Você está na página 1de 4

HISTÓRIA DO BARQUINHO

De Ilo Krugli

PERSONAGENS:
_____________________________________________________________________________
NARRADOR – Thiago
PINGO I, O BARQUINHO – Caio
IRUPÊ, UMA FLOR – Kissa
ARANHA – Lilian
PEIXINHO – Lilian
MOINHO – Nilson
BARCO GRANDE – Nilson
MARINHEIRO – Thiago
BORBOLETA - Karol
BALEIA – Lilian
____________________________________________________________________________

NARRADOR: Vim contar uma história para vocês. Era uma vez um barquinho chamado Pingo
I... Pingo I, estava ancorado, as ondas balançavam o barco suavemente, mas ele quase dormia
PINGO I: Ancorado? Será que ele fala desta corda? (Música)
NARRADOR: Nisso viu chegar uma flor muito bonita sobre as águas...
IRUPÊ: Barquinho, barquinho, como vai você?
PINGO: Ôh! Que bonita! Como é que se chama?
IRUPÊ: Irupê
PINGO: Fica comigo. Não tenho com quem falar. Estou aqui sozinho.
IRUPÊ: Não posso, barquinho, não posso: as ondas me levam, me levam...
PINGO: Vou com você. Vou com você...
NARRADOR: Mas, por mais que o barquinho se afastasse da corda, não podia sair dali. Então
apareceu outra florzinha muito bonita, que voava. (Música)
PINGO: Outra Irupê...
BORBOLETA: Não sou Irupê, sou uma borboleta.
PINGO: Você pode conversar comigo?
BORBOLETA: Não posso, a vida é tão curta! Só se vive um dia. Tenho tanta coisa pra fazer!
Lá, lá, lá, lá, li, lá, li
PINGO: (Refletindo) Ih! Ela foi embora. A vida é tão curta, termina1 com o dia... Então preciso
fazer alguma coisa. Vou voltar a ver Irupê... É mesmo. Tenho que ver Irupê. (Música)
PINGO: Quem é você?
D. ARANHA: Sou a Dona Aranha!
PINGO: Hum... Que feia! Quer me fazer um favor ?
D. ARANHA: Favor? Hum... não, eu não faço favores.
PINGO: E se eu lhe der um presente a senhora aceita?
D. ARANHA: Ah! Isso sim, presentes eu gosto. O que é, hein ?
PINGO: Esta corda, a senhora quer?
D. ARANHA: Quero, quero.

PINGO: Então a senhora pode leva-la, é sua.


NARRADOR: A Dona Aranha apressada desamarrou a corda, levantou a âncora e lá foi muito
contente. Pingo também ficou muito contente, porque sentiu que era livre; E contente começou
a deslizar rio abaixo.
PINGO: Estou livre: posso ir até Irupê. Que bom! Láaa, vooou, eeeu...
NARRADOR: O barquinho navegava movendo-se entre as ondas do rio. A cada momento
aparecia um peixinho que o chamava.
PEIXINHOS: Barquinho, barquinho...
PINGO: Você viu minha amiga Irupê?
PEIXINHO1: Vi sim, vi sim. Ela foi por ali.
PEIXINHO 2 : Não, não, foi por ali.
PEIXINHO 1: Não foi pra lá..
PINGO: (Confuso) Tá bem! Obrigado.
NARRADOR: Mais adiante viu ao longe algo estranho, que se movia e girava. Adivinhem o
que era?... Um moinho.
PINGO: Aonde você vai?
MOINHO: Eu não à lugar algum
PINGO: E porque você se mexe tanto?
MOINHO: É o vento que me faz girar... É o vento que me empurra!
PINGO: Então peça a ele que me empurre também.
NARRADOR: E o vento começou a empurrá-lo tão depressa, que apenas pode responder a
saudação da borboleta que passou voando e do peixinho que passou nadando, De repente... viu
Irupê.
PINGO: Irupê!!!
IRUPÊ: Pingo!! Como você está? Pára aqui. Vamos conversar. Pára aqui, Pingo!
PINGO: Não posso, não posso parar, o vento me leva! Não posso, Irupê. Não posso.
IRUPÊ: Pára, Pingo! Pára.
PINGO: O vento me leva...
NARRADOR: E o barquinho não podia parar. Navegava cada vez mais rápido. Tão depressa,
tão depressa que logo se viu num rio grande, imendso, sem margens, com ondas tão altas como
montanhas.
PINGO: Que lugar é esse?
BALEIA: É o mar.
PINGO: E o rio?
BALEIA: O rio acaba onde o mar começa
PINGO: Que salgado está o mar...
BALEIA: E o rio não era salgado não?
PINGO: O rio era doce, doce... Estou procurando uma amiga. Chama-se Irupê, você a viu?
BALEIA: Irupê?! Não conheço nenhuma baleia com esse nome.
PINGO: Não é uma baleia, é uma flor.
NARRADOR: Pingo continuava navegando só entre as ondas do mar. Pingo estava realmente
triste, muito triste e dizia pra si mesmo:
PINGO: Nunca mais verei Irupê... nem o moinho, nem a borboleta, nem a aranha, nem a
baleia...
NARRADOR: Ele se lembrava de tudo e quase chorava. Não chore, Pingo! Não chore!
PINGO: É que me lembro dos meus amigos!
NARRADOR: (Mais lento) Pingo recordava e pensava... tão pensativo estava que nem se deu
conta de que um barco grande vinha vindo (barulho escaleta) e...ai! quase que o barco grande
passava em cima dele.
BARCO GRANDE: Com licença!
PINGO: Ei, não vê por onde anda?
BARCO GRANDE: Você que tem que se cuidar, é muito pequeno.
PINGO: Aonde é que você vai? Vai pro rio?
BARCO GRANDE: Que rio o quê! Atravesso o oceano, vou à Europa.
PINGO: Posso ir também?
BARCO GRANDE: Ah! Ah! Você se perderia em alto mar, pequenino! Quantos marinheiros
você tem na tripulação?
PINGO: (pensativo) Eu não tenho nenhum. Que é marinheiro?
NARRADOR: Mas o barco grande já estava longe para responder. Começou a escurecer, o dia
estava terminando. Pingo teve medo da escuridão, estava mais preocupado e mais triste porque
se recordavado que a borboleta lhe havia dito.
PINGO: Será que os barquinhos também vivem um só dia?
NARRADOR: Nisso começou a ventar forte, cada vez mais forte, até que chegou uma enorme
tempestade. Nesse momento, viu uma luz que se acendia e se apagava. Apareceu então um
homem diferente, muito simpático, que correu até o barquinho.
PINGO: Quem é você?
MARINHEIRO: Eu sou o marinheiro.
PINGO: Ei! Ei! O que está fazendo?
MARINHEIRO: Estou colocando uma âncora.
PINGO: Não quero! Não quero! Vou ficar preso, não vou navegar, não vou mais ver minha
amiga Irupê. Prefiro me afogar no mar.
MARINHEIRO: Calma! Isso é para navegar. Para navegar, levantamos a âncora, quando
queremos parar em algum lugar, baixamos a âncora. Nós, os marinheiros, sabemos dessas
coisas.
PINGO: E sabe como é que se vai até o rio?
MARINHEIRO: Claro!
PINGO: E conhece uma flor chamada Irupê?
MARINHEIRO: Mas é claro!
PINGO: Sabe onde ela está?
MARINHEIRO: Mas é claro!
PINGO: Pois então me mostre o caminho.
MARINHEIRO: Mas é claro... que não. Eu te levo até lá! Vamos levantamos a âncora e
viajamos. (Música)
NARRADOR: E lá se foi Pingo com o marinheiro. Todo barquinho, para chegar muito longe,
precisa de um marinheiro que o guie.
PINGO: Ali! Ali! Está Irupê.

Você também pode gostar