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COMUNICAÇÃO

GRÁFICA MODERNA

Frederick E. Giesecke
Alva Mitchell / Henry Cecil Spencer
Ivan Leroy Hill / John Thomas Dygdon / James E. Novak
Shawna Lockhart
G455c Giesecke, Frederick E.
Comunicação gráfica moderna [recurso eletrônico] /
Frederick E. Giesecke ... [et al.] ; traduçãoAlexandre Kawano ...
[et al.]. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2008.

Editado também como livro impresso em 2002.


ISBN 978-85-7780-375-0

1. Engenharia gráfica – Desenho técnico. I. Título.

CDU 744

Catalogação na publicação: Renata de Souza Borges CRB-10/Prov-021/08


158 COMUNICAÇÃO GRÁFICA MODERNA

Passo a passo 6.1


Perspectiva isométrica de um objeto
Posicionando o objeto 1. Esboce a caixa en-
volvente com traços
Para fazer uma perspectiva iso- leves e faça AB ver-
métrica de um objeto real, pri- tical e AC e AD
meiro segure o objeto em sua aproximadamente a
mão e incline-o em sua direção, 30 graus com a ho- (APROX.) (APROX.)
como mostrado na ilustração à rizontal. Essas três
direita. Nessa posição, uma linhas são os eixos isométricos. Faça AB, AC e AD pro-
aresta do canto da frente apa- porcionais ao comprimento real das arestas correspon-
recerá vertical. As duas ares- dentes no objeto. Esboce as linhas restantes paralelas a
tas inferiores que retrocedem e estas três linhas.
as demais arestas paralelas a
estas devem parecer estar em
aproximadamente 30 graus 2. Faça as caixas envol- 3. Escureça todas as li-
com a horizontal. Os passos ventes do assento e do nhas finais.
para desenhar o objeto são os encosto.
seguintes:

6.5 SUPERFÍCIES OBLÍQUAS EM VISTA


Dicas práticas ISOMÉTRICA
Vistas isométricas em CAD Superfícies oblíquas em vista isométrica podem ser desenhadas
encontrando-se as intersecções da superfície oblíqua com planos
Quando você faz uma vista isométricos. Por exemplo, na Figura 6.7a, o plano oblíquo con-
isométrica com o CAD, ela tém os pontos A, B e C. Localize o plano estendendo a linha AB
aparecerá reduzida, por ser até X e Y, pontos que estão nos mesmos planos isométricos que o
uma projeção exata. ponto C, como mostrado na Figura 6.7b. Desenhe as linhas XC e
YC para localizar os pontos E e F. Então, desenhe as linhas AD e
ED, usando a regra de que as projeções das linhas paralelas do
objeto permanecem paralelas em perspectiva isométrica. O dese-
nho completo é mostrado na Figura 6.7c.

6.6 OUTRAS POSIÇÕES DOS EIXOS


ISOMÉTRICOS
Esboços, por outro lado, Oriente seu desenho dos eixos isométricos de forma que mostre
não têm suas dimensões a peça mais claramente, sem a necessidade de arestas invisíveis.
reduzidas. A Figura 6.8 mostra uma perspectiva isométrica de uma casinha
de pássaros com duas orientações diferentes. A de baixo mostra
Meça a plotagem em ta-
mais detalhes de sua construção e, portanto, pode ser melhor, de-
manho real mostrada aci-
pendendo do propósito. Se o objeto é particularmente longo,
ma e compare com o esbo-
oriente-o horizontalmente para um efeito melhor, como mostra-
ço isométrico mostrado à
do na Figura 6.9.
direita.
CAPÍTULO 6 • DESENHO DE PERSPECTIVA 159

Todas as dimensões devem


ser medidas paralelas às arestas
principais do paralelepípedo
de referência

BLOCO DE ENCOSTO
PARA GUILHOTINA

FIGURA 6.5 Desenho isométrico de superfícies normais.

SU TODAS AS DIMENSÕES DEVEM SER MEDIDAS PARALELAS ÀS ARESTAS


PE
RF PRINCIPAIS DO PARALELEPÍPEDO DE REFERÊNCIA
SUPERFÍCIE M ÍC
IE
M
SUPERFÍCIE

SUPER-
M
EM IE
FÍCIE ÍCI
N

F R FÍC
N PER PE
SU SU

CIE CIE
SUPERFÍCIE M
LÂMINA DE CORTE SUPERFÍ SUPERFÍ
SU
PE P/ FRESA DE TOPO N N
RFÍC
IE
N FIGURA 6.6 Superfí-
cies inclinadas em iso-
métrica.

FIGURA 6.7 Superfícies oblíquas em isométrica.


160 COMUNICAÇÃO GRÁFICA MODERNA

CORRETO INCORRETO

FIGURA 6.8 Um objeto visto naturalmente de baixo. FIGURA 6.9 Eixo comprido na horizontal.

6.7 MEDIDAS POR DESLOCAMENTO 6.10 GABARITO PARA ELIPSES ISOMÉTRICAS


Pode-se posicionar um novo ponto a partir de vértices já existen- O gabarito mostrado na Figura 6.14 combina ângulos, escalas de
tes, como ilustrado nas Figuras 6.10 e 6.11. Primeiro, desenhe a redução isométricas e elipses no mesmo instrumento. As elipses
caixa envolvente do bloco principal, então desenhe as linhas de são fornecidas com marcas que coincidem com as linhas de cen-
deslocamento CA e BA para posicionar o vértice A do bloco me- tro dos furos – uma característica conveniente para o traçado em
nor ou do rebaixo retangular. Elas são chamadas de medidas de isométrica.
deslocamento (ou de offset) e, visto que são paralelas às arestas
nos eixos principais do objeto, serão paralelas a estas mesmas 6.11 DESENHANDO EM PAPEL ISOMÉTRICO
arestas na isométrica. Duas vistas de um bloco-guia são mostradas na Figura 6.15a. Os
passos do traçado ilustram o uso do papel isométrico. Comece
6.8 ELIPSES ISOMÉTRICAS com planos ou faces individuais para construir a representação
Quando objetos com formas cilíndricas ou cônicas são postos de um ponto de vista dado:
em isométrica ou outras posições inclinadas, os círculos apare-
cem como elipses, como mostrado na Figura 6.12. 1. Desenhe a isométrica da caixa envolvente, contando os es-
Quando for desenhar elipses em isométrica, tenha em men- paços da grade isométrica para igualar os retângulos das
te que o eixo maior da elipse forma sempre ângulo reto com a li- vistas correspondentes, como mostrado na Figura 6.15I.
nha de centro do cilindro e que o eixo menor forma um ângulo Desenhe a superfície A como mostrado.
reto com o eixo maior, coincidindo com a linha de centro. 2. Desenhe as superfícies adicionais B e C e a elipse pequena,
como mostrado na Figura 6.15II.
6.9 ARCOS EM VISTA ISOMÉTRICA
A Figura 6.13 mostra uma vista isométrica de um objeto que tem
cantos arredondados. Para desenhar arcos em uma vista isomé-
trica, use os raios e desenhe o paralelogramo envolvente da elip-
se ao longo das linhas dos eixos isométricos apropriados. Nesse
caso, o raio R é medido do vértice já construído para posicionar
o centro do arco elíptico. Repare que o raio R não tem um valor
constante quando se mostra o arco em uma vista isométrica.

FIGURA 6.11 Medição de posições por deslocamento.

FIGURA 6.10 Medição de posições por deslocamento. FIGURA 6.12 Elipses isométricas.
CAPÍTULO 6 • DESENHO DE PERSPECTIVA 161

Passo a passo 6.2


Desenhando elipses isométricas
São mostradas duas vistas de um Um outro método para determinar a
bloco com um grande furo cilíndrico. elipse de trás é mostrado à direita:

L
UA
Os passos para desenhar o objeto I

G
são os seguintes: 1. Selecione pontos aleatoria-
mente na elipse da frente e de-
1. Desenhe o bloco e o paralelo- senhe linhas com comprimento
gramo para a elipse, cons- igual à profundidade do bloco.
truindo os lados do paralelo-
gramo paralelos às arestas
do bloco e iguais em compri- 2. Desenhe a elipse passando pe-
mento ao diâmetro do furo. las extremidades dessas li-
Desenhe as diagonais para nhas.
posicionar o centro do furo e
então desenhe as linhas de
centro AB e CD. Os pontos
A, B, C e D serão pontos mé-
dios dos lados do paralelo-
gramo e a elipse será tan-
Duas vistas de um suporte com uma abertura semicilíndrica
gente aos lados nesses pon-
são mostradas abaixo. Os passos para desenhá-lo são os se-
tos. O eixo maior estará na
guintes:
diagonal EF, que forma ângulo reto com a linha de centro
do furo, e o eixo menor vai cair sobre a diagonal menor.
Desenhe os arcos longos CA e BC da elipse, conforme 1. Desenhe a caixa envol-
mostrado. vente do objeto, incluin-
do o espaço retangular
2. Desenhe os arcos curtos, de para o semicilindro.
raio menor CB e AD para com-
pletar a elipse. Evite construir
as extremidades da elipse
quadradas ou pontudas como
uma bola de futebol america-
no.

3. Trace levemente o paralelo-


gramo para a elipse que fica
no plano de trás do objeto e 2. Desenhe a caixa envol- 3. Escureça todas as li-
desenhe a elipse da mesma vente do cilindro com- nhas finais, mostrando
forma que a elipse da frente. pleto. Desenhe com linha somente a metade in-
suave o cilindro comple- ferior do cilindro.
to.

4. Desenhe as linhas GH e JK
EIX
O

tangentes às duas elipses.


PR
IN
CI

Escureça as linhas finais.


PA
EIX

L
O
PR
INC
IPA
L
162 COMUNICAÇÃO GRÁFICA MODERNA

3. Desenhe as superfícies E, F, G e H para completar o dese- (54 mm) na vista superior, mas, como não são paralelas aos eixos
nho, como mostrado na Figura 6.15III. isométricos, não têm comprimento real na perspectiva isométri-
ca. Use a construção de caixas ou retângulos envolventes e medi-
6.12 CONTORNOS E ARESTAS INVISÍVEIS das de deslocamentos (offset) para desenhar linhas não-isométri-
Omitem-se os contornos e arestas invisíveis em perspectivas a cas como essas. As distâncias 44 mm, 18 mm e 22 mm podem ser
menos que sejam necessárias para esclarecer o desenho. A Figu- medidas diretamente ao longo de linhas isométricas, como mos-
ra 6.16 mostra um caso em que contornos e arestas invisíveis são trado na Figura 6.17I. A distância não-isométrica (54 mm) não
necessários. Nesse caso, os contornos e arestas invisíveis mos- pode ser medida diretamente, mas pode-se determinar a dimen-
tram a projeção de uma peça que não pode ser representada de são X da vista superior. Essa dimensão é paralela a um eixo iso-
maneira apropriada sem elas. métrico e pode ser medida na perspectiva isométrica, como mos-
trado na Figura 6.17II. As distâncias restantes (24 mm e 9 mm)
6.13 LINHAS DE CENTRO são paralelas a linhas isométricas que podem ser medidas direta-
Linhas de centro são desenhadas em perspectivas se forem ne- mente, como mostrado na Figura 6.17III.
cessárias para indicar simetria ou para cotagem. Use as linhas de Pessoas de diversos campos usam perspectivas pa-
centro somente quando são estritamente necessárias e, na dúvi- ra visualizar objetos antes que eles existam na rea-
da, omita-as. Usar muitas linhas de centro torna a aparência do lidade. A World Wide Web (WWW) é um dos luga-
desenho confusa. A Figura 6.16 mostra um exemplo em que são res onde se podem encontrar ótimos exemplos de
necessárias linhas de centro para propósitos de cotagem. perspectivas. Você pode encontrar exemplos de perspectivas pro-
duzidas pela equipe gráfica do NASA Glenn Research Center no
6.14 LINHAS NÃO-ISOMÉTRICAS URL: http://ltid.grc.nasa.gov/Publishing/graphics/.
Como as únicas linhas de um objeto que são desenhadas em ver-
dadeira grandeza em uma perspectiva isométrica são os eixos iso-
métricos ou linhas paralelas a eles, as linhas não-isométricas não
podem ser medidas diretamente. Por exemplo, na Figura 6.17, as
linhas inclinadas BA e CA são mostradas em verdadeira grandeza

DIÂMETRO
RAIO

RÉGUA T

FIGURA 6.13 Arcos em isométrica. FIGURA 6.14 Gabarito isométrico.

BLOCO-GUIA

FIGURA 6.15 Desenhando em papel isométrico.


CAPÍTULO 6 • DESENHO DE PERSPECTIVA 163

6.15 ÂNGULOS EM VISTA ISOMÉTRICA


Um transferidor normal não pode ser usado para medir ângulos
em isométrica1. Medidas angulares devem ser convertidas para
medidas lineares ao longo de linhas isométricas. Os ângulos se
projetam em verdadeira grandeza somente quando o plano do
ângulo é paralelo ao plano de projeção. Um ângulo pode proje-
tar-se maior ou menor que o seu tamanho real, dependendo de
sua posição. Como as várias superfícies de um objeto são geral-
mente inclinadas com relação ao plano de projeção em uma
perspectiva isométrica, ângulos em geral não se projetam em
verdadeira grandeza. Por exemplo, na representação por vistas
ortográficas da Figura 6.18a, nenhum dos três ângulos de 60
graus terão 60 graus na perspectiva isométrica. Use um pedaço FIGURA 6.16 Uso de contornos e arestas invisíveis.
de papel, meça cada ângulo na isométrica da Figura 6.18II e
compare essas medidas com o valor real de 60 graus. Nenhum
dos ângulos é igual ao outro; dois são menores e um é maior que
60 graus. ra 6.18b. Use a distância X para completar a caixa envolvente na
Para mostrar o ângulo, primeiro desenhe a caixa envolvente perspectiva isométrica. Encontre a distância K usando o mesmo
a partir das dimensões dadas, como mostrado na Figura 6.18I, raciocínio e posicione-a na isométrica como mostrado na Figura
exceto a de X, que não é dada. Para achar X, desenhe em tamanho 6.18II. A isométrica completa é mostrada na Figura 6.18III, on-
real o triângulo BDA conforme aparece na vista superior da Figu- de o ponto E é posicionado usando-se a distância K.

usando as p
sferir onta
an s se
cas
Tr

do
co
m
pa
ss
o

FIGURA 6.17 Linhas não-isométricas (medidas em metros).

(Desenho em
escala reduzido)
O
Ã
N
O
Ã

O
N

Ã
N

FIGURA 6.18 Ângulos em isométrica.

1
Podem-se encontrar transferidores isométricos para determinar ângulos em su-
perfícies isométricas nos fornecedores de material de desenho.
164 COMUNICAÇÃO GRÁFICA MODERNA

Mãos à obra 6.1


Caixas envolventes

Objetos retangulares são desenhados facilmente


usando-se caixas envolventes, nas quais se imagina
o objeto estando envolvido em uma caixa retangular
cujos lados coincidem com as faces principais do ob-
jeto.
Desenhe o objeto mostrado nas duas vistas, imagi-
nando-o envolvido em uma caixa.
• Uma caixa envolvente e as distâncias a, b, c, d, e
e f já foram representadas para você.
• Use as vistas dadas como referência e termine
de construir os detalhes do objeto. a

• Escureça suas linhas finais. b

c e

6.16 OBJETOS IRREGULARES


Se o formato geral de um objeto não é de alguma forma retangu- Não é sempre necessário desenhar a caixa envolvente com-
lar, ele pode ser desenhado construindo-se a caixa envolvente. pleta. Pode-se desenhar a base triangular usando-se somente o
Como mostrado na Figura 6.19, vários pontos da base triangular fundo da caixa, como mostrado na Figura 6.19b. O vértice O’ na
são posicionados usando-se os deslocamentos a e b sobre as base pode, então, ser localizado pelos deslocamentos O’A e O’B,
arestas do fundo da caixa envolvente. O vértice é localizado por como mostrado, e a medida C pode ser usada para desenhar a li-
meio dos deslocamentos OA e OB no topo da caixa envolvente. nha vertical O’O.

FIGURA 6.19 Objeto irregular em isométrica.


Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.

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