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DIREITO PROCESSUAL PENAL

INTRODUÇÃO
O processo penal só se inicia, só será apreciado quando uma norma
penal é criada. Em alguns poucos casos há processo penal preventivo,
como no caso do flagrante delito.

A lei de organizações criminosas possibilita o retardamento do


flagrante delito, como por exemplo, quando criminosos roubam carga
e pode-se retardar o flagrante em delito para o momento da entrega
da carga, pra poder prender também o recipiente. Além disso, a lei de
drogas, pro exemplo, também admite a infiltração de agente, que é
autorizado a cometer crime para poder pegar os traficantes. O que
preocupa, nesses casos, é o desvio de personalidade, que só se tornará
evidente depois da infiltração.

O direito processual penal é ramo do direito público que cuida de


disciplinar as regras de investigação, processamento, julgamento,
recursos e o pós trânsito em julgado. É o corpo de normas jurídicas
cuja finalidade é regular a persecução do estado, através de seus
órgãos constituídos, para que se possa aplicar a norma penal
realizando a pretensão punitiva no caso concreto.

O poder de legislar em matéria de direito processual penal esta no


artigo 22, inciso I da CF. É de competência exclusiva da União.
CRITÉRIOS TERRITORIAL, TEMPORAL E PESSOAL
No nosso sistema só se aplica a norma processual nacional (principio
da territorialidade absoluta). Não se pode aplicar normas processuais
estrangeira. No direito penal, contudo, é possível aplicar normas de
outros territórios, mas no processo penal isso não é possível.

O artigo 2 da Lei Processual Penal estabelece que lei processual penal


não retroage. Isso só se aplica às leis puras. As leis improprias
heterotopicas, se forem para beneficiar os réus, poderão retroagir.

O corpo diplomático tem imunidade absoluta, não podendo sofrer


nenhum processo. O cônsul tem imunidade relativa, ou seja, só não
pode ser processado por crimes cometidos no exercício de suas
funções.

O Presidente da Republica pode responder por crimes cometidos no


exercício de suas funções, mas se cometer crimes estranho à sua
função, só será processado após o término do seu mandado.
O promotor e o juiz não tem imunidade com relação a crime, apenas
foro privilegiado, mas tem imunidade parcial quanto à prisão.

Os parlamentares tem imunidade quanto aos crimes de honra (hoje


podem ser processados, mas se a câmara decidir, o processo pode ser
suspenso até que acabe seu mandado).

Os inimputáveis não podem ser condenados (só no curso da ação se


tornar inimputável, o processo é suspenso ate que se retorne a
sanidade).

Os menores não se encaixam no Código Penal, pois tem legislação


própria.
1. Espaço: território nacional. Exceção: tratados, convenções e regras
de direito internacional; prerrogativas constitucionais do presidente,
dos ministros do estados, nos crimes conexos com os do presidente e
dos ministros do STF, nos crimes de responsabilidade; processos da
competência da justiça militar; processos da competência do tribunal
especial; processos por crimes de imprensa.
2. Tempo: principio da aplicação imediata, conservando-se os atos
processuais praticados sob a vigência da lei anterior.
3. Pessoas: aplicada a qualquer pessoa que venha a praticar uma
infração em território nacional. Exceção: imunidade penal.
a) Imunidade diplomática em sentido amplo: chefes de estado,
representantes de governo estrangeiro, agentes diplomáticos.
Possuem imunidade absoluta, devendo ser processados e julgados
pelo Estado que representam. Já os agentes consulares possuem
imunidade relativa, ou seja, só serão submetidos às autoridades
brasileiras em relação aos atos praticados no exercício das funções
consulares, portanto, atos estranhos a esta função são apreciados pela
jurisdição penal nacional.
b) Imunidade parlamentar: pode ser imunidade material, penal,
absoluta ou inviolabilidade; e, imunidade formal, processual ou
relativa, que são: prisão provisória, os membros do congresso
nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime
inafiançável; possibilidade de sustação de processo criminal, denuncia
contra o senador ou deputado por crime ocorrido apos a diplomação
poderá ser sustado; desobrigação de testemunhar; prerrogativa de
foro, ou seja, foro privilegiado.
FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
Fontes materiais: verificar quem tem competência para produzir a
norma jurídica – União.
Fontes formais: revelam a norma criada.
a) Formais imediatas, diretas ou primárias: leis ( CF, LO,
tratados)
b) Formais mediatas, indiretas, secundárias ou
supletivas: princípios, doutrina, costumes, jurisprudência.
PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL
O principio é uma sobre norma que orienta todo o processo
legislativo. Existem princípios expressos e implícitos, eles existem da
própria interpretação que se faz do texto constitucional.
1. Princípio do juiz natural (artigo 5, inciso 63).

Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade


competente. A primeira função da PM é evitar a pratica do crime. O
delegado de policia não tem competência, pois não tem poder
jurisdicional, logo, delegado de policia não tem competência e sim
atribuição que são essas divisões de distritos policiais, divisões
administrativas, assim o delegado de uma área pode investigar a de
outra, ele só tem que explicar para o outro delegado porque que esta
investigando um delito que não é de sua área, mas não existe
impedimento judicial.

Assim, não existe delegado natural, diferentemente de juiz natural,


que só pode ser julgado por juiz competente. O inquérito policial pode
ser feito por delegado de outro território, assim não existe a figura de
delegado natural. Com relação ao promotor de justiça o STF sustenta
que o principio não é expresso, mas é uma decorrência, uma
interpretação do juiz natural, e portanto haveria sim o princípio do
promotor natural na medida em que nao pode designar promotor para
trabalhar arbitrariamente naquele inquérito. Significa dizer, portanto,
que o supremo reconhece que de maneira implícita existe o principio
do promotor natural.

Existem critérios para escolha desse juiz natural: O primeiro critério é


em razão do cargo que a pessoa ocupa (ratione personal), para aqueles
que possuem prerrogativa de função, esse critério é absolutamente
improrrogável, ou seja, enquanto o sujeito exercer o cargo ele deve ser
processado por um juíza natural, cujo critério vai ser em razão do
cargo que ele ocupa. Normalmente esse processo se inicial nos
tribunais. Enquanto ocupar o cargo de desembargador a pessoa será
processada pelo STJ, que é o juiz natural competente. Quando se
aposentar o juiz natural que é o STJ deixa de ser o juiz natural e o juiz
natural para a ser o normal; outro critério é o ratione matéria, que é
em razão de matéria e também é um critério absolutamente
improrrogável e em razão da matéria só pode ser julgado por aquele
juiz. A competência para julgar é critério objetivo do CPC, mas para
saber isso tem que se estabelecer primeiro o juiz natural, devendo
levar em consideração a razão da pessoa, da matéria (se for
competência do tribunal do júri o juiz da vara criminal não pode
julgar, pois ele não tem competência, ele não é o juiz natural, apesar
de estar dentro do poder jurisdicional).
O artigo 5, inciso 37 veda o Tribunal de Exceção. Não haverá juízo ou
tribunal de exceção. Tribunal de exceção é constituir um tribunal para
julgar uma causa que já ocorreu. A CF proíbe. O que a CF impede é a
criação de vara especializada, então no curso da ação se cria uma vara
especializada, assim como vai saber quem é o juiz natural?

O principio do juiz natural, se não for respeitado, viola principio


constitucional e ai anula o processo. Vara especializada pode ser
criada por resolução do Tribunal, não se exige lei em sentido estrito.
Todos os inquéritos policiais em curso nas demais varas podem
automaticamente ser remetido a essa vara criada. Isso não fere o
principio do juiz natural. Na hipótese de ação penal em curso, só
podem ser criadas essas varas recém criadas, se o juiz não iniciou a
instrução, se ele já iniciou ai não pode mudar, se não vai ferir o
principio do juiz natural. Se tiver na fase de inquérito ou judicial pode
mandar o processo para a nova vara, desde que a instrução não tenha
sido iniciada (Principio da concentração).

Outro critério para se eleger juiz natural é o critério em razão de lugar,


que são prorrogáveis, diferentemente dos outros critérios que não são
prorrogáveis, no caso da razão de lugar existe uma prorrogação ou a
possibilidade disso. Cometi um crime em SP e estou sendo processado
pelo juiz de Barueri, se ninguém falou anda a competência se prorroga
em razão do lugar. Existe então a prorrogação de foro, quando
ninguém suscita a competência do juiz em primeira oportunidade. A
competência em razão do local, somente, se prorroga, pois nesse caso
não esta se ferindo o princípio do juiz natural.

2. Princípio do devido processo legal (artigo 5, inciso 64).

- Devido processo legal material ou substancial. Qualquer ato do


poder executivo, legislativo ou judiciário deve guardar
proporcionalidade com o sistema. A desproporcionalidade desse ato
permite ao juiz que reconheça incidentalmente a
inconstitucionalidade do processo legal ou da norma.
- Devido processo legal que significa dizer que o juiz esta distrito aos
termos judicias, ou seja, ele não pode deixar de aplicar a lei porque ele
entende de jeito diferente. Implica em que as partes não podem
transigir sobre interesses que são indisponíveis, especialmente na
esfera criminal. Ex: sujeito confessa delito de estupro, promotor
oferece denuncia e ele vai na defesa preliminar e pede ao juiz para não
tomar o depoimento da vitima, tendo em vista que ele já confessou o
crime, mas o juiz não pode aceitar isso porque o devido processos
legal estabelece que o juiz, para poder condenar, deve ouvir a vitima e
a confissão por si só não sustenta uma condenação. Essa confissão
precisa estar inserida no processos probatório e não isoladamente. No
processos penal não se trabalha com a verdade formal, o que as partes
levaram as autos, e sim a verdade real. O juiz pode determinar a
produção de provas que as partes não requereram. As partes não
podem transigir sobre o devido processo legal, especialmente na
esfera criminal, ou seja, não da para pedir julgamento antecipado da
lide.

3. Princípio da ampla defesa ( artigo 5, inciso 65)

Direito de permanecer calado. Não temos no nosso ordenamento o


crime de perjúrio, se ser obrigado a falar a verdade se não comete o
crime. No nosso sistema a pessoa tem o direito de se manifestar da
maneira que entender certo, podendo permanecer calado. Se a pessoa
for obrigada a falar a verdade e quando ela mentir e for absolvida? E
quem vai dizer que a pessoa esta mentindo? A delação premiada tem
um pouco disso pois a pessoa negocia com a outra mas esta tem que
falar a verdade. No processo não tem a obrigação de falar a verdade e
sim o direito de se manifestar da maneira que se entender necessária e
conveniente com relação aqueles fatos. O acusado tem direito a ampla
defesa, inclusive nos processos administrativos, podendo inclusive
permanecer calado.

O fato de permanecer calado não significa que a pessoa esta aceitando.


É direito do acusado apresentar a versão dos fatos. Se apresenta
algum álibi ai é o acusado que tem que fazer prova, ou seja, se fala que
a pessoa estava em Santos e ela estava em SP, o acusado tem que
provar que estava em SP. Engloba também esse principio a defesa
técnica, que é absolutamente obrigatória. A presença do advogado em
qualquer procedimento criminal é imprescindível, não no aspecto
pessoas, mas legal, para respeitar o principio da ampla defesa,
necessariamente a defesa técnica deve existir no processo e deve atuar
inclusive antes do recebimento da denuncia.
Como fica a revelia no processos penal? Não existe, é obrigado a
nomear defensor, pois ninguém pode ser processado sem defesa
técnica e a consequência do processos é que o réu revel não será mais
intimado para os atos posteriores, mas se ele for citado por edital ai
tem que suspender o processo. Para citar por edital precisa esgotar os
endereços constantes no processo. Em juízo ele só será ouvido quando
da audiência. Se ele não for encontrado nos endereços constantes no
processo ai cita por edital. No processo penal não existe citação pro
hora certa. Admite-se a intimação por telefone no caso das
testemunhas, mas só se a pessoa comparecer no fórum depois, se ela
não aparecer ai não pode certificar e dar fé que a testemunha foi
intimada.

A testemunha é obrigada a falar a verdade, se a parte se compromete a


levar a testemunha independentemente de intimação e não leva a
pessoa não vai pode reproduzir essa prova, ela pode pedir a
substituição da testemunha e o juiz poderá ou não aceitar essa
substituição. A falta de defesa gera nulidade absoluta e a defesa
deficiente gera nulidade relativa (sumula 523 do STF). Se promover
uma defesa deficiente o processo poderá ser anulado, se causar
prejuízo. Tem que fazer uma diferenciação entre deficiência na defesa
e ausência de defesa.

4. Princípio do contraditório

Eu preciso tomar ciência de que a prova foi produzida e o direito de


manifestar-me sobre ele. Prova real: só aplicado as provas repetíveis,
são trazidas a audiência e repetidas na frente das partes. Prova
testemunhal: inquisição indireta – o advogado pergunta diretamente
a testemunha (artigo 212 do CPP).
5. Princípio do duplo grau de jurisdição

Não é expresso, interpreta-se implicitamente que a sentença pode ser


revisada em segunda instância. Outra corrente entende que esse
principio é híbrido – art 5, inciso LXV da CF. Tem-se discutido se esse
principio é absoluto ou não. Não é absoluto e não será absoluto nas
prerrogativas de função.
6. Princípio da proibição da prova ilícita

O artigo 5 da CF, no inciso 36 diz que são inadmissíveis no processo as


provas admitidas por meios ilícitos. A doutrina ate a reforma de 2008,
tinha um entendimento de que havia prova ilícita e prova ilegítima.
Seria ilícita a prova produzida em afronta ao direito material. E, a
prova ilegítima, era aquela produzida em desacordo com normas
processuais ou procedimentais. Assim, até 2008 tinha-se essa divisão.
A CF falava que a prova era ilícita, mas não falava da ilegítima. A
partir da reforma de 2008, o artigo 157 do CPP fala que são
inadmissíveis as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em
violação às normas constitucionais e legais. Assim, o legislador acabou
dando uma definição que abrange tanto prova ilícita como ilegítima,
mas classificou apenas como ilícita, assim a doutrina se rendeu a essa
classificação e disse que não tem mais divisão entre prova legitima e
ilícita, que tudo é considerado prova ilícita. Outra parte da doutrina
diz que essa mudança não alterou em nada pois continua a existir dois
tipos de prova e a semelhança é que tanto uma quanto outra são
inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo.
Assim, não se pode produzir, ou se utilizar de prova ilícita. Se eu
produzo uma prova ilícita ela vai contaminar todas as outras provas
que nasceram dessa prova. E eu tenho uma prova ilícita o julgador
pode avaliar o interesse que deve preponderar naquela hipótese,
levando-se em conta a segurança jurídica. Assim, faz uma
preponderância entre a prova ilícita e a segurança pública de se eu
posso, a despeito de estar violando o valor, considerar essa prova de
maneira licita.

Ex: interceptação telefônica – a lei autoriza a interpretação telefônica


por 15 dias, prorrogável por mais 15, mas já houve julgamento em que
o juiz deferiu a interceptação telefônica por mais de 1 ano. Isso é
violação da lei, mas nesse caso tem uma situação de fato que justifica a
prorrogação da interceptação.

Se você demonstrar que a prova foi obtida de maneira ilícita, anula-se


o processo. São inadmissíveis as provas decorrentes de ilicitude, salvo
quando não houver prova de nexo de causalidade ou quando essas
provas derivadas puderem ser obtidas por fontes independentes da
primeira, ou seja, de outra maneira que não seja utilizando a prova
ilícita. Prova ilícita é aquela que viola normas do direito penal e
processual. Existe a prova que veio por derivação, que portanto é
decorrente de fonte ilícita e prova produzida por fonte independente,
que não é considerada ilícita.

Se houver uma prova ilícita produzida em favor do réu, pode-se


utilizar essa prova? Eu posso utilizar essa prova levando em
consideração a teoria da proporcionalidade, ou seja, a ponderação de
valores. Na cadeia quando o sujeito esta preso não se pode violar a
correspondência, a não ser em determinadas circunstancias com
autorização judicial. Caso o diretor viole essa correspondência e nessa
correspondência a uma afirmação de alguém armando um plano para
matar um juiz. Assim o diretor pega essa correspondência e instaura
um procedimento para apurar falta grave. Mas ele violou
correspondência. Assim, deve levar em consideração o principio da
proporcionalidade, ou seja, se a garantia individual se justifica nesse
caso. A CF não acoberta a prática de crimes.

7. Principio da presunção da inocência ou da não culpabilidade


(artigo 5, inciso 67 da CF).
A culpa só se deriva de uma sentença condenatória definitiva. Antes
do trânsito em julgado há uma presunção de inocência. Essa não
culpabilidade foi criada por parte da doutrina para que não admite
que o sujeito seja inocente na medida em que ele confessou o delito,
assim mesmo ele confessando não se diz que ele é inocente, e sim que
ele possui uma presunção de inocência que ainda será confirmada
posteriormente.

Prisão pena: só é executada apos o trânsito em julgado. Medidas


cautelares – prisões cautelares: são prisões que podem ser decretadas
antes do trânsito em julgado e não serão consideradas como pena, se
eu decretar uma prisão preventiva eu não estou impondo pena e sim
adotando uma mediada cautelar que se faz necessária.

O fato do sujeito ser presumidamente inocente, não impede a


decretação de uma mediada cautelar, desde que esta se faça
necessária, portanto, a avaliação da culpa não se confunde com a
necessidade da cautela.

Primeiramente o juiz só deve analisar a necessidade da cautela, não


deve avaliar se o sujeito é culpado ou não.

8. Principio da motivação das decisões judiciais (artigo 93,


inciso IX da CF).
A regra é a publicidade do julgamento. Toda decisão precisa ser
fundamentada. Precisa dizer porque que a sentença é fundamentada,
não basta dizer que ela é. Quando o juiz decreta a prisão preventiva
nos termos da lei ele não esta fundamentando, não é esta
fundamentação que a CF exige. A fundamentação é a exteriorização
dos motivos pelos quais a pessoa decidiu daquela maneira, tem que
demonstrar os conhecimentos que levaram a pessoa a decidir daquela
maneira.

9. Principio da economia processual (artigo 5, inciso 88 da CF).


Implica procurar-se o máximo de resultados com o mínimo de atos ou
procedimentos, sem se suprimir, todavia, os previstos e determinados
em lei, mas se evitando desnecessárias repetições, concentrando-se
em uma mesma ocasião, o que for possível para acelerar uma decisão,
economizando-se tempo.

10. Princípios do júri (artigo 38, b, c e d da CF).


Não são todos os crimes que o tribunal do júri tem competência para
julgar. Somente os crimes dolosos tentados contra a vida. Latrocínio:
quando o sujeito mata e rouba ou rouba e mata. Esse crime não é de
competência do júri pois o crime é contra o patrimônio e não contra a
vida. Acidente de trânsito: não é do tribunal do júri, mas muita gente
acha que é crime doloso, dolo eventual, a pessoa assumiu o risco e ai
acham que pode ir ao tribunal do júri, mas não pode.

Tem que levar em conta o sigilo das votações. Quem julga o crime
doloso tentado ou consumado contra a vida são os juris e precisa ter a
isenção e a imparcialidade. No júri, se o sigilo não for assegurado, de
uma certa maneira o jurado pode ser influenciado. Os jurados são
levados para uma sala especial, chamada sala secreta, onde fica
promotor, juiz, escrevente e os jurados. O juiz formula as perguntas e
distribui uma cédula escrito sim e outra não e o jurado escreve se quer
ou não, se sim ou não. No voto da mão direita, que é sim, o juiz
deposita em uma sacola, que o oficial de justiça vai passando. O juiz
abre a sacola na frente de todo mundo, conta o numero de votos e
começa a contar voto por voto, registrando na ata. Chegando a 4 votos
no mesmo sentido o juiz para a votação, pois já esta decidido. Isso
garante também o sigilo porque não sabe o que cada um votou.

Tem também o principio da soberania dos veredictos que diz que só o


tribunal do júri pode julgar crime doloso tentado ou consumado
contra a vida. Assim se os jurados entenderem que não é crime, mas a
prova indica que ele tenha sido o autor. Assim, se os jurados
inocentarem, mesmo a prova dizendo o contrario, pessoa não cometeu
o crime. O que o júri decidiu esta decidido. Entretanto, se a decisão
dos jurados for manifestamente contraria a prova dos autos, em grau
de recurso, o tribunal pode cassar a decisão, ele não pode modificar e
condenar, ele não tem competência para julgar esse tipo de crime,
mas pode cassar a decisão e assim o sujeito será submetido a um novo
julgamento pelo tribunal do júri mas com um conselho de sentença
diferente. Se na segunda vez o tribunal do júri entender que ele não é
culpado ele não pode mais recorrer. Não pode recorrer duas vezes. O
tribunal pode mexer na pena e modificar a pena, mas não pode
modificar a decisão. Quem julga são os jurados e quem estabelece a
decisão é o juiz.

Se no julgamento tiver uma nulidade deve recorrer e pedir a anulação


e não a modificação. Se houve uma nulidade no segundo julgamento,
anula ele e submete a um terceiro julgamento e assim por diante. Se
houver nulidade não tem limite de julgamento, só tem limite quando a
pessoa pretende modificar a decisão.

11. Principio da obrigatoriedade da ação penal pública.

Havendo indícios da autoria e prova da materialidade, se ação for de


natureza pública, o MP deve obrigatoriamente interpor ação penal.
Quem fara o controle deste principio será o juiz.

12. Principio da oficialidade

Ser a persecução penal uma função primordial e obrigatória do


Estado. As tarefas de investigar, processar e punir o agente do crime
cabe aos órgãos constituídos do Estado, através da Polícia
Judiciária, do Ministério Público e do Poder Judiciário.
13. Principio da verdade real

O juiz pode determinar a produção de provas ou diligencias que as


partes não tenham requerido. O juiz deve ficar equidistante da prova,
para não interferir na sua produção, pois ele tem que agir com
imparcialidade, mas isso não impede ele de determinar a produção.

14. Principio da oralidade

Objetivo de tentar dar uma celeridade maior ao debate, ao processo. O


debate não é ficar discutindo com o promotor. Cada um tem um
tempo de prazo para falar. Ligado ao principio da celeridade.

15. Principio da concentração


A lei estabelece uma audiência una, onde toma depoimento da vitima,
acusação e defesa, tudo no mesmo dia.

16. Principio da identidade física do juiz

Aquele que examinou a prova deve proferir o julgamento. Tem que ser
o mesmo juiz. Para os acusados isso é ruim, pois o juiz mais
experiente consegue perceber em audiência se o acusado esta
mentindo ou não.

17. Principio da indivisibilidade da ação penal privada

O titular da ação penal privada é o particular e não o MP. Ele propõe a


ação penal se quiser o não, diferente do MP que tem a obrigação de
propor a ação, ele não pode escolher um ou outro. Na ação penal
privada, se eu propuser a ação contra um eu não posso deixar de
propor contra outro, sob pena do perder que eu concedi ao outro, por
conta da indivisibilidade da ação penal privada. Tem 6 meses para
propor a ação penal, a partir da ciência.

18. Principio da comunhão ou aquisição das provas.

Uma vez produzida, a prova pertence ao juízo e pode ser utilizada por
qualquer das partes e pelo juiz, ajudando na busca da verdade real,
mesmo que tenha sido requerida por apenas uma das partes.

INQUÉRITO POLICIAL
Denuncia Anônima: não permite a instauração do inquérito. O que
pode haver é diligências preliminares e, a partir delas, instaurar o
inquérito.

Ação penal pública condicionada/ação penal privada: o inquérito


depende da concordância do ofendido ou do seu representante legal.
No juizado não existe inquérito policial. O que existe é o termo
circunstanciado ( artigo 69, lei. 9099)

Desenvolvimento do inquérito policial:

a) Reprodução simulada dos fatos (artigo 7 do CPP): é possível, salvo


se violar a moralidade ou a ordem pública.
b) Prazo: Se a pessoa estiver solta, pode prorrogar o prazo do
inquérito. Se a pessoa está presa não pode prorrogar o prazo do
inquérito policial. Exceção: na Justiça Federal pode prorrogar por
igual prazo, ou seja, pode o inquérito do preso na justiça federal durar
30 dias. Tráfico de drogas: o prazo total pode ser duplicado, então
nesse caso o inquérito pode durar 60 dias. Prisão temporária em
crime hediondo ou assemelhado, o prazo é de 30 dias, prorrogáveis
por mais 30.
c) Final do inquérito policial: É feito um relatório para o delegado.
Manda para o juiz, o juiz manda para o promotor. O promotor pode
oferecer denuncia, propor o arquivamento ou requerer diligencias
imprescindíveis ao oferecimento da denuncia. O promotor requer a
diligencia e o juiz acha que elas não são necessárias, mas mesmo
assim ele não pode indeferir. O juiz não pode indeferir pois estamos
no inquérito e não no processo e no inquérito quem manda é o
promotor.

d) Arquivamento: O MP propõe e vai para o juiz. Se o juiz concorda o


inquérito é arquivado. Se o juiz discorda aplica-se o
artigo 28 do CPP e manda para o procurador geral, que poderá
denunciar, insistir no arquivamento ou designar outro promotor, ou
seja, não pode ser o mesmo promotor. O promotor não pode ser
obrigado a denunciar pois ele tem dependência funcional.
O recurso cabível para a decisão do juiz que manda arquivar o
inquérito não existe. Assim, não cabe recurso.

Não cabe o artigo 28 do CPP em sede de competência originária.


O arquivamento do inquérito policial não faz em regra coisa julgada.
Para desarquivar o inquérito, deve haver prova nova e não pode estar
extinta a punibilidade.

Na atividade administrativa policial ou de segurança ocorre a


dedicação de prevenir a infração penal e garantir a ordem pública.
Profilaxia do crime. A policia esta ai para evitar a pratica criminosa,
por isso que ela se apresenta ostensivamente.

A policia judiciária, que é a outra função da policia, é aquela


investigativa, ou seja, não há atividade preventiva, é uma função
repressiva, ou seja, se ocorreu o crime a policia tem uma outra função,
a de investigar. A policia tem a finalidade de investigar o crime e
descobrir sua autoria para poder punir. Essa é a função repressiva da
policia.
Assim, a policia tem duas funções: uma de segurança e uma
investigativa.

A policia do artigo 144 desenvolve as duas funções, mas umas acabam


tendo uma função maior que a da outra. A policia federal tem função
mais repressiva do que administrativa. Não que a policia civil não
possa evitar a pratica do crime.

Om próprio parágrafo primeiro do artigo 144 diz qual é a função da


policia federal. Ela deve investigar o interesse dos delitos que sejam de
interesse da União. O artigo 144 atribui com exclusividade aos órgãos
policias a tarefa dessas investigações criminais.

A duvida é se o MP tem poder investigatório? Artigo 129. O professor


acha que o MP deve ter esse poder investigativo, mas isso não está
escrito na CF, a CF não autoriza.
Com relação a esse poder investigatório. Tem um exercício que é
decorrente da ação penal pública e assim implicitamente tem-se o
exercício de investigar.

A disciplina legal do inquérito policial est previsto nos


artigo 4 a 23 do CPP, além disso na Lei. 12.830/13, que acaba
influenciando de uma certa forma o inquérito policial.
Alguns acabam apontando se o inquérito policial seria um
procedimento ou não. Procedimento é uma sequencia de atos que
visam uma decisão judicial, uma sentença. Então, tecnicamente
falando não seria procedimento. Por outro lado, não tem outra
classificação que não possa atribuir ao inquérito policial como sendo
procedimento, ou seja ele é um procedimento administrativo, não
judicial, pois ele não visa uma decisão judicial, ele se preza a reunir os
indícios de autoria e materialidade, ou seja, a policia não conseguiu
evitar a pratica do crime, agora tem que descobrir quem é o autor e ela
vai fazer isso através do inquérito. É um procedimento administrativo
instaurado e presidido por autoridade policial que tem como
finalidade principal verificar autoria e materialidade das infrações
penais de médio e maior potencial ofensivo.

Foi publicada uma lei que definiu o que vem a ser o delito de menor
policial especifico e essa lei da a ele um tratamento especifico. Por isso
que a doutrina acabou introduzindo nesse conceito infrações de médio
e maior potencial ofensivo, pois ate 1995 era qualquer infração penal
que a polícia tomasse conhecimento. A policia investigava todas as
infrações penais, mas hoje o crime de menor potencial ofensivo tem
um tratamento diverso. A lei 9.0999 veio em um primeiro momento
para desafogar o judiciário, para colocar a vitima em uma situação
melhor que era antes. Com a lei 9.0999 existe a possibilidade da
composição civil dos danos. Nos casos de menor delito tem a chance
de haver uma composição entre as partes e resolver logo o processo.
Então nem começa o processo, tem apenas uma transação penal, um
acordo. A sentença não é condenatória e sim homologatória. Isso
ocorre somente nos delitos de menor potencial ofensivo.

O inquérito policial só pode ser presidido por delegado de policia, o


promotor não pode. Nesses casos de menor potencial ofensivo não
tem inquérito policial e sim termo.

Delito de menor potencial ofensivo é aquele cuja pena máxima seja


igual ou inferior a dois anos.

A lesão culposa e simples foram abarcadas pela lei 9.099 e portanto


são delitos de menor potencial ofensivo e assim tem um tratamento
diverso. Os delitos de transe era iniciados na própria delegacia.
Há um grupo de infrações que é incompatível com a instauração de
inquérito policial. Se o delito é de menor potencial ofensivo ou se tem
a ver com a lei Maria da penha.
O inquérito policial é um procedimento inquisitivo, ou seja, não há o
contraditória nem a ampla defesa (natureza jurídica).

O inquérito policial é um procedimento não um processo


administrativo.

O professor acha que esse negocio da pessoa apresentar sua defesa no


inquérito faz com que a policia se transforme em judiciário. Por isso
que ele é inquisitivo, deve ser parcial e não autoritário nas buscas de
autoria e materialidade. Eu só vou instaurar um inquérito quando
tomar conhecimento daquele crime. Assim, não tem que dar ao réu a
possibilidade de se defender na fase de inquérito. Senão não faz
sentido o judiciário julgar depois.

O fato é que hoje não há contraditório nem ampla defesa no inquérito


policial. Não há nem litigante nem acusado, ou seja, o sujeito que
contra ele pesam os indícios de autoria e materialidade, não esta
sendo acusado formalmente, quem tem o direito de acusar é o titular
da ação penal, o ministério público.
A terminologia que se utiliza quando esta na fase de inquérito policial
é indiciado. Quando fala indiciado já sabe que não existe ação penal
ainda. Na fase judicial é que se passa a usar acusado ou réu.

O professor não gosta da expressão indiciado e réu.

Quando o sujeito comete um crime, se ele sabe que é o autor da ação,


ele já estará envergonhado, se sentindo culpado, dolorido
emocionalmente com a pratica do criem. Ai a pessoa vai lá e utiliza a
expressão réu. Isso traz um carga negativa. O professor prefere usar a
expressão acusado, mas na fase de inquérito essa expressão não é
certa pois a pessoa ainda na esta sendo acusada de nada.

Persecução penal = investigação preliminar + ação penal.

Policia administrativa = impedir a pratica da infração penal – policia


militar, rodoviária.

Policia judiciária = atua após a prática delituosa, visa apurar as


infrações penais e suas respectivas autorias, tem o papel de auxiliar o
poder judiciário.

CONCEITO
Artigo 4 - Conjunto de diligencias realizadas pela autoridade policial,
delegado, que tem por finalidade a apuração de uma infração penal e
sua respectiva autoria, de modo a fornecer subsídios ao titular da ação
penal.

NATUREZA JURÍDICA
Procedimento administrativo, visa tão somente informar.

COMPETÊNCIA
Artigo 4 – delegado de carreira. Aquele que atua no local,
circunscrição, onde o crime se consumou (critério territorial). Porém
caso exista uma delegacia especializada na comarca, como delegacia
de homicídios ou da mulher, prevalecerá o critério material ou
pessoal.

CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL


1. Inqusitoriedade: essa característica vem a confirmar que não há
contraditório nem ampla defesa. Tanto é assim que se o delegado de
policia quiser tomar depoimento de uma testemunha, ouvir a
testemunha, ele não precisa comunicar as partes de que vai ouvir, ele
não tem que intimar o advogado, pois a característica do inquérito é a
inquisitoriedade, não tem que dar satisfação. O delegado deve
confirmar a parcialidade, não a arbitrariedade. Nem o juiz precisa ter
autorização judicial. Essa característica, no entanto, não afasta os
direitos doa acusado, como por exemplo a integridade física. Não é
porque ele esta sendo investigado que eu posso simplesmente torturar
o sujeito para ele prestar depoimento. Ele não tem a ampla defesa ou
o contraditório mas ele tem outras garantias preservadas, por
exemplo, se ele for preso ele tem o direito de comunicar as pessoas.
Tem-se que respeitar a dignidade da pessoa humana. Não é porque ele
esta sendo investigado, porque os indícios de autoria e materialidade
pesam contra ele que eu vou violar todos esses direitos. O sujeito vai
responder pelo delito que ele cometeu e sofrer a pena certa mas não
pode ser condenado além disso. O agente estatal da mesmo forma que
tem que zelar pela ordem pública tem que zelar pela integridade física
do preso. Não pode suspender o delegado de policia (artigo 107 CPP),
pode requerer administrativamente o afastamento do delegado, mas
não é o juiz que vai afastar, não há possibilidade de arguir a
suspensão. Com relação às diligencias que eventualmente o MP
requisite, o delegado é obrigado a cumprir, a despeito da
discricionariedade do inquérito policial.
2. Obrigatoriedade: artigo 5 a 8 do CPP. Presentes os requisitos
essenciais o inquérito deve obrigatoriamente ser instaurado, o
delegado de policia é obrigado a instaurar. Ele pode deixar de
instaurar inquérito se o requisito legal não estiver presente, por
exemplo, notificar algo que não é crime, como por exemplo, extravio
de documento. A cultura de achar que o BO é suficiente não é verdade
pois a pessoa pode mentir no BO.
3. Indisponibilidade: artigo 17 CPP. Instaurado o inquérito policial a
autoridade policial não poder arquivar inquérito policial. Instaurou o
inquérito policial tem que ir ate o final, o delegado não pode deixar de
investigar. Somente o juiz é que pode arquivar o inquérito.
4. Dispensabilidade: o inquérito policial não é indispensável. A
despeito do inquérito acompanhar fisicamente a denúncia e portanto
fazer parte da ação penal, o inquérito policial não é uma cautelar da
ação penal, ele não é obrigatório, sua finalidade é reunir os indícios de
autoria e materialidade, se já possui esses indícios pode propor a ação
penal direto, ele pode ser dispensado.
5. Oficialidade: é um procedimento oficial sobre inteira
responsabilidade do Estado. Mesmo o delito sendo de natureza
privado somente o Estado pode investigar, só ele pode instaurar o
inquérito policial.

6. Forma escrita: artigo 9 do CPP. Todos os atos e diligencias tem que


ser reduzidos a termo, ou seja, para controlar e fiscalizar precisa ter
tudo escrito para não esquecer ou se perder.
7. Sigilo: artigo 20 do CPP. A regra é que o processos penal seja
público, mas o inquérito policial deve ser sigiloso. Deve haver uma
distinção entre sigilo e segredo. O delegado não precisa intimar o
advogado que vai proceder determinada diligencia, mas no instante
que proceder ele tem que juntar no inquérito para que as partes
fiquem sabendo. Em razão da inquisitoriedade o delegado não tem
que avisar o que vai fazer, mas ele tem que permitir que a parte tenha
acesso aos procedimentos. Assim, não tem sigilo com os advogados
das partes. Esse sigilo ocorre sempre que as investigações assim o
exigirem, como pro exemplo, pra não atrapalhar as investigações não
se fala o nome do indiciado. O professor acredita que delegado, juiz e
promotor não tem que falar nada, que delegado tem que investigar,
promotor tem que propor a ação penal e juiz tem que julgar, não tem
que ficar dando entrevista. O sigilo não é absoluto, mas restrito às
hipóteses em que seja necessária a investigação não revelada, sob
pena de não se colher os elementos almejados, ou quando o interesse
social estiver presente, para preservar a intimidade de alguém. A
súmula vinculante 14 diz que é direito do defensor, no interesse do
representado, ter acesso amplo aos elemos de prova que, já
documentado em procedimento investigatório realizado por órgão
com competência de policia judicariaa, digam respeito aos exercícios
do direito de defesa. Assim, é permitido acesso restrito pelo advogado
do investigado aos elementos de informação que já estão
documentados nos autos de inquérito. Dessa forma, não há que se
falar em impedir referido acesso se uma interceptação telefônica já foi
concluída e as conversas captadas estão devidamente encartadas nos
autos, o mesmo valendo para qualquer outra medida restritiva das
garantias individuais.
8. Discricionário: o delegado tem discricionariedade par adotar as
medidas e diligencias que entender adequadas, não há um
procedimento rígido a ser seguido.

9. Oficiosidade: em caso de crime de ação penal pública


incondicionada, deve o delegado agir de oficio, instaurando o IP, ou
seja, deve a autoridade policial atuar independentemente de
provocação de quem quer que seja. Por outro lado, nos crimes de ação
penal privada e condicionada à representação, não pode o delegado
agir e instaurar o IP sem ser provocado pela vitima ou seu
representante legal.

INSTAURAÇÃO OU INÍCIO DO IP – ARTIGO 5


1. Se o crime for de ação penal pública incondicionada:

a) de oficio pelo delegado: nome da peça é portaria.

b) Por requisição de membro do MP ou da magistratura: essa


requisição tem caráter de ordem. Nome da peça é requisição.

c) Por requerimento do ofendido: nome da peça será requerimento.

d) Por provocação de qualquer um do povo: nome da peça é portaria.

e) Pela prisão em flagrante do agente: nome da peça é auto de prisão


em flagrante.

2. Se o crime for de ação penal pública condicionada à representação


ou à requisição do Ministro da Justiça:

a) será instaurado por meio de, respectivamente, representação da


vitima e requisição do Ministro da Justiça.

3. Se o crime for de ação penal privada: o IP somente poderá ser


instaurado por meio de requerimento da vítima ou seu representante
legal. Denuncia Anônima: não permite a instauração do inquérito. O
que pode haver é diligências preliminares e, a partir delas, instaurar o
inquérito.

VÍCIOS NO INQUÉRITO POLICIAL


Os vícios do IP não contaminam a ação penal, eles simplesmente
anulam a eficácia do próprio ato viciado.

INCOMUNICABILIDADE DO INDICIADO PRESO


O artigo 21 prevê que a pedido do delegado ou do MP o juiz poderá
decretar a incomunicabilidade do indiciado preso. Consiste na
limitação de comunicação do detido com outros presos e com o
mundo exterior podendo tão somente comunicar-se com o seu
advogado, magistrado, MP, delegado e demais funcionários
responsáveis pela sua custódia.

VALOR PROBATÓRIO DO IP
As provas obtidas em sede de IP não podem de modo exclusivo
fundamentar uma sentença penal condenatória, tendo em vista que no
IP não há contraditório, ampla defesa, assim uma condenação
proferida nesses moldes configuraria violação frontal às garantias
mais elementares do acusado.

No entanto, o IP pode ser utilizado em caráter supletivo, ou seja, as


questões presentes nele e que forem valoradas, renovadas em juízo
poderão ser utilizadas.

Há provas que podem ser utilizadas mesmo que apresentadas


somente no IP que é o caso das provas cautelares (necessita de caráter
de urgência), não repetíveis (sua renovação em juízo é impossível –
pericia de estupro) e antecipadas (prova que por conta do tempo
apresenta alta probabilidade de não poder mais ser realizada em
juízo).

PROVIDÊNCIAS QUE PODEM SER TOMADAS NO CURSO


DO IP
1. Oitiva do indiciado – artigo 6, V.

2. Realização de exame de corpo delito – artigo 5, VII: em casos que


deixar vestígios (estupro, homicídio) é indispensável

3. Identificação do indiciado pelo processo datiloscópico – artigo 6,


VIII: primeiramente deve solicitar a identificação civil (por meio de
documentos), somente em alguns casos pode proceder com a
identificação criminal, quando por exemplo, parecer que o documento
é falso ou não der pra reconhecer.

4. Reprodução simulada ou reconstituição do crime – artigo 7

5. Indiciamento

PRAZO DE CONCLUSÃO DO IP
Artigo 10 – se estiver preso o prazo é de 10 dias, se solto de 30 dias.
Apenas o prazo do indiciado solto pode ser prorrogado em casos em
que o caso é de difícil elucidação e que haja pedido do delegado ao
juiz.

a) IP a cargo da policia federal: se estiver preso, 15 dias, prorrogável


por mais 15 dias, desde que o delegado formule pedido fundamentado
ao juiz. Se estiver solto, 30 dias, prorrogável por igual período.

b) Lei de drogas: se estiver preso, 30 dias. Se estiver solto, 90 dias,


ambos prorrogáveis por igual período.

c) Crimes contra a economia popular: 10 dias, preso ou solto. Prazo


improrrogável.

d) Inquérito militar: se estiver preso, 20 dias. Se estiver solto, 40 dias,


podendo ser prorrogável por mais 20 dias.

ENCERRAMENTO DO IP
Ao encerrar o IP, a autoridade policial deverá elaborar minucioso
relatório do que tiver sido apurado.

a) Encerramento em crimes de ação penal pública: inquérito deverá


ser encaminhado ao juízo ou ao MP. Recebendo os autos o MP deverá:
oferecer denuncia, requisitar novas diligencias ou requerer o
arquivamento. A decisão do magistrado que determina o
arquivamento é em regra irrecorrível, com exceção de casos de crime
contra a economia popular e contra a saúde pública (recurso de oficio)
e casos de contravenção de jogo do bicho e de aposta de corrida de
cavalos fora do hipódromo (recurso em sentido estrito).

Arquivado o IP o delegado pode continuar pesquisando sobre o caso e


oferecer novos fatos. Para que o MP ofereça denuncia é necessário que
ele possua provas substancialmente novas. No entanto, uma vez
arquivado há casos em que não pode haver a reabertura do caso, como
por exemplo: arquivamento que tenha por base a atipicidade ou a
extinção da punibilidade.

Discordando o juiz do pedido de arquivamento, deverá remeter o caso


ao Procurador Geral da Justiça. Este poderá: insistir no
arquivamento, requisitar novas diligencias ou oferecer denuncia.
b) Encerramento em crimes de ação penal privada: inquerido deverá
ser encaminhado ao juízo, ficando à disposição da vitima. A vitima
então poderá: oferecer queixa crime, requerer novas diligencias,
renunciar ao direito de ação ou permanecer inerte deixando escoar o
prazo de 6 meses para o oferecimento da queixa crime.

INQUÉRITOS EXTRAPOLICIAIS, NÃO POLICIAIS OU


INVESTIGAÇÕES ADMINISTRATIVAS
1. Inquéritos parlamentares: as comissões parlamentares de inquérito
(CPIs) são criadas para apuração de fato determinado e por prazo
certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao
Ministério Público para que promova a responsabilidade civil ou
criminal dos infratores.

2. Inquéritos por crimes praticados por autoridades com foro por


prerrogativa de função: não pode o delegado instaurar o inquérito ou
realizar o seu indiciamento, devendo remeter a investigação ao
tribunal perante o qual a autoridade goza de foro privilegiado.

AÇÃO PENAL
1. Ações penais em espécie

a) Lesão corporal leve: a ação penal é pública condicionada a


representação. Artigo 88 da lei 9.099.
b) Lei Maria da Penha: não é qualquer violência de homem contra
mulher que envolve Lei Maria da Penha. Só se aplica nos casos em que
houver relação intima de afeto, por exemplo, marido, namorado,
irmão, pai, amante, independentemente de orientação sexual. A Lei
Maria da Penha não se aplica a lei 9.099.
- Lesão corporal leve: se eu estou fora da Lei Maria da Penha mas bato
em mulher, é ação penal pública condicionada a representação. Se eu
estou dentro da Lei Maria da Penha e bato em mulher, a ação penal é
pública incondicionada. Para os demais crimes, esteja ou não na Lei
Maria da Penha, não muda o tipo de ação penal.
c) Crime contra a honra: em regra, é ação penal privada. Exceção:
estão no artigo 145 do CP. Crimes contra a honra do Presidente da
República: ação penal pública condicionada a requisição do ministro
da justiça. Injúria racial: ação penal pública condicionada a
representação. Crime contra a honra de funcionário público em razão
do exercício da função: legitimidade concorrente do ofendido
mediante queixa crime ou do MP, mediante representação. Quem
decide o tipo de ação penal é a vítima, ou seja, o funcionário público,
decide se vai promover uma queixa ou se vai fazer a representação
para o MP mover a ação penal. Trata-se para qualquer funcionário
público, desde que no exercício da função.
d) Crimes contra a dignidade sexual: a regra do estupro é ser ação
penal pública condicionada a representação. Quando você sofre o
crime você é vitimizado 3 vezes, no momento do crime, na delegacia e
no fórum. Esse crime é condicionado à representação pois ele é muito
vergonhoso, então tem gente que não quer se manifestar. Assim,
mesmo que um delegado veja o crime ocorrendo ele não pode
instaurar o inquérito, dependendo exclusivamente da vontade da
vitima. Exceção: ação penal pública incondicionada quando a vitima
for menor de 18 anos ou quando se tratar de vitima vulnerável. O
vulnerável é o menor de 14 anos, o deficiente mental, a pessoa que por
qualquer motivo não possa exprimir sua vontade. No caso da
embriaguez a vulnerabilidade é transitória. O STJ fixou que quando a
vulnerabilidade é transitória a ação penal é pública condicionada à
representação, embora o crime continue sendo do artigo 217- A.
Quando se tratar de vulnerabilidade transitória (embriaguez), a ação
penal é pública condicionada a representação, embora o crime seja do
artigo 217-A.

2. Ação penal privada:

a) O legitimado é o ofendido ou o seu representante legal. É ele quem


promoverá a ação penal.

Sucessão processual: é a morte do ofendido antes do termino do prazo


decadencial. Quem entra nesse caso são: cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão.

b) Ação penal privada personalíssima (artigo 236 do CP): ação em que


não há sucessão processual.
CONDICÕES GENÉRICAS DA AÇÃO
A presença dessas condições deve ser examinada pelo juiz no
momento do recebimento da inicial acusatória.

1. Possibilidade jurídica do pedido: pedido deve ser amparado por lei.

2. Interesse de agir: necessidade, adequação e utilidade.

3. Legitimidade
4. Justa causa: prova de autoria e materialidade do fato.

CONDIÇÕES ESPECÍFICAS DA AÇÃO


1. Condições de procedibilidade: admissibilidade da persecução penal.
A representação da vitima na ação penal pública condicionada à
representação.

2. Condições objetivas de punibilidade: condições estabelecidas em lei


para que o fato seja concretamente punível.

CLASSIFICAÇÃO DA AÇAO PENAL


1. Ação penal pública: legitimidade ativa pertence ao MP.

a) Incondicionada: inexiste necessidade de autorização para que o MP


possa agir.

b) Condicionada: quando há necessidade de autorização, como por


exemplo a representação da vitima em crime de ameaça (O prazo é de
6 meses contados a partir do conhecimento da autoria da infração.) ou
a requisição (autorização) do Ministro da Justiça em crime de calunia
contra o presidente (não há prazo, a requisição é possível enquanto o
crime não estiver prescrito). Fica a cargo da vitima ou do Ministro da
Justiça a autorização para que a ação penal possa ser instaurada pelo
MP.

- Princípios: obrigatoriedade ou legalidade processual;


indisponibilidade, oficialidade, transcendência ou pessoalidade e
indivisibilidade.

2. Ação penal privada: legitimidade ativa da vitima (pessoalmente ou


por procurador) ou de seu representante legal (menor de 18 anos ou
doente mental). O prazo é de 6 meses contados a partir do
conhecimento da autoria da infração.

a) exclusivamente privada: é possível que em alguns casos, alguém em


lugar da vitima, ingresse com a ação penal quando esta estiver
impossibilidade de o fazer – substituição da vitima (representante
legal ou CCADI).
b) Personalíssima: no caso de incapacidade, morte ou ausência da
vitima ninguém poderá ingressar ou continuar a ação penal. Assim,
somente a vítima pode ingressar com a ação. Ex: induzimento a erro
essencial e ocultação de impedimento ao casamento.

c) Subsidiária da pública: em caso de ação pública, quando o MP


permanecer inerte, poderá, excepcionalmente, a vitima do crime
ingressar com a ação. MP será legitimado ativo.

- Princípios: oportunidade ou conveniência, disponibilidade,


indivisibilidade, intranscendência ou pessoalidade.

- Institutos da ação penal privada:

1. Renuncia ao direito da ação: manifestação de vontade do querelante


no sentido de não promover a ação penal. Somente é possível antes do
ingresso da queixa crime. Pode ser expressa ou tácita. Admite-se
qualquer meio de prova para atesta-la. Ato unilateral.

2. Perdão do ofendido: somente possível apos o ingresso da queixa,


mas antes do trânsito em julgado. Ato bilateral. Pode ser expressa ou
tácita.

3. Perempção: desinteresse do querelante apos a instauração do


processo.

INICIAL ACUSATÓRIA
Ação pública: denuncia.

Ação privada: queixa – crime.

REQUISITOS
1. Exposição e descrição do fato criminoso com todas as suas
circunstancias.

2. Qualificação do acusado ou fornecimento de dados que permitam


sua identificação

3. Classificação do crime
4. Rol de testemunhas

5. Pedido de condenação

6. Endereçamento

7. Nome e assinatura do órgão acusador

Além desse requisitos, a queixa crime precisa ainda vir acompanhada


de procuração com poderes especiais.

PRAZO PARA OFERECIMENTO DA DENÚNCIA


Em regra, estando o indiciado preso, tem o MP 5 dias para oferecer a
denuncia; estando solto, 15 dias.
Em caso de crime eleitoral: indiciado preso ou solto, 10 dias.

Tráfico de drogas: 10 dias, preso ou solto

Abuso de autoridade: 48 horas, preso ou solto

Crimes contra a economia popular: 2 dias, preso ou solto

Caso haja o descumprimento do prazo para oferecimento da denuncia


existe a possibilidade de a vitima ingressar com ação penal privada
subsidiaria da pública; estando preso o indiciado, a prisão passara a
ser ilegal, devendo ser imediatamente relaxada pelo juiz; possibilidade
de responsabilizar o MP por crime de prevaricação, se dolosa a
conduta omissiva desse agente público.

PRAZO PARA OFERECIMENTO DA QUEIXA CRIME


Em regra, 6 meses, contados a partir do conhecimento da autoria.
Prazo decadencial (dias corridos).

Em caso de crime de induzimento a erro essencial e ocultação de


impedimento ao casamento: decadencial de 6 meses a contar do
trânsito em julgado da sentença de anulação do casamento.

Crimes contra a propriedade imaterial que deixarem vestígios: 6


meses contados a partir do conhecimento da autoria. Uma vez
homologado o laudo pericial obrigatório, terá a vitima 30 dias para
ingressar com a queixa.

COMPETÊNCIA NO PROCESSO PENAL


COMPETÊNCIA DE JUSTIÇA

Justiça do trabalho nunca julga material de processo penal. Essa é


a posição vinculante do STF. Compete à justiça do trabalho julgar HC
(artigo 114 CF), quando o assunto versar sobre matéria trabalhista,
mas não pode julgar crime.
Justiça eleitoral julga os crimes eleitorais mais os crimes conexos.
Justiça militar julga os crimes militares, mas não os conexos. A
justiça militar não é competente para julgar crime doloso contra a
vida praticado por militar contra civil e sim o JURI.
Justiça Federal: artigo 109 da CF. É de competência julgar os
crimes praticados contra a União. Ex: administração direta, indireta,
autarquia federal (INSS). Isso também vale para empresa pública
federal, como a CEF. É crime quando ele é praticado contra a CEF.
ISSO NÃO VALE PARA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA, COMO
POR EXEMPLO O BANCO DO BRASIL E A PETROBRAS.
CRIME PRATICADO CONTRA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
É SEMPRE COMPETENCIA ESTADUAL.

Também é crime federal o praticado por, ou contra, funcionário


público federal.

Crime politico também é um crime julgado pela justiça federal. O


recurso cabível que julga crime politico é o Recurso Ordinário
Constitucional para o STF (artigo 102 CF).
Crime à distância: é aquele em que conduta e resultado ocorrem em
países diferentes. Ex: trafico internacional de drogas.

O trafico doméstico, dentro do território brasileiro, é competência da


justiça estadual. Ele somente vai ser da justiça federal, quando for
trafico internacional.

Contrabando e descaminho também é competência da justiça federal.

Crime praticado a bordo de navio ou de avião: tanto faz onde esta o


navio ou o avião. A competência é da justiça federal.
Crime contra o sistema financeiro: crimes praticados pelos bancos.

Crime contra a organização do trabalho. Competência da justiça


federal. A justiça do trabalho não julga. Ex: escravidão.

Crime contra direitos indígenas. O crime praticado contra um índio é


estadual. O crime só é federal quando se fala dos DIREITOS
indígenas.

OBSERVAÇAO: JUSTIÇA FEDERAL NÃO JULGA CONTRAVENÇÃO


PENAL.

Contravenção penal dentro de um avião? Competência da justiça


estadual.

Justiça Estadual: tem competência residual, ou seja, julga o resto.


O que não é das outras justiças vai ser julgado pela justiça estadual.
COMPETÊNCIA POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

Todas estão previstas na CF.

Competência para julgar algumas autoridades. A lei prevê que


algumas autoridades quando praticam crime serão julgadas em
instâncias diferentes. Crime praticado pelo prefeito: quem julga é
o TJ. Se for crime federal quem julga é o TRF.
Crime praticado por governador: STJ, tanto faz se o crime é
estadual ou federal.
Presidente da república por crime comum: STF.
Crime praticado por deputado federal ou senador: STF.
Crime praticado por juiz estadual ou membro do MP
estadual: TJ.
E se termina o mandato da autoridade? Ex: prefeito esta sendo
julgado no TJ, mas e se seu mandato termina? Terminado o mandato
da autoridade, o processo descerá para a comarca onde o crime
aconteceu.

E se essas autoridades matam alguém? A competência por


prerrogativa de função prevalece sobre o júri quando prevista na CF.
O TJ da autoridade é o que vai julgar o crime e não o TJ em que
aconteceu o crime.

COMPETÊNCIA TERRITORIAL ( FORO COMPETENTE)

A regra é o lugar do resultado, artigo 70 do CPP, ou seja, o lugar onde


o crime se consumou.
Se for tentativa, competente vai ser o lugar do ultimo ato de execução.

Regras especiais: em se tratando de ação penal privada, o ofendido


tem duas opções, podendo processar o criminoso ou no lugar do
resultado ou no domicilio do acusado.

No JECRIM (juizado especial federal) a competência é do lugar da


conduta.

Crime de contrabando e descaminho: a competência é do lugar da


apreensão da mercadoria.

Cheque sem fundo: pro cheque sem fundo ser crime ele tem que ser a
vista e tem que ter o dolo de fraude, ou seja, o sujeito tem que saber
que esta enganando o outro. Competência é do lugar onde o cheque foi
devolvido.

COMPETÊNCIA DE JUÍZO

Serve para descobrir qual é a vara competente. Em regra a


competência de juízo é determinada pela distribuição, ou seja, os
processos vão sendo distribuídos de forma homogênea entre as varas.
Mas existe uma exceção, pois existem varas especializadas, varam que
julgam crimes específicos. A mais importante de todas é a Vara do
Júri, que só julga um tipo de crime que são os crimes dolosos contra a
vida consumados e tentados. Além desses crimes, o júri também julga
os crimes conexos.

PROVAS NO PROCESSO PENAL


Artigos 155 a 250 do CPP. Sistema de apreciação das provas adotado
no brasil esta no artigo 155 do CPP e recebe o nome de sistema da livre
apreciação das provas, que diz que o juiz dirá o valor de cada prova, de
forma fundamentada.
Exceção: existe no brasil uma hipótese em que é adotado o sistema da
intima convicção, que diz que o juiz pode julgar conforme suas
impressões pessoais, podendo até contrariar as provas (júri).

1. Prova ilícita: artigo 157 do CPP, que é a prova que fere norma legal
ou constitucional. O artigo 5, inciso LVI da CF diz que as provas
ilícitas são inadmissíveis no processo. Esse direito não é absoluto. A
jurisprudência admite a prova ilícita em favor do réu. A CF diz que a
prova ilícita não pode entrar no processo, mas e se ela entrar? Se a
prova ilícita ingressar no processo, deve ser desentranhada e
destruída.
Ilicitude por derivação ou teoria dos frutos da árvore envenenada:
tudo que deriva de uma prova ilícita também será ilícito. Essa teoria é
adotada pelo STF e artigo 157 do CPP.
2. Prova pericial: basta um perito oficial para realizar a pericia. Se não
houver peritos judiciais, o juiz nomeia duas pessoas idôneas com
curso superior e habilitação para o exame. Ex: médico.

O que é corpo de delito? São os vestígios deixados pelo crime. Se o


crime deixar vestígios, é obrigatório o exame de corpo de delito direto
ou indireto. Exame direto é o exame feito diretamente nos vestígios,
no cadáver, como o exame necroscópico. Quando não for possível o
exame direto, outras provas podem suprir sua ausência, através do
exame indireto.

3. Interrogatório: é ao mesmo tempo um meio de prova e um meio de


defesa. O interrogado tem o direito de permanecer em silêncio.

Se ele permanecer em silencio esse silencio pode ser contra ele? Não,
o silencio do réu não pode ser interpretado contra a defesa.

Interrogatório por vídeo conferência: trata-se de uma medida


excepcional. A decisão deve ser fundamentada do juiz, é ele que
decide. As partes devem sem intimadas com 10 dias de antecedência.
Aula 10:

Casos Famosos: O Fantasma de Heilbronn

https://www.estadao.com.br/noticias/geral,serial-killer-procurada-por-15-anos-

na-ale
manha-pode-nunca-ter-existido,345511
https://www.theguardian.com/lifeandstyle/2008/nov/09/germany-serial-
killer http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/7341360.stm
https://www.iso.org/news/2016/07/Ref2094.html
Aula 11:

Casos Famosos: Amanda Knox


http://www.amandaknoxcase.com
https://www.netflix.com/br/title/8008115
5

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