNC, cardiovascular,
pela liberação de radicais livres e até mesmo por efeitos citotóxicos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SCANLAN, Craig L. Fundamentos da Terapia Respiratória de Egan

Você também pode gostar