Você está na página 1de 21

Fundamentos da fotografia criativa

Título original: The Fundamentals of © da tradução: Maria Alzira Brum Lemos


Creative Photography.
© AVA Publishing SA, 2010
Publicado originalmente por AVA
Publishing SA desta edição:
Design gráfico: William Southward © Editorial Gustavo Gili, SL, Barcelona, 2014
Design da capa: Toni Cabré, Editorial
Gustavo Gili, SL
Ilustração da capa: Lincoln Luke Chanis
ISBN: 978-85-65985-33-8 (digital PDF)
Tradução: Maria Alzira Brum Lemos
Edição: Flavio Coddou
Revisão de estilo: Patrícia Sotello Soares

Qualquer forma de reprodução,


Editorial Gustavo Gili, SL
distribuição, comunicação pública ou
transformação desta obra só pode ser
realizada com a autorização expressa dos Rosselló 87-89, 08029 Barcelona,
titulares da propriedade intelectual, Espanha. Tel. (+34) 93 322 81 61
exceto nos casos previstos em lei.
A editora não se pronuncia, e não se Editora G. Gili, Ltda
expressa, nem implicitamente, quanto
à exatidão da informação contida neste
Av. José María de Faria, 470, Sala 103,
livro, razão pela qual não assume
CEP: 05.038-190, São Paulo -SP- Brasil.
nenhum tipo de responsabilidade em
Tel. (+55) (11) 36112443
caso de erro ou omissão.
Fundamentos da fotografia criativa
David Präkel

GG
®
Índice geral

1 2 3
Introdução

Fundamentos Comunicação Fotografia aplicada


fotográficos 036 062
010

Índice geral Elementos formais Alfabetização visual Tipos de fotografia


004 da composição 040 066
014
Introdução Propriedade da imagem Comercial e publicitária
006 Princípios de design 042 069
018
Lendo a imagem Editorial
Considerações técnicas 044 076
022
Desconstrução Esportes
Exposição e reciprocidade 046 080
025
Semiótica: o estudo Arquitetura
A linguagem da fotografia dos signos 082
028 050
Social
Colocando tudo junto Influências 084
032 054
Vida selvagem e natureza
Criatividade e intenção Falando sobre fotografia: 089
034 linguagem técnica
056 Fotojornalismo
092
Falando sobre fotografia:
linguagem artística Moda
058 100

Falando sobre fotografia: Trabalhando em fotografia


linguagem emocional 106
060
004/005

4
Profissionalismo
5
O brief
6
Fluxo de trabalho
112 136 166

Adquirindo formação O cliente Fluxo do trabalho fotográfico Conclusão


116 140 170 192
Glossário
Aprendendo como assistente Uma linguagem comum Fluxo do trabalho básico: 194
de fotógrafo 142 antes da sessão Bibliografia e webgrafia
118 172 196
Até que ponto pode chegar
Índice remissivo
Conseguindo trabalho sua criatividade? Fluxo do trabalho básico:
198
122 144 sessão
Agradecimentos e créditos
174
Portfólios Resultados necessários das imagens
125 146 Fluxo do trabalho básico: 200
transferência Trabalhando com ética
Autopromoção Gestão do tempo e data 176 201
130 de entrega
150 Fluxo do trabalho básico:
Representantes e agentes processamento
132 Aspectos legais 178
152
Associações profissionais Fluxo do trabalho básico:
134 Suplantação e plágio edição
154 180
Autorizações de uso da Fluxo do trabalho básico:
imagem para modelos otimização do resultado
e propriedades 182
154
Fluxo do trabalho básico:
Trabalho em equipe arquivamento
162 184
Práticas de trabalho seguras Fluxo do trabalho básico:
164 catalogação e gestão de
dados digitais
186

O impacto do digital
188

Produtos para fluxo de


trabalho
190
Índice geral
Introdução

Sem título
Greg Chandler
Todas as imagens desta banca
procedem de bancos de
imagens ou foram criadas por
encomenda. Os fotógrafos
geram imagens para uma
ampla variedade de meios.
006/007

A fotografia é uma forma de autoexpressão artística. Fundamentos da fotografia criativa deve começar
Para muitos fotógrafos, é o lugar em que o sujeito com o entendimento dos princípios fundamentais da
começa e termina. Seu objetivo, qualquer que seja o técnica fotográfica e dos elementos de composição
tema, é aperfeiçoar uma visão pessoal, ou seja, criar a e design. Desde o início, este livro assume o ponto
imagem mais bonita, com mais movimento, ou mais de vista de que a fotografia é uma linguagem com
comunicativa possível. Cada um define a sua meta. um vocabulário e uma gramática, e que os fotógra-
A recompensa, exceto nos casos dos concursos foto- fos modernos precisam se familiarizar com essa lin-
gráficos, é a satisfação pessoal e, talvez, o reconheci- guagem para entender as necessidades dos clientes
mento. No entanto, o mundo saturado de imagens de e criar uma iconografia que seja ao mesmo tempo
hoje está cheio de fotos criadas com outras motiva- expressiva e comunicativa para o espectador. O pri-
ções. Este tipo de fotografia não tem nada a ver com meiro capítulo enfoca a forma como os aspectos téc-
expressão pessoal. A maioria das pessoas que se nicos da fotografia podem ser usados expressiva e
dedica profissionalmente à fotografia está envolvida intencionalmente.
no processo de criação intencional de imagens para A comunicação é a chave para o sucesso da fotogra-
utilização por terceiros. A criatividade tem peso, pois fia criativa. O segundo capítulo aborda a alfabetiza-
somente as imagens únicas e exclusivas conseguirão ção visual, os proprietários e usuários de uma ima-
aflorar à superfície da massa iconográfica e ser memo- gem e como estes influem em seu conteúdo. Usando
ráveis; mas isso é criatividade individual usada a ser- exemplos cuidadosamente selecionados, mostrará
viço de outros. ao leitor como dissecar —desconstruir— uma imagem
Não é fácil encontrar um título que descreva em sua e ler seu significado, bem como entender a intenção
totalidade este tipo de fotografia. Uma geração ante- do fotógrafo e a finalidade e mensagem da imagem.
rior de leitores teria reconhecido e entendido o termo Esta seção também fornecerá uma introdução de
“fotografia aplicada”. Hoje ele é muito limitado para fácil compreensão sobre a semiótica, o estudo dos
expressar com precisão e abranger a construção de signos. Além disso, abordará as influências e o con-
imagens e sua utilização. Fotografia aplicada também texto. Ser capaz de descrever em detalhes e sucinta-
tem conotações de imagem científica e de imagens mente o que você está vendo ou o que está tentando
que são mero registro, o que com toda certeza não é o criar é parte essencial do trabalho na indústria da
que se discute neste livro. A palavra “aplicada”, no imagem criativa. O capítulo termina com um olhar
entanto, também pode significar o uso criativo de para a maneira como a linguagem técnica, artística e
imagens fotográficas para outros fins — geralmente emocional pode ser usada com precisão.
comerciais, mas não só. Decidimos falar aqui em foto-
grafia “criativa”.
Índice geral
Introdução

Então, em que campo da indústria criativa você está Na fotografia criativa, o cliente é quem dá as cartas.
pensando em trabalhar? O terceiro capítulo trata dos Portanto, o fotógrafo precisa entender tanto o que é
diversos setores da indústria da fotografia criativa, exigido dele quanto o que pode oferecer. O quinto
incluindo o comercial e o publicitário — as semelhan- capítulo enfoca o brief, um acordo entre o fotógrafo
ças e diferenças ao fazer fotografias para publicação. e o cliente, que pode ser formal ou informal. Ele
A fotografia de moda é uma das profissões mais popu- inclui aspectos importantes, como, por exemplo,
lares e uma das mais difíceis de acessar. Embora em delimitar até onde pode ir sua criatividade, o forma-
muitas áreas da fotografia criativa o cliente seja uma to apropriado para apresentar o trabalho realizado e
marca, uma organização ou uma publicação, esse como lidar com os aspectos legais e contratuais. Esta
também pode ser um indivíduo. A fotografia social seção também aborda como trabalhar com outros
—em especial retratos encomendados de indivíduos, profissionais e como trabalhar de forma segura.
famílias e grupos— é outra maneira de relacionamento Compreender o fluxo do trabalho fotográfico é fun-
com o cliente, geralmente de forma individual, e só é damental para chegar a uma compreensão da pro-
adequada para alguns fotógrafos. O fotojornalismo e dução das imagens nas indústrias criativas. O último
a fotografia de atualidades também não são para capítulo do livro explica o fluxo do trabalho básico,
todos. Há muitas outras funções na indústria que você do planejamento prévio à administração de bens.
pode exercer, não produzindo ativamente imagens, Por meio de estudos de caso, abordará as diferentes
mas lidando com fotografia no âmbito de uma galeria aplicações do fluxo do trabalho básico específico
ou banco de imagens. Estas funções intimamente para cada setor.
relacionadas e que requerem plena compreensão do
processo fotográfico criativo também serão aborda-
das neste livro.
Fazer parte das indústrias criativas costuma implicar
envolvimento comercial e, portanto, profissional.
O quarto capítulo examina como desenvolver uma
abordagem profissional, receber formação adequa-
da e adquirir experiência. Você precisará saber como
vender e promover seu talento para conseguir traba-
lho; esse capítulo explica como criar um portfólio (em
papel ou on-line) para transmitir mensagens apropria-
das e atrair os tipos certos de oferta. Uma vez que
você esteja estabelecido, pode ser importante unir-se
a uma associação profissional ou contratar um agente
para representá-lo e negociar em seu nome com os
clientes.
008/009

Câmera de fole
Michelle Wood
Um curso de fotografia, seja
técnico ou universitário,
proporciona espaço para
desenvolver a criatividade
individual, dominar uma gama
de equipamentos profissionais
e experimentar diferentes
estilos e técnicas.
Fundamentos da fotografia criativa
1
Fundamentos fotográficos
Fotográfico: (adj.) relativo à fotografia.

Fundamento: (s.m.) princípio orientador


ou essencial em que se baseia alguma coisa.
2
Comunicação
Caça-níqueis
Phil Barton,
Laurence Hudghton
Photography
Um fotógrafo criativo sempre
vai tirar maior proveito de
uma imagem quando recorrer
à técnica da câmera — por
exemplo, controlando a
profundidade de campo,
como se demonstra aqui.
1 012/013

Fundamentos fotográficos

O mundo está saturado de imagens, a maioria foto- Desse modo a fotografia se refere à imagem feita
gráfica ou de algum modo baseada na fotografia. com luz. Isso inclui as imagens obtidas com lentes, e
Embora com o nosso consentimento, a fotografia se por essa razão atualmente existe uma categoria de
interpõe à nossa compreensão do mundo visual — isto arte e ensino classificada como “mídia baseada na
é, ela é penetrante e incontrolável. Parece que a lente”. Agora que sabemos o que é fotografia, deve-
sociedade sofre de um excesso de imagens. Com mos introduzir a questão: para que a sociedade usa a
certeza, somos capazes de reconhecer uma foto- fotografia? Novamente, o número de respostas será
grafia quando a vemos. No passado, a fotografia foi praticamente igual ao número de pessoas questio-
considerada apenas como um meio de registro; hoje, nadas. As respostas, no entanto, estarão agrupadas
no entanto, pode-se dizer que seus limites são cada em torno de tópicos como, por exemplo, comparti-
vez mais difusos. Para começar, devemos perguntar: lhar, recordar uma emoção, mostrar uma ideia ou
o que é exatamente fotografia? chamar a atenção das pessoas sobre uma situação.
Poderíamos falar com a mesma naturalidade de helio- Agora que chegamos a uma conclusão sobre o que é
grafia. Foi esse o nome dado às primeiras imagens fotografia e para que a usamos, para sermos capazes
permanentes tomadas da realidade e produzidas pelo de criar nossas próprias imagens de qualidade, pre-
francês Joseph Nicéphore Niépce por volta de 1826. cisamos saber o que faz com que uma fotografia seja
Ele denominou sua criação de “heliografia”, do grego boa. Perguntar às pessoas que características têm as
“sol” e “escrita/ desenho”. Naquela época não havia boas fotografias geraria muitas respostas. Pergunte
nenhuma palavra universalmente aceita para o pro- a um número suficiente de pessoas, e as respostas
cesso da criação de imagem com luz. Mais tarde, na vão cair em duas categorias distintas.
Inglaterra, William Henry Fox Talbot se referiu ao seu Uma tem que ver com os aspectos técnicos da ima-
processo —diferentemente de Niépce e, mais tarde, gem: exposição, utilização de diferentes técnicas
de Daguerre— como desenho fotogênico, ou seja, lite- fotográficas etc. A outra é mais difícil de definir
ralmente, desenho gerado por luz. — alguns diriam que está relacionada com os aspec-
Em 1839, quando o processo fotográfico estava sen- tos artísticos da imagem. Colocar as palavras “arte”
do apresentado ao público e à comunidade científica e “fotografia” na mesma frase levanta imediatamen-
no Reino Unido e na França, sir John Herschel, astrô- te uma série de diferentes questões, então vamos
nomo real e amigo de Fox Talbot, sugeriu a palavra chamar essa outra categoria de coisas relacionadas à
“fotografia”. Este termo também é composto por “composição” da fotografia. Em vez de falar em boa
palavras gregas, que significam “luz” e “ato de dese- fotografia, vamos usar a definição do fotojornalista
nhar ou escrever”: fos e grafis. Andreas Feininger (1906-1999) que a descreve
como “fotografia efetiva”: uma combinação de boa
técnica e composição consistente.
Elementos formais da composição
Princípios de design

Elementos formais da composição

Para tornar um objeto visível por meio de uma ima- A composição é o processo de identificação dos ele-
gem, os fotógrafos só podem escolher entre um mentos formais e de sua organização para produzir a
determinado conjunto de opções. Eles podem esco- imagem final. A edição mental realizada pelo fotógra-
lher ou alterar os seguintes elementos: o valor tonal fo faz com que a imagem final seja facilmente “legí-
para criar e alterar forma e volume; a qualidade da luz vel” pelo espectador. Às vezes a composição fotográ-
e das sombras; o espaço; as texturas; a cor; o ponto fica inclui a manipulação da luz e do tema — em geral,
de vista e a perspectiva; a seleção e a composição, no concentrando seleção e ênfase.
sentido limitado de combinação de objetos; os con-
troles da câmera (velocidade de obturador/diafrag-
ma); e a iluminação (a iluminação no estúdio pode ser
controlada pelo fotógrafo). Da mesma forma que as
respostas à pergunta “Por que uma fotografia é
boa?”, é fácil perceber que essas escolhas também
podem ser divididas nos campos da técnica e da com-
posição. A técnica fotográfica é abordada nas págs. 22
-27; o restante diz respeito à relação dos itens conhe-
cidos como elementos formais da composição.
Na educação artística formal e na análise de pinturas,
são identificados sete elementos formais: linha, figu-
ra, tonalidade e forma, textura, espaço e cor. Parte da
tarefa do fotógrafo criativo consiste em reconhecer e
trabalhar com estes elementos na fotografia.

“A composição é o processo de
identificação dos elementos
formais e de sua organização
para produzir a imagem final.”
1 014/015
Fundamentos fotográficos

Linha As revistas e os livros de


fotografia falam de “linhas
Para um artista, a linha pode ser
principais” — linhas fortes da
uma marca real feita em um
composição que dirigem o
papel, um limite sugerido ou
olhar para o tema. No entanto,
mesmo uma linha virtual ou
isto não é confirmado pelas
“ótica” inferida por outros
pesquisas atuais sobre o
elementos da imagem. As linhas
movimento do olho. Nossos
—suas formas e direção— podem
olhos e nosso cérebro procuram
ter forte influência na expressão
áreas de máxima informação
da imagem.
(pequenas áreas de forte
Nas fotos de pessoas, uma das contraste e detalhe), em vez de
linhas mais fortes é a do olhar seguir as linhas da composição.
— sempre verificamos o que as
pessoas estão olhando;
dependendo de se o objeto de
seu olhar está dentro ou fora
do enquadramento, o resultado
da imagem pode ser
surpreedentemente diferente.

Figura
A figura é definida por um dos
elementos formais, geralmente
linhas divisórias, que marcam
limites que podem ou não
existir. A figura também pode
gerar uma área de luz, textura
e cor. No mundo da arte
bidimensional, é necessário
acrescentar um sombreado para
criar a ilusão da forma mediante
a sugestão de altas luzes e
sombras. Se a figura tiver massa,
diz-se que tem volume. O tipo
de luz e sua posição criam a
aparência de solidez em uma
fotografia — o controle da luz,
mediante a compreensão de
seus efeitos sobre o tema,
é uma habilidade fotográfica
essencial.
Elementos formais da composição
Princípios de design

Tonalidade e forma Na fotografia digital, as imagens


em preto e branco são
A luz e a sombra são os
denominadas com um termo
elementos fotográficos
mais preciso: escala de cinza.
fundamentais. No passado,
Para se referir à claridade ou
o “preto e branco” era a única
à escuridão de um cinza ou de
imagem fotográfica possível.
uma cor, os fotógrafos usam
Uma imagem em preto e
a palavra “tonalidade” — você
branco, no entanto, contém
ouvirá frequentemente artistas
algo mais que apenas branco e
se referirem a essa mesma
preto, luz e sombra. Possui toda
qualidade como “valor”.
uma gama de tonalidades do
branco luminoso do papel ao
preto denso, passando pelo
branco fosco e pelo cinza médio
e escuro.
Em fotografia, são as mudanças
de luz nas superfícies dos
objetos tridimensionais que
criam as gradações tonais da
imagem final — as sombras cinza
ou coloridas que o espectador
interpreta como forma.

Textura
Textura é a representação
da interação entre a luz e a
superfície. Metais polidos
e superfícies de vidro são muito
refletivos e podem até atuar
como espelhos, sem nenhuma
textura. Já a madeira tem
uma textura de minúsculas altas
luzes e sombras que é revelada
quando a luz passa através dos
grãos. A iluminação para revelar
ou dissimular a textura é uma
das técnicas mais importantes
que o fotógrafo deve
desenvolver.
1 016/017
Fundamentos fotográficos

Espaço Assim como podem existir


figuras em positivo, também
O espaço pode ter duas ou três
existe um sentido forte de
dimensões. Quase sempre se
espaço negativo ou forma
refere à representação da
em negativo — estes são,
terceira dimensão em um meio
respectivamente, a ausência
bidimensional (a representação
de volume e as áreas
da terceira dimensão em um
remanescentes entre as
meio bidimensional é um dos
formas em positivo.
aspectos mais importantes
da fotografia, sobre o qual
voltaremos a falar neste livro).

Cor Além disso, o fotógrafo também


deve ter em conta os aspectos
Tecnicamente falando, a cor é
técnicos da cor, a fidelidade na
a resposta perceptiva humana
reprodução, o manejo dos
às distintas longitudes de ondas
controles ao longo do fluxo do
lumínicas que atingem as
trabalho e a complexa questão
células fotossensíveis da retina
da temperatura da cor e
dos nossos olhos.
balanço de branco.
Compreender a escolha das
A cor tem um efeito poderoso
cores da paleta fotográfica,
sobre nossos humores e
delimitá-las a uma gama de
emoções — é uma ferramenta
cores, escolher as cores que
importante na bagagem
funcionam de forma harmônica
do fotógrafo criativo.
ou destoante entre si, ou
tonalidades de cores quentes
ou frias são aspectos da cor com
os quais o fotógrafo deve lidar.
Elementos formais da composição
Princípios de design
Considerações técnicas

Princípios de design

Os elementos formais da fotografia são qualidades.


São características do objeto — não processos. Aquilo
que você faz com os elementos é o princípio do design
— pense nos elementos formais como ingredientes e
nos princípios de design como culinária. Os princípios
de design são definidos de diferentes maneiras segun-
do o contexto; designers gráficos, artistas e fotógra-
fos têm diferentes necessidades.
“Pense nos elementos
Em fotografia, leva-se em consideração: variação,
design, contraste, equilíbrio simétrico e assimétrico e formais como ingredientes
movimento. Seu uso produz uma imagem que mostra
unidade, em que cada parte da imagem é necessária
e nos princípios de design
e tudo funciona em conjunto. como culinária.”

Variação
A variação é facilmente
reconhecível, mas pode ser
difícil conseguir um bom
equilíbrio entre o meramente
repetitivo e o visualmente
caótico. Isto pode significar
utilizar versões dos mesmos
objetos ou de objetos similares,
ou introduzir um elemento novo
e contrastante: a mesma figura,
mas com textura diferente;
a mesma cor, mas com forma
diferente.
1 018/019
Fundamentos fotográficos

Padrão
O padrão exige cuidadosa
aplicação da variação para
evitar repetições injustificadas.
Alguns fotógrafos, quando
estão aprendendo sua arte,
descobrem a “captura do
padrão” e passam a fotografar
tudo o que se repete, como
se isto bastasse para produzir
imagens impressionantes
e significativas.

Contraste
Para a maioria dos fotógrafos,
o princípio-chave do design é o
contraste. Não é exatamente
o mesmo conceito que o de
contraste no sentido técnico
—o grau de mudança do preto para
o branco ou da sombra para a luz—,
mas o modo como os elementos
formais são escolhidos para
que contrastem entre si.
A ênfase procede do uso da luz
ou da cor para atrair e manter a
atenção do espectador. É também
uma questão de lente (o que
pode ser focado) e de aplicação
da profundidade de campo.
Voltaremos a falar de ênfase
quando tratarmos dos aspectos
técnicos da composição.
Elementos formais da composição
Princípios de design
Considerações técnicas

Menino faminto e missionário,


Karamoja District, Uganda,
abril (1980)
Mike Wells
A força desta imagem,
ganhadora de um prêmio,
reside em seus muitos
contrastes: de cor, tamanho,
entre boa alimentação e
desnutrição, pobreza e riqueza.

Você também pode gostar