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Farmacologia
Profº Heder Estrela
Introdução à Farmacologia - 09/02/22
❖ Farmacologia → estuda como substâncias químicas interagem com os sistemas fisiológicos.
❖ Vertentes:
➢ Farmacotécnica: preparo e conservação de medicamentos. Desenvolvimento de
produtos viáveis de serem administrados.
➢ Farmacognosia: obtenção, identificação e isolamento de princípios ativos, a partir
de produtos naturais de origem animal, vegetal ou mineral, para uso terapêutico.
➢ Toxicologia: estuda efeitos nocivos decorrentes das interações de substâncias
químicas com o organismo.
Tipos de medicamento
➔ Quanto à origem:
◆ Natural: extraídos de órgãos ou glândulas, áreas de minério e princípios ativos de
diversas plantas.
◆ Sintética: substâncias preparadas em laboratórios por processos químicos. Tem
composição e ação idênticas aos produtos naturais.
◆ Oficinal: é clássico, corresponde à formulação descrita na farmacopéia.
Ex.: ácido acetilsalicílico 500 mg; tintura de iodo.
◆ Magistral: é personalizado, preparado mediante manipulação em farmácia, a partir
de fórmula constante de prescrição médica. Específico para determinado paciente.
Ex.: digluconato de clorexidina 0,12%, água mentolada 500 ml.
◆ Especialidade farmacêutica: medicamentos produzidos em escala industrial.
Ex.: medicamentos que se compram em caixinhas convencionais nas drogarias.
❖ Produzem reação contrária aos sintomas que ele apresenta, a fim de diminuí-los ou
neutralizá-los.
❖ Seus problemas são os efeitos toxicológicos adversos.
Ex.: Fitoterápicos são alopáticos para ansiedade.
Se um paciente tem febre, o médico receita um antitérmico, este, portanto, é alopático.
Homeopatia → medicamento homeopático.
❖ Medicamento, com mecanismos não conhecidos, usados para fortalecer o organismo e
estimulá-lo a reagir, fortalecendo seus mecanismos de defesa naturais.
❖ Não possui princípio ativo, apenas uma “energia”.
Ex.: Floral ⇒ plantas colocadas sobre um frasco com água são atravessadas por raios UV,
estes que ao penetrarem a água, deixa-a com propriedades adequadas para ser chamada de
medicamento homeopático.
1 - ABSORÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------------
➔ Passagem do fármaco de seu local de administração para o plasma.
➔ Série de processos, pelos quais uma substância externa a um ser vivo, nele penetre
sem lesão traumática, chegando até o sangue.
◆ Ex.: uma administração de medicamento intramuscular precisa de um tempo para
absorver na corrente sanguínea.
◆ OBS.: administração endovenosa não sofre absorção, porque já é direto no sangue.
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2 - DISTRIBUIÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------
➔ Passagem da droga do sangue para os tecidos, que pode ser reversível.
➔ Tecidos com alto fluxo sanguíneo terão distribuição rápida e em maior quantidade e
vice-versa.
Acúmulo ou armazenamento de drogas nos tecidos:
➢ Drogas muito lipossolúveis (anestésicos e inseticidas) → droga no sangue → tecido
adiposo.
➢ Algumas substâncias, como a droga ilícita LSD, deprimem o SNC e podem ficar retidos no
tecido adiposo e, depois de algum tempo, retornam à corrente sanguínea um tempo depois,
por meio da redistribuição, que pode intoxicar o paciente.
➢ Pessoas que perdem peso rapidamente podem ter uma intoxicação por perda de muitos
adipócitos, já que substâncias como metais pesados e inseticidas ficam armazenadas nesses
adipócitos.
Fatores que interferem na distribuição:
A. Ligados ao fármaco:
➢ Solubilidade do fármaco.
➢ Peso molecular.
➢ Carga elétrica.
➢ Coeficiente de partição óleo/água.
➢ pKa.
➢ Ligação a proteínas plasmáticas.
○ MUITO IMPORTANTE → varfarina se liga à albumina, a proteína mais
presente no plasma sanguíneo.
○ Quanto mais ligado a proteínas, menor a distribuição dos fármacos para os
tecidos e maior o tempo que ele permanece na corrente sanguínea.
○ O plasma é hidrossolúvel, logo, o fármaco lipossolúvel não se mantém por
muito tempo na corrente sanguínea e logo atravessa a plasmática, sendo
distribuído para outros tecidos.
○ Anticoagulantes são compostos interessantes de se manter dentro da
corrente sanguínea, por exemplo, por isso eles precisam ser hidrossolúveis e
se acoplar à proteínas plasmáticas.
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Modelos farmacocinéticos
1. Monocompartimental ⇒ o corpo é imaginado como um só compartimento, onde o
fármaco penetra e é eliminado.
● É um valor fixo que indica como a distribuição está ocorrendo, pode ser encontrado na bula
técnica do medicamento.
● Na distribuição, é importante levar em conta a água corporal, que representa cerca de 50 a
70% do peso do organismo distribuída em 4 compartimentos. O volume plasmático é de
aproximadamente 4L.
● Quanto menor a concentração plasmática encontrada, maior a distribuição tecidual.
● Alto VDA indica que o fármaco vai ser concentrado nos tecidos em maior proporção
que no sangue e vice-versa.
● Substâncias químicas que praticamente não deixam o espaço vascular, como o
corante azul de Evans que tem VDA para humanos de 3 a 5L, isto é, somente o volume
plasmático, assim possuem baixo VDA.
● VDA de 40 a 70 L ⇒ álcool e ureia têm distribuição homogênea em volume maior nos
tecidos.
● VDA > 70L ⇒ acúmulo em território extravascular, por exemplo o LSD.
● VDA em outra unidade de medida (L/kg): sempre multiplica o volume por 70, que é a
massa padrão de comparação (homem de 70 kg).
○ 10L/kg → 10L x 70 = 700L.
- 6: gene específico.
■ Amitriptilina (antidepressivo) –CYP2D6→ metabólito inativo.
■ Quanto menos enzimas presentes, mais lento se torna o metabolismo,
aumentando o tempo de ação do fármaco. No caso contrário, há risco do
fármaco perder o efeito.
○ Fluoxetina → inibidor da CYP2D6.
■ Diminui o metabolismo e aumenta o tempo de meia vida do fármaco.
■ Causa intoxicação por não haver inativação do fármaco.
○ Carbamazepina → estimula a CYP2D6.
■ Aumenta o metabolismo e diminui o tempo de meia vida do fármaco.
■ Diminui o efeito do fármaco porque ele é inativado com maior rapidez.
OBS1: o uso de álcool e tabaco pode estimular as enzimas CYP, diminuindo a
atuação do fármaco.
OBS2: a alimentação influencia na expressão enzimática como CYP, etc.
○ Paracetamol: acetaminofeno.
■ Glutationa-transferase liga glutationa no metabólito NAPQI, proveniente
do metabolismo do acetaminofeno, para transformá-lo em um produto
menos tóxico. Em superdose, o NAPQI é muito produzido e não há
glutationa suficiente para conjugar-se nele, tornando o processo tóxico e
promovendo, eventualmente, a morte de hepatócitos. N-acetilcisteína
(NAC) é o antídoto que é administrado para aumentar a quantidade de
glutationa disponível para conjugação.
OBS.: glucuronil-transferase é pouco presente em crianças recém-nascidas, por isso não se pode
usar alguns fármacos que precisem dessa enzima para realizar o metabolismo.
Tolerância
● Redução das respostas farmacológicas por uso contínuo, por um longo período, assim a
dose deve ser reajustada.
Aspirina (AAS) –Fase 1→ ácido salicílico –Fase 2→ glicuronídeo
● Reações:
○ Fase 1: oxidação, redução, hidrólise.
■ Convertem o medicamento original em mais polar.
○ Fase 2: sulfatação (sulfatotransferase transferem sulfato para molécula do fármaco),
glicuronidação, metilação e acetilação.
■ Aumentam muito a hidrossolubilidade do metabólito.
4 - EXCREÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------
● Retirada do fármaco inalterado e/ou seus metabólitos do organismo.
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● Vias: urina (90% da excreção), fezes (5% da excreção), ar, lágrimas, suor, saliva, líquido
seminal, leite materno.
● Fatores que interferem na excreção:
○ Ligados ao paciente:
■ Quanto maior o fluxo sanguíneo renal, maior a excreção do fármaco.
■ Quanto maior o número de patologias ou mais avançada uma patologia
renal, por exemplo, diminui a excreção.
■ Quanto mais velho o paciente, menor a funcionalidade dos néfrons e
menor a excreção dos fármacos.
■ pH dos túbulos renais.
○ Ligados ao fármaco:
■ Solubilidade do fármaco → quanto mais lipossolúvel o fármaco, maior a
reabsorção do fármaco e menor a excreção (solubilidade do fármaco).
■ Ligação nas proteínas plasmáticas → quanto mais o fármaco se ligar às
proteínas plasmáticas, como a albumina, maior a reabsorção e menor a
excreção.
■ pKa (caráter ácido-base)
Sobre o pH envolvendo tanto o paciente quanto o fármaco:
- Anfetamina: fármaco lipossolúvel com caráter básico. Digamos que o pH desse fármaco é
de 6,5 (mais baixo que as bases usuais) e o pH dos túbulos renais é de 6,5. Tendo em vista o
pKa sendo o equilíbrio entre forma não ionizada (50%) ⇋ ionizada (50%), e a forma
ionizada se difunde para o epitélio, sofrendo absorção, tem-se seguintes simulações:
⇒ Simulação 1: pH do fármaco de 9,0 e pH ácido (inferior a 7) nos túbulos renais →
equilíbrio desloca para a direita (no sentido da forma ionizada), pois a base recebe prótons
(H+) aumentando a ionização da anfetamina e diminui a reabsorção, aumentando a
excreção.
⇒ Simulação 2: pH do fármaco é ácido e pH dos túbulos renais é 6,5 → desloca para a
esquerda para ionizar menos, reabsorvendo mais.
- Conclusão:
1. Alcalinização da urina → aumenta a excreção ácida.
Ex.: Pessoa intoxicada com gardenal, cujo princípio ativo é o fenobarbital que
possui um pH ácido, é medicada com uma base usada para alcalinizar a urina e
excretá-lo mais na urina.
2. Acidificação da urina → aumenta a excreção básica.
- Fármaco ácido com meio ácido ou fármaco básico com meio básico: desloca o equilíbrio
para a esquerda. (no sentido da não ionização) → diminui a excreção (aumenta a
reabsorção).
○ Via renal:
Resumo:
Gráfico farmacocinética
● Classificação de medicamentos:
○ Ação inespecífica:
■ Não interagem diretamente com receptores farmacológicos.
■ Produzem alterações nas propriedades físico-químicas, mudanças em
mecanismos e funções celulares.
■ N-acetilcisteína: agente fluidificante. Quebra as pontes de dissulfeto de
mucoproteínas, aumentando a fluidez do muco do trato respiratório.
■ Dimeticona e simeticona: agente antifisético ou carminativo → diminui a
tensão superficial das bolhas de gás, facilitando sua eliminação.
■ Antiácidos → Al(OH)3, Mg (OH)2.
○ Ação específica:
■ Ligam-se a receptores ou aceptores formando um complexo
fármaco-receptor e, desta forma, alteram processos bioquímicos e
fisiológicos das células.
■ O fármaco deve interagir quimicamente com um ou mais constituintes
celulares para produzir uma resposta farmacológica.
■ Receptor: qualquer macromolécula do organismo, que interage com
compostos endógenos, e ao formar o complexo ligante-receptor, inicia
alterações bioquímicas e fisiológicas dentro de uma célula ou tecido (efeito).
■ Alvos de ação de fármacos:
● Enzimas
● Proteínas transportadoras
● Canais iônicos
● Proteínas de membrana
● Proteínas citoplasmáticas
● Ácidos nucleicos – quimioterápicos, por exemplo
- Receptores de catecolaminas
- GABA-B (ligados à proteína Gi).
- Muscarínicos.
- Metabotrópicos (ligados à proteína G com 3 subunidades, uma delas ligada ao
GTP, de onde advém a nominação G dessas proteínas).
● Tipos de proteína G:
○ G estimuladora (Gs) → ativa canais de Ca2 +, ativa adenilil ciclase.
○ G inibitória (Gi) → ativa canais de K +, inibe a adenilil ciclase.
○ G0 → inibe canais de Ca2 +.
○ Gq → ativa a fosfolipase C.
○ G12/13 → diversas interações com transportadores de íons.
OBS: O cálcio causa contração do músculo liso → vasoconstrição.
● Enzimas fosfodiesterases degradam AMP cíclico e GMP cíclico.
○ Viagra inibe fosfodiesterases → aumento do GMP cíclico → relaxa m. liso →
aumenta a ereção.
● Receptores ligados à proteína quinase → insulina.
○ Respondem a mediadores proteicos (hormônios, fatores de crescimento, citocinas e
insulina).
○ Receptores tirosinaquinase → queratinócitos e fibroblastos.
● Receptores citoplasmáticos e nucleares:
○ Receptores ligados à transcrição de genes (receptores nucleares).
○ Receptor de estrogênio.
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● Eficácia:
○ Fármacos mais eficazes são aqueles que produzem ativação de maior número de
receptores.
○ Eficácia negativa: causa efeito contrário à função do receptor.
● Agonista:
○ Substância que, ao ligar-se ao receptor, produz ativação do mesmo levando ao efeito
farmacológico → resposta intrínseca.
○ Quanto maior a concentração, maior a eficácia.
○ Tipos:
■ Agonista pleno ou total: resposta tecidual máxima.
■ Agonista parcial: resposta tecidual submáxima, mesmo com todos os
receptores ligados.
● Agonista pleno x agonista parcial: diminui a resposta do agonista
pleno, mas ainda é maior que a resposta do agonista parcial.
○ Exemplo 1: pindolol, agonista parcial, compete com os
receptores beta-1 do coração para diminuir a ação da
noradrenalina, agonista pleno.
○ Exemplo 2: buprenorfina, agonista parcial, modula a ação
da morfina, agonista pleno.
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○ Doses:
■ Baixas: 1,0 a 1,5 microgramas/kg/min →
vasodilatação de arteríola aferente e leitos
mesentéricos → efeito nefroprotetor.
■ Moderadas: 5,0 a 15 microgramas/kg/min →
inotropismo positivo (beta-1) e vasodilatação da
arteríola aferente renal (aumento da taxa de
filtração glomerular) e leitos mesentéricos (D1).
■ Doses elevadas: > 15 microgramas/kg/min, acima de
10 → aumento da resistência vascular periférica
(alfa-1).
■ Faz muito mais arritmia cardíaca do que a
adrenalina e a noradrenalina.
○ Indicações:
■ Choque circulatório: choque séptico, choque
cardiogênico e choque anafilático.
■ Hipotensão severa.
○ Desvantagens e reações adversas:
■ Arritmogênica.
■ Vasopressor fraco.
■ Angina.
■ Necrose tecidual no extravasamento.
● Dobutamina
○ Agonista seletivo de beta-1 adrenérgico → inotrópico
(força de contração do coração) de primeira escolha.
○ Indicações:
■ Choque cardiogênico.
■ Insuficiência cardíaca aguda ou descompensada.
○ Não deve se infundir na mesma via do bicarbonato.
○ Seu tempo de meia-vida é curto.
○ Reações adversas:
■ Arritmias.
■ Angina.
■ Flebite no local da infusão (inflamação de uma veia
superficial).
■ Agonistas alfa-1 adrenérgicos:
● Descongestionante nasal, hipotensão grave → fenilefrina e
nafazolina.
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○ Receptores colinérgicos
■ Receptores muscarínicos:
○ M2:
■ Coração e músculo liso.
■ Receptor acoplado à proteína G (inibição da
adenilato ciclase: redução de AMPc e ativação dos
canais de K+).
■ Redução da FC e da força de contração →
INIBIÇÃO.
○ M3:
■ Glândulas secretoras, músculos lisos.
■ Receptor acoplado à proteína G → fosfolipase
C/fosfatidilinositol: IP3, DAG, Ca2+.
■ Secreção glandulares; contração muscular →
estimulação.
■ Receptores nicotínicos:
● Agonistas colinérgicos
○ Drogas colinérgicas de ação direta ⇒ AGONISTAS MUSCARÍNICOS
■ Mimetizam os efeitos da estimulação dos neurônios colinérgicos, atuando
diretamente em receptores de acetilcolina.
■ Outros exemplos: carbacol, pilocarpina e muscarina.
■ Não pode ser usada na terapêutica, porque antes de chegar no local
de ação, ela já terá sido destruída pela acetilcolinesterase.
■ Uso terapêutico: NÃO SÃO USADAS REGULARMENTE.
● Drogas de baixa segurança e não tem especificidade por nenhum
receptor, ia ativar reações parassimpáticas exacerbadas,
desencadeando uma série de sintomas ao invés de agir apenas onde
eu quero que aja.
● Pilocarpina: tratamento de glaucoma, melhorando a drenagem do
humor aquoso.
● Betanecol: agonista muscarínico → diminui FC, sialorreia, diarreia,
micção e contração muscular lisa.
○ Usado para estimular a bexiga atônica principalmente após
o parto.
● Metacolina: aumenta a mobilidade gástrica.
○ Melhor administrar laxante para instigar a mobilidade
intestinal de forma mais local.
■ Mecanismo de ação:
● Ligam-se aos receptores muscarínicos.
● Seus efeitos equivalem àqueles dos impulsos nervosos
parassimpáticos pós-ganglionares.
● Parassintomiméticos: m. liso, glândulas, sistema cardiovascular.
■ Efeitos colaterais e contra indicações:
● Exacerbam a ação do SNP.
○ Aumentam sudorese, cólicas abdominais, secreção salivar.
● Hipotensão e bradicardia.
● Úlceras pépticas.
● Contraindicados em pacientes com asma, pois causa
broncoconstrição.
○ Drogas colinérgicas de ação indireta ⇒ ANTICOLINESTERÁSICOS
■ Agentes anticolinesterásicos.
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● Mecanismo de ação:
○ Inibição irreversível da acetilcolinesterase.
● Tratamento da intoxicação:
○ Os efeitos muscarínicos podem ser controlados com doses
adequadas de agentes antimuscarínicos como atropina.
○ Intoxicações por organofosforados podem-se utilizar
também reativadores das colinesterases.
■ PRALIDOXIMA: desloca o organofosforado da
acetilcolinesterase e reativa a enzima.
● Antagonistas colinérgicos
○ Drogas anticolinérgicas ou parassimpatolíticas:
■ Antagonistas competitivos de receptores muscarínicos (M1, M2, M3 e
M4):
● Atropina: atropina e espasmocron.
○ Mais potente e menos específica, causa muitas reações
adversas.
● Escopolamina ou hioscina: buscopan, veratropan.
○ Potência menor e ação mais direcionada para receptores das
vísceras (TGI e trato geniturinário).
○ Alívio de cólica.
● Homatropina: espasmo luftal.
● Brometo de ipratrópio → potência mais baixa e com boa margem
de segurança, age melhor nas vias respiratórias.
○ Broncodilatador e antiasmático.
■ Efeitos farmacológicos:
● SNC:
○ Atropina produz excitação.
○ Escopolamina produz depressão.
● Sistema cardiovascular:
○ Aumento da frequência cardíaca.
● TGI:
○ Redução da motilidade e secreção gástrica.
● Secreções:
○ Redução da secreção pelas glândulas salivares, sudoríparas,
lacrimais e brônquicas.
● Músculo liso:
○ Broncodilatação → relaxamento de músculos lisos aparelho
urinário.
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● Olhos:
○ Midríase, cicloplegia (paralisia da acomodação visual).
■ Usos terapêuticos:
● TGI:
○ Agentes antiespasmódicos para distúrbios gastrointestinais.
○ Utilizado no tratamento de úlcera péptica.
● Medicação pré-anestésica:
○ Diminuem a secreção nas vias respiratórias produzida pelos
anestésicos gerais → broncodilatador, inibe reflexos vagais.
● Olhos:
○ Dilatação da pupila (midríase) e cicloplegia (paralisia do
músculo ciliar do olho, resultando na perda da capacidade
de acomodação visual).
● Tratamento de intoxicação pelos anticolinesterásicos:
○ Diminuição da bradicardia.
○ Antagoniza o aumento da secreção nos brônquios.
■ Efeitos colaterais:
● Em superdose promovem ressecamento da boca.
● Aumento da frequência cardíaca.
● Uso prolongado pode levar à retenção urinária.
● Intoxicação por atropina:
○ Paralisia generalizada dos órgãos inervados pelos
parassimpáticos.
○ Tratamento sintomático → fisostigmina
(anticolinesterásico).
Junções neuromusculares
● Bloqueadores neuromusculares:
○ Pacientes que precisam ser entubados recebem bloqueadores de junções
neuromusculares para que os músculos esqueléticos da respiração não atrapalhem o
trabalho do aparelho de ventilação mecânica.
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○ Efeitos colaterais:
■ Hipertermia maligna: paciente atinge febre superior à 40°C. Pode alterar a
produção de energia da mitocôndria. Se a pessoa é medicada com
succinilcolina e tem esse efeito colateral, é importante que ele não volte a ser
medicado com succinilcolina de novo, porque há risco de morte.
■ Bradicardia
■ Hipercalemia
■ Hipertensão intraocular e cerebral
■ Mialgia pós-operatória
■ Paralisia prolongada
○ Finalidades:
■ Facilitar a intubação traqueal.
■ Facilitar técnicas cirúrgicas (relaxamento muscular e imobilidade).
■ Corrigir laringo e o broncoespasmo.
■ Complementar a terapêutica de convulsões.
■ Diminuir as dosagens dos anestésicos gerais.
■ Facilitar a respiração controlada mecânicas.
○ Outras opções:
■ Cirurgias → relaxamento muscular durante a
cirurgia: ação duradoura e reversível.
■ Afecções espásticas → tétano.
■ Controle das convulsões → epilepsias.
■ Manobras ortopédicas.
■ Laringoscopia, broncoscopia, etc.
○ Descurarização: inibição da colinesterase plasmática com a
finalidade de aumentar a concentração de ACh na fenda
sináptica.
■ Tempo de ação em 20 minutos.
● Para reverter o seu efeito → administrar
carbamatos como a fisostigmina para
impedir a acetilcolinesterase de destruir a
ACh.
● Não pode deixar tanta acetilcolina assim,
então se combina neostigmina, que é um
anticolinesterásico que apresenta atividade
nicotínica e muscarínica, seu uso deve ser
precedido de um anticolinérgico (Atropina)
→ assim se evita a exacerbação dos efeitos
do parassimpático em outros locais do
corpo além da placa motora.
○ Miastenia grave: doença neuromuscular de origem
autoimune, que na sua forma mais comum provoca graus
variáveis de cansaço e fraqueza muscular, atingindo
preferencialmente os músculos de contração voluntária, tais
como os dos braços, pernas, face, olhos e os músculos
torácicos responsáveis pela respiração.
■ Anticorpos da pessoa inibem os receptores
nicotínicos, logo, a pessoa fica com paralisia flácida.
Além dos imunossupressores, podemos utilizar
medicamentos que inibem a acetilcolinesterase e
aumenta, por consequência, a ACh. Ele usa esse
medicamento de maneira diária, logo, terá sintomas
típicos com o aumento da salivação,
broncoconstrição, bradicardia, etc.
Antihipertensivos
Vitória Fernandes Serafim - T28A
● Determinantes da PA
○ PA = DC x RVP
■ DC (débito cardíaco), RVP (resistência vascular periférica).
■ DC = VS x FC → VS (volume sistólico), FC (frequência cardíaca).
● Classificação PA:
insulina → aumenta a
glicemia.
OBS: em pessoas diabéticas pode
piorar tudo, porque diminui ainda
mais a liberação de insulina.
Entretanto, pode melhorar, porque
inibe a glicogenólise no fígado e
diminui a glicemia. Podem, até
mesmo, mascarar sinais e sintomas
de hipoglicemia como tremores,
sudorese fria e taquicardia.
● Contraindicação:
○ Betabloqueadores não devem ser
associados com bloqueadores de
canais de cálcio (verapamil e
diltiazem).
● Efeitos colaterais/reações adversas:
○ Elevação de triglicerídeos
plasmáticos → inibe beta-2 no
fígado.
○ Redução do HDL.
○ Bradicardia.
○ Broncoconstrição (propranolol).
○ Fadiga.
○ Sedação (propranolol)
○ Alterações glicêmicas
(propranolol).
○ Disfunção erétil (propranolol).
■ Beta-2 nos corpos
cavernosos, diminuindo
óxido nítrico e diminui a
ereção.
○ Depressão (propranolol).
○ Redução do fluxo sanguíneo nas
extremidades (extremidades frias)
→ devido à diminuição do débito
cardíaco.
Vitória Fernandes Serafim - T28A
○ Ação central:
■ Atuam no SNC inibindo os neurônios do centro
vasomotor, diminuindo a ativação elétrica das fibras
simpáticas, diminuindo a descarga adrenérgica na
periferia.
■ Alfametildopa e clonidina.
■ Agonistas de receptores alfa-2 adrenérgicos (ação
pré-sinápticas).
● Clonidina: Ativam receptores alfa-2
inibitórios (Gi) do centro vasomotor →
diminui a descarga adrenérgica → diminui
ação simpática.
● Alfametildopa: é um pró-fármaco,
transportado para dentro do botão
sináptico → alfa metil-noradrenalina é o
princípio ativo.
Vitória Fernandes Serafim - T28A
■ Indicações:
● HAS estágios 1, 2 e 3.
● HAS em afrodescendentes.
● HAS associadas à doença renal crônica
grave.
● HAS em terapia intensiva – clonidina →
usada como sedativo, pois diminui
glutamato em vias de dor, diminuindo a
sensação dolorosa.
● Pré-eclâmpsia (aumento de PA na terceira
semana gestação) e outras hipertensões na
gravidez – alfametildopa (classificação B
de risco).
■ Efeitos colaterais:
● Hipotensão postural.
● Sedação.
● Déficit de concentração.
● Aumento de risco de depressão pós-parto.
● Sinais extrapiramidais → diminuição da
síntese de dopamina (alfametildopa).
● Disfunção sexual (alfametildopa).
● Anemia hemolítica (alfametildopa).
● Hipertensão rebote → a PA sobe quando a
droga é metabolizada e eliminada
(clonidina).
● Vasodilatadores diretos
○ Ativação dos canais de K + e consequente hiperpolarização
da membrana do músculo liso vascular.
○ Vasodilatação de arteríolas → diminui o retorno venoso.
■ Devido à saída de potássio da célula, deixando ela
ainda mais negativa, causa hiperpolarização e
dificulta ainda mais a ativação de canais de cálcio,
Vitória Fernandes Serafim - T28A
■ Captopril
■ Enalapril (pró-fármaco)
■ Indicações:
● HAS estágios 1, 2 e 3.
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● IC.
● Cirrose hepática.
● Pós-infarto do miocárdio.
● Doença renal crônica → SRAA fica muito ativado e faz muita
fibrose renal.
■ Efeitos colaterais:
● Hipotensão.
● Hipercalemia → devido à redução de aldosterona.
○ Causa arritmias cardíacas.
● Tosse seca devido ao aumento de bradicinina nas vias aéreas → ação
de broncoconstrição, causando irritação e um pouco de edema nas
vias aéreas.
● Angioedema →devido ao aumento de bradicinina nas vias aéreas.
■ Cuidados:
● Respondem menos na raça negra.
● Contraindicados durante a gestação (classificação D de risco) →
efeitos hipertróficos e proliferativos são inibidos e trazem má
formação fetal no último trimestre de gestação.
○ Alisquireno
■ Hidroclorotiazida (Clorana®)
● Geralmente ocorre uma vez ao dia.
● Só existe via oral.
■ Clortalidona e indapamida também são exemplos dessa classe de diuréticos.
■ Indicações: HAS estágios 1, 2 e 3, edema, IC e IR.
■ Efeitos colaterais/reações adversas:
● Hipocalemia → com o aumento da concentração de sódio no
túbulo, instiga a bomba Na+/K+ e a abertura de canais de sódio na
face luminal do túbulo (a partir da ação da aldosterona nos
receptores de mineralocorticoides no citoplasma celular) a
transportar o potássio para dentro do túbulo e o sódio para fora
dele.
● Hiperuricemia
● Hiperglicemia
○ Diuréticos osmóticos
■ Manitol endovenosa → carboidrato grande que não passa para o
interstício, se mantém na corrente sanguínea e puxa água do interstício por
conta do aumento da pressão dentro do vaso e consequentemente
osmótica, faz diurese intensa no indivíduo.
● Mecanismo de ação: aumento da osmolaridade no interior dos
túbulos renais. É livremente filtrado.
● Locais de ação: túbulo proximal → ramo descendente da alça de
henle, final do túbulo distal e ductos coletores.
● Usos: hipertensão intracraniana aguda (emergência), elevação
aguda da pressão intraocular.
○ Aumento da osmolaridade plasmática por solutos que não
entram no olho nem no cérebro.
● Efeitos colaterais/reações adversas: expansão transitória do volume
de líquido extracelular.
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IECA x BRA → reduz a pressão arterial, mas aumenta o risco de insuficiência renal aguda,
diminuindo a função renal e não diminui o número de mortes.
● Efeitos farmacológicos:
○ Dilatação de grandes artérias coronárias
■ Sem alteração na autorregulação dos pequenos
vasos coronarianos.
■ Redistribuição do fluxo coronariano para áreas
isquêmicas (circulação colateral).
○ Vasodilatação periférica
■ Maior ação nas veias do que nas arteríolas,
resultando em redução na pré-carga e em menor
intensidade redução na pós-carga.
○ Antiagregante plaquetário
■ Aumento do GMPcíclico nas plaquetas reduz a
agregação plaquetária.
■ OBS: A principal característica que discrimina
entre drogas anticoagulantes e antiplaquetárias é
que as antiplaquetas inibem a formação de
trombos, impedindo a agregação de plaquetas. Em
contraste, os anticoagulantes impedem a formação
de trombos através do atraso na formação de
fibrina. Portanto, ambas as classes de drogas
antitrombóticas têm suas próprias aplicações.
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● Efeitos colaterais:
○ Hipotensão ortostática
○ Taquicardia reflexa (cuidado!)
○ Cefaleia pulsátil → dilatação dos vasos meníngeos
○ Tontura
○ Rubor
○ Síncope
● Tolerância:
○ Exposição contínua ou frequente aos nitratos orgânicos
pode levar à tolerância.
○ A possível causa é a depleção celular dos grupos sulfidrila
(-SH).
○ O fenômeno de tolerância tem sido atribuído à depleção
dos radicais sulfidrila (radicais tióis) existentes na parede dos
vasos.
● Interação medicamentosa: inibidores da fosfodiesterase 5:
sildenafil, vardenafil e tadalafil.
● Usos:
○ Hipertensão pulmonar
○ Disfunção erétil
○ Insuficiência cardíaca
● 11 tipos de PDEs: degradam AMPc e GMPc
○ PDE-5: musculatura lisa do corpo cavernoso e pulmões.
○ PDE-1 e 3: coração.
○ PDE-6: retina.
○ PDE-11: músculo esquelético.
● Alívio da crise:
○ Iniciar com via sublingual - até 3 doses, com intervalos de 5
minutos.
○ Se não aliviar → iniciar administração de nitroglicerina
(eficácia e início imediato) via endovenosa.
● Efeitos colaterais: hipotensão, taquicardia e cefaléia.
● Prevenção das crises:
○ Nitratos de liberação prolongada ou de longa duração.
○ Betabloqueadores → seletivos beta-1 são mais tolerados.
■ Atenolol.
■ Correção da dose pela resposta bradicárdica.
■ Retirada gradual: risco de efeito rebote e quadro
isquêmico grave.
■ Não usar na angina vasoespática.
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Insuficiência Cardíaca
● Síndrome cardiovascular definida como incapacidade do coração de gerar um adequado
débito cardíaco para atender às necessidades metabólicas dos tecidos.
○ Coração não consegue bombear sangue suficiente para suprir as necessidades
metabólicas do organismo, ou só o faz através de elevadas pressões de enchimento.
● Classes:
○ Grau I: doença presente, mas seu portador não percebe desconforto respiratório e
pode executar sem dificuldades suas atividades habituais.
○ Grau II: doença presente, produz leve grau de limitação física de modo que o
indivíduo pode executar suas atividades habituais com algum grau de desconforto
respiratório, palpitações taquicárdicas e fatigabilidade.
○ Grau III: doença presente, paciente passa a apresentar dificuldade de realizar
esforço físico, mas no repouso ainda se sente confortável.
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○ Grau IV: paciente não consegue realizar qualquer esforço físico sem sentir
dispneia, que até no repouso se manifesta.
● Fração de ejeção reduzida (disfunção sistólica): volume de sangue que é ejetado do
coração durante a sístole (que deveria ser de 70% começa a diminuir para 50 até 30%,
causando prejuízo para o paciente).
● Fração de ejeção preservada (disfunção diastólica): alteração no relaxamento
ventricular associado à rigidez e baixa complacência, levando a elevações nas pressões de
enchimento.
● Fisiopatologia
○ Descarga adrenérgica renal excessiva tende a causar disfunção renal.
■ Aumento da descarga de angiotensina no rim causa aumento de EROS e
fibrose.
■ Retém sódio e água, aumenta a volemia.
■ Altera a sensibilidade de receptores mineralocorticoides.
● Farmacoterapia
○ Sugestão de associação medicamentosa: para beta-1 e beta-2 (propranolol), para
alfa-1 vasodilatador bloqueador de canal de cálcio diidropiridina (anlodipina),
hidralazina, furosemida, IECA/BRA, espironolactona.
○ Terapêutica atual: dinâmica circulatória desordenada e remodelagem cardíaca
patológica.
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○ Digitálicos:
■ Digoxina → retirada da dedaleira, uma planta cujo nome científico é
Digitalis purpurea.
● Glicosídeos cardíacos.
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Antiarrítmicos
● Eletrofisiologia cardíaca
○ Arritmias cardíacas:
■ Alterações na formação e/ou propagação da excitação que resultam em
sequência alterada da excitação atrial, ventricular ou da transmissão
átrio-ventricular.
■ Algumas arritmias podem causar danos à maquinaria de contração do
miocárdio, causando problemas de débito cardíaco, podendo causar
choque no paciente.
■ Fármacos antiarrítmicos:
● São substâncias que afetam os canais ou receptores iônicos
cardíacos, alterando o potencial de ação cardíaco ou sua geração ou
propagação. Isso resulta em mudanças na propagação da ativação
ou no padrão de repolarização. Assim, essas drogas suprimem a
arritmia cardíaca.
● Classificação de Vaughan-Williams:
○ Classe I: bloqueio dos canais de Na+ → diminuição da
automaticidade das células do nó sinusal. Aumentam a
duração da fase 4 (repouso) e causam a diminuição da FC.
■ A → dissociação intermediária.
● Quinidina: bloqueio moderado dos canais
de Na+ (intermediária) e bloqueio de canais
de K+ → uso incomum.
■ B → rápida dissociação.
● Lidocaína (via endovenosa): bloqueio leve
dos canais de Na+ → utilizada apenas em
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■ Verapamil e diltiazem.
○ Classe V: miscelânea de fármacos.
■ Conjunto de fármacos que não se enquadram nas
outras 4 classes.
■ Envolve vários medicamentos, usados para outras
indicações, inclusive, que possuem propriedades
antiarrítmicas.
■ Agonistas de receptores purinérgicos.
■ P1 - Adenosina.
■ P2 - ADP (P2Y12).
■ A1 - miocárdio.
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○ Neste caso houve obstrução completa de uma artéria coronária, o que levou a um
supranivelamento do segmento ST, observado no ECG.
■ Diagnóstico: infarto do miocárdio.
■ Síndrome coronária aguda e isquemia miocárdica.
● Inclui a angina instável e o infarto agudo do miocárdio.
○ No caso, o paciente recebe oxigenoterapia e nitrato sublingual, que, na angina
estável, alivia a dor do paciente. Na síndrome coronária e isquemia miocárdica, a
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angina não passa apenas com a administração dos nitratos, devendo ser
administrado um analgésico, como a morfina, para alívio de tal sintoma.
○ Lesão da parede do vaso estimula a ocorrência da vasoconstrição local. Isso
desencadeia os mecanismos que ativam a agregação plaquetária e a coagulação,
podendo formar trombos.
● Antiagregantes plaquetários:
○ Inibidores irreversíveis e seletivos da COX-1:
■ O ácido acetilsalicílico (AAS) é o antiagregante plaquetário mais antigo, o
qual é um inibidor irreversível e seletivo da COX-1.
● Náuseas e vômitos.
● Neutropenia.
● Trombocitopenia, causando púrpuras.
■ Quando não usar o AAS, mas sim o clopidogrel:
● Pós AVC isquêmico, pois o clopidogrel é mais seguro.
● Casos de alergia a AAS.
● AAS pode causar gastrite, úlcera, desconforto gástrico, sintomas
que se não forem tolerados pelo paciente, devem levar à troca do
medicamento.
● Anticoagulantes
○ Usados para prevenir:
■ TVP
■ Extensão da TVP estabelecida
■ TEP
■ Trombose e embolização em pacientes com fibrilação atrial.
■ Trombose em próteses valvulares cardíacas.
■ Coagulação em circulação extracorpórea.
● Ex.: durante a hemodiálise.
■ Infarto do miocárdio em pacientes com angina instável.
○ Medicamentos:
■ Heparina:
● Muitas vezes como heparina de baixo peso molecular.
● É utilizada de forma aguda.
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○ Heparinas:
■ Heparina não fracionada
● Se liga na antitrombina III e, juntas, inibem o fator Xa de
coagulação e, também, a trombina.
● Tem maior risco de sangramento, o que faz com que seja necessário
monitorar o paciente através do TTPa, que é o tempo da
tromboplastina parcial ativado, que possibilita o ajuste de dose do
medicamento de acordo com as necessidades do paciente.
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● Reações adversas:
○ Hemorragia.
○ Trombocitopenia grave por reação imunológica.
■ As unidades de heparina não fracionada tendem a
se ligar na plaqueta, levando a um mecanismo que
acarreta sua lise.
● Eliminação por via renal e biliar
■ Heparina fracionada ou de baixo peso molecular
● Se liga na antitrombina III e, assim, inibe apenas o fator Xa de
coagulação (não inibe a trombina).
○ Como não inibe a trombina, não interfere em outras vias de
sinalização como a heparina não fracionada.
○ Tem um efeito mais previsível, um perfil farmacológico
mais estável e uma meia vida mais longa, o que faz com que
o monitoramento a partir da TTPa seja dispensável.
■ Faz-se apenas uso do protocolo para ajustar a dose
ao peso do paciente.
■ Enoxaparina
● É completamente eliminada pelos rins ⇒ cuidado com pacientes
com problemas renais graves não podem receber heparina
fracionada.
● Pode ser utilizada por gestantes.
■ Fondaparinux
● Inibição seletiva do fator Xa mediada pela antitrombina III.
● Potencializa em aproximadamente 300 vezes a neutralização
fisiológica do fator Xa pela ATIII.
● É semelhante às heparinas, mas é outra molécula que não a
heparina.
● Pouco utilizado, porque é mais caro.
■ Antídoto das heparinas: protamina (Protamin).
■ Comparação entre os tipos de heparina: fracionada e não fracionada:
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● Trombolíticos ou fibrinolíticos
○ Devem ser utilizados até 12h após o infarto agudo do miocárdio com supra de ST.
○ Estreptoquinase, tenecteplase, reteplase, alteplase.
○ Contraindicações:
■ Episódio pregresso de hemorragia intracraniana em qualquer época da vida.
■ AVC isquêmico < 3 meses (exceto os casos com menos de 3h).
■ Neoplasia intracraniana conhecida.
■ Suspeita diagnóstica de dissecção aguda de aorta.
■ Sangramento interno ativo.
■ Hipertensão acentuada (PA > 180x110 mmHg) e não controlada.
■ Histórico de HAS acentuada.
■ Uso corrente de terapia anticoagulante (INR maior ou igual a 2-3).
■ Trauma recente, incluindo trauma cranioencefálico (em 2 a 4 semanas).
■ Procedimentos cirúrgicos de grande porte dentro das 3 últimas semanas.
■ Sangramentos internos dentro das últimas 2 a 4 semanas.
■ Gestação.
■ Úlcera péptica ativa.
○ ALTEPLASE:
■ Produzida por tecnologia de DNA recombinante, é essencialmente igual ao
ativador do plasminogênio (t-PA) humano. Como é produzido pelo ser
humano, não causa formação de anticorpos, podendo ser administrado por
mais de uma ocasião.
■ Deverá ser administrada EV na forma:
● 15 mg EV em bolus.
● 0,75 mg/kg - máximo de 50 mg – em 30 minutos.
● 0,50 mg/kg - máximo de 35 mg – em 60 minutos.
■ Plasminogênio → plasmina → quebra a rede de fibrina.
● Alteplase ativa o plasminogênio em plasmina que quebra a rede de
fibrina.
● Hipolipêmicos ou antilipidêmico ou antidislipidêmicos
○ Absorção intestinal de colesterol e outros lipídeos:
■ NPC1L1 - proteína C1 - símile de Niemann-Pick 1.
■ ACAT - colesterol aciltransferase → deixa o colesterol mais lipofílico.
■ DGAT - diacilglicerol aciltransferase.
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○ Receptores de LDL:
■ Promovem intensa depuração de LDL do plasma.
■ HDL:
● Faz o transporte inverso do colesterol: das células do fígado.
● apo AI e apo AII: principais apolipoproteínas das HDL.
● Tempo de vida: 2 a 5 dias.
■ Hiperlipidemias:
● Tipos:
○ Hipercolesterolemia
■ Primária:
● Aumento do LDL.
● Diminuição ou ausência de expressão de
receptores de LDL funcional.
■ Poligênica:
● Aumento do colesterol.
● Origem desconhecida: variantes em genes
do metabolismo dos lipídios que
aumentam a suscetibilidade à dieta.
○ Hipertrigliceridemia
■ Primária:
● Aumento de triglicerídeos, VLDL e
diminuição de HDL.
● Produção excessiva e comprometimento do
catabolismo das VLDL ricas em
triglicerídeos.
■ Excesso de triglicerídeos aumenta risco de
pancreatite para pacientes.
○ Hiperlipidemia mista
■ Combinada familiar:
● Herança dominante.
● Aumento de LDL, TG e algumas vezes
diminuição de HDL.
○ Distúrbios do metabolismo das HDL
■ Poligênica baixa:
● Diminuição do HDL.
● Sobrepeso, diabetes, falta de atividade
física, dieta rica em carboidratos.
● Níveis considerados acima:
○ LDL:
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● Reações adversas:
○ Miotoxicidade:
■ Mialgia
● SINVASTATINA É MUITO COMUM O
PACIENTE SENTIR FRAQUEZA NAS
PERNAS POR CAUSA DA
MIOTOXICIDADE.
■ Miopatias - rabdomiólise (dose-dependente) →
quebra de células musculares esqueléticas (rara,
porém grave).
● Pode-se monitorar níveis de creatinina para
analisar se há lesão.
● Também pode monitorar os níveis de
TGO.
○ Hepatotoxicidade:
■ Dosar TGO e TGP antes de iniciar o tratamento e
3 após
● Com o tempo de meia vida menor deve ser usado à noite, mas se for
a meia vida maior não faz diferença o horário do dia que o paciente
use.
● Contraindicações:
○ Gestação → teratogênicas.
○ Crianças abaixo de 8 anos.
■ Cuidados:
● Devem ser administrados próximos às refeições.
● Aumentam a síntese hepática de colesterol e TG.
● Redução de 8 a 24% do LDL.
■ Reações adversas:
● Diminuem a absorção de vitaminas lipossolúveis.
● Diminuem a absorção da vitamina K, do anticoagulante varfarina e
da digoxina.
■ Condutas para pessoas com hipercolesterolemia:
● Primeira conduta: estatina (atorvastatina).
● Segunda conduta: estatina + inibidor de absorção do colesterol
(ezetimiba).
● Terceira conduta: estatina + inibidor de absorção de colesterol +
inibidor de absorção de ácidos biliares (colestiramina).
● Fibratos
○ Genfibrozil, fenofibrato, bezafibrato, ciprofibrato.
■ Ligam-se ao PPAR-alfa (receptor ativado pelo proliferador peroxissômico),
um receptor nuclear expresso nos hepatócitos, músculo esquelético,
macrófagos e coração ⇒ TRANSCRIÇÃO DE GENES → EXPRESSÃO
PROTEICA ⇒ AUMENTA SÍNTESE DE apo AI → aumenta levemente
o HDL plasmático.
■ São os mais efetivos para controle da hipertrigliceridemia.
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○ Reações adversas:
■ Distúrbios gastrintestinais
■ Miopatia
■ Arritmias cardíacas
■ Elevação de transaminases hepáticas
○ Interações medicamentosas:
■ Varfarina: desloca a varfarina do sítio de ligação da albumina.
■ Estatina: inibem a glicuronidação das estatinas, portanto, podem aumentar
o risco de rabdomiólise (genfibrozila, principalmente).
○ São caros, então se não estiver tão aumentado além do normal, assim, pode-se tratar
com estatinas, que diminuem muito o TAG.
● Niacina
○ Ácido nicotínico ou vitamina B3 (vitamina hidrossolúvel).
■ Em concentrações fisiológicas – é o substrato na síntese de NAD e NADP
(cofatores metabólicos).
■ Quando utilizada acima de 500 mg → consegue reduzir LDL, TAG,
aumenta um pouco a HDL.
● De todas as classes, a niacina é quem aumenta mais os níveis de
HDL (apesar de não ser tanto).
● Atua nos próprios receptores de niacina → diminui a depuração da
HDL.
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○ Reações adversas:
■ Rubor cutâneo e prurido → liberação de prostaglandinas D2 e E2 na pele.
■ Miopatia (rara), porém pode aumentar com estatina.
■ Resistência insulínica.
■ Hiperuricemia (20%).
○ PGD2:
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■ Exemplos:
● AAS
● Dipirona
● Paracetamol
● Diclofenaco
● Ibuprofeno
● Cetoprofeno
● Nimesulida
■ MEA → inibem as COX, reduzindo a síntese de prostanoides
(prostanoides e tromboxanos).
Fisiologia: pirogênio endógeno, em situações de sinalização imunológica, aumenta
muito a expressão da COX-2 e um pouco a COX-1. Aumenta a produção de
prostaglandina, aumenta o se
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○ Ações farmacológicas:
■ Antinflamatório
■ Analgésico
■ Antipirético
○ Usos: febre, dor, cefaleias, processos inflamatórios, bursite,
tendinite, artrite, dor de dente.
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■ Classificação:
● Inibidores seletivos da COX-1: Indometacina, AAS (70 a 400
mg, inibe seletiva e irreversivelmente a COX-1; A partir de 400 mg
inibe COX-1 e COX-2).
● Inibidores da COX-1 e COX-2:
○ AAS
○ Diclofenaco
○ Ibuprofeno
○ Naproxeno
○ Paracetamol/acetaminofeno - não é antinflamatório.
○ Dipirona - não é antinflamatório.
● Inibidor preferencial da COX-2:
○ Nimesulida.
● Inibidores seletivos da COX-2:
○ Celecoxibe
■ Reações adversas:
■ Função renal:
● COX-1 e COX-2 são altamente expressas nos rins.
● Prostaglandinas são importantes moduladores fisiológicos do
tônus vascular e equilíbrio hídrico em rins de mamíferos,
incluindo modulação da hemodinâmica glomerular, reabsorção
tubular de sódio e água e regulação da secreção de renina.
● A medula renal interna apresenta importante papel na homeostase
hidroeletrolítica.
● Prostaglandinas medulares intersticiais podem modular
reabsorção de soluto e água também através de efeitos diretos na
absorção de sódio pelo ramo ascendente da alça de henle e ducto
coletor.
● Determinados pacientes encontram-se em maior dependência das
prostaglandinas renais vasodilatadoras para o adequado
funcionamento desse órgão: idosos, pessoas com insuficiência
cardíaca, doenças renais prévias, diabéticos, cirróticos e
hipovolêmicos.
■ Inibição das COX:
● Inibir só a COX-1: sangramento.
● Inibir só a COX-2 aumenta o risco de IAM, porque pode causar
trombose.
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