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A revolução francesa, no século XIX, provocou grandes mudanças na ordem social

europeia. A Declaração de direitos do homem e do cidadão que assegura a igualdade de


direitos entre os homens traz à tona discussões acerca dos direitos também das mulheres, que
possuem necessidades diferentes, visto que possuem experiências sociais distintas. Apesar
deste ser o marco da criação do feminismo moderno, mesmo antes, as mulheres já lutavam
por igualdade de direitos. Porém, é com a ascensão da burguesia que o movimento toma a
forma que hoje conhecemos.
Costuma-se dividir o feminismo em três ondas, para fins didáticos. A seguir,
apresenta-se as ondas:
1. Primeira onda
A primeira onda do feminismo, ainda no século XIX, luta pela igualdade de direitos a
partir da educação e dentro do casamento. A revolução francesa, que havia acabado de
acontecer, pouco havia garantido direito às mulheres. Olympe de Gouges, escritora francesa e
ativista feminista, elabora Direitos da Mulher e da Cidadã, documento que busca convencer
o leitor fervorasamente da necessidade emancipação da mulher na sociedade.
Já no final do século XIX e no século XX, o movimento em destaque passa a ser as
das suffragettes, as sufragistas. Este movimento buscava o direito do voto às mulheres, para
que pudessem participar mais ativamente da democracia liberal que fora se formado. O
movimento, majoritariamente formado por mulheres brancas de classe média, reivindicava
também o direito à educação.
Neste contexto histórico, ainda é possível destacar Clara Zetkin e Alexandra Kollontai
como feministas marxistas, Flora Tristan como socialista utópica e Ema Goldman no
movimento anarquista. Estas dedicaram sua militância às mulheres operárias.
2. Segunda onda
A segunda onda, que acontece entre 1960 e 1980, traz junto consigo o contexto das
guerras e dos direitos conquistados pelas mulheres na primeira metade do século XX. Entre
as guerras, as mulheres ocuparam postos de trabalho outrora estritamente masculinos. Além
disso, em muitos países da Europa e da América haviam cedido à pressão das mulheres, que
agora tinham o direito ao voto. O espaço conquistado a passos trabalhosos pelas mulheres
agora permitiam que mulheres teóricas se destacassem, e assim, surgem três mulheres surgem
como expoentes do pensamento feminista: Simone de Beauvoir, Carol Hanisch e Betty
Fridman.
O feminismo, dessa forma, passa a se expandir e trazer à tona mulheres
questionadoras. Mais direitos são conquistados, como a criação das primeiras delegacias
femininas no Brasil, a fim de reduzir os altos números de violência contra a mulher. Outra
grande conquista é o direito ao planejamento familiar, garantido pela Constituição Federal de
1988. Passa-se a discutir mais avidamente sobre a saúde da mulher, e pautas antes não
destacadas passam a receber ênfase. como a legalização do aborto e o acesso a metodos
contraceptivos.
3. Terceira onda
A terceira onda surge em meados de 1990, e ressalta a interccionalidade do
movimento feminista. Demandas mais específicas como a das mulheres negras e mulheres
LGBT’s são mais discutidas, que são muito influenciadas pela revolução nos meios de
comunicação causada pela internet.
Aqui, passa-se a questionar a universalidade da mulher, para que se reconheça as
diferentes identidades e experiências vividas por diferentes grupos de mulheres, pois
acreditava-se que a onda anterior não considerava os diferentes grupos de mulheres. Assim,
busca-se a inclusão destes.

Referências
https://indexlaw.org/index.php/direitoshumanos/article/view/7948

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