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Banca avaliadora:
Agradecemos ao Prof. Dr. Clayton Barcelos Zabeu, que nos orientou durante a
construção desse trabalho, sempre com muita paciência e dedicação para nos guiar e ensinar,
viabilizando o desfecho de nossa formação como engenheiros.
Agradecemos aos projetos de competição acadêmica Mauá Racing e Baja Mauá pela
motivação e colaboração no desenvolvimento desse tema.
Robert Collier
objetivo - medição de eficiencia energética deste tipo de
dispositivo
RESUMO
This project had the construction of an instrumented bench as its main objective,
capable to measure physical magnitudes, in order to obtain energetic efficiency values of the
FCgen® – 1020ACS Fuel Cell Stack, composed by 46 cells and maximum electric power of
2.1kW. For that, some studies were realized about methods of measuring the energetic
efficiency of the fuel cell, in order to find in this project an accurate, simple and effective way
to do this measurement, using the constant analysis of the hydrogen gas consumption during
some operational points of the cell, making a correlation of the inlet and outlet power of the
device. Some experimental tests were made with the cell, in order to, initially, obtain good
knowledge of the working process of the fuel cell, continuing with the realization of the
polarization curves of the FC and, finally, to measure the energetic efficiency. As results, were
observed interesting events about its working process, as well as experimental efficiency
values close to the theoretical ones. It can be concluded that the instrumented bench
constructed can measure properly the energetic efficiency of the fuel cell, as the experimental
values were quite similar to the analytical. Also, this application is quite promising for many
sectors, so the continuity of the studies about its technologies and implementations is strongly
indicated.
Figura 54 – Painel do catman após criação de todos os sensores e calibrações. ...... 107
Figura 57 – Garrafa de água com furo em sua base para aquisição de perda de massa
ao longo dos testes. ................................................................................................................ 116
Figura 62 – Curva de tensão média por célula para o primeiro ensaio. ..................... 126
Figura 65 - Curva de tensão média por célula para o segundo ensaio....................... 128
Figura 80 - Curva da massa linearizada em alta potência para o quarto ensaio ....... 141
Tabela 8 – Valores típicos recomendados para curva de polarização Ballard. ...................... 115
Tabela 9 – Valores típicos fornecidos pela Ballard durante processo de polarização. .......... 117
Tabela 11 – Cálculos das eficiências energéticas para o primeiro ensaio .............................. 135
Tabela 12 – Cálculos das eficiências energéticas para o segundo ensaio .............................. 140
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
FC – Fuel Cell
PC – Poder calorífico
A – Ampere
C – Coulomb
°C – Graus Celsius
𝑒 – Número de elétrons
𝐹 – Constante de Faraday
𝑖 – Corrente elétrica
J – Joule
kg – Quilograma
𝑀 – Massa molar
𝑚̇ – Vazão mássica
𝑚𝑙 –Mililitro
mol – Mol
ƞ − 𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎
Pe – Potência de Entrada
Ps – Potência de Saída
𝜌 – Densidade
s – Segundo
U – Tensão elétrica
𝑉𝑜𝑙 – Volume
W – Watt
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................. 31
2 OBJETIVOS ................................................................................. 33
OBJETIVOS PRINCIPAIS .............................................................................. 33
OBJETIVOS SECUNDÁRIOS ......................................................................... 33
3 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................... 35
CÉLULAS A COMBUSTÍVEL.......................................................................... 35
3.1.1 TIPOS DE CÉLULAS A COMBUSTÍVEL ................................................................... 39
3.1.1.1 Célula a combustível do tipo Óxido Sólido (SOFC – Solid Oxide Fuel Cell) ......... 39
3.1.1.2 Célula a Combustível de Carbonato Fundido (MCFC - Molten Carbonate Fuel Cell)
40
3.1.1.3 Célula a Combustível Alcalina (AFC – Alkaline Fuel Cell) .................................. 40
3.1.1.4 Célula a Combustível de Ácido Fosfórico (PAFC – Phosphoric Acid Fuel Cell)..... 41
3.1.1.5 Célula a combustível do tipo PEM (Proton Exchange Membrane) .................... 42
FORMAS DE MEDIÇÃO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA .................................... 45
4 METODOLOGIA .......................................................................... 47
ESCOPO DE PROJETO ................................................................................. 47
EQUACIONAMENTO .................................................................................. 49
CONSTRUÇÃO DA BANCADA ...................................................................... 52
4.3.1 CÉLULA COMBUSTÍVEL BALLARD FCGEN®-1020ACS ............................................. 53
4.3.2 PROJETO MECÂNICO ...................................................................................... 54
4.3.2.1 Estrutura tubular, MDF e chapa de alumínio ................................................... 54
4.3.2.2 Sistema pneumático ...................................................................................... 61
4.3.2.2.1 Cilindros de hidrogênio ............................................................................. 64
4.3.2.2.2 Válvula reguladora de pressão.................................................................. 66
4.3.2.2.3 Válvulas solenoides de entrada e saída (Purga) ....................................... 67
4.3.2.2.4 Transdutor de pressão............................................................................... 68
4.3.2.2.5 Válvula de agulha ...................................................................................... 69
4.3.2.2.6 Mangueiras e conexões ............................................................................. 70
4.3.2.3 Célula de carga .............................................................................................. 71
4.3.2.4 Estrutura de acrílico Fuel Cell ......................................................................... 72
4.3.2.5 Montagem e posicionamento de itens ........................................................... 75
4.3.3 PROJETO ELÉTRICO ........................................................................................ 80
4.3.3.1 Placas de circuito impresso ............................................................................ 81
4.3.3.2 Leitura Corrente ............................................................................................ 82
4.3.3.3 Leitura Temperatura ..................................................................................... 83
4.3.3.4 Leitura de tensão .......................................................................................... 84
4.3.3.5 Ventilador ..................................................................................................... 84
4.3.3.6 Cargas resistivas ............................................................................................ 85
4.3.3.7 Chicotes elétricos .......................................................................................... 89
ROTINAS DE PROGRAMAÇÃO E CALIBRAÇÃO DE SENSORES ....................... 89
4.4.1 SISTEMA EMBARCADO ARDUINO ...................................................................... 89
4.4.2 CALIBRAÇÃO DE SENSORES .............................................................................. 90
4.4.2.1 Leitura de tensão elétrica .............................................................................. 90
4.4.2.2 Leitura de corrente ........................................................................................ 92
4.4.2.3 Leitura de pressão ......................................................................................... 92
4.4.2.4 Leitura de temperatura ................................................................................. 94
4.4.2.5 Leitura de massa ........................................................................................... 96
4.4.3 ROTINAS CRIADAS ......................................................................................... 98
4.4.4 REGISTRADOR DE DADOS HBM ........................................................................ 99
4.4.4.1 O dispositivo ................................................................................................. 99
4.4.4.2 Área de trabalho e criação e calibração de sensores ..................................... 100
4.4.4.3 Gravações e plotagem de resultados ............................................................ 108
METODOLOGIA DE ENSAIOS .................................................................... 108
4.5.1 ESTUDO INICIAL DOS DISPOSITIVOS .................................................................. 109
4.5.2 TESTES INICIAIS DE FUNCIONALIDADE ............................................................... 109
4.5.2.1 Etapas prévias ao teste de funcionalidade .................................................... 110
4.5.3 CURVAS DE POLARIZAÇÃO ............................................................................. 114
4.5.4 MEDIÇÃO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ............................................................... 117
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................... 121
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA TEÓRICA ............................................................ 121
TESTE DE FUNCIONALIDADE INICIAL......................................................... 122
CURVAS DE POLARIZAÇÃO ....................................................................... 124
ENSAIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DA CÉLULA A COMBUSTÍVEL ............. 128
6 CONCLUSÕES ........................................................................... 143
7 REFERÊNCIAS ........................................................................... 145
APÊNDICE A ................................................................................................ 147
APÊNDICE B................................................................................................. 149
APÊNDICE C................................................................................................. 151
APÊNDICE D ................................................................................................ 153
31
1 INTRODUÇÃO
O compromisso na redução das emissões de gases do efeito estufa tem se tornado pauta
de políticas governamentais ao redor do mundo. Acordos estabelecidos em conferências
traçam metas objetivando o controle sobre o aumento da temperatura global, consequência
de diversas atividades que possuem um ao alto impacto ambiental. Diversas soluções têm sido
disponibilizadas, sendo uma das principais a transformação da matriz energética mundial,
visto que, atualmente, grande parte é baseada no uso de usinas termoelétricas e
hidroelétricas, onde ambas afetam o meio ambiente, seja no desmatamento de florestas ou
na emissão de poluentes liberados ao decorrer de sua produção. E uma vez que a demanda
por energia tem passado por um aumento exponencial ao longo das décadas, em decorrência
do avanço tecnológico global e maior utilização de equipamentos eletrônicos, ocorre também
uma alta demanda de matéria prima para a geração desta energia, o que tem causado uma
escassez dela em diversos países no mundo, forçando-os a se renovarem e desenvolverem
novos métodos de geração de energia, de maneira limpa e renovável.
Dentro deste cenário, o hidrogênio se coloca como uma potencial fonte energética,
devido a alguns fatores:
Alinhado a isso, soma-se o fato dos dispositivos que utilizam o hidrogênio como
combustível estarem ganhando notoriedade na indústria, como o caso das células a
combustível, dispositivos eletroquímicos que transformam a energia de Gibbs de uma reação
química em corrente elétrica, isto é, através da espontaneidade da reação entre o gás
hidrogênio e oxigênio há a formação de energia elétrica. Em âmbito nacional, estão ocorrendo
investimentos no setor para desenvolvimento de infraestrutura e tecnologias para aportar o
uso e a produção do gás, como usinas de fabricação para uso local e exportação de hidrogênio
verde (CEARA.GOV.BR, 2021). Além disso, há estudos para desenvolvimento e utilização de
uma célula a combustível a etanol, capaz de transformar o combustível líquido em gás
hidrogênio em um reformador, para posterior uso na célula de maneira semelhante aos
métodos tradicionais, gerando energia elétrica através de uma fonte renovável em
abundância no Brasil.
2 OBJETIVOS
OBJETIVOS PRINCIPAIS
construir uma bancada confiável, simples e de custo acessível que permita mensurar
e avaliar a eficiência de uma célula a combustível do tipo PEM (Proton Exchange
Membrane – membrana de troca de prótons), a fim de mensurar a quantidade de
hidrogênio consumida para geração de energia elétrica.
comparar valores obtidos experimentalmente com as estimativas teóricas existentes.
OBJETIVOS SECUNDÁRIOS
3 REVISÃO DA LITERATURA
CÉLULAS A COMBUSTÍVEL
Especificamente no Brasil, mesmo com os altos preços cobrados nos veículos híbridos
e elétricos houve um aumento de 74% nos emplacamentos em 2021 com relação à 2020,
(ISTOÉ DINHEIRO, 2021), somando um total de 27.097 unidades, frente a 15.565 no ano
anterior, o que demonstra a mudança de pensamento da sociedade em busca de opções com
maior apelo ambiental.
Todavia, o ciclo de vida de um veículo elétrico traz certas ressalvas com relação à
proteção do meio ambiente, já que o processo produtivo das baterias, assim como seu
descarte ainda causam diversos danos em escala ambiental. Desta maneira, novas opções
seguem em desenvolvimento e aumento de utilização, como é o caso das células a
combustível, por exemplo. Este dispositivo, criado em 1839 por William Grove, químico, físico
e advogado britânico, é um produtor de energia através de conversões eletroquímicas em seu
interior, realizando a reação envolvendo gás hidrogênio, gás oxigênio e um catalisador de
platina, de modo a gerar potência elétrica. (FUEL CELL WORKS, 2021). Os estudos destes a nasa usava
nos foguetes
dispositivos perduraram, sendo que em 1950 a NASA (National Aeronautics and Space
Administration – Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço) iniciou a aplicação desta
tecnologia em missões aeroespaciais, obtendo resultados importantes como o
desenvolvimento da primeira célula a combustível do tipo PEM, alvo de estudo deste projeto,
sendo a invenção creditada a Willard Thomas Grubb (General Eletric). O dispositivo passou a
ser utilizado nas missões espaciais após 1960, quando outro pesquisador da GE, Leonard
Niedrach, refinou os desenvolvimentos de Grubb com a utilização de um catalisador de platina
nas membranas da célula a combustível, sendo a primeira célula a ser utilizada efetivamente
pela NASA (FUEL CELL WORKS, 2021). Já na década de 70, com o início das preocupações com
o meio ambiente no mundo pelos governos, empresas e sociedade, ocorre outro marco
interessante na história das células a combustível, com um dos primeiros veículos
efetivamente em funcionamento através da tecnologia das Fuel Cells, a Electrovan, da General
Motors, demonstrada na Figura 2. primeiros veículos
37
primeiro carro
Já na década de 90, a atenção foi voltada para dois tipos principais de células a
combustível, que serão descritas na próxima seção deste trabalho: as células de sólido óxido
e as de membrana trocadora de prótons. As aplicações passaram a atuar com maior
intensidade nas áreas de aplicações estacionárias, além de observação de maior potencial de
aplicação devido ao barateamento dos componentes e maior número de mercados
consumidores. Seu uso também se amplificou para áreas como geradores de energia para
paises
sistemas de telecomunicações, já em amplo desenvolvimento nesta época, além do com
aparecimento de incentivos governamentais por países como Alemanha, Japão e Inglaterra incentivo
de
para desenvolvimento de células dos tipos citados para utilização como geradores residenciais pesquisa
de pequeno porte. Nesta década também ocorre outro marco importante nas células a
combustível, com a criação da política de produção de veículos com zero emissão de gases de
efeito estufa na Califórnia, EUA, fazendo assim com que as montadoras aplicassem ainda mais
recursos e apostas neste mercado de células a combustível para seus veículos.
Nesta seção de apresentação das células a combustível será feito um breve descritivo
dos tipos de dispositivos existentes, além de uma breve apresentação de diferenças entre
cada modelo e suas formas de utilização.
3.1.1.1 Célula a combustível do tipo Óxido Sólido (SOFC – Solid Oxide Fuel Cell)
3.1.1.2 Célula a Combustível de Carbonato Fundido (MCFC - Molten Carbonate Fuel Cell)
Este tipo de célula a combustível foi um dos pioneiros no mundo e utilizados em larga
escala para produção de água e eletricidade nas missões aeroespaciais promovidas na época.
Seu princípio de funcionamento se dá através de uma solução de hidróxido de potássio
(alcalina) imerso em água, sendo utilizado como eletrólito, em conjunto com uma variedade
de metais não preciosos no cátodo e anodo. Sua temperatura de funcionamento é menor que
41
dos tipos apresentados anteriormente, próximo dos 100 o C. Como desvantagem, há a queda
de rendimento em decorrência da presença de impurezas nas reações, necessitando de
purificação dos gases reativos, processo de alto custo (BARACAT, 2015). A Figura 6 mostra a
disposição dos eletrodos em uma célula do tipo AFC.
3.1.1.4 Célula a Combustível de Ácido Fosfórico (PAFC – Phosphoric Acid Fuel Cell)
Seus eletrólitos geralmente são compostos por polímeros sólidos, sendo os eletrodos
de materiais porosos de carbono, e seu catalisador feito de platina, fator que aumenta os
custos de fabricação e final da célula. Além disso, assim como para outras células já
apresentadas anteriormente, há a necessidade de eliminação de impurezas nos reagentes.
1
Essa célula foi doada pela fabricante Ballard ao Instituto Mauá de Tecnologia no âmbito do projeto
Ballard Student H2 Challenge.
43
Como pontos positivos, as células do tipo PEM trazem extrema rapidez na entrega de potência
elétrica, devido a sua baixa temperatura de funcionamento e rapidez de reação, assim como
boa durabilidade e facilidade de aplicação. Em contrapartida há seu alto custo produtivo.
Por fim, a Tabela 1 traz um resumo de detalhes técnicos de todos os tipos de célula a
combustível aqui apresentados, de modo a facilitar e englobar as diferenças em um único
item.
45
segundo metodo
É estabelecido que a eficiência de qualquer célula combustível pode ser calculada pela
razão entre a potência elétrica de saída e a potência química do combustível de entrada,
sendo ele, o produto da taxa de consumo do combustível e a sua entalpia, ou seu PCS (poder
calorífico superior) (BARBIR e GOMÉZ, 1997). Outra metodologia apontada para mensurar a terceiro
metodo
eficiência seria a divisão entre a corrente elétrica de saída e o PCI (poder calorífico inferior) do
combustível, entretanto, este cálculo despreza perdas de eletricidade causadas por sistemas
auxiliares, e seu cálculo é dificultado pela necessidade de mensurar o consumo de combustível
requisitado pela PEMFC (HARRISON, REMICK, et al., 2010).
4 METODOLOGIA
ESCOPO DE PROJETO
Em linhas gerais, a elaboração deste trabalho sempre teve como princípio a busca por um
método confiável, simples e de custo acessível para mensurar a eficiência energética de uma
célula a combustível. Após análises dos métodos existentes compilados na etapa de revisão
do estado da arte e constatação das dificuldades impostas por cada um deles, foi escolhida a
medição da eficiência energética da célula a combustível a partir da correlação da potência de
saída da célula pela potência de entrada fornecida pelo hidrogênio. Em maiores detalhes, foi
idealizada a medição da potência gerada pela célula combustível, através de medição contínua
da corrente e tensão elétricas fornecidas ao longo dos experimentos, assim como da energia
fornecida pelo combustível na condição em questão. Para tal, a correta medição de duas
grandezas é de fundamental importância para avaliação da eficiência de conversão energética
da célula combustível: potência elétrica de saída e vazão mássica do hidrogênio consumido.
Para mensurar e dissipar a potência gerada pela célula a combustível durante seu
funcionamento, optou-se por medir a tensão e corrente elétricas geradas. E, para dissipar a
potência entregue pela célula, foram avaliadas várias opções, a saber:
Para obter a vazão mássica de hidrogênio foram avaliados vários métodos conhecidos e
definido qual seria o mais adequado para a aplicação em questão. Foram encontradas
possibilidades de utilização de medidores do tipo rotâmetros, anemômetros a fio quente e
medidores de vazão do tipo Coriolis, sendo todos aplicados para avaliar a vazão de gás para a
célula a combustível. Porém, por se tratar de um consumo baixo durante seu funcionamento,
tais equipamentos precisariam de maior exatidão e resolução, de modo que as opções
encontradas apresentaram custo elevado e necessitariam de importação – o que atrasaria a
conclusão do presente trabalho. Além disso, sua implementação traria maior complexidade
ao trabalho, de modo a não contribuir para os planos de utilizá-lo como método simples de
difundir o tema. A potência fornecida pelo hidrogênio é possível de ser obtida conhecendo
suas propriedades energéticas em sua forma pura, disponíveis em tabelas e livros de
referência, sendo uma delas seu poder calorífico, informação que traz a energia contida em
uma quantidade conhecida de gás. Obtendo este valor e correlacionando-o com a massa de
gás consumida, obtém-se a quantidade de energia fornecida para a célula.
Para avaliar a massa de gás consumida nos pontos de operação da célula, após análises
de métodos tradicionais de medição utilizados, foi verificada a necessidade de obter uma
forma precisa e de custo inferior aos tradicionais para esta finalidade. Desta maneira, foi
pensada a implementação de uma célula de carga, dispositivo capaz de medir forças, de
acordo com a resolução do equipamento.
Por ser uma maneira simples e didática de medição de eficiência energética, o método
empregado, com medição constante do consumo mássico de hidrogênio, consegue simplificar
o entendimento de pontos importantes para este trabalho e tema, como a obtenção do
consumo específico do equipamento, além da análise de pontos de maior e menor eficiência
e de consumo absoluto do gás ao longo do tempo. Além disso, através dos demais
equipamentos, como válvulas solenoide de entrada e purga e sensores de leitura de pressão
e temperatura, todo o experimento estaria sob constante monitoramento, evitando assim
possíveis danos à célula a combustível e também acidentes durante o experimento.
Após esta breve introdução do processo experimental deste trabalho, serão descritos, de
maneira detalhada, os processos de equacionamento para posterior aplicação nos resultados
de eficiência energética do dispositivo, além de todas as etapas e divisões da montagem da
bancada de testes. Além disso, será descrita a metodologia para realização dos testes
experimentais, com uma breve apresentação dos procedimentos para um primeiro uso da
célula a combustível, seguido pela escolha dos pontos de medição de eficiência e valores
teóricos apresentados para cada.
EQUACIONAMENTO
𝑃𝑠
ƞ= (1)
𝑃𝑒
Sendo:
ƞ = 𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎
Ps = Potência de Saída
Pe = Potência de Entrada
𝑃𝑠 = 𝑈 ∙ 𝑖 (2)
Sendo:
Ps = Potência de Saída
U = Tensão elétrica
I = Corrente elétrica
Por sua vez, a potência de entrada (equação 3) é definida pelo produto da taxa de
consumo do combustível e o poder calorifico da reação. Como tanto o PCI quanto o PCS foram
analisados, foram levantados os cálculos teóricos utilizando ambas as grandezas para melhor
comparação com os dados obtidos na utilização da bancada.
51
𝑃𝑒 = 𝑚̇ ∙ 𝑃𝐶 (3)
Sendo:
Pe = Potência de Entrada
𝑚̇ = Vazão mássica
PC = Poder Calorífico
Como os valores de PCI e PCS são tabelados de acordo com o combustível a ser
utilizado, serão adotados os valores 119,93 MJ/kg e 141,86 MJ/kg (SANTOS e MAMEDE DOS
SANTOS, 2005) respectivamente, que representa o poder calorífico do hidrogênio em
condições padrões do S.I. (Sistema Internacional). A taxa de consumo é composta pela vazão
mássica do sistema onde estão presentes a taxa de hidrogênio reagido e a taxa de hidrogênio
purgada, definidas na equação 4:
Sendo:
𝑀
𝐻2̇ 𝑟 = ∙ 𝑖 ∙ 𝑛𝑐𝑒𝑙𝑠 (5)
𝑒∙𝐹
Sendo:
𝑀 – Massa molar;
𝑒 – Número de elétrons;
𝐹 – Constante de Faraday;
𝑖 – Corrente elétrica;
𝑛𝑐𝑒𝑙𝑠 – Número de células que compõem a FC;
Sendo:
Por fim, a equação geral de eficiência do sistema pode ser obtida com a união das
equações anteriormente apresentadas, resultando na equação 7:
𝑈∙𝑖
ƞ = (7)
𝑀 𝑉𝑜𝑙𝑝𝑢𝑟𝑔𝑎 + 𝜌Â𝑛𝑜𝑑𝑜
𝑃𝐶 ∙ 𝑛𝑐𝑒𝑙𝑠 [( ∙ 𝑖) + ( )]
𝑒∙𝐹 Δ𝑇𝑃𝑢𝑟𝑔𝑎
CONSTRUÇÃO DA BANCADA
Fonte: Autores
montagem. Em comum, todos os projetos seriam construídos com tubos de aço redondos de
1” de diâmetro. Já para fixação da célula, foi feito um esboço inicial de uma estrutura de
acrílico, que perdurou até a construção física passando apenas por pequenas adaptações.
A primeira bancada pensada apresentava forma piramidal, sendo utilizada apenas para
a fixação do cilindro de hidrogênio, conforme apresentada na Figura 11. Seu formato garantia
boa proteção para o cilindro, porém, traria dificuldades para a instalação da célula de carga,
além das válvulas e mangueiras na linha de baixa pressão. Além disso, não garantiria uma
integração entre a célula a combustível e seus agregados, de modo que foi descartada.
Fonte: Autores
Assim, foi definido agregar todo o conjunto em uma única peça, ou seja, unir na
bancada tanto a parte do cilindro de hidrogênio, com sua respectiva linha e acessórios, além
da célula a combustível, sensores de controle e demais componentes desenvolvidos para o
sistema. Desta maneira, foi garantida a integração entre todos os componentes pertinentes
56
Fonte: Autores
Fonte: Autores
Fonte: Autores
58
Fonte: Autores
Na sequência, foi feito um novo processo de lixamento fino, partindo assim para a
pintura final. Foi utilizada tinta própria para superfícies metálicas, seguida de um verniz para
brilho e proteção de pintura. Assim, finalizando o processo de manufatura da estrutura
tubular, apresentado na Figura 16.
59
Fonte: Autores
Feito todo o processo de manufatura dos tubos, foi realizado o corte de uma chapa de
MDF para ser posicionada na estrutura tubular, servindo como tampo, dando suporte para o
conjunto da FuelCell e dispositivos eletrônicos, como as placas de controle. Resumidamente,
o processo foi feito através de desenho em CAD, seguido por manufatura inicial de corte da
placa de MDF em um tamanho menor, compatível com a máquina de corte a laser disponível
no FabLab do IMT. Após, foi realizado o corte nas dependências do laboratório, sendo
finalizada por um processo de acabamento superficial, com lixamento e limpeza, seguida por
pintura com tinta em spray preto.
Com o decorrer deste trabalho, foi feito o corte de mais uma chapa de MDF, para ser
posicionada perpendicularmente ao tampo criado, com a finalidade de abrigar um conjunto
60
Fonte: Autores
chapa seria utilizada para fixação das válvulas solenoides, assim como do transdutor de
pressão, de modo a englobar em uma única peça todos estes componentes de maneira rígida
e com a menor massa possível. Para isso, a chapa foi cortada nas dimensões citadas com o
auxílio de uma esmerilhadeira, sendo feito um acabamento com o esmeril. Foram realizados
furos para passagem dos cabos de aço, que serão mencionados no decorrer deste texto,
utilizando uma furadeira de mão e brocas nos tamanhos desejados. Seu aspecto final após a
montagem ficou semelhante ao da Figura 18.
Fonte: Autores
Esta parte da construção está relacionada à toda a linha de entrada e saída de gás da
bancada. Por se tratar de uma aplicação com o uso de gás hidrogênio, que é altamente
inflamável, o sistema pneumático da bancada precisa atender certos requisitos e promover
segurança e robustez durante o funcionamento do conjunto. Responsável pelo transporte
adequado deste gás do cilindro para a célula a combustível, com suas respectivas ramificações
para válvulas, sensor de pressão e purga, a linha de gás inicialmente foi idealizada com base
em um modelo fornecido pela fabricante de células a combustível Ballard, que seria utilizada
em paralelo no projeto Ballard Student H2 Challenge, da SAE (Society of Automotive
Engineers). Para fins de teste iniciais e sob recomendação do fabricante da célula, nitrogênio
62
foi utilizado para verificação de funcionalidade do sistema2, bem como para averiguação de
ausência de vazamentos. A Figura 19 mostra esquematicamente a linha de alimentação e de
purga de nitrogênio.
Fonte: Ballard
Na Figura 20 está ilustrado o esquema adotado para a linha de Nitrogênio com todas
as implementações necessárias. Toda a linha a ser montada é semelhante à utilizada para o
hidrogênio, com exceção do cilindro de gás e da válvula reguladora de pressão, que apresenta
conexão diferente entre os cilindros de diferentes gases, por norma. Ela é composta pelos
seguintes dispositivos:
Em paralelo com a elaboração da linha, foi verificada a viabilidade de compra dos itens
que a compõe. Por serem componentes que serão utilizados posteriormente na competição
2
N2 é indicado pela fabricante da célula a combustível, sem que haja danos para o dispositivo.
63
acadêmica Ballard Student H2 Challenge, houve a real necessidade da busca por válvulas e
conexões que atendam rigidamente à regra da prova, de modo que muitas peças foram
encontradas somente no exterior. Com isso, pequenas alterações na linha foram efetuadas
para que os testes deste trabalho pudessem ser realizados em tempo hábil, de modo que as
linhas finais ficaram semelhantes às que seguem:
Fonte: Autores
Fonte: Autores
Citando as diferenças entre a linha idealizada e a linha final, pode ser notada a ausência
de uma válvula de alívio de pressão. Seu uso seria indicado em casos de falha no
funcionamento da válvula reguladora de pressão, evitando a passagem de valores excessivos
64
para a célula a combustível. Porém, o modelo escolhido, com compatibilidade integral tanto
para este trabalho de conclusão de curso quanto para o projeto acadêmico da SAE necessitava
de importação do exterior, de modo que o prazo de entrega acabou comprometendo seu uso.
Além disso, a válvula reguladora de pressão, após um longo período de testes prévios, se
mostrou robusta e confiável, possibilitando a exclusão da válvula de alívio para os ensaios.
Inicialmente, os testes planejados para este trabalho estavam pensados para utilizar
um cilindro de pequeno volume, obtido por comodato no projeto Ballard Student H2 Challenge
(Figura 22). Para os testes de eficiência energética da célula, este modelo é bastante
adequado, por apresentar tamanho compacto e possibilitar o içamento dentro da bancada
construída, de modo a garantir a medição de massa de gás consumida. Porém, para efetuar
testes exploratórios iniciais e de usabilidade da FC, foi feita a compra de um cilindro de
hidrogênio puro de maior volume, de modo a possibilitar a realização dos testes preliminares.
O cilindro novo comprado apresenta 7 m³ de volume. Na Figura 23 pode ser vista a diferença
de tamanho entre o cilindro doado, que será utilizado para a medição da variação de massa e
o cilindro novo para testes gerais de aprendizado e funcionalidade dos componentes. Ambos
os cilindros apresentam uma válvula de corte manual integrada, de modo que não houve
necessidade de compra de uma específica para os testes.
65
Fonte: Autores
Fonte: Autores
66
Por ser uma das válvulas mais importantes de toda a linha, a válvula reguladora de
pressão foi escolhida através de recomendações da fabricante da célula a combustível. Esta
apresentava algumas restrições na escolha, como possibilidade de controle para pressão
mínima na linha de baixa pressão (na faixa de 0,3 a 0,5 bar), além de tolerância à alta pressão
de enchimento dos cilindros. Além disso, a reguladora deveria ser de material não reagente
com o gás, de modo a não causar contaminação e, também, não sofrer degradação com o
tempo. Por fim, sua conexão de entrada deveria ser compatível com a dos cilindros de
hidrogênio, que seguem a norma (ABNT 212-8). Assim, foi feita a compra da reguladora, da
marca Harris, de modelo HPI 120, que atende as regras impostas. Devido ao alto tempo de
entrega desta válvula, por conta da pandemia e de necessidade de envio do exterior, foi
utilizada para testes de estanqueidade e testes iniciais do conjunto uma válvula reguladora da
marca Rotarex, de modelo DI230, utilizada nos cilindros de gás para testes de emissões de
motores da Divisão de Motores e Veículos do Instituto Mauá de Tecnologia. Assim como a
válvula definida inicialmente, este modelo apresentava possibilidade de bom controle de
pressão para a faixa de trabalho necessária, além de conexões adequadas para o cilindro de
hidrogênio e mangueiras. Na Figura 24 e Figura 25 a seguir estão demonstrados ambos os
modelos, assim como especificações técnicas da válvula da fabricante Harris, dispostas na
Tabela 2.
tensão de acionamento, optada por ser de 24 V restringiu ainda mais os modelos disponíveis.
Por fim, foram encontrados modelos das fabricantes Ascoval e Burkert, sendo a última a
escolhida para a compra. Seu modelo, 0290, apresenta boa compatibilidade com as premissas
de projeto. Foram compradas duas unidades, para aplicação como válvula de controle de
entrada de hidrogênio na célula a combustível (válvula de entrada) e, também, para
possibilitar a purga de resíduos no momento necessário, de acordo com a demanda de
potência extraída da célula (válvula de saída/purga). A Figura 26 mostra uma imagem da
válvula empregada.
Fonte: Autores
Por ser um trabalho de conclusão de curso que ocorre em paralelo com a competição
acadêmica Ballard Student H2 Challenge, as conexões foram pensadas para atender aos
padrões de roscas das válvulas estipuladas pelas regras da competição, sendo em sua grande
maioria tamanhos não tão usuais de se encontrar no Brasil para aplicações com hidrogênio.
Mesmo assim, foram encomendadas conexões da fabricante DK-LOK, sendo que em paralelo
71
foram buscadas soluções de fácil acesso no Brasil. A maneira encontrada para realização dos
testes foi através da utilização de conjuntos de espigões e abraçadeiras, facilmente
encontradas em lojas de materiais de construção. Todavia, tal grupo de peças não trouxe
segurança suficiente para que fossem utilizadas, por apresentar maior propensão à
vazamentos e maior possibilidade de danificar as mangueiras.
Já a mangueira utilizada foi tomada como base através das linhas de gases do
Laboratório de Motores e Emissões da DMV, braço do Centro de Pesquisas do IMT.
Apresentando gases de diversas composições, inclusive misturas que envolvam hidrogênio,
todas as linhas utilizam mangueiras de PTFE de variados diâmetros, e conexões do tipo dupla
anilha, indicadas para aplicações com gases. Desta forma, foi feita a compra de mangueira
deste material no diâmetro de 8mm, de modo a atender as conexões do tipo engate rápido
presentes na célula a combustível com esta dimensão. Já para as conexões, por conta de não
encontrar com facilidade as do tipo dupla anilha, inicialmente foram adquiridos conectores
do tipo espigão, de modo a fixar as mangueiras através de abraçadeiras. Porém, em paralelo
com a compra e tentativa de uso deste tipo de conexão, foram obtidas, através de ajuda da
empresa FL Metalurgia todas as peças necessárias para uso de dupla anilha. Assim, o uso de
espigões foi descartado, e, por fim, foram obtidas todas as conexões do tipo indicado, além
das mangueiras de PTFE.
trabalho, foi escolhida uma célula de carga de capacidade de até 10 kgf, valor considerado
adequado para as massas suspensas que estariam em medição (cilindro de hidrogênio,
válvulas, sensor de pressão e mangueiras). A célula adquirida é nacional, da fabricante MK
Controle, de modelo CSAZL – 10. Neste trabalho, sua aplicação será para forças de tração, já
que as cargas estarão suspensas por cabos com relação a seu ponto de medição. No Apêndice
B é apresentada a ficha técnica da célula de carga escolhida, com valores de operação e
informações técnicas a respeito do dispositivo. Deve-se ressaltar que se buscou uma célula de
carga que permitisse resolução adequada para os fins deste trabalho e a célula escolhida
apresenta erro combinado de +/- 0,03 % do fundo de escala, o que corresponde a cerca de +/-
3 g.
Após realização do projeto em CAD, foi iniciada a construção propriamente dita. Para
isso, o protótipo feito no computador serviu como base, de modo que os desenhos técnicos
das peças que compõe a estrutura foram salvos individualmente. Posteriormente, foi feito o
corte de todas as partes separadas na máquina de corte a laser do FabLab do IMT, garantindo
assim uma manufatura precisa e rápida.
Com todas as peças em mãos, foi iniciada a montagem das partes. De início foram
pensadas maneiras de fixar as chapas de acrílico cortadas, como o uso de silicone ou cola
própria para este material. Porém, por fim, foi idealizada a utilização de mecanismos que
garantissem certo ajuste angular entre algumas chapas (parte posterior, para correto
posicionamento do ventilador com ângulo desejado). Para garantir este ajuste de maneira
adequada, foi optado pelo uso de dobradiças de porta para unir estas partes com ajuste em
ângulo necessário. Já para as chapas fixas (retangulares de apoio da célula a combustível e
chapas laterais) foram utilizadas pequenas cantoneiras, de modo a unir as faces da estrutura
de acrílico com robustez e fixação suficiente para a proposta.
Fonte: Autores
75
Fonte: Autores
Figura 31 – Estrutura de acrílico finalizada.
Fonte: Autores
Para fixação da célula de carga, era necessário que a mesma se encontrasse livre e que
a superfície onde estivesse apoiada suportasse as cargas a serem dependuradas. Desta
maneira, foi criado um mecanismo, utilizando cabos de aço e reguladores de cabo, fixados
através de olhais. Assim, foi possível posicionar a célula de carga de modo a garantir apoio nos
quatro tubos superiores perpendiculares da bancada tubular, além de trazer um ajuste de
altura e tensão dos cabos para que não haja desequilíbrio na distribuição de cargas. Esta forma
de içar o conjunto também trouxe a vantagem do baixo custo, e da praticidade de regulagem.
A célula de carga, por sua vez, traz dois olhais maiores, utilizadas nesta aplicação para apoio
das cargas suspensas e apoio na bancada tubular. A Figura 32 mostra a configuração final do
sistema de içamento do cilindro de hidrogênio.
77
Fonte: Autores
Fonte: Autores
Conforme apresentado durante a descrição das placas de MDF feitas neste projeto, no
parágrafo 4.3.2.1, foram feitos furos para correta passagem de mangueiras de gás para a
célula a combustível e de chicotes para as placas de circuitos e dispositivos elétricos. Assim,
tanto a mangueira de entrega de hidrogênio na célula quanto a de envio para purga eram
79
passadas por estes furos dedicados, estando a célula posicionada corretamente com relação
às suas conexões pneumáticas com os furos, assim como todos os chicotes, garantindo melhor
apresentação visual da bancada. Todos os chicotes foram presos por abraçadeiras plásticas de
modo a ficarem ocultos visualmente embaixo da bancada.
Por fim, o sistema de acionamento individual das cargas resistivas, que será
apresentada na seção relacionada à frente elétrica deste trabalho, ficou posicionado no tampo
de MDF na parte frontal da bancada. Deste modo, ficou facilitado o uso dos botões para
acionamento das cargas. Todo o chicote desta carga resistiva, após diversas iterações, ficou
posicionado na parte posterior desta placa de MDF, ficando oculto dos operadores e
observadores da estrutura. Já a carga resistiva, por sua vez, ficou posicionada dentro de um
carrinho de peças disponível para uso na DMV (Divisão de Motores e Veículos IMT). Pela
necessidade de estar submerso, já que foi elaborado com resistências de chuveiro, era
necessário um reservatório de grandes dimensões sendo este o mais adequado encontrado
no campus para esta aplicação.
80
Fonte: Autores
Modelada através do software de design eletrônico Proteus, a placa foi projetada para
garantir a integração dos componentes elétricos utilizando uma placa de fenolite face simples,
manufaturada por uma máquina router CNC.O circuito da placa está apresentado no Apêndice
C, estando o componente final ilustrado na Figura 35Figura 33 e Figura 36.
Fonte: Autores
Fonte: Autores
82
2300 [𝐴 ∙ 𝑠]
𝑇𝑃𝑢𝑟𝑔𝑎 = (8)
𝑖 [𝐴]
A constante 2300 é fornecida pelo manual do fabricante, sendo utilizada para obter o tempo
de purga necessário.
A instrumentação utilizada foi um resistor shunt de 0,4 mΩ com fundo de escala em 150 A e
um circuito amplificador não inversor (Figura 37). A ficha técnica do resistor shunt está
apresentada no Apêndice D.
Fonte: Autores
83
Fonte: Autores
Fonte: Autores
A implementação da leitura de tensão no projeto foi uma das mais simples de ser
elaborada. Inicialmente, foi obtida a faixa de trabalho de tensão da célula a combustível, que
varia entre 0 V e 46 V, de modo que todo o decorrer do projeto foi baseado nestes dados.
Inicialmente, para uso no sistema embarcado, foi feita a adição de um divisor resistivo, o qual
trazia uma relação direta entre a tensão de entrada e a tensão lida ao longo de seu
funcionamento. Este condicionamento foi necessário já que o microcontrolador é limitado
para leituras de tensão de magnitude de até 5 V, sendo necessária esta redução proporcional
ao que era gerado pela célula a combustível.
4.3.3.5 Ventilador
Fonte: Autores
geradores. Assim, durante a elaboração do projeto elétrico deste trabalho, foi necessário
encontrar métodos de dissipar a energia produzida pela célula a combustível. Porém, alguns
requisitos precisaram de atenção. Inicialmente, foi vista a necessidade de obter uma carga
resistiva que conseguisse dissipar a alta potência que a célula gera, próxima de 2.100 W na
condição de máxima entrega. Além disso, uma grande intenção deste projeto era de possuir
valores de resistências conhecidas e que pudessem ser acionadas individualmente, já que,
para obter a curva de polarização (mapa de pontos de tensão e corrente elétrica fornecida
pela célula) seria necessário um constante incremento e decremento em escala conhecida.
Após certo tempo de pesquisas de opções no mercado e debate de ideias, foi definida
a criação de um banco de resistores utilizando resistências de chuveiro elétrico, ligadas em
paralelo. Assim, foram feitas correlações entre os valores de corrente e tensão fornecidos pela
célula a combustível em cada ponto, fornecido no manual do dispositivo pelo fabricante,
conforme pode ser visto na Tabela 3, com os valores necessários de resistência para
elaboração deste conjunto dissipador, tomando como base resistências de chuveiro com
custo acessível e opções de potência elétrica existentes no mercado. Para obtenção da
quantidade necessária foi utilizada a Primeira Lei de Ohm, correlacionando os valores de
potência de diversas resistências disponíveis no mercado com os dados conhecidos de tensão
e corrente elétrica fornecidos pela Ballard. A obtenção do número de resistências de chuveiro
necessárias para a aplicação foi facilitada através da criação de uma planilha em Excel,
correlacionando os valores de trabalho conhecidos da célula a combustível com a potência
elétrica das resistências, conforme demonstrado na Tabela 4 – Planilha para cálculo de
número de resistências necessárias.
87
Fonte: Ballard
Fonte: Autores
Fonte: Hydra
cargas resistivas
Fonte: Autores
89
Para elaboração dos chicotes elétricos, foram utilizados diferentes tipos de cabos e
conectores, de acordo com a necessidade para cada aplicação. No geral, foi dada preferência
para uso de cabos blindados em alguns circuitos, como no acionamento de dispositivos de
controle e nos cabos ligados ao barramento da célula a combustível, evitando assim possíveis
ruídos e interferências externas que pudessem causar problemas de funcionamento nos
componentes.
Este tópico do trabalho visa descrever todas as etapas realizadas com relação às
rotinas de programação de atuação de válvulas solenoides de entrada e purga de gás,
acionamento do ventilador e leitura de valores dos sensores utilizados na bancada
instrumentada, assim como das variáveis de interesse para os ensaios, como a célula de carga,
transdutor de pressão, resistor shunt e tensão elétrica. Também serão informados os métodos
de calibração para cada uma das variáveis lidas no projeto, de acordo com a especificação
individual de cada componente. Por fim, será apresentado o método final de leitura e
tratamento de dados utilizados neste trabalho de conclusão de curso, através de um sistema
de aquisição de dados integrado, com possibilidade de implementação, calibração e
visualização de valores de todos os sensores utilizados.
Para a elaboração deste sistema embarcado, foi utilizada uma placa Arduino Mega
2560, disponível no IMT. Os cabos utilizados foram do tipo Jumper para placas Protoboard.
Após a montagem de todo o chicote elétrico do trabalho, foi feita a conexão entre a placa de
circuito impressa, inicialmente integrada para todos os sensores, conforme descrito em
4.3.3.1 da página 81, de modo que todos os dados de válvulas, medidores de pressão,
temperatura e corrente e tensão elétrica fossem introduzidos no Arduino. Após a conexão e
aquisição de valores, foi iniciado o processo de calibração dos sensores, para obtenção das
correlações de valores lidos com as respectivas escalas de cada sensor.
Conforme já citado, para correta leitura de grandezas medidas nas unidades e valores
correto,s foi necessário realizar a calibração individual de todos os dispositivos, de acordo com
o sistema de aquisição utilizado (Arduino ou HBM), respeitando as resoluções e faixas de
medição de cada um deles. Na sequência serão apresentados todos os procedimentos de
calibração feitos de acordo com o dispositivo.
a causar a queda de tensão enviada pela célula a combustível até valores possíveis de serem
mensurados (de até 5 V), de modo que o único procedimento de calibração efetuado foi o de
correlacionar o valor de tensão lido com o valor real. Para isso, foram verificados os valores
de tensão fornecidos para o circuito por uma bateria externa através de um multímetro, sendo
comparados estes valores com os obtidos após a queda de tensão do divisor resistivo,
conforme Tabela 5. Posteriormente, foi feita a correlação de valores de tensão através de
fontes chaveadas com os valores lidos, obtendo deste modo uma curva de correlação com os
pontos mensurados, assim como equação de reta, e aplicando-a na rotina de leitura em
Arduino para obtenção da tensão final em cada instante.
Fonte: Autores
Calibração Tensão
60
50 y = 1.0359x - 0.1501
R² = 1
40
Tensão lida [V]
30
20
10
0
0 10 20 30 40 50 60
-10
Tensão esperada [V]
Fonte: Autores
92
Para realização de calibração e leitura correta dos valores de corrente elétrica, foram
feitos testes iniciais dos valores de tensão fornecidos pelo resistor shunt e, em paralelo, dos
valores de corrente no momento da medição com o auxílio de um multímetro. Assim, foram
anotados diversos valores para pontos distintos, de modo a obter uma curva que relaciona as
grandezas. Foi obtida a equação para esta curva, de modo a implementá-la no programa em
Arduino, para assim obter os valores de corrente corretos de acordo com as leituras do Shunt,
em mV, conforme apresentado na Figura 44.
Calibração corrente
35.00
y = 0.12x + 0.62
30.00
R² = 1
25.00
Corrente (A)
20.00
15.00
10.00
5.00
0.00
0 50 100 150 200 250
Valor do AD (mV)
Fonte: Autores
Para isso, foi colocada uma conexão T na linha de ar comprimido, de modo a ligar nas
extremidades os dois transdutores e o manômetro analógico. Assim, estava garantido que os
valores de pressão enviados para o transdutor estavam com boa margem de precisão.
Feito o processo, com variações de pressão relativa com incremento linear de 0,1 bar
e faixa de calibração de 0,0 a 1,0 bar, foram anotados os valores e plotado o gráfico de tensão
em função da pressão lida utilizando uma planilha Excel, conforme apresentado na Tabela 7 e
Figura 45, obtendo assim a equação da reta que dita a correlação de grandezas. Esta equação
foi posteriormente implementada no programa em Arduino, tendo por fim a medição de
pressão relativa calibrada.
Fonte: Autores
Calibração Pressão
1.2
y = 1.0923x + 0.0349
1 R² = 0.9984
0.8
Tensão [V]
0.6
0.4
0.2
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9
Pressão [bar]
Fonte: Autores
94
Resistência (kΩ)
140
y = -26.05ln(x) + 143.8
120 R² = 0.9938
Temperatura (°C)
100
80
60
40
20
0
0 50 100 150 200 250
Resistência (kΩ)
Fonte: Autores
95
Fonte: Ballard
segunda calibração do sensor, que seria utilizada por todos os testes com o sistema em
Arduino.
Uma das calibrações mais importantes para este trabalho é a de medição de massa. A
utilização de uma célula de carga foi uma aposta para as medições de variações extremamente
baixas deste projeto, devido ao consumo do gás hidrogênio durantes os testes, de modo que
sua precisão é altamente desejada. Assim, foram feitas as calibrações, procedendo com a
adoção de um objeto com massa conhecida e posicionando-o sobre a célula de carga, de modo
a obter uma leitura inicial da grandeza. Através de bibliotecas, tanto nativas do Arduino,
quanto encontradas em sites como o GitHub, foi possível encontrar programas de leituras de
valores de células de carga e tomar como base para elaboração do utilizado neste projeto.
Iniciando o processo de calibração, para a aferição inicial da menor massa lida pela
célula de carga foi utilizado um tubo quadrado, de modo a obter sua massa inicial em uma
balança calibrada do IMT, demonstrado na Figura 47. Na sequência, o tubo foi posicionado
sobre a célula de carga, de modo a obter o valor de tensão fornecido pelo dispositivo.
97
Fonte: Autores
Feita esta calibração inicial, foi verificada a menor variação de massa detectada pela
célula de carga, que se mostrou próxima de 2 gramas. Apesar de esta ordem de grandeza estar
satisfatória, já que os consumos de hidrogênio esperados durante o teste deveriam estar
próximos desta ordem de grandeza, a leitura estava apresentando certa instabilidade de
valores. De modo a corrigir isso, foram aplicados filtros no programa, como por exemplo a
exibição do valor da média móvel, de modo a trazer maior estabilidade nos dados plotados, o
que trouxe bom resultado.
98
Fonte: Autores
2300 [𝐴 ∙ 𝑠]
𝑇𝑃𝑢𝑟𝑔𝑎 = (8)
𝑖 [𝐴]
Sendo:
Para isso, eram realizados acionamentos de acordo com o sinal enviado pelo resistor shunt,
já com a grandeza convertida para ampere. Outra rotina criada foi a de segurança dos
dispositivos, de modo que se alguma grandeza extrapolasse os valores definidos no manual
da célula a combustível, como corrente, temperatura e pressão ambas as válvulas solenoides
eram fechadas, e assim o teste interrompido.
Conforme introduzido em 4.4.1, desde o início deste projeto estava em mente o uso
de um sistema de aquisição de dados profissional, disponível no Instituto Mauá de Tecnologia.
Com ele, seria possível realizar a implementação de sinais de todos os sensores utilizados
neste TCC com maior facilidade, por muitas vezes sem necessidade de calibrações e com
possibilidade de gravação de dados automática, além da realização de gráficos e exportação
de dados de maneira simples. Porém, este dispositivo só esteve disponível para uso momentos
antes dos testes finais, de modo que foi utilizada de maneira paliativa o sistema embarcado
feito pelos autores. Nesta seção, será apresentado todo o conjunto de aquisição de dados
utilizados neste projeto, com informações técnicas de interesse, metodologia de calibração
de sensores, criação de funções matemáticas e da área de trabalho e, por fim, uma descrição
sobre as gravações e plotagem de resultados através do software.
4.4.4.1 O dispositivo
Fonte: HBM
Estes módulos apresentam taxas de amostragem de 40 kS/s por canal, além de filtros
passa-baixo automáticos, possuindo um conversor analógico-digital de 24 bits. Sua classe de
precisão de medições está na ordem de até 0,05 %, com faixa de operação térmica entre -20
a +65 °C. O MX840B também permite a configuração individual de sensores em cada um dos
canais, além de integração em tempo real com diferentes protocolos de conexão, como CAN,
Ethernet e saída de tensão. Seus dados podem ser exportados em diferentes formados,
permitindo análise e uso em diversos softwares, como MatLab, LabVIEW, Excel, entre outros.
por uma breve apresentação do software, o catman Easy permite a criação de projetos de
aquisição e análise de dados a serem mensurados, ou a tratativa de ensaios já feitos, em
diversos formatos, conforme ilustrado na Figura 50, permitindo análise gráfica e criação de
funções de estudo de interesse do usuário.
Fonte: Autores
Iniciando pela criação de um novo projeto, foi identificado o módulo utilizado,
MX840B, além do tipo de conexão empregada, no nosso caso Ethernet. Assim, os 8 canais se
mostravam disponíveis para criações e uso. Dando início para a criação de sensores no
programa, inicialmente foram estudadas as opções disponíveis na base de dados do
dispositivo, conforme demonstrado na imagem abaixo.
102
Fonte: Autores
Após breve estudo das opções disponíveis, deu-se início na atribuição de categorias
para cada um dos canais a serem utilizados. Iniciando pela leitura do Shunt, por ser um
componente com escala de até 60 mv de leitura, foi escolhida a opção DC Voltage 100 mV.
Partindo para a leitura de tensão, foi utilizada a função DC Voltage 60 V, já que a célula a
combustível pode gerar tensão máxima próxima de 46 V (0,99 V/célula na condição de mínima
potência elétrica, contando com 46 células). Já o sensor de temperatura foi definido como um
sensor de tensão contínua de até 60V (DV Voltage 60 V), de maneira semelhante à leitura de
tensão. Partindo para a leitura de pressão, este canal recebeu a atribuição de leitura de tensão
contínua de 10 V (DC Voltage 10 V). Dando continuidade, a célula de carga foi definida como
uma Strain Gauge Fullbridge, com resolução de 2,0 mV/V. Por fim, foi feita a tentativa de
aquisição de dados da válvula de purga, de modo a simular um gráfico trazido pelo manual da
fabricante da célula a combustível que mostra os momentos de acionamento de purga, ponto
importante pois durante o acionamento há liberação de gás hidrogênio e, consequentemente,
variação na massa do cilindro, foco da análise deste trabalho. Porém, por motivos não
identificados, houve conflito entre o acionamento desta válvula pela rotina implementada em
Arduino com a aquisição de dados pelo amplificador HBM, de modo que esta medição não
seguiu adiante.
103
Fonte: Autores
Assim, de modo ilustrado na Figura 52, foram criados todos os sensores a serem
utilizados nos ensaios deste trabalho de conclusão de curso no software dedicado da HBM. A
taxa de aquisição de todos foi definida em 10 Hz. De maneira bastante eficaz já era possível
adquirir valores de todos os sensores acima citados, de modo que era necessário realizar suas
devidas calibrações para correlação de grandezas físicas. Deste modo, deu-se início ao
processo de calibração, sendo criados canais computacionais que relacionam o sinal enviado
pelos sensores a seu devido valor medido através de cálculos e implementação de constantes
e equações. Iniciando pela calibração da corrente, era utilizado o sinal do resistor Shunt, sendo
feita uma relação entre seus valores máximos de medição (150 A e 60 mV) com o sinal enviado
pelo sensor, de acordo com a equação 9.
150
𝑖 = 𝑆ℎ𝑢𝑛𝑡 ∗ [𝐴] (9)
0,06
Sendo:
dispositivo foi de 5 V, sabe-se que operando em sua capacidade máxima ela mandará um sinal
de 2 mV/V. Analogamente, para uma força de 1 kgf seu valor enviado será de 0,2 mV/V. Assim,
o valor da massa é obtido através da multiplicação do sinal enviado por este fator, conforme
equação 10.
Sendo:
O cálculo da potência elétrica por sua vez foi feito de maneira simples, através da
multiplicação dos valores de tensão elétrica pela corrente elétrica, conforme já mencionado
no equacionamento deste trabalho, na seção 4.2.
Foi criado um canal computacional para cálculo da tensão individual média por célula,
já que, conforme trazido no manual da fabricante da célula a combustível, este valor era
tomado como base para obter a eficiência de operação do dispositivo. Assim, pelo modelo de
célula utilizado neste trabalho possuir 46 células, foi feita a seguinte equação.
𝑈 𝑉
𝑉𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎 = 46 [𝐶é𝑙𝑢𝑙𝑎] (11)
Sendo:
Sendo:
80
Temperatura [C]
60
40
20
0
0 5 10 15 20 25
Tensão de saída [V]
Fonte: Autores
Com o início dos testes de todo o conjunto deste TCC, foi notada certa instabilidade
durante a aquisição de valores de massa. Isso ocorria através de oscilações em pequenas
quantidades de massa (flutuações de +-0,5 g). Deste modo, foi aplicado um filtro no valor de
massa, implementado anteriormente, através do uso de uma média móvel instantânea dos
pontos medidos. Deste modo, estas pequenas oscilações mostraram-se mais estáveis,
possibilitando a aquisição de variações na ordem de grandeza necessária com maior precisão.
Fonte: Autores
Fonte: Autores
Foi criada uma área de trabalho de modo a abranger todas as variáveis necessárias a
serem visualizadas durante as medições, como as temperaturas atual e ideal, pressão de gás
adquirida pelo transdutor, tensão, corrente e potência elétrica, além da massa do conjunto
suspenso. Também, foi criado um gráfico englobando estas variáveis, de modo a obter uma
108
visualização mais intuitiva e rápida das tendências durante o experimento. Todos os dados
demonstrados nesta página, assim como os não plotados (medição de massa sem média
móvel, por exemplo) estavam em constante gravação durante os testes.
METODOLOGIA DE ENSAIOS
Partindo para a realização dos experimentos propriamente ditos, foram feitas diversas
separações de atuação de modo a ter uma continuidade necessária para a boa realização das
medições, com conhecimento sobre os fenômenos que viriam a ocorrer e estudo das
particularidades de cada dispositivo e objetivo de teste. Como o título deste trabalho remete,
o principal objetivo deste conglomerado de dispositivos e processos integrados está na
obtenção da eficiência energética do dispositivo em seus pontos de funcionamento, de modo
que de maneira prévia alguns testes deveriam ser realizados para aquisição de conhecimentos
e familiaridade com os componentes.
109
O início dos testes práticos se deu com a elaboração de uma rotina para testes básicos
de funcionamento da célula a combustível, já que este é o primeiro grupo da instituição a
testar este equipamento. Deste modo, buscou-se inicialmente ligar a célula, de modo a
entender, de maneira macro, seus princípios de funcionamento. Previamente ao início do
teste, foram lidas todas as recomendações da fabricante do dispositivo para evitar eventuais
imprevistos e garantir um bom prosseguimento dos ensaios. Para um primeiro teste, diversas
indicações foram apontadas no manual da célula, que serão descritas a seguir, na sequência
em que foram realizadas. Devido a pandemia de Covid-19, a atuação prática neste projeto foi
iniciada em meados de julho de 2021, de modo que o cronograma se mostrou como um
grande desafio para a entrega dos resultados. Neste meio tempo, foram feitos os testes iniciais
ainda sem toda a instrumentação apresentada neste relatório, de modo que algumas
medições foram realizadas apenas com a utilização do embarcado, sendo algumas grandezas
medidas com o auxílio de um multímetro. A rotina de purga também estava diferente no teste
inicial quando comparada com o modelo final, sendo a válvula acionada manualmente de
acordo com cálculos manuais da corrente entregue, obtendo assim o tempo entre cada
atuação do componente.
O primeiro teste do conjunto deste trabalho ocorreu no fim de outubro de 2021, sendo
fizemo
realizado sem toda a instrumentação apresentada neste relatório. Como objetivos deste teste s isso
estavam a realização do primeiro funcionamento da célula a combustível, de modo a conhecer
suas características, tempos de resposta e entrega de potência elétrica. Além disso, este
ensaio serviria como base para a verificação de operação de diversas escolhas de projeto
feitas, como do funcionamento das cargas resistivas, das leituras de corrente, pressão e
temperatura, assim como de toda a linha pneumática. Este teste foi elaborado seguindo
diversos passos descritos no manual de operação da célula a combustível para seu primeiro
uso, que serão apresentados nesta seção na ordem cronológica de realização.
foi calculada a eficiência energética da célula, optando-se por utilizar o gás do pequeno
cilindro nos testes finais deste TCC. Deste modo, foi utilizado o cilindro de hidrogênio de maior
volume (Figura 23). A linha pneumática utilizada foi a mesma que perdurou até o final deste
projeto. Já o sistema de acionamentos e comandos elétricos foi através do embarcado
Arduino, sendo toda a aquisição de dados feita de maneira manual. As medições de tensão e
corrente elétrica, assim como a de temperatura foram feitas com o auxílio de multímetros,
sendo obtidos os valores de leitura dos dispositivos sem a correlação para a grandeza
desejada. Por fim, as cargas resistivas utilizadas apresentavam a mesma configuração da seção
4.3.3.6, estando imersas em água no carrinho utilizado como reservatório.
vazamentos, de modo que foi dado prosseguimento ao teste. Deduz-se que o vazamento
deveria estar ocorrendo nas próprias membranas.
Estado de espera – neste estado de operação a célula não está consumindo reagentes
e nem entregando potência. No caso da célula não ser frequentemente utilizada (semelhante
ao caso deste teste, onde o dispositivo estava armazenado há mais de um ano sem uso), é
possível encontrar uma perda de potência reversível, que aumenta com o tempo de desuso
do dispositivo. Testes realizados pela fabricante mostraram uma perda de 1.5
mV/célula/semana na condição de entrega de 65 A, sendo este fenômeno causado pela
oxidação no catalisador do catodo, podendo ser minimizado por um uso constante e
armazenamento em temperaturas mais baixas. Como forma de realizar uma correção nesta
perda de potência, são descritos três métodos, de modo que foram utilizados dois destes três
citados neste teste (métodos escolhidos serão explicitados em texto posterior):
recuperação da celula
Operar a célula com alta corrente elétrica – este modo de recuperação da capacidade
da célula a combustível está baseado em seu funcionamento em baixas tensões e altas
correntes.
Operação com restrição no fornecimento de ar – baseado no aumento de
performance do catalisador, recomendado para longos períodos de armazenamento, entrega
imediata de altas potências após este período e em caso de utilização da FC em ambientes
onde há certo grau de contaminação do ar ou funcionamento por longos períodos da célula
em altas tensões (>0,7 V/célula). Esta perda de eficiência ocorre em decorrência das
membranas adquirirem contaminantes do ambiente em suas camadas durante o período de
armazenamento, conforme já citado. Nesta etapa de recuperação de performance, é feita a
passagem de gás hidrogênio pela célula e desligado o fornecimento de oxigênio para a mesma
(no caso deste projeto através do desligamento do ventilador), causando uma reação de
redução na superfície do catodo. O procedimento deve ser finalizado ao ser atingida uma
tensão de 0,6V/célula, retornando o funcionamento do ventilador. Outro ponto importante
112
deste método é a configuração de corrente elétrica fornecida pela célula, que deve se manter
em torno de 15 A ao longo de todo o teste. Após atingida esta tensão mínima recomendada
(0,6 V/célula), devem ser contados 10 segundos e religado o ventilador, finalizando assim o
procedimento.
Pulsos de corrente – este método de recuperação de performance é resumido como
testes extremamente reduzidos de restrição de ar para a célula. São feitas demandas de
corrente em curtos períodos (entre 100 ms e 1500 ms), de modo que o oxigênio absorvido
pela célula a combustível não tenha tempo suficiente para atingir o anodo, causando um
efeito semelhante ao da restrição no fornecimento de ar (ausência de O2). Este teste não foi
realizado neste trabalho.
Fonte: Autores
Assim como mencionado, este teste estava utilizando multímetros para aquisição de
grandezas, conforme mostrado na imagem acima, sendo o localizado na esquerda para
aquisição de valores de resistência elétrica do termistor NTC, para posterior comparação com
valores de temperatura em cada valor lido (Tabela 7), o central para leituras de tensão do
114
O teste de polarização realizado pela Ballard toma como base diversas especificações
para obtenção das curvas, de modo que a comparação com os dados do fabricante somente
deve ser integralmente validada caso estas recomendações sejam realizadas. Na sequência,
serão apresentadas, na forma de tabela, as recomendações para a geração da curva de
polarização, transcritas do catálogo da fabricante para a Tabela 8.
115
Fonte: Ballard
Para este teste, algumas mudanças ocorreram com relação ao ensaio inicial. A começar
pelo sistema de aquisição de dados: nesta etapa do projeto já estava disponível e
implementado o sistema integrado da HBM, de modo que o monitoramento e a gravação das
informações estavam sendo realizados de maneira automática pelo módulo. Além disso, as
placas de controle e atuação dos dispositivos já haviam sido substituídas pelas individuais,
conforme apresentado na seção 4.3.3.1. O cilindro de hidrogênio ainda se mantinha o de
maior volume, já que neste ensaio ainda não seriam realizados pontos de medição de
eficiência energética. A rotina de purga em função da corrente também já estava em
funcionamento automático, sem a necessidade de controle manual do tempo de
acionamento. Além disso, neste teste foi feita uma verificação da aquisição de dados de
variações de massa, através do posicionamento de uma garrafa pet de água com um furo em
sua base. Desta maneira, ao ser esvaziada, a variação de massa no conjunto suspenso pode
ser registrada, conforme Figura 57.
116
Figura 57 – Garrafa de água com furo em sua base para aquisição de perda de massa ao longo dos testes.
Fonte: Autores
de operação também variou para cada teste, permanecendo cerca de 1 minuto em cada
ponto, aumentando para 4 minutos no segundo ensaio.
Os valores teóricos para a curva foram tomados como base através da tabela de
polarização fornecida pelo fabricante, disposta abaixo na Tabela 9. Posteriormente serão
apresentados em maiores detalhes os resultados e as respectivas curvas de polarização.
Fonte: Ballard
Foi necessário realizar dois testes para a obtenção da curva de eficiência energética,
onde será detalhado posteriormente no capítulo onde serão abordados os resultados. A
métrica inicial deste teste seria de avaliar a eficiência energética em diversos pontos de
funcionamento, através da utilização de diferentes quantidades de resistências do banco de
resistores criado. Porém, através de cálculos de consumo realizados, foi adotada a aquisição
inicial de dados de apenas três pontos de funcionamento. Estes cálculos levaram em conta o
tempo necessário para um consumo arbitrário de 4 g de hidrogênio, medida considerada
118
adequada para boa obtenção do perfil de consumo mássico ao longo do teste. Foram tomados
como base para essa definição os perfis de consumo visualizados no teste de aquisição de
massa com a garrafa de água durante a realização da curva de polarização.
17 resostencias 4 g
Assim, para varrer os 17 pontos (17 resistências) com um consumo de 4 g por ponto,
seria necessário no mínimo 68 g de H2, valor superior as 63 g disponíveis no cilindro de testes.
Além disso, optar por esta estratégia inviabilizaria a realização de novos testes em caso de
problemas durante o experimento, de modo que foi realizada a medição somente em três
pontos. Na Tabela 10 são mostrados os resultados dos cálculos de estimativas de vazão para
verificação do consumo de gás para os testes, utilizando como base as equações trazidas na
seção 4.2 deste relatório.
Fonte: Autores
O teste, conforme citado, foi realizado com apenas 3 pontos de medição de eficiência,
sendo eles com acionamento de uma chave (aproximadamente 6,0 A), nove chaves
(aproximadamente 44,0 A) e 17 chaves (aproximadamente 72,5 A). Todas as gravações
estavam sendo realizadas pelo sistema integrado HBM ao longo do ensaio, sendo registrados
posteriormente neste relatório na seção de resultados. O tempo de permanência em cada
ponto foi definido como o necessário para o consumo de 4 g de H2, conforme já citado, sendo
119
alterado para o próximo ponto de medição logo após um acionamento da válvula de purga
(de modo a sempre finalizar o ciclo de medição com o mesmo critério).
120
121
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Fonte: Autores
Para todas as análises realizadas nos testes práticos, foi utilizado o valor do poder
calorífico inferior do hidrogênio, de modo que a curva mostrada na Figura 58 será levada em
consideração nas comparações de eficiência energética teóricas contra experimentais.
Analisando este gráfico, é possível observar que conforme a demanda de potência elétrica
aumenta, a eficiência do dispositivo diminui, em decorrência de maior produção de calor.
Além disso, é notável os altos valores de eficiência energética do dispositivo com relação a
métodos de propulsão veicular convencionais, como motores de combustão interna, que
apresentam em torno de 30 % como valores de referência.
A realização deste teste, conforme já mencionado anteriormente, foi feita sem toda a
instrumentação elaborada e apresentada neste presente trabalho. Todavia, as análises
obtidas com este ensaio básico trouxeram grande contribuição para o desenvolvimento dos
seguintes testes. De início, foi possível observar a influência do tempo de armazenamento da
célula a combustível em sua capacidade de performance, já que foi visualizada inicialmente
uma discrepância entre os valores de tensão por célula nominais e as obtidas ao longo deste
123
Fonte: Autores
124
Curvas de polarização
Iniciando neste tópico a apresentação dos resultados dos testes para obtenção das
curvas de polarização da célula a combustível. Conforme citado na seção 4.5.3, foram
realizados dois ensaios com formas de operação distintas.
Fonte: Autores
Pode se observar que na Figura 60 houve uma queda de potência próximo ao período
de 300 segundos, devido à elevação da temperatura, obtida na faixa dos 60 A. É possível notar
também uma queda no fornecimento de potência pela célula a combustível, causada pelo
desligamento manual de algumas chaves das cargas resistivas, a fim de estabilizar a
temperatura mensurada para valores menores que sua faixa máxima de 75 °C. Após sua
estabilização, foi retomado o teste no mesmo ponto onde a atuação nas chaves foi feito,
prosseguindo até o fim do ensaio. Este fato pode ser confirmado através da visualização da
curva de temperatura, ilustrada na Figura 61.
125
Fonte: Autores
Fonte: Autores
Partindo para o segundo ensaio, a partir dos resultados obtidos com a primeira curva
de polarização, foram realizados ajustes na operação do conjunto disposto para os testes,
como na velocidade do ventilador, aumentando para cerca de 80 % de sua capacidade máxima
(frente a 70 % na primeira curva de polarização), e o modo de acionamento das cargas
resistivas, que foi realizado de forma crescente, conforme demonstrado na Figura 63, onde já
é possível notar uma estabilidade superior ao primeiro ensaio.
Fonte: Autores
127
Fonte: Autores
Ao traçar a curva de tensão média por célula referente ao segundo ensaio, apresentada
na Figura 65, foram obtidos valores com maior proximidade aos medidos pelo fabricante.
Porém ainda é possível notar um pequeno distanciamento deste valor em elevadas correntes,
faixa na qual foi notada tendência de aumento da temperatura com relação aos valores
nominais.
128
Fonte: Autores
Foram realizados dois ensaios distintos para mensurar a eficiência energética da célula
a combustível, sendo o primeiro com a estratégia de consumo de aproximadamente 4 gramas
de hidrogênio por ponto de operação, testando três condições distintas de funcionamento
(baixa, média e alta corrente), conforme já citado anteriormente, enquanto o segundo teste
foi realizado em apenas dois destes três pontos, com maior tempo de permanência em cada
para melhor obtenção do perfil de consumo mássico de H2.
Para o primeiro ensaio de eficiência energética, foram utilizadas as três faixas descritas
anteriormente, de aproximadamente 6 A, 44 A e 75 A, como é ilustrado na Figura 66. Vale
ressaltar que o tempo de operação em cada um destes pontos foi estipulado inicialmente
conforme o consumo teórico calculado (Tabela 10), de modo que experimentalmente foi
possível manter estes intervalos em decorrência da validação dos tempos obtidos de maneira
analítica.
129
75 A
44 A
6A
Fonte: Autores
Inicialmente, pode-se notar uma diferença expressiva entre o tempo de operação para
cada faixa de potência devido a sua taxa de consumo, que será ilustrada posteriormente. Esta
curva foi separa em duas seções, de média e alta potência, para facilitar a visualização com
maiores detalhes do comportamento nestes pontos de menor tempo de ensaio.
Fonte: Autores
Já na Figura 68, ampliação do segundo retângulo da Figura 66, esta característica de
aumento de potência em decorrência do acionamento da válvula de purga ocorreu mais vezes,
já que o processo é diretamente proporcional ao aumento de corrente, conforme
apresentado na equação 8 da seção 4.3.3.2. Além disso, é possível notar a tendência de
aumento da potência ao longo do período de testes, demonstrando também a não
estabilização dos valores até o fim do teste, e necessidade de maior tempo de experimento,
assim como na curva de média potência. Como tentativa de solucionar este problema, os
testes de eficiência foram realizados novamente, com maior tempo de duração para cada
ponto.
131
Fonte: Autores
Em ambos os ensaios de eficiência, foi optado por configurar o ventilador para operar
em sua capacidade máxima de velocidade, dadas as elevadas temperaturas atingidas nos
ensaios de polarização. Na Figura 69, pode-se observar que, mesmo com esta configuração, a
temperatura de operação superou a faixa ideal na seção de alta potência, atingindo uma
temperatura máxima de 70 °C. Com exceção deste trecho, a temperatura mensurada se
comportou próxima a ideal no decorrer do teste.
Fonte: Autores
132
Fonte: Autores
133
Em seguida, tanto a curva de média móvel da massa quanto a curva de potência foram
desenhadas em um mesmo gráfico, representado na Figura 71 onde se notam as tendências
coerentes de aumento de consumo mássico de H2 e aumento de potência elétrica.
Fonte: Autores
Por fim, foi possível calcular a eficiência energética de cada ponto, a partir de algumas
premissas adotadas. Inicialmente, para obter a variação de massa, foram selecionadas seções
de interesse dos gráficos, já que, conforme demonstrado nas Figura 67 e Figura 68, não foi
obtida estabilidade de valores durante toda a faixa ensaiada. Assim, foi considerado o
intervalo das últimas duas purgas de cada seção. Ao recortar este trecho, foi gerada uma
linearização da massa para desprezar ruídos e, assim, foi calculada a variação de massa entre
ponto inicial e o ponto final, conforme ilustrado na Figura 72. Já para obter os valores de
potência para cada trecho, foi calculada a potência média dentro do mesmo intervalo utilizado
para captar a massa.
134
Fonte: Autores
Após os cálculos indicados na Tabela 11, foram obtidos os valores de eficiência
energética para os três pontos mensurados, e o gráfico com estes valores foi elaborado,
ilustrado na Figura 73, assim como sua comparação com a eficiência energética teórica. Pode-
se observar que, no ponto de baixa potência, foi obtido um valor de 61,5 % de eficiência,
contra 64,4 % de eficiência teórica, valores considerados satisfatórios. Porém, a mesma
proporção não pode ser observada para os pontos de média e alta potência (41,73 % frente a
54,12 % e 44,04 % frente a 48,14 %, respectivamente). Esta diferença pode ser atribuída aos
problemas enfrentados no controle temperatura de operação com relação a faixa ideal
recomendada pelo fabricante. Outro fator que causou estas diferenças foi o tempo de
operação em cada intervalo, como ilustrado na Figura 66, que traz a curva de potência ao
longo do teste, onde em baixa potência houve estabilidade dos valores, enquanto nos demais
intervalos seria necessário maior tempo de experimento. Todo o conjunto de informações de
interesse para as análises de eficiência energética estão apresentados na Tabela 11 .
135
Fonte: Autores
Fonte: Autores
136
Fonte: Autores
necessidade de maior tempo de ensaio. Vale ressaltar que, por recomendações do fabricante,
deveria ocorrer a permanência por pelo menos 20 minutos por seção para obter resultados
mais estáveis. 20 minutos de funcionamento para obter estabilidade
Fonte: Autores
Figura 76 - Curva de alta potência para o quarto ensaio
Fonte: Autores
138
Fonte: Autores
Fonte: Autores
Fonte: Autores
intervalo das últimas duas purgas de cada seção, calculando neste trecho a variação de massa,
conforme apresentado na Figura 80. Os valores de eficiência energética colocados no gráfico
foram calculados através da Tabela 12.
Fonte: Autores
141
Fonte: Autores
Fonte: Autores
142
A curva final de eficiência energética (Figura 81) foi feita com os dois pontos deste
último ensaio (média e alta potência) em conjunto com o ponto de baixa potência do primeiro
ensaio (que apresentou estabilização de valores). Pode-se notar uma grande diferença entre
esta curva e a obtida no primeiro teste, obtendo valores de eficiência mais próximos dos
valores teóricos, sendo calculado um erro máximo de 10,6 % para o ponto de alta potência,
devido ao maior tempo necessário para estabilização de operação e também ao controle
térmico. No mais, o restante dos dados calculados, presentes na Tabela 12, demonstram a
melhor correlação entre os valores experimentais e teóricos quando comparados com os do
primeiro ensaio, sendo obtida uma eficiência energética experimental de 51,89 % e 44,10 %,
frente a 54,40 % e 49,34 % dos valores teóricos.
143
6 CONCLUSÕES
De uma maneira simples e de baixo custo, foi possível mensurar a eficiência energética
da célula a combustível em alguns pontos de sua operação de maneira confiável, trazendo
assim a demonstração de proximidade dos valores teóricos com os práticos. Com isso, apesar
de não ter sido feita uma análise de incertezas dos valores experimentais, pode-se fazer uma
correlação sobre a fidelidade dos dados dos ensaios práticos com os obtidos através dos
cálculos e equacionamentos propostos, que trouxeram os valores de consumo e rendimentos
teóricos para os pontos de operação do dispositivo, comprovando boa sensibilidade e
capacidade de medição dos dispositivos empregados.
Além disso, através dos ensaios foi possível verificar a necessidade de melhorias no
conjunto construído e nas metodologias de testes, de modo que houve deficiência de controle
térmico para os pontos de maior potência elétrica da célula a combustível, além da falta de
estabilidade de valores em decorrência do curto período ensaiado para cada ponto. Porém,
mesmo com estes inconvenientes, os valores de eficiência energética experimentais ficaram
144
com erro máximo de 10 % para esta faixa de potência quando comparado com os teóricos,
validando os testes feitos para análises consequentes.
7 REFERÊNCIAS
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Rate for Proton Exchange Membrane Fuel Cell Using Fuzzy Logic Controller. Department of
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Fonte: Autores
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149
APÊNDICE B
Fonte: MK Controle
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151
APÊNDICE C
Fonte: Autores
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153
APÊNDICE D
Fonte: MultInst