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Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais


Pastor Presidente: Ailton José Alves
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LIÇÃO 06 – A PROSPERIDADE DOS BEM-AVENTURADOS

INTRODUÇÃO

O Sermão do Monte é um dos mais famosos ensinos de Jesus. A expressão Bem-aventurado do grego
“Makários” significa, literalmente: “feliz, afortunado, ditoso”. Já a expressão “Makarismos” denota “felicitação,
felizes, alegres” (Gl 4.15; Rm 4.6,9). Jesus estava descrevendo o bem-estar concedido por Deus que pertence apenas
ao fiel. As Beatitudes demonstram que o caminho para a felicidade celestial é o oposto do caminho mundano
normalmente seguido na busca da felicidade. A ideia mundana é que a felicidade é encontrada nas riquezas, nos
prazeres, na abundância, no lazer e em coisas semelhantes. A verdade é exatamente o oposto. A verdadeira
prosperidade não é sinônima de riqueza material, como muitos pensam. Nem sempre um homem rico pode ser
considerado como próspero e, da mesma maneira, não podemos dizer que um homem pobre não possa ser próspero
(1Co 13.4-7; Fp 2.3-5).

I – QUEM SÃO OS BEM-AVENTURADOS

Os Bem-aventurados referem-se ao estado abençoado daqueles que, por seu relacionamento com Cristo e sua
Palavra, recebem de Deus o amor, o cuidado, a salvação e sua misericórdia. Cada Bem-aventurança diz respeito a uma
bênção de Deus, significa mais do que ter alegrias. Implica o estado afortunado daqueles que fazem parte do Reino de
Deus. As Beatitudes não prometem riso, prazer ou prosperidade terrena, mas, eternas!
• Os pobres de espíritos (V.3). São aqueles que perderam seu orgulho próprio, reconheceram seus pecados e
arrependeram-se. Reconhecem que não tem qualquer auto-suficiência espiritual e que dependem
exclusivamente da vida que vem do Espírito Santo e sentem-se inteiramente dependentes da graça de Deus.
Reconhecer a verdadeira pobreza de espírito é a primeira das graças “porque deles é o Reino dos céus” (Ap
3.17);
• Os que choram (V. 4). São aqueles que se contristam profundamente por causa das suas fraquezas e sentem
pesar por aquilo que entristece a Deus. Sentem aflição em seu viver por causa do seu pecado, da imoralidade e
da crueldade do mundo. Estes “serão consolados” (Lc 19.41; At 20.19; 2Pe 2.8);
• Os mansos (V.5). São aqueles que vivem humilde e submissos a Deus e acham Nele o seu refúgio e lhe
consagram todo o seu viver e não são violentos. São aqueles que aborrecem a volência. “porque eles
herdarão a terra”;
• Os que tem fome e sede de justiça (V.6). São aqueles que desejam o que é justo (Êx 33.13, 18; Sl 42.1-2;
63.1-2; Fp 3.8-10). São aqueles que tem fome das coisas de Deus pois “porque eles serão fartos” (Mt 5.6);
• Os misericordiosos (V.7). São aqueles que estão cheios de compaixão e dó dos que sofrem. São aqueles que
desejam minorar os sofrimentos dos outros, conduzindo estes à graça de Deus por meio de Jesus Cristo ( Mt
1833-35; Lc 10.30-37; Hb 2.17), pois assim “porque eles alcançarão misericórdia” (Mt 5.8);
• Os limpos de coração (V.8). São aqueles que foram libertos do poder do pecado mediante a graça de Deus, e
que agora se esforçam para agradar a Deus e serem parecidos com Ele (Hb1.9; 1Sm 13.14; Mt 22.37; 1Tm 1.5),
pois somente os limpos de coração “porque eles verão a Deus” (Mt 5.8; Ap 21.7; 22.4);
• Os pacificadores (V.9). São aqueles que se reconciliaram com Deus. Tem paz com Ele mediante a cruz (Rm
5.1; Ef 2.14-16) e agora se esforçam, mediante seu testemunho para levarem outras pessoas, inclusive seus
inimigos, à paz com Deus “porque eles serão chamdos filhos de Deus”.
• Os perseguidos por causa da justiça (V.10). São aqueles que procuram viver de acordo com a Palavra de
Deus, e por amor a justiça sofrerão perseguição (Ap 2; 3.1-4;, 14-22). O mundo lhes persegue com oposição (Mt
10.22; 24.9; Jo 15.19) “porque deles é o Reino dos céus”.

II - OS BEM-AVENTURADOS TAMBÉM SOFREM

Segundo o dicionário Aurélio próspero significa: “ditoso, afortunado”. Nos dias hodiernos, muita ênfase tem se
dado à riqueza e a prosperidade, inclusive em muitos púlpitos chamados de “evangélicos”. A mensagem da cruz, da
salvação e da santificação tem sido substituída pela pregação da Teologia da Prosperidade, que prega que o cristão não
pode ser pobre e nem pode sofrer. Por causa disso, muitos cristãos vivem em busca de riquezas materiais e se
esquecem das riquezas espirituais que Deus nos oferece através de Jesus Cristo (Ef 1.3; 2.6; Tg 2.5). Portanto, faz-se
necessário entendermos, à luz das Escrituras, o que é ser Bem-aventurado. Vejamos alguns exemplos:
• Ser Bem-aventurado é ter paz e comunhão com Deus (1Co 1.9), é ser regenerado (Tt 3.5), é experimentar uma
mudança interior (2Co 3.5), é ter a certeza de que Jesus supre todas as necessidades (Sl 23.), é ter alegria em
toda e qualquer situação (1Ts 1.6; Hc 3.17-18) é cantar e adorar ao Senhor em todo tempo (At 16.23-25);
• Uma das atividades que Jesus priorizou na sua missão dirigida pelo Espírito Santo foi “evangelizar os pobres”
(Lc 4.18; cf. Is 61.1). Noutras palavras, o evangelho de Cristo pode ser definido como um evangelho dos pobres
(Mt 5.3; 11.5; Lc 7.22; Tg 2.5);
• Jesus veio a este mundo e viveu como pobre (Zc 9.9). O barco onde ele ensinava as multidões, não era seu (Lc
5.3); O jumentinho no qual ele entrou montado em Jerusalém, também não era seu (Lc 19.30-35) e Ele mesmo
disse que não tinha onde reclinar a cabeça (Mt 8.20). Quando precisou pagar o imposto, não tinha dinheiro
algum, por isso mandou que Pedro fosse buscar a moeda na boca do peixe (Mt 17.27). Nem por isso, Ele deixou
de ser próspero, pois cumpriu sua missão e foi exaltado por Deus (Ef 1.20,21; Fp 2.9);
• O apóstolo Paulo também sofreu muito e passou por muitas necessidades (II Co 11.24-33). Algumas vezes
precisou de auxílio dos irmãos (Fp 4.10-19). Escrevendo aos filipenses ele disse que aprendeu a estar contente
com o que tinha. Sabia ter abundância e sabia também padecer necessidade. Mesmo assim, ele foi um homem
próspero (Fp 4.12-13);
• O NT menciona que algumas igrejas eram pobres (II Co 8.2; Ap 2.9). Os cristãos da Judéia passaram por
dificuldades financeiras e foram ajudados pelos coríntios e pelos macedônios (IICo 8 e 9; Rm 15.26). Os próprios
irmãos macedônios viviam em "profunda pobreza" (IICo 8.2). Lucas diz, acerca destas igrejas: “Assim, pois, as
igrejas em toda a Judéia, e Galiléia e Samaria tinham paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando
no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo” (At 9.31).

III - O QUE É A PROSPERIDADE DOS BEM-AVENTURADOS

A verdadeira prosperidade dos Bem-aventurados não se limita a posse dos bens terrenos, mas, principalmente a
aquisição dos bens espirituais e eternos em Deus (Mt 5.1-12).
• Pedro disse: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (Jo 6.67,68).
• O apóstolo Paulo falou: “O que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também
por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual
sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo” (Fp
3.7,8).
• O apóstolo Paulo nos exorta a buscar e a pensar nas “coisas que são de cima” (Cl 3.1,2);
• Pedro não tinha prata nem ouro, mas tinham autoridade para curar em nome de Jesus (At 3.1-6);
• A igreja de Laodicéia era materialmente rica, mas vivia em miséria espiritual. Por isso, foi repreendida pelo
Senhor Jesus (Ap 3.17-18). Enquanto que a igreja de Esmirna vivia em pobreza, e o Senhor Jesus disse que ela
era rica (Ap 2.9);
• Jesus disse: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões
minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões
não minam nem roubam” (Mt 6.19,20);
• Lázaro era um mendigo que vivia cheio de chagas, mas, depois da morte, foi levado pelos anjos para o seio de
Abraão (Lc 16.19-31);
• O apóstolo Paulo disse: “Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar
dele” (I Tm 6.7). E o escritor da Epístola aos Hebreus, disse: “Porque não temos aqui cidade permanente,
mas buscamos a futura” (Hb 13.14). Por isso, o apóstolo Paulo diz que nós somos “... como pobres, mas
enriquecendo a muitos; como nada tendo, e possuindo tudo” (II Co 6.10).

IV - ADVERTÊNCIAS BÍBLICAS SOBRE AS RIQUEZAS TERRENAS

Predominava entre os judeus daqueles tempos a ideia de que as riquezas eram um sinal do favor especial de Deus,
e que a pobreza era um sinal da falta de fé e do desagrado de Deus (Lc 6.20; 16.13; 18.24-25). Essa cosmovisão é falsa
e foi firmemente repelida por Jesus. A Bíblia traz muitas advertências sobre os perigos que envolvem as riquezas.
Vejamos algumas:
• Jesus disse que dificilmente entrará um rico no céu (Lc 18.24-25; Mt 19.24; 13.22);
• A Bíblia identifica a busca insaciável e avarenta pelas riquezas como idolatria, a qual é demoníaca (1Co 10.19-
20; Cl 3.5; Mt 6.24). O apóstolo Paulo disse os que querem ser ricos, caem em tentação e em muitas
concupiscências; e que o amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males (I Tm 6.9,10);
• A riqueza pode conduzir a avareza, excluindo-o do reino dos céus (I Co 5.11; 6.10; Ef 5.5; Cl 3.5);
• Não devemos colocar a nossa confiança na riqueza (Sl 49.6,7; 52.7; 62.10; Pv 11.28; I Tm 6.17);
• A avareza pode tirar a tranquilidade (Jó 27.19-20; Ec 5.12). Além disso, a riqueza não garante solução para os
maiores problemas do ser humano (Pv 11.4).

CONCLUSÃO

As Bem-aventuranças de Jesus contrariam totalmente os conceitos errôneos da Teologia da Prosperidade, pois


o que aprendemos do Mestre é que a verdadeira felicidade não se origina nos bens materiais que possuímos, mas em
termos nossos pecados perdoados por Cristo .

REFERÊNCIAS

BÍBLIA de Estudo Pentecostal. CPAD.


CHAMPLIN, R.N. O Novo Testamento Interpretado versículo por Versículo. HAGNOS.
GONÇALVES, José. A Prosperidade à Luz da Bíblia. CPAD.

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