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Aluno: Cauan Eduardo Elias Schettini

UNESP: 1° ano – Direito Matutino


Disciplina: Antropologia Jurídica

Sinopse crítica do filme Tempos Modernos (Charlie Chaplin, 1936)

Charlie Chaplin, nesse filme mudo, conseguiu transmitir, mesmo com a


ausência da voz, uma mensagem indubitavelmente moderna para o seu tempo
e, inclusive, para os tempos atuais.

A partir de cenas sem falas, o filme representa como era a atividade laboral da
majoritária parte da população desde a Revolução Industrial, iniciada no século
XIX, até os anos 1920, culminando na quebra da bolsa de valores norte-
americana em 1929. O personagem principal, Chaplin, é um proletariado em
uma grande indústria, na qual torna-se perceptível a realidade expressa
teoricamente pelo filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), cujo cerne de seu
pensamento é a alienação do trabalhador causada pela imposição dos meios
de produção capitalistas por um grupo seleto de pessoas que, por sua vez,
oprimem o grupo proletário. Além disso, a cosmovisão mecanicista do universo,
iniciada principalmente pelo filósofo francês René Descartes (1596-1650), no
século XVII, se torna evidente na cena em que é revelada uma máquina que
faria com que o ser humano pudesse, ao mesmo tempo, almoçar e trabalhar
metodicamente na indústria. Ao final, essa invenção não logrou êxito. Contudo,
a representação da transformação do homem em máquina é fidedigna ao que
não somente ocorreu naquela época, como também ao que ocorre atualmente
com a era digital e a revolução tecnológica.

Por fim, é evidente nessa obra da sétima arte os inúmeros desrespeitos ao


que, atualmente, se consolidou como leis trabalhistas. Naquela época, devido à
ausência dessa legislação, existiam diversos abusos, como o não registro do
trabalhador, o não pagamento de horas extras, ou mesmo o não cumprimento
de horários de almoço e descanso. Consequentemente, a jornada de trabalho
exaustiva culminou à reivindicação de direitos trabalhistas que, gradativamente,
foram e continuam sendo conquistados.

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