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Relatório 5

Disciplina: Fı́sico-Quı́mica Experimental


Experimento: Coloide: Estabilidade de Soluções de Proteı́nas Data: 15/07/2022
Bancada: 2
Alunos: Athos Bryan Oliveira, Lucas Pereira Santos, Suelen Scalcon, Victoria Milla
Pinto e Vitor Elizeu Cechetto.

Introdução
Soluções são misturas entre dois componentes que podem se encontrar ou
não no mesmo estado fı́sico, além de poderem ser consideradas homogêneas e
heterogêneas (ATKINS, 2017) porém, algumas misturas possuem uma caracterı́stica
muito peculiar, pois vistas ao olho nu, sugerem ser homogêneas, mas ao serem
defrontadas por um feixe de luz, ou postas ao microscópio, é possı́vel de se observar
duas fases na mesma, com pequenas partı́culas em suspensão, ou seja, é uma solução
heterogênea. Essas substâncias em questão são denominadas coloides, pequenas
partı́culas de tamanho variável entre 1 nm a 1000 nm (CASTELAN ,1986).
Os coloides são aplicados em vários setores da indústria, principalmente a de
cosméticos na confecção de cremes, géis e aerossóis. Alguns alimentos são compostos
por coloides, como é o caso do leite, que possui a água como dispersante e partı́culas
de gordura como dispersado (ATKINS, 2017).
Portanto, entender as mecânicas de como os coloides se comportam, bem
como suas aplicações são fundamentais para a boa atuação de um engenheiro quı́mico.
Na seguinte prática foi estudado essa classe de componentes e soluções.

Objetivos
Esta prática tem por objetivo testar os fatores de estabilidade de soluções de
soluções de albumina, com diferentes pHs, em relação à carga das moléculas e sua
solvatação. Para isso, serão anotadas as soluções que coagulam/ficam turvas e as que
não ficam.

Material Utilizado
Nesta prática foram utilizados uma 3 béquers, solução de albumina a 3,0
mg/mL, tubos de ensaio, uma pipeta graduada de 5 mL, uma pera para a pipeta,
pHmetro, ácido acético glacial, etanol e solução de ferrocianeto de potássio e de nitrato
de cobre a 1%, 0,1% e 0,01%.

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Procedimento Experimental
No inı́cio do experimento foram colocados aproximadamente 30 mL da solução
de albumina a 3,0 mg/mL em um béquer e o pH dessa solução foi medido. Em seguida,
foram transferidos 5 mL dessa solução para um tubo de ensaio e colocadas 5 gotas de
nitrato de cobre a 1%. Depois de agitar levemente a solução, foi observado a ocorrência
ou não de tubidez ou coagulação.
O procedimento de adicionar 5 mL da solução de albumina, a este pH inicial,
e 5 gotas de outra solução foi repetido para as outras soluções de nitrato de cobre a
0,1% e 0,01% e também para as soluções de etanol e ferrocianeto de potássio a 1%,
0,1% e 0,01%. A ocorrência de turbidez ou coagulação foi observado e anotado para
cada tubo de ensaio.
Em seguida foram colocados aproxidamente 50 mL da solução de albumina
em um béquer e para ocorrer a redução de pH, foi adicionado à solução algumas gotas
de ácido acético até um pH de mais ou menos 4,6. O procedimento de adicionar 5 mL
da solução mais ácida de albumina e 5 gotas das outras soluções foi repetido, assim
como dito anteriormente para a solução de albumina inicial. Os dados de turbidez e
coagulação também foram anotados.
Depois de realizado esta parte do experimento, foram adicionadas mais algu-
mas gotas de ácido acético ao que restou da solução de albumina mais ácida, para
abaixar ainda mais o pH, até aproximadamente 3,4. O procedimento de ocorrência ou
não de turbidez e coagulação foi o mesmo que o citado acima.

Resultados e Discussão
Na tabela abaixo está mostrado os resultados de acontecimento ou não de
turbidez e coagulação, para cada mistura realizada no experimento, e o respectivo valor
de pH para cada solução utilizada de albumina.

pH 7,71 4,65 3,40


2+
Cu (1%) Coagulou Não Coagulou
Cu2+ (0,1%) Coagulou Não Não
2+
Cu (0,01%) Não Não Não
EtOH Não Não Não
4−
Fe(CN)6 (1%) Não Coagulou Coagulou
Fe(CN)64− (0,1%) Não Não Não
4−
Fe(CN)6 (0,01%) Não Não Não

Tabela 1: Resultados observados de turbidez/coagulação nos experimentos.

A partir dos resultados observados, é possı́vel analisar o comportamento das


amostras de albumina com relação aos nı́veis de pH. Se observado a ionização das
soluções salinas adicionadas percebe-se que se o pH se aproximar do básico, a carga
da albumina se tornará negativa e a coagulação será mais eficiente. Quanto maior
for a relação carga/tamanho do eletrólito positivo, maior será a probabilidade dos ı́ons
vencerem a camada de solvatação da albumina.
No pH ácido, a albumina se comporta de forma semelhante ao estado básico.
Ao adquirir carga positiva a amostra só será estabilizada com alta carga de eletrólitos

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negativos o que resultará na maior eficiência da coagulação. É possı́vel observar que
entre os ı́ons negativos, o Fe(CN)64− possui carga maior do que o ı́on NO3− e por isso,
na presença de Fe(CN)64− em pH ácido de 3,4 e 4,6, a coagulação se apresenta mais
eficiente. O resultado apresentado pode ser visto na tabela 1 na concentração de 1%.
Com relação ao etanol, ao ser introduzido na amostra em seu ponto isoelétrico,
deveria ter acontecido uma diminuição da solubilidade da albumina, fazendo com que
ela precipitasse. Isso pode ser explicado pelo fato de que tanto o etanol quanto a
albumina interagem com a água por meio de ligações de hidrogênio, entretanto, como
a proteı́na possui uma longa cadeia hidrofóbica, a interação entre água e etanol será
mais forte. Porém, de acordo com o resultado experimental, esse comportamento não
foi observado, sendo possı́vel ter ocorrido algum erro durante a análise da precipitação
nesta etapa.

Conclusão
Com a realização do experimento, foi possı́vel constatar que de forma razoável,
os dados obtidos experimentalmente estão de acordo com as explicações presentes na
literatura e nas aulas. Quanto mais próximo do pH básico a amostra se encontrar, maior
a chance de precipitação da proteı́na. Fato que ocorre pode ser visto pela interação
com o ı́on ácido adicionado. Analogamente, se adicionado ı́on básico no pH ácido
há possibilidade de precipitação. Devemos levar em conta também que a análise
experimental é passı́vel de erros, principalmente na hora da visualização da turbidez
das amostras e por isso algumas visualizações podem divergir do que é esperado pela
literatura.

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Referências
ATKINS, Peter. Fı́sico – quı́mica. Fundamentos, 6ª edição. Grupo GEN, 2017.

CASTELLAN, Gilbert William. Fundamentos de fı́sico-quı́mica. Livros técnicos e


cientı́ficos, 1986.

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