Você está na página 1de 2

PRINCIPIO DA VERDADE REAL OU

PRINCIPIO DA VERDADE MATERIAL



Verdade formal aquela que est nos autos (no papel), podendo ou no
encontrar correspondncia com a realidade dos fatos.
Verdade real aquela que revela os fatos como eles realmente so.
No processo penal, por tratar de bens jurdicos relevantes (vida, liberdade
etc.), deve-se buscar sempre a verdade real, o Ministrio Pblico deve ir em
busca de todas as provas possveis para a condenao.

Caso Elo:

"Aps encerrar suas questes para a perita da Polcia Civil (uma das
testemunhas de defesa ouvidas), Assad (advogada de defesa) pediu a juza
do caso para fazer mais algumas perguntas, o que foi indeferido pela
magistrada.

Em nome do princpio da verdade real, eu quero ouvir a testemunha de
novo, alegou a defensora. Esse princpio no existe ou no tem esse
nome, retrucou a juza Milena Dias.Ento a senhora precisa voltar a
estudar, disse a advogada."

(Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/02/14/a-senhora-precisa-voltar-a-estudar-
diz-advogada-de-lindemberg-a-juiza-do-caso-eloa.htm)


O juiz deve buscar a verdade substancial dos fatos submetidos a
julgamento, ou seja, enquanto no processo civil o juiz busca a verdade com o
que trazido aos autos pelas prprias partes em suas declaraes e
documentao, no processo penal esta verdade no suficiente e o juiz
deve ir alm, tanto que, por exemplo, ainda que o ru confesse os fatos,
deve o julgador penal analisar em que circunstncias foi feita essa confisso
e se ela est de acordo com os outros elementos dos autos para que ela seja
reputada representativa da verdade no processo.

Exemplo prtico onde o STJ reconheceu a aplicao do princpio da
verdade real para que o juiz arrole a vtima para ser ouvida apesar de no ter
sido arrolada pelas partes:


PENAL. PROCESSUAL. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL.
CORRUPO DE TESTEMUNHA. ART. 343 DO CP. CONDIO DE
TESTEMUNHA COMO ELEMENTAR DO TIPO. REEXAME DE PROVA.
IMPOSSIBILIDADE. INCIDNCIA DA SMULA 07/STJ. ARROLAMENTO
DO OFENDIDO PELAS PARTES. POSSIBILIDADE. DEVER DO
MAGISTRADO PROCEDER A SUA INQUIRIO DE OFCIO. OBEDINCIA
AO PRINCPIO DA VERDADE REAL. Existindo necessidade de anlise de
questo ftica ou de provas, no h como este Tribunal examin-las em
sede de recurso especial, pela incidncia da Smula 7/STJ. Apesar da parte
ofendida no ser testemunha, ela pode ser arrolada pelas partes, no s
porque o art. 201 do CPP expressamente menciona que ser ouvida
"sempre que possvel", mas tambm pelo fato de que na rea penal vige o
Princpio da Verdade Real, da o dever do magistrado, caso as partes no a
arrolem, de ofcio determinar a sua inquirio. Agravo regimental no
provido.343CP077201CPP
(445172 DF 2002/0078826-0, Relator: Ministro PAULO MEDINA, Data de
Julgamento: 06/06/2005, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicao: DJ
01.08.2005 p. 578)

Você também pode gostar