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Edilson Aguiais

Projetos e Análise Econômica e Financeira


Perícia Judicial

REQUERENTE:
REQUERIDO: BANCO S/A
NATUREZA: REVISIONAL

EDILSON GONÇALVES DE AGUIAIS, brasileiro, solteiro, economista, Perito Ju-


dicial, regularmente inscrito no Conselho Regional de Economia - CORECON da 18ª Região,
seção Goiás, sob o número 2.337/D, inscrito no C.P.F./MF sob o número 013.933.451-31,
com o endereço profissional indicado no rodapé desta, vem, respeitosamente, apresentar Lau-
do Técnico Revisional.

LAUDO REVISIONAL

1. OBJETO

A demanda refere-se à revisão de Crédito Direto ao Consumidor - CDC que versa


acerca do FINANCIAMENTO com garantia real de VEÍCULO da Marca, Modelo, ano de fabri-
cação 2010, cor ROSA, Cor ROSA , Chassi, que foi pactuado no dia 13/2/2011, conforme
apresentado.

2. HISTÓRICO

Para trabalho técnico utilizou-se o carnê com os boletos pagos, Contrato de Abertura
de Crédito – Veículos nº 000044300763, além de documentos julgados pertinentes ao caso.
Portanto, verifica-se:
• Contrato no valor de R$ 7.397,28 pactuado em 13/2/2011,
para pagamento em 48 parcelas mensais, sendo o valor da primei-
ra parcela de R$ 271,53, vencendo-se em 13/3/2011.

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3. OBJETIVO DO LAUDO

O presente Laudo Revisional busca apresentar as conseqüências da aplicação da


“Tabela Price”, e seu efeito no contrato analisado.

4. CONSIDERAÇÕES SOBRE O CONTRATO ANALISADO

De posse dos documentos em questão, verifica-se que o cliente financiou o veículo


acima identificado por meio de Crédito Direto ao Consumidor - CDC concedido pelo Agente
Financeiro BANCO PANAMERICANO S/A. De acordo com os cálculos solicitados pelo
autor da ação, verifica-se que o mesmo vem pagando, desde março de 2011, um valor acima
do que deveria pagar pela prestação referente ao FINANCIAMENTO do veículo descrito an-
teriormente.

Consta nos documentos verificados que este contrato se deu com garantia fiduciária e
outras avenças sendo estabelecido entre o mutuário e o mutuante o pagamento de R$
7.397,28 , dividido em 48 parcelas fixas de R$ 271,53 sendo a primeira vincenda em
13/3/2011 á taxa de 2,59999% ao mês, de acordo com o Sistema Price de Amortização.

Assim, pela análise do Contrato percebe-se claramente que o sistema de amortização


utilizado para o cálculo das prestações mensais e a evolução do saldo devedor adotado pelo
agente financeiro é o Sistema Francês de Amortização, também denominado “TABELA
PRICE”.

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Este sistema consiste em um plano de amortização de uma dívida em prestações pe-


riódicas, iguais e sucessivas, sendo que cada parcela é composta de duas partes distintas: uma
de juros e outra de amortização.

O valor das prestações que foram fixadas no Contrato de Arrendamento importa em


R$ 271,53 que foram calculadas conforme fórmula abaixo descrita, ou seja, conforme a fór-
mula dos JUROS COMPOSTOS.

Sendo assim, percebe-se:

PV . i . (1 + i)^n
PMT =
(1 + i )^n – 1

Onde:
PMT = Valor da parcela mensal;
PV = Valor financiado;
i = taxa de juros na forma unitária (*);
n = prazo do financiamento; e
^ = sinal de eleva a (exponencial).

7.397,28 x 0,0259999 . (1 + 0,0259999 ) ^ 48


PMT =
(1 + 0,0259999 ) ^ 48 – 1

PMT = 271,53

Do mesmo modo, e sendo feito o mesmo cálculo para todas as prestações, elaborou-
se a TABELA 01 (EM ANEXO), que demonstra o valor das prestações pagas a JUROS
COMPOSTOS bem como o seu saldo devedor.

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5. A CAPITALIZAÇÃO DE JUROS PELA ADOÇÃO DO SISTEMA FRANCÊS


DE AMORTIZAÇÃO – TABELA PRICE

Os juros acordado pelas partes na conformação do contrato foram fixados em uma


taxa anual de 2,59999%%, cujo o valor financiado importava em R$ 7.397,28 no prazo de 48
meses, adotando-se o Sistema Francês de Amortização – Tabela Price.

No item anterior, demonstra-se o cálculo da primeira prestação com base na Tabela


Price (R$ 271,53) onde se observa que o valor encontrado na aplicação da fórmula da Tabela
Price – de juros compostos, de progressão geométrica ou CAPITALIZADA– coincide com a
prestação apresentada pelo BANCO PANAMERICANO S/A.

Pelo “Sistema Francês de Amortização”, comumente denominado Tabela Price, as


prestações têm valor uniforme desde o início até o fim da contratualidade. Neste sistema, que
é utilizado normalmente para financiamentos de longo prazo, cada prestação mensal é calcu-
lada de maneira que parte dela paga os juros e parte amortiza o saldo devedor do principal da
dívida, de modo que ao pagar a última prestação também estará quitado o saldo devedor que
será igual a zero, ou próximo de zero em face de eventuais arredondamentos. É uma caracte-
rística própria do Sistema Price que, no inicio do período os juros sejam a maior parte que
compõe o valor da parcela e que a amortização seja a menor parte.

A propósito, demonstra-se como a onerosidade da capitalização de juros no cálculo


das prestações mensais no Sistema Price mediante o estudo efetuado por José Jorge Meschi-
atti Nogueira, em sua obra Tabela Price – Da Prova Documental e Precisa Elucidação do
seu Anatocismo, Editora Servanda, Campinas, 2002, cujo trabalho está baseado na consulta
aos originais do livro de Richard Price, criador do sistema, com o título Observations on
Reversionary Payments, editado nos anos de 1783 e 1803, onde o religioso inglês desenvol-
veu as TABELAS DE JUROS COMPOSTOS.

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Desta forma, pela leitura da obra de Nogueira (2002) encontra-se fácil constatação da
capitalização de juros ocorrida na Tabela Price. Assim, vejamos:

“O livro Observations on Reversionary Payments, de autoria do


Dr. Richard Price, demonstra, com as devidas explicações do
próprio autor a relação de quatro Teoremas ali propostos, com
a explicação de juro composto (juro capitalizado, juros sobre ju-
ros ou ainda anatocismo) em seus sistema de pagamentos re-
versíveis e parcelados. É importante destacar que Price elabo-
rou suas tabelas de juros compostos a pedido da Society for
Equitable Assurance on Live (p. 174, vol. I, Ed. 1803), com a
finalidade de estabelecer um método de pagamento para segu-
ro de vida e aposentadorias que acabou sendo usado por se-
guradoras do mundo todo até hoje. No caso do Brasil, sua mai-
or utilização dá-se até agora, na área de financiamento de bens
de consumo e do Sistema Financeiro de Habitação.
O livro ora referenciado e que apresentamos neste trabalho es-
clarece definitivamente pelos escritos do próprio autor que suas
Tabelas, ou seja, as Tabelas de Price, tais como eles as de-
nominou (Tables of Compound Interest) são de Juros
Composto. Destaco que somente no Brasil essas tabelas
são conhecidas por Tabela Price, referenciando seu autor
porque, se fossem conhecidas como o próprio autor de-
nominou, invariavelmente isso implicaria a informação de
que são balizados na capitalização de juros, o que segura-
mente levaria a questionamentos jurídicos fundamentados no
Decreto de Usura 22.626/33 e na Súmula 121/STF, que vedam
expressamente a prática de juro capitalizado e suas formas si-
nônimas tais como juros compostos, anatocismo e juros sobre
juros (grifo nosso) FIGUEIREDO, A. M. S.. Tabela Price & Capitalização de
Juros. Curitiba: Juruá, 2010 p. 137.
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A origem histórica, o fundamento do trabalho de Richard Price e as suas ligações


com a prática de juros compostos, juros capitalizados, juros sobre juros ou até mesmo anato-
cismo são demonstrados de forma clara e abrangente nesta obra. Desta forma, pela leitura da
obra de Nogueira (2002) encontra-se fácil constatação da capitalização de juros ocorrida na
Tabela Price. Senão vejamos a aplicação no caso real:

Valor do Financiamento= R$ 7.397,28


Prazo do Financiamento = 48 meses
Taxa de juros do contrato = 2,59999% a. m.

CÁLCULO DOS JUROS SIMPLES → 2,59999% x 48 = 124,800%

Conclusão: o cliente pagará 124,800% (2,59999% x 48 ) em 48 meses com


uma taxa de 2,59999% a.m.

CÁLCULO DOS JUROS COMPOSTOS – SISTEMA PRICE→ (((1 + 0,0259999


)^ 48 )-1) = 242,824%%

Conclusão: o cliente pagará de juros 242,824% em 48 meses. Por isto, verifica-se


o pagamento de uma taxa de juros de 5,059% a.m. (242,824%/ 48 ).

Com efeito, uma taxa de juros mensal de 2,59999% pode não parecer excessivamen-
te alta mas, quando se constata a existência de uma taxa real de 5,059% a.m. percebe-se cla-
ramente a majoração que existe no valor do contrato. A onerosidade excessiva ocorre pois
esta taxa é multiplicada por ela mesma (Progressão Geométrica – 2,59999%^ 48
=242,824%) durante o período do financiamento enquanto no sistema de juros simples, os
juros serão multiplicados pelo número de meses (2,59999% x 48 = 124,800%).

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Ademais, Richard Price em sua obra demonstra a onerosidade excessiva do Sistema


Price, mediante o seguinte exemplo:

“Um centavo de libra emprestado na data do nascimento de


nosso Salvador a um juro composto de cinco por cento teria, no
presente ano de 1781, resultado em um montante maior do que
o contido em DUZENTOS MILHÕES de terras, todas de ouro
maciço. Porém, caso ele tivesse sido emprestado a juros sim-
ples ele teria, no mesmo período, totalizado não mais do que
SETE XELINS E SEIS CENTAVOS”
(NOGUEIRA, J. J. M. Tabela Price: da prova documental e precisa elucida-
ção do seu anatocismo. São Paulo: Servanda, 2002 p. 57)

A passagem acima referenciada apenas demonstra a idéia da magnitude da diferen-


ça de se computar juros simples e juros capitalizados ou compostos, e demonstra, de forma
definitiva, que a Tabela Price é por si mesma constituída a base de juros capitalizados. Então,
constata-se a existência de crescimento geométrico dos juros, que configura anatocismo ou
capitalização nos contratos de mútuo.

Outro problema fundamental da “Tabela Price” diz respeito à exigibilidade dos ju-
ros. Nesse sistema os juros tornam-se principal, enquanto o capital torna-se acessório. Isso
porque os juros sobre todo o capital acumulado são recebidos primeiro, servindo o resí-
duo da prestação para amortizar o capital.

Não é incomum encontrarmos quem diga que é correto que primeiro se pague os ju-
ros sobre todo o capital. Este argumento só se justifica se o contrato for mensal, ou seja, se for
tomado um empréstimo hoje para devolução em 30 dias, quando serão pagos os juros totais e
o capital integral. Não é o caso de empréstimos que duram 6, 12, 18, 36 ou mais meses, como
os que normalmente são vinculados às operações de Crédito Direto ao Consumidor.

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6. DA ELIMINAÇÃO DO ANATOCISMO

Com efeito, percebe-se que a utilização da Tabela Price de Amortização apresenta


flagrante falta de compatibilidade com o ordenamento jurídico pátrio expresso na regra proi-
bitória estabelecida no Art. 4º do Decreto 22.626/33 orientação que consta da Súmula nº
121 do STF: “É vedada a capitalização de juros, ainda que expressamente convenciona-
da”.

TABELA PRICE. CAPITALIZAÇÃO DOS JUROS. O Sistema


Price consubstancia acumulação mensal de juros e configura
capitalização. Afasta-se a incidência da Tabela Price, adotan-
do-se o método de cálculo de juros simples. Inadmissível capi-
talização em qualquer periodicidade, por ausência de previsão
legal.” RECURSO ESPECIAL Nº 894.682 - RS (2006/0229200-0)

Por tudo isto, os Tribunais Brasileiros já pacificaram seus entendimentos e suas deci-
sões a respeito do assunto e consideram como ilegal a utilização da “Tabela Price” em qual-
quer sistema de cálculo de contratos financeiros. Estas decisões são embasadas posto que nes-
te sistema de amortização os juros crescem em progressão geométrica, e não aritmética, carac-
terizando desta forma o anatocismo (juros sobre juros).

7. DO VALOR DA PRESTAÇÃO MENSAL PELO SISTEMA DE JUROS LINE-


ARES – JUROS SIMPLES

O valor das prestações pelo Sistema Price de JUROS COMPOSTOS, de conformi-


dade com os cálculos apresentados no item “4” supra, importava em R$ 774,33, ou seja, o
mesmo valor apresentado no contrato.

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Conforme citado anteriormente, a legislação brasileira não aceita a aplicação de juros


compostos nas operações de crédito (Súmula 121 do STF). Abaixo, refizemos o cálculo das
prestações da operação em análise, utilizando a fórmula matemática com JUROS SIMPLES
ou LINEARES:

K . (i . n) + K
PMT =
[i . (n - 1) + 1] . n
2
Onde:
PMT = Valor da parcela mensal;
K = Valor financiado;
i = taxa de juros na forma unitária; e
n = prazo do financiamento.

Substituindo-se os valores da operação na fórmula tem-se o seguinte resultado:

6.296,00 x ( 0,0259999 x 48 ) + 6.296,00


PMT =
{[ 0,0259999 x ( 48 – 1)] + 1} . 48
2

PMT = R$183,03 1

Do mesmo modo, e após feitos o mesmo cálculo para todas as prestações, elaborou-
se a PLANILHA 02 (ANEXA) que demonstra o valor que deveria ser pago bem como o sal-
do devedor através de JUROS LINEARES ou SEM CAPITALIZAÇÃO.
Deste modo, adotando-se a fórmula de cálculo de juros simples das prestações men-
sais, o valor das prestações não poderá ser superior a R$183,03 , cuja a formula adota
como base a progressão aritmética, que assegura o RETORNO do capital a JUROS SIMPLES
ou LINEARES. A propósito, o valor da primeira prestação calculada pelo Agente Financeiro
foi de R$271,53 , isto é, uma prestação superior a R$183,03 (equivalente à prestação supe-
rior a 48,35%→ R$183,03 x 1,4835 = 271,53).
Outrossim, devido à cobrança de JUROS COMPOSTOS no contrato ao passo que
deveriam ser cobrados JUROS LINEARES, desprende-se deste fato a diferença mensal que,

1
Utilizou-se neste caso a aplicação da taxa de juros de pactuada no contrato sem capitalização mensal, ou seja,
RETIRANDO O ANATOCISMO. Neste caso retirou-se também taxas abusivas cobradas pela instituição finan-
ceira já proibidas pelo juízo como TAC, SEGUROS, GRAVAME, etc.
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conforme saldo devedor e a prestação mensal, deverá ser atualizada segundo o Índice Nacio-
nal de Preços ao Consumidor (INPC/IBGE). A partir destes dados, elaborou-se a PLANI-
LHA 03 (ANEXA) que demonstra a diferença mensal existente entre o valor cobrado e o va-
lor devido, sendo devidamente atualizada pelo INPC.

8. RESULTADO DOS CÁLCULOS

Com base nos valores demonstrados acima e considerando o período de 48 meses


como referência aos cálculos de JUROS SIMPLES ou LINEARES, constata-se que o valor de
cada prestação deve ser de R$183,03 , conforme PLANILHA 02.

Segundo o carnê apresentado, o requerente já pagou 6 parcelas de R$ 271,53, o que


representa um montante pago até a presente data de R$1.629,20 – conforme PLANILHA
01. Entretanto, o valor total que o requerente deveria ter pago, corresponde a R$1.098,18 -
conforme PLANILHA 02.

Com efeito, percebe-se um gap entre o valor que deveria ser pago e o valor que foi
feito o pagamento efetivo. Estes valores, que foram cobrados em excesso, estão demonstrados
mês a mês na PLANILHA 03 (ANEXO), bem como o valor total em excesso que deverá ser
pago a mais, caso não seja feita a revisão do presente contrato. Outrossim, faz-se necessário
fazer a atualização destes valores que foram cobrados indevidamente. Sendo assim, a atuali-
zação foi feita conforme os valores do Índice Nacional de Preços ao Consumidor
(INPC/IBGE) gerando um valor de R$582,64 .

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Dos valores apresentados na PLANILHA 03, infere-se a diferença atualizada entre o


valor efetivamente pago e o valor que deveria ser pago que chega ao montante de R$582,64 -
devidamente atualizado pelo INPC/IBGE, que deverá ser restituído ao requerente EM DO-
BRO (conforme Art. 42 Parágrafo Único do CDC), de acordo com a tabela abaixo.

VALOR PAGO R$ 1.629,20


VALOR DEVERIA PAGAR R$ 1.098,18
DIFERENÇA ATUALIZADA R$ 582,64
REPETIÇÃO EM DOBRO R$ 1.165,29
SALDO DEVEDOR 4.621,79

Por fim, verifica-se na PLANILHA 02 em anexo, que ao pagar a prestação de número


6 , o saldo devedor passa a ser de R$ 5.787,08 . Deduzindo desse o valor a ser restituído de
R$1.165,29 tem-se um novo saldo devedor de R$ 4.621,79 .

Dado que, aplicando a mesma metodologia de JUROS SIMPLES OU LINEARES no


montante de R$ 4.621,79 e usando as 42 parcelas restantes, as novas parcelas representarão
um valor de R$ 150,17 , conforme PLANILHA 04 (ANEXO)

9. RESULTADO DA ANÁLISE

Pelo anteriormente disposto, entende-se que:

a) O Banco aplicou, na operação, metodologia que se utiliza de JUROS COM-


POSTOS (juros sobre juros) gerando conseqüente onerosidade no contrato.

b) A diferença gerada nas prestações mensais, R$ 88,50, que seria paga durante o
financiamento, alcança o valor de R$ 4.248,14 (R$ 88,50 x 48 ), equivalente a
57% do valor financiado.

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c) Caso seja mantido o contrato, a cliente pagará uma taxa de 242,824% no perí-
odo ou 60,706% a. a.

d) Caso o cliente opte por quitar integralmente o financiamento, deverá ser feito o
pagamento de R$ 4.621,79 , que é o saldo devedor após paga a parcela de nú-
mero 6 e descontados os valores pagos em excesso atualizados pelo
INPC/IBGE.

Assim, conclui-se que o valor da prestação deve ser reduzido para R$ 150,17, seguin-
do os valores da PLANILHA 04 (EM ANEXO).

Goiânia, 14 de maio de 2012

Edilson Gonçalves de Aguiais


2.337/D – CORECON – GO
Economista Perito

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