Você está na página 1de 4

4 maneiras de usar Inteligência

Artificial em processos seletivos


Eduardo Saigh

Os processos de recrutamento e seleção estão mudando a cada dia e grande


parte dessa mudança vem impulsionada pelo avanço tecnológico. O uso da
tecnologia tem como objetivo, não só trazer agilidade aos processos como
um todo, mas melhorar a conexão que existe na tríade candidatos,
empregadores e recrutadores. É senso comum a existência de um ruído de
comunicação entre essas três peças fundamentais na dinâmica de um
processo seletivo, que dependendo da intensidade pode se tornar um
problema crônico que afeta não só o processo seletivo em si, como o
negócio da empresa.

Para fortalecer essa conexão tripla e melhorar a comunicação entre si,


candidatos, empregadores e recrutadores podem contar com as mais
diversas ferramentas tecnológicas, sendo as mais comuns os chatbots,
entrevistas em vídeo, comunicação automatizada e o uso continuo do
banco de dados. Existem outras ferramentas a disposição do mercado, mas
com certeza, essas 4 são as mais usadas no momento.

[CHATBOTS] As empresas já usam inteligência artificial nas interações


com clientes e até internamente, entre áreas. Agora, as empresas que já
dispõe desse tipo de tecnologia, já podem usá-las nas primeiras fases dos
seus processos seletivos. A tecnologia chatbot permite que os candidatos
façam perguntas e obtenham as respostas a uma série de perguntas em
tempo real. As respostas são automáticas e muita rápidas. Tem dúvidas
sobre o tempo de duração do processo seletivo ou data de início? É só
perguntar.

Os chatbots também podem ser usados para pré-selecionar candidatos,


fazendo uma série de perguntas já pré-determinadas e analisando as
respostas. Isso garante uma enorme economia de tempo e de recursos
durante as primeiras etapas de um processo seletivo. É importante saber
que todas as informações e análises realizadas pelos chatbots são revisadas
pelo RH.

[ENTREVISTAS EM VÍDEO] Cada vez mais comum nos processos


seletivos, a entrevista em vídeo pode ser o próximo passo após você se
candidatar para um novo emprego. Entrevistas em vídeo economizam o
tempo dos recrutadores, muitas vezes substituindo as etapas
intermediárias de triagem, como um contato por telefone. Em alguns
casos, a entrevista em vídeo até oferece ao candidato a oportunidade de se
preparar melhor para as perguntas, uma vez que ele não está diante de um
entrevistador e ambiente tradicionalmente ligados a esse tipo de situação.

Algumas empresas não só utilizam as entrevistas em vídeo, como usam


algoritmos que analisam essas entrevistas para avaliar as respostas dos
candidatos, expressões faciais, escolha de palavras, velocidade da fala e
tons vocais. Se tudo correr como o esperado, os candidatos avançam para
as próximas fases do processo, que geralmente, são entrevistas presencias.

As empresas que utilizam esse tipo recurso nos seus processos seletivos
alegam que as entrevistas gravadas em vídeo e o uso de algoritmos de
analise facial, eliminam o preconceito humano ao mesmo tempo que
qualifica os candidatos economizando tempo e recurso para os
recrutadores e selecionadores. Para os candidatos que buscam um novo
emprego, uma entrevista em vídeo oferece a oportunidade de construir
cuidadosamente as suas respostas e exemplificar as suas qualificações e
projetos de destaque. Coisa que durante uma entrevista por telefone, pode
não acontecer.

O melhor conselho para quem vai participar de uma entrevista por vídeo é
certificar-se de estar preparado. Pesquise sobre a empresa, conheça a
posição que está pleiteando e certifique-se de gravar a entrevista em um
ambiente neutro e profissional.

[COMUNICAÇÃO AUTOMATIZADA] Manter contato com os


candidatos leva um tempo significativo. Isso é especialmente verdade para
aqueles candidatos que tem o perfil desejado, para estão empregados e não
tem uma agenda livre.

Desde o agendamento de entrevistas até o envio de textos pós entrevistas, a


inteligência artificial pode automatizar a comunicação aproximar empresas
e candidatos. Com certeza, uma das reclamações mais ouvidas por parte
dos candidatos e sobre a falta de comunicação com a empresa durante o
processo seletivo, e isso pode ser extremamente negativo quando
pensamos em imagem de marca empregadora.

Esses pequenos passos de economia de tempo podem ajudar muito a


melhorar a maneira como o candidato em potencial vê o empregador. E a
maioria dos candidatos a emprego concorda que alguma comunicação é
melhor que nenhuma.

[BANCO DE DADOS VIVO] Algumas empresas possuem imensos


bancos de dados com milhares de perfis de candidatos em seus sistemas de
informação. Muitos desses candidatos, em algum momento, estavam
interessados em alguma oportunidade, mas nunca foram contatados.
Agora, com o advento de algoritmos que podem analisar e revisar
informações com eficiência, esses perfis podem ser reavaliados para novas
oportunidades atuais.

Em um primeiro momento, pode-se pensar que revisar o banco de dados


seria o primeiro passo de recrutadores e selecionadores quando uma
oportunidade de emprego fosse disponibilizada, mas infelizmente não é
isso que acontece. Esse tipo de processo, quando feito “manualmente”
podem consumir muito tempo e não ser produtivo. Com o uso da
inteligência artificial o uso do banco de dados se torna algo recorrente e
retroalimentado.

Mais do que nunca, as empresas estão preocupadas com sua reputação e


estão procurando maneiras de melhorar a forma como se comunicam os
candidatos. Embora a inteligência artificial ainda seja uma novidade, ela
vem sendo testada pela área de Recursos Humanos para melhorar a
eficiência dos processos de recrutamento e seleção e a qualidade dos seus
bancos de dados.
Eduardo Saigh

Eduardo Saigh é formado e pós-graduado em marketing pela ESPM. Atuou


com sucesso na área de marketing e comunicação durante 8 anos, quando
decidiu mudar de carreira e empreender na área de desenvolvimento
humano. Após três anos na nova área, aceitou o desafio de fazer a
restruturação da área de RH na Hays, uma das maiores consultorias de
recrutamento e seleção especializadas do mundo. Atualmente é o head da
Elliott Scott, multinacional especializada no recrutamento e seleção de
profissionais de RH e sócio fundador da Peopleminin.

Você também pode gostar