Você está na página 1de 222

TAXA DE ARMADURA TRANSVERSAL MÍNIMA EM VIGAS DE

CONCRETO ARMADO

Sergio Luis González Garcia

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS


PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM CIÊNCIAS
EM ENGENHARIA CIVIL.

Aprovada por:

_____________________________________________
Prof. Ibrahim Abd El Malik Shehata, Ph. D.

_____________________________________________
Prof. Lídia da Conceição Domingues Shehata, Ph. D.

_____________________________________________
Prof. Giuseppe Barbosa Guimarães, Ph. D.

_____________________________________________
Prof. Ronaldo Barros Gomes, Ph. D.

_____________________________________________
Prof. Silvio de Souza Lima, D. Sc.

_____________________________________________
Prof. Regina Helena Ferreira de Souza, D. Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL


MAIO DE 2002
GARCÍA, SERGIO LUIS GONZÁLEZ
Taxa de Armadura Transversal
Mínima em Vigas de Concreto Armado
[Rio de Janeiro] 2002
XIII, 207 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, D.Sc.,
Engenharia Civil, (2002)
Tese - Universidade Federal do Rio de
Janeiro, COPPE
1. Armadura Transversal Mínima
2. Viga de Concreto
I. COPPE/UFRJ II. Título (série)

ii
DEDICATÓRIA

À minha família pelo constante apoio


durante todo este tempo de separação e,
em especial, às minhas duas meninas,
Lianeth González e Luiza Alejandra
González

iii
AGRADECIMENTOS

Ao professor Ibrahim, pela orientação constante e segura na realização deste


trabalho.

À professora Lídia, por sua ajuda, dedicação e orientação constantes para a


melhoria deste trabalho.

À CAPES e ao CNPq pelo suporte financeiro.

À Holcim, SIKA S.A, Pedreira Vigné e ao IME.

Aos funcionários do laboratório de estruturas pela ajuda prestada.

À minha companheira Liliana Martínez e às minhas duas filhas pela


compreensão e o amor que me deram durante estes anos.

Aos meus pais, pelo amor constante e pelos ensinamentos recebidos ao longo de
toda minha vida.

Aos meus irmãos, pela ajuda e compreensão nestes anos de separação.

iv
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Doutor em Ciência (D.Sc.)

TAXA DE ARMADURA TRANSVERSAL MÍNIMA EM VIGAS DE


CONCRETO ARMADO

Sergio Luis González García

Maio/2002

Orientadores: Ibrahim Abd El Malik Shehata


Lídia da Conceição Domingues Shehata
Programa: Engenharia Civil

No presente trabalho é estudada a armadura transversal mínima em vigas


submetidas a flexão simples.

É realizada uma revisão bibliográfica sobre os principais fatores que influenciam


a resistência ao cortante de vigas de concreto armado.

É feita uma análise das principais expressões, métodos teóricos e trabalhos


experimentais existentes na literatura para a determinação da armadura transversal
mínima necessária em vigas para que estas não apresentem ruptura brusca.

A parte experimental engloba ensaios de catorze vigas: sete de concreto de alta


resistência e sete de concreto de baixa resistência. A maioria delas tem taxa de armadura
transversal na larga faixa de variação das taxas de armadura mínima propostas na
literatura. As vigas tinham relação vão de cisalhamento/altura efetiva de
aproximadamente 3.

Tendo por base os resultados obtidos, faz-se análise dos critérios já propostos
para definir a taxa de armadura transversal mínima, recomenda-se novo critério e
propõe-se também expressão simples para avaliação dessa armadura que varia em
função da resistência do concreto da viga.

v
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)

MINIMUM SHEAR REINFORCEMENT RATIO IN REINFORCED CONCRETE


BEAMS

Sergio Luis González García

May/2002

Advisors: Ibrahim Abd El Malik Shehata


Lídia da Conceição Domingues Shehata

Department: Civil Engineering

This work presents a study on the minimum shear reinforcement in beams.

A review of the existing literature is made in the order to determine the main
factors that have influence on the shear strength of reinforced concrete beams.

The available experimental work on minimum shear reinforcement of beams is


summarized and the proposed expressions for estimating that reinforcement are
presented and compared.

The experimental program of this work included tests on fourteen beams: seven
made of high strength concrete and seven of normal strength concrete. Most of them
had shear reinforcement ratio in the range of variation of the minimum reinforcement
proposed in the literature. The shear span/effective depth ratio of the beams was
approximately 3.

On the basis of the obtained results, analysis of the existing criteria for defining
the minimum shear reinforcement is made; a new criterion is proposed together with a
simple expression for the evaluation of the minimum reinforcement that depends on the
concrete strength.

vi
NOTAÇÕES

LETRAS ROMANAS

a vão de cisalhamento (em vigas com cargas concentradas, distância entre


apoio e carga concentrada mais próxima do mesmo);
As área de armadura longitudinal;
Asw área de armadura transversal;
Asw, min área de armadura transversal mínima;
bw menor largura da seção ao longo da altura útil;
C força no banzo comprimido na seção;
d altura útil da seção, igual à distância do bordo comprimido ao centróide da
seção da armadura longitudinal de tração;
da dimensão máxima do agregado;
Ec módulo de elasticidade do concreto;
Es módulo de elasticidade do aço;
f1 resistência do concreto fissurado à tração;
fc resistência à compressão do concreto obtida do ensaio de cilindros;
fcd2 resistência à compressão das bielas;
fcd resistência à compressão de cálculo do concreto;
fck resistência à compressão característica do concreto;
fcm resistência à compressão média do concreto;
fcn resistência à compressão do concreto “na estrutura” segundo a norma NS
3473;
fctk resistência à tração característica do concreto;
fct resistência à tração do concreto;
fctm resistência à tração média do concreto;
fct,sp resistência à tração indireta do concreto;
fcu resistência à compressão do concreto obtida do ensaio de cubos;
ftn resistência à tração do concreto “na estrutura” segundo a norma NS3473;

vii
fy tensão de escoamento da armadura longitudinal;
fyw tensão de escoamento da armadura transversal;
fywd tensão de escoamento de cálculo da armadura transversal;
fywk tensão de escoamento característica da armadura transversal;
fsu resistência à tração do aço das armaduras longitudinal e transversal;
H altura da viga;
L vão da viga;
K coeficiente que leva em conta a influência do estado biaxial de tensões do
concreto segundo AHMAD e LUE (1987);
Mu momento correspondente à ruptura por cortante;
Mf momento resistente da viga;
s espaçamento entre os estribos (centro a centro);
T força no banzo tracionado na seção;
V força cortante na seção;
Vc parcela da força cortante resistida pelo“concreto”;
Vcr força cortante correspondente à fissuração diagonal;
Vd força cortante resistida pelo efeito de pino segundo REGAN E HAMADI
(1980);
Vs força cortante resistida pela armadura longitudinal;
Vp força cortante resistida pela armadura protendida;
Vu força cortante última;
Vu, exp força cortante última experimental;
Vg força cortante resistida pelo atrito segundo REGAN E HAMADI (1980);
Vy força cortante correspondente ao início do escoamento da armadura
transversal;
Vy,l força cortante correspondente ao início do escoamento da armadura
longitudinal;
Vy* força cortante média correspondente ao escoamento de todos os estribos de
cada viga que atingiram a deformação εsy*;
X distância do bordo mais comprimido à linha neutra;
Y distância da seção de aplicação da carga a uma seção da viga;
ω taxa mecânica da armadura longitudinal;
Z distância entre os centróides das seções dos banzos comprimido e
viii
tracionado (braço da alavanca);

LETRAS GREGAS

α ângulo da armadura transversal da viga com o eixo longitudinal;


∆cr flecha correspondente ao cortante de fissuração diagonal nas vigas
ensaiadas;
∆u flecha correspondente ao cortante último nas vigas ensaiadas;
∆C variação da força no banzo comprimido devida à força cortante;
∆T variação do esforço no banzo tracionado devida ao esforço cortante;
ε1 deformação principal de tração na alma da viga;
ε2 deformação principal de compressão na alma da viga;
εco deformação do concreto para o valor máximo de tensão de compressão;
εcu deformação máxima do concreto;
εx deformação do concreto na alma na direção de x;
εy deformação do concreto na alma na direção de y;
εsy* deformação de escoamento correspondente a diagrama tensão x
deformação bilinear;
εsy deformação de escoamento do aço;
εsu deformação última do aço na ruptura;
γ deformação devida ao esforço cortante;
γc coeficiente de minoração da resistência à compressão do concreto;
γxy deformação a cortante no plano x y;
θ ângulo de inclinação das bielas com relação ao eixo longitudinal da viga;
θcr ângulo de rotação correspondente ao cortante de fissuração nas vigas
ensaiadas;
θLE ângulo de rotação no apoio esquerdo;
θLD ângulo de rotação no apoio direito;
θu ângulo de rotação correspondente ao cortante último nas vigas ensaiadas;
ρ taxa geométrica da armadura longitudinal de tração, = As/(bw.d);

ix
ρb taxa geométrica da armadura longitudinal de tração balanceada;
ρsw taxa geométrica da armadura transversal = Asw/(s.bw);
ρsw, min taxa geométrica da armadura transversal mínima= Asw, min/(s.bw);
σcp tensão de compressão;
τwy tensão de cisalhamento nominal correspondente ao início do escoamento
da armadura transversal;
τwy* tensão de cisalhamento nominal média correspondente ao escoamento εsy*
de todos os estribos;
τwu tensão de cisalhamento nominal última;
τwu, cal tensão de cisalhamento nominal última de cálculo;
τwu, exp tensão de cisalhamento nominal última experimental;
τwcr tensão de cisalhamento nominal de fissuração;
τ tensão cisalhante nominal;
ξ coeficiente que leva em conta o efeito da altura efetiva da viga.

x
ÍNDICE

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO 01
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 04
2.1- Comportamento de Vigas sem Armadura Transversal Submetidas a
Flexão Simples 04
2.1.1- Parâmetros que Influenciam o Comportamento e Modos de
Ruptura 04
2.1.2- Comportamento das Vigas em Função da Relação Entre Vão de
Cisalhamento e Altura Efetiva e da Taxa de Armadura
Longitudinal 07
2.1.3- Influência da Altura Efetiva da Viga na Resistência à Força
Cortante 14
2.1.4- Influência da Taxa de Armadura longitudinal Tracionada e da
Resistência à Compressão do Concreto 19
2.2- Capacidade Resistente ao Cortante de Vigas sem Armadura Transversal 23
2.2.1- Introdução 23
2.2.2- Métodos Propostos por Diferentes Autores 24
2.2.2.1- Método de Cálculo Baseado no Modelo de Pente 24
2.2.2.2- Métodos de Cálculo Baseados na Teoria da Plasticidade 33
2.2.2.3- Método de Cálculo Baseado na Teoria de Campo de
Compressão Modificada 37
2.2.2.4- Outros Métodos 44
2.2.3- Métodos Propostos por Normas 44
2.2.4- Análise dos Métodos de Cálculo 48
2.2.5- Considerações Gerais 50
2.3 – Taxa de Armadura Transversal Mínima 55
2.3.1 – Definição 55
2.3.2 - Fatores que Influenciam a Resistência ao Cortante de Vigas de
Concreto Armado com Armadura de Cisalhamento 56
2.3.3- Análise Teórico-Experimental da Taxa de Armadura Transversal
Mínima 58

xi
2.3.3.1- Análise Baseada na Força Cortante de Fissuração
Diagonal 58
2.3.3.2- Análise Baseada em Modelo de Treliça 61
2.3.3.3- Taxa de Armadura Mínima de Cortante para Vigas com
Fissuração de Flexão 62
2.3.3.3.1- Taxa Proposta por KRAUTHAMMER (1992) 62
2.3.3.3.2- Taxa Proposta por QUEIRÓZ (1999) 62
2.3.3.3.3- Taxa Proposta por SHEHATA et a1 (2000 e
2002) 63
2.3.4 - Estudos Sobre Armadura Mínima de Cortante 64
2.3.4.1 - JOHNSON e RAMIREZ (1989) 64
2.3.4.2 - ROLLER e RUSSELL (1990) 69
2.3.4.3 - XIE et a1 (1994) 71
2.3.4.4 - YOON, COOK et al (1996) 74
2.3.4.5 - OZCEBE et a1 (1999) 79
2.3.4.6 – SIMPLÍCIO (1999) 81
2.3.5 - Taxas de Armadura Transversal Mínima Recomendadas por
Normas 82
2.3.6 – Considerações Gerais 87
CAPÍTULO 3 - PROGRAMA EXPERIMENTAL 89
3.1 – Introdução 89
3.2 - Materiais das Vigas 89
3.2.1 – Concreto 89
3.2.2 – Aços das Armaduras Longitudinal e Transversal 91
3.3 - Descrição das Vigas 95
3.3.1 - Características Geométricas e Estruturais 95
3.3.2 - Capacidades Resistentes Teóricas das Vigas 100
3.3.2.1 - Resistência à Flexão 100
3.3.2.2 - Resistência ao Cortante 101
3.4 - Execução das Vigas 102
3.5 – Instrumentação 103
3.6 - Montagem e Execução dos Ensaios 105
3.7 - Resultados dos Ensaios 106

xii
3.7.1- Cargas de Fissuração Diagonal e Modos de Ruptura 106
3.7.2 – Deslocamentos Verticais 106
3.7.3 – Rotações 106
3.7.4 - Deformação Específica das Armaduras 115
3.7.4.1 - Deformação Específica da Armadura Longitudinal 115
3.7.4.2 - Deformação Específica da Armadura Transversal 115
3.7.5 – Fissuração 124
CAPÍTULO 4 – ANÁLISE DOS RESULTADOS 134
4.1 – Introdução 134
4.2 – Deslocamentos Verticais 134
4.3 – Rotações 137
4.4 - Deformação Específica ao Longo da Seção no Meio do Vão 139
4.5 - Deformação Específica da Armadura Longitudinal 139
4.6 - Deformação Específica da Armadura Transversal 142
4.7 – Análise Visando Determinar a Armadura Transversal Mínima 148
4.7.1- Parâmetro Proposto para Definir a Armadura Mínima em Vigas
Ensaiadas 148
4.7.2- Verificação dos Critérios de Definição de Armadura Transversal
Mínima já Propostos 154
4.7.2.1- Critério de Reserva de Resistência Proposto por
OZCEBE et a1 (1999) 154
4.7.2.2- Critério de Índice de Ductilidade Proposto por
OZCEBE et a1 (1999) 156
4.8- Proposta de Expressão para Avaliação de ρswfyw 155
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS
FUTUROS 160
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 163
ANEXO A – TABELAS DOS RESULTADOS 171
ANEXO B – DIAGRAMA DE DEFORMAÇÃO ESPECÍFICA NA SEÇÃO
DO MEIO DO VÃO 194
ANEXO C - FOTOGRAFIAS 204

xiii
CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

A ruptura das vigas de concreto armado depende das características do concreto


e do aço nelas usados, de suas dimensões, do tipo de carregamento e do
dimensionamento e detalhamento das armaduras, sendo requisito desejável que ela seja
do tipo dúctil.

O advento dos concretos de alta resistência, que, por suas características, levam
os elementos feitos deste concreto a ter comportamento diferenciado com relação aos de
concretos de baixa resistência, levou a modificações nos métodos de cálculo.

Vigas submetidas a níveis de carga e/ou com dimensões que as levam, segundo
cálculo, a não precisar de armadura, são normalmente providas de armadura mínima.
Esta armadura visa prevenir, na eventualidade da existência de sobrecargas não
previstas, ruptura brusca das vigas assim que ocorra a fissuração.

Neste trabalho enfoca-se apenas a armadura transversal mínima necessária em


vigas de concreto armado. Esta armadura pode também ser definida visando limitar a
abertura das fissuras das vigas e evitar a flambagem da armadura longitudinal de
compressão, mas esta não é a abordagem deste estudo.

Sendo assim, define-se aqui taxa de armadura transversal mínima como aquela
necessária para que a viga não tenha ruptura frágil após a força cortante ter alcançado o
valor do cortante de fissuração diagonal.

As fórmulas de taxas de armadura transversal mínima propostas nos códigos


atuais são basicamente empíricas, em geral não incluem todos os parâmetros relevantes,
levando a valores que diferem muito entre sim. Particularmente as que não incluem a
resistência do concreto têm tido sua aplicação questionada para vigas de concreto de
alta resistência.
1
No capítulo 2 é realizada uma revisão bibliográfica sobre os principais fatores
que influenciam a resistência ao cortante de vigas de concreto armado, tais como:

• taxas geométricas da armadura longitudinal e de armadura transversal;


• características do aço e do concreto;
• altura efetiva da viga;
• relação vão de cisalhamento / altura efetiva da seção.

Os resultados de ensaios de 390 vigas são usados para avaliar várias expressões
disponíveis para cálculo da força cortante de fissuração diagonal.

É feita análise de expressões existentes na literatura para a determinação da


armadura transversal mínima, teórico-experimentais, empíricas ou cuja origem não se
conhece. São revisados os trabalhos existentes na literatura que tiveram como objetivo
analisar a armadura transversal mínima de vigas de concretos de diferentes resistências.

A revisão bibliográfica realizada mostra que há carência de estudos


experimentais sistemáticos sobre armadura transversal mínima que fundamentem a
proposta de fórmula adequada para a determinação dessa armadura. Ela evidencia
também a grande diferença existente entre os valores de taxa de armadura mínima
propostos na literatura. As expressões para determinar esta armadura são basicamente
empíricas e, particularmente as que não incluem a resistência do concreto, têm tido sua
aplicação questionada para vigas de concreto de alta resistência.

O capítulo 3 descreve o estudo experimental realizado, que engloba catorze


vigas de seção retangular, divididas em dois grupos. O primeiro é formado por sete
vigas de concreto de resistência à compressão de aproximadamente 70MPa, com
valores de (ρswfyw) variando de 0 a 1,16MPa, relação vão de cisalhamento / altura
efetiva (a/d) de aproximadamente 3, e taxa de armadura longitudinal de 2,6%. O
segundo grupo compreende sete vigas de concreto de resistência à compressão de
aproximadamente 38MPa, com valores de (ρswfyw) variando de 0 a 0,716MPa, relação

2
vão de cisalhamento / altura efetiva de aproximadamente 3 e taxa de armadura
longitudinal de 1,95% e 0,97% (apenas uma viga). As taxas de armadura transversal
usadas estão, aproximadamente, na faixa de variação das taxas dadas pela expressões já
propostas para determinar essa armadura.

No capítulo 4 é realizada a análise dos resultados desses ensaios, e também de


outros existentes na literatura. À luz destes resultados, é feita crítica dos critérios de
definição de armadura mínima existentes e propostos novos critérios; e também
sugerida expressão simples de cunho prático para avaliar essa armadura.

Por fim, no capítulo 5 são apresentadas as conclusões deste trabalho e sugestões


para investigações futuras.

3
CAPITULO 2

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1- COMPORTAMENTO DE VIGAS SEM ARMADURA TRANSVERSAL


SUBMETIDAS A FLEXÃO SIMPLES

2.1.1- Parâmetros que Influenciam o Comportamento e Modos de Ruptura

O estudo do comportamento de vigas de concreto armado sem armadura


transversal tem sido efetuado ao longo dos anos com base em ensaios, recorrendo-se
usualmente a vigas simplesmente apoiadas com um carregamento simétrico composto
por duas forças concentradas, que são incrementadas até a ruptura.

A opção por este tipo de modelos experimentais deve-se não só à maior


facilidade de aplicação deste tipo de carregamento, como também ao fato do mesmo
permitir a existência de trechos submetidos a flexão pura, na zona da viga entre as
forças concentradas, e a flexão simples nas zonas da viga entre os apoios e as forças
aplicadas.

Estudos experimentais efetuados por KANI et a1 (1964), com vigas deste tipo,
permitiram concluir que o comportamento das mesmas depende essencialmente da
relação entre o vão de cisalhamento (a) e a altura útil da viga (d) e da taxa de armadura
longitudinal (ρ). Com base nestes ensaios, foi elaborado o gráfico da figura 2.1, no qual
se constata a existência de um determinado intervalo de valores de a/d em que a
capacidade resistente é influenciada pelo cortante dentro de uma zona em que o
momento correspondente à ruptura por cortante (Mu) é inferior ao momento fletor
resistente (Mf).

Esse intervalo de valores da relação a/d, em que o comportamento é influenciado


pela presença do cortante, é designado “Vale de Ruptura por Tração Diagonal”. Para
valores de a/d fora desta faixa, o comportamento é regido pela flexão.

4
A figura 2.1 revela, também, que quanto maior é a porcentagem de armadura
longitudinal (ρ) maior é a probabilidade de uma ruptura regida pelo cortante, já que o
incremento desta armadura origina um aumento da resistência à flexão superior ao da
resistência ao cortante.

Figura 2.1- Variação de Mu/Mf com a/d, para diferentes porcentagens de armadura
longitudinal (ρ) (KANI et a1 (1964)).

KOTSOVOS (1983), com base no gráfico da figura 2.1, classificou o


comportamento dos elementos de concreto sem armadura transversal em quatro
diferentes tipos, em função da relação a/d.

O comportamento tipo I corresponde a valores elevados da relação a/d, é


caracterizado por uma ruptura de flexão, com fissuras perpendiculares ao eixo do
elemento estrutural.

Os outros tipos de comportamento (II, III e IV) se relacionam com modos de


ruptura influenciados pela força cortante.

O comportamento tipo II (ruptura pela ação combinada de momento fletor e


cortante) caracteriza-se pela formação de uma fissura inclinada a partir de uma de
flexão, que pode levar a dois modos de ruptura:
5
• Ruptura que acontece de forma brusca, resultado da propagação dessa fissura
em direção à zona comprimida e ao apoio ao longo da armadura longitudinal;
• Ruptura que surge de forma gradual, motivada pelo prolongamento da fissura
inclinada em direção à zona do banzo comprimido, e que, de forma semelhante
à ruptura por flexão, origina o esmagamento do concreto neste banzo.

Neste tipo de comportamento, verifica-se que (Mu/Mf) decresce com a


diminuição da relação a/d e com o incremento da porcentagem de armadura
longitudinal, sendo o valor limite superior de a/d aquele que separa este comportamento
daquele de tipo I.

Contrariamente à situação anterior, o comportamento tipo III (ruptura por


cortante) é caracterizado pela aparição da fissura inclinada independentemente de
fissura de flexão. Para este tipo, os dois modos de ruptura mais característicos são:
• Ruptura brusca logo após a formação da fissura diagonal, ou seja, Mcr≅Mu;
• Ruptura por esmagamento do concreto da zona de compressão longitudinal
devido à propagação desta fissura até o banzo comprimido.

À medida que a/d decresce, o momento correspondente à ruptura cresce de um


valor mínimo, que depende da relação a/d (a/d ≈ 2 a 3 ) e da porcentagem de armadura
longitudinal (ρ), até Mf.

O quarto tipo de ruptura, também por cortante, é definido pelo esmagamento do


concreto da alma numa zona próxima aos apoios.

Quanto maior (ρ), menor é a abertura e o comprimento das fissuras de flexão,


permitindo maior desenvolvimento do atrito e do engrenamento entre faces das fissuras,
logo uma maior capacidade resistente à força cortante. Maior aderência da armadura
longitudinal ao concreto envolvente leva a maior número de fissuras e menor abertura
das mesmas. Esta situação permite uma maior contribuição do efeito de atrito entre
faces da fissura na capacidade resistente da viga. Por outro lado, para maior

6
porcentagem desta armadura tem-se uma maior contribuição do efeito de pino da
mesma na resistência da viga à força cortante.

Além de a/d e ρ existem outros parâmetros que influenciam o comportamento de


vigas sem armadura transversal:

Altura efetiva da Viga: tem sido verificado que, mantendo-se os demais


parâmetros constantes, a capacidade resistente ao cortante (Vu/bwd) diminui
com o incremento da altura dos elementos estruturais. Como a abertura de
fissura aumenta com o incremento da altura dos elementos estruturais, a
mobilização do efeito de atrito e de engrenamento entre as faces diminui, e
isto pode ser responsável por esta diminuição de capacidade resistente.
Características do Concreto: quanto maior a resistência do concreto, maior
é o cortante de fissuração (Vcr) e a contribuição da parcela resistente da zona
comprimida (SARKAR et a1 (1999)).

2.1.2- Comportamento das Vigas em Função da Relação Entre Vão de


Cisalhamento e Altura Efetiva e da Taxa de Armadura Longitudinal

Considerando-se o equilíbrio de trecho da viga entre duas fissuras (ver figura


2.2), que começam perpendiculares ao eixo longitudinal e depois passam a ser
inclinadas, chega-se a

M M + ∆M (2.1)
T= e T + ∆T =
z z
ou
∆M (2.2)
∆T =
z
onde z é o braço de alavanca.

7
∆x

C
C+∆C
V

z z
V
τ
T
T+∆T

Figura 2.2- Trecho de viga entre duas fissuras.

Como
∆M = V∆x (2.3)
tem-se
V∆x (2.4)
∆T =
z
Por outro lado
d
V = (Tz ) (2.5)
dx
ou seja,
d (T ) d ( z) (2.6)
V = z+ T
dx dx
Nesta expressão dois casos extremos podem ser identificados. Se o braço de
alavanca (z) for considerado constante, como é assumido na teoria elástica, tem-se,
d (T ) (2.7)
V= z
dx
Já se não houver aderência entre o concreto e armadura longitudinal ou se
ocorrer fissuração inclinada da carga até o apoio, tem-se a ação de arco e d(T)/d(x) igual
a zero, resultando em
d ( z) (2.8)
V =T
dx

8
Considerando esses dois casos extremos de comportamento: “ação de viga” e
“ação de arco”, KANI et a1(1964) propuseram dois modelos físicos para explicar o
comportamento de elementos de concreto armado sem armadura transversal:

1. Modelo de Pente (ver figura 2.3): mecanismo resistente associado à


transmissão das forças de tração da armadura longitudinal ao concreto;
2. Modelo de Arco atirantado (ver figura 2.5): mecanismo resistente resultante
da maior inclinação das tensões de compressão, e que pode ser mobilizado à
medida que o mecanismo anterior se esgota.

Suponha-se uma viga sujeita a um carregamento que leve à formação de


fissuração por flexão. Esta fissuração divide a zona tracionada da viga em elementos de
concreto (limitados pelas fissuras) engastados na zona comprimida. Estes elementos
(dentes) funcionam como pequenos consolos submetidos a uma força ∆T que causa
momento e cortante nas suas bases, como mostra a figura 2.3. Quando a tensão de
tração devida a este momento se iguala a ft, as fissuras que se formam na base dos
consolos juntam-se às fissuras inclinadas já existentes.

Engastamento dos Dentes

Dentes

T+∆T
T ∆X
Diagrama de Corpo Livre
do Dente

Figura 2.3- Modelo de Pente (KANI et a1 (1964)).

Nota-se que o modelo de KANI et a1 (1964) não considera a possibilidade de a


força cortante se transmitir através das fissuras de flexão; é admitido que toda a força
cortante é resistida pela zona comprimida. Atualmente sabe-se que parte da força
cortante é resistida pelo efeito de engrenamento dos agregados ao longo da fissura
9
diagonal, e pelo efeito de pino da armadura longitudinal. Recentemente, SARKAR et a1
(1999) analisaram as parcelas resistentes devidas a estes mecanismos resistentes ao
esforço cortante, em vigas com relação a/d= 2, taxa de armadura longitudinal ρ=2,92%,
e concreto com fc de 40 a 110MPa. Eles concluíram que as contribuições ao cortante
resistente foram: de 34 a 40% do engrenamento do agregado, de 13 a 17% da zona de
compressão e 53 a 43% da armadura longitudinal, para fc de 40 a 110MPa,
respectivamente.

Foi mostrado por KANI et a1 (1964) que existe uma transformação do modelo
de pente no modelo de arco atirantado, por meio das deformações medidas na região
entre carga e apoio mostradas na figura 2.4, para níveis de carga iguais a 1,0, 1,5, 1,75
vezes a carga de serviço segundo o código ACI-318, em uma viga com relação a/d=2,5.

Para níveis de cargas superiores, verificou-se um decréscimo das compressões


junto à face superior, e um rápido incremento tanto das compressões a meia altura da
seção (D), como das trações ao nível da zona inferior, mostrando uma tendência da viga
a se comportar como um arco atirantado.

Para carregamentos mais elevados começam a formar-se fissuras inclinadas, que


vão crescendo com o incremento dos mesmos, dando origem ao modelo de arco
representado na figura 2.5.

10
Figura 2.4 – Transformação da viga no modelo de arco atirantado (KANI et a1 (1964).

V V

V V
T=constante

Figura 2.5- Modelo de arco atirantado (KANI et a1 (1964)).

11
As vigas sem estribos cujos ensaios encontram-se descritos na literatura, todas
com cargas concentradas, apresentaram tipo de ruptura por cisalhamento variável com a
relação a/d. Com maiores valores de a/d, a ruptura foi súbita e ocorreu logo após o
aparecimento das fissuras inclinadas críticas. Já para menores valores de a/d (<≈2,5),
ocorreu uma significativa reserva de resistência após o aparecimento dessas fissuras
devido ao efeito de arco, sendo ela maior nas vigas com maior fc. Para maiores valores
de a/d, as fissuras de cortante formaram-se a partir das fissuras de flexão (indicando um
comportamento predominantemente de flexão em vigas não protendidas), enquanto que
nas vigas com menor a/d estas, em geral, desenvolveram-se repentinamente e
freqüentemente não associadas a qualquer fissura de flexão (mostrando um
comportamento de arco atirantado com menos fissuras de flexão).

CASTRO (1997) mostrou que as vigas sem armadura transversal apresentam um


aumento da resistência ao cisalhamento com o aumento da taxa de armadura
longitudinal, embora este diminua com o aumento da relação a/d e aumento da
resistência do concreto.

CASTRO (1997) também concluiu que em vigas sem armadura transversal com
maiores valores de a/d a ruptura se dá por tração diagonal, enquanto em vigas com
menores relações de a/d pode ocorrer ruptura da zona comprimida com altura diminuída
devido ao efeito do esforço cortante, ou por esmagamento do “arco comprimido” da
viga. Nas vigas com altos valores de fc, baixas relações a/d e sem armadura transversal a
ruptura torna-se súbita e “explosiva”.

Segundo THORENFELD e DRANGSHOLT (1990), a tensão de cisalhamento


nominal correspondente à fissuração diagonal relativa, τwcr/fc, é praticamente
independente da relação a/d para a faixa de a/d por eles estudada (2,3 a 4,0). Já
AHAMAD, KHALOO et al (1986), cujas vigas tinham a/d entre 1 e 4, verificaram
aumento significativo de τwcr/fc para relações menores que 2,3. Isto pode ser observado
nas figuras 2.6 e 2.7 (apresentadas por QUEIRÓZ (1999). Ainda de acordo com
THORENFELD e DRANGSHOLT (1990), um pequeno espaçamento entre as barras de
aço na armadura longitudinal de tração pode causar uma diminuição em τwcr pela

12
formação de um concreto não homogêneo ao redor da barra. Entretanto, nenhum estudo
específico neste sentido foi realizado para confirmar esta hipótese.

0,10 fc = 54,0 MPa

fc = 77,8 MPa

fc = 58,0* MPa
0,08
fc = 86,4 MPa

fc = 97,7 MPa
0,06
τwcr/fc

fc = 54,0 MPa

fc = 77,8 MPa

0,04 fc = 58,0* MPa

fc = 97,7 MPa

ρ = 1.82 %
0,02
ρ = 3,23 %

2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5


a/d
Figura 2.6 - τwcr/fc em função de a/d e fc, para vigas sem estribos com ρ = 1,82% e ρ =
3,23% ensaiadas por THORENFELD e DRANGSHOLT (1990), segundo
QUEIRÓZ (1999).

0,10 ρ = 3,93 %
0,09
ρ = 1,77 %
0,08
ρ = 5,04 %
0,07
0,06
ρ = 2,25 %
c
τ /f

ρ = 6,64 %
wcr

0,05
0,04 ρ = 3,26 %
0,03
fc = 60,8 MPa
0,02 fc = 66,9 MPa
fc = 64,3 MPa
0,01
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
a/d
Figura 2.7 - τwcr/fc em função de a/d e ρ, para as vigas sem estribos de AHAMAD,
KHALOO et al (1986), segundo QUEIRÓZ (1999).

13
A influência de a/d e de ρ na tensão cisalhante nominal última relativa τwu/fc é
mostrada na figura 2.8, onde se encontram resultados de ensaios reunidos por CASTRO
(1997) e CARDOSO (1998) de 400 vigas que apresentam ruptura por cortante. Nestas
vigas, os valores de a/d variam de 0,5 a 8, ρ de 0,5 a 6,64% e fc de 15 a 113 MPa.
Apesar de estarem também envolvidas outras variáveis nessas vigas, pode-se notar
nessa figura que há tendência de aumento de τwu/fc com a diminuição de a/d e o
aumento de ρ.

0,35

0,3

0,25

0,2
wu/fc

0,15

0,1

0,05

0
0 2 4 6 8 10
a/d
ρ (0 − 1,0) % ρ (1,0−2,0) % ρ(2,0 − 3.0)% ρ (3 − 4,0) %
ρ (4,0 − 5,0) % ρ (5,0 − 6,0) % ρ (6,0 − 7,0) %

Figura 2.8- Variação de τwu/fc com a/d segundo resultados de ensaios.

2.1.3- Influência da Altura Efetiva da Viga na Resistência à Força Cortante

A influência da escala na resistência ao cortante foi estudada por


THORENFELD e DRANGSHOLT (1990), que ensaiaram duas séries de 5 vigas sem
armadura transversal com as dimensões das vigas de uma série (série B6) sendo o dobro
das dimensões das vigas da outra (série B2), mas mantendo constantes ρ, fc e a/d. É

14
mostrado na figura 2.9 que as vigas com maiores dimensões tenderam a apresentar
menores valores de τwu/fc.
0,08 Série B2

0,07 Série B6

0,06
ρ =1,82 %
0,05
/ fc
wu

0,04
τ

0,03

0,02

0,01
2,0 3,0 4,0
a/d
(a)
0,08 Série B2

0,07 Série B6

0,06 ρ =3,23 %
0,05
/ fc
wu

0,04
τ

0,03

0,02

0,01
2,0 3,0 4,0
a/d
(b)
Figura 2.9 - τwu/fc em função de a/d, para vigas sem estribos com fc=77,8 MPa ensaiadas
por THORENFELD e DRANGSHOLT (1990).

O efeito da altura efetiva d em τwu é, segundo CASTRO (1997), mais


significativo para vigas com menor d, em especial em vigas sem armadura transversal,
onde o aumento de d diminui consideravelmente a tensão cisalhante nominal última.

15
Isto parece ser devido a, em vigas mais altas, ter-se abertura de fissuras maiores, o que
acarreta menor contribuição de engrenamento dos agregados.

Estudos teóricos de NIWA (1997), baseados na mecânica da fratura, levaram à


conclusão de que o efeito de d na resistência ao cortante de vigas sem armadura
transversal vai gradualmente ficando insignificante à medida que a altura das vigas
aumenta. OZBOLT e ELIGEHAUSEN (1997), também a partir de estudos
fundamentados na mecânica da fratura, citam que a influência de d é acentuado em
vigas com altura até cerca de um metro. É também dito que, ao se aumentar a taxa de
armadura longitudinal de flexão, não só é aumentada a resistência ao cortante de vigas
sem armadura transversal, mas também é diminuída a faixa da altura onde o efeito deste
parâmetro é maior.

Resultados de ensaios de KUCHMA, VÉGH et al (1997) indicaram que, em


vigas sem armadura transversal, mas com armadura longitudinal ao longo da altura com
mesmo espaçamento, não se verifica variação em τwu/bwd ao se aumentar a altura.

Mostram-se na tabela 2.1 as expressões de ξ propostas por alguns códigos e


autores para levar em conta o efeito da altura efetiva da viga na determinação de Vc,
assim como a faixa de d dentro da qual considera-se que d tem influência em Vc. Pela
comparação feita na figura 2.10, nem todas as expressões mostram variações
semelhantes com o aumento de d.

Nas figuras 2.11 e 2.12 mostra-se a influência de d em τwu/fc de acordo com


resultados de ensaios reunidos por CASTRO (1997) e CARDOSO (1998), para a/d<3 e
a/d≥3, respectivamente. Apesar da maioria das vigas ter altura ao redor de 250 mm e
das vigas terem também outros parâmetros variando,pode-se observar na figura 2.11 a
tendência da diminuição de τwu/fc com o aumento da altura efetiva da viga, o que não
acontece na figura 2.12.

16
Tabela 2.1- Fator de efeito da atura efetiva da viga ξ na expressão para avaliação de
Vc(d em mm).
Faixa de d dentro
Norma e Autores ξ da qual considera-
se influência em Vc
400
BS8110: 1997 4 d ≤ 400
d
200
CEB-FIP Model Code 1+ -
90 d
d
(1,6− ) ≥1,0 d ≤ 600
EC2-92 d1
d1 =1000
200
DIN1045: 1978(*) 1,0 ≥ +0,33≥ 0,5 300 ≤ d ≤ 600
d
1,50 d < 200
JSCE 1991(*) -
1000
4 d ≥ 200
d
1,4 para d < 200
BBK: 79(*) 1,6−d /1000 para 200<d ≤ 500 200 ≤ d ≤ 1000
1,3−d / 250 para 500<d ≤1000
0,9 para d >1000
NS3473-92 1,5-d/1000 100 ≤ d ≤ 500
 260 
CSA A23.3-94   d > 300
 1000 + d 
−1 / 2
 d 
BAZANT e KIM (1984) 1 +  -
 25d a 

5,08
1+
da
BAZANT e SUM (1987) -
d
1+
25d a

 1 
KIM et a1 (1993)  + 0,15  -
 1 + 0,008d 
 
(*) apud REGAN (1998)

17
3

2,5

ξ 1,5

0,5

0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
d (mm)
BS8110 : 1985 CEB-FIP M odel Code 90
EC2 DIN1045 : 1978(*)
1997
JSCE 1991(*) BBK : 79(*)
NS3473 CSA A23.3-94
(*)apud REGAN (1998)

Figura 2.10-Influência de d na resistência ao cortante segundo expressões de algumas


normas.

0,3

0,25

0,2
τwu/fc

0,15

0,1

0,05

0
0 250 500 750 1000 1250
d (mm)
ρ (0 − 1,0) % ρ (1,0−2,0) % ρ(2,0 − 3.0) % ρ (3 − 4,0) % ρ (4,0 − 5,0) %
ρ (5,0 − 6,0) % ρ (6,0 − 7,0) %

Figura 2.11- Variação de τwu/fc com d segundo resultados de ensaios de vigas com
a/d<3.

18
0,3

0,25

0,2
wu/fc

0,15

0,1

0,05

0
0 250 500 750 1000 1250
d (mm)
ρ (0 − 1,0) % ρ (1,0−2,0) % ρ(2,0 − 3.0) % ρ (3 − 4,0) % ρ (4,0 − 5,0) %
ρ (5,0 − 6,0) % ρ (6,0 − 7,0) %

Figura 2.12- Variação de τwu/fc com d segundo resultados de ensaios de vigas com
a/d≥3.

2.1.4- Influência da Taxa de Armadura longitudinal Tracionada e da


Resistência à Compressão do Concreto

O número ainda limitado de ensaios de vigas de concreto de alta resistência


(CAR) (MPHONDE e FRANTZ (1984 e 1985), THORENFELD e DRANGSHOLT
(1990), AHAMAD, KHALOO et al (1986), SARSAM e AL-MUSAWI (1992) e
SAKAGUCHI, YAMANOBE et al (1990), entre outros) mostrou que o comportamento
destas vigas ao cortante não difere muito do das vigas de concreto de menor resistência.
As diferenças parecem ser basicamente quanto à rugosidade da superfície de ruptura e à
quantidade de armadura transversal necessária para garantir um certo nível de
ductilidade.

Nas figuras 2.13, 2.14, 2.15 e 2.16, mostra-se a influência dos parâmetros (ρ) e
(fc) na tensão cisalhante nominal relativa segundo resultados de ensaios reunidos por
CASTRO (1997) e CARDOSO (1998). A relação τwu/fc foi usada para vigas com
relação a/d ≤ 3 e a relação τwu/ft para vigas com a/d ≥ 3, a fim de considerar, em cada
caso, a propriedade do concreto mais relevante.
19
Para as vigas com a/d ≥ 3 optou-se por considerar na figura 2.16 a relação ρ/ρb,

em vez de ρ, pois, como estão sendo reunidas vigas com resistências de concreto
variando numa larga faixa, o mesmo valor de ρ teria significado diferente em cada uma
delas.

Os valores de ρb das vigas analisadas (equação (2.9)) foram determinados


adotando-se o critério de dimensionamento sugerido por COLLINS e MITCHELL
(1991), que considera diagrama retangular de tensões no concreto comprimido com
tensão αfc e altura igual a βx, sendo α e β funções da resistência do concreto e da
relação εcu/εc0. Considerou-se para deformação limite do concreto (εcu) o valor de 3,5 0/00
e para εc0 (deformação correspondente a σc = fc no diagrama tensão de compressão –
deformação do concreto) o valor dado pela equação (2.11) sugerida por AHAMAD e a1
(1986) (apud SHEHATA, SHEHATA, 1997).

x fc
ρb =   .α.β. (2.9)
 d b fy
2
εcu 1  εcu 
α.β = .  (2.10)
εc0 3  εc0 
εco = (1,65 + 0,0165.fc) 0/00 (2.11)

Observa-se nas figuras 2.13 e 2.14 tendência de aumento da capacidade


resistente à força cortante nominal relativa com o aumento da taxa de armadura
longitudinal de tração, particularmente nas vigas com a/d ≥ 3. Nas figuras 2.15 e 2.16
verifica-se tendência da capacidade resistente à força cortante nominal relativa com o
aumento de fc, sendo ela mais significativa para a/d<3.

20
0,30

0,25

0,20
τwu/fc

0,15

0,10

0,05

0,00
0 1 2 3 4 5 6 7
ρ (%)

Figura 2.13- Variação de τwu/fc com ρ segundo resultados de ensaios de vigas com
a/d<3.

0,8

0,7

0,6

0,5
τwu/ft

0,4

0,3

0,2

0,1

0
0 1 2 3 4 5 6 7
ρ (%)
Figura 2.14- Variação de τwu/ft com ρ segundo resultados de ensaios de vigas com
a/d ≥ 3.

21
0,35

0,3

0,25

0,2
τwu/fc

0,15

0,1

0,05

0
0 20 40 60 80 100 120
fc (MPa)
ρ (0 − 1,0) % ρ (1,0−2,0) % ρ(2,0 − 3.0) % ρ (3 − 4,0) %

ρ (4,0 − 5,0) % ρ (5,0 − 6,0) % ρ (6,0 − 7,0) %

Figura 2.15- Variação de τwu/fc com fc segundo resultados de ensaios de vigas com
a/d<3.

0,8

0,7

0,6

0,5
τwu/ft

0,4

0,3

0,2

0,1

0
0 20 40 60 80 100 120
fc (MPa)

ρ/ρb<0,15 ρ/ρβ(0.15
ρ/ρβ<0.15 ρ/ρb ρ/ρb(0.45 − 1.0)
− 0.45) ρ/ρβ
Figura 2.16- Variação de τwu/ft com fc segundo resultados de ensaios de vigas com
a/d ≥ 3.

22
2.2- CAPACIDADE RESISTENTE AO CORTANTE DE VIGAS SEM
ARMADURA TRANSVERSAL

2.2.1- Introdução

Apesar dos esforços realizados ao longo dos anos, no sentido de encontrar um


modelo que permitisse avaliar a capacidade resistente ao cortante de elementos de
concreto armado sem armadura transversal, ainda não foi possível encontrar uma
solução de aceitação generalizada.

Esta dificuldade resulta da complexidade da modelagem do comportamento e da


influência de todos os parâmetros mencionados no item 2.1.

Este é o motivo pelo qual a maioria dos regulamentos propõe fórmulas


empíricas para avaliação desta capacidade.

Os métodos de cálculo de resistência à força cortante de vigas sem armadura


transversal existentes podem ser agrupados em:

• Métodos baseados no modelo de pente;


• Métodos baseados na teoria da plasticidade;
• Métodos baseados na teoria de campo de compressão modificada;
• Outros métodos.

Destes métodos, alguns são apresentados a seguir.

23
2.2.2- Métodos Propostos por Diferentes Autores

2.2.2.1- Método de Cálculo Baseado no Modelo de Pente

Depois que KANI et a1 (1964) apresentaram seu modelo físico para explicar o
comportamento de elementos de concreto armado sem armadura transversal submetidos
a flexão simples, vários pesquisadores o usaram para desenvolver seus métodos de
dimensionamento.

O modelo estrutural de resistência ao cortante proposto por KANI et a1 (1964)


baseia-se em dois modelos estáticos, modelo de pente e modelo de arco atirantado. No
modelo de pente, que sempre precede o modelo do arco, o concreto entre duas fissuras
verticais de flexão transmite a variação da força do aço ∆T por aderência como um
balanço engastado no nível que corresponde à extremidade destas fissuras. Estes
balanços, portanto, têm alturas variáveis entre o valor máximo de aproximadamente (d-
x)(a altura da fissura é um pouco menor porque o concreto resiste à tração) para a seção
do momento máximo, e zero para a seção que tem momento igual ao momento de
fissuração.

Considerando que não há tensões de cisalhamento transmitidas entre um dente e


outro, a resistência dada por este modelo estático pode ser avaliada mediante o
conhecimento do número dos dentes envolvidos e a resistência de cada um. Se a
distância entre duas fissuras consecutivas de flexão é considerada constante (depende
somente da qualidade de aderência entre o aço e o concreto, da resistência do concreto à
tração e do diâmetro das barras) e igual a ∆X (ver figura 2.3), a resistência média de um
dente é obtida limitando a tensão normal máxima no engaste do dente devida ao
momento a ft, ou seja,
f t b w ∆X 2 (2.12)
l d ∆T =
6
onde ld é a distância entre o centróide da seção da armadura longitudinal e a
extremidade engastada do dente (ver figura 2.3).

24
Considerando-se ∆T/∆X igual a T/a (caso de carregamento concentrado), um
valor médio de ∆X/ld pode ser encontrado a partir de
∆T f t ∆Xb w T
= = (2.13)
∆X 6ld a
O momento fletor máximo na viga é dado por
M u = Tz (2.14)

Substituindo o valor de T de (2.13) em (2.14) obtém-se

 z  f t b w d  ∆X  a
2
M u =     (2.15)
 d  6  l  d
 d 
A relação entre o momento último dado pelo modelo (Mu) e o momento
resistente`a flexão da viga (Mf) é dada por:

M u  z  f t b w d 2  ∆X  a 
=   
 l M  d  (2.16)
M f  d  6  d f
Após a ruptura dos dentes (modelo de pente), a viga pode encontrar seu
equilíbrio no segundo modelo estático constituído por um arco do concreto e tirante de
aço (ver figura 2.17). Para isto, é necessário que a armadura longitudinal na região do
apoio seja capaz de resistir à força na armadura (T). Para determinar a resistência dada
por este modelo, é considerado que antes da ruptura dos dentes do modelo anterior, a
transferência da carga para o apoio é feita por meio de sistema de arcos subseqüentes
cuja soma das suas regiões comprimidas na seção de momento máximo corresponde à
altura da linha neutra (x0). O primeiro arco considerado a contribuir para esta
transferência é aquele inclinado a 450 com relação ao eixo da viga e o último é aquele
que chega ao apoio e se estende até a seção de momento de fissuração. Após a ruptura
dos dentes, todos os arcos menos o último perdem sua sustentação e a transferência da
carga ocorre através deste arco resistente. Considerando que todas as trajetórias de
compressão convergem para o ponto O, a relação entre o momento fletor Mf e o
momento correspondente à ruptura por cortante Mu é dada por
 Mu  x
 = (2.17)
M  x
 f  0

A partir das relações geométricas da figura 2.17 pode-se chegar a

25
x d
= (2.18)
x0 a −m + x0
Como m e xo são da mesma ordem de grandeza, pode-se admitir
x d
= (2.19)
x0 a

a
m a-m V xo
O
x C
xo

Figura 2.17- Geometria do modelo correspondente à condição de ruptura (KANI et a1


(1964)).

o que resulta em
 Mu  d
  = (2.20)
 Mf  a
A figura 2.18 representa as equações 2.16 e 2.20.

26
Mu/Mf
1,0

(Mu/Mf)min

a/d
0 1 2 3 4

Figura 2.18- Influência de a/d no comportamento das vigas (KANI et a1 (1964)).

Com base na figura 2.18 e nos resultados de seus ensaios, KANI et a1 (1964)
concluíram, então, que:

• Para valores da relação a/d inferiores a um limite entre 2 e 3, a


capacidade resistente do modelo de arco atirantado é superior à do
modelo de pente, podendo-se dizer que a capacidade resistente é regida
por esse modelo.
• Para valores da relação a/d situados entre o limite anterior e aquele que
corresponde à transição para um comportamento essencialmente de
flexão, a capacidade resistente do modelo de pente é superior à do
modelo de arco. Nestes casos a ruptura acontece por esgotamento da
capacidade resistente à flexão dos consolos.
• Para valores de a/d elevados, a ruptura acontece por flexão, não havendo
influência do cortante.

O método proposto por REGAN e HAMADI (1980) baseia-se no equilíbrio do


consolo de concreto entre fissuras sucessivas (ver figura 2.19). Considera-se que o
cortante é resistido pelo efeito de atrito entre faces das fissuras (Vg), pelo efeito de pino
da armadura longitudinal de tração (Vd) e ainda pela resistência à tração do concreto.

27
Considerando o esgotamento da capacidade resistente à tração do concreto no
engastamento do dente, estes pesquisadores obtiveram a seguinte expressão:
Vc 1
[(
= q1 + q1 + q 2
bwd 2
)] (2.21)

com

Dentes

T1
T2
T=M/z
fct
Vg Vg
∆T
Vd ∆X Vd
Diagrama de Corpo Livre
do Dente

Figura 2.19- Modelo de pente de REGAN e HAMADI (1980).

 4,12φ 2 / 3 b 3n f c  (2.22)
 −5
q 1 = 1,75 E c 10 +  Ec em MPa
 b d 
 w 

 d  A 
q2 = 67,4 (10 −7 kE s ) 100 s  Es em MPa (2.23)
 a  bw d 

onde
bn=bw-Σφ (φ=diâmetro da armadura longitudinal)
k- Coeficiente empírico, igual a 1,2 para agregados britados, e 1,1 para seixos
rolados
Ec, Es- Módulo de elasticidade do concreto e do aço, respectivamente.

Esta expressão é válida apenas para vigas com relação a/d>3, fc>20MPa e
diâmetro da armadura longitudinal maior que 10mm.

28
AHMAD e LUE (1987) propuseram também um modelo de interação flexão -
cortante com a variação de a/d, que tem por base os modelos de pente e de arco
atirantado usados por KANI et a1 (1964).

Na equação 2.16 o valor do momento fletor (Mf) é definido segundo a norma


ACI-318, ou seja,

[ ]
M f = ρb w d 2 f y 1 − ρf y / (1,7f c ) (2.24)

e o valor da resistência do concreto à tração por flexão é definido como

f t = 0,622 f c fc e ft em MPa (2.25)

A relação entre momento correspondente à ruptura por cortante e momento


fletor resistente à flexão é dada por
 
 
M u  0,622 f c  dx  a 
=    fc e fy em MPa
M f   ρf y   s  d 

(2.26)
 
 ρf y 1 + 1,7f  
  c 

Os valores de dx e s são apresentados na figura 2.20, onde dx e s são o


comprimento e altura do dente, respectivamente.

Figura 2.20- Representação do modo de ruptura por flexão no dente (apud AHMAD e
LUE (1987)).

O efeito do mecanismo de ação de arco é representado pela equação de uma


hipérbole

29
n
M u  1  d 
=    (2.27)
M f  K  a 

O coeficiente K leva em conta a influência do estado biaxial de tensões do


concreto na zona de arco, tendo-se recomendado para ele o valor de 0,9. O expoente n é
obtido das condições limites do comportamento de ação de arco (ver figura 2.21):
para a/d=1,0, Mu/Mf=1,11 (2.28)

  ρf y 
 1 − 
  s 
 1,7f c
para a / d = ρf y 1 −   
 
 3,28 f c  dx  (2.29)
Mu/Mf=0,1
 
 
Usando as condições limites dadas em (2.28) e (2.29) obtêm-se os valores de n
dados na tabela 2.2 para os diferentes valores de ρ e fc das vigas ensaiadas pelos
autores.

1,11
Μu/Mf

0,1

1,0
a/d
Figura 2.21- Variação de Mu/Mf com a/d segundo AHMAD e LUE (1987).

Tabela 2.2- Valores de n para diferentes taxas de armadura e resistências de concreto


(AHMAD e LUE (1987)).
n ρ(%) fc(MPa)
2,68 1,88 34,5
14,00 0,53 71,8
2,29 3,26 71,8
1,79 6,6 71,8

30
RUSSO et a1 (1991) propuseram um modelo de interação momento fletor -
cortante onde é considerada a soma das parcelas de efeito de viga e efeito de arco. O
momento fletor último é dado por
M u = Vu a (2.30)

ou
a
M u = b w d 2τ wu (2.31)
d
com τwu=V/bwd = τwub + τwua, sendo τwub e τwua as parcelas que representam os
mecanismos de viga e de arco, respectivamente.

Para τwub e τwua foram adotadas as equações propostas por BAZANT e KIM
(1984):

τ wub = 0 ,83ξρ1 / 3 f c (2.32)

−5 / 2
a
τ wua = 206,9ξρ 5/ 6
  (2.33)
d
onde ξ é o coeficiente que leva em conta o efeito da altura efetiva da viga na
resistência à força cortante:
1
ξ= , da=dimensão máxima do agregado
1 + d /( 25d a )

A equação de momento pode, então, ser representada como


a a
M u = M ub + M ua = b w d 2τ wub + b w d 2τ wua (2.34)
d d
Adotando-se para Mf a equação 2.24, resulta em

 −3 / 2

 0 ,83ρ1 / 3 f c1 / 2 a + 206,9ρ 5 / 6  a  
Mu  d  
d  (2.35)
= ξ bwd2
ρb w d f y [1 − ρf y /( 1,7f c )]
2  fy e fc em MPa
Mf
 
 
 
Derivando-se a equação 2.35 com relação a a/d, obtém-se o valor de a/d que
corresponde ao valor mínimo de Mu/Mf:
1/ 5
a ρ
  = 10 ,69  fc em MPa (2.36)
d  fc 

31
E, portanto,
 Mu  14,79ρ 8 / 15 f c3 / 10
  = ξ fy e fc em MPa
 ρf y  (2.37)
 Mf  min ρf y 1 − 
 1,7f c 
A equação 2.35 é uma função contínua que representa a relação Mu/Mf, tanto na
zona onde predomina o efeito de arco como na zona onde predomina o efeito de viga; o
que a diferencia das outras apresentadas anteriormente que analisam a influência de a/d
e de ρ no comportamento de vigas submetidas a cortante e flexão por meio de modelos
de interação de momento fletor – cortante.

Mostra-se na figura 2.22 uma comparação entre as equações propostas por


KANI et a1 (1964), AHMAD e LUE (1987) e RUSSO et a1 (1991). Os dados usados
para traçado dos gráficos foram os de viga ensaiada por AHMAD e LUE
(1987). Observa-se que existe bastante diferença entre as curvas de (Mu/Mf) em função
de a/d.

1,4
fy =425MPa
fc=71,8MPa
1,2
ρ=3,26%
d=206mm
1 bw=127mm
n=2,29
Mu/Mf

0,8 As=852,9mm 2
ft=5,7MPa
0,6 ld /∆ X=0,73

0,4

0,2

0
0 1 2 3 4 5 6 7
a/d
KANI et a1 (1964). AHMAD e LUE (1987) RUSSO et a1 (1991)

Figura 2.22- Comparação entre os modelos de (KANI et a1 (1964), AHMAD e LUE


(1987) e RUSSO et a1 (1991)).

32
2.2.2.2- Métodos de Cálculo Baseados na Teoria da Plasticidade

Para vigas com relação a/d pequena, foram desenvolvidos por SIGRIST et a1
(1995) modelos que tentam simular um efeito equivalente ao de arco atirantado por
meio de um modelo de escoras e tirantes, admitindo a transmissão das cargas aplicadas
diretamente aos apoios. Estes modelos são baseados na teoria da plasticidade (teorema
limite inferior), admitindo comportamento rígido-plástico para as escoras de concreto e
para a armadura longitudinal de tração. O modelo que é mostrado na figura 2.23 é para
o caso de carga concentrada.

x
h-2x

d
h
x

bw
b a+b

Figura 2.23- Modelo de escoras e tirantes para vigas paredes com carga concentrada
(SIGRIST et a1 (1995)).

Das condições de equilíbrio chega-se a


C = xb wνf c = A s f y = T, (2.38)
xb wνf c (h − x ) = Va (2.39)

h h2 Va
x= − − (2.40)
2 4 b wνf c

νf c
A s = xb w (2.41)
fy

onde νfc é a resistência à compressão efetiva do concreto.


Fazendo em (2.40)

33
fy h ω (2.42)
x = ωd = ρ d e =1 +
íf c d 2
chega-se a
íf c h ω (1 − ω / 2 ) (2.43)
τ wu = para ω ≤ 2/3
a (1 + ω / 2)2

íf c h (2.44)
τ wu = para ω ≥ 2/3
4a
Para vigas com cargas uniformemente distribuídas, os modelos são os mostrados
na figura 2.24, a partir dos quais são obtidas as expressões

Figura 2.24- Vigas com carregamento uniformemente distribuído sem armadura


transversal. Modelos de bielas e tirantes e campos de tensão
descontínuos: (a) e (b) ação de leque; (c) e (d) ação de arco (SIGRIST et
a1 (1995)).

34
íf c  8 h 2 ω (1 − ω / 2 ) 
τ wu= 1− 1− 2 para ω ≤ 2/3 (2.45)
2  a (1 + ω / 2 ) 2 

íf c  2 h2 

τ wu = 1− 1− 2 para ω ≥ 2 / 3 (2.46)
2  a 

AL-NAHLAWI e WIGHT (1992) propõem modelos de treliça, tanto para vigas


curtas como esbeltas, onde se considera tirante de concreto na alma (ver figura 2.25).

α
45°
35°

a)

35° 45° 45° 45°

b)
Tração
Compressão

Figura 2.25- Modelos de Treliça considerando tirante de concreto (AL-NAHLAWI e


WIGHT (1992)):
a)-Para a/d ≤ 2;
b)-Para a/d>2.

ZHANG (1994, 1997), NIELSEN e HOANG (1999) propuseram equações para


determinar a capacidade resistente de vigas de concreto armado sem armadura de
cortante, obtidas a partir da teoria da plasticidade (teorema limite superior), adotando o
modelo de “sliding crack”, que se diferencia do modelo clássico por admitir distância da
fissura diagonal ao apoio variável (xf, mostrada na figura 2.26). Para a/h≥2, tem-se
xf/h≈0,74(a/h-2) e para, a/h<2, xf/h=0. Anteriormente adotava-se sempre xf=0

Para o caso de carga concentrada, considerando-se a superfície de ruptura


mostrada na figura 2.26, chega-se a

35
  
 a − xf   a − xf
2
1   (2.47)
τ wu = íf c  1 +   − 
2    h   h 

Outra diferença com relação aos trabalhos anteriores baseados na teoria da


plasticidade é o critério para determinar o valor da resistência efetiva do concreto.
Considera-se ν=νsνo, onde o coeficiente νo leva em conta a diminuição da coesão
devido à microfissuração do concreto (fissuração não visível), e νs é o coeficiente que
leva em conta a redução da coesão devida à fissuração (fissura visível). Segundo
ZHANG (1994, 1997), tem-se

νo=λf1(fc) f2(h) f3(ρ) (2.48)


νs=0,5
onde
λ é uma constante que depende do tipo de carregamento, e f1, f2, e f3 dependem de fc, h
ou ρ e são dadas por:
3,5
f1 = (5MPa < f c < 60MPa), f c em MPa (2.49)
fc
1
f 2 = 0,27 (1 + ) (0,08 m < h < 0,7 m ), h em m (2.50)
h
f 3 = 0,15ñ + 0,58 ( ñ < 4,5 %), ñ em % (2.51)

u α

As
h

bw
l0 xf
a

Figura 2.26- Mecanismo de ruptura por cortante para vigas com carregamento
concentrado (ZHANG 1997).

36
Para o caso de carga uniformemente distribuída, considerando a superfície de
ruptura mostrada na figura 2.27, chega-se a
   a o + x f 2  a o − x f 
 a
 1 +   − 
1    h   h  h
τ wu = íf c  (2.52)
2 a ao

h h
Neste caso, o valor de xf pode ser determinado igualando-se a equação de força
cortante de fissuração diagonal à equação de força cortante última dada por ZHANG
(1994), e o valor de ao/h (ao definido na figura 2.27) é obtido de forma aproximada de
ao (a / h) 2 − 1
= (2.53)
h 2( a / h )

ao

u α

As

h
β

CL bw
l0 xf
a

Figura 2.27- Mecanismo de ruptura de cortante para carregamento distribuído (ZHANG


1997).

2.2.2.3- Método de Cálculo Baseado na Teoria de Campo de Compressão


Modificada

O método baseado na Teoria de Campos de Compressão Modificada


(VECCHIO (1991)) considera equações de equilíbrio e de compatibilidade.

As equações de equilíbrio da Teoria de Campos de Compressão coincidem com


as usadas na teoria da plasticidade ao se aplicar o teorema limite inferior.

37
Para se estabelecer a compatibilidade das deformações, considera-se o concreto
no estado fissurado, com coincidência das direções das tensões e das deformações
principais, como é mostrado na figura 2.28a, e admite-se que as deformações no
concreto e no aço que o atravessa são as mesmas.

As relações de compatibilidade das deformações médias na alma são obtidas do


círculo de Mohr, apresentado na figura 2.28b, que levam a
γ εx
ε2 2
ε1 x
ε
εx
θ 2θ γ xy
εy θ 2
ε2 εy y
θ ε1

a) b)
Figura 2.28- Compatibilidade das deformações para almas fissuradas (COLLINS et a1
(1991))
a) deformações médias na alma;
b) círculo de Mohr de deformação.

εx −ε2
tg 2θ = (2.54)
ε y −ε2

onde εx= deformação específica longitudinal, εy= deformação específica transversal,


γxy= deformação angular, e ε2= deformação principal de compressão.

A relação tensão-deformação do concreto fissurado (ver figura 2.29) proposta


por VECCHIO E COLLINS (1986) foi obtida de ensaios de painéis de concreto armado
submetidos a estado de tensões biaxial, e relaciona a tensão de compressão limite
(fc2=kofc) com a deformação principal de tração.

 ε  ε2 
2

f 2 = f c 2 2 2  −    (2.55)
  ε 0   ε0  

onde:
38
f c2 1
= ≤ 1,0
fc ε (2.56)
0,8 + 0,34 1
ε0
com ε1= deformação específica principal de tração, ε0= deformação específica do
concreto correspondente à máxima tensão (usualmente considerada 0,002).

A relação tensão-deformação de tração do concreto usada para antes da


fissuração é
σ t = E c ε1 para ε 1 ≤ ε c r (2.57)

onde Ec= módulo de elasticidade do concreto e εcr= deformação específica do concreto


quando da fissuração.

Para depois da fissuração

ft 0,33 f c 0,18 f c
σt = = ≤ (2.58)
1 + 500ε 1 1 + 500ε 1 24w f
0,3 +
d a + 16
onde ft é a tensão de tração correspondente à fissuração do concreto, wf é a abertura das
fissuras diagonais e da a dimensão máxima do agregado.

Estas equações constitutivas dos materiais, junto com as de equilíbrio e de


compatibilidade possibilitam avaliar as deformações de elementos submetidos a força
cortante, em diferentes níveis de carregamento.

Ensaios realizados indicaram que a hipótese assumida de coincidência das


direções das tensões e das deformações principais é razoável, havendo um desvio entre
elas de cerca de ±10o.

Tendo por base esta teoria, foi proposto por COLLINS et a1 (1996).um método
de dimensionamento a cortante geral.

39
Partindo das equações de compatibilidade, de equilíbrio e de tensão-deformação,
chegou-se à equação 2.59, que relaciona a tensão cisalhante nominal resistente ao
ângulo θ e às deformações εx e ε1.

σ
c

fc
f2
fc2 ε1

ε2
ε0 ε2
a)
fc2

fc

0 -1 -2 -3 -4 -5 -6 -7
ε1
b) ε0
Figura 2.29- Relação tensão-deformação para o concreto fissurado (VECCHIO e
COLLINS (1986))
a) relação tensão de compressão-deformação para o concreto fissurado;
b) fc2 em função de ε1/εo.

  V 
ε 1 = ε x + ε x + 0,0021 − 1 − (tgθ + cot θ )(0,8 + 170ε 1 )  cot 2 θ (2.59)
  b w zf c 

Considerando para εx a deformação do banzo tracionado de uma treliça


equivalente ao campo de tensões de compressão considerado, ou seja,
M
+ 0,5 V cot θ (2.60)
z
εx =
E s As
e o valor de σ2 dado por

V
σ2 = ( tgθ + cot θ ) (2.61)
bw z

40
chega-se, a partir da equação 2.55, a

 σ 
ε 2 = −0,0021 − 1 − 2  (2.62)
 fc2 
e, então, a

ε 1 = ε x + (ε x − ε 2 ) cot 2 θ (2.63)

O método de dimensionamento proposto para vigas com armadura transversal


menor que a mínima ou sem armadura transversal admite que o cortante resistido pelo
concreto fissurado é

Vc = σ t b w z cot θ = β f c b w z (2.64)
onde
0,33 cot θ 0,18
β= ≤ (2.65)
1 + 500ε 1 24 w f
0,3 +
d a + 16

Em elementos sem estribos, a possibilidade do concreto fissurado de resistir à


força cortante é função da abertura da fissura diagonal (wf). Nestes elementos, as
fissuras diagonais são mais espaçadas. O espaçamento das fissuras quando θ=900 é
nomeado de sx, e este espaçamento é função principalmente da distância máxima entre
as armaduras de flexão e a zona de compressão (ver figura 2.30).

O fator β, indicador da capacidade do concreto fissurado de resistir a força


cortante, é uma função de θ, ε1, e sx. Para dados valores de εx e sx, é escolhido o valor de
θ e calculado o valor de β por meio das equações 2.59 e 2.65.

Visando facilitar a utilização deste método no dimensionamento, é dada a tabela


2.3, que fornece os valores de β e θ a usar, dependendo dos de sx e de εx. Para a
montagem desta tabela, assumiu-se a dimensão máxima do agregado de 19mm, embora
ela possa também ser usada para outras dimensões máximas de agregados fazendo-se a
correção de sx por meio da equação 2.66.
35 (2.66)
s xe = s x sx e da em mm
d a + 16

41
≈3
00m
m

a)

Sx/s
enθ

S x ≈z
θ

b)
Sx/s
enθ

Sx

c)

Figura 2.30- Influência da distribuição da armadura no espaçamento da fissura diagonal


(COLLINS et a1 (1996))
a)- elementos com estribos;
b)- elementos sem estribos e com armadura longitudinal concentrada;
c)- elementos sem estribos, mas com armadura longitudinal distribuída.

42
Tabela 2.3- Valores de θ e β para elementos sem armadura na alma (COLLINS et a1
(1996)).
Deformação longitudinal εx x1000
sx(cm) ≤0 ≤0,25 ≤0,50 ≤1,00 ≤1,50 ≤2,00
≤12,7 θ (graus) 27,0 29,0 31,0 34,0 36,0 38,0
β 0,412 0,315 0,266 0,213 0,183 0,161
≤25,4 θ (graus) 30,0 34,0 37,0 40,0 43,0 450
β 0,387 0,287 0,236 0,183 0,156 0,137
≤38,1 θ (graus) 32,0 37,0 40,0 45,0 48,0 50,0
β 0,373 0,267 0,216 0,165 0,137 0,121
≤63,5 θ (graus) 35,0 41,0 45,0 51,0 54,0 57,0
β 0,349 0,237 0,188 0,141 0,117 0,098
≤127 θ (graus) 38,0 48,0 53,0 59,0 63,0 66,0
β 0,319 0,199 0,152 0,106 0,083 0,069
≤254 θ (graus) 42,0 55,0 62,0 69,0 72,0 75,0
β 0,289 0,157 0,113 0,073 0,054 0,043

Os valores de sx, como é mostrado na tabela 2.3, levam em conta o efeito da


altura efetiva, já que o espaçamento das fissuras aumenta com o aumento da altura do
elemento, diminuindo a capacidade do elemento de resistir a força cortante. Pode-se
observar que nesta tabela considera-se 270<θ<750.

Este método de dimensionamento, incluindo coeficientes de segurança, é um dos


sugeridos pela norma canadense atual (CSA A23.3 M94 (1995)).

Recentemente, COLLINS e KUCHMA (1999) propuseram uma equação para


determinar a capacidade resistente de vigas de concreto armado sem armadura
transversal, considerando a Teoria de Campos de Compressão Modificada. A equação
proposta admite para β um valor constante e sx como variável que leva em conta o efeito
da altura efetiva no dimensionamento a cortante. Esta equação é
245
τ wu = fc fc, τwu em MPa e sxe em mm (2.67)
1275 + s xe

43
2.2.2.4- Outros Métodos

Existem outras equações propostas por diferentes pesquisadores que têm como
base algum modelo e resultados de ensaios. Estas são resumidas na tabela 2.4.

Tabela 2.4- Equações propostas por alguns pesquisadores para a determinação da


resistência à força cortante de vigas sem armadura transversal.
Autores Equações
 
 
 ρ   1 
BAZANT e KIM τ wu = 0,833 ρ  f c + 206,9 
5  
(1984)  ( M / Vd )  d 
 1 + 25d 
 a 

BAZANT E SUM τ wu = 0,543 ρ (f c )


 1 + 5,08 / d a
+ 249 ρ /(a / d ) 5 
 1 + d / 25d



(1987)  a 
Para a/d>2,5:
 1 
τ wu = 4,0 f c 5 ρ 2 (0,4 + d / a ) + 0,15 
KIM et a1 (1993)  1 + 0,008d 
Para a/d ≤ 2,5:
 1 
τ wu = 9,63 f cα 5 ρ 2 (d / a ) 1,2  + 0,15 
 1 + 0,008d 
4
onde: α=1,32-0,008(a/d)
 Vd 
τ wu = 0,28 + f c ρ   [7 − 2,1A]
REBEIZ (1999) M
onde: A=a/d para 1,0<a/d<2,5
A=2,5 para a/d≥2,5
d 
r
0, 9  d 
0, 6

τ wu = 0,2(1 − ρ )   c( f ) 0,5
+ 1020 ρ   
KIM et a1 (1999) a   a  
0,6 -0,1
r=(d/a) (ρ)
As unidades das equações são N, mm.

2.2.3- Métodos Propostos por Normas

• ACI 318-99

De acordo com a norma ACI 318, em seu item 11.3, a parcela (τc)
correspondente à força cortante das vigas para a qual ocorre a fissuração diagonal é
dada por:

44
τ c = 0,158 f c + 17,2 ρ (Vd / M ) ≤ 0,29 f c τc em MPa (2.68)

onde Vd/M ≤ 1, sendo M o momento que ocorre na seção simultaneamente com V.

Admite-se também a simplificação


τ c = 0,168 f c τc em MPa (2.69)

Para vigas curtas com a/d ≤ 2,5, o código, no item 11.8.7, indica uma equação
alternativa que considera o aumento da resistência devido à transmissão direta de carga
para o apoio:

 a
(
τ c =  3,5 − 2,5  0,158 f c + 17,2 ρ (Vd / M ) ≤ 0,29 f c
d
) (2.70)

com fc em MPa, d em mm e V em N, sendo:
 a
 3,5 − 2,5  ≤ 2,5
 d

• CEB-FIP MC90

O CEB-FIP MC90 apresenta recomendações que se aplicam a concretos com


fck ≤ 80MPa, embora sejam indicados cuidados especiais para aqueles com fck≥50MPa.

Segundo esta norma, a parcela da força cortante resistida pelo “concreto” é dada
pela seguinte equação, onde está embutido um coeficiente de segurança de 1,5:

As (2.71)
τ c = 0,12(100 f ck ) 1 / 3 (1 + 200 / d ) τc em MPa
bwd

Para vigas curtas é sugerida a seguinte equação

τ cr = (3d / a )1 / 3 0,15(100 ρf ck )1 / 3 (1 + 200 / d ) τc em MPa (2.72)

Entretanto, para os casos em que 50MPa<fck ≤ 100MPa, no boletim CEB no 228


é sugerida que a equação (2.71) seja substituída por:

τ c = (1,1 − f ck / 500)0,12(100 ρf ck ) 1 / 3 (1 + 200 / d ) τc em MPa (2.73)


45
Esta mudança leva a ter-se maior coeficiente de segurança para as vigas com
fc≥50MPa.

• CSA A23.3-94

A norma canadense abrange concretos com fc ≤ 80MPa.

Para a determinação da resistência à força cortante ela apresenta dois métodos:


Método Simplificado (item 11.5) e Método Geral (item 11.4).

De acordo com o método simplificado, a parcela Vc/bwd é dada pelas equações


seguintes:

Quando V>0,5Vc, se ρsw≥ρsw, min ou d 300mm

τ c = 0,2φ c f c , τc em MPa (2.74)


e, para os outros casos,
 260  (2.75)
τc =  φ c f c , τc em MPa
 1000 + d 
onde φc=0,6 e fc em MPa e d em mm.

O método geral é baseado na Teoria de Campo de Compressão Modificada, que


foi descrita no item 2.2.2.3.

• Proposta de Revisão da NBR6118-01

A revisão da norma NBR-6118 objetiva englobar estruturas com fck 50,0 MPa.

Os modelos de cálculo da resistência à força cortante indicados envolvem


modelos de treliça: Modelo I (17.3.2.1), onde as diagonais de compressão formam um
ângulo de 45o com o eixo longitudinal da viga e τc é suposto constante; Modelo II
(17.3.2.2), no qual as diagonais têm ângulos que podem variar entre 30o a 45o e τc
diminui à medida que a força cortante aumenta. Aqui, entretanto, só será abordado o
modelo I, onde se considera
46
0,126 3
f ck2
τc = τc em MPa (2.76)
γc

com γc=1,4 e fck em MPa

• BS8110 – 97

0,79 100A s
τc = ξ3 para fcu<25MPa (2.77)
γm bwd

onde 0,15<100As/bwd<3, γm=1,25 e ξ=(400/d)1/4>1, e

0,79 100A s f cu
τc = ξ3 3 (2.78)
γm bwd 25 para fcu>25MPa

Para levar em conta o aumento da resistência ao cortante no dimensionamento


de seções perto dos apoios, as equações 2.77 e 2.78 podem ser multiplicadas por (2d/a),
sempre que o cortante devido às cargas, na face do apoio, não seja maior que 0,8(fcu )1/2
ou 5MPa.

O valor de fcu é a resistência do concreto obtida do ensaio de corpos de prova


cúbicos e não deve ser maior que 40 MPa.

A proposta de revisão da BS8110 para incluir concretos com fcu<100 MPa limita
fcu a este valor e não 40 MPa.

• NS3473-92

Para a determinação da resistência à força cortante são apresentados três


métodos.

1. Método simplificado, que considera Vu=Vc+Vs; (item 12.3.2);


2. Método baseado no modelo de treliça com ângulo das diagonais comprimidas
variável (Vu=Vs e 250 θ 600, no item 12.3.3);

47
3. Método geral que se baseia na Teoria de Campos de Compressão Modificada,
(itens 12.5 e A12.5).

Neste trabalho só será abordado o método simplificado.

A norma NS3473-92 é aplicável nos casos em que fck 94 MPa e propõe para τc
a seguinte equação:
 100 ρ 
τ c = 0,33 f td + ξ ≤ 0,66f tdξ (2.79)
 γ c 
Com ftd e τc em MPa, γc=1,4, ftd= ftn/γc (ver tabela 2.5), e ξ=1,5-d/1000, sendo
1,0 ξ 1,4, d em mm
Tabela 2.5 - Valores de ftn da norma NS-3473/92.
fc (MPa) 20 28 36 44 54 64 74 84 94
ftn (MPa) 1,4 1,7 2,0 2,25 2,5 2,6 2,7 2,7 2,7

• EC2-92
3
f ck2
τ c = 0,0525 (1,2 + 40 ρ )ξ (2.80)
γc
onde ρ 0,02, γc=1,5, fck em MPa, ξ = (1,6 - d) ≥ 1, sendo ξ=1 para os membros onde
mais de 50% da armadura de tração é reduzida ao longo do vão e ξ ≥ 1 nos outros casos
(d em metros).

• EC2-2001

A equação para τc da nova norma do EC2-2001 é a mesma do CEB-FIP MC90


dada pela equação 2.71.

2.2.4- Análise dos Métodos de Cálculo

É realizada uma comparação entre os resultados da resistência à força cortante


experimentais reunidos por CASTRO (1997) e CARDOSO (1998) e os calculados
segundo as equações apresentadas na tabela 2.4 e das normas ACI 318-99, CEB-FIP

48
MC90, CSA 23.3-94, Proposta de Revisão da NBR6118-01 e BS8110 – 97, NS3473-92
e EC2-92.

Para análise das equações da tabela 2.4 foram consideradas todas as vigas. Para
as normas foram realizadas duas análises: uma para as vigas com relação a/d≥2,5
considerando todas as normas e outra para as normas que consideram a possibilidade de
cálculo de Vc para diferentes relações a/d (ACI-318-99, CEB-FIP MC90, e BS8110-97).
Nas equações das normas não foram consideradas as limitações de fc e ρ.

Na tabela 2.6 são apresentadas as faixas dos parâmetros das vigas ensaiadas.

Na determinação de (τwu, cal), utilizaram-se coeficientes de segurança iguais a 1.

Mostra-se na figura 2.31 a comparação das resistências à força cortante


experimentais com as calculadas segundo as equações apresentadas na tabela 2.4. Na
figura 2.32 comparam-se os resultados da resistência à força cortante experimentais com
os calculados segundo as equações de normas.

Tabela 2.6- Faixa dos parâmetros das vigas ensaiadas.


Total de Vigas :390
Total de Vigas com a/d<2,5 :103
Total de Vigas com a/d≥2,5 :287
15,5MPa fc 113,5MPa
(181 vigas com fc>50MPa)
0,52 a/d 8,0
0,5% ρ 6,64%
344MPa fy 651MPa
42mm d 1149mm
23,5mm bw 300mm

Observa-se que as equações propostas por BAZANT e KIM (1984), BAZANT e


SUM (1987), e KIM et a1 (1999) levam a valores médios de (τwu, exp/τwu, cal) e
coeficiente de variação similares, sendo que para a primeira tem-se menor número de
valores de (τwu, exp/τwu, cal) menores que 1. O coeficiente de variação relativo à equação
de REBEIZ (1999) é próximo ao obtido para essas equações, mas o valor médio de (τwu,
exp/τwu, cal) é bem superior. A equação de KIM et a1 (1994) leva a valor médio de (τwu,
49
exp/τwu, cal) bem inferior a um e a coeficiente de variação muito superior aos obtidos para
as outras equações.

Ao considerar-se as vigas com relação a/d≥2,5, observa-se na tabela encontrada


na figura 2.32 que as expressões das normas que levaram a maior valor médio de (τwu,
exp/τwu, cal) levaram também a maior valor de coeficiente de variação. O valor médio de
(τwu, exp/τwu, cal) para as diferentes normas variou numa larga faixa; de 0,88 (NS3473-92)
a 1,40 (NBR6118-01), enquanto o coeficiente de variação ficou entre 17,2% (CEB-FIP
MC90) e 34,9% (NBR6118-01).

Quando foram analisadas as normas que têm expressões para cálculo de τwu que
levam em conta a relação a/d (ACI-318-99, CEB-FIP MC90, e BS8110-97) e
consideram-se todas as vigas, os valores do coeficiente de variação aumentaram de
21,8% para 37,6% (ACI-318), de 17,2% para 29,8% (CEB-FIP MC90) e de 18,9 a 32,0
(BS8110-97); já os valores médios de (τwu, exp/τwu, cal) passaram da faixa de 0,9 (CEB-
FIP MC90) a 1,39 (ACI-318-99) para a de 1,05 a 1,77.

2.2.5- Considerações Gerais

O comportamento e modo de ruptura de vigas sem armadura transversal


dependem principalmente da relação entre o vão de cisalhamento (a) e a altura útil (d),
da taxa geométrica de armadura longitudinal (ρ) e da resistência do concreto (fc).

Há um determinado intervalo de valores de a/d para o qual a capacidade


resistente é influenciada pelo cortante, já que nessa zona o momento correspondente à
ruptura (Mu) é inferior ao momento resistente à flexão (Mf); fora dessa zona o
comportamento é regido pela flexão. Quanto maior é a porcentagem de armadura
longitudinal (ρ) maior é a probabilidade de uma ruptura regida pelo cortante, já que o
incremento desta armadura origina um aumento da resistência à flexão superior ao da
resistência ao cortante. Dados de ensaios mostram aumento de τwu/fc com a diminuição
de a/d e aumento de ρ.

50
Mantendo-se os demais parâmetros constantes, a capacidade resistente ao
cortante (Vu/bwd) diminui com o incremento da altura dos elementos estruturais. Várias
normas consideram este efeito na determinação de (Vc/bwd), mas a taxa de diminuição
desta grandeza com o aumento de d segundo diferentes normas pode diferir
razoavelmente.

Verificou-se também que há diminuição da capacidade resistente nominal


relativa à força cortante com o aumento de fc, sendo ela mais significativa para a/d<3.

Das equações para avaliação da resistência ao cortante de vigas sem armadura


transversal propostas por diferentes autores, as de BAZANT e KIM (1984) e BAZANT
e SUM (1987) são as que fornecem melhores resultados.

Quando foram analisadas equações de normas que consideram a relação a/d


(ACI-318-99, CEB-FIP MC90, e BS8110-97) a partir de vigas com a/d≥0,52,
obtiveram-se coeficientes de variação maiores que 30%, sendo que os menores
coeficiente de variação e valor médio de (τwu, exp/τwu, cal) foram os da fórmula do CEB-
FIP MC90 (29,8% e 1,05, respectivamente).

Das equações de normas a partir de vigas com a/d≥2,5, verificou-se o menor


valor de coeficiente de variação para as normas CEB-FIP MC90 e NS3473 (≈18%),
para as quais o valor médio de (τwu, exp/τwu, cal) é menor que a unidade (≈0,9). Cabe
comentar, entretanto que a análise foi feita considerando-se o valor médio da resistência
do concreto e não a característica. Ao adotar-se o valor característico desta resistência
na determinação de τwu, cal, o valor médio de (τwu, exp/τwu, cal) deve ficar mais próximo da
unidade. Das equações de normas que tiveram valor médio de (τwu, exp/τwu, cal) >1, a com
menor valor médio de (τwu, exp/τwu, cal) e de coeficiente de variação é a da BS8110-97
(1,13 e 18,9, respectivamente).

51
12 12 12
BAZANT e KIM (1984) BAZANT E SUM (1987) KIM et a1 (1994)
10 10 10

τwu, cal (MPa)


τwu, cal (MPa)
τwu, cal (MPa)

8 8 8
6 6 6
4 4 4
2 2 2
0 0 0
0 2 4 6 8 10 12 0 2 4 6 8 10 12 0 2 4 6 8 10 12

τwu, exp (MPa) τwu, exp (MPa) N=390


τwu, exp (MPa) N=390
N=390

Autores Valor Médio C.V(%) % de Valores


12 12 (τwu, exp/τwu, cal) (τwu, exp/τwu, cal)<1
REBEIZ (1999) KIM et a1 (1999)
10 10 Kim et al
1994 0.72 34.6 80
τwu, cal (MPa)

8
τwu, cal (MPa)

8
Bazant e
6 6
Sum (1987) 1.02 17.6 61
4 4 Kim et a1
2 2 1999 1.02 21.6 54
Bazant e
0 0
Kim (1984) 1.06 18 48
0 2 4 6 8 10 12 0 2 4 6 8 10 12
REBEIZ
τwu, exp (MPa) N=390 τwu, exp (MPa) N=390 1999 1.32 19.2 15

Figura 2.31- Comparação das resistências ao cortante experimental e calculada pelas equações da tabela 2.4 para vigas
sem armadura transversal.

52
5 5
ACI-318-99 CEB-FIP MC 90 (Eq. 2.72 e 2.73)
4 4
τwu, cal (MPa)

τwu, cal (MPa)


3 3

2 2

1 1

0 0
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
N=390
τwu, exp (MPa) τwu, exp (MPa) N=390

5 5
Proposta de Revisão da NBR6118-01 BS8110-97
4 4
τwu, cal (MPa)

τwu, cal (MPa)


3 3

2 2

1 1

0 0
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5

τwu, exp (MPa) N=287 τwu, exp (MPa) N=390

Figura 2.32- Comparação das resistências ao cortante experimental e calculada pelas equações de normas para
vigas sem armadura transversal.

53
5 5
CSA A23.3-94 NS3473-92
4 4

τwu, cal (MPa)


τwu, cal (MPa)

3 3

2 2

1 1

0 0
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
N=287
τwu, exp (MPa) τwu, exp (MPa) N=287

5
a/d>=0,52(*) a/d>=2,5(**)
EC2-92 Normas Valor Médio C. V(%) Valor Médio C.V(%) % de Valores
4
(τwu, exp/τwu, cal) (τwu, exp/τwu, cal) (τwu, exp/τwu, cal)<1
τwu, cal (MPa)

3 NS3473 - - 0.88 18.1 58


CEB-FIP 1.05 29.8 0.89 17.2 78
2 EC2 - - 0.91 20.5 52
BS8110 1.37 32.0 1.13 18.9 11
1 CSA - - 1.27 23.9 19
ACI-318 1.77 37.6 1.39 21.8 13
0 NBR6118 - - 1.40 34.9 23
0 1 2 3 4 5 (*) N=390 (**) N=287

τwu, exp (MPa) N=287

Figura 2.32- Comparação das resistências ao cortante experimental e calculada pelas equações de normas para
vigas sem armadura transversal.

54
2.3- TAXA DE ARMADURA TRANSVERSAL MÍNIMA

2.3.1 - Definição

As armaduras transversais mínimas de vigas podem ser providas visando atender


a um ou mais dos seguintes objetivos:
• fazer com que, na eventualidade da existência de sobrecargas não pre-
vistas, as vigas não apresentem ruptura brusca assim que ocorra a fissu-
ração diagonal;
• limitar a inclinação das bielas e a abertura de fissuras inclinadas;
• evitar flambagem da armadura longitudinal comprimida.

Todas as normas de cálculo de estruturas de concreto armado estabelecem arma-


duras transversais mínimas, mas nem todas esclarecem seus objetivos e nenhuma cita
em que se baseou a definição dessa armadura.

Nas normas ACI-318-99 e CSA A23.3-94 consta que a armadura de cortante


mínima restringe o desenvolvimento da fissuração inclinada, aumenta a ductilidade da
viga e provê aviso de possível ruptura, sendo de particular importância se o membro é
submetido a sobrecargas não previstas.

Segundo o CEB-FIP MC90, a armadura de cortante mínima assegura que a car-


ga de ruptura seja maior que a de fissuração diagonal, e, de acordo com a NS3473E-92,
a armadura mínima deve evitar grandes aberturas de fissuras inclinadas e possibilitar a
transferência da força de tração resistida pelo concreto para a armadura transversal
quando da fissuração diagonal da viga.

Define-se aqui taxa de armadura transversal mínima como aquela necessária


para que a viga não tenha ruptura frágil após a força cortante ter alcançado o valor do
cortante de fissuração diagonal (Vcr); como conseqüência, esta armadura leva a fissura-
ção mais distribuída e menor abertura de fissura.

55
Segundo OZCEBE et a1 (1999), podem ser considerados três critérios para a
determinação da armadura transversal mínima nos ensaios:

• Tendo por base o índice de ductilidade (∆u/∆cr), definido como sendo a relação entre
o deslocamento vertical da viga no meio do vão para a carga última (∆u) e o deslo-
camento vertical no meio do vão para a carga de fissuração diagonal (∆cr). O cor-
tante de fissuração diagonal é determinado a partir das curvas de força cortante-
deformação dos estribos e é aquele para o qual a inclinação desta curva muda signi-
ficativamente. É estabelecido que o índice de ductilidade de (∆u/∆cr=2,5) é aceitável
para que as vigas possam ser consideradas como tendo armadura transversal míni-
ma.
• A partir da relação (Vu, exp/Vc) entre o cortante último experimental (Vu, exp) e a con-
tribuição “do concreto” (Vc) de acordo com as equações das normas, recomendan-
do-se o valor mínimo de (Vu,exp/Vc=1,5).
• Admitindo-se que a abertura de fissura diagonal, quando totalmente desenvolvida,
deva ser menor que 0,3 mm, critério não deixado claro pelos autores.

2.3.2- Fatores que Influenciam a Resistência ao Cortante de Vigas de Con-


creto Armado com Armadura de Cisalhamento

Vários fatores influenciam a resistência de vigas ao cortante. Além dos analisa-


dos no item 2.1.1, podem ser citados o valor de (ρswfyw) e o tipo da armadura transversal
(estribos verticais ou inclinados, barras dobradas ou combinações destes tipos).

CASTRO (1997) estudou também o caso de vigas com estribos, concluindo que
a influência de a/d em τwu/fc também é restrita a valores de a/d < ≈ 3, sendo ela, entre-
tanto, menor que nas vigas sem estribos. Também para as vigas com estribos foi obser-
vado um aumento em τwu/fc com o aumento de ρ.

As figuras 2.33 e 2.34 (apresentadas por QUEIRÓZ (1999)) mostram a influên-


cia de fc em τwu/fc. Em ambas as figuras observa-se que τwu/fc decresce à medida que fc
aumenta. CASTRO (1997) observou que esta diminuição é maior principalmente para
relações a/d menores que 2. Observa-se na figura 2.33 que , para a/d=1,5, τwu/fc é signi-
56
ficativamente maior do que para a/d igual a 2,5 e 3,6. A figura 2.34 mostra ainda que
τwu/fc é maior para maiores valores de ρsw.fyw.

Geralmente, com o acréscimo na quantidade de estribos, as vigas apresentam


rupturas menos bruscas. Após a fissuração diagonal, a tensão dos estribos aumenta mais
rapidamente nas vigas que têm menor quantidade de estribos.

Segundo CASTRO (1997), existe uma tendência de aumento de τwu/fc com o


aumento de ρsw.fyw, mas sua interdependência com outros fatores não fica clara.

895 ou 1492 ou 2133 mm

2438 mm

0,18
a/d=3,6
0,16
0,14 a/d=2,5

0,12 a/d=1,5

0,10
/ fc

0,08
wu

0,06
τ

0,04
0,02
0,00
0 20 40 60 80 100
fc (MPa)
Figura 2.33 - τwu/fc em função de a/d e fc, para vigas sem estribos com ρ = 3,36% ensai-
adas por MPHONDE e FRANTZ (1984), segundo QUEIRÓZ (1999).

57
0,12
ρsw.fyw= 0,34
0,10 ρsw.fyw= 0,69
ρsw.fyw= 1,03
0,08
/ fc
wu

0,06
τ

0,04

0,02
10 20 30 40 50 60 70 80 90
fc (MPa)
Figura 2.34 - τwu/fc em função de fc e ρsw, para vigas com ρ = 3,36% e a/d = 3,6 ensaia-
das por MPHONDE e FRANTZ (1985), segundo QUEIRÓZ (1999).

Foi observado no estudo de SARSAM e AL-MUSAWI (1992) que o espaça-


mento da armadura transversal não tem efeito na resistência ao cortante de vigas com
ρsw.fyw constante, pelo menos dentro da faixa de espaçamento considerada (entre cerca
de d/3 e 2d/3).

2.3.3- Análise Teórico-Experimental da Taxa de Armadura Transversal Mí-


nima

2.3.3.1- Análise Baseada na Força Cortante de Fissuração Diagonal

No caso de vigas de seção transversal retangular sem força normal, considerando


a distribuição elástica de tensões cisalhantes (parábola do segundo grau, Figura 2.35a)
no início da fissuração diagonal com ordenada máxima τmax = fct, a força cortante asso-
ciada ao início da fissuração diagonal é dada por
2 2 (2.81)
Vcr =   ⋅ b w ⋅ h ⋅ τ max =   ⋅ b w ⋅ h ⋅ f ct
3 3

58
Em havendo força normal acarretando tensão de compressão igual a σcp (consi-
derada positiva), a tensão máxima de cisalhamento correspondente à fissuração diago-
nal, de acordo com o critério do Mohr-Coulomb modificado, é

τ max = (f 2
ct + f ct ⋅ σ cp ) (2.82)

e a força cortante de fissuração é, portanto,


2
Vcr =   ⋅ b w ⋅ h ⋅ (f 2
ct + f ct ⋅ σ cp ) (2.83)
3

Dado que, em ambos os casos, ao atingir-se Vcr, a ruptura da viga por cortante é
iminente e brusca levando a perda total de resistência, é importante que a viga tenha
uma armadura transversal mínima para dar à viga certa ductilidade. Considerando-se o
plano de ruptura da viga por cortante a um ângulo θu com o eixo da viga e estribos a 900
com este eixo, condição de equilíbrio de forças leva à área de estribos mínima no com-
primento (h cot θu):

A sw , min ⋅ f yw = Vcr (2.84)


A sw ,min = ρ sw ,min ⋅ b w ⋅ h ⋅ cot θ u

59
Figura 2.35 – Diagramas de tensões cisalhantes para vigas de seção transversal retan-
gular, quando da fissuração diagonal crítica, considerando-se distribui-
ções elástica e plástica.

ou

2 f  σ cp 
ρ sw,min =   ⋅ ct 1 +  ⋅ tgθ u (2.85)
 3  f yw  f ct 
O ângulo do plano de ruptura (θu) normalmente varia entre cerca de 20º e 45º,
tendendo a ser menor para menores taxas de armadura transversal. Para o caso de arma-
dura transversal mínima, pode-se, portanto, considerar θu = 20º, tendo-se, então,

f ct  σ cp 
ρ sw,min = 0,24 ⋅ 1 +  (2.86)
f yw  f ct 

60
No caso de vigas protendidas com cabos inclinados, a taxa de armadura trans-
versal mínima pode ser reduzida considerando-se a componente vertical das forças de
protensão (Vp), ou seja,
Asw,min ⋅ f yw = Vcr − V p (2.87)

e, portanto,
Vcr − Vp
ρ sw ,min = ≥0 (2.88)
b w ⋅ h ⋅ f yw ⋅ cot θ u

Se for considerada a distribuição plástica de tensões cisalhantes (uniforme, Figu-


ra 2.35b), ao invés da distribuição elástica, e fctp = ν.fct, onde ν=2/3, a expressão de
ρsw,min tomará a forma

(ν 2
⋅ f ct2 + ν ⋅ f ct ⋅ σ cp ) 2 f ct  3σ cp 
(2.89)
ρ sw,min = = ⋅ 1 +  ⋅ tgθ u
f yw ⋅ cot θ u 3 f yw  2 ⋅ f ct 

Esta expressão fornece os mesmos valores de ρsw,min que a (2.86) quando σcp =
0, e valores um pouco diferentes quando σcp > 0.

As análises acima realizadas são válidas para as vigas em que a fissuração dia-
gonal ocorre em região onde não há fissuras de flexão, caso das vigas com protensão
completa. Em vigas de seção transversal retangular sem força normal e sem armadura
transversal, resultados de ensaios mostram que a fissura diagonal que causa a ruptura
forma-se a partir de fissura de flexão para força cortante menor que a dada pela expres-
são (2.83).
O mecanismo de formação dessa fissura diagonal é complexo, envolvendo o
processo de aumento do comprimento e da abertura da fissura de flexão e o efeito de
pino da armadura de flexão. Tem-se verificado que os principais parâmetros que influ-
enciam a força cortante de fissuração diagonal são as dimensões da seção bw e d, as
propriedades do concreto e a taxa de armadura longitudinal de tração. Análises feitas
por CASTRO (1997) e QUEIROZ (1999), entre outros autores, mostram que a tensão
cisalhante nominal de fissuração relativa, Vcr/bdfct, diminui com o aumento de fc e de d
e aumenta com o aumento de ρ. Destas análises, conclui-se que, para as vigas de alturas
usuais, a influência do parâmetro d não é tão relevante e, segundo REGAN (1998), o
efeito de escala tende a diminuir em vigas com alguma armadura transversal.

61
A partir dos resultados de ensaios de vigas sem armadura transversal analisado
por QUEIROZ (1999), constata-se também que, em vigas com pequena taxa de armadu-
ra longitudinal (caso das vigas com armadura transversal mínima), pode-se admitir que
em vigas com fissuração de flexão o valor de Vcr é cerca de 40% do obtido da análise
elástica.

2.3.3.2- Análise Baseada em Modelo de Treliça

Fazendo-se a analogia do comportamento de uma viga sem armadura transversal


com o de uma treliça com diagonais comprimidas fazendo um ângulo θ com o eixo da
viga, onde a força de tração diagonal, a um ângulo α com esse eixo, é resistida pelo
concreto, chega-se à seguinte expressão para a tensão de tração correspondente à força
cortante de fissuração diagonal:
Vcr
σ ct = = νf ct (2.90)
b ⋅ z ⋅ (cotθ + cotα )sen 2α
w

Considerando que a direção da tração diagonal é ortogonal ao da compressão di-


agonal (estado principal de tensões), e que θ é também o ângulo do plano de ruptura
com o eixo da viga, das expressões (2.84) e (2.89) chega-se a

Vcr = ν ⋅ f ct ⋅ b ⋅ z ⋅ cot θ = A sw ,min ⋅ f yw = ρ sw ,min ⋅ f yw ⋅ b w ⋅ h ⋅ cot θ (2.91)


w
e admitindo ν = 2/3 e z ≈ 0,8h, obtém-se
f ct
ρ sw,min = 0,5 ⋅ (2.92)
f yw

A expressão (2.92), diferentemente das (2.86) e (2.89), não leva em conta a in-
fluência da força normal, já que, na análise por treliça a força normal afeta apenas as
forças nos banzos superior e inferior.

2.3.3.3- Taxa de Armadura Mínima de Cortante para Vigas com Fissuração de


Flexão

2.3.3.3.1- Taxa Proposta por KRAUTHAMMER (1992)

62
O fato de que um dos mecanismos relevantes relacionados à resistência ao cor-
tante de vigas sem armadura de cisalhamento é o engrenamento do agregado na face da
fissura, e que para estágios de cargas avançados a abertura de fissura aumenta, diminu-
indo o contacto entre as faces da fissura e fazendo crítico este mecanismo resistente,
levou KRAUTHAMMER (1992) a determinar a armadura mínima considerando que ela
deve ser tal que o esforço cortante seja resistido apenas pelo engrenamento do agregado.
A equação proposta por KRAUTHAMMER (1992) é
0,45
ρ sw ,min = fyw em MPa (2.93)
f yw

2.3.3.3.2- Taxa Proposta por QUEIRÓZ (1999)

QUEIROZ (1999) obteve uma equação para a taxa mínima de armadura de cor-
tante tendo por base o modelo de treliça e considerando que após à fissuração diagonal
crítica o cortante é resistido apenas pela armadura transversal constituída por estribos
perpendiculares ao eixo da viga

Vcr= Asw,min.fyw. z.cotè (2.94)


s

Tendo-se a tensão cisalhante nominal correspondente à fissuração diagonal críti-


ca, a partir da equação (2.94), obtém-se

A s w, min z
τwcr = .fyw. cot θ (2.95)
bw.s d
z
ou, admitindo-se = 0,91,
d
τwcr = ρsw,min.fyw.0,91.cot θ (2.96)
e, portanto,
τwcr
ρsw,min = .1,1.tg θ (2.97)
fyw

Admitindo para θ o valor de 250, chegou-se a

63
τwcr
ρsw,min = 0,5. (2.98)
fyw

Considerando para τwcr o valor médio obtido da análise de resultados de ensaios


de vigas sem estribos, com ρ/ρbU0,5 e relação a/d≥2,5, igual a 0,328 fct, e fct dado pela
expressão (2.100), obteve-se

3
fck 2
ρsw,min = 0,049. (2.99)
fywk
A equação 2.99 não foi verificada pela falta de resultados experimentais para tal.

2.3.3.3.3- Taxa Proposta por SHEHATA et al (2000 e 2002)

Considerando-se as expressões (2.86) e (2.92) multiplicadas pelo fator de 0,4,


que visa levar em conta a fissuração de flexão, e para resistência à tração (fct) a expres-
são do CEB-FIP MC90 que a relaciona à resistência à compressão (fck),

f ct = 0,3f ck0, 67 (2.100)

chega-se a

f ck0,67  σ cp 
ρ sw,min = 0,029 ⋅ 1 + 0 , 67
 (2.101)
f yw  0,3 f ck 

f ck0,67
ρ sw,min = 0,06 ⋅ (2.102)
f yw

2.3.4 – Estudos Sobre Armadura Mínima de Cortante

2.3.4.1 - JOHNSON e RAMIREZ (1989)

JOHNSON e RAMIREZ (1989), com o objetivo de avaliar a armadura transver-


sal mínima necessária em vigas de concreto de alta resistência, ensaiaram oito vigas de
64
seção transversal retangular, com fc variando de 36 a 72MPa e ρswfyw iguais a 0, 0,34 e
0,69MPa. Cinco destas vigas tinham aproximadamente a taxa de armadura transversal
mínima sugerida na norma ACI 318-83 e duas o dobro desta taxa, sendo os estribos de
barras lisas de 6,3 mm de diâmetro. Outros dados e resultados dos ensaios dessas vigas
encontram-se na figura 2.36 e tabela 2.7.

539

610
305
235 1670 914 1670 235

Dimensões em mm

Figura 2.36- Vigas de JOHNSON e RAMIREZ (1989).

Todas as vigas com quantidade mínima de estribos (vigas 2, 3, 4, 7 e 8) rompe-


ram devido à redução da zona comprimida causada pelo cortante, exceto a viga 3 (idên-
tica à viga 4 e de maior fc), cuja ruptura ocorreu logo após um dos estribos ter rompido.
Nestas vigas, pelo menos um estribo apresentou escoamento quando da formação da
fissura diagonal, o que não aconteceu nas vigas com maior taxa de estribos. Como o
tipo de ruptura ocorrido na viga 3 não é recomendado, já que houve perda brusca total
da capacidade de resistir ao esforço cortante, sugere-se que a taxa mínima de armadura
transversal seja maior para vigas de concretos de maiores resistências. A viga 6 (sem
estribos) rompeu por tração diagonal.

Para vigas de concreto com mesma resistência, a reserva de resistência após a


fissuração diagonal cresceu significativamente com ρsw.fyw aumentando de 0,34 para
0,69 MPa, como pode ser observado na tabela 2.8.

O número de fissuras inclinadas cresceu com o incremento da armadura trans-


versal, indicando uma maior redistribuição das forças internas nas vigas com ρsw.fyw de

65
0,69 MPa. A viga sem estribos apresentou apenas uma fissura diagonal ao longo do vão
de cisalhamento e as vigas com estribos duas ou três fissuras.

Nas vigas com a quantidade mínima de armadura transversal, a deformação nos


estribos e a abertura de fissuras, para carga próxima da de ruptura, aumentaram com o
aumento da resistência do concreto. Foi observado também que, para um mesmo fc, a
deformação nos estribos diminuiu substancialmente com ρsw.fyw aumentando de 0,34
para 0,69 MPa.
Tabela 2.7- Dados das vigas de JOHNSON e RAMIREZ (1989).
fc ρ ρsw ρsw.fyw s τwcr τwu
Vig a/ τwu/τwcr τwu/fc τcr/fc Vu/Vc
MPa % % MPa mm MPa MPa
a d
6 55,8 3,1 2,49 0 0 0 1,17 1,17 1,00 0,021 0,021 0,88
2 36,4 3,1 2,49 0,072 0,34 267 1,08 1,35 1,25 0,037 0,030 1,24
7 51,3 3,1 2,49 0,072 0,34 267 1,08 1,71 1,58 0,033 0,021 1,35
8 51,3 3,1 2,49 0,072 0,34 267 1,19 1,57 1,32 0,031 0,023 1,24
3 72,3 3,1 2,49 0,072 0,34 267 1,35 1,60 1,19 0,022 0,019 1,08
4 72,3 3,1 2,49 0,072 0,34 267 1,30 1,92 1,48 0,027 0,018 1,30
1 36,4 3,1 2,49 0,144 0,69 133,5 1,08 2,06 1,91 0,057 0,030 1,89
5 55,8 3,1 2,49 0,144 0,69 133,5 1,08 2,33 2,16 0,042 0,019 1,77

Vc obtido da equação da norma ACI-318

Os autores verificaram que a superfície de ruptura era muito menos rugosa em


vigas de concreto de alta resistência, indicando que a contribuição do engrenamento dos
agregados para a resistência ao cisalhamento de tais vigas foi provavelmente diminuída.

Tabela 2.8 - Comparação dos resultados de JOHNSON e RAMIREZ (1989) de vigas


com diferentes ρswfyw e mesmo fc.
Viga fc (MPa) ρsw.fyw (MPa)
τwu/τwcr
2 36,4 0,34 1,25
1 36,4 0,69 1,91
6 55,8 0,00 1,00
8 51,3 0,34 1,32
7 51,3 0,34 1,58
5 55,8 0,69 2,16

Observou-se também que, com o aumento da resistência à compressão do con-


creto, a tensão cisalhante última relativa diminuiu e que houve aumento de τwu/fc com

66
aumento de ρsw (ver figura 2.37). Na figura 2.38 verifica-se que τwu/fc aumentou signifi-
cativamente com o aumento de ρsw.fyw/fc.

A resistência à fissuração relativa foi menor para maiores valores de fc, como
pode ser observado na figura 2.39.

A figura 2.40 mostra a relação τwu/τwcr em função de fc. Nota-se que fc parece
não influenciar esta relação para valores de fc de até cerca de 50 MPa. Entretanto, devi-
do ao número limitado de pontos não se pode afirmar que tal fato realmente ocorra.

Foi concluído que, com o aumento da resistência à compressão do concreto, há


um aumento no cortante a ser resistido pela combinação dos efeitos de pino da armadu-
ra longitudinal, engrenamento dos agregados, concreto não fissurado e estribos. Entre-
tanto, no momento da fissuração crítica, esse maior cortante induz a tensões nas arma-
duras de cisalhamento maiores, e, portanto, maiores aberturas de fissuras, que, em com-
binação com a superfície de ruptura mais lisa típica dos concretos de alta resistência,
resulta em uma diminuição da contribuição do engrenamento dos agregados. A redução
do engrenamento dos agregados e a maior deformação dos estribos levam à necessidade
de aumento da quantidade mínima de armadura transversal com o aumento de fc.

0,06
ρ sw= 0,000 %
0,05 ρ sw= 0,072 %
ρ sw= 0,144 %
0,04
τ/ fc
wu

0,03

0,02

0,01
30 40 50 60 70 80
fc (MPa)
Figura 2.37 - τwu/fc em função de fc, para vigas com diferentes valores de ρsw ensaiadas
por JOHNSON e RAMIREZ (1989), segundo QUEIRÓZ (1999).
67
0,06
fc = 36,41 MPa

0,05 fc = 51,30 MPa

fc = 55,85 MPa
0,04
fc = 72,33 MPa
τwu/ fc

0,03

0,02

0,01
0,000 0,005 0,010 0,015 0,020
(ρsw.fyw)/fc
Figura 2.38 - τwu/fc em função de fc e (ρsw.fyw)/fc, para vigas com ρ = 2,49% e a/d = 3,1
ensaiadas por JOHNSON e RAMIREZ (1989), segundo QUEIRÓZ
(1999).
0,032
ρsw= 0,000 %
0,030
ρsw= 0,072 %
0,028
ρsw= 0,144 %
0,026
/ fc

0,024
τ wcr

0,022

0,020

0,018

0,016
30 40 50 60 70 80
fc (MPa)
Figura 2.39 - τwcr/fc em função de fc e ρsw, para vigas com ρ = 2,49% e a/d = 3,1 ensaia-
das por JOHNSON e RAMIREZ (1989), segundo QUEIRÓZ (1999).

68
2,4
ρsw= 0,000 %
2,2
ρsw= 0,072 %
2,0
ρsw= 0,144 %
1,8
wcr

1,6
τ /τ
wu

1,4

1,2

1,0

0,8
30 40 50 60 70 80
fc (MPa)
Figura 2.40 - τwu/τwcr em função de fc e ρsw, para vigas com ρ = 2,49% e a/d = 3,1 ensai-
adas por JOHNSON e RAMIREZ (1989), segundo QUEIRÓZ (1999).
Para as vigas com taxa mínima de armadura na alma, verificou-se relação Vu/Vc
(Vc calculado segundo a norma ACI 318) entre 1,08 a 1,35; para as vigas com o dobro
desta armadura transversal esta relação foi de 1,77 e 1,89.

2.3.4.2 – ROLLER e RUSSELL (1990)

Duas séries de vigas de concreto de alta resistência foram ensaiadas por RO-
LLER e RUSSELL (1990), cada série consistindo de cinco vigas. As variáveis foram a
altura (635 mm a 870 mm), a relação vão de cisalhamento/altura efetiva (2,5 e 3,0), a
taxa de armadura longitudinal (1,64% a 6,62%), a resistência à compressão do concreto
(72MPa a 125MPa) e a taxa de armadura transversal (ρsw.fyw de 0,28MPa a 9,30MPa).
Os demais dados das vigas encontram-se na figura 2.41 e na tabela 2.9.

A taxa de armadura longitudinal de cada viga foi projetada para que a mesma
pudesse suportar um momento fletor 5 a 40% maior do que o correspondente à ruptura
por cisalhamento.

69
As cinco vigas da primeira série (1 a 5) tinham concreto com a mesma resistên-
cia à compressão mas diferentes taxas de armadura transversal. A altura efetiva destas
vigas foi mantida constante, mas a altura dependeu do número de camadas de armadura
longitudinal, variando de 635 a 743 mm.

A taxa de armadura transversal variou da mínima estabelecida na norma ACI


318-83 (ρsw = 0,345/ fyw, com fyw em MPa) à máxima permitida por esta norma no cál-
culo da resistência ao cortante (ρsw = 0,66.fc1/2/ fyw, com fc e fyw em MPa).

Nas vigas da segunda série (6 a 10), foram usados concretos com duas resistên-
cias à compressão e a taxa de armadura transversal variou da quantidade mínima da
ACI 318-83 até aproximadamente três vezes esta quantidade.

Tabela 2.9 - Dados das vigas de ROLLER e RUSSELL (1990).


Viga fct,sp fc a/d ρ ρsw ρsw.fy s τwu τwu/fc
MPa MPa % % mm MPa MPa
w

MPa

1 4,48 120,11 2,5 1,64 0,07 0,28 216 1,50 0,012


6 4,21 72,402 3,0 1,73 0,08 0,36 381 1,91 0,026
8 5,63 125,3 3
3,0 1,87 0,08 0,36 381 1,39 0,011
7 4,21 72,402 3,0 1,87 0,16 0,71 197 2,26 0,031
9 5,63 125,33 3,0 2,34 0,16 0,71 197 2,15 0,017
10 5,63 125,33 3,0 2,89 0,23 1,02 133,4 3,16 0,027
2 4,48 120,11 2,5 3,03 0,43 1,93 165 5,52 0,046
3 4,48 120,11 2,5 4,55 1,02 4,67 127 8,33 0,069
4 4,48 120,11 2,5 6,07 1,45 6,64 89 9,76 0,081
5 4,48 120,11 2,5 6,62 2,03 9,30 63,5 11,25 0,094
1 - Resistência à compressão aos 90 dias
2 - Resistência à compressão aos 105 dias
3 - Resistência à compressão aos 98 dias

70
Série 1 559

variável
356

736,5 1397 1397 736,5

Série 2 762

870
457
152 2286 2286 152

Dimensões emmm
Figura 2.41 - Vigas de ROLLER e RUSSELL (1990).

A primeira fissura diagonal, que não foi iniciada de uma fissura de flexão, ge-
ralmente ocorreu para uma força cortante (Vcr) menor do que Vc calculada usando-se a
fórmula da ACI 318-83. Contudo, a diferença entre este Vc e Vcr decresceu gradual-
mente com o incremento de armadura transversal.

As vigas com quantidades de armadura transversal significativamente maiores


do que a mínima da ACI 318-83 romperam com uma carga muito superior àquela obtida
das equações desta norma.

Concluiu-se que a quantidade mínima de armadura especificada pela ACI 318-


83 necessitava aumentar com a resistência à compressão do concreto, para compensar a
falta de conservadorismo do termo Vc para altos níveis de resistência à compressão do
concreto. A proposta de revisão da norma, que aumentava a quantidade mínima de ar-
madura para resistências à compressão do concreto acima de 69 MPa (ρw =
0,01.(fc/fyw)), pareceu ser apropriada.
71
Três das dez vigas ensaiadas por ROLLER e RUSSEL (1990) continham apro-
ximadamente a quantidade mínima de estribos proposta pela ACI 318-83 (vigas 1, 6 e
8). Duas destas três vigas romperam por cisalhamento, apresentando uma resistência
não somente menor que a resistência teórica segundo essa norma, que é a resistência
provida pelo concreto (Vc) somada à resistência devida à armadura (Vs), mas também
menor que Vc. Isto indica que o código pode superestimar a contribuição do “concreto”
para vigas com quantidade mínima de armadura.

2.3.4.3 - XIE et a1 (1994)

O trabalho de XIE et a1 (1994) não analisa especificamente a taxa de armadura


transversal mínima, mas a ductilidade de vigas submetidas a força cortante. Foram rea-
lizados ensaios de 15 vigas sem e com armadura transversal, com fc variando entre 40 e
109 MPa, a/d entre 1,0 e 4,0, e ρswfwy variando entre 0 e 2,53MPa. A armadura longitu-
dinal usada tinha tensão de escoamento de 421MPa, os estribos eram de barras lisas de
5mm de diâmetro, e tensão de escoamento de 324MPa. As vigas com armadura trans-
versal tinham armadura longitudinal de compressão formada por duas barras de 10mm
de diâmetro. Outros dados das vigas encontram-se na tabela 2.10 e na figura 2.42.

A ductilidade a cortante foi definida por meio de dois índices relacionados com
a área sob a curva carga-deformação, como mostra a figura 2.43.

A análise realizada mostrou que apenas o índice (µ2) levou a resultados coeren-
tes.

Tabela .2.10 - Dados e resultados de XIE et a1 (1994).


fc ρ ρsw ρswfyw s τwcr τwu
Vigas MPa a/d % % MPa mm MPa MPa τwu/τwcr τwcr/fc τwu/f
c

1 46,9 1 2,07 0 0 0 2,93 5,68 1,94 0,020 0,12


2 41,3 2 2,07 0 0 0 1,28 2,06 1,61 0,031 0,05
3 39,7 3 2,07 0 0 0 1,06 1,34 1,26 0,027 0,03
4 42,4 1 3,20 0,49 1,58 102 2,98 8,94 3,00 0,070 0,21
5 43,4 2 3,20 0,49 1,58 102 1,52 4,60 3,03 0,035 0,10
6 42,9 3 3,20 0,49 1,58 102 1,35 3,25 2,41 0,031 0,07
7 103,8 1 2,07 0 0 0 3,37 8,80 2,61 0,032 0,08

72
8 103,3 2 2,07 0 0 0 1,71 3,70 2,16 0,016 0,03
9 104,2 3 2,07 0 0 0 1,47 1,52 1,03 0,014 0,01
10 97,7 1 4,54 0,51 1,65 99 3,92 12,27 3,13 0,040 0,12
11 99,7 2 4,54 0,51 1,65 99 2,40 6,76 2,82 0,024 0,07
12 103,4 3 4,54 0,51 1,65 99 1,75 3,88 2,22 0,017 0,04
13 94,93 3 4,54 0,65 2,01 76 1,95 4,10 2,10 0,020 0,04
14 108,7 3 4,54 0,78 2,53 64 2,46 4,65 1,89 0,023 0,04
15 104,0 4 4,54 0,51 1,65 99 1,58 3,55 2,25 0,015 0,03

Verificou-se a influência da resistência do concreto no índice de ductilidade


(µ2). Nas vigas sem armadura transversal e a/d de 1 a 2, este índice diminuiu com o au-
mento da resistência do concreto, mas nas vigas com a/d=3,0 esta variação foi insignifi-
cante. Nas vigas com armaduras transversal e a/d=1,0 o índice de ductilidade diminuiu
com o aumento da resistência do concreto, e nas com a/d=2,0 e 3,0, a variação do índice
de ductilidade foi insignificante com o aumento da resistência do concreto.

A influência da taxa de armadura transversal no índice de ductilidade (µ2) nas


vigas com ρsw ≥0,51% e a/d=1 e 3 foi insignificante, mas não nas vigas com a/d igual a
2,0.

Nas vigas de concreto de alta resistência com a/d igual a 3,0, verificou-se com-
portamento aproximadamente plástico quando a armadura transversal era o dobro da
mínima recomendada pelo ACI 318-89.

73
216
254
127

a(variável) a(variável)

Sem Armadura Transversal

variável
254
127

a(variável) a(variável)

Com Armadura Transversal

Dimensões em mm

Figura 2.42 - Vigas de XIE et a1 (1994).

Figura 2.43- Definição do índice de ductilidade ao cortante segundo XIE et a1 (1994).

2.3.4.4 – YOON, COOK et al (1996)

Seis vigas de concreto, com diferentes valores de fc (36MPa a 87MPa) e de


ρswfwy (de 0 a 1MPa) foram ensaiadas por YOON, COOK et al (1996). A altura da seção

74
transversal da viga adotada foi a maior altura permitida pelas normas ACI e CSA sem
que haja necessidade de armadura longitudinal de pele para controle de fissuras. A
quantidade de armadura longitudinal foi escolhida de modo a garantir que as vigas rom-
pessem por cortante. Outros dados das vigas encontram-se nas tabelas 2.11 e 2.12 e na
figura 2.44.

2000

150

655

750
375

350 2150 2150 350

Dimensões em mm

Figura 2.41 - Vigas de YOON, COOK et al (1996).

Os critérios utilizados por YOON, COOK et al (1996) para a definição da arma-


dura transversal são mostrados na tabela 2.11. As expressões utilizadas foram (fc e fyw
em MPa) :

ρsw, min = 0,345/fyw ACI 83, ACI 89 (para fc ≤ 69 MPa) e CSA 84;

ρsw, min = 0,01.fc/fyw ACI 89 (para fc > 69 MPa);

ρsw, min = (0,06. fc )/fyw CSA 94.

Após o rompimento de um vão de cisalhamento, as vigas foram reforçadas neste


vão com uma armadura transversal externa, a fim de se obter a ruptura do outro vão,
vindo-se a ter, portanto, doze ensaios.

75
Nas vigas sem estribos a ruptura se deu de maneira frágil. Mesmo para uma pe-
quena quantidade de armadura transversal, a ductilidade melhorou significativamente e
houve aumento da resistência ao cortante.

O acréscimo de armadura transversal gerou um aumento na tensão cisalhante


nominal última relativa, mas este aumento foi menor para maiores valores de fc, como
mostra a figura 2.45.

A figura 2.46, assim como a 2.38, mostra que τwu/fc cresce quando ρsw.fyw/fc au-
menta. Segundo esta figura, ocorre um decréscimo de τwu/fc com o aumento de fc, no-
tando-se um decréscimo significativo de τwu/fc ao se aumentar o valor de fc de 36 MPa
para 67 ou 87 MPa.

Observando a figura 2.47, e também a figura 2.39, nota-se que ρsw parece não
influir em τwcr/fc e que τwcr/fc decresce com o aumento de fc.

A figura 2.48 indica maior relação τwu/τwcr para maiores valores de ρsw, e mostra
um comportamento discordante do apresentado na figura 2.40: tendência de τwu/τwcr fi-
car praticamente constante com a variação de fc ou tendência de diminuição com o au-
mento de fc.

Segundo YOON, COOK et al (1996), as normas ACI 318-83 e 89 e CSA A23.3-


84 não são apropriadas para o dimensionamento da armadura transversal mínima de vi-
gas de concreto de alta resistência. Eles mostraram que, ao se adotarem as normas ACI
318-83 e CSA A23.3-84 não se tira proveito da maior resistência do concreto, visto que
as resistências ao cortante teóricas são muito próximas para fc variando consideravel-
mente.

Vigas contendo a quantidade mínima de armadura transversal do código CSA


A23.3-94 tiveram capacidade resistente que cresceu com o incremento de resistência do
concreto, sem que os estribos apresentassem tensões maiores que a de escoamento.

Tabela 2.11 - Critérios de definição da armadura transversal das vigas de YOON, CO-
OK et al (1996).
76
Viga fc Diâmetro dos estribos e ρsw.fyw
Comentário
(MPa) espaçamento (mm) (MPa)
N1-S 36 --- 0,00 sem estribos
N1-N 36 φ 8,0 cada 325 0,35 Asw mínima para ACI 83, ACI 89 e
CSA 84; s = d/2
N2-S 36 φ 9,5 cada 465 0,35 Asw mínima para ACI 83, ACI 89 e
CSA 84; s = 0,7d***
N2-N 36 φ 9,5 cada 325 0,50 Asw > mínima para ACI 83, ACI 89, CSA
84 e CSA 94; s=d/2
M1-S 67 --- 0,00 Sem estribos
M1-N 67 φ 8,0 cada 325 0,35 Asw mínima para ACI 83, ACI 89, CSA
84; s = d/2
M2-S 67 φ 9,5 cada 325 0,50 Asw mínima para CSA 94;
s = d/2
M2-N 67 φ 9,5 cada 230 0,70 Asw mínima para ACI 89**;
s < d/2
H1-S 87 --- 0,00 sem estribos
H1-N 87 φ 8,0 cada 325 0,35 Asw mínima para ACI 83, ACI 89*,
CSA 84; s = d/2
H2-S 87 φ 9,5 cada 270 0,60 Asw mínima para CSA 94;
s < d/2
H2-N 87 φ 9,5 cada 160 1,00 Asw mínima para ACI 89;
s < d/2
* Menor quantidade de armadura mínima (ρsw, min = 0,345/fyw, com fyw em MPa).
** Maior quantidade de armadura mínima (ρsw, min = 0,01.fc/fyw, com fc e fyw em MPa).
*** Maior espaçamento permitido pela CSA 94.

Tabela 2.12 - Dados das vigas de YOON, COOK et al (1996).


Viga
fc
a/
ρ ρsw ρsw.fyw s τwcr τwy τwu τwy τwu τwu τwu
MP % % MPa mm MPa MPa MPa
a d τwcr τwy τwcr fc
N1-S 36 3 2,8 --- --- --- 1 --- 1,01 --- --- 1,01 0,028
M1-S 67 3 2,8 --- --- --- 1,18 --- 1,21 --- --- 0,71 0,018
H1-S 87 3 2,8 --- --- --- 1,27 --- 1,33 --- --- 1,05 0,015
N1-N 36 3 2,8 0,08 0,35 325 1,06 1,30 1,86 1,23 1,43 1,75 0,051
N2-S 36 3 2,8 0,08 0,35 465 0,80 1,32 1,48 1,63 1,12 1,85 0,040
M1-N 67 3 2,8 0,08 0,35 325 1,18 1,29 1,65 1,09 1,28 1,39 0,024
H1-N 87 3 2,8 0,08 0,35 325 1,27 1,36 1,97 1,07 1,45 1,55 0,022
N2-N 36 3 2,8 0,12 0,50 325 1,03 1,42 1,97 1,37 1,39 1,91 0,054
M2-S 67 3 2,8 0,12 0,50 325 1,18 1,56 2,25 1,33 1,44 1,91 0,033
H2-S 87 3 2,8 0,14 0,60 270 1,27 1,95 2,43 1,54 1,25 1,91 0,028
M2-N 67 3 2,8 0,16 0,70 230 1,18 1,88 2,81 1,60 1,49 2,38 0,041
H2-N 87 3 2,8 0,23 1,00 160 1,36 2,10 2,94 1,54 1,40 2,16 0,033

77
0,06 ρsw=0,00

0,05
ρsw=0,08
ρsw=0,12
0,04
ρsw=0,15
/ fc
wu

0,03 ρsw=0,24
τ

0,02

0,01
30 40 50 60 70 80 90 100
fc (MPa)
Figura 2.45 - τwu/fc em função de fc e ρsw, para vigas com ρ = 2,8% e a/d = 3,3 ensaiadas
por YOON, COOK et al (1996), segundo QUEIRÓZ (1999).

0,06 fc = 36 MPa

fc = 67 MPa
0,05
fc = 87 MPa
0,04
τ/ fc
wu

0,03

0,02

0,01
0,000 0,005 0,010 0,015 0,020
(ρsw.fyw)/fc
Figura 2.46 - τwu/fc em função de fc e (ρsw.fyw)/fc, para vigas com ρ = 2,8% e a/d = 3,3
ensaiadas por YOON, COOK et al (1996), segundo QUEIRÓZ (1999).

78
0,030 ρsw=0,00
ρsw=0,08
0,025
ρsw=0,12
ρsw=0,15
/ fc

0,020
wcr

ρsw=0,24
τ

0,015

0,010
30 40 50 60 70 80 90 100
fc (MPa)
Figura 2.47 - τwcr/fc em função de fc e ρsw, para vigas com ρ = 2,8% e a/d = 3,3 ensaia-
das por YOON, COOK et al (1996), segundo QUEIRÓZ (1999).

2,6 ρsw=0,00
2,4
ρsw=0,08
2,2
2,0 ρsw=0,12
1,8 ρsw=0,15
wcr
τ /τ

1,6
ρsw=0,24
wu

1,4
1,2
1,0
0,8
30 40 50 60 70 80 90 100
fc (MPa)
Figura 2.48 - τwu/τwcr em função de fc e ρsw, para vigas com ρ = 2,8% e a/d =3,3 ensaia-
das por YOON, COOK et al (1996), segundo QUEIRÓZ (1999).

79
2.3.4.5 – OZCEBE et a1 (1999)

Com o objetivo de analisar a taxa mínima de armadura transversal em vigas de


concreto de alta resistência, foram ensaiadas 13 vigas de concreto de alta resistência (fc
de 58 MPa a 82 MPa), seção transversal retangular (150 mm x 360 mm), altura útil de
325 mm ou 310 mm, ρswfyw variando de 0,354 a 0,711MPa, (barras com diâmetro de 4
mm e tensão de escoamento de 255MPa), ρ de 1,93% a 4,43% (fy de 410, 450 e
425MPa, para os diâmetros de 10, 16 e 20 mm, respectivamente). As armaduras trans-
versais das vigas foram dimensionadas usando-se as equações de armadura mínima dos
códigos ACI 318-83 e TS500-83 (da Turquia), e uma proposta pelos autores, ou seja

ρsw,min=0,345/fyw ACI 318-83 (para fc ≤ 69 MPa);

ρsw, min=0,0805 f c / f yw TS500-83;

ρsw,min=0,3Vc/(bwd fyw) OZCEBE et a1 (1999)


(fc e fyw em MP, bw e d em mm)

Os dados e resultados das vigas podem ser vistos na figura 2.49 e na tabela 2.13.

O índice de ductilidade foi definido como a relação da flecha no meio do vão


para o cortante último e a flecha no meio do vão para a carga de fissuração diagonal.

O modo de ruptura das vigas, em geral, foi por tração diagonal. A relação
(τwu/τwcr) nas vigas providas com armadura mínima sugerida na norma ACI 318-83 foi
maior ou igual a 1,20. As providas com armadura mínima sugerida pela norma TS500-
83 tiveram esta relação entre 1,68 e 2,30 e as com armadura mínima de acordo com a
equação proposta entre 1,37 e 2,03. As vigas com relação a/d=5 tiveram menores valo-
res de (τwu/τwcr) que as com relação a/d=3.

80
100 Variável 400 Variável 100

2φ10 4 mm 2φ10 2φ10 2φ10 2φ10


4 mm 4 mm 4 mm 4 mm
310

310

310

310
325

360

360

360

360
360

4-16 4φ20

3φ20 6φ16 2φ20 8φ16 4φ20


150 150 150 150 150
Serie 26 Serie 36 Serie 39 Serie 56 Serie 59

Figura 2.49 - Vigas de OZCEBE et a1 (1999).

Tabela 2.13–Dados e resultados das vigas de OZCEBE et a1 (1999).


fc ρ ρsw ρswfyw s τwcr τwu
Vigas MPa a/ % % MPa mm MPa MPa τwu/τwcr τwcr/fc τwu/ fc Vu/Vc
d
(*)
ACI56 58 5 3,46 0,139 0,354 120 1,61 2,01 1,25 0,027 0,035 1,51
TH56 63 5 3,46 0,167 0,426 100 1,62 2,22 1,37 0,026 0,035 1,60
TS56 61 5 3,46 0,239 0,609 70 1,62 2,78 1,71 0,026 0,045 2,03
ACI59 82 5 4,43 0,139 0,354 120 1,73 2,07 1,20 0,021 0,025 1,30
TH59 75 5 4,43 0,187 0,477 90 1,61 2,56 1,59 0,021 0,034 1,67
TS59 82 5 4,43 0,279 0,711 60 1,60 2,70 1,68 0,019 0,033 1,69
ACI36 75 3 2,59 0,139 0,354 120 1,72 2,26 1,32 0,023 0,030 1,48
TH36 75 3 2,59 0,167 0,426 100 1,80 3,03 1,68 0,024 0,040 1,98
TS36 75 3 2,59 0,239 0,609 70 1,83 3,35 1,83 0,024 0,045 2,19
ACI39 73 3 3,07 0,139 0,354 120 1,57 2,40 1,53 0,021 0,033 1,56
TH39 73 3 3,07 0,170 0,433 80 1,54 3,07 2,03 0,021 0,042 1,99
TS39 73 3 3,07 0,279 0,711 60 1,68 3,85 2,30 0,023 0,053 2,50
ACI26 70 3 1,93 0,139 0,354 120 - 7,05 - - 0,100 4,67

TS refere-se a (TS500-83), e TH refere-se à equação proposta pelos autores, o número refere-se à série,
 V d
(*) Vc é calculado usando a equação da norma ACI-318-95 Vc =  0,16 f c + 17 ρ u b w d
 Mu 

81
Para avaliar as equações analisadas no trabalho, os autores consideraram aceitá-
vel para o índice de ductilidade um valor mínimo de 2,5 e para (τwu/τwc) (τwc calculado
segundo a norma ACI-318-95) um valor maior que 1,5, tendo concluído que

• A norma ACI 318-83 não é satisfatória quanto ao dimensionamento da ar-


madura mínima a cortante (τwu/τwc <1,5).
• As vigas providas com armadura mínima de acordo com as equações da
norma TS500-83 e proposta pelos autores atenderam o critério de desempe-
nho mínimo considerado.

2.3.4.6 – SIMPLÍCIO (1999)

Foram ensaiadas oito vigas de concreto de alto desempenho. A resistência à


compressão do concreto utilizado foi em torno de 72 MPa, e as taxas de armadura
transversal foram variáveis e próximas dos valores mínimos dados pelas normas NBR-
6118-1980, CEB-FIP MC90 e ACI-318-83. As vigas foram divididas em duas séries, na
primeira série os modelos tinham altura de 300 mm, e na segunda série altura de 400
mm.

As vigas da série 1 tinham seção transversal retangular de 150 x 300 mm, vão de
3000 mm, comprimento total de 3300 mm, relação a/d=3,8 e altura útil de 270 mm. Na
série 2 alterou-se apenas a altura dos modelos para 400 mm, tendo-se então a/d=3,3,
altura útil de 354mm, ρswfyw variando de 0 a 1,53 MPa, (barras com diâmetro de 4,2, 5 e
6mm tensão de escoamento de 713 MPa e deformação de escoamento de 6,46%0), ρ de
2,3% e 2,96% (fy de 573 MPa e deformação de escoamento de 3,16%0).

O valor de τwcr foi obtido pela expressão τwcr=τwu-τws, e τws segundo as deforma-
ções dos estribos no momento da ruptura da viga.

Foi mostrado no trabalho que quando ρswfyw aumentou de 0,75 para 1,53 MPa, a
relação τwu/τwc aumentou de 1,09 para 2,14. Segundo o critério de OZCEBE et a1
(1999), de que um valor de τwu/τwc maior que 1,5 é aceitável, as vigas com ρswfyw meno-

82
res que 0,93MPa (V4-S1, V5-S1 e V2-S2) não têm armadura transversal mínima ade-
quada.

Os dados e resultados das vigas são mostrados na tabela 2.14.

Tabela 2.14- Dados e resultados das vigas de SIMPLÍCIO (1999).


Vigas
fc
a/d
ρ ρ ρ f
sw s
sw yw τ τ wcrτ τwy τwu τwu
wy wu τwu τwu
MPa % % MPa mm MPa MPa MPa
τwcr τwy τwcr fc τwc

V1-S1 76,4 3,8 2,33 --- --- --- 1,73 --- 1,73 --- --- 1,00 0,023 1,01

V2-S1 72,7 3,8 2,33 --- --- --- 1,60 --- 1,60 --- --- 1,00 0,022 0,95

V4-S1 69,3 3,8 2,33 0,11 0,75 250 1,68 1,83 1,83 1,00 1,00 1,09 0,026 1,09

V5-S1 73,5 3,8 2,33 0,13 0,93 200 1,13 2,34 2,47 2,07 1,05 2,18 0,034 1,45

V6-S1 76,1 3,8 2,33 0,15 1,07 175 --- --- 2,90 --- --- --- 0,038 1,68

V1-S2 73,0 3,3 2,96 0,15 1,07 175 1,44 2,56 2,87 1,77 1,12 1,99 0,039 1,50

V2-S2 69,6 3,3 2,96 0,11 0,75 175 0,73 2,35 2,35 3,22 1,00 3,22 0,034 1,25

V3-S2 73,0 3,3 2,96 0,22 1,53 175 1,75 3,43 4,01 1,96 1,17 2,29 0,055 2,14

−Αs vigas da série 1 tinham diâmetros dos estribos de 5mm, e as vigas V1-S2, V2-S2 e V3-S2 tinham diâmetros de 5,
4,2 e 6mm, respectivamente;
-Ruptura da viga V6-S1 foi por flexão;
−τwc calculado usando a equação de Zsutty, τ wc = 2,29( f c ρ )1 / 3 ( d / a )4 / 3 para a / d > 2,5 .

2.3.5 – Taxas de Armadura Transversal Mínima Recomendadas por Nor-


mas

Na tabela 2.15 são apresentados os valores mínimos de ρsw indicados por algu-
mas normas, para o caso de estribos perpendiculares ao eixo das vigas. São dadas tam-
bém as fórmulas destas normas para o cálculo do cortante resistente de vigas esbeltas
sem armadura transversal, Vc, que corresponde ao cortante de fissuração diagonal.

Nessa tabela, verifica-se que algumas taxas de armadura mínima propostas de-
pendem apenas da tensão de escoamento do aço, e outras dependem também da resis-
tência do concreto. Nota-se também que Vc/(bw.d) depende só da resistência do concre-
to, ou desta resistência e da taxa de armadura longitudinal, ou ainda destes parâmetros e
da altura efetiva da viga.

83
Tabela 2.15 - Valores de ρw,min e Vc segundo algumas normas
ρsw, min Vc Observações
NBR
0,25 % para aços Vc = bw.d.ψ1. fck ρ1 é a menor taxa de armadura longitudinal de tra-
CA-25 e 32 ção a 2.h da face do apoio.
6118-80 Coeficiente γc = 1,4 embutido.
0,07 ≤ ψ1 = 0,065+5ρ ≤ 0,14
0,14 % para aços No cálculo de ρw, min não se deve tomar para bw
CA-40, 50 e 60 valores maiores que d.
0,2.fctm Vc = 0,6.fctd.bw.d fck ≤ 50 MPa
fywk
NBR
0,21 3 2
2 f ctd = . f ck
fctm = 0,3. 3
f ck γc
6118-2001
γc = 1,4
CEB-FIP
0,2.fctm/fywk Vc = 0,12.ξ.bw.d. 3 100.ρ .f c k fck ≤ 80 MPa
Coeficiente γc = 1,5 embutido.
MC90 200
fctm = 0,3. 3
f ck
2 ξ =1 +
d
Vc = [τrd.k.(1,2 + 40.ρ1)].bw.d k = 1 para os membros onde mais de 50% da armadura de
tração é reduzida ao longo do vão; k = (1,6 - d) ≥ 1 nos
τrd = (0,25.fctk0,05)/ γc outros casos (d em metros)
fckU50MPa
Ver Tabela 2.16
EC2-92 f ctk 0 ,05 = 0,213 f 2
ρ1 = As1/(bw.d)
ck

γc =1,5 As1 = área da armadura de tração que se estende não me-


nos que (d+lb.net) além da seção considerada.
lb.net = comprimento de ancoragem

Unidades em N e mm

83
Tabela 2.15 - Valores de ρw,min e Vc segundo algumas normas (Continuação)
ρsw, min Vc Observações
0,2.f tk 0,51 0,33 f tn kv = 1,0 para vigas com estribos.
≥ Vc = (ftn + 100.ρ).bw.d.kv ≤ 0,66. .bw.d.kv f ck ≤ 94 MPa
NS
f ywk f ywk γc γc
Os valores de ftn são dados na ta-
ftk = 0,343.fck0,6 para fck ≤44 MPa d bela 2.17.
3473-92 1,0 ≤ kv = (1,5 - ) ≤ 1,4
0,6 1000
ftk = 0,3.(fck+11) para fck ≥ 44MPa

γc = 1,4
Quando V>0,5Vc ρw, min para fc > 69 MPa é a equação
Vc = φ.(0,167.bw.d f c )
para fc ≤ 69 MPa multiplicada por
ACI 0,345 fc/34,5. Esta armadura visa possibi-
para fc ≤ 69 MPa
f yw litar calcular Vc considerando fc >
φ = 0,85 69 MPa.
318-95 0,01.f c
para fc > 69 MPa, não
f yw
precisando ser maior que
1,035/fyw
Quando V>0,5Vc Vc = 0,2. φc.bw.d. f c fc ≤ 80 MPa.

CSA d ≤ 300 mm ou ρw ≥ ρw,min


A23.3-94 0,06. f c
260
f yw Vc = . φc.bw.d. f c ≥ 0,10. φc. f c .bw.d
1000 + d
d ≥ 300 mm ou ρw = 0 ou ρw < ρw,min
φc = 0,6

Unidades em N e mm
84
Tabela 2.15 - Valores de ρw,min e Vc segundo algumas normas (Continuação)
ρsw, min Vc* Observações
Vc = 0,12.ξ.bw.d. 3 100.ρ .f c k
0,08. f ck 200
EC2-2001 ξ =1 + fckU90MPa
f yw d

ρU2%

0,79 100A s
Vc = ξ3 bwd para fcu<25MPa
γm bwd
0,42
BS8110-97 onde 0,15<100As/bwd<3, γm=1,25 e ξ=(400/d)1/4>1, e
f yw 0,79 100A s f cu
Vc = ξ3 3 b w d para 40MPa>fcu>25MPa
γm bwd 25
fcu<100MPa
0,42
para f CU ≤ 40MPa mesmas equações da norma, só que fcu pode chegar até
BS8110rev. f yw
100MPa

0,42
(f )
CU
2
3
para 100MPa ≥ f CU > 40MPa
f yw

85
Tabela 2.16 - ρsw,min (%) segundo a EC2-92.
fywk
(MPa)
fck (MPa) 220 400 500
12 e 20 0,16 0,09 0,07
25 a 35 0,24 0,13 0,11
40 a 50 0,30 0,16 0,13

Tabela 2.17 - Valores de ftn da norma NS-3473/92.


fc (MPa) 20 28 36 44 54 64 74 84 94
ftn (MPa) 1,4 1,7 2,0 2,25 2,5 2,6 2,7 2,7 2,7

A figura 2.50 mostra o gráfico de ρsw,min em função de fc segundo essas normas,


para o caso de fyw = fyk = 500 MPa. Nota-se que a norma MC-90 é a que propõe maiores
valores de ρsw,min para fc > 40 MPa. Já para menores valores de fc observa-se que as
normas MC/90, NBR-6118-2001, NS-3473-92, e EC2-92 propõem valores de ρsw,min
que, em geral, não são muito diferentes. As normas ACI-318-99, (para fc < 69 MPa), a
CSA-A23.3-94 e BS 8110-97 são as que propõem menores valores de ρsw,min. A NBR-
6118-80 sugere os maiores valores de ρsw,min para valores mais baixos de fc.

A maioria dos trabalhos experimentais mencionados no item anterior analisou


ρsw,min proposta pela norma ACI-318, seja a ACI-318-83 ou a ACI-318-89. Em geral, os
valores de ρsw,min da ACI-318-89 (idênticos aos da ρsw,min da ACI-318-99 mostrados na
figura 2.50) mostraram-se adequados, pelo menos para fc > 69 MPa (vigas com fc = 67
MPa ensaiadas por YOON, COOK et al (1996) apresentaram adequada capacidade re-
sistente, mas com os estribos tendo tensões maiores que a de escoamento), o mesmo não
acontecendo com os da norma ACI-318-83 (valores da figura 2.50 para fc ≤ 69 MPa).
Segundo YOON, COOK et al (1996), os valores obtidos a partir da CSA-94 também
são apropriados para concretos de alta resistência. Por outro lado, os valores de ρsw, min
das duas normas considerados adequados para CAR são bem diferentes; para fc = 80
MPa a diferença é 49%.

86
0,25
ACI-318-99
0,20 CEB-FIP MC90
EC2-92
EC2-2001
ρsw, min (%)

0,15 BS8110-97
BS8110rev.
0,10 NS 3473-92
CSA A23.3-94
NBR 6118-01
0,05 NBR 6118-80

0,00
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
fc (MPa)

Figura 2.50 –Valores de ρsw,min de algumas normas em função de fc, com fyw = 500 MPa
e fc=0,85fcu (BS8110rev).

2.3.6- Considerações Gerais

Constatou-se que nem nos artigos sobre o assunto nem nas normas fica clara a
definição de armadura transversal mínima, e como as expressões para estimar essa ar-
madura foram derivadas. Verificou-se que as expressões propostas para determinar a
taxa de armadura transversal mínima levam a valores significativamente diferentes e
que algumas não incluem como parâmetro a resistência do concreto. A diferença entre
as taxas dadas por essas expressões tende a ser maior para concretos de maior resistên-
cia.

Com relação aos estudos experimentais, observou-se que:

• há carência de estudos experimentais sistemáticos sobre armadura transversal míni-


ma que validem as fórmulas teórico-experimentais apresentadas no item 2.3.3, e/ou
que fundamentem a proposta de outras adequadas para a determinação dessa arma-

87
dura. As fórmulas do item 2.3.3 consideram a possibilidade de haver protensão, as-
pecto não abordado na literatura;
• há necessidade de esclarecer a influência de alguns parâmetros como resistência do
concreto e taxa de armadura longitudinal na taxa de armadura transversal mínima;
• há falta de um critério unificado para a definição da taxa de armadura transversal
mínima nas vigas ensaiadas.

Com base nessas constatações, foi planejado o programa experimental deste tra-
balho, que visou preencher algumas das lacunas existentes.

88
CAPÍTULO 3

PROGRAMA EXPERIMENTAL

3.1- INTRODUÇÃO

Objetivando obter mais informações sobre o comportamento de vigas com baixa


taxa de armadura transversal e propor método racional de definir a armadura transversal
mínima de vigas de concreto de diferentes resistências, foram feitos ensaios de vigas de
concreto de baixa e alta resistência, onde se variaram as taxas de armaduras transversal
e longitudinal.

Foram ensaiadas catorze vigas, divididas em dois grupos: o primeiro formado


pelas vigas 1R, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 e o segundo pelas vigas 8R, 9, 10, 11, 12, 13 e 14.

O primeiro grupo englobou vigas de concreto de alta resistência, com relação a/d
em torno de 3,0. Todas as vigas tinham seção transversal retangular, foram
simplesmente apoiadas e carregadas com duas cargas simétricas.

Os principais parâmetros analisados foram: flechas; rotação nos apoios;


deformação do concreto e das armaduras internas longitudinal e transversal; cortante de
fissuração; cortante de escoamento da armadura transversal; abertura de fissura e carga
de ruptura.

3.2- MATERIAIS DAS VIGAS

3.2.1- Concreto

Para as vigas do primeiro grupo, o traço do concreto utilizado para as vigas (1R,
2 e 3) foi 1 : 1,04 : 2,09 (cimento : areia : agregado graúdo) e a relação água-cimento foi
de 0,38. Para as vigas (4, 5, 6 e 7) o traço foi 1 : 0,94 : 1,89 (cimento : areia : agregado
graúdo), com relação a/c de 0,38. Todas as vigas tinham fator água/material cimentício

89
de 0,34, 1% de superplastificante e 10% de sílica ativa em relação à massa de cimento.
O abatimento do tronco de cone foi de 90 mm.

Foram usados dois traços nesse grupo devido à utilização de dois tipos de
cimento, CPV ARI PLUS nas vigas 1, 2 e 3 e CPV ARI RS nas vigas 4, 5, 6 e 7. A
dosagem de cada traço foi feita visando obter resistência semelhante para o concreto de
todas as vigas desse grupo.

Para as vigas do segundo grupo (8R, 9, 10, 11, 12, 13 e 14) foi utilizado o traço
de 1 : 2,25 : 3,25 (cimento : areia : agregado graúdo), e relação água-cimento de 0,58. O
abatimento do tronco de cone foi de 80mm.

O cimento empregado no preparo do concreto das vigas 1R, 2 e 3 foi CPV ARI
PLUS e das vigas 4, 5, 6 e 7 foi CPV ARI RS. A areia era de rio lavada e o agregado
graúdo era de traquito britado com dimensão máxima de 19 mm. Nas vigas 1R, 2 e 3
usou-se sílica ativa em pó (SILMIX) e nas vigas 4, 5, 6 e 7 sílica ativa em forma pastosa
(Sikacrete 950) (50% de sílica ativa). Em todas as vigas o superplastificamente utilizado
foi o Sikament 320.

Para as vigas do segundo grupo (8R, 9, 10, 11, 12, 13 e 14) o cimento
empregado foi CPII F-32, a areia era de rio lavada e o agregado graúdo era de gnaisse
com dimensão máxima de 19mm.

A quantidades de materiais usados por m3 de concreto estão na tabela 3.1.

Tabela 3.1- Quantidade de material empregado por m3 de concreto nas vigas ensaiadas.
Primeiro Grupo Segundo Grupo
Material (Vigas 1R, 2 e 3) (Vigas 4, 5, 6 e 7) (Vigas 8R, 9, 10, 11, 12, 13 e
14)
Quantidades (kg)
Cimento 500 550 329
Areia 520 520 740
Brita (19 mm) 1043 1043 1069
Sílica ativa 50 55 -
Superplastificante 4,17 4,59 -
Água 190 154 191

90
Para cada uma das vigas ensaiadas foram moldados corpos de prova cilíndricos,
conforme a norma da ABNT NBR-5738 (1993). Após 24 horas, os corpos de prova
foram desformados e imersos em tanque com água saturada de cal por sete dias, sendo
então mantidos sob as condições ambientais do laboratório.

Na data de ensaio de cada viga, foram executados os ensaios de resistência à


compressão e à tração (compressão diametral) dos corpos de prova, na prensa AMSLER
com capacidade de 1000kN do Laboratório de Estruturas, conforme as normas ABNT
NBR-5739 (1994) e ANBT NBR-7222 (1994), respectivamente. Os valores médios de
resistência do concreto à compressão e à tração são mostrados na tabela 3.2.

Tabela 3.2- Resultados dos ensaios de resistências do concreto à compressão e à tração.


Quantidade de
Idade Quantidade de corpos de prova fcm fct,sp
Vigas corpos de prova
(dias) (MPa) (MPa)
150mmx300mm 100mmx200mm 150mmx300mm
1R 51 3 4 70,2 5 3,24
7 70 -
16 67,1 18 4,53
6 70 -
5 84 - 15 71,3 15 4,26
3 58 - 5 71,3 5 4,03
4 84 - 15 71,3 15 4,26
2 65 - 7 70,3 3 4,27
8R 161 10 - 32,0 8 2,01
14 111 4 - 42,6 4 2,23
13 127 -
7 37,3 6 2,13
12 127 -
11 143 -
8 37,5 6 2,00
10 143 -
9 161 10 - 32,0 8 2,01

3.2.2- Aço das Armaduras Longitudinal e Transversal

O aço empregado para a armadura longitudinal foi CA-50 e os diâmetros das


barras usadas foram de 20 mm (vigas 1R, 2, 3, 4, 5, 6 e 7) e 16mm (vigas 8R, 9, 10, 11,
12, 13 e 14) na zona de tração e de 8 mm na zona de compressão.

A armadura transversal foi confeccionada com barras de CA-25 com diâmetro


de 6,3 mm para as vigas 2 e 3. Na viga 1R (viga de referência) esta armadura só foi
colocada armadura na zona de flexão pura.

91
A armadura transversal das vigas 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11, 12, 13 e 14 foi
confeccionada com barras de 3,4 mm de diâmetro (CA-60). Na viga 8R (viga de
referência) só foi colocada armadura na zona de flexão pura, com diâmetro de 3,4 mm.

As amostras dos aços empregados foram ensaiadas à tração na prensa AMSLER


com capacidade de 1000kN do Laboratório de Mecânica dos Solos do IME, exceto as
da armadura transversal das vigas 8R, 9, 10, 11, 12, 13 e 14 que foram ensaiadas no
Laboratório de Estruturas da COPPE, conforme a norma da ABNT NBR-6152 (1980).
Os resultados obtidos encontram-se na tabela 3.3, e nas figuras 3.1 a 3.6.

Tabela 3.3- Resultados dos ensaios de tração das barras de aço.


φ(mm) φef (mm) fy(MPa) fsu(MPa) εsy(%o) εsy* (%o)
3,4(*) 3,4 760 840 5,75 3,8
3,4(**) 3,4 710 837 5,50 3,4
6,3 6,3 390 526 2,25 2,25
8,0 7,9 570 744 4,60 2,8
20,0 20,2 546 659 3,37 3,37
16,0 16,0 520 857 2,40 2,40
(*)-armadura transversal usada nas vigas 4, 5, 6 e 7
(**)-armadura transversal usada nas vigas 8R, 9, 10, 11, 12, 13 e 14
εsy*: deformação de escoamento correspondente a diagrama tensão x deformação bilinear.

900

800

700

600
fy=760MPa
σ(MPa)

500 εsy=5,75%0
400 εsy*=3,8%o

300 fsu =840MPa


εsu =28,1%0 (após rotura)
200

100

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
ε(%0)

Figura 3.1- Diagrama tensão x deformação da barra lisa de 3,4mm de diâmetro das
vigas 4, 5, 6 e 7.
92
800

700

600
fy=710MPa
500
εsy=5,5%0
εsy*=3,4%o
σ(MPa)

400 fsu =837MPa


εsu =28%0 (após rotura)
300

200

100

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
ε(%0)

Figura 3.2- Diagrama tensão x deformação da barra lisa de 3,4mm de diâmetro das
vigas 8R, 9, 10, 11, 12, 13 e 14.

800

700

600

500
(MPa)

400
fy=390M Pa
300 εsy=2,25%0
*
εsy =2,25%o
200 fsu =526M Pa
εsu =112%0 (após rotura)
100

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
ε(% 0)

Figura 3.3- Diagrama tensão x deformação da barra nervurada de 6,3mm de diâmetro.

93
800

700

600

500
σ(MPa)

fy=570MPa
400 εsy=4,6%0
*
εsy =2,8%0
300
fsu =744MPa

200 εsu =84%0 (após rotura)

100

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

ε(%0)
Figura 3.4- Diagrama tensão x deformação da barra nervurada de 8mm de diâmetro.

900

800

700

600

500
(MPa)

400
f sy =520MPa
300 εsy =2,4%0
f su=857MPa
200 εsu=84%0 (após rotura)

100

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
ε(% 0)

Figura 3.5- Diagrama tensão x deformação da barra nervurada de 16mm de diâmetro.

94
800

700

600

500 fy=546MPa
σ(MPa)

εsy =3,37%0
400 *
εsy =3,37%o
fsu =658,9MPa
300
εsu =89,9%0 (após rotura)
200

100

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
ε (%0)

Figura 3.6- Diagrama tensão x deformação da barra nervurada de 20mm de diâmetro.

3.3- DESCRIÇÃO DAS VIGAS

3.3.1- Características Geométricas e Estruturais

Todas as vigas eram biapoiadas, possuíam seção transversal retangular de 150


mm x 450 mm e comprimento total de 4500 mm. Os apoios, distando 4000 mm entre si,
eram do 1o e 2o gêneros. O carregamento (ver figura 3.7) consistiu em duas cargas
concentradas distando 1200 mm (vigas 1R, 2, 3, 4, 5, 6 e 7) e 1300 mm (vigas 8R, 9, 10,
11, 12, 13 e 14) de cada apoio, o valor de d era 403 mm (vigas 1R, 2 e 3), 406 mm
(vigas 4, 5, 6 e 7), 413 mm (vigas 8R, 9, 10, 11, 12 e 13) e 424 mm (viga 14).

As figuras 3.7 e 3.8 mostram o esquema de ensaio e os diagramas de esforços


solicitantes.

95
As características geométricas e o detalhamento das armaduras transversal e
longitudinal das vigas ensaiadas são mostradas nas figuras 3.9 a 3.12 e outros dados são
fornecidos na tabela 3.4.

Mostra-se na figura 3.13 a variação de ρsw, minfyw em função de fc segundo


normas que abrangem concretos com maior resistência (ver tabela 2.16) e as equações
2.94, 2.95, 2.101 e 2.102, e também os valores de ρswfyw das vigas ensaiadas. Observa-
se que três das vigas ensaiadas possuem valores de ρswfyw maiores que os ρsw, minfyw

recomendados (vigas 2, 4 e 9). As demais vigas têm valores de ρswfyw dentro da faixa
limitada pelos menores e maiores valores propostos pelas normas.

Figura 3.7- Esquema de ensaio.

96
Figura 3.8- Dimensões e diagramas de esforços solicitantes das vigas.

97
φ

2φ8

5φ20

Figura 3.9- Detalhamento das armaduras longitudinal e transversal da viga 1R.

φ(m m )
2φ8

5 φ20

Figura 3.10- Detalhamento das armaduras longitudinal e transversal das vigas 2, 3, 4, 5,


6 e 7.

98
φ

2φ8

6φ16

Figura 3.11- Detalhamento das armaduras longitudinal e transversal da viga 8R.

φ
φ

Vigas φ(mm) s(mm)


2φ8 2φ8 14 3,4 240
13 3,4 240
12 3,4 210
11 3,4 180
10 3,4 150
6φ16 3φ16
9 3,4 120

Figura 3.12- Detalhamento das armaduras longitudinal e transversal das vigas 9, 10, 11,
12, 13 e 14.

99
ACI-318-99
1,2 CEB-FIP MC90
NS 3473-92
CSA A23.3-94
1,0 Eq. (2.101)
Eq. (2.102)
Eq. (2.99)
ρsw, min fyw(MPa)
0,8 Eq. (2.93)
EC2-2001
0,6 BS8110rev.
Viga 7
Viga 6
0,4 Viga 5
Viga 3
Viga 4
0,2 Viga 2
Viga 14
0,0 Viga 13
Viga 12
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Viga 11
Viga10
fc(MPa) Viga 9

Figura 3.13- Valores de ρsw, minfyw recomendados e valores de ρswfyw das vigas ensaiadas.

Tabela 3.4- Características das vigas ensaiadas.


ρswfyw /ρswfyw requerida
(%)
fc ρsw ρswfyw s
Vigas (MPa) (%) (MPa) (mm) NS- CSA EC2-
3473/92 ACI-318/99 MC/90 A23.3-94 BS8110rev 2001
1R 70,2 - - - - - - - - -
7 67,1 0,060 0,460 200 56 139 48 94 68 69
6 67,1 0,076 0,575 160 70 174 60 117 87 88
5 71,3 0,100 0,767 120 91 108 76 151 116 117
3 71,3 0,219 0,853 190 101 120 85 168 124 126
4 71,3 0,151 1,150 80 136 161 115 227 168 170
2 70,3 0,297 1,158 140 138 165 117 230 171 172
8R 32,0 - - - - - - - - -
14 42,6 0,050 0,358 240 59 108 55 98 73 68
13 37,3 0,050 0,358 240 59 108 55 98 73 80
12 37,3 0,058 0,409 210 68 124 62 112 84 92
11 37,5 0,067 0,477 180 79 144 73 129 106 97
10 37,5 0,081 0,573 150 95 174 87 156 128 117
9 32,0 0,101 0,716 120 130 216 121 211 170 158
a/d =3 e As/bwd=2,6% (vigas 1R, 2, 3, 4, 5, 6 e 7);
a/d=3,14 e As/bwd=1,95% (vigas 8R, 9, 10, 11, 12 e 13);
a/d=3,06 e As/bwd=0,97% (viga 14)

3.3.2- Capacidades Resistentes Teóricas das Vigas

As vigas foram dimensionadas de forma a apresentarem ruptura por cortante.

3.3.2.1- Resistência à Flexão

Adotando-se o diagrama retangular simplificado para a distribuição das tensões


de compressão do concreto, de acordo com a NBR6118 (2001), e coeficientes de

100
segurança unitários, chegou-se aos valores de cargas de ruptura por flexão mostrados na
tabela 3.5.

Tabela 3.5- Cargas de ruptura por flexão das vigas ensaiadas.


d fcm ρ z Vu(flexão)
Vigas
(mm) (MPa) (%) (mm) (kN)
1R 403 70,2 360
7 406 67,1
6 406 67,1
5 406 71,3 365
3 403 71,3 362
2,60
4 406 71,3 365 254
2 403 70,3 362
8R 413 32,0 1,95 372 162
14 424 42,6 0,97 382 95
13 413 37,3 168
12 413 37,3 167
11 413 37,5 167
10 413 37,5 167
1,95 372
9 413 32,0 162

3.3.2.2- Resistência ao Cortante

Para o cálculo do esforço cortante resistente usou-se o método proposto no CEB-


FIP MC90, que é um dos que fornece resultados mais próximos dos reais (GARCIA
2000), SHEHATA et al (1999) para o caso de vigas sem armadura transversal.

Segundo esta norma, o esforço cortante correspondente à fissuração diagonal


crítica de vigas esbeltas (a/d>3) é dado pela seguinte equação, onde está embutido um
coeficiente de segurança de 1,5:

Vc = 0,12(3 100 ρf ck ) (1 + 200 / d )b w d (3.1)


Entretanto, para os casos em que 50,0MPa<fck≤100,0MPa, no boletim CEB no
228 é sugerido que a equação (3.1) seja substituída por:

Vc = (1,1 − f ck / 500)0,12(3 100 ρf ck ) (1 + 200 / d )b w d (3.2)

De acordo com a norma CEB-FIP MC90, as vigas com armadura transversal têm
a força cortante resistente determinada por meio do modelo de treliça:

101
Vu = Vs = (A sw f ywd / s)z co t θ (3.3)

com 18,4o θ 45,0o (1 cotθ 3), fywd= fywk/1,15 e z=0,9d

A tabela 3.6 mostra os valores de resistências ao esforço cortante teóricas das


vigas (equação 3.2 para a viga 1R, equação 3.1 para a viga 8R e equação 3.3 para as
demais vigas. Foi considerado o valor de θ=18,40 para as vigas com armadura
transversal, valor de θ mínimo segundo essa norma e que, de acordo análise de BRUNO
(2001), pode ser o admitido para a faixa de taxas de armadura transversal usadas.

Tabela 3.6- Valores de resistência ao cortante teórica das vigas.


fcm s d Asw fyw z Vu
Vigas
(MPa) (mm) (mm) (mm2) (MPa) (mm) (kN)
1R 70,2 - 403 - - 362 105,0
7 67,1 200 103,8(*)
6 67,1 160 406 18,2 760 365 103,8(*)
5 71,3 120 126,5
3 71,3 190 403 62,3 390 362 139,2
4 71,3 80 406 18,2 760 365 189,7
2 70,3 140 403 62,3 390 362 188,8
8R 32,0 - 413 372 74,9
14 42,6 240 424 382 66,7(*)
13 37,3 240 78,8(*)
12 37,3 210 18,2 710 78,8(*)
11 37,5 180 413 372 80,3
10 37,5 150 96,3
9 32,0 120 120,4
(*) como Vs<Vc, Vu=Vc

3.4- EXECUÇÃO DAS VIGAS

Para o preparo do concreto, utilizou-se uma betoneira de 320 l de capacidade,


observando-se o tempo necessário para homogeneização dos materiais.

O adensamento do concreto foi realizado durante e imediatamente após o seu


lançamento manual, com o uso de vibradores de imersão com diâmetro de agulha de 25
mm.

Após sete dias de cura empregando-se mantas umedecidas, houve a retirada da


fôrma da viga, que permaneceu, como os respectivos corpos de prova de concreto, em
condições ambientais do laboratório até a data do ensaio.
102
3.5- INSTRUMENTAÇÃO

Para medição de deformações específicas nas armaduras, utilizaram-se


extensômetros elétricos de resistência com base de medição de 5 mm.

Uma das barras da armadura longitudinal de tração das 14 vigas foi


instrumentada na seção do meio do vão. Da armadura transversal, foram instrumentados
6 estribos (A, B, C, D, E e F) no vão de cisalhamento, como mostra a figura 3.14. Em
cada local instrumentado foram sempre colocados dois extensômetros em posições
diametralmente opostas.

As deformações do concreto foram medidas utilizando extensômetro mecânico


com base de medição de 100 mm e precisão de 0,001 mm. A figura 3.15 mostra a
posição das bases de medição fixadas na seção do meio do vão e nos vãos de
cisalhamento. Nas vigas 1R, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 só foram medidas as deformações na seção
do meio do vão.

Os deflectômetros elétricos utilizados para a medição dos deslocamentos


verticais das vigas foram posicionados no meio do vão e numa seção de aplicação de
carga (ver figura 3.16).

Utilizou-se uma lupa associada a uma escala graduada com precisão de 0,1 mm
para a medição de aberturas de fissuras.

Para a medição das rotações em cada apoio, foram utilizados clinômetros com
precisão de 1”(figura 3.17).

103
Figura 3.14- Detalhes da instrumentação interna das vigas.

Figura 3.15- Localização das placas de cobre para medição das deformações do concreto com
extensômetro mecânico.

104
CL

Figura 3.16- Localização dos deflectômetros elétricos para medição dos deslocamentos verticais.

LE LD

Figura 3.17- Localização dos clinômetros.

3.6- MONTAGEM E EXECUÇÃO DOS ENSAIOS

Após serem posicionadas segundo o esquema da figura 3.7, as vigas tiveram as placas de
cobre para medição das deformações do concreto coladas e foram pintadas com cal a fim de
facilitar a visualização e a marcação das fissuras.

Tendo sido a fiação dos extensômetros e deflectômetros elétricos conectados a um


sistema de aquisição de dados e os macacos hidráulicos de capacidade 500kN ligados ao sistema
de controle de carga e deslocamento MTS, pôde-se dar início aos ensaios das vigas.

A aplicação da carga foi com incrementos de 10kN nas vigas 1R, 2 e 3, até se alcançar a
ruptura. Nas vigas 4, 5, 6 e 7, o incremento de carga até a fissuração diagonal foi de 20kN, e
depois de 10kN até a ruptura. Nas vigas 8R, 9, 10, 11, 12, 13 e 14, o aumento de carga desde o
início até a ruptura foi de 10kN. Após cada incremento de carga, foram feitas medições de
deslocamentos e deformações, marcadas as fissuras e medidas as aberturas das primeiras fissuras

105
que apareceram em ambos vãos de cortante, e da fissura na região de flexão pura com maior
abertura.

3.7- RESULTADOS DOS ENSAIOS

Os resultados de todas as medições feitas encontram-se nas tabelas A.1 a A.26 do Anexo
A. Os gráficos traçados a partir destes resultados são mostrados a seguir.

3.7.1- Cargas de Fissuração Diagonal e Modos de Ruptura

As forças cortantes e modos de ruptura das vigas encontram-se na tabela 3.7, assim como
os valores das forças cortantes de fissuração diagonal.

Fotos das vigas, após sua ruptura, podem ser vistas no anexo C.

O valor da força cortante de fissuração das vigas do primeiro grupo foi considerado como
sendo a mesma da viga de referência (1R). Para esta carga, próxima da de ruptura da viga com
menor taxa de armadura, foi observada mudança de comportamento em gráficos de carga-
rotação e carga-deformação nos estribos.

O valor do cortante de fissuração diagonal da viga 14 foi diferente do das demais vigas
do segundo grupo, pois ela teve a metade da armadura longitudinal das outras.

3.7.2- Deslocamentos Verticais

Os valores dos deslocamentos verticais observados no meio do vão das vigas ensaiadas
são apresentados nas figuras 3.18 a 3.31. Os deslocamentos verticais na seção de aplicação de
carga não diferiram muito dos do meio do vão.

3.7.3- Rotações

Os diagramas carga x rotação nos apoios são mostrados nas figuras 3.32 a 3.45.
Considerou-se para rotação a média das rotações medidas nos dois apoios.

106
Tabela 3.7- Dados e resultados das vigas ensaiadas.
fc fct,sp ρs s φ ρswfyw ρswfsu Vu, t Vu, f Vu Vcr Vy Vy,l
Vigas Modo de Ruptura
(MPa) (MPa) (%) (mm) (mm) (MPa) (MPa) (kN) (kN) (kN) (KN) (kN) (kN)

1R 70,2 3,24 - - - - 105 254 133 110 - - Tração diagonal


Tração diagonal, com ruptura da armadura transversal
7 67,1 4,53 200 3,4 0,460 0,50 104 254 108,5 108,5 + -
Tração diagonal, com ruptura da armadura transversal
6 67,1 4,53 160 3,4 0,575 0,64 104 254 185 110 116 -
Tração diagonal, com ruptura da armadura transversal
5 71,3 4,26 2,6 120 3,4 0,767 0,84 127 254 202,5 110 150 -
Tração diagonal, com escoamento da armadura
3 71,3 4,03 190 6,3 0,853 1,15 139 254 285 110 123 250 longitudinal e ruptura dos estribos
Tração diagonal, com ruptura da armadura transversal
4 71,3 4,26 80 3,4 1,150 1,27 190 254 240 110 220 -
Escoamento da armadura transversal, com posterior
2 70,3 4,27 140 6,3 1,158 1,56 189 254 272 110 148 247 escoamento da armadura longitudinal e esmagamento
do concreto na zona de compressão
8R 32,0 2,01 1,95 - - - - 75 162 90 80 - - Tração diagonal

14 42,6 2,23 0,97 240 3,4 0,358 0,42 60 60 + - Tração diagonal, com ruptura da armadura transversal
67 95

13 37,3 2,13 240 3,4 0,358 0,42 90 80 + - Tração diagonal, com ruptura da armadura transversal
79 168

12 37,3 2,13 210 3,4 0,409 0,48 80 80 + - Tração diagonal, com ruptura da armadura transversal
79 167

11 37,5 2,00 180 3,4 0,477 0,56 115 80 108 - Tração diagonal, com ruptura da armadura transversal
80 167

1,95 Escoamento da armadura transversal com posterior


10 37,5 2,00 150 3,4 0,573 0,68 96 167 168 80 138 140 escoamento da armadura longitudinal e esmagamento
do concreto na zona de compressão
Tração diagonal, com escoamento da armadura
9 32,0 2,01 120 3,4 0,716 0,84 120 152 127 80 120 125 longitudinal e ruptura dos estribos
(+) escoamento e ruptura praticamente simultâneos
(Vy,l) valor de cortante para o qual acontece o escoamento da armadura longitudinal
(Vu,f) valor de cortante correspondente à flexão última teórica;
(Vu,t) valor de cortante último teórico.

107
300 300 Vu

250 250

200 200
Carga (kN)

Carga (kN)
Vu
150 150

100 100

50 50
∆u ∆u
0 0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36
Deslocamento Vertical (mm) Deslocamento Vertical (mm)

Figura 3.18- Diagrama carga x deslocamento vertical no meio do vão da Viga 1R. Figura 3.19- Diagrama carga x deslocamento vertical no meio do vão da Viga 2.

300 300
Vu
Vu
250 250

200 200

Carga (kN)
Carga (kN)

150 150

100 100

50 50
∆u
∆u
0 0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36
Deslocamento vertical (mm) Deslocamento Vertical (mm)

Figura 3.20- Diagrama carga x deslocamento vertical no meio do vão da Viga 3. Figura 3.21- Diagrama carga x deslocamento vertical no meio do vão da Viga 4.

108
300 300
250 250
Vu Vu
200 200

Carga (kN)
Carga (kN)
150 150

100 100

50 50 ∆u
∆u 0
0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36
Deslocamento Vertical(mm)
Deslocamento Vertical (mm)
Figura 3.22- Diagrama carga x deslocamento vertical no meio do vão da Viga 5. Figura 3.23- Diagrama carga x deslocamento vertical no meio do vão da Viga 6.

200
300

250 150

Carga (kN)
200
Carga (kN)

100
150 Vu
Vu
100 50
50
∆u ∆u
0
0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36
Deslocamento Vertical(mm)
Deslocamento Vertical (mm)

Figura 3.24- Diagrama carga x deslocamento vertical no meio do vão da Viga 7. Figura 3.25- Diagrama carga x deslocamento vertical no meio do vão da Viga 8R.

109
200 200

150 Vu 150 Vu

Carga (kN)
Carga (kN)
100 100

50 50
∆u ∆u
0 0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36
Deslocamento Vertical (mm) Deslocamento Vertical (mm)

Figura 3.26- Diagrama carga x deslocamento vertical no meio do vão da Viga 9. Figura 3.27- Diagrama carga x deslocamento vertical no meio do vão da Viga 10.

200 200

150 150
Vu
Carga (kN)

Carga (kN)
100 100 Vu

50 50
∆u
∆u
0 0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36
Deslocamento Vertical (mm) Deslocamento Vertical (mm)

Figura 3.28- Diagrama carga x deslocamento vertical no meio do vão da Viga 11. Figura 3.29- Diagrama carga x deslocamento vertical no meio do vão da Viga 12.

110
200
200

150 150

Carga (kN)
Carga (kN) 100 Vu 100 Vu

50 50
∆u
∆u
0 0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36
Deslocamento Vertical (mm) Deslocamento Vertical (mm)

Figura 3.30- Diagrama carga x flecha no meio do vão da Viga 13.


Figura 3.31- Diagrama carga x flecha no meio do vão da Viga 14.

300 300
250 250
200 200
Carga (kN)

Carga (kN)
150 150
100 100
50 50
0 0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0 0,005 0,01 0,015 0,02
Rotação (rad) Rotação (rad)

Figura 3.32- Diagrama carga x rotação da Viga 1R. Figura 3.33- Diagrama carga x rotação da Viga 2.

111
300 300
250 250
200

Carga (kN)
200

Carga (kN)
150 150
100 100
50 50
0 0
0 0,005 0,01 0,015 0,02
0 0,005 0,01 0,015 0,02
Rotação (rad)
Rotação (rad)

Figura 3.34- Diagrama carga x rotação da Viga 3.


Figura 3.35- Diagrama carga x rotação da Viga 4.

300 300
250 250
200 200

Carga (kN)
Carga (kN)

150 150
100 100
50 50

0 0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0 0,005 0,01 0,015 0,02
Rotação (rad)
Rotação (rad)

Figura 3.36- Diagrama carga x rotação da Viga 5.


Figura 3.37- Diagrama carga x rotação da Viga 6.

112
300 200

250
150
200

Carga (kN)
Carga (kN) 100
150

100
50
50

0
0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0 0,005 0,01 0,015 0,02

Rotação (rad) Rotação (rad)

Figura 3.38- Diagrama carga x rotação da Viga 7. Figura 3.39- Diagrama carga x rotação da Viga 8R.

200 200

150 150

Carga (kN)
Carga (kN)

100 100

50 50

0
0
0 0,005 0,01 0,015 0,02
0 0,005 0,01 0,015 0,02
Rotação (rad) Rotação (rad)

Figura 3.40- Diagrama carga x rotação da Viga 9. Figura 3.41- Diagrama carga x rotação da Viga 10.

113
200 200

150 150

Carga (kN)
Carga (kN)
100 100

50 50

0 0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0 0,005 0,01 0,015 0,02
Rotação (rad) Rotação (rad)

Figura 3.42- Diagrama carga x rotação da Viga 11. Figura 3.43- Diagrama carga x rotação da Viga 12.

200 200

150 150

Carga (kN)
Carga (kN)

100 100

50
50
0
0
0 0.005 0.01 0.015 0.02
0 0.005 0.01 0.015 0.02
Rotação (rad) Rotação (rad)

Figura 3.44- Diagrama carga x rotação da Viga 13. Figura 3.45- Diagrama carga x rotação da Viga 14.

114
3.7.4- Deformação Específica das Armaduras

3.7.4.1- Deformação Específica da Armadura Longitudinal

Os valores de deformação específica da armadura longitudinal de tração na


seção do meio do vão são apresentados nas figuras 3.46 a 3.47. Nelas pode-se
determinar, para as vigas onde isto ocorreu, os valores das forças cortantes
correspondentes ao início do escoamento da armadura longitudinal (Vy,l). Esses valores
encontram-se na tabela 3.7.

3.7.4.2- Deformação Específica da Armadura Transversal

Os diagramas carga x deformação dos estribos são mostrados nas figuras 3.48 a
3.59. Neles são assinalados os valores de εsy* e do cortante último. Como não se tem os
valores das deformações para a carga de ruptura, para alguns estribos, embora não se
tenha medido deformação maior ou igual a εsy*, pode-se concluir, a partir da tendência
mostrada por sua curva, que houve escoamento. Este é o caso da viga 2 (estribos A, C,
D e E), viga 10 (estribos B e F) e viga 9 (estribos A e B).

A partir desses gráficos foram determinados os valores das forças cortantes


correspondentes ao início do escoamento da armadura transversal (Vy), que constam na
tabela 3.7.

115
300
Viga 1R
250
200

Carga (kN)
Vu
150
100
*
εsy
50
0
0 1 2 3 4 5 6 7
Deformação(%0)
300 300
Viga 7 Viga 6
250 250
Vu
200 200
150 Vu 150
100 * 100
εsy
50 50 *
εsy
0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7

300 300
250 Viga 4 250 Vu
Viga 3
200 Vu 200
150 150
100 100
50 εsy* 50 *
εsy
0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7

300 300
Viga 2 Viga 5
250 Vu 250 Vu
200 200
150 150
100 100
εsy*
50 50
εsy*
0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7

Figura 3.46- Diagramas carga x deformação da armadura longitudinal de tração das vigas
do primeiro grupo.

116
200
Viga 8R
150

Carga (kN)
Vu
100

50 *
εsy

0
0 1 2 3 4 5 6 7
Deformação(%0)

200 200
Viga 14 Viga 13
150 150
Vu
100 100
Vu

50 50
εsy* εsy*
0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7

200 200
Viga 12 Viga 11
150 150 Vu

100 Vu 100

50 * 50
εsy *
εsy

0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7

200 200
Vu
Viga 9
Vu
150 150
Viga 10
100 100

50 50
εsy* εsy*
0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 0 1 2 3 4 5 6 7

Figura 3.47- Diagramas carga x deformação da armadura longitudinal de tração das vigas
do segundo grupo.

117
300

250 Vu
200
Carga (kN)

150

100

50 εsy*

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deformação (%0)
F E D C B A

Figura 3.48- Diagrama carga x deformação dos estribos da Viga 2.

300
Vu
250

200
Carga (kN)

150

100

50 εsy*

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deformação (%0)

F E D C B A

Figura 3.49- Diagrama carga x deformação dos estribos da Viga 3.

118
300
Vu
250

200
Carga (kN)

150

100

50 εsy*
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Deformação(%o)

F E D C B A
Figura 3.50- Diagrama carga x deformação dos estribos da Viga 4.

300

250
Vu
200
Carga (kN)

150

100

50
*
εsy
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deformação (%o)

E D C F B A
Figura 3.51- Diagrama carga x deformação dos estribos da Viga 5.

119
300

250
Vu
200
Carga (kN)

150

100

50
*
ε sy
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deformação (%o )

E D C F B A

Figura 3.52- Diagrama carga x deformação dos estribos da Viga 6.

300

250

200
Carga (kN)

150 Vu

100

50 *
ε sy
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deformação (%o )

E D C F B A

Figura 3.53- Diagrama carga x deformação dos estribos da Viga 7.

120
300

250

200
Carga (kN)

150 Vu

100

50 εsy*

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deformação (%o)

F E D C B A

Figura 3.54- Diagrama carga x deformação dos estribos da Viga 9.

300

250

200 Vu
Carga (kN)

150

100

50 *
εsy
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deformação (%o)

F E D C B A

Figura 3.55- Diagrama carga x deformação dos estribos da Viga 10.

121
300

250

200
Carga (kN)

150 Vu

100

50
εsy*
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deformação (%o)
F E D C B A

Figura 3.56- Diagrama carga x deformação dos estribos da Viga 11.

300

250

200
Carga (kN)

150

100 Vu

50
εsy*
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deformação (%o)
F E D C B A

Figura 3.57- Diagrama carga x deformação dos estribos da Viga 12.

122
300

250

200
Carga (kN)

150
Vu
100

50
εsy*
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deformação (%o)

F E D C B A

Figura 3.58- Diagrama carga x deformação dos estribos da Viga 13.

300

250

200
Carga (kN)

150

100 Vu

50
*
εsy
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deformação (%o)

F E D C B A

Figura 3.59- Diagrama carga x deformação dos estribos da Viga 14.

123
3.7.5- Fissuração

São mostrados nas figuras 3.60 a 3.73 os padrões de fissuração obtidos para as
vigas ensaiadas, enquanto as figuras 3.74 a 3.85 apresentam os diagramas carga x
abertura de fissura das vigas. Os numerais constantes das figuras 3.60 a 3.73
correspondem ao valor das cargas, em 10-1kN, sob as quais se desenvolveram as
fissuras.

Figura 3.60- Fissuração da Viga 1R.

Figura 3.61- Fissuração da Viga 2.

Figura 3.62- Fissuração da Viga 3.

124
Figura 3.63- Fissuração da Viga 4.

Figura 3.64- Fissuração da Viga 5.

Figura 3.65- Fissuração da Viga 6.

Figura 3.66- Fissuração da Viga 7.

125
Figura 3.67- Fissuração da Viga 8R.

Figura 3.68- Fissuração da Viga 9.

Figura 3.69- Fissuração da Viga 10.

Figura 3.70- Fissuração da Viga 11.

126
Figura 3.71- Fissuração da Viga 12.

Figura 3.72- Fissuração da Viga 13.

Figura 3.73- Fissuração da Viga 14.

127
250

200
Carga (kN)

150

100

50

0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6
Abertura de Fissuras (mm)
Fissura 1 Fissura 3 Fissura 2

Figura 3.74- Diagrama carga x abertura de fissuras na Viga 1R (Vu=133kN).

250

200

150
Carga(kN)

100

50

0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6
Abertura de Fissuras(mm)
Fissura 1 Fissura 2

Figura 3.75- Diagrama carga x abertura de fissuras na Viga 2 (Vu=272kN).


128
250

200
Carga(kN)

150

100

50

0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6
Abertura de Fissuras(mm)

Fissura 2 Fissura 1 Fissura 4 Fissura 3

Figura 3.76- Diagrama carga x abertura de fissuras na Viga 3 (Vu=285kN).

250

200

150
Carga (kN)

100

50

0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6
Abertura de Fissuras(mm)
Fissura 1 Fissura 2 Fissura 3 Fissura 4

Figura 3.77 - Diagrama carga x abertura de fissuras na Viga 4 (Vu=240kN).

129
250

200
Carga (kN)

150

100

50

0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6
Abertura de Fissura(mm)
Fissura 1 Fissura 2 Fissura 3 Fissura 4

Figura 3.78- Diagrama carga x abertura de fissuras na Viga 5 (Vu=202.5kN).

250

200
Carga (kN)

150

100

50

0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6
Abertura de Fissura (mm)
Fissura 1 Fissura 2 Fissura 3 Fissura 4

Figura 3.79- Diagrama carga x abertura de fissuras na Viga 6 (Vu=185kN).

130
250

Carga (kN) 200

150

100

50

0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6
Abertura de Fissura(mm)

Fissura 1 Fissura 2 Fissura 3 Fissura 4

Figura 3.80- Diagrama carga x abertura de fissuras na Viga 7 (Vu=108,5kN).

120

100

80
Carga (kN)

60

40

20

0
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Aberturas de Fissuras(mm)
Fissura 1 Fissura 2 Fissura 3

Figura 3.81- Diagrama carga x abertura de fissuras na Viga 9 (Vu=127kN).

131
120

100

80
Carga (kN)

60

40

20

0
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Aberturas de Fissuras(mm)
Fissura 1 Fissura 2 Fissura 3

Figura 3.82- Diagrama carga x abertura de fissuras na Viga 10 (Vu=168kN).

120

100

80
Carga (kN)

60

40

20

0
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Abertura de Fissuras (mm)
Fissura 1 Fissura 2 Fissura 3

Figura 3.83- Diagrama carga x abertura de fissuras na Viga 11 (Vu=115kN).

132
120

100

80
Carga (kN)

60

40

20

0
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Aberturas de Fissuras (mm)

Fissura 1 Fissura 2 Fissura 3

Figura 3.84- Diagrama carga x abertura de fissuras na Viga 12 (Vu=80kN).

120

100

80
Carga (kN)

60

40

20

0
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Aberturas de Fissuras (mm)

Fissura 1 Fissura 2 Fissura 3

Figura 3.85- Diagrama carga x abertura de fissuras na Viga 13 (Vu=90kNN).

133
CAPÍTULO 4

ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1- INTRODUÇÃO

Neste capítulo é realizada a análise dos resultados apresentados no capítulo


anterior, confrontando-se os valores de deslocamentos verticais, rotação nos apoios,
deformação do concreto, deformações das armaduras longitudinal e transversal.

4.2 – DESLOCAMENTOS VERTICAIS

A comparação entre os diagramas carga x deslocamentos verticais no meio do


vão e em seção de aplicação da carga pode ser vista nas figuras 4.1, 4.2, 4.3 e 4.4.

Os deslocamentos verticais para a carga de fissuração e carga última de cada


viga são mostrados na tabela 4.1. O valor de deslocamento vertical último foi obtido
prolongando-se a curva de carga x deslocamento vertical até o valor de carga última de
cada viga, como mostrado nas figuras 3.18 a 3.31. Observa-se que, nas vigas com
armadura transversal ∆u/∆cr tende a aumentar com o aumento de ρswfyw.

Tabela 4.1- Valores de ∆u/∆cr para as vigas ensaiadas.


∆u ∆cr
∆u/∆cr
Vigas (mm) (mm)

1R 15,3 9,3 1,64


7 9,8 9,8 1,00
6 17,1 8,7 1,96
5 21,7 9,8 2,21
3 31,4 11,2 2,80
4 25,2 9,7 2,60
2 33,3 10,1 3,30
8R 18,8 12,2 1,54
14 13,8 13,8 1,00
13 10,7 9,2 1,16
12 9,3 8,0 1,20
11 18,7 10,1 1,85
10 31,7 10,6 2,99
9 22,2 10,7 2,07
∆cr-deslocamento vertical no meio do vão para Vcr
∆u-deslocamento vertical no meio do vão para Vu

134
300

250

200
Carga (kN)

150
Viga 1R(ρswfyw=0)
Viga 7(ρswfyw=0,460MPa)
100 Viga 6(ρswfyw=0,575MPa)
Viga 5(ρswfyw=0,767MPa)
50 Viga 3(ρswfyw=0,853MPa)
Viga 4(ρswfyw=1,150MPa)
Viga 2(ρswfyw=1,158MPa)
0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33
Deslocamento Vertical (mm)

Figura 4.1 – Diagrama carga-deslocamento vertical em seção de aplicação de carga para


as vigas do primeiro grupo.
300

250

200
Carga (kN)

150 Viga 1R(ρswfyw=0)


Viga 7(ρswfyw=0,460MPa)
Viga 6(ρswfyw=0,575MPa)
100
Viga 5(ρswfyw=0,767MPa)
Viga 3(ρswfyw=0,853MPa)
50 Viga 4(ρswfyw=1,150MPa)
Viga 2(ρswfyw=1,158MPa)
0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33

Deslocamento vertical (mm)

Figura 4.2 – Diagrama carga-deslocamento vertical na seção no meio do vão para as


vigas do primeiro grupo.

135
300
Viga 8R(ρswfyw=0)
Viga 14(ρswfyw=0,358MPa)
250 Viga 13(ρswfyw=0,358MPa)
Viga 12(ρswfyw=0,409MPa)
200 Viga 11(ρswfyw=0,477MPa)
Carga (kN)

Viga 10(ρswfyw=0,573MPa)
Viga 9(ρswfyw=0,716MPa)
150

100

50

0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33
Deslocamento Vertical (mm)

Figura 4.3 – Diagrama carga-deslocamento vertical em seção de aplicação de carga para


as vigas do segundo grupo.

300

Viga 8R(ρswfyw=0
250 Viga 14(ρswfyw=0,358MPa)
Viga 13(ρswfyw=0,358MPa)
200 Viga 12(ρswfyw=0,409MPa)
Viga 11(ρswfyw=0,477MPa)
Carga (kN)

Viga 10(ρswfyw=0,573MPa)
150 Viga 9(ρswfyw=0,716MPa)

100

50

0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33
Deslocamento Vertical (mm)

Figura 4.4 – Diagrama carga-deslocamento vertical na seção no meio do vão para as


vigas do segundo grupo.

136
Observa-se nas figuras 4.1 e 4.2 que apenas a viga 1R tendeu a apresentar
comportamento diferenciado das demais, a partir de carga próxima da de fissuração
diagonal. Nas figuras 4.3 e 4.4 observa-se que o comportamento da viga 14 é
diferenciado das demais, para todos os níveis de carga, já que tinha a metade da
armadura longitudinal das outras. A viga 8R mostra esta diferença a partir de carga
próxima à carga de fissuração diagonal.

4.3 – ROTAÇÕES

Na tabela 4.2 são dados os valores das rotações nos apoios esquerdo e direito
para a carga de fissuração e para a carga de ruptura. O valor da rotação para a carga de
ruptura foi obtido prolongando-se a curva carga x rotação até o valor de carga última.
Nessa tabela constam também os valores das relações entre os valores médios das
rotações nos dois apoios para a carga última e a carga de fissuração diagonal. Como no
caso dos deslocamentos verticais, a menos das vigas com muito pouca armadura
transversal, a relação θu/θcr tende a aumentar com o aumento de ρswfyw.

As figuras 4.5 e 4.6 apresentam a comparação dos diagramas carga x rotação


média nos apoios das vigas ensaiadas. Observa-se na figura 4.5 que ao redor da carga de
fissuração diagonal as curvas mudam a inclinação e depois continuam com a mesma
inclinação que elas tinham antes da carga de fissuração diagonal. Na figura 4.6 nota-se
que a viga 14, por ter metade da armadura de flexão que as demais, teve um
comportamento diferenciado.

Tabela 4.2- Valores de rotação nos apoios esquerdo e direito para a carga de fissuração
e a carga última e da relação entre os valores médios dessas rotações.
Carga de Fissuração Carga Última
θLE θLD θLE θLD Valor médio de
Vigas (graus) (graus) (graus) (graus) θu/θcr
1R 1,17 1,19 1,18 1,21 1,01
7 1,19 1,21 1,19 1,21 1,00
6 1,12 1,18 2,03 2,28 1,87
5 1,20 1,24 2,38 2,54 2,02
3 1,31 1,21 3,65 3,54 2,85
4 1,21 1,22 2,88 2,89 2,37
2 1,37 1,31 3,96 3,82 2,90
8R 1,41 1,44 1,66 1,67 1,17
14 1,80 1,69 1,80 1,69 1,00
13 1,30 1,30 1,48 1,48 1,14
12 1,44 1,39 1,44 1,39 1,00
11 1,34 1,32 2,16 2,30 1,68
10 1,32 1,62 2,84 2,88 1,94
9 1,42 1,43 2,88 2,88 2,02

137
300

250

200
Carga (kN)

150

100

50

0
0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025 0,030
Rotação (rad)

VIGA 1R VIGA 2 VIGA 3 VIGA 4 VIGA 5


VIGA 6 VIGA 7

Figura 4.5 – Diagrama carga x rotação média dos apoios das vigas ensaiadas do
primeiro grupo.

200
175
150
125
Carga (kN)

100
75
50
25
0
0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025 0,030
Rotação (rad)

Viga 9 Viga 8R Viga 10 Viga 11


Viga 12 Viga 13 Viga 14

Figura 4.6 – Diagrama carga x rotação dos apoios média das vigas ensaiadas do
segundo grupo.

138
4.4 - DEFORMAÇÃO ESPECÍFICA AO LONGO DA SEÇÃO NO MEIO DO
VÃO

Nas figuras 4.7 e 4.8 podem ser vistas as deformações da seção do meio do vão
das vigas medidas no concreto e na armadura longitudinal, para o cortante (V)
correspondente à última medição (V) de deformações realizadas.

A altura da linha neutra das vigas ensaiadas, para o cortante correspondente à


última medição de deformações realizada, é mostrada na tabela 4.3.

Tabela 4.3 – Valores de altura da linha neutra e deformação específica do concreto a


compressão para a carga correspondente à última medição.
V/Vu x
Vigas (%) (mm x/d εc(%0)
1R 83 187 0,46 0,90
7 92,2 167 0,41 0,71
6 91,9 171 0,42 1,38
5 98,8 150 0,37 1,49
3 91,2 148 0,37 2,10
4 95,8 175 0,43 1,84
2 95,6 154 0,38 2,32
8R 77,8 153 0,37 0,69
14 83,3 153 0,36 1,02
13 88,9 190 0,46 1,14
12 87,5 204 0,49 1,02
11 95,6 123 0,30 0,83
10 95,2 163 0,39 3,27
9 94,5 206 0,49 2,27

4.5 – DEFORMAÇÃO ESPECÍFICA DA ARMADURA LONGITUDINAL

Os diagramas carga x deformação da armadura longitudinal no meio do vão das


vigas ensaiadas encontram-se reunidos nas figuras 4.9 e 4.10.

Para uma mesma carga, os valores de deformação específica da armadura


longitudinal foram similares nas vigas do primeiro grupo, pois todas possuíam a mesma
armadura longitudinal. Nas vigas do segundo grupo só a viga 14 teve deformação bem
diferente das outras, já que a mesma tinha a metade da armadura longitudinal da das
outras.

139
0
50 1
2
100
3
150
4
200
h(mm)

250
300
350
400
450
5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3
Deformação(%0)
VIGA 3 VIGA 2 VIGA 4 VIGA 5 VIGA 6 VIGA 7 VIGA
Viga 1R 1R

Figura 4.7 – Deformação ao longo da seção transversal no meio do vão das vigas
ensaiadas, para a última carga para a qual foram feitas medições no
primeiro grupo.

0
50
100
150
h (mm)

200
250
300
350
400
450
6 5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 -5 -6
Deformação (%o)

VIGA9 VIGA8R VIGA10 VIGA11 VIGA12 Viga


VIGA1313 Viga
VIGA 1414

Figura 4.8 – Deformação ao longo da seção transversal no meio do vão das vigas
ensaiadas, para a última carga para a qual foram feitas medições no
segundo grupo.
140
300

250

200
Carga (kN)

150

100

50

0
0 1 2 3 4 5 6 7
Deformação(%0)
VIGA 3 VIGA 2 VIGA 1R VIGA 4
VIGA 5 VIGA 6 VIGA 7

Figura 4.9 – Diagramas carga x deformação da armadura longitudinal no meio do vão


das vigas ensaiadas no primeiro grupo.

200
175
150
Carga (kN)

125
100
75
50
25
0
0 1 2 3 4 5 6
Deformação (%o)

Viga 9 Viga 8R Viga 10 Viga 11


Viga 12 Viga 13 Viga 14

Figura 4.10 – Diagramas carga x deformação da armadura longitudinal no meio do vão


das vigas ensaiadas no segundo grupo.

141
Os valores de deformação específica da armadura para a carga de ruptura são
mostrados na tabela 4.4. Eles foram obtidos prolongando-se a curva carga x deformação
específica até o valor de carga última de cada viga, como indicado nas figuras 3.60 e
3.61.

Tabela 4.4 – Valores de deformação específica da armadura longitudinal (εs) para a


carga de ruptura
Deformação (εs)
Vigas
(%o)
1R 1,71
7 1,2
6 2,13
5 2,58
3 6,37
4 2,84
2 5,00
8R 1,62
14 1,90
13 1,57
12 1,30
11 2,18
10 6,97
9 2,50

4.6 – DEFORMAÇÃO ESPECÍFICA DA ARMADURA TRANSVERSAL

As figuras 4.11 e 4.12 apresentam os diagramas carga x deformação dos estribos


de cada viga ensaiada onde foram medidas maiores deformações, com os pontos (εsy*,
Vy) assinalados.

Tendo-se constatado que, para análise comparativa do comportamento das vigas,


Vy (tabela 4.5) não seria um bom parâmetro, definiu-se o parâmetro Vy*. Ele é a média
das forças cortantes correspondentes ao escoamento de todos os estribos de cada viga
que atingiram a deformação εsy*. Esse parâmetro considera o número de estribos que
escoaram e a carga para a qual ocorreu o escoamento de cada um.

Na tabela 4.5 encontram-se os valores de cortante relativos ao escoamento de


cada um dos estribos onde ocorreu escoamento. Nela são dados também os valores
médios das forças cortantes de escoamento dos estribos de cada metade das vigas (Vy*,e,
Vy*,d) e os valores médios considerando-se todos os estribos que escoaram (Vy*). Como,
142
em geral, as maiores deformações medidas não foram as dos estribos da metade da viga
onde ocorreu a ruptura e, a menos das vigas 5 e 3, houve pouca diferença entre Vy*,e e
Vy*,d, optou-se por adotar Vy* como parâmetro de comparação entre as vigas. Os valores
de Vy* encontrados estão assinalados nas figuras 4.13 a 4.19.

Na tabela 4.6 estão listados os valores de Vy assinalados nas figuras 4.11 e 4.12
e os de Vy* indicados nas figuras 4.13 a 4.19.

Tabela 4.5- Valores de V*y para as vigas ensaiadas.


Valores de Vy (kN)
V*y V*y,e V*y,d
Vigas Posição Posição Posição Posição Posição Posição
(kN) (kN) (kN)
A B C D E F
7 + + + + + + + + +
6 116 157 + + 148 + 140 137 148
5 150 + + + 197 + 174 150 197
3 151 123 285 263 182 235 206 186 227
4 + + + + + 220 220 + 220
2 265 203 272 272 272 148 238 247 231
14 + + + + + + + + +
13 + + + + + + + + +
12 + + + + + + + + +
11 + + + + 108 108 108 + 108
10 + 168 153 138 150 168 155 161 152
9 120 120 + + + 120 120 120 120
+ não teve escoamento;
V*y,e, V*y,d,: V*y considerando apenas os estribos de uma das metades da viga (A, B, C ou D, E , F).

Tabela 4.6 – Valores de Vy e Vy*


ρwsfyw Vy Vy*
Vigas (MPa) (kN) (kN)
7 0,460 + +
6 0,575 116(A) 140
5 0,767 150(A) 174
3 0,853 123(B) 206
4 1,150 220(F) 220
2 1,158 203(F) 238
14 0,358 + +
13 0,358 + +
12 0,409 + +
11 0,477 108(E) 108
10 0,573 138(D) 155
9 0,716 120(F) 120
-para as vigas 2 e 3 εsy*=2,25%o;
-para as vigas 4, 5, 6, e 7 εsy*=3,8%o ;
-para as vigas 9, 10, 11, 12, 13 e 14 εsy*=3,4%o;
(+) escoamento e ruptura praticamente simultâneos.

143
300

250

Carga (kN) 200

150

100

50
Ponto de escoamento
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deformação (%0)

Viga 2 ( F) Viga 3 (B) Viga 4 (F)


Viga 5 (A) Viga 6 (A) Viga 7 (F)

Figura 4.11 – Diagramas carga x deformação dos estribos de cada viga ensaiada onde
foram medidas maiores deformações para o primeiro grupo.

200

175

150
Carga (kN)

125

100

75

50

25
Ponto de escoamento
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deformação (%o)

Viga 9 (F) Viga 10 (D) Viga 11 (E)


Viga 12 (B) Viga 13 (E) Viga 14 (D)

Figura 4.12 – Diagramas carga x deformação dos estribos de cada viga ensaiada onde
foram medidas maiores deformações para o segundo grupo.

144
300

250
Vu
200
Carga (kN)

Vy*
150

100

50
εsy*
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deformação (%o)

E D C F B A

Figura 4.13- Diagrama carga x deformação dos estribos mostrando o valor de Vy* da
Viga 6.

300

250
Vu
200 *
Vy
Carga (kN)

150

100

50
*
εsy
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deformação (%o)

E D C F B A
Figura 4.14- Diagrama carga x deformação dos estribos mostrando o valor de Vy* da
Viga 5.

145
300
Vu
250

200
Carga (kN)

Vy*
150

100

50 *
εsy

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deformação (%0)

F E D C B A
Figura 4.15- Diagrama carga x deformação dos estribos mostrando o valor de Vy* da
Viga 3.

300

250

200
Carga (kN)

150 Vu
*
Vy
100

50
εsy*
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deformação (%o)
F E D C B A

Figura 4.18- Diagrama carga x deformação dos estribos mostrando o valor de Vy* da
Viga 9.

146
300

250 Vu
200 Vy*
Carga (kN)

150

100

50 *
εsy

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Deformação (%0)

F E D C B A

Figura 4.16- Diagrama carga x deformação dos estribos mostrando o valor de Vy* da
Viga 2.

300

250

200
Carga (kN)

Vu

150 Vy *

100

50 *
ε sy
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deformação (%o)
F E D C B A

Figura 4.17- Diagrama carga x deformação dos estribos mostrando o valor de Vy* da
Viga 10.

147
4.7- ANÁLISE VISANDO DETERMINAR A ARMADURA TRANSVERSAL
MÍNIMA

4.7.1- Parâmetro Proposto para Definir a Armadura Mínima em Vigas


Ensaiadas

Apresentam-se na tabela 4.7 as tensões cisalhantes nominais correspondentes às


cargas sob as quais ocorreram as fissuras diagonais (τwcr), o escoamento dos estribos
(τwy e τwy*) e a ruptura (τwu) das vigas, assim como relações entre estas tensões e
relações entre elas e fcm e fct, considerando-se a relação fct=0,9fct,sp.

Neste trabalho, o critério proposto para avaliar o nível de ductilidade das vigas
ensaiadas é apresentado na figura 4.19. Nesta figura está mostrada esquematicamente a
relação entre a tensão cisalhante nominal relativa numa viga, (τw/τwcr), e a deformação
relativa nos estribos, (εw/εwy). Numa viga com armadura transversal menor que a
mínima tem-se τwu/τwcr=τwy/τwcr=τwy*/τwcr≈1, ou seja, o ângulo α (tg α=τwy*/τwcr-1)
mostrado na figura é aproximadamente igual a zero. Armaduras maiores que as mínimas
levam a diferença entre τwcr, τwy e τwu e entre τwy e τwy*, e, portanto, valores de
α maiores que zero; o que indica maiores níveis de ductilidade.

148
Tabela 4.7 –Tensões cisalhantes nominais absolutas e relativas.
τwu τwcr τwy τ∗wy
Vigas ρswfyw/fcm ρswfyw/fct τwu/τwcr τwu/τwy τwy/τwcr τ∗wy/τwcr τwu/fcm τwcr/fcm τwu/fct τcr/fct
(MPa) (MPa) (MPa) (MPa)
1R - - 2,20 1,82 - 1,21 - - - - 0,031 0,026 0,455 0,624
7 0,0068 0,112 1,78 1,78 + 1,00 + + + + 0,027 0,027 0,436 0,446
6 0,0086 0,141 3,04 1,90 1,68 2,30 1,58 1,06 1,26 0,045 0,027 0,745 0,446
5 0,0108 0,125 3,33 2,46 1,84 2,86 1,35 1,36 1,57 0,047 0,025 0,868 0,474
3 0,0119 0,235 4,70 1,82 2,03 2,58 3,39 2,32 1,11 1,86 0,066 0,025 1,294 0,502
4 0,0161 0,270 3,94 3,61 2,18 3,61 1,09 2,00 1,99 0,055 0,025 1,027 0,474
2 0,0165 0,300 4,50 2,44 2,47 3,94 1,84 1,34 2,16 0,064 0,026 1,170 0,473
8R - - 1,45 1,29 - 1,13 - - - - 0,045 0,040 0,800 0,710
14 0,0084 0,179 0,94 0,94 + 1,00 + + + + 0,022 0,022 0,466 0,466
13 0,0096 0,186 1,45 + 1,13 + + + + 0,039 0,035 0,755 0,677
12 0,0110 0,213 1,29 + 1,00 + + + + 0,035 0,035 0,677 0,677
11 0,0127 0,264 1,86 1,29 1,74 1,44 1,74 1,07 1,23 1,35 0,050 0,034 1,032 0,721
10 0,0154 0,317 2,71 2,23 2,10 2,50 1,22 1,73 1,93 0,072 0,034 1,498 0,721
9 0,0224 0,395 2,05 1,94 1,59 1,94 1,06 1,50 1,51 0,064 0,040 1,132 0,888
(+) escoamento e ruptura praticamente simultâneos

149
O parâmetro τwy* (valor médio dos valores de τwy correspondentes aos estribos
que atingiram a tensão de escoamento) é mais representativo do comportamento devido
ao cortante que τwy (valor correspondente ao escoamento do 10 estribo) pois ele engloba
o que ocorre em vários estribos e não apenas em um.

τw/τwcr

τwy*/τwcr

τwy/τwcr

α
1
1
εw/εwy

Figura 4.19-Esquema de gráfico da tensão cisalhante nominal relativa numa viga


(τw/τwcr) , em função da deformação relativa nos estribos (εw/εwy)

Mostra-se na figura 4.20 a relação τwu/τwcr em função de ρswfyw/fcm para as vigas


ensaiadas pelo autor e por JOHNSON e RAMIREZ (1989), YOON, COOK et al (1996),
OZCEBE et a1 (1999) e SIMPLÍCIO (1999). Na figura 4.21 vê-se a relação τwu/τwcr em
função de ρswfyw/fct para essas mesmas vigas, enquanto na figura 4.22 tem-se a relação
τwy/τwcr.
3,5 Viga 1R
Viga 2
3 Viga 3
Viga 4
2,5 Viga 5
Viga 6
2
τwu/τwcr

Viga 7
Viga 8R
1,5
Viga 9
Viga 10
1
Viga 11
0,5 Viga 12
Viga 13
0 Viga 14
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 JOHNSON e RAMIREZ (1989)
YOON, COOK et al (1996)
ρswfwy/fcm OZCEBE et a1 (1999)
SIMPLÍCIO (1999)

Figura 4.20-Relação τwu/τwcr em função de ρswfyw/fcm para as vigas ensaiadas pelo autor
e por JOHNSON e RAMIREZ (1989),YOON, COOK et al (1996), OZCEBE eta1
(1999) e SIMPLÍCIO (1999).
150
Viga 1R

3,5 Viga 2
Viga 3
Viga 4
3
Viga 5
Viga 6
2,5 Viga 7
Viga 8R
2
τwu/τwcr

Viga 9
Viga 10
1,5 Viga 11
Viga 12
1 Viga 13
Viga 14
0,5 JONHZON E RAMIREZ (1989)
YOON, COOK et al (1996)
0 OZCEBE et a1 (1999)
SIMPLÍCIO (1999)
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45
ρswfy/fct

Figura 4.21-Relação τwu/τwcr em função de ρswfyw/fct para as vigas ensaiadas pelo autor e
por JOHNSON e RAMIREZ (1989), YOON, COOK et al (1996),
OZCEBE et a1 (1999) e SIMPLÍCIO (1999).

Viga 2
2,5
Viga 3

2 Viga 4

Viga 5
1,5
(τwy/τwcr)

Viga 6

1 Viga 9

Viga 10
0,5
Viga 11

JOON, COOK et al
0
(1996)
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5

ρswfyw/fct
Figura 4.22- Relação τwy/τwcr em função de ρswfyw/fct para as vigas ensaiadas pelo autor
e YOON, COOK et al (1996),

151
A dispersão de dados verificada nessas figuras, e também os dados da tabela 4.6,
sugere não ser τwu/τwcr ou τwy/τwcr o melhor parâmetro para servir de base para se definir taxa
de armadura transversal mínima.

As relações entre τwy*/τwcr e ρswfyw/fct constatadas para as vigas deste trabalho podem
ser vistas na figura 4.23. Desconsiderando-se a viga 9, a qual, por motivo não detectado, teve
resultados incoerentes com os das demais vigas, verifica-se que o parâmetro τwy*/τwcr parece
poder ser adotado para definir taxa de armadura mínima.

2,5
Valor recomendado para a
definição da armadura
2 transversal mínima pelo autor

1,5
(τwy*/τwcr)

Cor preto---grupo 1
0,5 Cor azul----grupo 2

0
0,01 0,11 0,21 0,31 0,41 0,51

ρswfyw/fct
Viga 6 Viga 5 Viga 11

Figura 4.23- Relação τwy*/τwcr em função de ρswfyw/fct para as vigas ensaiadas pelo autor.

As curvas carga-deformação dos estribos (figuras 3.65, 3.66 e 3.70) e a progressão de


abertura de fissuras (figuras 3.93, 3.92 e 3.97) mostram que taxa de armadura entre as das
vigas 6 e 5 pode ser admitida como sendo a mínima para as vigas do primeiro grupo e a da
viga 11 a mínima das do segundo grupo. Na viga 6 observou-se considerável abertura de
fissura diagonal assim que esta se formou, o que não ocorreu nas vigas 5 e 11.

Na figura 4.24 é feita comparação das deformações dos estribos das vigas 6, 5 e 11,
que tendem a diminuir com o aumento do ρswfyw e de fc. Estes parâmetros, junto com a taxa de
armadura longitudinal, são definidores do padrão de fissuração das vigas.
152
Na figura 4.25 são comparadas as vigas 6 e 10 e as 7 e 11, com ρswfyw
aproximadamente igual e diferente resistência à compressão do concreto e armadura
longitudinal, mostrando-se a influência de fc e ρ no padrão de fissuração. São também
comparadas as vigas 6 e 7 e as 10 e 11, com igual resistência à compressão do concreto e
armadura longitudinal, e diferente ρswfyw, mostrando-se a influência da armadura transversal
no padrão de fissuração.

225
200
175
150
Carga (kN)

125
Viga11, ρswfyw=0,477MPa
100 Viga 6, ρswfyw=0,575MPa
Viga 5, ρswfyw=0,767MPa
75
50
25
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deformação (%o)
Viga 11 (fc=37,5MPa) Viga 6 (fc=67,1MPa) Viga 5 (fc=71,3MPa)

Figura 4.24- Diagramas carga-deformação dos estribos para vigas com diferentes armadura
transversal e resistência à compressão do concreto que têm esta armadura
próxima da mínima.

Viga 6 (ρswfyw=0,575MPa, fc=67,1MPa) Viga 10 (ρswfyw=0,573MPa, fc=37,5MPa

Viga 7 (ρswfyw=0,460MPa, fc=67,1MPa) Viga 11 (ρswfyw=0,477MPa, fc=37,5MPa)

Figura 4.25- Influência de (ρswfyw) e de outros parâmetros nos padrões de fissuração.

153
Pelos resultados mostrados na figura 4.23, o valor de τwy*/τwcr em torno de 1,4,
próximo do das vigas 5, 6, e 11, pode ser adotado para definir a armadura transversal mínima.

4.7.2- Verificação dos Critérios de Definição de Armadura Transversal Mínima já


Propostos

4.7.2.1- Critério de Reserva de Resistência Proposto por OZCEBE et a1 (1999)

A tabela 4.7 apresenta os valores de Vu, exp/Vc, parâmetro adotado por OZCEBE et a1
(1999) para definir desempenho mínimo requerido. Para cálculo de Vc, consideram-se as
fórmulas das normas NS3473-92, ACI-318-99, CEB-FIP MC90, CSA A23.3-94, EC2-2001 e
BS8110rev, com γc=1. Destas, a que levou a valor de Vc mais próximo de Vu, exp das vigas 1R
e 8R foi a norma NS3473-92.

A figura 4.26 mostra os valores de Vu, exp/Vc em função de ρswfyw/fcm para as vigas
ensaiadas, junto com o valor mínimo desta relação proposto por OZCEBE et a1 (1999).

Analisando-se essa figura, pode-se concluir que as variações de Vu, exp/Vc decorrentes
das incertezas nos cálculos de Vc levam a ter-se valores de Vu, exp/Vc das vigas 5, 6 e 11 mais
próximos ou mais distantes do valor de 1,5 proposto por OZCEBE et al (1999). Apesar dessas
variações, independente da norma adotada para cálculo de Vc, esse critério leva a concluir que
as vigas 7, 14, 13 e 12 têm armadura menor que a mínima.

154
Viga 1R
3,5
Viga 2
3 Viga 3
Viga 4
2,5 Viga 5
Viga 6
Viga 7

Vu, exp/Vc
2
Viga 8R
1,5 Viga 9
Viga 10
1 Viga 11
Viga 12
0,5 Viga 13
NS-3473-92 Viga 14
0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025
ρswfyw/fcm

3,5 3,5

3 3

2,5 2,5

2 2

1,5 1,5

1 1

0,5 0,5
CEB-FIP MC90-EC2-2001
CSA A23.3-94
0 0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025

3,5 3,5
3 3
2,5 2,5
2 2
1,5 1,5
1 1
0,5 0,5
ACI-318-99 BS8110rev
0 0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025

Figura 4.26- Relação Vu, exp/Vc em função de ρswfyw/fcm para as vigas ensaiadas, sendo Vc
calculado segundo diferentes normas.
Valor mínimo recomendado por OZCEBE et al (1999)

155
Tabela 4.7 – Valores de Vu, exp/Vc para as vigas ensaiadas.
Vc (kN) Vu, exp/ Vc
Vu, exp
Vigas NS- ACI- CSA NS- ACI- CSA
(kN) MC/90=EC2- BS8110rev MC/90=EC2- BS8110
3473/92 318/99 A23.3- 3473/92 318/99 A23.3-
2001 94 2001 94
rev
1R 133 115,1 84,6 105,0 93,9 139,9 1,15 1,57 1,27 1,42 0,95
7 108,5 114,6 83,3 103,8 92,3 137,0 0,95 1,30 1,04 1,17 0,79
6 185 114,6 83,3 103,8 92,3 137,0 1,61 2,22 1,78 2,00 1,35
5 202,5 115,5 85,9 105,9 95,1 141,2 1,75 2,36 1,91 2,13 1,43
3 285 114,9 85,2 105,3 94,6 140,4 2,48 3,34 2,70 3,01 2,03
4 240 115,5 85,9 105,9 95,1 141,2 2,08 2,79 2,27 2,52 1,70
2 272 114,7 84,6 104,8 93,9 139,5 2,37 3,21 2,59 2,90 1,95
8R 90 84,4 58,5 74,9 64,5 83,3 1,07 1,54 1,20 1,39 1,08
14 60 72,0 69,3 66,7 75,8 69,1 0,83 0,86 0,90 0,79 0,87
13 90 90,2 63,2 78,8 69,6 89,9 0,99 1,42 1,14 1,29 1,00
12 80 90,2 63,2 78,8 69,6 89,9 0,87 1,26 1,01 1,15 0,89
11 115 90,3 63,3 78,9 69,8 90,2 1,27 1,82 1,46 1,65 1,27
10 168 90,3 63,3 78,9 69,8 90,2 1,86 2,65 2,13 2,41 1,86
9 127 84,4 58,5 74,9 64,5 83,3 1,50 2,17 1,69 1,97 1,52

4.7.2.2- Critério de Índice de Ductilidade Proposto por OZCEBE et a1 (1999)

Na figura 4.27 relacionam-se os valores de (∆u/∆cr) mostrados na tabela 4.1 com os de


ρswfyw/fct para as vigas ensaiadas, junto com o valor mínimo recomendado por OZCEBE et a1
(1999) para este índice. Nela contata-se que o valor de ∆u/∆cr=2,5 definido não pode ser
considerado adequado, podendo-se, entretanto, adotar para ∆u/∆cr o valor de 2,0.

O critério de índice de ductilidade de vigas submetidas a força cortante proposto por


XIE et a1 (1994) não foi analisado devido a não ter sido obtido o ramo descente da curva
carga-deslocamento vertical das vigas. Cabe observar que esse critério não objetivou a
definição de armadura mínima.

156
Viga 1R
3,50
Valor limite recomendado por Viga 2
3,00 OZCEBE et al (1999) Viga 3
Viga 4
2,50 Viga 5
Viga 6
2,00
∆u/∆cr

Viga 7
Valor limite recomendado Viga 8R
1,50
pelo autor Viga 9
1,00 Viga 10
Viga 11
0,50 Viga 12
Viga 13
0,00 Viga 14
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
ρswfyw/fct

Figura 4.27- Índice de ductilidade (∆u/∆cr) em função de ρswfyw/fct para as vigas ensaiadas.

4.8- PROPOSTA DE EXPRESSÃO PARA AVALIAÇÃO DE ρswfyw

Na figura 4.28, junto com os dados de vigas que foram consideradas como tendo
armadura transversal próxima da mínima, encontram-se as relações entre ρswfyw e fc segundo
diferentes expressões já propostas.

Dessa figura, conclui-se que dessas expressões, a da EC2-2001 é a que melhor


representa a armadura transversal mínima necessária, ficando seus valores próximos dos da
expressão de BS8110. As demais expressões ou fornecem valores de armadura
significativamente menores ou maiores do que os considerados necessários.

A figura 4.29 mostra a comparação entre os resultados experimentais (vigas 5, 6 e 11)


e a equação proposta neste trabalho (equação 4.1). Esta equação foi obtida admitindo-se que
ρsw, min é função de fct e que fct=kfc0,67. O valor de 0,045 na equação (4.1) foi definido de
maneira a, com base nos dados das vigas 5, 6 e 11, ter-se valores de ρsw, min conservadores.

157
A equação (4.1), por acaso, coincide com a média das equações (2.101), com σcp=0 e
(2.102) sugeridas por SHEHATA et al (2000 e 2002) que, aproximadamente correspondem a
limites inferior e superior, respectivamente, de todas as equações de ρsw, min propostas nas
normas. Na figura 4.29, também encontram-se representadas as equações propostas das EC2-
2001 e BS8110rev e de QUEIRÓZ (1999) que, como se vê na figura 4.28, fornecem valores
de ρsw, min mais próximos das vigas 5, 6 e 11. Observa-se nessa figura que a curva da equação
proposta (4.1) fica entre as outras três.
f ck0 ,67
ρ sw,min = 0 ,045 ⋅ (4.1)
f yw

1,4
NS 3473-92
1,2 ACI-318-99
CEB-FIP MC90
1
CSA-A23.3-94
(MPa)

0,8 Eq. (2.101)


sw ,min fyw

Eq. (2.102)
0,6
Eq. (2.99)
0,4 Eq. (2.93)
Viga 11
0,2
Viga 6
0 Viga 5
10 30 50 70 90 110
fc (MPa)

Figura 4.28- ρsw,minfyw em função de fc segundo diferentes normas, junto com dados de
ensaios.

158
1,2
EC2-2001
1,0
Eq.(4.1)
sw, min fyw (MPa)

0,8 Eq. (2.99)


0,6 BS8110rev.
Viga 11
0,4
Viga 6
0,2 Viga 5
0,0
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
fc(MPa)

Figura 4.29- Vigas com armadura transversal aproximadamente igual à mínima e equações
para avaliação de ρsw, min consideradas mais adequadas.

159
CAPÍTULO 5

CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

As expressões propostas nas normas de cálculo de estruturas de concreto para


determinar a taxa de armadura transversal mínima de vigas levam a valores desta taxa
significativamente diferentes, tendendo esta diferença a ser maior para concretos de maior
resistência. As das normas CSA A23.3-94 e da CEB FIP MC90, por exemplo, para
fc=20MPa fornecem os valores de ρsw,minfyw iguais a 0,268MPa e 0,442MPa e, para
fc=80MPa os valores de 0,537MPa e 1,114MPa, respectivamente.

Obviamente, se todas as normas objetivam com a taxa de armadura mínima


proposta apenas evitar ruptura brusca das vigas caso nelas ocorra fissuração diagonal, não
deveria haver tanta diferença entre os valores por elas propostos para essa taxa.

Essa diferença parece ser decorrente de vários fatores:

• Diferentes procedimentos têm sido adotados para definir o valor da força cortante
de fissuração diagonal em vigas ensaiadas: a partir de diagramas de força-
deformação em estribos ou constatação visual.
• Incertezas consideráveis nas expressões existentes para avaliar a força cortante de
fissuração diagonal, cujo valor depende de vários parâmetros.
• Falta de critério unificado para definir taxas de armadura mínima em elementos de
concreto armado. No caso de vigas, apenas para taxa de armadura mínima de flexão
em algumas normas é encontrado algum critério.

É de consenso geral que a armadura transversal mínima deve ser tal que assegure às
vigas resistência pelo menos igual à das vigas sem armadura transversal e uma certa
ductilidade. A garantia de “certa ductilidade”, difícil de quantificar, faz com que a

160
armadura mínima leve sempre a resistência ao cortante das vigas maior que a de vigas sem
armadura transversal.

As contribuições deste estudo na área nele abordada são as seguintes:

• Foram apresentados métodos teórico-experimentais racionais para avaliar a taxa de


armadura mínima, um baseia-se na força cortante de fissuração diagonal,
considerando-se distribuições elástica e plástica de tensões tangenciais na seção
transversal da viga, com presença de força normal ou não, e outro baseado no
modelo de treliça.
• Foi proposto um novo critério mais preciso para definir se uma viga, a partir de seu
comportamento experimental, possui ou não taxa de armadura transversal mínima.
O critério baseia-se no parâmetro τwy*/τcr, o qual verificou-se ser mais adequado que
os parâmetros τwy/τcr e τwu/τcr adotados por outros autores. O comportamento das
vigas ensaiadas sugere que valor de τwy*/τcr em torno de 1,4 pode ser usado para
definir as vigas que possuem armadura transversal mínima.
• Constatou-se que as expressões de ρsw,min de algumas normas de cálculo fornecem
valores dessa taxa de armadura menores que os necessários para evitar ruptura
brusca. Por outro lado, as de outras normas levam a valores significativamente
maiores que os necessários.
• As equações simples indicadas neste estudo para determinar a taxa de armadura
transversal mínima são as representadas na figura 4.29:

f ck0 ,67
ρ sw,min = 0,045 ⋅ (autor)
f yw

fck 23
ρsw,min = 0,049. (Queiróz 1999)
fywk

0,08. f ck
ρsw,min = (EC2-2001)
f yw

161
0,42
ρ sw,min = para f cu ≤ 40MPa
f yw
0,42 (BS8110rev)
(f cu ) 3
2
ρsw,min = para 100MPa ≥ f cu > 40MPa
f yw

• Segundo os resultados de ensaios deste estudo, o índice de ductilidade mínimo

(∆u/∆cr=2,5) proposto por OZCEBE et al (1999) pode ser modificado para

(∆u/∆cr=2,0).

• Verificou-se que, em projeto, critério semelhante ao de OZCEBE et al (1999), em

que se considere que a viga deve satisfazer a condição de que a relação entre a

resistência da viga com estribos e a da mesma viga sem estribos tenha um valor

mínimo em torno de 1,4 ou 1,5, poder ser adotado. O resultado da aplicação deste

critério, entretanto, está atrelado às incertezas da expressão usada para avaliar a

resistência da viga sem armadura transversal.

Como continuação do estudo realizado, sugere-se que, tendo por base o que foi aqui

verificado, sejam feitas investigações experimentais englobando vigas onde sejam variados:

taxa de armadura longitudinal relativa (ρ/ρb), relação vão de cisalhamento / altura efetiva

(a/d), nível de protensão, e resistência à compressão do concreto (fc). Isto possibilitará

validar e/ou melhorar o que aqui é proposto.

162
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMERICAN CONCRETE INSTITUTE, 1999, Building code Requirements for


Reinforced Concrete and Commentary - ACI 318-99/ACI 318R-99, Detroit,
USA.

AHAMAD, S. H., KHALOO, A. R., POVEDA, A., 1986, “Shear Capacity of


Reinforced High - Strength Concrete Beams”, ACI Structural Journal, N0.83-82
(March - April), pp. 297-305.

AHMAD, S. H., LUE, D. M., 1987, “Flexure-Shear Interaction of Reinforced High-


Strength Concrete Beams”, ACI Structural Journal, (July-August), pp. 330-341.

AL-NAHLAWI, K., WIGHT, K. J., 1992, “Beam Analysis Using Concrete Tensile
Strength in Truss Models”, ACI Structural Journal, v. 89, n. 3 (May-June), pp.
284-289.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TEÇNICAS, “Projeto de Estrutura de


Concreto –Projeto de Revisão NBR6118”, 2001, Rio de Janeiro.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, “Projeto e Execução de


Obras de Concreto Armado - NBR 6118”, 1980, Rio de Janeiro.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, “Determinação das


Propriedades Mecânicas à Tração de Materiais Metálicos – Método de
Ensaio”, NBR-6152, 1980, pp. 14.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, , “Moldagem e Cura de


Corpos-de-Prova de Concreto Cilíndricos ou Prismáticos - Método de Ensaio”,
NBR-5738, 1993, pp. 14.

163
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, “Concreto - Ensaio de
Compressão de Corpos-de-Prova Cilíndricos - Método de Ensaio”, NBR-5739,
1994, pp. 4.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, “Argamassa e Concreto -


Determinação da Resistência à Tração por Compressão Diametral de Corpos-
de-Prova Cilíndricos - Método de Ensaio”, NBR-7222, 1994, pp. 3.

BAZANT, P. Z., KIM, J.K., 1984, “Size Effect in Shear Failure of Longitudinally
Reinforced Beams”, ACI Journal, Proceeding, v. 81, n. 5 (September-October),
pp 456-468.

BAZANT, Z. P., SUM, H.H., 1987, “Size Effect in Diagonal Shear Failure: Influence
of Aggregate Size and Stirrups”, ACI Material Journal, v. 84. n. 4 (July-
August), pp. 259-272.

BRITISH STANDARDS INSTITUTION, “The Structural Use of Concrete, Part 1”,


BS8110 1997, Code of Practice for Design and Construction, London

BRUNO, A., 2002, “Análise de Cisalhamento em Vigas de Concreto Armado”, Tese de


Mestrado, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil.

CANADIAN STANDARDS ASSOCIATION 1995, ”Design of Concrete Structures”,


CSA-A23.3 94, Concrete Design Handbook, Canadian Portland Cement
Association.

CARDOSO, R. S. V., 1998, “Resistência ao Cortante em Vigas de Concreto de Alta


Resistência”, Tese de Mestrado, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil.

CASTRO, F. A. B., 1997, Cisalhamento em Vigas de Concreto Armado - Estudo


Paramétrico, Tese de Mestrado, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil.

164
COMITÉ EURO-INTERNATIONAL DU BÉTON, 1991, CEB-FIP Model Code 1990,
CEB Bulletin d’ Information. n° 213, 214, May 1993.

COMITÉ EURO-INTERNATIONAL DU BÉTON, 1993: Bulletin D’information. n.


213/214. CEB-FIP Model Code 90, pp.437.

COMITÉ EURO - INTERNATIONAL DU BETON, 1995, Bulletin D’Information N0


228, Recommended Extensions to the CEB-FIP Model Code 1990, July.

COLLINS, M.P., ADEBAR, P., VECCHIO, F.J., et a1., 1991, “A Consistent Shear
Design Model”, Rep., IABSE Colloquium Structural Concrete, Stuttgart,
Germany, pp. 457-462.

COLLINS, M. P., MITCHELL, D., 1991, Prestressed Concrete Structures, Prentice


Hall, New Jersey.

COLLINS, M.P., KUCHMA, D., 1999, “How Safe are Our Large, Lightly Reinforced
Concrete Beams, Slabs, and Footings”, ACI Structural Journal, v. 96, n. 4 (July-
August), pp. 482-490.

COLLINS, M.P., MITCHELL, D., ADEBAR, P., 1996, “A General Shear Design
Method”, ACI Structural Journal, v. 93, n. 1(January-February), pp. 206-216.

CONCRETE SOCIETY, 1998 “Design Guidance For High Strength Concrete,


Technical Report No 49, 168 pp.

EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION, Design of Concrete


Structures, Part 1, EUROCODE 2, General Rules and Rules for Buildings, 1992.

EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION, Design of Concrete


Structures, Part 1, EUROCODE 2, General Rules and Rules for Buildings, 1st
Draft, 2001.

165
GARCIA, S. L. G., 2000, “Capacidade Resistente ao Cortante de Vigas sem Armadura
Transversal”, Seminário de Qualificação, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil.

JOHNSON, M. K., RAMIREZ, J.A., 1989, “Minimum Shear Reinforcement in Beams


With Higher Strength Concrete”, ACI Structural Journal, v. 86, n. 4,(July-
August), pp. 376-382.

KUCHMA, D., VÉGH, P., SIMIONOPOULOS, K., et al, 1997, “The Influence of
Concrete Strength, Distribution of Longitudinal Reinforcement, and Member
Size, on the Shear Strength of Reinforced Concrete Beams”. In: CEB Bulletin
D’Information no 237, pp. 209-229.

KRAUTHAMMER, T., 1996, “Minimum Shear Reinforcement Based on Interface


Shear Transfer”, ACI Structural Journal, v. 89, n. 1,(January-February), pp. 99-
105.

KANI et a1 1964 “The Rational Theory of Diagonal Failure”, Department of


Engineering, University of Toronto.

KIM, D., KIM, W., WHITE., R. N., 1999, “Arch Action in Reinforced Concrete Beams-
A Rational Prediction of Shear Strength”, ACI Structural Journal, v. 96, n. 4,
(July-August), pp. 586-593.

KIM, J.K., PARK, Y.D., LEE, S.G., 1993, “Shear Strength of Reinforced High Strength
Concrete Beams”. In: Proceedings of High Strength Concrete, pp. 251-258,
Lillehammer, Norway.

KOTSOVOS, M. D., 1983, “Mechanisms of Shear Failure”, Magazine of Concrete


Research, v. 35, n. 123, (June), pp. 99-105.

MPHONDE, A, G., FRANTZ, G. C., 1984, Shear Tests of High - and Low - Strength
Concrete Beams Without Stirrups. ACI Journal, n. 81, v. 32 (July - August), pp.
350-357.

166
MPHONDE, A, G., FRANTZ, G. C., 1985, “Shear Tests of High - and Low - Strength
Concrete Beams With Stirrups, ACI Special Publication, SP-87-10, pp. 179-196.

NIELSEN, P. M., HOANG, L. C., 1999, “Recent Developments in Plasticity Approach


to Shear”, Revista de Engenharia Estudo e Pesquisa, v. 2, n. 2 (Julho-
Dezembro), pp. 9-39.

NIWA, J., 1997, “Size Effect in Shear of Concrete Beams Predicted by Fracture
Mechanics”. In: CEB Bulletin D’Information no 237, pp. 147-158.

NORWEGIAN COUNCIL FOR BUILDING STANDARDIZATION, 1992,


Concrete Structures – Design Rules: NS 3473-E

OZBOLT, J., ELIGEHAUSEN, R., 1997, “Size Effects in Concrete and RC Structures –
Diagonal Shear and Bending”. In: CEB Bulletin D’Information no 237, pp. 103-
145.

OZCEBE, G., ERSOY, U., TANKUT, T., 1999, “Evaluation of Minimum Shear
Reinforcement Requirements for Higher Strength Concrete”. ACI Structural
Journal, n. 3, v. 96 (May-June), pp. 361-368.

QUEIRÓZ, R. R., 1999, “Taxa de Armadura Mínima de Flexão e de Cortante em Vigas


de Concreto Armado”, Tese de Mestrado, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil.

REBEIZ, K. S., 1999, ”Shear Strength Prediction for Concrete Members”, Journal of
Structural Engineering, v. 125, n. 3 (March), pp. 301-308.

REGAN, P. E., HAMADI, Y. D., 1980, “Behaviour in Shear of Beams With Flexural
Cracks”, Magazine of Concrete Research, v. 32, n. 11, pp. 67-78

167
REGAN, P. E., 1998, “Depth Factors For Shear in Concrete Bridges”, University of
Westminster, School of the Building and Environment, A Partial Report on
Contract 3/121, London.

ROLLER, J., RUSSEL, H. G., 1990, “Shear Strength of High - Strength Concrete
Beams With Web Reinforcement”, ACI Structural Journal, n. 87-S20 (March -
April), pp. 191-198.

RUSSO, G., ZINGONE, G., PULERI, G., 1991,”Flexure-Shear Interaction Model for
Longitudinally Reinforced Beams”, ACI Structural Journal, v. 88, n. 1(January-
February), pp. 60-68.

SARSAM, F. K., AL-MUSAWI, J. M. S., 1992, “Shear Design of High - and Normal -
Strength Concrete Beams With Web Reinforcement”, ACI Structural Journal, n.
89-S62 (November - December), pp. 658-664.

SAKAGUCHI, N., YAMANOBE, K., KITADA, Y., et al, 1990, “Shear Strength of
High - Strength Concrete Members”, ACI Special Publication, SP-121-9, pp.
155-178.

SARKAR, S., ADWAN, O., BOSE, B., 1999, “Shear Stress Contributions and Failure
Mechanisms of High Strength Reinforced Concrete Beams”, Materials and
Structures, v. 32, (March), pp. 112-116.

SHEHATA, I. A. E. M., SHEHATA, L. C. D., 1997, “Propriedades do Concreto e do


Aço”, Apostila de curso, COPPE/UFRJ.

SHEHATA, I. A. E. M., SHEHATA, L. C. D., GARCIA, S. L. G., 2000, “Taxas de


Armadura Mínimas em Vigas de Concreto de Diferentes Resistências – Enfoque
Teórico”, Anais, IV Congresso de Engenharia Civil, Universidade Federal de
Juiz de Fora.

168
SHEHATA, I. A. E. M., SHEHATA, L. C. D., GARCIA, S. L. G., 2002, “Minimum
Steel Ratios in Reinforced Concrete Beams of Concrete with Different Strength-
Theoretical Approach”, Aprovado para ser Publicado, Materials and Structures,
RILEM (ISSN: 1359-5997).

SIGRIST, V., ALVAREZ, M., KAUFMANN, W., 1995, ”Shear and Flexure in
Structural Beams”, CEB Bulletin d’information 223, June.

SIMPLÍCIO, M. A. S., 1999, Comportamento de Vigas de Concreto de Alto


Desempenho Com Pequenos Percentuais de Armadura Transversal, Tese de
Mestrado, Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco, Brasil.

XIE et al., 1994, “Shear Ductility of Reinforced Concrete Beams of Normal and High-
Strength Concrete”, ACI Structural Journal, v. 91, n. 2,(March-April), pp. 140-
149.

YOON, S. Y., COOK, W. D., MITCHELL, D., 1996, ”Minimum Shear Reinforcement
in Normal, Medium and High-Strength Concrete Beams”, ACI Structural
Journal, v. 93, n. 5,(September-October), pp. 576-584.

THORENFELDT, E., DRANGSHOLT, G., 1990, “Shear Capacity of Reinforced High -


Strength Concrete Beams, ACI Special Publication, SP-121-8, pp. 129-154.

VECCHIO, F.J., 1991, “Analyses Based on the Modified Compression Field Theory”,
Rep., IABSE Colloquium Structural Concrete, Stuttgart, Germany, pp. 321-326.

VECCHIO, F.J., COLLINS, M.P., 1986, ”The Modified Compression Field Theory for
Reinforced Concrete Elements Subjected to Shear”, ACI Journal, v. 83, n.
2(March-April), pp. 219-231.

ZHANG, J.P., 1994, “Part 1- Shear Strength of Concrete Reinforced Concrete Beams,
Deep Beams, Corbels, and Prestressed Reinforced Concrete Beams Without

169
Shear Reinforced. Technical University of Denmark, Department of Structural
Engineering, Report. R No 311, Lyngby.

ZHANG, J.P., 1997, “Diagonal Cracking and Shear Strength of Reinforced Concrete
Beams”, Magazine of Concrete Research, v. 49, n. 178 (March), pp. 55-65.

170
ANEXO A
TABELAS DOS RESULTADOS

171
Tabela A1- Resultados dos ensaios da Viga1R.
Deslocam Deslocam Deformação da
Carga Rotação no Apoio Deformação do Concreto Abertura de Fissura
ento ento Armadura
(kN) vertical Vertical (10-3 rad) (o/oo) (mm) Longitudinal
no Meio na Seção (o/oo)
do Vão de Aplic. Pos. LE Pos. LD Pos.1 Pos.2 Pos.3 Pos.4 Flexão(1) Cortante(3) Posição M
(mm) da Carga
(mm)
0 0,00 0,00 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,00
10 0,67 0,54 0,4 0,4 -0,11 0,02 -0,2 -0,04 0,08
20 1,25 1,04 0,7 0,8 -0,35 -0,16 -0,26 -0,11 0,16
30 2,11 1,77 1,3 1,4 -0,22 -0,17 -0,29 -0,09 0,31
40 3,14 2,69 2,0 2,1 -0,34 -0,28 -0,31 -0,09 0,46
50 4,16 3,51 2,8 2,8 -0,41 -0,28 -0,35 -0,11 0,02 0,61
60 5,18 4,33 3,5 3,6 -0,50 -0,34 -0,36 -0,13 0,03 0,02 0,76
70 5,98 4,99 3,8 4,2 -0,58 -0,39 -0,42 -0,12 0,03 0,04 0,88
80 7,01 5,85 4,9 5,3 -0,63 -0,43 -0,41 -0,12 0,06 0,07 1,01
90 7,94 6,64 5,6 5,6 -0,7 -0,54 -0,45 -0,14 0,06 0,1 1,14
100 8,80 7,36 6,2 6,3 -0,77 -0,54 -0,48 -0,15 0,06 0,13 1,25
110 9,34 8,31 6,5 6,6 -0,77 -0,49 -0,49 -0,15 1,34
1 11,01 9,76 1,35
110 11,20 9,92 1,41
114 11,84 10,43 1,46
120 12,67 11,38 1,56
125 13,70 12,26 1,63
130 14,62 13,08
133 Ruptura

172
Tabela A2- Resultados dos ensaios da Viga 2.
Deslocamento Deslocamento Rotação no Apoio Deformação do Concreto Abertura de Fissura
Carga
vertical no vertical na (10-3 rad) (o/oo) (mm)
(kN) Meio do Vão Seção de Aplic. Pos. LE Pos. LD Pos.1 Pos.2 Pos.3 Pos.4 Flexão(1) Cortante(2)
(mm) da Carga
(mm)
0 0 0 0,0 0,0 0,00 0,00 0,00 0,00
10 0,73 0,54 0,4 0,4 -0,07 -0,05 -0,09 -0,03
20 1,23 1,12 0, 9 0,9 -0,12 -0,10 -0,16 -0,04
30 2,13 1,75 1,4 1,5 -0,22 -0,16 -0,17 -0,07
40 2,93 2,52 2,0 2,4 -0,3 -0,21 -0,17 -0,06
50 3,9 3,32 2,7 2,8 -0,36 -0,27 -0,24 -0,16
60 4,88 4,18 3,5 3,6 -0,44 -0,31 -0,35 -0,07 0,02
70 5,83 5,01 4,2 4,2 -0,50 -0,36 -0,27 -0,07 0,04
80 6,84 5,84 4,9 4,7 -0,60 -0,43 -0,30 -0,08 0,06
90 7,67 6,60 5,6 5,7 -0,64 -0,46 -0,32 -0,08 0,06 0,02
100 8,71 7,46 6,5 6,4 -0,72 -0,52 -0,37 -0,08 0,06 0,06
110 10,09 8,56 7,6 7,3 -0,78 -0,55 -0,38 -0,08 0,09 0,06
120 10,98 9,35 8,0 8,0 -0,86 -0,61 -0,40 -0,08 0,08 0,10
130 12,21 10,43 8,8 8,8 -0,92 -0,64 -0,42 -0,06 0,12 0,12
140 13,13 11,33 9,5 9,5 -0,97 -0,68 -0,43 -0,08 0,14 0,15
150 14,26 12,28 10,2 10,5 -1,06 -0,76 -0,48 -0,05 0,2 0,14
160 15,33 13,18 11,0 11,0 -1,12 -0,93 -0,48 -0,05 0,25 0,27
170 16,35 14,11 11,7 11,7 -1,21 -0,87 -0,52 -0,04 0,30 0,28
180 17,48 15,1 12,4 12,4 -1,25 -0,91 -0,56 -0,05 0,30 0,30
190 18,8 16,18 13,3 13,3 -1,35 -0,96 -0,54 -0,06 0,31 0,32
200 19,87 17,17 14,0 13,9 -1,40 -1,00 -0,64 -0,05 0,31 0,32
210 21,29 18,48 14,9 14,6 -1,49 -1,06 -0,65 -0,06 0,31 0,32
220 22,74 19,63 15,8 15,5 -1,55 -1,11 -0,66 -0,03 0,33 0,33
230 24,2 20,24 16,7 16,3 -1,61 -1,17 -0,68 -0,02 0,33 0,35
240 26,02 22,43 17,8 17,3 -1,71 -1,23 -0,71 0,00 0,35 0,36
250 28,43 24,60 19,2 18,6 -0,83 -1,3 -0,72 0,02 0,36
260 30,64 26,33 20,4 19,8 -1,94 -1,36 -0,73 0,12
272 Ruptura

173
Tabela A3- Resultados dos ensaios da Viga 2.
Deformação da Deformação da Armadura Transversal
Carga
Armadura (o/oo)
(kN) longitudinal Posição A Posição B Posição C Posição D Posição E Posição F
(o/oo)
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
10 0,06 0,00 0,15 0,00 0,00 0,00 0,00
20 0,14 0,00 -0,17 0,00 0,00 0,00 0,00
30 0,23 0,00 -0,20 -0,01 -0,01 0,01 0,01
40 0,38 -0,01 -0,13 -0,01 0,00 0,01 0,01
50 0,51 -0,01 -0,03 -0,01 0,01 0,01 0,01
60 0,64 -0,01 0,00 -0,01 0,00 -0,02 0,01
70 0,78 0,00 -0,01 0,01 0,00 -0,03 0,01
80 0,90 0,03 -0,02 0,02 0,00 -0,04 0,10
90 1,02 0,10 0,00 0,05 0,04 -0,02 0,35
100 1,14 0,21 0,12 0,09 0,06 0,05 0,81
110 1,28 0,40 0,36 0,21 0,11 0,13 1,34
120 1,39 0,59 0,51 0,25 0,25 0,29 1,51
130 1,52 0,71 0,70 0,39 0,43 0,48 1,78
140 1,64 0,75 0,89 0,55 0,54 0,60 2,01
150 1,77 0,79 1,10 0,68 0,66 0,75 2,30
160 1,90 0,85 1,30 0,80 0,78 0,94 2,28
170 2,02 0,93 1,43 0,88 0,90 1,13 2,38
180 2,14 1,23 1,61 0,96 1,03 1,34 11,65
190 2,29 1,63 2,04 1,05 1,16 1,53 17,49
200 2,41 1,82 2,23 1,15 1,27 1,58 17,75
210 2,56 2,03 2,37 1,26 1,43 1,60 17,93
220 2,71 2,10 2,33 1,34 1,59 1,67 18,17
230 2,89 2,16 2,39 1,43 1,72 1,74 18,77
240 3,14 2,20 2,49 1,53 1,78 1,80 19,33
250 3,66 2,26 8,42 1,70 1,80 1,82 19,94
260 4,18 2,26 8,42 1,84 1,81 1,85 20,36
272 Ruptura

174
Tabela A4- Resultados dos ensaios da Viga 3.
Carga Deslocament Deslocamento Rotação no Apoio Deformação do Concreto Abertura de Fissura
(kN) o vertical no vertical na Seção (10-3 rad) (o/oo) (mm)
Meio do Vão de Aplic. da Pos. LE Pos. LD Pos.1 Pos.2 Pos.3 Pos.4 Flexão(1) Cortante(3)
(mm) Carga
(mm)
0 0 0 0 0 0 0 0 0
10 1,29 0,72 0,7 0,2 -0,06 -0,06 -0,03 -0,02
20 2,19 1,35 1,2 0,7 -0,14 -0,1 -0,07 -0,04
30 2,97 1,92 1,7 1,2 -0,22 -0,16 -0,10 -0,05
40 3,83 2,61 2,4 1,9 -0,28 -0,21 -0,12 -0,07
50 4,71 3,44 3,1 2,7 -0,36 -0,27 -0,16 -0,08
60 5,96 4,16 3,7 3,2 -0,41 -0,3 -0,16 -0,07 0,01
70 7 4,85 4,4 3,9 -0,47 -0,33 -0,19 -0,05 0,01
80 7,94 5,79 5,1 4,6 -0,54 -0,38 -0,2 -0,08 0,01
90 9,02 6,44 5,8 5,2 -0,6 -0,42 -0,22 -0,07 0,01
100 10,07 7,27 ,5 6,0 -0,69 -0,47 -0,25 -0,09 0,01
110 11,2 8,26 7,3 6,8 -0,73 -0,53 -0,27 -0,09 0,01 0,20
120 12,25 9,13 8,0 7,4 - -0,55 -0,28 -0,09 0,01 0,20
130 13,5 10,32 8,8 8,3 -0,82 -0,61 -0,31 -0,09 0,02 0,30
140 14,54 11,22 9,5 9,1 -0,86 -0,64 -0,32 -0,09 0,02 0,35
150 15,21 12,11 10,2 9,8 -0,94 -0,69 -0,34 -0,09 0,02 0,35
160 16,7 12,98 10,9 10,5 -1 -0,74 -0,38 -0,09 0,02 0,40
170 17,87 13,94 11,6 11,1 -1,07 -0,8 -0,39 -0,09 0,02 0,40
180 18,99 14,88 12,3 11,8 -1,15 -0,84 -0,41 -0,07 0,02 0,40
190 19,81 15,62 12,9 12,5 -1,21 -0,87 -0,43 -0,07
200 21,64 17,02 13,9 13,3 -1,29 -0,94 -0,47 -0,07
210 23,07 18,08 14,6 14,3 -1,37 -1,00 -0,51 -0,06
220 24,46 19,3 15,4 14,9 -1,45 -1,06 -0,52 -0,06
230 25,36 19,9 16,1 15,7 -1,52 -1,09 -0,53 -0,06
235
240 -1,61 -1,17 -0,57 -0,06
245
250
260
270
280
285 Ruptura

175
Tabela A5- Resultados dos ensaios da Viga 3.
Deformação Deformação da Armadura Transversal
Carga
da (o/oo)
(kN) Armadura Posição A Posição B Posição C Posição D Posição E Posição F
longitudinal
(o/oo)
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
10 0,09 0,02 0,04 0,00 0,01 0,00 0,00
20 0,18 0,05 0,08 0,00 0,01 0,01 0,01
30 0,28 0,08 0,13 0,00 0,00 0,00 0,01
40 0,40 0,10 0,17 -0,01 0,01 0,01 0,01
50 0,52 0,13 0,21 -0,02 0,01 0,00 0,01
60 0,64 0,15 0,25 0,04 0,02 0,00 0,01
70 0,75 0,18 0,30 -0,04 0,05 0,00 0,01
80 0,87 0,27 0,33 -0,05 0,08 0,03 0,01
90 0,98 0,52 0,38 -0,06 0,10 0,29 0,01
100 1,10 0,77 0,42 0,02 0,13 0,45 0,25
110 1,22 1,00 0,47 0,25 0,22 0,59 0,39
120 1,34 1,93 1,00 0,47 0,32 0,80 0,56
130 1,46 2,03 2,94 0,74 0,46 1,13 0,79
140 1,58 2,13 3,67 0,86 0,63 1,35 1,00
150 1,70 2,23 4,39 0,99 0,87 1,62 1,21
160 1,83 2,34 5,11 1,10 1,10 1,78 1,33
170 1,94 3,31 5,82 1,20 1,29 1,96 1,44
180 2,07 3,36 6,33 1,34 1,61 2,15 1,56
190 2,19 4,20 6,60 1,51 1,83 2,74 1,67
200 2,33 4,41 6,87 1,75 2,11 16,58 1,87
210 2,46 4,61 7,10 1,91 2,14 17,27 1,96
220 2,61 5,90 7,40 1,98 2,15 17,49 2,08
230 2,77 6,47 7,66 1,99 2,16 17,65 2,23
235 2,88 6,50 7,80 2,00 2,16 17,76 2,25
240 2,96 6,55 7,93 2,02 2,17 17,94 2,25
245 3,14 6,6 8,06 2,04 2,19 18,25 2,26
250 3,35 - 8,20 2,05 2,20 18,41 2,27
260 4,08 - - 2,10 2,23 18,51 2,30
270 5,00 - - 2,16 2,30 18,71 2,34
280 5,88 - - 2,22 2,48 19,00 2,36
285 Ruptura

176
Tabela A6- Resultados dos ensaios da Viga 4.
Deslocamento Deslocamento Rotação no Apoio Deformação do Concreto Abertura de Fissura
Carga
vertical no vertical na (10-3 rad) (o/oo) (mm)
(kN) Meio do Vão Seção de Aplic. Pos. LE Pos. LD Pos.1 Pos.2 Pos.3 Pos.4 Flexão(2) Cortante(1)
(mm) da Carga
(mm)
0 0 0 0 0 0 0 0 0
20 1,22 1,12 0,7 0,9 -0,10 -0,07 0,00 -0,04
40 2,82 2,51 1,8 1,9 -0,28 -0,19 -0,05 -0,08
60 4,68 4,12 3,2 3,3 -0,41 -0,29 -0,14 -0,09
80 6,51 5,77 4,3 4,6 -0,55 -0,38 -0,2 -0,11
100 8,76 7,62 6,3 6,1 -0,56 -0,47 -0,24 -0,11 0,01 0,10
110 9,71 8,51 6,7 6,8 -0,79 -0,54 -0,3 -0,12 0,03 0,20
120 10,92 9,49 7,5 7,6 -0,83 0,40 -0,32 -0,12 0,04 0,29
130 12,23 10,55 8,2 8,4 -0,93 -0,66 -0,36 -0,13 0,05 0,29
140 13,1 11,34 8,9 9,0 -0,89 -0,70 -0,39 -0,13 0,07 0,30
150 14,33 12,4 9,6 9,8 -1,05 -0,75 -0,42 -0,13 0,10 0,40
160 15,41 13,32 10,3 10,5 -1,10 -0,79 -0,42 -0,17 0,10 0,41
170 16,59 14,37 10,9 11,4 -1,21 -0,81 -0,48 -0,17 0,10 0,42
180 17,85 15,43 11,8 11,9 -1,28 -0,90 -0,52 -0,17 0,15 0,45
190 18,9 16,41 12,4 12,5 -1,29 -0,94 -0,54 -0,19 0,15 0,47
200 19,93 17,31 13,1 13,1 -1,45 -0,92 -0,56 -0,21 0,17 0,60
210 21,02 18,26 13,6 13,8 -1,47 -1,03 -0,66 -0,23 0,40 0,90
220 22,34 19,42 14,5 14,9 -1,57 -1,15 -0,68 -0,24
230 23,59 20,44 15,2 15,3 -1,55 -1,14 -0,69 -0,27
240 Ruptura

177
Tabela A7- Resultados dos ensaios da Viga 4.
Deformação Deformação da Armadura Transversal
Carga
da (o/oo)
(kN) Armadura Posição A Posição B Posição C Posição D Posição E Posição F
longitudinal
(o/oo)
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
20 0,13 0,04 0,00 0,00 -0,01 0,00 0,00
40 0,33 0,04 0,00 -0,01 -0,04 -0,01 0,00
60 0,61 -0,07 0,12 0,06 0,00 -0,01 0,04
80 0,89 0,00 0,00 0,02 0,00 0,04 0,41
100 1,15 0,03 0,33 0,06 -0,01 0,04 1,09
110 1,27 0,03 0,45 0,08 0,01 0,05 1,37
120 1,39 0,04 0,59 0,12 0,01 0,06 1,60
130 1,53 0,03 0,81 0,34 0,01 0,08 1,86
140 1,63 0,02 1,04 0,56 0,00 0,11 2,01
150 1,76 0,12 1,30 0,82 0,00 0,23 2,31
160 1,88 0,68 1,51 0,98 -0,01 0,43 2,53
170 1,99 1,23 1,70 1,25 -0,01 0,66 2,75
180 2,13 1,60 1,87 1,45 -0,01 0,92 3,01
190 2,24 1,87 1,97 1,54 -0,02 1,13 3,20
200 2,36 2,05 2,08 1,62 -0,03 1,29 3,33
210 2,48 2,26 2,21 1,72 -0,02 1,50 3,54
220 2,61 2,53 2,38 1,82 0,00 1,78 3,75
230 2,73 2,80 2,52 1,92 0,10 2,01 4,18
240 Ruptura

178
Tabela A8- Resultados dos ensaios da Viga 5.
Carga Deslocament Flecha na Seção Rotação no Apoio Deformação do Concreto Abertura de Fissura
(kN) o vertical no de Aplic. da (10-3 rad) (o/oo) (mm)
Meio do Vão Carga Pos. LE Pos. LD Pos.1 Pos.2 Pos.3 Pos.4 Flexão(2) Cortante(4)
(mm) (mm)
0 0 0 0 0 0 0 0 0
20 1,28 1,08 1,3 0,8 -0,05 -0,08 0 0,07
40 2,94 2,51 2,5 2,0 -0,24 -0,18 -0,05 -0,05
60 4,85 4,2 3,6 3,4 -0,36 -0,25 -0,05 0,02
80 6,73 5,81 4,5 4,8 -0,47 -0,30 -0,08 0,06
100 8,74 7,48 6,0 6,3 -0,51 -0,38 -0,15 0,04 0,10 0,02
110 9,8 8,47 6,7 6,9 -0,51 -0,43 -0,2 0,03 0,15 0,10
120 10,86 9,42 7,1 7,8 -0,56 -0,48 -0,22 0,03 0,17 0,10
130 12,12 10,66 8,0 8,7 -0,69 -0,52 -0,05 0,03 0,21 0,15
140 13,36 11,73 9,0 9,4 -0,78 -0,56 -0,23 0,03 0,25 0,40
150 14,39 12,71 9,6 10,0 -0,86 -0,63 -0,25 0,07 0,45 0,60
160 15,59 13,81 10,3 10,7 -0,94 -0,67 -0,28 0,09 0,50 0,80
170 16,75 14,84 11,4 11,4 -1,06 -0,80 -0,31 0,09 0,60 0,90
180 17,78 15,76 11,7 12,2 -1,14 -0,75 -0,31 0,09 0,61 1,10
190 19,09 17,05 12,4 13,0 -1,16 -0,80 -0,31 0,09 0,61 1,4
200 20,18 18,16 12,9 13,8 -1,32 -0,83 -0,36 0,09
202,5 21,69 19,62 Ruptura

179
Tabela A9- Resultados dos ensaios da Viga 5.
Deformação Deformação da Armadura Transversal
Carga
da (o/oo)
(kN) Armadura Posição A Posição B Posição C Posição D Posição E Posição F
longitudinal
(o/oo)
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
20 0,15 0,01 0,01 -0,00 -0,00 0,00 0,00
40 0,41 0,01 0,01 -0,010 0,01 -0,01 -0,00
60 0,69 0,00 0,00 -0,00 -0,08 -0,01 -0,02
80 0,96 0,02 0,02 0,09 -0,11 0,03 -0,05
100 1,22 0,08 0,39 0,24 -0,07 0,03 -0,02
110 1,35 0,09 0,70 0,33 0,06 0,04 -0,02
120 1,48 0,09 0,93 0,43 0,15 0,18 -0,01
130 1,61 0,11 2,53 0,57 0,22 0,87 0,13
140 1,73 0,13 3,24 0,60 0,22 1,56 0,52
150 1,85 0,34 4,01 0,64 0,23 1,93 0,72
160 1,98 0,77 - 0,71 0,37 2,59 1,79
170 2,12 1,30 - 0,87 0,56 2,86 2,10
180 2,22 1,79 - 1,24 0,67 3,09 2,26
190 2,37 2,34 - 1,65 0,82 3,43 2,43
200 2,48 2,63 - 1,91 0,98 3,96 2,59
202,5 2,58 2,68 Ruptura 2,23 1,26 4,61 2,75

180
Tabela A10- Resultados dos ensaios da Viga 6.
Deslocamento Deslocamento Rotação no Apoio Deformação do Concreto Abertura de Fissura
Carga
vertical no vertical na (10-3 rad) (o/oo) (mm)
(kN) Meio do Vão Seção de Aplic. Pos. LE Pos. LD Pos.1 Pos.2 Pos.3 Pos.4 Flexão(2) Cortante(4)
(mm) da Carga
(mm)
0 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
20 0,95 1,09 0,5 0,5 -0,78 -0,08 -0,27 -0,04
40 2,39 2,62 1,6 1,4 -0,87 -0,18 -0,15 -0,04
60 3,91 4,49 2,8 2,9 -0,87 -0,13 -0,19 -0,01
80 5,48 6,28 4,1 4,3 -1,08 -0,26 -0,19 -0,01
100 7,75 8,56 5,5 5,7 -1,18 -0,39 -0,2 -0,01 0,06 0,4
110 8,74 9,61 6,2 6,6 -1,24 -0,39 -0,29 -0,01 0,08 0,45
120 9,96 10,91 6,6 7,3 -1,28 -0,40 -0,24 -0,01 0,12 0,85
130 10,79 11,95 7,5 7,9 -1,34 -0,45 -0,28 -0,01 0,12 1,00
140 11,94 13,24 8,3 8,8 -1,34 -0,46 -0,30 -0,01 0,14 1,30
150 13,09 14,36 9,1 9,5 -1,45 -0,51 -0,31 -0,01 0,16 1,60
160 13,97 15,38 9,6 10,5 -1,5 -0,53 -0,33 -0,01
170 15,1 16,6 10,3 11,5 -1,53 -0,59 -0,36 -0,02
180 16,48 17,86
185 Ruptura

181
Tabela A11- Resultados dos ensaios da Viga 6.
Deformação Deformação da Armadura Transversal
Carga
da (o/oo)
(kN) Armadura Posição A Posição B Posição C Posição D Posição E Posição F
longitudinal
(o/oo)
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
20 0,13 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
40 0,35 0,00 0,00 0,00 0,01 -0,02 0,00
60 0,63 -0,01 0,00 0,01 0,21 -0,03 0,00
80 0,88 0,02 0,00 0,01 0,59 0,09 -0,02
100 1,13 2,68 1,70 0,18 0,97 0,45 -0,03
110 1,24 2,14 3,55 0,43 1,25 1,18 0,21
120 1,37 2,46 4,29 0,69 1,70 1,86 0,65
130 1,48 2,76 5,21 0,86 2,09 2,64 1,21
140 1,62 3,26 6,68 1,15 2,49 3,46 1,87
150 1,74 3,78 8,55 1,45 2,73 3,91 2,24
160 1,85 4,05 9,26 1,63 2,94 4,46 2,58
170 1,97 4,38 - 1,78 3,13 5,40 2,88
180 2,03 - - 1,96 3,33 6,89 3,11
185 Ruptura

182
Tabela A12- Resultados dos ensaios da Viga 7.
Carga Deslocament Deslocamento Rotação no Apoio Deformação do Concreto Abertura de Fissura
(kN) o vertical no vertical na Seção (10-3 rad) (o/oo) (mm)
Meio do Vão de Aplic. da Pos. LE Pos. LD Pos.1 Pos.2 Pos.3 Pos.4 Flexão(2) Cortante(1)
(mm) Carga
(mm)
0 0 0 0 0 0 0 0 0
20 1,18 0,95 0,8 0,7 -0,11 -0,06 -0,02 0,09
40 2,83 2,43 1,8 1,7 -0,25 -0,19 -0,06 -0,05
60 4,81 4,18 3,1 3,1 -0,35 -0,27 -0,11 -0,05
80 6,57 5,76 4,6 4,5 -0,5 -0,36 -0,18 -0,08 0,06 0,08
100 8,66 7,54 6,0 5,9 -0,65 -0,51 -0,21 -0,07 0,1 0,1
108,5 Ruptura

Tabela A13- Resultados dos ensaios da Viga 7.


Deformação Deformação da Armadura Transversal
Carga
da (o/oo)
(kN) Armadura Posição A Posição B Posição C Posição D Posição E Posição F
longitudinal
(o/oo)
0 0,00 0,00 0,00 0,000 0,000 0,000 0,000
20 0,12 0,01 0,00 -0,009 0,001 -0,001 0,001
40 0,34 0,01 0,00 -0,022 0,011 -0,002 -0,005
60 0,63 0,01 -0,01 -0,029 0,015 0,006 0,002
80 0,88 0,04 -0,01 -0,007 0,013 0,185 0,180
100 1,13 0,09 0,13 0,000 0,103 0,369 1,089
108,5 Ruptura

183
Tabela A14- Resultados dos ensaios da Viga 8R.
Deslocam Deslocam Deformação da
Carga Rotação no Apoio Deformação do Concreto Abertura de Fissura
ento ento Armadura
(kN) vertical vertical (10-3 rad) (o/oo) (mm) Longitudinal
no Meio na Seção (o/oo)
do Vão de Aplic. Pos. LE Pos. LD Pos.1 Pos.2 Pos.3 Pos.4 Flexão Cortan Posição M
(mm) da Carga te
(mm)
0 0,00 0,00 0,0 0,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
10 1,03 1,17 0,6 0,8 -0,01 -0,08 -0,05 0,01 0,09
20 2,01 2,15 1,4 1,5 -0,1 -0,05 -0,01 0,07 0,25
30 3,35 3,37 2,4 2,4 -0,15 -0,07 0,00 0,07 0,47
40 4,78 4,64 3,3 3,5 -0,27 -0,21 -0,12 0,02 Não foi medida 0,67
50 6,05 5,67 4,3 4,5 -0,38 -0,27 -0,13 0,06 0,84
60 7,44 7,03 5,4 5,6 -0,53 -0,35 -0,16 0,00 1,05
70 8,95 8,41 6,7 6,9 -0,63 -0,41 -0,18 0,07 1,26
80 12,22 11,83 - - - - - - 1,47
90 17,56 18,76 Ruptura -

184
Tabela a15- Resultados dos ensaios da Viga 9.
Deslocamento Deslocamento Rotação no Apoio Deformação do Concreto Abertura de Fissura
Carga
vertical no vertical na (10-3 rad) (o/oo) (mm)
(kN) Meio do Vão Seção de Aplic. Pos. LE Pos. LD Pos.1 Pos.2 Pos.3 Pos.4 Flexão(2) Cortante(3)
(mm) da Carga
(mm)
0 0 0,00 0,0 0,0 0,00 0,00 0,00 0,00
10 0,77 0,95 0,5 0,6 -0,18 0,05 -0,54 -0,43
20 2,04 2,13 1,4 1,4 -0,22 -0,05 -0,60 -0,60
30 3,26 3,27 2,4 2,3 -0,36 0,07 -0,78 -0,62
40 4,63 4,42 3,4 3,5 -0,71 0,02 -0,93 -0,61
50 6,1 5,43 4,4 4,4 -0,65 -0,15 -0,99 -0,48
60 7,6 6,28 5,4 5,5 -0,68 -0,16 -0,93 -0,70 0,06 0,10
70 9,04 7,55 6,5 6,7 -0,94 -0,46 -1,11 -0,65 0,16 0,20
80 10,75 9,09 7,9 8,0 -0,93 -0,60 -1,22 -0,63 0,18 0,24
90 12,65 10,79 9,1 10,2 -1,06 -0,50 -1,27 -0,75 0,20 0,30
100 14,77 12,75 10,6 10,7 -1,31 -0,71 -1,27 -0,71 0,20 0,40
110 17,37 15,2 12,2 12,3 -1,46 -0,84 -1,46 -0,82 0,22 0,46
112 19,92 26,69 13,8 13,6 -1,75 -0,99 -1,64 -0,81
127 Ruptura

185
Tabela A16- Resultados dos ensaios da Viga 9.
Deformação Deformação da Armadura Transversal
Carga
da Armadura (o/oo)
(kN) longitudinal Posição A Posição B Posição C Posição D Posição E Posição F
(o/oo)
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
10 0,11 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,01 0,01
20 0,28 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,01 0,01
30 0,47 -0,01 -0,02 0,01 -0,02 -0,01 0,02
40 0,68 -0,03 -0,03 0,04 -0,05 0,00 0,06
50 0,86 -0,04 0,01 0,05 -0,06 0,01 0,13
60 1,06 -0,03 0,11 0,06 -0,07 0,03 0,25
70 1,26 0,00 0,19 0,08 -0,08 0,04 0,40
80 1,47 0,11 0,35 0,09 -0,09 0,05 0,67
90 1,69 1,16 1,09 0,10 -0,07 0,09 1,01
100 1,86 1,61 1,60 0,43 0,22 0,20 1,66
110 2,10 2,20 2,45 0,93 0,79 1,50 2,64
120 2,32 2,92 3,18 1,64 1,38 2,24 3,35
127 Ruptura

186
Tabela A17- Resultados dos ensaios da Viga 10.
Carga Deslocament Deslocamento Rotação no Apoio Deformação do Concreto Abertura de Fissura
(kN) o vertical no vertical na Seção (10-3 rad) (o/oo) (mm)
Meio do Vão de Aplic. da Pos. LE Pos. LD Pos.1 Pos.2 Pos.3 Pos.4 Flexão(2) Cortante(3)
(mm) Carga
(mm)
0 0 0,00 0,0 0,0 0,00 0,00 0,00 0,00
10 0,65 0,88 0,8 2,0 -0,15 -0,12 -0,29 0,60
20 1,72 2,03 1,9 2,8 -0,14 0,08 -0,2 0,92
30 3,01 3,46 2,5 3,5 0,05 0,03 -0,04 0,94
40 3,98 4,67 3,4 4,8 -0,57 0,23 -0,22 0,80
50 5,08 6,02 4,1 5,7 -0,05 -0,12 -0,27 0,85
60 6,32 7,41 5,1 6,8 -0,49 -0,22 -0,60 0,65
70 7,45 8,86 6,1 7,9 -0,86 -0,40 -0,62 1,50 0,03 0,04
80 8,96 10,62 7,0 9,0 -0,78 -0,44 -0,56 0,77 0,04 0,05
90 10,46 12,47 8,4 10,1 -1,05 -0,47 -0,56 0,75 0,07 0,08
100 12,07 14,24 9,4 11,3 -1,10 -0,62 -0,600 0,82 0,08 0,15
110 13,74 16,12 -1,25 -0,87 -0,67 1,47
120 16 18,61 -1,45 -0,99 -0,82 1,52
130 17,55 20,24 -1,57 -1,05 -0,85 0,11
140 19,71 22,78 -1,87 -1,17 -1,24 0,35
150 21,61 24,81 -2,1 -1,52 -1,24 0,11
160 24,45 28,23 -2,18 -1,96 -1,67 -0,14
168 Ruptura

187
Tabela A18- Resultados dos ensaios da Viga 10.
Deformação Deformação da Armadura Transversal
Carga
da Armadura (o/oo)
(kN) longitudinal Posição A Posição B Posição C Posição D Posição E Posição F
(o/oo)
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
10 0,07 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00
20 0,22 0,01 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00
30 0,43 0,01 0,02 0,01 -0,01 0,00 0,00
40 0,60 -0,01 0,01 -0,01 -0,02 0,08 -0,01
50 0,78 -0,04 0,00 -0,02 -0,02 0,13 -0,02
60 0,96 -0,06 0,01 -0,03 -0,03 0,15 0,02
70 1,12 -0,06 0,02 -0,03 0,22 0,17 0,09
80 1,32 -0,01 0,03 -0,02 0,58 0,19 0,12
90 1,48 0,05 0,03 0,48 0,97 0,23 0,13
100 1,65 0,05 0,55 1,27 1,23 0,33 0,14
110 1,84 0,05 1,04 1,72 1,52 0,65 0,14
120 2,04 0,17 1,65 2,26 2,23 1,96 1,02
130 2,18 0,42 1,93 2,46 2,94 2,48 1,68
140 2,41 0,82 2,30 2,87 3,55 2,97 2,29 Tabela A19- Resultados dos ensaios
150 2,58 1,19 2,61 3,19 4,37 3,41 2,72 da Viga 11.
160 5,47 1,63 2,99 3,80 6,70 4,26 3,01
168 Ruptura
Deslocamento Deslocamento Rotação no Apoio Deformação do Concreto Abertura de Fissura
Carga
vertical no vertical na (10-3 rad) (o/oo) (mm)
(kN) Meio do Vão Seção de Aplic. Pos. LE Pos. LD Pos.1 Pos.2 Pos.3 Pos.4 Flexão(2) Cortante(1
(mm) da Carga )
(mm)
0 0,00 0,00 0,0 0,0 0,00 0,00 0,00 0,00
10 1,12 0,96 0,6 0,4 0,17 0,50 0,49 -0,11
20 2,15 1,99 1,4 1,3 0,21 0,31 0,47 0,07
30 3,35 3,24 2,3 2,4 0,10 0,13 0,42 -0,08

188
40 4,72 4,36 3,3 3,3 0,04 0,03 0,23 -0,07
50 5,97 5,58 4,4 4,1 -0,06 -0,17 0,00 -0,03 0,03
60 7,34 6,77 5,5 5,3 -0,14 0,03 0,32 0,15 0,04
70 8,54 7,98 6,4 6,4 -0,24 0,09 0,15 0,09 0,06 0,04
80 10,06 9,23 7,5 7,3 -0,31 -0,10 -0,05 0,09 0,13 0,10
90 11,82 10,9 8,9 8,7 -0,47 -0,2 -0,13 0,40 0,15 0,20
100 13,19 12,19 9,9 9,8 -0,6 -0,26 -0,18 0,31 0,17 0,22
110 16,55 15,33 11,1 11,6 -0,75 -0,3 -0,17 0,35
115 Ruptura

189
Tabela A20- Resultados dos ensaios da Viga 11.
Deformação Deformação da Armadura Transversal
Carga
da Armadura (o/oo)
(kN) longitudinal Posição A Posição B Posição C Posição D Posição E Posição F
(o/oo)
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
10 0,10 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
20 0,27 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00
30 0,48 0,00 -0,01 -0,01 0,00 -0,01 0,00
40 0,66 -0,01 -0,03 -0,02 0,04 -0,02 -0,01
50 0,86 -0,01 -0,03 -0,02 0,07 0,01 -0,01
60 1,05 0,01 -0,02 0,01 0,09 0,05 -0,01
70 1,24 0,07 -0,01 0,05 0,12 0,07 0,00
80 1,43 0,16 0,00 0,07 0,17 0,08 0,02
90 1,66 0,68 0,08 0,12 0,30 0,10 0,04
100 1,84 1,02 0,14 0,31 0,43 0,12 0,05
110 2,06 1,22 1,51 1,71 1,92 5,13 4,25
115 Ruptura

190
Tabela A21- Resultados dos ensaios da Viga 12.
Carga Deslocament Deslocamento Rotação no Apoio Deformação do Concreto Abertura de Fissura
(kN) o vertical no vertical na Seção (10-3 rad) (o/oo) (mm)
Meio do Vão de Aplic. da Pos. LE Pos. LD Pos.1 Pos.2 Pos.3 Pos.4 Flexão(2) Cortante(4)
(mm) Carga
(mm)
0 0,00 0,00 0,0 0,0 0,00 0,00 0,00 0,00
10 1,01 0,70 0,8 0,5 -0,16 0,03 -0,47 -0,14
20 1,95 1,26 1,5 1,1 -0,25 0,00 -0,57 -0,1
30 3,34 1,88 2,5 2,3 -0,40 -0,14 -0,65 -0,08
40 4,54 2,62 - -, 0,56 -0,27 -0,73 -0,17
50 4,95 5,00 4,0 3,9 -0,62 -0,43 -0,29 -0,20
60 6,05 5,57 4,7 4,9 -0,68 -0,48 -0,35 -0,22
70 8,01 5,89 6,2 6,3 -0,92 -0,64 -0,49 -0,30 0,01 0,03
80 Ruptura

Tabela A22- Resultados dos ensaios da Viga 12.


Deformação da Deformação da Armadura Transversal
Carga
Armadura (o/oo)
(kN) longitudinal Posição A Posição B Posição C Posição D Posição E Posição F
(o/oo)
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
10 0,09 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
20 0,23 0,03 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01
30 0,49 -0,01 0,02 0,01 -0,01 -0,01 0,01
40 0,67 0,00 0,01 0,03 -0,02 0,00 0,05
50 0,73 0,07 -0,02 0,03 -0,02 0,01 0,04
60 0,87 0,37 0,07 0,04 0,02 0,41 0,08
70 1,08 0,60 1,22 0,11 0,21 0,98 0,28
80 Ruptura

191
Tabela A23- Resultados dos ensaios da Viga 13.
Deslocamento Deslocamento Rotação no Apoio Deformação do Concreto Abertura de Fissura
Carga
vertical no vertical na (10-3 rad) (o/oo) (mm)
(kN) Meio do Vão Seção de Aplic. Pos. LE Pos. LD Pos.1 Pos.2 Pos.3 Pos.4 Flexão(2) Cortant
(mm) da Carga e(4)
(mm)
0 0,70 0,00 0,0 0,0 0,00 0,00 0,00 0,00
10 0,70 0,70 0,4 0,4 -0,21 -0,19 -0,07 -0,09
20 1,66 1,66 1,1 1,1 -0,27 -0,25 -0,11 -0,09
30 2,69 2,69 2,1 2,1 -0,51 -0,43 -0,19 -0,04
40 3,94 3,94 3,0 3,0 -0,72 -0,47 -0,23 -0,04
50 5,1 5,10 4,1 4,1 -0,77 -0,58 -0,25 -0,05
60 6,35 6,35 5,2 5,2 -0,81 -0,7 -0,29 -0,08
70 7,73 7,73 6,2 6,2 -0,95 -0,78 -0,38 -0,07 0,04 0,03
80 9,17 9,17 7,2 7,2 -1,00 -0,88 -0,41 -0,09 0,10 0,20
90 Ruptura

Tabela A24- Resultados dos ensaios da Viga 13.


Deformação Deformação da Armadura Transversal
Carga
da Armadura (o/oo)
(kN) longitudinal Posição A Posição B Posição C Posição D Posição E Posição F
(o/oo)
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
10 0,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
20 0,24 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
30 0,45 0,00 0,01 -0,01 0,02 0,00 0,00
40 0,66 0,00 0,07 -0,02 0,10 0,00 0,00
50 0,85 0,01 0,13 -0,02 0,19 -0,01 0,00
60 1,05 0,02 0,19 -0,02 0,31 -0,03 0,00
70 1,24 0,02 0,25 -0,02 0,45 0,21 0,01
80 1,42 0,26 0,31 -0,01 0,64 0,94 0,10
185 Ruptura

192
Tabela A25- Resultados dos ensaios da Viga 14.
Carga Deslocament Deslocament Rotação no Apoio Deformação do Concreto Abertura de Fissura
(kN) o vertical no o vertical na (10-3 rad) (o/oo) (mm)
Meio do Vão Seção de Pos. LE Pos. LD Pos.1 Pos.2 Pos.3 Pos.4 Flexão(2) Cortant
(mm) Aplic. da e(1)
Carga
(mm)
0 0,00 0,00 0,0 0,0 0,00 0,00 0,00 0,00
10 1,52 1,33 1,5 0,9 -0,08 -0,14 -0,04 0,00
20 3,2 2,91 3,4 1,9 -0,16 -0,08 0,00
30 5,84 5,07 5,2 3,3 -0,34 -0,17 0,01
40 8,31 7,14 7,0 5,1 -0,55 -0,24 0,00
50 10,41 9,01 8,7 6,8 -0,62 -0,32 -0,02
60 13,83 13,36 Ruptura

Tabela A26- Resultados dos ensaios da Viga 14.


Deformação Deformação da Armadura Transversal
Carga
da (o/oo)
(kN) Armadura Posição A Posição B Posição C Posição D Posição E Posição F
longitudinal
(o/oo)
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
10 0,12 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
20 0,40 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00
30 0,87 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 -0,01
40 1,28 0,02 0,00 0,01 0,06 0,15 -0,02
50 1,61 0,02 -0,02 0,07 0,07 0,22 -0,03
60 Ruptura 0,10 0,29 2,02 0,04

193
ANEXO B
DEFORMAÇÃO ESPECÍFICA DA
SEÇÃO NO MEIO DO VÃO

194
Os diagramas de deformação específica na direção longitudinal da seção no
meio do vão das vigas ensaiadas, obtidas a partir das deformações medidas no concreto
e na armadura longitudinal, encontram-se nas figuras B1 a B14. Eles foram traçados
para diferentes cargas e última carga para a qual foram feitas as medições. O valor de
deformação do concreto que aparece nas figuras é o da fibra superior, obtido por
extrapolação.

0.90%0
0
50

194 mm

187 mm
100
150
h (mm)

200
250
300
350
400
450
5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3
Deformação(%0)

110kN 60kN

Figura B1- Diagrama de deformação específica da seção no meio do vão da Viga 1R.

195
2.32% 0
0
50

154mm
197mm

178mm

173mm
100
150
4
200
h(mm)

250
300
350
400
450
5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3
Deformação(% 0 )
60kN 110kN 200kN 260kN

Figura B2- Diagrama de deformação específica da seção no meio do vão da Viga 2.

2.10%0
0
50
182mm

175mm

148mm
168mm

100
150
200
h(mm)

250
300
350
400
450
5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3
Deformação(%0)

60kN 110kN 200kN 260kN

Figura B3- Diagrama de deformação específica da seção no meio do vão da Viga 3.

196
1,84%0
0
50

177mm

175mm
175mm
184mm
100
150
h (mm)

200
250
300
350
400
450
5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3

Deformação (%o)

60kN 110kN 200kN 230kN

Figura B4- Diagrama de deformação específica da seção no meio do vão da Viga 4.

1,49%0
0
50
158mm

150mm
157mm

100
150
h (mm)

200
250
300
350
400
450
5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 -5

Deformação (%o)
60kN 110kN 200kN

Figura B5- Diagrama de deformação específica da seção no meio do vão da Viga 5.

197
1,38%0
0
50

190mm

182mm

171mm
100
150
h (mm)

200
250
300
350
400
450
5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 -5

Deformação (%o)

60kN 110kN 170kN

Figura B6- Diagrama de deformação específica da seção no meio do vão da Viga 6.

0,71%0
0
166mm
167mm

50
100
150
h (mm)

200
250
300
350
400
450
5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 -5

Deformação (%o)

60kN 100kN
Figura B7- Diagrama de deformação específica da seção no meio do vão da Viga 7.

198
0.69%0
0
50

157,5 mm

153 mm
100
150
h (mm)

200
250
300
350
400
450
5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3
Deformação(%0)

60kN 70kN
Figura B8-Diagrama de deformação específica da seção no meio do vão da Viga 8R.

2,27%0
0
50
206mm

211mm

100
150
200
h (mm)

250
300
350
400
450
6 5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 -5 -6
Deformação (%o)
60kN 120kN

Figura B9- Diagrama de deformação específica da seção no meio do vão da Viga 9.

199
3,27%0
0
50

163m

148m

146m
100
150
200
h (mm)

250
300
350
400 60kN 110kN 160kN
450
7 6 5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 -5 -6 -7
Deformação (%o)

Figura B10- Diagrama de deformação específica da seção no meio do vão da Viga 10.

0.83%0
0
62mm

123mm

50

100

150

200
h (mm)

250

300

350

400

450
6 5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 -5 -6
Deformação (%o)
60kN 110kN

Figura B11- Diagrama de deformação específica da seção no meio do vão da Viga 11.

200
1,02%0
0

50

211mm

204mm
100

150

200
h (mm)

250

300

350

400

450
6 5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 -5 -6
Deformação (%o)
60kN 70kN

Figura B12- Diagrama de deformação específica da seção no meio do vão da Viga 12.

1,14%0
0
50
194mm

190mm

100
150
200
h (mm)

250
300
350
400
450
6 5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 -5 -6
Deformação (%o)
60kN 80kN

Figura B13- Diagrama de deformação específica da seção no meio do vão da Viga 13.

201
1,02%0

0
50

153mm
100
150
h (mm)

200
250
300
350
400
450
5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 -5

Deformação (%o)
50kN

Figura B14- Diagrama de deformação específica da seção no meio do vão da Viga 14.

202
ANEXO C
FOTOGRAFIAS

203
Foto 1 - Aspecto da viga 1R após a ruptura

Foto 2 - Aspecto da viga 2 após a ruptura


-

204
Foto 3 – Aspecto da viga 3 após a ruptura

Foto 4 – Aspecto da viga 5 após a ruptura

205
Foto 5 – Aspecto da viga 6 após a ruptura

Foto 6 – Aspecto da viga 7 após a ruptura

206
Foto 7 – Aspecto da viga 10 após a ruptura

Foto 8 – Aspecto da viga 12 após a ruptura

207

Você também pode gostar