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Introdução
Em Portugal, a implementação da educação sexual em meio escolar, desde o ensino básico ao secundário, foi
integrada nas áreas curriculares, sendo prevista a sua abordagem transversal em todos âmbitos do currículo e
estipuladas como finalidades o desenvolvimento de competências, a melhoria dos relacionamentos afetivo-
sexuais, a eliminação de comportamentos discriminatórios no campo sexual, com vista à capacitação dos jovens
para escolhas informadas e seguras (Portugal. Lei nº 60/2009). Já na Europa (em países como a Bélgica, França,
Grécia, Luxemburgo, Irlanda, Suécia (IPPF, 2006)), ou na Austrália (Walsh & Mitchel, 2011), Chile (Matos et al.,
2009) e Brasil (Gomes, 2014) a implementação ocorre a partir dos cinco/seis anos, com caráter obrigatório nos
primeiros seis países. Por outro lado, na Holanda é mais precoce (quatro anos), com enfoque nos aspetos do
conhecimento do corpo, autoimagem e relações interpessoais conforme o
programa Relationships & Sexuality (Beaumont & Maguire, 2013).
Estudos empíricos enfatizam a promoção da educação para a sexualidade e afetos desde a primeira infância.
Este é um período favorável para educar as crianças em matéria de sexualidade (Eyre & Eyre, 1998; Hokusawa,
1993; Luk, 2005; Roffman, 2002; Woody, 2002, citados por Lai, 2005), pelo facto de que nesta idade as crianças
manifestam uma curiosidade natural e gostam de questionar sobre todos os aspetos da vida, incluindo sobre
sexualidade (Lahaye & Lahaye, 1998; Ming Pao Local News, 2000, citados por Lai, 2005). Pelos quatro ou cinco
anos, as crianças adquirem um conjunto de perceções da vida através das relações que vão desenvolvendo e,
tais relações constituem marcos decisivos, “lições cognitivo-emocionais”, que são o alicerce de toda a
aprendizagem subsequente.
Num estudo realizado por Sampaio (1987; in Silva 2006), a maioria dos pais aceita a responsabilidade da escola
no campo da educação sexual, defendendo que esta deveria ser obrigatória e ter lugar desde o ensino pré-
escolar, uma vez que estes afirmam sentir-se limitados quanto à sua competência para levar a cabo a educação
para a sexualidade dos seus filhos, principalmente pelo facto de não terem tido este modelo na sua infância, o
que os faz sentir inseguros, optando, frequentemente, pelo silêncio (Moita & Santos, 1992; in Silva, 2006).
A evidência empírica indica ainda que os pais e educadores estão interessados em educar as crianças sobre a
sexualidade e, simultaneamente os profissionais de saúde reconhecem o contributo desta abordagem desde
tenra idade (entre outros) para a prevenção da infeção pelo VIH e outras
IST (Infeções Sexualmente Transmissíveis). Todavia, tanto pais, como educadores revelam-se hesitantes em
lidar com comportamentos relacionados com a sexualidade devido ao seu próprio nível de desconforto, à
prevalência de abuso sexual de crianças e ao estigma associado a este assunto (Sciaraffa & Randolph, 2011). A
preocupação com a educação sexual nas escolas é crescente e real, mas carece de um maior investimento e da
criação de sinergias favoráveis ao seu desenvolvimento. Assim, parece ser necessário investir na qualificação
dos educadores quer através da formação académica inicial, quer ao longo do percurso profissional
(salvaguardada e contemplada pelos normativos legais vigentes), no sentido da sua capacitação que minimize
receios e constrangimentos. Os professores consideram que gostariam de receber formação específica na área
da sexualidade, justificando que quanto melhor conhecerem o desenvolvimento sexual da criança, mais conforto
sentirão na abordagem desta temática quer com as crianças, quer com os seus pais e outros agentes educativos
Objetivos Gerais:
Promover uma reflexão e ação conjunta, colaborativa e concertada entre jardins-de-infância e famílias ao
nível da educação para a sexualidade, maximizando as suas competências profissionais e pessoais e
fomentando o desenvolvimento positivo e adaptativo, através do incremento de fatores protetores em
instituições educativas e na família e/ou “entidades substitutas”, diminuir a ocorrência de violência
interpessoal ao longo da vida e em múltiplos contextos, atenuar desigualdades sociais, promover a inclusão
pela cidadania e estilos de vida saudáveis, a partir de práticas parentais positivas e numa perspetiva de
saúde e educação para todos/as.
Objetivos específicos
- 1. Explorar as perceções dos educadores de infância e pais de crianças com 4 e 5 anos de idade sobre a
promoção da saúde e em particular relativamente a educação para os afetos e sexualidade
2. Promover a reflexão conjunta entre pais e educadores de infância acerca do papel que cada um
desempenha na educação sexual dos seus filhos/educandos
Objetivos
1. Explorar as origens da Educação Sexual (modelos de educação sexual)
2. Analisar sugestões para a elaboração do projeto
3. Refletir acerca do perfil mais adequado do educador neste âmbito
4. Analisar formas positivas de responder às perguntas das crianças na primeira infância
Atividades:
Tema 1: Cartões com imagens e palavras chave
Tema 2: O que é educar um filho? / Quais as áreas que considera importantes na educação de um filho?
2ª sessão: Comunicação pais-filhos ao longo dos tempos (Direitos pais e filhos; valores)
Atividades:
Apresentação de imagens sobre manifestações sexuais na primeira infância
questões:
1. A curiosidade é uma caraterística da infância... como devo reagir para que a minha criança possa satisfazê-la e
crescer saudável?
2. O que fazer perante perguntas “difíceis” e manifestações de afeto que são constrangedoras para a minha criança?
3. Comentar imagens relativas beijos na boca (pais-filhos); masturbação
Atividades:
1. Dar pistas mais adequadas (2ª etapa) – chegar à conclusão que cada criança é diferente da outra e varia em função
do seu desenvolvimento (imagem de um percurso de escalada/escada – como os pais podem contribuir para a escala
na construção da autoestima dos filhos);
2. Listagem de ferramentas – pais selecionam as que utilizam e pensam ser mais eficazes
3. Identificar expetativas dos pais relativamente aos filhos (jarra com flores)
4. Identificar que estratégias os pais utilizam atualmente com os filhos (casa com janelas)