DIREITO PENAL IV (LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL) – NOITE
1. Qual o critério (ou sistema) adota na legislação brasileira para a caracterização
de um crime como “crime hediondo”? Explique. 2. Cite cinco crimes considerados “hediondos” e os três crimes considerados “equiparados a hediondo”, esclarecendo se há alguma diferença no tratamento dispensado aos dois grupos de crimes. 3. Segundo a Lei n. 8.072/90 e a jurisprudência dos tribunais superiores, um condenado por crime hediondo obter progressão de regime prisional? Explique. 4. Segundo a Lei n. 8.072/90 e a jurisprudência dos tribunais superiores, um condenado por crime hediondo pode obter o benefício da liberdade provisória, para aguardar o julgamento em liberdade? Explique. 5. Segundo a Lei n. 11.343/06, que penas podem ser aplicadas ao usuário condenado por porte de drogas para consumo pessoal? Se o condenado, nesse caso, descumprir a pena aplicada, o juiz está autorizado a substituir a medida por pena privativa de liberdade? Explique. 6. Um condenado por crime hediondo, considerado reincidente na sentença condenatória, pode obter o benefício do livramento condicional? Explique. 7. Segundo a Lei n. 8.072/90, qual o regime inicial obrigatório para o condenado por crime hediondo ou equiparado a hediondo? Qual o entendimento mais recente do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre essa imposição legal? 8. Qual a diferença entre a prisão temporária de suspeitos da prática de crimes hediondos e equiparados em relação à prisão temporária de suspeitos da prática de crimes comuns (não hediondos)? 9. Segundo a legislação pertinente, quais critérios o juiz deve considerar para verificar se o porte de drogas era mesmo para consumo pessoal (art. 28 da Lei n. 11.343/06) ou para tráfico de drogas (art. 33, caput, da Lei n. 11.343/06)? 10. Consumir droga é crime? Explique. 11. Segundo o STF, a conduta de portar droga para consumo pessoal foi descriminalizada pela Lei n. 11.343/2006? Explique. 12. Segundo o entendimento dos tribunais superiores, o princípio da insignificância é aplicável ao crime de tráfico de drogas propriamente dito (art. 33, caput, da Lei n. 11.343/06)? Explique. 13. Segundo a legislação pertinente e a orientação jurisprudencial dos tribunais superiores, um condenado por crime de tráfico de drogas propriamente dito (art. 33, caput, da Lei n. 11.343/06) pode ter a pena de reclusão substituída por pena restritiva de direitos? Explique. 14. Quais os requisitos para a configuração do crime de associação criminosa para o tráfico de drogas (art. 35 da Lei n. 11.343/06)? 15. O cultivo de plantas destinadas à preparação de drogas configura crime? E o transporte e a guarda de sementes de cannabis sativas, configura crime? Explique. 16. Segundo a Lei n. 11.343/06, a alegação de que o transporte ou a guarda de certa substância considerada droga era para fins terapêuticos ou medicinais pode afastar a configuração do crime de tráfico de drogas (art. 33, caput) ou de porte de drogas para consumo pessoal (art. 28)? Explique. 17. Em que circunstância a conduta de oferecer droga a alguém não configura crime de tráfico de drogas propriamente dito (art. 33, caput, da Lei n. 11.343/06)? 18. O que significa dizer que o tipo penal que descreve o crime de tráfico de drogas propriamente dito (art. 33, caput, da Lei n. 11.343/06) é uma norma penal em branco? 19. O que significa dizer que o tipo penal que descreve o crime de tráfico de drogas propriamente dito (art. 33, caput, da Lei n. 11.343/06) é classificado como “crime de conteúdo variado”, “crime de ação múltipla” ou “tipo penal misto alternativo”? 20. O que significa dizer que o tipo penal que descreve o crime de tráfico de maquinário para a produção de drogas (art. 34 da Lei n. 11.343/06) é classificado como “crime subsidiário”? 21. Os crimes de associação criminosa para o tráfico de drogas (art. 35 da Lei n. 11.343/06) e o crime financiamento do tráfico (art. 36 da Lei n. 11.343/06) são classificados como “crimes subsidiários”? 22. Segundo o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em que situação o financiamento do tráfico de drogas não configura o crime autônomo do art. 36 da Lei n. 11.343/06, mas apenas a causa de aumento de pena prevista no art. 40, inciso VII, da mesma lei? 23. Qual o bem jurídico tutelado pela lei penal por meio da tipificação dos crimes de tráfico de drogas e porte de drogas para consumo pessoal? 24. Dois agentes policiais disfarçados, em ação controlada, abordaram um sujeito suspeito de ser traficante de drogas e simularam estar interessados em comprar “uns baseados”. O suspeito, embora não tivesse qualquer produto consigo, pediu aos policiais disfarçados que esperassem ali, foi até o banheiro de um bar que ficava em esquina próxima ao local, onde ele mesmo deixara a droga guardada e escondida, voltou com a droga dentro de uma mochila para entregá-la aos policiais, momento no qual foi preso em flagrante pelo crime de tráfico de drogas. Comprovados os fatos narrados, o flagrante deve ser considerado válido? Explique. 25. Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), a participação em evento público de protesto contra a criminalização do comércio de maconha (cannabis sativa), com faixas e cartazes expressando sua discordância da legislação vigente, configura crime de induzimento ao uso indevido de drogas (art. 33, §2º, da Lei n. 11.343/06)? Configura crime de apologia de crime ou induzimento ao crime (Código Penal, arts. 286 e 287)? Explique. 26. O induzimento de uma pessoa ao uso indevido de droga, incluído o fornecimento gratuito e isolado da substância considerada droga, configura crime de induzimento, instigação ou auxílio ao uso indevido de drogas (art. 33, §2º, da Lei n. 11.343/06)? Explique. 27. Cite três circunstâncias em que o crime de tráfico de drogas terá a pena majorada (causas de aumento de pena). 28. Segundo o STJ, presente a intenção inequívoca do recorrente de realizar o transporte interestadual da substância entorpecente – não tendo logrado êxito por circunstâncias alheias a sua vontade -, deve incidir a causa de aumento da pena prevista no art. 40, inciso V, da Lei de Drogas? Ou só se o transporte da droga para outro Estado for efetivado? 29. Segundo o STJ, o simples fato de se utilizar transporte público como meio para concretizar o tráfico de substância entorpecente já caracteriza a aplicação da majorante legal ou apenas no caso de o sujeito efetivamente oferecer ou vender droga dentro do veículo? 30. Segundo o STJ, diante de conflito aparente de normas, pode o juiz aplicar os aspectos benéficos da lei nova e da lei anterior, utilizando-se a pena mínima prevista na Lei n.º 6.368/76 com a minorante prevista na nova Lei de Drogas? Explique. 31. Segundo o entendimento mais recente dos tribunais superiores, um indivíduo preso em flagrante por tráfico de drogas propriamente dito (art. 33, caput, da Lei n. 11.343/06) pode obter o benefício da liberdade provisória para aguardar o julgamento em liberdade? Explique. 32. Cite duas exceções que a Lei de drogas (Lei n. 11.343/06) estabelece à teoria monista (ou unitária) prevista como regra pelo Código Penal no caso de concurso de agentes, esclarecendo em que consiste a diferença em relação à regra. 33. Em que situações a competência da Justiça Federal se estabelece para o julgamento do crime de tráfico de drogas? 34. Segundo a Lei n. 11.343/06, quais circunstância devem ser consideradas com maior peso no momento da fixação da pena-base pelo crime de tráfico de drogas? 35. Segundo o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a quantidade de droga apreendida pode ser utilizada no cálculo da pena-base, para aplicar uma pena superior ao mínimo previsto, e também como critério de definição do quantum de pena deverá ser reduzido quando da aplicação da minorante prevista para o traficante primário, de bons antecedentes, que não está envolvido com crime organizado nem se dedica a atividades criminosas, aplicando-a no mínimo possível? E para fixar regime prisional mais severo do que o, a priori, previsto no Código Penal? Explique. 36. Segundo o STF, o crime de tráfico de drogas privilegiado é crime equiparado a hediondo? Explique. 37. Quais as duas hipóteses de inimputabilidade relacionadas ao uso de drogas previstas na Lei n. 11.343/06? Podem incidir sobre o agente que pratica que tipo de conduta prevista como crime? 38. Aponte uma diferença entre o conceito de tortura segundo a legislação brasileira (Lei n. 9.455/97) e segundo a Resolução n. 39/46, da Assembléia Geral das Nações Unidas, de 10 de dezembro de 1984. 39. Os crimes de tortura previstos na Lei n. 9.455/97 são crimes próprios de funcionário público? Explique. 40. Explique a diferença entre o crime de tortura-castigo (art. 1º, II, da Lei n. 9.455/97) e o delito de maus-tratos (art. 136 do Código Penal). 41. Em que momento se consuma os crimes de tortura-prova e tortura- constrangimento? Se a prova for obtida mediante tortura (no caso de tortura-prova), e se a vítima realmente praticar a conduta que o agente exige dela (no caso da tortura- constrangimento), qual o efeito jurídico da superveniência dessas duas situações? 42. Segundo a Lei n. 9.455/97, a ação de submeter um homossexual a intenso sofrimento físico ou mental simplesmente por discriminação configura crime de tortura- discriminatória (Lei n. 9.455/97, art. 1º, I, c)? Explique. 43. O crime de tortura-castigo (art. 1º, II, da Lei n. 9.455/97) é crime comum ou crime próprio? Explique. 1. Qual a diferença entre um crime de tortura qualificada pela morte (art. 1º, §3º, da Lei n. 9.455/97) e o crime de homicídio qualificado pela tortura (Código Penal, art. 121, §2º, III)? 44. Se um policial militar submete um preso a tortura e outro policial militar assiste à cena passivamente, sem intervir ou tampouco noticiar o acontecimento a uma autoridade policial para que o fato seja apurado, os dois policiais respondem pelo mesmo crime? Há nesse caso crime de prevaricação (Código Penal, art. 319)? Explique. 45. No caso de omissão em face da tortura ser praticada por funcionário público que, por dever de ofício, deveria ter agido para impedir ou para investigar uma tortura, deve ter ao seu caso aplicada a majorante prevista na Lei n. 9.455/97 devido ao crime ter sido praticado por funcionário público? Explique. 46. Se um indivíduo condenado a pena de reclusão, cumprindo pena em regime fechado, for submetido ao regime disciplinar diferenciado (RDD) por vários meses – tendo sido enquadrado por decisão judicial em um dos casos previstos em lei para a imposição do RDD –, acabar sendo acometido por um quadro de grande sofrimento psicológico pela situação em que se encontra, isso deve ser enquadrado como crime de tortura? Explique. 47. O crime de omissão em face de tortura (art. 1º, §2º, da Lei n. 9.455/97) é crime comum ou crime próprio? É crime equiparado a hediondo? Explique. 48. Segundo a Lei n. 9.455/97, qual o regime inicial obrigatório para o condenado por crime de tortura? Qual o entendimento mais recente dos tribunais superiores sobre essa imposição legal? 49. Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), apoiada em doutrina amplamente majoritária, em caso de condenação por crime de tortura, tratando- se o condenado de funcionário público, a perda do cargo como efeito secundário da condenação é automática ou somente deve se concretizar se o juiz determiná-lo expressamente na sentença condenatória, apresentando os fundamentos? Explique. 50. Em que casos um crime de tortura praticado em outro país pode ser punido segundo a lei brasileira? São casos de extraterritorialidade condicionada ou incondicionada? Explique.