Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-65-5637-473-4.
CONSELHO EDITORIAL:
Angela B. Kleiman
(Unicamp – Campinas)
Clarissa Menezes Jordão
(UFPR – Curitiba)
Edleise Mendes
(UFBA – Salvador)
Eliana Merlin Deganutti de Barros
(UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná)
Eni Puccinelli Orlandi
(Unicamp – Campinas)
Glaís Sales Cordeiro
(Université de Genève – Suisse)
José Carlos Paes de Almeida Filho
(UNB – Brasília)
Maria Luisa Ortiz Alvarez
(UNB – Brasília)
Rogério Tilio
(UFRJ – Rio de Janeiro)
Suzete Silva
(UEL – Londrina)
Vera Lúcia Menezes de Oliveira e Paiva
(UFMG – Belo Horizonte)
PONTES EDITORES
Rua Dr. Miguel Penteado, 1038 – Jd. Chapadão
Campinas – SP – 13070-118
Fone 19 3252.6011
ponteseditores@ponteseditores.com.br
www.ponteseditores.com.br
SUMÁRIO
PREFÁCIO 7
Lígia Márcia Martins
APRESENTAÇÃO 13
Amanda Machado Chraim e Rosângela Pedralli
SEÇÃO I
FUNDAMENTOS FILOSÓFICO-TEÓRICOS
SEÇÃO II
PRESSUPOSTOS HISTÓRICOS E CONCEPÇÕES DE ALFABETIZAÇÃO
SEÇÃO III
IMPLICAÇÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS
POSFÁCIO 309
Francisco José Carvalho Mazzeu
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
PREFÁCIO
Prefaciar uma obra que traz à análise o ensino da língua, com foco
no processo de alfabetização, é uma tarefa que muito me apraz, sobre-
tudo pela rigorosidade com a qual a temática é abordada. Não obstan-
te as vastas produções existentes no campo da alfabetização, as auto-
ras, ancoradas no método materialista histórico-dialético, nos brindam
com análises originais e, mais do que isso, extremamente necessárias
para a instrumentalização dos professores e professoras engajados
na luta defensora da qualidade do ensino, notadamente, nas escolas
públicas.
Não é fato novo que a escolarização pública básica em nosso país
ainda se revela deficitária e refém de inúmeros limites no que tange
à promoção do desenvolvimento das capacidades de leitura e escritu-
ra – expressões máximas do processo de humanização e condição bási-
ca para que, por serem históricos, cada indivíduo se insira, verdadeira-
mente, na história. Contribuir para a superação deste cenário é tarefa
de maior grandeza, posto que corrobora o atendimento da função precí-
pua da educaçãoescolar: promover o desenvolvimento integral dos indi-
víduos pela via da apropriação das objetivações humano-genéricas pa-
ra-si, ou seja, da alçada da filosofia, das artes e das ciências.
O compromisso com o ensino da língua alinha-se, antes de mais
nada, ao reconhecimento de que, ao representar os objetos e fenômenos
por meio da palavra, o ser humano deu o primeiro e mais decisivo passo
em direção à sua libertação do campo sensorial imediato e, com isso,
descortinou as possibilidades para a formação da consciência e, nela
imbricadas, as capacidades para abstrair e pensar. Operar psiquicamen-
7
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
8
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
9
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
clara acerca desses dois polos, quais sejam, sobre as especificidadesdo de-
senvolvimento e sobre as características da sociedade em que vivemos.
Sem tergiversar que vivemos numa sociedade alienada e alienante,
injusta e desigual, assume- se, nesta obra, uma postura clara e crítica
em relação às produções no campo da alfabetização naquilo em que elas
refletem afiliações ao projeto societário vigente. E, ao fazê-lo, as propo-
nentes da mesma desnudam os interesses da classe hegemônica que se
impõem como obstáculos para a existência de uma escola pública apta
a formar capacidades humanizadoras, dentre elas, as habilidades de lei-
tura e escritura.
Para tanto, há que se evidenciar as tensões ocultas no processo
de escolarização das crianças, jovens e adultos, posto que apenas o acla-
ramento de como as coisas acontecem ao nosso redor pode orientar
ações verdadeiramente transformadoras. O referido aclaramento, sendo
da alçada de conhecimentos aptos a desvelar o real, confere centralidade
à natureza do trabalho docente e, notadamente, às políticas parametri-
zadoras da formação de professores. Instrumentalizar os(as) professo-
res(as) para que compreendam o campo da alfabetização como um cam-
po de disputas ideológicas é, a meu juízo, o primeiro passo para os(as)
docentes se libertem da contenda dos métodos,uma vez que na aparên-
cia, o sucesso ou fracasso nesse campo, via de regra, é associado quase
exclusivamente aos expedientes metodológicos adotados. Esta obra re-
aliza, portanto, mais um grande feito: contribuir para a desfetichização
dos métodos de alfabetização.
Subsidiadas pela epistemologia materialista histórico-dialética,
as autoras não perdem de vista a relação entre a dimensão ontológica e a
dimensão epistemológica do objeto que tomam para estudo, com desta-
que ao ensino da língua, fornecendo elementos analíticos imprescindíveis
à compreensão dasimbricadas relações entre a educação escolar e a bus-
ca pela inteligibilidade da realidade concreta. Com isso, a presente obra
prima por reconhecer que os objetos e fenômenos em análise possuem
uma existência objetiva, ou seja, independentemente do conhecimen-
to e da consciência que tenhamos sobre os mesmos; eles estão ai, insti-
tuindo a prática social e respaldando as ações humanas que a instituem.
10
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
11
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
12
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
APRESENTAÇÃO
13
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
14
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
15
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
16
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
17
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
18
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
19
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
20
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
21
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
22
SEÇÃO I
FUNDAMENTOS
FILOSÓFICO-TEÓRICOS
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
1 Pedagoga, formada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Mestre em Ensino
de Humanidades pelo Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), doutoranda do Programa
de Pós-graduação em Educação (Ufes). Membro do grupo de pesquisa “Pedagogia histórico-
-crítica e educação escolar”. E-mail: adalgizagobbi@gmail.com
2 Pedagoga, formada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp/Bauru), Doutora em
Educação Escolar pela Unesp/Araraquara, professora do Departamento de Teorias do
Ensino e Práticas Educacionais e do Programa de Pós-graduação em Educação da Ufes.
Membro do grupo de pesquisa “Estudos marxistas em educação” e do Núcleo de Educação
Infantil (Nedi-Ufes). Líder do grupo de pesquisa “Pedagogia histórico-crítica e educação
escolar”. E-mail: galvao.marsiglia@gmail.com
24
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
25
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
26
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
27
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
28
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
29
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
30
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
31
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
32
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
33
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
34
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
35
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
36
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
37
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
38
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
39
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
40
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
41
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
42
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
3 Sobre o termo “transmissão do saber elaborado”, é necessário que se compreenda que utili-
zamos o mesmo a partir das premissas da pedagogia histórico-crítica, não se aproximando,
portanto, da transmissão de conteúdos defendida pela pedagogia tradicional. Para Saviani
(2009, p. 50-1), “[...] os conteúdos são fundamentais e sem conteúdos relevantes, conteú-
dos significativos, a aprendizagem deixa de existir, ela transforma-se num arremedo, ela
transforma-se numa farsa. Parece-me, pois, fundamental que se entenda isso e que, no
interior da escola, nós atuemos segundo esta máxima: a prioridade de conteúdos, que é a
única forma de lutar contra a farsa do ensino. Se os membros das camadas populares não
dominam os conteúdos culturais, eles não podem fazer valer seus interesses, porque ficam
desarmados contra os dominadores, que se servem exatamente desses conteúdos culturais
para legitimar e consolidar a sua dominação. [...] o dominado não se liberta se ele não vier
a dominar aquilo que os dominantes dominam. Então, dominar o que os dominantes do-
minam é condição de libertação”. Para maiores aprofundamentos acerca da transmissão do
saber elaborado, sugerimos a leitura de Lavoura e Marsiglia (2015).
43
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Referências
44
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
45
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
46
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
47
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
48
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
3 Assumimos, tal qual Tonet (2013, p. 11), crítica no sentido marxiano, o que “[...] signifi-
ca sempre a busca dos fundamentos históricos e sociais que deram origem a determinado
fenômeno social, permitindo, com isso, compreender a sua natureza mais profunda e não
simplesmente o questionamento de lacunas ou imperfeições”.
49
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
50
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
51
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
52
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
53
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
54
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
55
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
56
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
57
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
58
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
59
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Porém, entendemos que essa discussão acerca do “como fazer” não pode
prescindir do compromisso formativo e social que deve ser assumido
pela educação escolar, uma vez que, ao fazê-lo, a escola elege uma vi-
são unilateral de formação comprometida com um projeto de adaptação
do status quo e, assim, forma sujeitos fragmentados para responderem
às exigências neoliberais, cumprindo um papel significativo na manu-
tenção de uma sociedade dividida em classes.
Essa preocupação com os métodos do ensino é refletida nas po-
líticas públicas atuais, em especial na PNA, lançada em abril de 2019,
que define, fundamentada na ciência cognitiva da leitura, a alfabeti-
zação como o ensino das habilidades da leitura e da escrita priorizan-
do as relações grafofonêmicas. Depreendemos, assim, que a concep-
ção de alfabetização referendada pela PNA está alinhada à pedagogia
das competências (PERRENOUD, 1999), apesar de não se anunciar como
tal, porque, ao elencar o método fônico, a PNA estabelece níveis linea-
res de aprendizagem, com um movimento dos conteúdos mais simples
aos mais complexos, seguindo a maturação biológica dos estudantes,
por isso a marcação das etapas da escolarização em que as habilidades
serão atingidas.
Ainda sobre a PNA, o documento, logo em suas primeiras pági-
nas, estabelece como foco melhorar os processos de alfabetização e os
resultados desses processos, visto que apresenta dados negativos acer-
ca da leitura e da escrita baseados em testes de larga escala aplicados
no Brasil, bem como os compara com os de outros países. A partir dessa
realidade, alça o método fônico como o caminho de resolução dessa pro-
blemática, sob a justificativa de que o citado método é embasado na ci-
ência, sem esclarecer a que tipo de ciência está se referindo. Portanto,
assume que a produção científica tem apenas uma via – a da neutralida-
de e a da objetividade –, sem considerar outras concepções epistemoló-
gicas e teóricas.
Esse posicionamento coaduna com o que discutimos sobre os pro-
jetos formativos e, consequentemente, sobre os projetos de sociedade
aos quais eles se relacionam e os quais defendem. Entendemos, pois,
que há, na origem dessa política pública, a impossibilidade de promo-
60
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
61
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
62
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
63
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
64
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
65
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Referências
66
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
67
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
68
SEÇÃO II
PRESSUPOSTOS
HISTÓRICOS E
CONCEPÇÕES DE
ALFABETIZAÇÃO
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
70
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
lia” significa que nem toda a força de trabalho exercida pelo trabalhador
é remunerada, e sim incorporada como lucro ao capital do empregador.
Quando Marx cria o “Método de Economia Política” e a “teoria
da mais valia”, segundo Saviani (2012), consegue elucidar que as leis
que regem o desenvolvimento da sociedade estão intimamente ligadas
ao funcionamento dos meios de produção. Dessa forma, também mos-
tra a trajetória a ser percorrida pelo homem nos processos de apropria-
ção e objetivação do conhecimento. Para Marx, o homem desenvolve-se
e humaniza-se através do trabalho, concebido como atividade vital hu-
mana, não alienado/alienante. Portanto, para ser livre e fazer suas esco-
lhas conscientes, o homem precisa ter acesso aos conhecimentos acu-
mulados pela humanidade através de uma educação plena, ainda que tal
educação seja possível em essência apenas numa sociedade que tenha
superado o capital.
Saviani (2012) esclarece que os estudos de Marx não focaram es-
pecificamente a Educação, porém muitos pesquisadores identificaram,
no conjunto de sua obra, a relação dos seus escritos com a Educação,
como no Manifesto do Partido Comunista, quando Marx escreve sobre
a necessidade de ensino público a todas as crianças e sobre a abolição
do trabalho infantil nas fábricas. No texto Instruções, por sua vez, re-
gistra o que as crianças deveriam aprender na escola: ensino intelec-
tual, tecnológico e físico, para se desenvolverem como sujeitos plenos.
Posiciona-se e questiona a criação de ensino elementar para todos,
questionando se as classes dominantes se limitariam aos conhecimen-
tos elementares propostos aos filhos dos trabalhadores e camponeses.
É, em boa medida, a partir dessas premissas que, nos anos 1980,
Saviani elabora a Pedagogia Histórico-Crítica – embasada, assim, no ma-
terialismo histórico e dialético. Na proposta do autor, destaca-se o papel
do trabalho educativo para a formação e transformação da concepção
de mundo dos estudantes por meio do ensino dos conhecimentos clás-
sicos dos campos da ciência, da arte e da filosofia, por entendê-los como
essenciais para o desenvolvimento do psiquismo humano e, consequen-
temente, para a compreensão da realidade em sua totalidade. Ao fazer
71
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
2 De acordo com Duarte (2011), “aprender a aprender” foi um lema defendido pelo movi-
mento escolanovista e que ganhou um revigoramento principalmente por meio do discurso
construtivista.
3 “[...] é o contexto a partir do qual as ideias são produzidas e têm sua significação” (DUARTE,
2016, p. 64), porém, num movimento histórico e dialético.
72
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
73
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
74
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
75
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
76
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
77
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
4 O “método João de Deus” foi criado, em Portugal, pelo poeta João de Deus, que elabora
a Cartilha Maternal – a Arte da Leitura com o objetivo de ensinar uma de suas filhas a ler
e a escrever. Foi publicada em Portugal no ano de 1876, tornando- se estrondosamente
popular, vindo a ser declarada pelo governo português, em 1888, como o método nacional
(analítico).
78
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
79
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
80
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
81
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
82
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
5 Perrenoud (1999, p. 7) define competência “[...] como sendo uma capacidade de agir eficaz-
mente em um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar-
-se a eles”.
83
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
84
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
são já superada a partir dos anos 1980, como discutido neste capítulo),
e indica como método mais apropriado para a resolução de tal problema
o método fônico, para que seja aplicado em todas as escolas brasileiras,
enfatizando, assim, o [...] aluno empírico, refratado no funcionamento
aparente de seu cérebro” (FRANCO; MARTINS, 2021, p. 80).
A PNA apresenta um discurso de cientificidade de base cogniti-
vista comportamental, e Martins (2021, p. 70) complementa que “[...]
a concepção de ciência em que se fundamenta a PNA está ancorada
no pensamento positivista e na lógica formal”. As evidências científi-
cas destacadas na PNA buscam dar um caráter de incontestabilidade,
credibilidade, neutralidade ao documento, retirando da discussão “[...]
a classe social, renda e as condições concretas para o desenvolvimento
e humanização” (FRANCO; MARTINS, 2021, p. 66) dos sujeitos envolvi-
dos nos processos de ensino e aprendizagem.
Percebe-se, por meio dessas breves reflexões, que a PNA não veio
com o objetivo de formar sujeitos emancipados e livres. É mais um do-
cumento oficial voltado à formação unilateral dos sujeitos, com objetivo
de formação de mão de obra qualificada para o mercado de trabalho. Vale
ressaltar, ainda, que as proposições pautadas na BNCC voltadas para
a alfabetização têm pontos de divergência com as proposições da PNA,
de forma que a primeira tem como base o construtivismo, que trouxe
a desmetodização, e a segunda propõe o método fônico, voltando-se
à discussão acerca do melhor método para alfabetizar, a qual já havia
sido dada como superada na década de 1980 (FRANCO; MARTINS, 2021).
Considerações finais
85
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
86
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Referências
87
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
88
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
89
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Cintia Franz1
90
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
91
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
92
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
93
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
94
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
95
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
1.2 Sobre (não) alfabetizar pelo viés dos métodos sintéticos e analí-
ticos: inquietações e proposições
96
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
97
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
98
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
99
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
100
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
101
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
102
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
103
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
104
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
105
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
106
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
107
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
108
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Considerações finais
109
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
fatos escritos que permeiam a sociedade, pois dessa forma não se dará
ênfase ao grafema ou ao fonema, mas sim, será facultada a interação en-
tre os sujeitos por meio da língua escrita. Este percurso de metacognição
não deve se limitar ao comodismo e ao imediatismo da vida cotidiana
(BRITTO, 2012).
Constitucionalmente, a formação cidadã é um direito de todos
e deve ser em prol do desenvolvimento humano. Por isso, as instituições
educacionais e seus profissionais não devem permitir práticas estrutu-
ralistas e reprodutivistas acerca da leitura, oriundas de teorias conver-
gentes com o relativismo moderno e de interfaces com projetos mer-
cantilistas que pouco ou nada contribuem com a educação de meninos
e meninas das camadas populares. Deve haver o cuidado para não cair-
mos em armadilhas escondidas em receitas prontas, por meio de práti-
cas trazidas em apostilas, livros didáticos e, agora, em plataformas virtu-
ais de aprendizagem, cujo objetivo é ludibriar os profissionais que estão
em processo formativo e que ainda não se apropriaram de tais debates
em profundidade.
Considerando o exposto, faz-se necessário que as redes e as escolas
tenham autonomia para definir sua política de alfabetização (MORAIS,
2019), conferindo aos professores o potencial de análise e reflexão sobre
como definir, nos projetos político-pedagógicos, as formas pelas quais
as crianças, desde pequenas, irão se apropriar não somente do código,
mas dos conhecimentos científicos e culturais que devem ser garanti-
dos pela escola, local onde, em nosso entendimento, há a possibilidade
de compreensão crítica da realidade: a apropriação dos conhecimentos
veiculados possibilitará a problematização dessa realidade, de modo
a modificá-la através da interação que é mediada pela escrita.
Referências
110
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
111
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
112
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
113
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
114
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
115
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
116
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
2 Dehaene (2012, p. 37), sobre o grafema, explica: “Trata-se de uma ou mais letras que re-
presenta(m) uma só categoria elementar da língua falada, um ‘fonema’. [...] No português,
o fonema /s/ pode estar representado pelo grafema ‘ss’. Nosso sistema visual aprendeu a
tratar esses grupos de letras como uma unidade à parte, inteira, a ponto de não vermos
praticamente mais as letras os compõem”.
117
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
118
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
119
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
da fala [...]” (FRADE, 2005, p. 49). Essa é uma das condições, mas nunca
entendida como pressuposto e nem como ponto de chegada do ensino
de linguagem; a apropriação da modalidade escrita da língua é funda-
mental porque ela é um objeto cultural central para a organização da so-
ciedade (BRITTO, 2012), e o seu estudo teórico e reflexivo se justifica
quando, para além e por meio da apropriação de conceitos – e tais rela-
ções grafonêmicas estão na ordem dos conceitos –, seja garantida a am-
pliação da capacidade de interpretação da realidade e a problematização
da vida concreta (BRITTO, 2012). Torna-se extremamente problemático,
desse modo, quando se trabalha visando à codificação e à decodifica-
ção, ressaltando-se a abstração nos tipos de análises feitas – sobre isso,
Frade (2005) aponta a gravidade de um percurso que focaliza os elemen-
tos do sistema fonológico e ortográfico deslocando- se das necessidades
efetivas de leitura e escritura de textos que fazem parte do repertório
cultural da humanidade.
Diante disso, tem-se como acertado que um dos princípios mais
elementares para o processo de alfabetização é o de que os sujeitos com-
preendam a base e a organização do sistema de escrita, reconhecendo
as relações fonêmico-grafêmicas e grafêmico-fonêmicas que não são,
certamente, simples, já que, como adverte Scliar-Cabral (2003, p. 22),
120
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
121
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
122
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
123
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
124
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
125
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
126
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
127
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
128
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
129
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
130
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Referências
131
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
132
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
133
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
134
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Rosângela Pedralli1
135
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
136
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
2 Entendemos que a impossibilidade de dar tratamento mais detido a essa questão possa
ser plenamente suplantada pela leitura de Tonet (2013) e Löwy (1985, 1987), produções já
amplamente citadas no âmbito desta obra e reconhecidas no campo.
137
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
138
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
139
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
140
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
141
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
142
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
143
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
144
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
145
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
146
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
147
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
3 Mantemos, ao longo da remissão direta à proposta teórica dessa autora, o termo aquisição
em oposição ao conceito vigotskiano de apropriação, por entendermos que, sob a lógica de-
fendida por Ferreiro e Teberosky, trata-se de um processo que, ao sobrepor a natureza bio-
lógico-orgânica à ‘descoberta’ do sistema de escrita alfabética produzido historicamente e
ao complexo processo de incorporação à segunda natureza que dela decorre, ele explicaria
melhor os limites da concepção em causa.
4 No âmbito deste capítulo, com os objetivos que movem nossa proposta de contribuição,
não nos ocuparemos de descrever tais estágios, limitando-nos a apresentar as conceptuali-
zações dos níveis, por serem eles já amplamente reconhecidos por profissionais que atuam
na alfabetização. A discussão original pode ser encontrada na obra Psicogênese da língua
escrita, sob autoria de Emília Ferreiro e Ana Teberosky e publicada em 1999.
148
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
5 Para Kosik (1976 [1963], p. 15), “A representação da coisa não constitui uma qualidade na-
tural da coisa e da realidade: é a projeção, na consciência do sujeito, de determinadas con-
dições históricas petrificadas”.
149
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
150
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
151
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
152
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
153
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
154
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Referências
155
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
156
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
157
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
158
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
159
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
160
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
161
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
162
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
3 Ainda que estejamos aproximando, aqui, proposições de Magda Soares com as de Brian
Street e seus seguidores, estamos cientes dos refinamentos que afastam e/ou aproximam as
percepções daquela estudiosa – em nossa compreensão, mais voltada para estudos do letra-
mento no plano escolar – e deste grupo de teóricos – em nossa compreensão, mais voltados
para estudos do letramento no plano da Antropologia.
163
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
164
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
165
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
166
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
167
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
168
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
169
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
170
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
171
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
172
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
o que de fato nos importa são as práticas sociais que se valem delas para
se instituir: dispositivos eletrônicos são meios e não fins em si mesmos
[...]” (CERUTTI-RIZZATTI; IRIGOITE, 2015, p. 276). Já Britto (2014, p 11)
adverte:
173
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Referências
174
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
175
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
176
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
177
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
178
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
179
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
180
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
181
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
nos sujeitos, mas apenas inserindo estímulos para que eles se desenvol-
vam a partir das relações com o meio.
Se para a epistemologia genética de Piaget ensino e desenvolvi-
mento estão apartados, para a psicologia histórico-cultural “[...] a tese
fundamental é que o desenvolvimento mental da criança é mediado pela
sua educação e ensino” (DAVIDOV, 1988, p. 55), entendendo-se que “[...]
aprendizado e desenvolvimento estão inter-relacionados desde o pri-
meiro dia de vida da criança” (VIGOTSKI, 2007, p. 95). Encarado o pro-
cesso dessa forma, a ação pedagógica não pode se voltar para aquilo
que o indivíduo já sabe ou já alcançou fora da escola; pelo contrário, deve
guiar-se por aquilo que a criança é capaz de aprender a partir do ensino
orientado pelo indivíduo mais desenvolvido no seio da prática social,
tendo ciência de que o aprendizado apropriado fora do ambiente esco-
lar tem caráter diferente daquele aprendido na escola, “[...] o qual está
voltado para a assimilação de fundamentos do conhecimento científico”
(VIGOTSKI, 2007, p 94). Deriva daí o conceito de zona de desenvolvimento
iminente5 elaborado por Vigotski (2007, p. 97): “[...] ela é a distância en-
tre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através
da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento
potencial, determinado através da solução de problemas sob a orienta-
ção de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes”.
Dentre outros fatores, em orientação teórico-metodológica
que elege a perspectiva histórico- cultural como fundamentação psi-
cológica do processo educativo, o ensino e a aprendizagem devem
ser orientados pelo reconhecimento do nível de desenvolvimento real
e pela projeção para o nível de desenvolvimento potencial do indivíduo,
entendendo-se que tal processo tem caráter mediado. Assim,
182
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
183
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
184
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
deve acontecer por volta dos dois anos de idade, quando a criança come-
ça a elaborar conexões entre a palavra e o objeto, não operando, ainda,
com as faces que se encarregam do signo e do significado. Antes de tal
união, pensamento e linguagem são duas unidades que se desenvolvem
independentemente uma da outra. Em certo momento, diz Vigotski
(1995, p. 120, tradução nossa), pensamento e linguagem, “[...] que se-
guiram caminhos diferentes, parecem se encontrar, se cruzar, e é então
que se interceptam mutuamente. A linguagem é intelectualizada, ela se
junta ao pensamento e o pensamento é verbalizado, ele se junta à lin-
guagem”. A criança, então, estando inserida no meio social e em fre-
quente comunicação com adultos, rodeada pelos signos, vai, aos poucos,
descobrindo suas funções.
É, então, a partir do desenvolvimento da linguagem em sua for-
ma verbal/sinalizada e do pensamento, agora de forma unificada, já que
um requalifica o outro, que o indivíduo começa a humanizar-se, dife-
renciando-se dos animais. Quando a criança começa a falar, nomeando
objetos, cria- se “[...] a possibilidade da representação de algo, e esse
momento marca o início de um longo processo que traz em seu bojo
a possibilidade do desenvolvimento da escrita enquanto ferramenta psí-
quica” (FRANCO; MARTINS, 2021, p. 110). Decorre daí a importância
de relações qualificadas entre professores, principalmente da Educação
Infantil, e seus alunos, entendendo-se que, em nosso tempo histórico,
a tarefa de apresentar o mundo às crianças recai, em boa medida, aos pro-
fessores. Além do que, conforme Mukhina (1996 apud SACCOMANI,
2019), o período sensível de apropriação da fala pela criança correspon-
de à idade de um a três anos, sendo que, se tal apropriação não se inicia
nesse período, compromete-se o desenvolvimento pleno da linguagem.
A qualidade e a quantidade de palavras apropriadas pelas crian-
ças dependerão das pessoas que a rodeiam, o que é muito significati-
vo se pensarmos no salto qualitativo que a apropriação da linguagem
proporciona. É a partir de tal desenvolvimento linguístico que a relação
com o pensamento se redimensiona e organiza-se, proporcionando a re-
presentação mental do mundo exterior e o desenvolvimento de concei-
tos. A linguagem passa a ser instrumento do pensamento, organizan-
185
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
6 Afasta-se, aqui, uma vez mais, de concepções de ensino derivadas da perspectiva constru-
tivista, para a qual a interação do sujeito com o objeto é a mais significativa para a apren-
dizagem. A psicologia histórico-cultural, pelo contrário, tem na relação com o interlocutor
mais desenvolvido e nos objetos que esse apresenta à criança a face mais importante para
o desenvolvimento e a aprendizagem.
186
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
187
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
tar, assim como o faz Saccomani (2019, p. 9), que a repetição de pala-
vras é importante à apropriação da fala, mas não como caminho único,
dado que tal processo “[...] exige a exposição a diferentes estimulações
que ampliem as relações entre objetos, sons e significados”. Dessa forma,
a tarefa primordial da Educação Infantil no que diz respeito à linguagem
é a de operar para que a criança deixe de nomear objetos apenas em sua
presença, como se o nome fosse uma extensão colada ao objeto, e passe
a operar psiquicamente com tal objeto em forma de signo, contribuindo
para a elaboração de generalizações.
Tal tarefa “[...] deve ter como objetivo favorecer a compreensão
e uso da linguagem em seus aspectos fonéticos, léxicos e gramaticais,
tendo em vista a correta articulação dos sons constitutivos das pala-
vras, a ampliação do vocabulário, a ordenação e articulação das palavras
nas orações” (SACCOMANI, 2019, p. 16). Essas apropriações são dadas
em parte pela própria estrutura do idioma em que a criança se alfabe-
tiza e, em parte, pela ação direta e intencional do professor, que deve
favorecer tais apropriações, tendo em vista, também, que são aspectos
caros à aprendizagem da leitura e da escritura. A ação do professor deve
levar em consideração, portanto, que a atividade verbal da criança se in-
tensifica no fim da primeira infância com o contato social mais amplo,
fora do círculo familiar. É nessa fase que “[...] as crianças conquistam
a capacidade de memorizar pequenos versos e contos, reproduzindo-os
com precisão. [...] essa capacidade é fundamental para enriquecer a lin-
guagem e, portanto, destacamos que esse é um dos focos do trabalho
pedagógico” (SACCOMANI, 2019, p. 16).
Para além do estudo e da consciência acerca do desenvolvimen-
to da linguagem na criança, é caro aos professores que relacionem
tal conhecimento com a periodização do desenvolvimento psíquico, pois
o planejamento de ações tendo em vista os estágios de desenvolvimento
(ELKONIN, 1987) fica mais claro e torna-se mais efetivo para os fins al-
mejados. O jogo de papéis é um estágio que deriva e se relaciona com es-
tágios precedentes, os quais compreendem a idade de zero a três anos:
comunicação emocional direta e atividade objetal manipulatória. Assim,
tal estágio de desenvolvimento é identificado quando a relação da crian-
188
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
189
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
190
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
191
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
192
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
8 Ressalta-se que as crianças não estão fadadas a reproduzir as relações sociais somente de
seu entorno imediato, de modo que “[...] a literatura é de grande importância para possi-
bilitar à criança o contato com personagens, tempos históricos e contextos que lhe per-
mitam a reprodução lúdica das mais variadas situações que enriqueçam seu repertório”
(MARSIGILIA, SAVIANI, 2017, p. 9).
193
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
194
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
195
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
196
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
197
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
198
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
199
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
200
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
201
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
202
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Considerações finais
203
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Referências
204
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
205
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
206
SEÇÃO III
IMPLICAÇÕES
TEÓRICO-
METODOLÓGICAS
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
208
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
res, processo esse que não acontece de forma linear e espontânea, mas,
sim, de forma revolucionária (VYGOTSKI, 2012 [1931]). Fato é que a rea-
lidade, enquanto algo que é criado pelos homens, precisa ser apreendida
por cada novo indivíduo da espécie humana, de modo que ele se aproxi-
me do que denominamos como genérico humano.
Ao pensarmos sobre o conceito de prática social, a compreen-
são de que a realidade é fruto da atividade humana torna-se essencial.
Para que ampliemos essa noção de modo que ultrapasse uma acepção
que se restrinja ao campo da cotidianidade, faz-se necessário que reto-
memos a teoria materialista, a qual defende que a prática social é fruto
da história e de uma relação dialética entre objetividade e subjetividade.
Tal relação aponta para o fato de que essa prática não pode ser apenas
do campo utilitário, isto é, não pode ser estritamente prática. Como de-
fendeu na sua filosofia da práxis, Gramsci (1968) nos mostra que pensar
em práxis significa compreender a realidade a partir da relação entre
teoria e prática, entre o pensamento e aquilo que é de fato objetivado,
de modo que a capacidade de abstração entra como ponto fundamental
para a compreensão e a criação/transformação do que assumimos como
prática social.
Tomando, portanto, a centralidade da capacidade de abstração para
que a relação dialética entre objetivação e subjetivação funde a própria
prática social, assumimos a relevância que o conhecimento tem nessa
perspectiva. Corroborando a definição da escola como “uma instituição
cujo papel consiste na socialização do saber sistematizado” (SAVIANI,
1984, p. 2), de modo que esse saber faculte aos indivíduos a compreen-
são de que são eles produtores dessa prática social, a qual é produzia
através do processo dialético entre teoria e prática, defendemos que,
se quisermos tomar essa noção como horizonte nas nossas salas de aula,
faz-se necessário uma compreensão epistemológica do que ela de fato
significa. Nas últimas décadas, vimos sobremaneira o conceito de prá-
tica social adentrar os documentos e as teorias pedagógicas, sem que,
na grande parte das vezes, os professores de fato compreendessem a que
prática se refere. Seria uma prática social vinculada ao dia a dia dos in-
divíduos, ou se propõe uma prática social que ultrapasse a vida empírica,
209
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
210
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
211
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
3 As aspas aqui são utilizadas para marcar a impossibilidade de se criar, de fato, livremente
num mundo premido pela lógica capitalista, discussão adensada à frente.
212
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
4 Frisamos, aqui, que o processo de objetivação não ocorre apenas quando se cria algo novo;
trata-se de um processo histórico que permite o engendramento da própria práxis. A lin-
guagem, a exemplo, é um instrumento que necessita ser objetivado por cada novo indivíduo
pertencente à espécie humana, já que dela precisa se apropriar.
213
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
214
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
215
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
216
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
217
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
7 Importante ressaltar que, quando falamos de subjetividade, longe de defender uma pers-
pectiva subjetivista, estamos utilizando tal categoria sempre em relação dialética com a
categoria da objetividade, em conformidade com as teorizações marxianas.
218
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
elaborados pelas gerações passadas, que não tenha como norte a mera
adequação dos sujeitos ao modo social vigente, não basta que fiquemos,
em nossas aulas, restritos às questões puramente práticas e imediatas
da vida dos estudantes.
A fim de adensar tal discussão, retomamos Vázquez (2011 [1967])
quando o autor aponta a distinção entre a prática social que é do campo
da imediatez e aquela que seria vinculada a uma práxis revolucionária.
Segundo o autor, faz-se necessário que superemos o que ele denomi-
na de consciência comum, sendo justamente a consciência pertencente
à classe dos trabalhadores, a qual, desprovida de consciência de classe,
não se torna capaz de alçar uma compreensão da prática social como
algo que é fruto de suas próprias mãos. Para a consciência comum, não há
uma compreensão da dialética aqui apontada, entre teoria e prática, en-
tre apropriação e objetivação; a vida é prática no sentido restrito da pa-
lavra. Defendendo a superação de tal consciência para que se alce a uma
verdadeira compreensão da práxis como fruto de um processo histórico,
o autor defende que
219
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
220
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
221
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
222
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Para que tal consciência seja alçada, enfim, é preciso que os indiví-
duos compreendam a realidade de forma que ultrapassem a vida cotidia-
na, e que compreendam as relações humano-genéricas; é preciso que se
ultrapasse uma relação com a prática social que é em si para uma relação
que seja para si. Retomando a definição de consciência comum apontada
223
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
224
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
225
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
226
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
227
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
228
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
da língua escrita diz respeito aos jogos infantis. Essa atividade se cons-
titui como um fator decisivo para o desenvolvimento, tendo em vis-
ta que possibilita o desenvolvimento da capacidade de representação
simbólica. Uma criança que utiliza uma régua para fazer de conta que é
aquilo uma varinha mágica, por exemplo, consegue fazer essa utilização
a partir de gestos que dão ao primeiro objeto uma função diferente: se-
gura a régua pela ponta, aponta-a para outros objetos falando palavras
que são, supostamente, mágicas...Quer dizer, “[...] lo importante no es
la semejanza entre el juguete y el objeto que designa. Lo que tiene mayor
importancia es su utilización funcional, la posibilidad de realizar con su
ayuda el gesto representativo” (VYGOTSKI, 2012 [1931], p. 187). E, assim
como o desenho, apoiando-se inicialmente no gesto, os jogos irão dis-
tanciando-se da forma gestual e adquirindo significados independentes,
de modo a trazer uma nova significação para o objeto que é utilizado.
Nesse sentido, ao se utilizar um objeto para representar outro,
através da brincadeira, o objeto acaba por distanciar-se da sua primeira
função (embora não a perca, já que no instante seguinte pode-se reti-
rar a régua do jogo e utilizá-la para traçar uma linha), o que representa
ao fim, um simbolismo de segunda ordem. A partir dessa ressignificação
conferida ao objeto, as crianças apresentam um passo em direção à re-
presentação simbólica, a qual “[...] en el juego y en uma etapa más tem-
prana es, en esencia, uma forma peculiar del linguaje que lleva diretamente
al linguaje escrito” (VYGOTSKI, 2012 [1931], p. 191). Compreendendo
que a escrita é justamente uma forma de representar, através de signos,
o nome das coisas, o jogo infantil desponta como fase essencial no de-
senvolvimento das crianças. Sobre esse período, Leontiev (2017 [1981])
denomina a atividade dos jogos protagonizados como a atividade-guia8
principal das crianças de três a seis anos, pois é justamente aquela
que propicia uma maior possibilidade de desenvolvimento humano nes-
sa fase da vida.
8 Segundo Leontiev (2017 [1981], p. 65), “[...] a atividade principal [atividade-guia] é então
a atividade cujo desenvolvimento governa as mudanças mais importantes nos processos
psíquicos e nos traços psicológicos da personalidade da criança, em um certo estágio de seu
desenvolvimento”.
229
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
230
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
231
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
232
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Considerações finais
233
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Referências
234
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
235
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
236
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
237
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
238
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
1 Os pressupostos
E é esse grau de abstração, por sua vez, que irá determinar o desen-
volvimento das funções psíquicas superiores, ao passo que essas ocorrem
com a apropriação dos produtos da cultura humana, quando generaliza-
dos em categorias ou, o que é foco de nossa discussão, na forma verbal.
Para discutir essa relação por uma perspectiva histórico-cultural
e, portanto, marxista, é preciso resgatar o método de análise da realida-
239
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
240
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
241
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
242
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
2 O processo
243
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
244
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
245
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
246
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
247
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
248
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Essa leitura se deu pela própria professora, que a fez em voz alta
para a classe. Porém, o que precede a leitura do documento em si é que
deve ser destacado, pois esse preâmbulo e, de maneira mais efetiva,
a própria escolha do objeto de conhecimento a ser apresentado aos alu-
nos já demonstram um contraponto aos reducionismos que vimos criti-
cando ao longo da discussão traçada neste capítulo, sejam eles relacio-
nados ao ensino do sistema pela sua iminência, sejam eles pela escolha
de textos apenas para serem utilizados como pretextos, a fim de ilus-
trar sílabas, palavras ou famílias silábicas específicas. É visível aqui que,
muito mais do que o texto do ECA na sua materialidade, o que estava
sendo destacado pela docente era também o papel social, histórico e le-
gal deste documento.
Após a leitura dos direitos das crianças e dos adolescentes, os alu-
nos foram questionados sobre qual daqueles direitos mencionados lhes
parecia mais interessante e, com esse direcionamento, destacaram
o Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer. Essa escolha foi,
assim, ponto de partida para as propostas de produção de texto, pois
249
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
250
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
251
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
252
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Por mais simples que esse exemplo pareça, ele sintetiza muitas
das nossas defesas, ao passo que a própria concepção de palavra se trata
de uma abstração que necessita desse intermédio para ser assimilada
pelos alunos.
Esses exemplos apresentados no relato de experiência, ain-
da que bastante restritos, por mostrarem apenas uma pequena parte
do trabalho pedagógico elaborado pela alfabetizadora, já encaminham
253
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
3 Os desafios
254
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
255
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
REFERÊNCIAS
256
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo, 2007.
MARX, Karl. O capital. Livro I: o processo de produção do capital. São Paulo:
Boitempo, 2013a.
MARX, Karl. Posfácio da segunda edição. In: MARX, Karl. O capital. Livro I: o
processo de produção do capital. São Paulo: Boitempo, 2013b.
MORTATTI, Maria Rosário Longo. História dos métodos de alfabetização no
Brasil. Conferência proferida no Seminário Alfabetização e Letramento em
Debate, 2006.
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. 42. ed. Campinas: Autores Associados,
2012.
SOUZA, Cristina Albertina Rodrigues de; PEDRALLI, Rosângela; ARAGÃO,
Jovino Luiz. Alfabetização nos/para os usos sociais da escrita: a produção
textual escrita como ponto de partida para a apropriação do sistema de escrita
alfabética. In: SILVEIRA, E.; AGUIAR, M. A. L.; PEDRALLI, R. Alfabetização de
crianças de 6 a 8 anos: relatos de experiência docente. Volume 3. Florianópolis:
Núcleo de Publicações do Centro de Ciências da Educação, 2017. p. 48- 50.
VIGOTSKI, Lev Semenovich. A formação social da mente. São Paulo: Martins
Fontes, 2007.
VIGOTSKI, Lev Semenovich. A Construção do Pensamento e Linguagem. São
Paulo: Martins Fontes, 2010.
257
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
258
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
259
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
260
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
261
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
262
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
263
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
264
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
265
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
266
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
ca, aponta que, para o ocupar o ‘vazio’ dessa negação frontal à escola
tradicional, as proposições escolanovistas – para as quais o construti-
vismo tem papel central – aparecem como parte de um projeto social
que, a partir de uma compreensão fetichizada da relação entre escola
e sociedade mais ampla, vislumbra formar sujeitos flexíveis, moldáveis
e adaptáveis às circunstâncias (BRITTO, 2012). Para ilustrar essas afir-
mações, recorremos a Teixeira (1978, p. 27, grifo do autor), importante
educador e pioneiro da Escola Nova, para quem “O fim da educação é,
de modo geral, levar os educandos a ter as mesmas ideias que preva-
lecem entre os adultos, e, assim, como membros reais do grupo social,
dar às coisas e aos atos o mesmo sentido que os outros” – nada poderia
ser mais elucidativo quanto ao que tratamos como uma formação para
a adaptação à ideologia dominante. A escola, sob essa toada, “[...] não le-
vará ao máximo de aprendizagens, porque a aquisição do saber, devendo
processar-se em processo natural de vida, será inevitavelmente aciden-
tal” (TEIXEIRA, 1978, p. 40). O que em alguma medida analisamos nesta
seção é justamente a ‘acidentalidade’ com que o desenvolvimento oral
das crianças é abordado na escola.
Quando concebida a ‘aquisição do saber’ como ‘processo natural’,
tem-se, por certo, como princípio, a compreensão biologizante dos su-
jeitos, para a qual as elaborações da epistemologia genética têm rele-
vância, instituindo-se que o conhecimento resultaria “[...] de interações
que se produzem a meio caminho entre sujeito e objeto [...]” (PIAGET,
2012 [1970], p. 8), estando implicados nesse movimento, que vislumbra
a adaptação do organismo humano ao meio, os processos de assimila-
ção e acomodação; sobre os postulados piagetianos, Martins e Marsiglia
(2015, p. 36) explicam: “O processo de assimilação é a incorporação
de uma experiência ou objeto aos esquemas do sujeito. No entanto,
as experiências/os objetos podem oferecer resistência, exigindo um pro-
cesso de acomodação por meio do qual o organismo se ajustará [...]”.
O ajustamento, pois, torna-se palavra de ordem.
Tendo-se em vista que os pressupostos filosóficos de quaisquer
teorizações do campo educacional incidem diretamente na organiza-
ção do trabalho docente, importa explicitar que o ideário construtivis-
267
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
268
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
269
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
270
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
271
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
272
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
te, mediante modulações que produziam por sua vez modulações mais
perfeitas, enquanto órgãos da boca aprendiam pouco a pouco a pronun-
ciar um som articulado após outro” (ENGELS, 2004 [1896], p. 15).
Para esse autor e, pela afinidade filosófica, para toda a Escola
de Vigotski, assim, a relação entre trabalho e linguagem só pode ser con-
cebida em sua origem a partir da primazia daquele no esteio do qual
se cria esta. Nas palavras de Engels (2004 [1896], p. 16), “primeiro o tra-
balho e, depois dele e com ele, a palavra articulada, foram os dois estí-
mulos principais sob cuja influência o cérebro do macaco foi se transfor-
mando gradualmente em cérebro humano [...]”.
Partindo dessa compreensão corrente no âmbito da filosofia mar-
xista, ainda que não consensualmente (HADDAD, 1999), Vygotski (2012
[1931]), ancorado em importante trabalho sobre a descoberta da escrita
desenvolvido por Luria (1988), retoma a dinâmica de desenvolvimen-
to das formas de simbolização na história humana, fazendo-o a partir
do reconhecimento de que essas se confirmam nos indivíduos pela par-
ticipação em atividades principais que caracterizam o desenvolvimento
humano (LEONTIEV, 1959). Tendo presente esse estudo e a afirmação
de que ensinar a linguagem oral e a linguagem escrita residiria numa cer-
ta artificialidade que acompanharia o processo no caso da segunda, en-
quanto que, no da primeira, a criança se integraria sozinha (VYGOTSKI,
2012 [1931]), é necessário realizar uma complementação: parece-nos
que aqui o autor reporta-se ao fato de o domínio da linguagem verbal
na modalidade oral ser reconhecido como possibilidade e, em consequ-
ência disso, tornar-se capacidade em cada novo ser da espécie humana
pela própria comunicação com outros. Não trataria o autor, nesse ponto,
especificamente, da apropriação das diferentes formas de comunicação
via modalidade oral da linguagem verbal, aquelas relacionadas às ins-
tâncias formais, organizadas socialmente, bem como das formas mais
elaboradas dessa manifestação linguística próprias dos campos do co-
nhecimento mais complexos, arte, ciência e filosofia, em síntese, das for-
mas superadoras da práxis utilitária e do senso comum.
É nessa direção que as proposições teóricas do Círculo de Bakhtin,
com destaque à teoria dos gêneros do discurso, parecem oferecer uma im-
273
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
274
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
275
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
276
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
277
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
278
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
assumimos, tal qual propõe Saviani (2013b [1973]), que uma das dimen-
sões que compõe a atividade principal do professor é o desenvolvimento
de formas cada vez mais elaboradas de ensinar e é nesse sentido, por-
tanto, que vai nossa tentativa de contribuição no âmbito desse capítulo.
279
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Referências
AMORIM, Marilia. Para uma filosofia do ato: “válido e inserido no contexto”. In:
BRAIT, Beth. (org.). Bakhtin: dialogismo e polifonia. São Paulo: Contexto, 2009.
p. 95-114.
BAKHTIN, Mikhail. Gêneros do discurso. In: BAKHTIN, Mikhail. Estética da
Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2011 [1952/53]. p. 261-335.
280
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
281
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
282
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
LÖWY, Michel. Ideologias e ciência social: elementos para uma análise marxista.
20. ed. São Paulo: Cortez, 2015 [1985].
LÖWY, Michel. As aventuras de Karl Marx contra o barão de Müchhausen:
Marxismo e Positivismo na Sociologia do Conhecimento. São Paulo: Cortez,
1987.
LURIA, Alexander R. O desenvolvimento da escrita na criança. In: VIGOTSKI,
Lev S.; LURIA, Alexander R.; LEONTIEV, Alexei N. Linguagem, desenvolvimento
e aprendizagem. São Paulo: Ícone–Editora da Universidade de São Paulo, 1988.
MARTINS, Lígia Márcia. O legado do século XX para a formação de professores.
In: MARTINS, Lígia Márcia; DUARTE, Newton (org.). Formação de professores:
limites contemporâneos. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. p. 13-31.
MARTINS, Lígia Márcia; MARSIGLIA, Ana Carolina Galvão. As perspectivas
construtivista e histórico-crítica sobre o desenvolvimento da escrita. Campinas:
Autores Associados, 2015.
MARX, Karl. Grundrisse. São Paulo: Boitempo, 2011 [1857-58].
MARX, Karl. Contribuição à crítica da economia política. 2. ed. São Paulo:
Expressão Popular, 2008 [1859].
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo, 2007
[1845-6].
MARX, Karl. Crítica da filosofia do direito de Hegel [Introdução]. In: MARX,
Karl. Crítica da filosofia do direito de Hegel. São Paulo: Boitempo, 2013 [1843].
p. 151-163.
MARX, Karl. Manuscritos Econômico-Filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2004
[1844].
PIAGET, Jean. A epistemologia genética. 4. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes,
2012 [1970].
RANIERI, Jesus. Apresentação: sobre os chamados Manuscritos econômico-
filosóficos de Karl Marx.
In: MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2010.
p. 11-17.
ROSSLER, João Henrique. Sedução e alienação no discurso construtivista.
Campinas: Autores Associados, 2006.
283
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
284
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Priscila de Sousa1
1 Mestra em Letras pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), professora de Língua
Portuguesa da Secretaria Estadual de Educação de Santa Catarina, e articuladora da área de
Linguagens no Grupo Marista.
285
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
286
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
287
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
288
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
2 De modo breve, podemos definir avaliação diagnóstica como uma atividade ou um conjunto
de atividades realizadas no início dos processos de ensino e aprendizagem, com o objetivo
de depreender o nível de desenvolvimento dos estudantes. Já a avaliação formativa ocorre
durante todo o processo educativo e permite ao professor acompanhar o desenvolvimento
dos estudantes em relação aos objetivos propostos no planejamento. Finalmente, a avalia-
ção somativa é realizada ao final do processo e promove a classificação dos alunos em rela-
ção aos níveis de aproveitamento esperado, com base, geralmente, na atribuição de notas.
289
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
290
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
para sua constituição como ser genérico. Nas palavras de Martins (2015,
p. 45):
291
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
292
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
293
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
294
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
295
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
296
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
297
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
298
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
299
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
300
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
301
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
o professor acaba precisando desconstruir tudo aquilo que antes foi ex-
plicado para o educando a partir de um só esquema de regularidade
priorizado. Nesse momento, geralmente, a criança passa por um grande
conflito.
Se, por outro lado, a criança for alfabetizada por meio de uma ação
educativa que a leve a compreender que há um conjunto de regulari-
dades que se sobrepõem, se correlacionam, estão em síntese dialética
nas palavras que compõem os textos, ela não encontrará uma grande
ruptura neste processo, apesar dos saltos de desenvolvimento, comuns
e necessários. De acordo com Marsiglia e Saviani (2017, p. 5),
302
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
303
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
304
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Considerações finais
305
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
306
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
Referências
BARROS, Daniel. País mal educado: por que se aprende tão pouco nas escolas
brasileiras? São Paulo: Record, 2018.
FERNANDES, Florestan. A formação política e o trabalho do professor. In:
FERNANDES, Florestan. O desafio educacional. São Paulo: Cortez: Autores
Associados, 1989.
HELLER, Agnes. O cotidiano e a história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008.
LEONTIEV, Alexei. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Livros Horizonte,
1978.
LEONTIEV, Alexei. Actividad, conciencia, personalidad. 2. ed. Havana: Pueblo y
Educacion, 1983.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
LURIA, Alexander R. O desenvolvimento da escrita na criança. In: VIGOTSKI,
Lev S.; LURIA, Alexander R.; LEONTIEV, Alexei N. Linguagem, desenvolvimento e
aprendizagem. 11. ed. São Paulo: Ícone, 2010.
MARSIGLIA, Ana Carolina Galvão; SAVIANI, Dermeval. Prática pedagógica
alfabetizadora à luz da psicologia histórico- cultural e da pedagogia histórico-
crítica. Psicologia em Estudo, v. 22, n. 1, p. 3-13, 2017.
307
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
308
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
POSFÁCIO
309
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
310
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
311
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
312
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
313
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
314
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
315
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
316
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
317
ALFABETIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO:
A APROPRIAÇÃO INICIAL DA ESCRITA SOB BASES HISTÓRICO-CULTURAIS
12 COELHO, Izac Trindade; MAZZEU, Francisco José Carvalho. Notas introdutórias para um
método histórico- crítico de alfabetização. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação,
Araraquara, v.11, n. esp. 4, p. 2576-2593, 2016.
318