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Quando Steve entrou no escritório, fiz-lhe uma pergunta: “Steve, você sabe por que vim

trabalhar hoje?”

Steve: “Como assim, Ben?”

Eu: “Por que me preocupei em sair da cama? Por que me preocupei em vir até aqui? Se fosse
por dinheiro, eu poderia vender a empresa amanhã e ter mais dinheiro do que jamais sonhei.
Também não quero ser famoso, pelo contrário.”

Steve: “Certo.”

Eu: “Então, por que vim trabalhar?”

Steve: “Não sei.”

Eu: “Vou lhe explicar. Vim trabalhar porque é muito importante para mim, como pessoa, que a
Opsware seja uma boa empresa. É importante para mim que as pessoas que passam aqui de
doze a dezesseis horas por dia – ou seja, a maior parte do tempo em que estão acordadas –
tenham uma vida boa. É por isso que venho trabalhar.”

Steve: “Certo.”

Eu: “Você conhece a diferença entre um lugar bom para trabalhar e um lugar ruim para
trabalhar?”

Steve: “Humm, acho que sim.”

Eu: “Qual é a diferença?”

Steve: “Humm, bem...”

Eu: “Vou lhe dizer qual é. Nas boas organizações, as pessoas podem se concentrar em seu
trabalho e ter certeza de que, se o fizerem bem, coisas boas acontecerão com a empresa e
com elas, pessoalmente. É um prazer trabalhar numa organização como essa. Todo
funcionário pode acordar sabendo que seu trabalho será eficiente, eficaz e produtivo para a
organização e para ele próprio. Com isso, ele tem motivação para trabalhar e fica satisfeito com
o que realiza. Numa organização ruim, por outro lado, as pessoas passam boa parte do tempo
lutando contra os limites rígidos da organização, os conflitos internos e os processos
ineficazes. Sequer sabem qual é a tarefa que lhes cabe e, por isso, não têm como saber se a
estão cumprindo ou não. Num caso hipotético, e raríssimo, em que elas, trabalhando infinitas
horas por dia, consigam efetivamente cumprir a tarefa, não sabem o que isso vai significar para
a empresa e para a carreira delas. Para piorar ainda mais as coisas e jogar sal na ferida,
quando finalmente têm coragem de dizer à direção que as coisas vão mal, ela defende o status
quo, nega a existência do problema, simplesmente o ignora.”

(Trecho do Livro: O LADO DIFÍCIL DAS SITUAÇÕES DIFÍCEIS: Como construir um


negócio quando não existem respostas prontas. - BEN HOROWITZ)

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