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2.

Garantias Constitucionais

A Constituição da República de Moçambique é o documento que


estabelece a forma de organização e funcionamento do Estado bem
como reconhece os direitos, deveres e liberdades fundamentais dos
cidadãos. A Constituição é a lei fundamental do nosso Estado e
serve como base de todas as leis que existem em Moçambique.
A Constituição é a lei fundamental de um determinado Estado. Pois,
aí estão consagrados e protegidos os direitos e garantias
fundamentais do cidadão. Também estão estabelecidas as regras de
organização e funcionamento dos órgãos estatuais bem como
princípios fundamentais válidos nesse Estado.
A Constituição da República de Moçambique estabelece alguns
princípios que regem no nosso país. Os mais importantes são: o
princípio do Estado de Direito e o princípio de Democracia. Além
desses é para destacar que o nosso Estado é laico.
Artigo 3 da Constituição da República de Moçambique (Estado de
Direito Democrático)

A República de Moçambique é um Estado de Direito, baseado no


pluralismo de expressão, na organização política democrática, no
respeito e garantia dos direitos e liberdades fundamentais do homem.

2.1. As características de Garantias Constitucionais

As características mais importantes do Estado de Direito são:

 Império da lei como expressão da vontade geral; todos os


actos do Estado são limitados pela lei;
 Divisão dos poderes: legislativo, executivo e judicial;

 Direitos e liberdades fundamentais

 Garantia jurídica formal e efectiva realização.

No entanto, a Constituição da República de Moçambique consagra um


vasto conjunto de requisitos do Estado de Direito.

2.2. Importância das Garantias Constitucionais

As Garantias da Constituição importantes para os cidadãos, por


exemplo o princípio de proporcionalidade, o princípio de divisão de
poderes ou o princípio que o Estado só pode interferir em direitos
dos cidadãos quando uma lei admite este acto. Aqui queremos
apresentar mais dois princípios, quais são o acesso aos tribunais, a
independência dos juizes bem como direitos dos administrados.

2.3. Acesso aos tribunais, Artigo 70

O cidadão tem o direito de recorrer aos tribunais contra os actos que


violem os seus direitos e interesses reconhecidos pela Constituição e
pela lei.

É assegurado aos cidadãos interessados o direito ao recurso


contencioso fundado em ilegalidade de actos administrativos, desde
que prejudiquem os seus direitos.

Pilar fundamental do Estado de Direito é o livre acesso à via aos


tribunais. Este direito não só está preconizado em caso que o cidadão
sentir violado os seus direitos por um outro cidadão, mas sim, também
pelo actos do Estado. Qualquer cidadão, sofrendo uma violação dos
seus direitos, pode recorrer aos tribunais.

2.4. Independência dos juízes, Artigo 217

No exercício das suas funções, os juízes são independentes e apenas


devem obediência à lei.

Os juízes têm igualmente as garantias de imparcialidade e


irresponsabilidade.

3. Direitos e garantias dos administrados

3.1. Princípios fundamentais

A Administração Pública serve o interesse público e na sua actuação


respeita os direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos.
Os órgãos da Administração Pública obedecem à Constituição e à lei
e actuam com respeito pelos princípios da igualdade, da
imparcialidade, da ética e da justiça.
A Administração Pública estrutura-se com base no princípio de
descentralização e desconcentração, promovendo a modernização e a
eficiência dos seus serviços, sem prejuízo da unidade de acção e dos
poderes de direcção do Governo.
A Administração Pública promove a simplificação de procedimentos
administrativos e a aproximação dos serviços aos cidadãos.
3.2. Direitos e garantias dos administrados

Os cidadãos têm o direito de serem informados pelos serviços


competentes da Administração Pública sempre que requeiram sobre o
andamento dos processos em que estejam directamente interessados
nos termos da lei.
Os actos administrativos são notificados aos interessados nos termos
e nos prazos da lei e são fundamentados quando afectam direitos ou
interesses dos cidadãos legalmente tutelados.
É assegurado aos cidadãos interessados o direito ao recurso
contencioso fundado em ilegalidade de actos administrativos, desde
que prejudiquem os seus direitos.

A Administração Pública tem a tarefa de implementar as leis em


todo o país, da capital até ao nível das comunidades locais. Na sua
função, serve o interesse público e na sua actuação respeita os
direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos. Consoante art. 249º
da Constituição da República de Moçambique, os órgãos da
Administração Pública obedecem à constituição e à lei. Eles actuam
com o respeito dos princípios da igualdade, da imparcialidade, da
ética e da justiça.

4. Outras Garantias Constitucionais importantes

As Garantias Constitucionais são um conjunto de direitos que a


Constituição garante aos seus cidadãos, conhecida
como garantias individuais.
São garantias constitucionais: o direito de petição, o habeas corpus, o
mandado de injunção, o habeas data, a ação popular e o mandado de
segurança.

Garantias são normas que asseguram o exercício do interesse,


portanto, são normas assecuratórias.

As garantias constitucionais foram criadas como mecanismo para


coibir o abuso estatal ou ilegalidade cometida pelo coator protegendo
os direitos fundamentais dos indivíduos. São ações constitucionais que
visam sanar ou impedir lesão ou coação que atinjam os direitos
individuais ou coletivos, a depender da situação, denominadas pelo
Direito com remédios constitucionais, no qual o impetrante é
denominado como paciente.

4.1. Habeas Corpus

Essa ação está prevista no Código Processo Penal, visando proteger a


liberdade de locomoção de um indivíduo que esteja sofrendo ameaça
ou coação ou que esteja até mesmo na eminência de uma, em razão de
ilegalidade ou abuso do coator.

Como se entende ser uma ação para o exercício da cidadania, ela é


gratuita, e pode ser impetrada pelo próprio indivíduo que sofre o
constrangimento ou a coerção ou por um terceiro em seu favor ou até
mesmo pelo Ministério Público.
4.2. Mandado de Segurança

Possui natureza residual, ou seja, somente será impetrado quando não


couber Habeas Corpus nem Habeas Data.

Visa proteger o direito líquido e certo, que por sua vez é aquele que
pode ser aferido de plano, não há contestação, é inegável e irrefutável.

E neste caso o autor do abuso do poder ou da ilegalidade é autoridade


pública ou agente que integra o Poder Público e que esteja no
exercício de sua função.

A Constituição moçambicana ainda prevê o mandado de


segurança coletivo, que tutela o interesse de direitos individuais
homogêneos, coletivos e difusos.

Tendo como legitimidade ativa para a impetração da demanda: os


partidos políticos que tenham representação no Congresso Nacional e
a organização sindical, entidade de classe ou associação, que esteja
devidamente constituída e em atividade há mais de um ano, agindo em
defesa somente de seus associados ou membros.

4.3. Mandado de Injunção

É impetrado quando ocorre supressão à legislação ou normativas do


Poder Público que regulamente o ordenamento jurídico referentes a
direitos e liberdades constitucionais do paciente e ainda direitos
relacionados à nacionalidade, soberania e cidadania.
Em suma o paciente necessita satisfazer efetivamente o seu direito
fundamental, mas encontra obstáculo por não haver lei que o
normatize, impedindo-o da viabilidade de exercê-lo.

Essa omissão se dá pelo fato de algumas normas, quanto à


aplicabilidade, terem eficácia limitada, neste caso, necessitam de
regulamentação infraconstitucional para produzirem efeitos, cabendo
assim o mandado de injunção.

4.5. Habeas Data

Caberá quando seja impedido de obter dados, referente ao próprio


paciente, que estejam sob custódia de órgãos do governo ou entes de
caráter público.

Assim, como o habeas-corpus, também é gratuito a impetração de sua


ação, assegurado na própria Constituição.

Indicado também para o indivíduo que pretenda modificar as


informações no banco de dados se caso não preferir conceber de
maneira sigilosa por via administrativa ou judicial.

4.6. Ação Popular

Qualquer cidadão possui legitimidade para propor Ação Popular com


a finalidade de declarar nulidade ou anular os atos lesivos ao
patrimônio (público ou que o Estado faça parte, histórico ou cultural),
o meio ambiente e à moralidade administrativa.
Por entender ser uma ação que visa resguardar direitos difusos e
coletivos, fica isento de custas e ônus de sucumbência para que seja
facilitado o seu acesso.

Enfatiza-se que o termo “cidadão” usado pela norma se refere ao


dever de fazer prova da cidadania com o seu título de eleitor (ou
correspondente) e, portanto estar plenamente em gozo de seus direitos
eleitorais.

Se finda a explanação dos remédios constitucionais concebidos para


garantir e efetivar os direitos fundamentais de todo e qualquer
indivíduo representando mecanismos para prevenir ou corrigir atos
ilegais e abusadores do Poder Público.
5. Conclusão

A Constituição da República de Moçambique é o documento que


estabelece a forma de organização e funcionamento do Estado bem
como reconhece os direitos, deveres e liberdades fundamentais dos
cidadãos. A Constituição é a lei fundamental do nosso Estado e
serve como base de todas as leis que existem em Moçambique.
A Constituição é a lei fundamental de um determinado Estado. Pois,
aí estão consagrados e protegidos os direitos e garantias
fundamentais do cidadão. Também estão estabelecidas as regras de
organização e funcionamento dos órgãos estatuais bem como
princípios fundamentais válidos nesse Estado.
As principais garantias constitucionais são garantias dos
administrados, Habeas Corpus, Mandado de Segurança, Mandado de
Injunção, Habeas Data e Ação Popular.

As características mais importantes do Estado de Direito são:

Império da lei como expressão da vontade geral; todos os actos do


Estado são limitados pela lei;
Divisão dos poderes: legislativo, executivo e judicial;

Direitos e liberdades fundamentais

Garantia jurídica formal e efectiva realização.

No entanto, a Constituição da República de Moçambique consagra um


vasto conjunto de requisitos do Estado de Direito.
As Garantias da Constituição importantes para os cidadãos, por
exemplo o princípio de proporcionalidade, o princípio de divisão de
poderes ou o princípio que o Estado só pode interferir em direitos
dos cidadãos quando uma lei admite este acto. Aqui queremos
apresentar mais dois princípios, quais são o acesso aos tribunais, a
independência dos juizes bem como direitos dos administrados.
6. Bibliografia

ALBURQUERQUE, Valéria Medeiros de. Mandado de Segurança


coletivo. Justiça e Cidadania. 2000.

ANJOS, Cynthia Lazaro dos. Habeas Corpus. Direito Net. Belo


Horizonte- MG. 2021.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa


do Brasil. Brasília, DF.

GUIMARÃES, Mariana. Remédios constitucionais: desvenda tudo


sobre eles. IDP Online. 2001.

MARTINELLI, Gustavo . Conheça os remédios constitucionais e as


suas particularidades. Blog da Aurum. Novembro, 2000.

SCHAEFER, Jacqueline Dias de. Remédios ou Garantias de Direito


Constitucional- Baseado no Artigo 5º da Constituição Federal. Direito
Net. Belo Horizonte- 2011.

Legislação

Constituição da República de Moçambique:2004

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