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Seminário de Filosofia Medieval

Questão 8 Art1 Nicolas Schneider Blanco 305669

Se Deus existe em todas as coisas.

Este artigo é dedicado à presença de Deus em todas as coisas, a provar que Deus existe em
todas as coisas e em que sentido ele existe em todas as coisas.

Na primeira objeção é sustentado que Deus não está em todas as coisas por simplesmente
estar acima de todas as coisas (excelso). Para sua resposta santo Tomás consistirá em dizer
que estar em todas as coisas não é incompatível com estar acima de todas as coisas, por não
se tratar do mesmo aspecto, estar acima diz respeito a superioridade ontológica de deus e
estar em todas as coisas diz respeito à causalidade do existir de deus em todas as coisas.

Na segunda objeção o objetivo é evidenciar a aparente contradição de que existir em alguma


coisa é estar contigo em alguma coisa, mas isso não se aplicaria a deus, pois é justamente o
contrário, não é Deus que existe nas coisas mas que todas as coisas existem em Deus. Santo
Tomás se refere aqui a relação entre alma e corpo, pode-se dizer em termos gerais que um
agente espiritual ocupa um lugar somente na medida em que operar naquele lugar, estar em
um lugar é um modo de operação, deus está em todas as coisas e contém todas as coisas e
opera no sentido de causar e manter o existir delas.

Na terceira objeção virtude está para potência e força de ação, quanto mais forte é um agente
tanto mais distante sua ação alcança, logo como Deus é o mais forte dos agentes pode atuar a
distância não necessitando estar presente nas coisas. Aqui ele responde, que por mais virtude
que um agente tenha não pode atuar a distância a não ser por meio de intermediários, mas que
no caso da existência não pode haver intermediários, somente deus pode criar, a potencia
maxima de deus está em ele causar todas as coisas, nada mais entre as coisas existentes é uma
causa universal, mas pode ser dito das coisas distarem de deus por sua dissimilitude em
relação a excelência única de sua natureza ou de sua graça.

Na quarta o objetor pretende refutar a presença de Deus em todas as coisas negando sua
presença nos demônios, se valendo da dicotomia entre a luz e as trevas. Nesta resposta, Santo
Tomás procede invocando a sua concepção do mal, como privação, toda a deformidade sendo
uma privação de forma tem em sua origem um substrato positivo, e Deus existe nesse
substrato.
No mas contra, é apelando a uma passagem bíblica que faz referência ao princípio da
contiguidade da causa eficiente, o efeito, como premissa maior. Como premissa menor se
apela a uma passagem referente ao profeta Isaías, onde Deus opera todas as obras,
interpretando como incluindo todas as coisas e todos os atos.

No corpus em primeiro lugar é afastado o panteísmo, excluindo que deus seja a causa
intrínseca das coisas, seja causa material ou causa formal intrínseca, forma substancial, ou
forma acidental, mas que está como um agente que se encontra presente naquilo que age.
Após atribuir a deus o caráter de causa eficiente Santo Tomás invoca o princípio da
impossibilidade da causação eficiente a distância, argumentando que é preciso que haja o
contato daquilo em que age por sua virtude, no sentido virtual do contato utilizado também
pelas substâncias espirituais como um anjo ou a alma humana, é provado que por meio desta
ação se faz necessária uma série simultânea de moventes e movidos onde deus é o primeiro
movente.

A resposta então passa a tratar da causalidade eficiente de deus em seu existir, a própria
existência, aqui Santo Tomás apela para uma concepção neoplatônica que é aceita por ele : o
que existe por si é causa do que tem existir por participação e acrescenta que essa causalidade
é permanente uma referência a conservação das coisas criadas, utilizando das analogias da
Luz, do ar e do Sol. A parte final da resposta é dedicada a ressaltar o caráter maximamente
interior do existir, concluindo que Deus existe em todas as coisas e em seu íntimo.

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