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Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais


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LIÇÃO 02 – A PROSPERIDADE NO ANTIGO TESTAMENTO

INTRODUÇÃO

Vivemos em um mundo capitalista e materialista, onde muitas pessoas estão correndo numa busca desenfreada
pela aquisição de bens materiais. Isto por que, para muitas pessoas, ser próspero significa obter sucesso profissional e
possuir bens terrenos. Mas, o que a Bíblia ensina sobre a verdadeira prosperidade? Qual é o conceito de prosperidade
no Antigo Testamento? É sobre isto que estudaremos nesta lição.

I – O CONCEITO DE PROSPERIDADE NO ANTIGO TESTAMENTO

Encontramos nas páginas do Antigo Testamento diversos termos traduzidos do hebraico por “prosperidade” e
seus derivados, tais como: hadal, que significa “ser próspero”; shalû, que quer dizer “prosperidade”; shalew, traduzido
por “próspero”; shalwâ, que também significa “prosperidade”; sakal, que significa “prosperar”, além de outros. No
entanto, podemos perceber claramente que nas Sagradas Escrituras, ser próspero não significa, necessariamente,
possuir riqueza e bens materiais. José, por exemplo, era próspero, mesmo quando estava como escravo, ou até mesmo
na prisão (Gn 39.2,3; 39.23); Daniel e os três jovens hebreus prosperaram em Babilônia, mesmo na condição de cativos
(Dn 3.30; 6.28).

II – O EXEMPLO DE UMA FALSA PROSPERIDADE

No Salmo 73, o salmista Asafe diz que os seus pés quase que se desviaram ao ver a “prosperidade” dos ímpios.
No entanto, apesar de serem ricos (Sl 73.12), suas atitudes revelam que eles eram prósperos, pois eram soberbos (Sl
73.3,6); ímpios (Sl 73.3,6,12); violentos (Sl 73.6); não trabalhavam como os demais homens (Sl 73.5); eram corruptos,
maliciosos, opressores e arrogantes (Sl 73.8); eram blasfemos (Sl 73.9); andavam conforme a imaginação de seus
corações (Sl 73.7); desconheciam a Deus, e duvidavam de sua onisciência (Sl 73.11). Mas, quando o salmista entrou no
altar, entendeu o fim deles: estão em lugares escorregadios, à beira da destruição (Sl 73.17); estão em desolação,
consumidos de terrores (Sl 73.18); e serão desprezados pelo Senhor (Sl 73.20). Asafe, apesar de não possuir riquezas
materiais, estava cercado de bens. Ele contava com a presença de Deus e estava seguro por Ele (Sl 73.23); era guiado
pelo Seu conselho, e tinha convicção que seria recebido em glória (Sl 73.24). Por isso, ele conclui o salmo, dizendo:
“Quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti. Mas para mim, bom é
aproximar-me de Deus; pus a minha confiança no Senhor Deus, para anunciar todas as tuas obras” (Sl 73.25-28).

III - A SABEDORIA E A PRUDÊNCIA VALEM MAIS QUE A PRATA E O OURO

No AT, somos admoestados a adquirir a sabedoria e a prudência, em vez de buscar bens terrenos. Vejamos:

• “A sabedoria é a coisa principal; adquire pois a sabedoria, emprega tudo o que possuis na aquisição de
entendimento.” (Pv 4.7);
• “Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; e tudo o que mais se deseja não se pode comparar com
ela.” (Pv 8.11);
• “Quão melhor é adquirir a sabedoria do que o ouro! e quão mais excelente é adquirir a prudência do que
a prata!” (Pv 16.16).

IV – EXEMPLOS DE ORAÇÕES SOBRE PROSPERIDADE

Encontramos no AT, pelo menos exemplos de orações sábias relacionadas à verdadeira prosperidade. Vejamos:

4.1. A oração de Salomão. O Senhor apareceu a Salomão em Gibeão e lhe disse: “Pede-me o que quiseres que te dê”.
Ele poderia, se assim o quisesse, pedir riquezas e prosperidade. No entanto, seu pedido foi este: “A teu servo, pois, dá
um coração entendido para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque
quem poderia julgar a este teu tão grande povo?”. Esta oração agradou tanto ao Senhor, que Ele lhe concedeu, não
apenas sabedoria, mas também, riqueza e honra (I Rs 3.5-13).
4.2. A oração de Agur. Agur rogou ao Senhor: “Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que morra: Afasta de
mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha
porção de costume; Para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o Senhor? ou
que, empobrecendo, não venha a furtar, e tome o nome de Deus em vão”. Não significa dizer, necessariamente que
a riqueza conduza o homem a esquecer-se de Deus, e a pobreza ao roubo; mas, Agur reconhecia os perigos que a
riqueza e a pobreza oferecem. Por isso, para ele, o melhor seria possuir apenas o suficiente para sua sobrevivência.
V - COMO OBTER A VERDADEIRA PROSPERIDADE

Nas páginas do AT, a prosperidade depende, principalmente, da obediência a Deus, e à Sua Palavra. Vejamos:

• “Mas Moisés disse: Por que transgredis o mandado do Senhor? Pois isso não prosperará.” (Nm 14.41);
• “Guardai, pois, as palavras desta aliança, e cumpri-as, para que prospereis em tudo quanto fizerdes.” (Dt
29.9);
• “Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de
fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem
sucedido.” (Js 1.8);
• “E guarda a ordenança do Senhor teu Deus, para andares nos seus caminhos, e para guardares os seus
estatutos, e os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus testemunhos, como está escrito na lei de
Moisés; para que prosperes em tudo quanto fizeres, e para onde quer que fores.” (I Rs 2.3);
• “E o Espírito de Deus revestiu a Zacarias, filho do sacerdote Joiada, o qual se pôs em pé acima do povo,
e lhes disse: Assim diz Deus: Por que transgredis os mandamentos do Senhor, de modo que não
possais prosperar? Porque deixastes ao Senhor, também ele vos deixará.” (II Cr 24.20).

III – UMA COMPARAÇÃO DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE COM O ENSINO DO AT

Para uma melhor compreensão acerca do que o AT ensina sobre a verdadeira prosperidade, faremos uma
comparação com as doutrinas da Teologia da Prosperidade e o ensino veterotestamentário. Vejamos:

Doutrina da Teologia O que a Bíblia ensina


da Prosperidade
“Doença é falta de fé. O profeta Eliseu, apesar de ter um ministério marcado por muitos fatos sobrenaturais (II Rs
Um servo de Deus 2.13,14; 2.19-22; 4.1-7; 18-37; 38-41; 42-44; 5.1-27; 6.1-23) morreu em consequência de uma
jamais adoece”. enfermidade (II Rs 13.14). Será que ele não tinha fé para ser curado?
“Deus jamais diz não Moisés desfrutava de uma comunhão tão íntima com Deus que o Senhor lhe falava face a face
a um crente fiel”. (Ex 33.11; Dt 34.10). Porém, quando ele insistiu para entrar em Canaã, o Senhor lhe disse:
“Basta, não me fale mais neste negócio” (Dt 3.23-26).
“Sofrimento é falta de Na galeria dos heróis da fé, onde estão registrados os exemplos de fé do AT, o escritor aos
fé”. Hebreus faz menção àqueles que venceram reinos, alcançaram promessas, fecharam as bocas
dos leões; mas também menciona aqueles que experimentaram escárnios, açoites, cadeias,
apedrejamento e morte ao fio da espada (Hb 11.32-38). Por que eles sofreram? Seria falta de
fé?
“Pobreza é falta de fé Deus jamais tratou os pobres com desdém, como se fossem amaldiçoados. Ele mesmo disse
ou pecado”. que nunca deixaria de haver pobre na terra (Dt 15.11). Noemi e Rute, por exemplo, apesar de
serem fiéis ao Senhor, eram viúvas pobres (Rt 1.1-5; 2.1-7).

CONCLUSÃO

Como pudemos perceber, prosperidade, à luz da Bíblia, não significa, necessariamente possuir riqueza. No AT
encontramos exemplos de pessoas que, aparentemente eram prósperas, mas na realidade não eram; e outros que,
apesar de não possuírem bens terrenos, aos olhos de Deus, eram prósperas. Por isso, somos exortados a buscar,
principalmente, a sabedoria e a prudência, e, acima de tudo, obedecer aos preceitos divinos. Rejeitemos, pois, as
falácias da Teologia da Prosperidade e pratiquemos a Palavra de Deus para que sejamos verdadeiramente prósperos.

REFERÊNCIAS

GONÇALVES, José. A prosperidade à luz da Bíblia. CPAD.


PIERATT, Alan, B. O Evangelho da Prosperidade. Vida Nova.
ROMEIRO, Paulo. Super crentes. Mundo Cristão.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
ZIBORDI, Ciro Sanches. Evangelhos que Paulo jamais pregaria. CPAD.

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