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“O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura

boas pérolas; e tendo achado uma pérola de grande valor, vendeu


tudo que possuía, e a comprou”. (Mateus 13: 45 e 46)

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Ano 2009

“Todos os direitos reservados. Este manual não pode ser copiado, foto
copiado, reproduzido, traduzido ou convertido em qualquer forma eletrônica
ou legível por qualquer meio, em parte ou no todo, sem a aprovação prévia
por escrito da Igreja Evangélica Bola de Neve.”

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Sumário

Introdução ...........................................................................................................3

A evolução do dinheiro .........................................................................................8

A bíblia e o dinheiro ............................................................................................11

O judeu e o dinheiro ...........................................................................................14

O cristão e o dinheiro .........................................................................................18

Prosperidade ......................................................................................................25

Qual a sua motivação? .......................................................................................37

Algumas situações do dia a dia ..........................................................................44

Quando o dinheiro se torna um problema ..........................................................58

O dinheiro na forma de um deus ........................................................................65

Administração e Planejamento Financeiro ..........................................................76

O Cartão de Crédito ...........................................................................................91

Os Dízimos.........................................................................................................96

As Ofertas ........................................................................................................111

As Primícias......................................................................................................116

A Lei da Semeadura e da Colheita......................................................................121

Saindo da maldição e entrando na bênção ........................................................130

Conclusão ........................................................................................................133

Alguns exemplos práticos .................................................................................135

Algumas questões relacionadas às finanças ......................................................138

As perguntas mais freqüentes ...........................................................................139

2
Introdução

Quando escolhemos caminhar com JESUS, O declarando como nosso único,


exclusivo e suficiente SENHOR e Salvador, reconhecemos a conversão do nosso coração a
DEUS. Porém, junto com a conversão do coração, alguns outros pontos da vida também
precisam ser mudados e convergidos a DEUS de igual forma. Além do coração,
precisamos ter convertidos a mente, as mãos, a boca, os olhos, e acreditem se quiser, o
“bolso”.

Para a grande maioria, a conversão do bolso é a parte mais difícil de todo o


processo de transformação da vida. Há pessoas que rapidamente entregam o “bolso” aos
cuidados de JESUS. Há pessoas que relutam um pouco, mas que entregam ao longo da
vida. Mas há pessoas que morrerão sem ter experimentado o desapego ao material, as
maiores alegrias que existem em dar do que em se receber, a devoção a DEUS
representada pela devolução de dízimos como sinal de obediência e gratidão, além das
experiências sobrenaturais de provisão financeira que aparecem milagrosamente no
último minuto da prorrogação (ou quem sabe ainda na decisão por penalidades).

Quando falamos sobre o dinheiro tendo o respaldo da bíblia, as pessoas têm uma
tendência a manterem-se na defensiva. Quando falamos de dízimos então, parece que
estamos falando a um gato acuado. Quando dizemos que aquele que dá é mais feliz do
que aquele que recebe, esse gato então se torna arisco, com os pêlos todos arrepiados e
com o rabo todo espanado. Ao ler essas páginas, oramos para que todos nós nos
desarmemos, arrancando os pré-conceitos que o mundo plantou na nossa mente. Nosso
coração precisa estar sempre aberto para as mudanças que DEUS deseja realizar,
inclusive quando essas mudanças referem-se às nossas finanças.

Não pense que somente palavras como “salvação”, “oração” e “jejum” são assuntos
espirituais, e que a palavra “dinheiro” é um termo exclusivo do mundo secular. Muito pelo
contrário, pois para o cristão, lidar com o dinheiro, requer santidade, intimidade e direção
espiritual dada por DEUS. Agindo assim, evitam-se uma série de problemas como, por
exemplo, a avareza, a ganância, o egoísmo, o roubo, a idolatria, as disputas judiciais,
entre tantos outros assuntos que afastam o homem de DEUS.

Um dos assuntos mais difíceis e complicados dentro do cristianismo é justamente


o que aborda o dinheiro. Muito dessa dificuldade se deve à pelo menos dois fatores
inerentes ao ser humano:

1. A tendência de amar as riquezas e depender dela.

2. A resistência e coração duro aos ensinamentos de JESUS acerca das


finanças.

Seu objetivo de vida não é o de ganhar dinheiro. Você pode ter até um chamado
específico em lidar com o dinheiro, mas isso não significa que você vai viver em função
dele, muito menos tê-lo como meta de vida. Certamente, tendo o dom da pobreza ou o
dom de adquirir riqueza, seu objetivo de vida será o de alcançar um outro tipo de riqueza,
de valor muito mais supremo e incalculável.

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“Mas DEUS, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos
amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com
CRISTO – pela graça sois salvos – e juntamente com Ele nos ressuscitou e nos fez
assentar nos lugares celestiais em CRISTO JESUS, para mostrar nos séculos
vindouros a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em
CRISTO JESUS. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de
vós, é dom de DEUS; não de obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2: 4-9)

A redenção é para aquele que crê, e não para aquele que tem ou é alguma coisa no
mundo. A condição exigida por DEUS para se chegar à salvação não é a de se ter
patrimônios e rendas. A condição para salvação é exatamente a mesma, tanto ao rico,
quanto ao pobre.

O mundo de hoje é materialista e consumista. A realidade atual nos mostra que as


pessoas são medidas por aquilo que elas têm, e não por aquilo que elas são. A análise do
exterior vale muito mais que a do interior, o desempenho vale mais que o caráter, e os
fins justificam e valem mais do que os meios. E é justamente essa realidade do mundo
que jamais pode encontrar espaços nas igrejas.

Fama, status, poder, influência e bens jamais podem ser os nossos sonhos de
consumo. Ao invés de tudo isso, aos olhos do Criador, os verdadeiros sonhos de consumo
devem ser a intimidade com DEUS e a salvação eterna que há somente em JESUS
CRISTO.

A essência de nossa existência é conhecer de verdade a DEUS, voltar aos Seus


braços e a partir de então, apresentá-Lo ao mundo. E todas as demais coisas da nossa
vida devem ser tidas como conseqüências disso. De nada adiantará ter tido uma vida de
riqueza ou até mesmo de pobreza, se ao final dela não termos encontrado a suprema
riqueza da Sua graça.

É bem verdade que o dinheiro compra muitas coisas. Porém há coisas que a prata
e ouro não conseguem comprar. A prata e o ouro possuem valores terrenos e temporais,
sendo estimadas pela humanidade. Porém, neles, há um poder de corruptibilidade muito
perigoso e nocivo.

Quando o apóstolo Pedro escreveu que fomos “resgatados”, ele estava dizendo,
entre outras coisas, que um preço havia sido pago para se comprar e adquirir algo. E
nesse caso, essa moeda teve um valor infinitamente maior que qualquer dinheiro. Para
ser mais exato, foi pago um valor imensurável que nem todo o dinheiro do mundo, mesmo
sendo acumulado, poderia se igualar ao valor da oferta de sangue derramada na cruz.

Nos tempos bíblicos, a prata e o ouro poderiam até resgatar uma pessoa de uma
condição de escravidão física, mas jamais de uma escravidão espiritual. Certamente
quando Pedro escrevia esse texto, ele tinha como base a sua carta de alforria espiritual.
Se você acha que já viu ou conhece algumas jóias preciosas, ou ainda conhece pessoas
que sejam milionárias ou bilionárias, é porque ainda não viu o que realmente existe de
mais precioso em termos de moeda ou riqueza: o sangue de JESUS.

“Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que
fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas
pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de
CRISTO.” (1 Pedro 1: 18 e 19)

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Mas, ainda assim, não há qualquer engano em trabalhar e crescer
financeiramente, e quando isso acontece, o nível de dependência deve crescer também:
aos olhos carnais, quanto mais dinheiro a pessoa tem, mais independente ela se torna; já
aos olhos espirituais essa relação muda, pois quanto mais dinheiro a pessoa tem, mais
difícil é manter sua dependência de DEUS, caso contrário ela certamente sucumbirá aos
enganos da vida.

As riquezas, na vida do cristão, podem sim ser consideradas como uma benção de
DEUS, desde que atendam uma série de requisitos que veremos nas páginas adiante, pois
os seus olhos e o seu coração dirão se o dinheiro representa um perigo ou uma benção
em sua vida.

“A bênção do SENHOR enriquece, e com ela não traz desgosto.” (Provérbios 10:
22)

O objetivo final em se ter uma área financeira saudável, de ofertar, de entregar o


dízimo e tudo o mais que se relacione com o dinheiro, é a salvação das almas. Não há
nenhum sentido prosperar financeiramente sem ter como objetivo final a salvação de
vidas. Não há nenhum sentido orar para que as igrejas sejam prósperas financeiramente
se o objetivo final não for o de alcançar as almas perdidas e fornecer alimento às pessoas,
quer espiritual, quer material. Não há nenhum sentido orar para que DEUS traga
recursos financeiros aos seus servos se o objetivo final não for o de repartir e o de dar,
mesmo porque quanto mais alguém dá, mais este recebe de DEUS. Perder essa essência,
significa sair da visão e do centro da vontade de DEUS quando o assunto é o envio de
recursos financeiros para as igrejas e para a vida de cada um.

Não estamos dizendo que os recursos não possam ser usados e revertidos na
própria vida. Muito pelo contrário, pois a mesma bíblia diz que digno é o trabalhador de
seu salário.

“Pois a escritura declara: não amordaces o boi, quando pisa o grão. E ainda: o
trabalhador é digno do seu salário.” (1 Timóteo 5: 18)

Quando o dinheiro é aplicado sobre a própria vida de uma maneira correta e


saudável, ele traz consigo benefícios que facilitam a vida, como por exemplo, alimentação,
vestuário, moradia, educação de qualidade, momentos de lazer em família, etc.

E ainda que o resultado final seja a salvação das almas, a vida pessoal não pode
se limitar a isso: receber JESUS como Salvador, freqüentar uma igreja e se programar
para ir ao céu. Além disso, como embaixadores de CRISTO na terra (2 Coríntios 5: 20 a),
precisamos trazer o Reino de DEUS para cá. Quando oramos para que venha a nós o
Reino Dele (Mateus 6: 9 e 10), não estamos nos referindo somente a salvação, mas
também aos diversos princípios espirituais que cercam a nossa existência, entre elas as
questões financeiras. É de extremo valor aplicar, no dia a dia, os princípios bíblicos do
Reino sobre as finanças.

As leis espirituais regem todo o universo de igual forma e são as mesmas para
homens, mulheres, anjos, demônios e satanás. Essas leis valem para todos, sendo elas
imutáveis. As finanças possuem suas respectivas leis espirituais que abordaremos no
decorrer desse estudo. Portanto, essas leis nos indicam a forma que temos que lidar com
a área financeira, e entre outras coisas, tem-se os seguintes pontos: administrar os
recursos dados por DEUS, atravessar os desertos financeiros, aprender com esses
desertos, ter desapego ao material, não amar o dinheiro, dar sem esperar receber nada
em troca, ser próspero, planejar as finanças pensando no Reino e na família, ter o real
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entendimento do propósito do dinheiro, ter o real entendimento da ausência do dinheiro,
ser suprido em todas as coisas, e finalmente, ser abençoado por DEUS.

Atualmente, quando pensamos em dinheiro, associamos a um papel chamado


cédula, que por sua vez possui uma capacidade de adquirir algo, sejam serviços, ou bens
móvel-imóveis, ou um alimento, ou uma viagem, etc. Isso nos faz entender que o dinheiro
faz parte da nossa vida, e mais do que isso, da realidade do nosso dia a dia.

Com todo esse contexto, para se viver nesse mundo, o dinheiro é importante sim, e
ele está diretamente relacionado a todos os setores da vida, inclusive o setor eclesiástico.
Se não fosse assim, de que maneira as igrejas pagariam suas despesas? Portanto, é um
engano o cristão desprezar essa realidade. O importante e fundamental para ser ter uma
vida ajustada em DEUS, é saber colocar o dinheiro no seu devido lugar – longe do
coração.

A aliança de DEUS com seu povo abrange vários segmentos da vida. E Ele atrelou
a abundância financeira à condição de obediência. Isso significa dizer que as conquistas
materiais devem estar totalmente interligadas com as questões espirituais. Crescimento
material é apenas umas das possíveis conseqüências de um crescimento espiritual.

Nas páginas a seguir, abordaremos diversos assuntos que mesclam finanças com
espiritualidade. Qual deve ser a nossa postura ante o dinheiro e também qual deve ser a
postura dele diante de nós? Deixe que ele trabalhe e nos sirva, e jamais o contrário. Você
se considera uma pessoa próspera? Saiba que você pode ter muito dinheiro e ainda assim
não ser próspera, ou não ter lá muitos recursos, mas, diante de DEUS, ser próspero. Ou
quem sabe tanto ser rico quanto ser próspero. O que será que a bíblia diz sobre
prosperidade?

Esperamos que você, ao estudar conosco, não tenha o dinheiro como sua
motivação. Oramos para que DEUS derrame todas as promessas sobre a sua vida, por
encontrar em você um coração apto para recebê-las, não fazendo delas o seu deus. No dia
a dia nos deparamos com uma série de situações que envolvem o dinheiro. DEUS quer
que Seu povo saiba administrar e planejar os recursos, sem negligenciar conceitos
totalmente espirituais como primícias, dízimos, ofertas e semeadura e colheita.

“Bendito o que vem em nome do SENHOR. A vós outros da Casa do SENHOR,


nós vos abençoamos”. (Salmo 118: 26)

A proposta está feita! A escolha está em nossas mãos! Bem ou mal, vida ou morte,
bênção ou maldição. Que escolhamos a vida e a bênção, para que sejamos sempre
chamados como aqueles que são benditos, e que sempre virão representando o nome do
SENHOR.

“O SENHOR, teu DEUS, te dará abundância em toda obra das tuas mãos, no
fruto do teu ventre, no fruto dos teus animais e no fruto da tua terra e te
beneficiará; porquanto o SENHOR tornará a exultar em ti, para te fazer bem, como
exultou em teus pais; se deres ouvidos à voz do SENHOR, teu DEUS, guardando
os seus mandamentos e os seus estatutos, escritos neste Livro da Lei, se te
converteres ao SENHOR, teu DEUS, de todo o teu coração e de toda a tua
alma. Porque este mandamento que, hoje, te ordeno não é demasiado difícil,
nem está longe de ti. (...) Pois esta palavra está mui perto de ti, na tua boca e no
teu coração, para a cumprires. Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e
o mal; (...) Porém, se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e
fores seduzido, e te inclinares a outros deuses, e os servires, então, hoje, te
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declaro que, certamente, perecerás; (...) Os céus e a terra tomo, hoje, por
testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição;
escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, amando o
SENHOR, teu DEUS, dando ouvidos à sua voz e apegando-te a Ele (...)”.
(Deuteronômio 30: 9-20)

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Capítulo 1

A evolução do dinheiro

O dinheiro, como conhecemos hoje, nem sempre existiu – a moeda é o resultado de


uma longa evolução nas relações comerciais. Antigamente não existiam cédulas, o
dinheiro no formato de papel ou ainda no formato do comércio eletrônico. As compras e
vendas se davam através de trocas de mercadorias e qualquer prestação de serviços era
paga também através de mercadorias. Essa troca de mercadorias é o que a história
chamou de escambo.

O escambo foi a primeira forma de comércio praticada pela humanidade. O


escambo original era a simples troca de uma mercadoria por outra, sem equivalência de
valor e sem a presença de dinheiro. Por exemplo, uma pessoa ou um grupo que colhesse
arroz além do necessário à sua sobrevivência, naturalmente faria escambo com alguém
ou um grupo que pescou além do necessário (isso ainda pode ocorrer entre povos de
economia primitiva nos dias de hoje).

O escambo utilizava-se de mercadorias em seu estado natural, e por não existir


um parâmetro para avaliar o real valor de cada tipo de mercadoria, as pessoas viram-se
em certa dificuldade no momento de fechar os negócios. Com isso as mercadorias que
tinham mais utilidades passaram a ser mais procuradas e consequentemente tiveram seu
valor elevado. Essas mercadorias, aceitas por todos, assumiram a função de moeda da
época, sendo consideradas como moeda-mercadoria, circulando como elemento de troca e
base de referência para avaliação dos demais produtos.

Uma das moedas-mercadorias mais usadas foram os animais, principalmente o


gado bovino, já que apresentava vantagens de locomoção própria, reprodução e prestação
de serviços, mesmo apesar do risco de doenças fatais e a estimativa de vida pré-
determinada. Um outro tipo de moeda-mercadoria foi o sal, devido ao potencial de
conservar os alimentos e sua difícil obtenção nas regiões mais interioranas. Tanto o gado
como o sal influenciaram o nosso vocabulário: pecúnia (dinheiro) e pecúlio (dinheiro
acumulado) que derivam do latim pecus (gado); a palavra capital (patrimônio) vem do
latim capita (cabeça); a palavra salário (remuneração normalmente em dinheiro) tem sua
origem no uso do sal para o pagamento de serviços prestados na Roma antiga.

Com o passar do tempo, percebeu-se que praticamente todas essas mercadorias


apresentavam o problema de não permitir o acúmulo de riquezas por serem facilmente
perecíveis. A única mercadoria possível de se acumular, sem problemas de perecimento,
era o metal, originalmente usado na fabricação de utensílios e armas anteriormente feitos
de pedra desde os primeiros anos de existência humana. Por apresentar essa vantagem
de entesouramento, além da divisibilidade, da raridade, da facilidade no transporte e da
sua beleza, o metal passou a ser considerado o principal padrão de valor. Era trocado sob
seu estado natural até passar a ser trocado já em forma de barras, ou objetos como anel e
utensílios diversos, o que exigia checagem do peso e avaliação do grau de pureza a cada
troca comercial realizada.

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Qualquer bem poderia servir como elemento de troca, como por exemplo, o gado,
as terras, as artes, os metais preciosos ou qualquer outro objeto ou outro animal. Para
avaliar a riqueza de alguém, era preciso estabelecer a quantidade de bens materiais que a
pessoa possuía. A bíblia diz que Abraão foi uma pessoa muito rica:

“Era Abrão muito rico; possuía gado, prata e ouro.” (Gênesis 13: 2)

O metal, mais tarde, ganhou forma definida e peso determinado, recebendo marca
indicativa de valor e marca do responsável pela sua emissão. Isso deu agilidade nas
transações comercias já que dispensava a pesagem e permitia a imediata identificação da
quantidade de metal oferecido na troca. O resultado disso foi que o metal passou a ser
considerado uma mercadoria muito desejada.

A produção do metal exigia conhecimento das técnicas de fundição e


conhecimento das reservas naturais e, por isso, essas tarefas não estavam ao alcance de
todos. A sua valorização, cada vez maior, fez com que esses instrumentos de troca, que já
eram utilizados como moeda, passassem a ser utilizados como dinheiro através de
réplicas de objetos metálicos de pequena dimensão, como o talento (moeda de cobre ou
bronze em formato de pele de animal), encontradas no oriente médio, na Grécia, Itália e
em Chipre.

Finalmente no século VII a.C. surgiram as primeiras moedas com as


características das que conhecemos hoje: pequenas peças de metal com peso e valor
definidos e com a impressão oficial daquele que a emitiu, de forma a garantir o seu valor.

As moedas passaram a refletir a mentalidade dos governos da época, sendo


observados nelas os aspectos políticos, econômicos, tecnológicos, culturais e de
personalidades da época. Provavelmente, a primeira efígie impressa em uma moeda,
ocorreu na Macedônia, através da figura de Alexandre o Grande, por volta de 330 a.C.

No princípio não havia a fabricação em série e em medidas simétricas umas as


outras como ocorre hoje. Antes, as moedas eram fabricadas por processos manuais e
rústicos, e tinham sua aparência irregular.

Os primeiros metais usados na cunhagem de moedas foram o ouro e a prata, e


isso se manteve por muitos séculos, sendo as peças avaliadas pelo próprio valor comercial
do metal empregado na confecção (o chamado valor intrínseco). Por exemplo, se para a
cunhagem da moeda fora usada dez gramas de ouro, essa moeda valia exatamente as dez
gramas nela empregada.

Por muito tempo os países cunharam em ouro suas moedas de maior valor,
deixando a prata e o cobre para as moedas de menor valor. Essa prática de manteve até o
século XX, quando outras ligas metálicas começaram a ser usadas na confecção, sendo
as peças avaliadas pelo valor gravado na sua face, e não mais pelo tipo de metal (o
chamado valor extrínseco). Ou seja, não importava a quantidade de ouro ou outro metal
que fora usada em determinada cunhagem de moeda, já que o valor da moeda era o que
estava gravado nela.

Na idade média, surgiu o costume de se guardar os valores com um ourives


(pessoa que negociava ouro e prata), que como garantia entregava um papel como recibo.
Com o tempo, esses recibos passaram a ser utilizados para efetuar pagamentos,
circulando de mão em mão, dando origem ao papel moeda. E com o surgimento da moeda
de papel, a cunhagem de moedas metálicas ficou restrita a valores pequenos, que mais
tarde seriam usados apenas como trocos.
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Conforme o tempo passava, os governos conduziram a emissão das moedas (em
metal ou em papel), controlando as falsificações e garantindo o poder de pagamento, além
de retratar a cultura do país, a paisagem, a fauna e flora, arquitetura, líderes políticos,
fatos históricos, etc.

(fonte: www.bcb.gov.br – Banco Central do Brasil)

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Capítulo 2

A bíblia e o dinheiro

O dinheiro nos dias de hoje.


Se hoje, com a existência do dinheiro, o vendedor sempre acha que seu produto
vale mais, e o comprador sempre acha que vale menos que o valor estabelecido, como não
seria quando as trocas comerciais eram realizadas por meio do escambo? Com toda a
certeza era algo bastante complicado e que causava grandes desacordos e insatisfações,
exatamente como hoje em dia.

Ao longo do tempo, as sociedades foram se organizando e criando regras nas mais


diversas áreas da vida, inclusive na área que regulava a divisão, partilha e trocas
materiais. E, para tentar eliminar as dificuldades nas relações comerciais, a sociedade ao
longo do tempo criou o dinheiro como o conhecemos hoje: moedinhas, cédulas, cheques,
cartões, etc.

O dinheiro é um papel, é um sistema de trocas. A moeda, como a conhecemos


hoje, não foi inventada por uma idéia pessoal, mas surgiu de uma necessidade nas
relações humanas. O dinheiro não vale por si só, mas é avaliado pelas mercadorias e
serviços que ele pode comprar, dando ao seu portador a faculdade de se considerar credor
e de usufruir dos bens e serviços oferecidos. Se não houvesse o dinheiro hoje, certamente
estaríamos trocando mercadorias como antigamente.

Ao longo do tempo, o dinheiro passou a ter importância direta na vida de todos,


afinal de contas, na sociedade em que vivemos, ele é um instrumento necessário para se
viver. As finanças estão tão presentes no nosso cotidiano que lidamos com elas
praticamente o tempo todo: para comermos, precisamos despender de algum dinheiro;
para nos deslocarmos de um lado a outro da cidade, precisamos de dinheiro para o
transporte ou gasolina; se quisermos ir ao hipermercado para abastecer a geladeira,
teremos que dispor de dinheiro; se trabalharmos o mês inteiro para no final receber algo,
é certo que não iremos querer receber o pagamento em mercadorias, mas sim, em
dinheiro; e até mesmo para se ter uma conta bancária precisamos de dinheiro para a
tarifa mensal. Em resumo, para viver nesse mundo, precisamos aprender a lidar com o
dinheiro, exercendo controle, e não sendo controlado por ele.

Hoje, temos um mercado financeiro complexo, porém frágil, onde qualquer rumor
já traz uma grande oscilação na economia mundial. O que acontece no outro lado do
planeta afeta diretamente nossa economia, nossos gastos, nosso orçamento, e nosso
padrão de vida. A economia atual é mais virtual do que real. As especulações correm a
todo vapor. Para se ter uma idéia, o dinheiro, na forma de papel moeda, não chega nem a
10% de todos os dólares no mundo. E os mais de 90% restantes são representados por
dinheiro virtual localizados nos bancos, nas bolsas de valores, nas financeiras, etc.

Em suma, o que temos visto é um cenário em que os ricos ficam cada vez mais
ricos, e os pobres ficam cada vez mais pobres, alargando-se a cada dia o espaço entre
essas duas camadas sociais.

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O dinheiro está presente até nas pequenas coisas.
DEUS deixou a sua palavra escrita, a bíblia sagrada, para que a usássemos a cada
dia de nossa vida. A bíblia é um manual de vida extremamente completo, abrangendo
todas as áreas possíveis existentes: saúde, emoções, espiritualidade, caráter, liderança,
família, casamento, ministério, administração. Ela ainda foi escrita para diversos tipos de
pessoas, como idosos, adultos, jovens, crianças, com ou sem saúde, ricos ou pobres, etc.

A bíblia precisa ser lida, relida, estudada, interpretada, consultada, e tudo isso
através do ESPÍRITO SANTO, que é quem dá o entendimento e as revelações que
precisamos. Lidamos com cada uma dessas áreas no nosso dia a dia, e para os assuntos
da área financeira, não poderia ser diferente.

Quando abordamos a área financeira, precisamos compreender que nela estão


inseridos assuntos como dinheiro, bens materiais, riquezas, prosperidade financeira,
administração, economia, contabilidade, planejamento e negócios. E todo esse contexto de
finanças precisa ser visto como algo real e diário. Em nenhum lugar da bíblia está escrito
que o dinheiro por si só é uma maldição ou algo condenável. Pelo contrário, ela aborda de
forma clara esses assuntos dando a eles extrema importância dentro do contexto de vida.

“Eis que eu vi: boa e bela coisa é comer e beber, e gozar cada um do bem de todo o
seu trabalho, com que se afadigou debaixo do sol, durante os poucos dias da vida
que DEUS lhe deu; porque está é a sua porção. Quanto ao homem, a quem DEUS
conferiu riquezas e bens, e lhe deu poder para deles comer, e receber a sua
porção, e gozar do seu trabalho: isto é dom de DEUS. Porque não se lembrará
muito dos dias da sua vida, porquanto DEUS lhe enche o coração de alegria.”
(Eclesiastes 5: 18-20)

No Pentateuco (os cinco primeiros livros da bíblia), estão descritas as 613 leis e
mandamentos de DEUS ao povo judeu, e de todas essas leis, mais de 100 abordam
questões financeiras relacionadas ao dinheiro e aos negócios. JESUS, somente nos quatro
evangelhos que foram escritos, falou sobre dinheiro cerca de 80 vezes. E em cerca de 20%
do conteúdo do sermão do monte (livro de Mateus nos capítulos 5, 6 e 7), Ele abordou
questões financeiras. E mais ainda, 21 das 49 parábolas de JESUS falam sobre finanças.
Em suma, na bíblia, JESUS só deu maior ênfase do que dinheiro as questões como
Salvação e Reino dos Céus.

Podemos enxergar o dinheiro de uma forma espiritual.


Não podemos enxergar o dinheiro com olhos carnais, e assim o transformaremos
em algo espiritual. Isso porque vivemos, temporariamente, num mundo em que grande
parte de nossas decisões causam impacto direta ou indiretamente em nossa área
financeira.

O cristão precisa saber lidar com o dinheiro confiado por DEUS em suas mãos,
para o seu correto uso e aplicação. Não são somente nossas orações que são espirituais,
nossas finanças também podem e devem ser.

“Cornélio! Este, fixando nele os olhos e possuído de temor, perguntou: Que é,


Senhor? E o anjo lhe disse: As tuas orações e as tuas esmolas subiram para
memória diante de DEUS.” (Atos 10: 4)

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Vemos nesse texto que o anjo afirmou que a esmola, isto é, a contribuição
financeira, subiu a DEUS, assim como a oração. Isso mesmo, o dinheiro subindo aos céus
juntamente com uma oração. Não tente separar as coisas, dizendo a DEUS: “o que é
espiritual é espiritual, o que é terreno é terreno. Pode deixar que das minhas finanças eu
cuido...”

Enxergue seus recursos e seu dinheiro como coisas espirituais. Procure lidar com
eles da mesma maneira que JESUS lidaria.

13
Capítulo 3

O judeu e o dinheiro

Antes de falarmos sobre os cristãos, falaremos sobre os judeus, pois como um


povo formado por DEUS – ATENÇÃO, eles não foram escolhidos como muitos pensam,
mas foram formados e constituídos como um povo – precisamos aprender algumas coisas
com eles quando o assunto é o dinheiro.

De forma alguma faremos aqui uma exaltação ao povo judeu, muito menos
incentivaremos o proselitismo (conversão ao judaísmo). Somos cristãos convictos, cremos
que JESUS é o Messias prometido e que só Ele salva o pecador através da graça revelada
na cruz, sendo essa a essência do evangelho. Mas é inegável que o judaísmo é a raiz do
cristianismo, e se não fosse assim, nossa bíblia não contaria com todo o antigo
testamento.

Mas quando abordamos qualquer assunto financeiro, devemos olhar com muita
atenção para o povo judeu, pois eles têm segredos bíblicos para tal. Alguns judeus
costumam fazer com que seu dinheiro circule dentro da comunidade por diversas vezes
antes de sair para o mercado “secular”. Dessa forma, eles seguem um princípio bíblico de
que para ser abençoado por DEUS é preciso antes se abençoar mutuamente. Por exemplo,
nas suas transações de compra e venda de serviços eles priorizam as negociações entre
eles. Por exemplo, as crianças judias são matriculadas em escolas de judeus, onde elas
aprendem os princípios judaicos a fim de preservar seus ensinos e sua cultura. Com tudo
isso, eles se abençoam mutuamente primeiro para depois sair ao mercado “secular”.

O dinheiro não pode permanecer parado.


Esses judeus antigos mantinham o dinheiro em constante circulação, pois
acreditavam que quando ele era guardado num cofre, passava a ser algo inútil. Para eles,
o dinheiro trazia vantagens quando circulava de mão em mão, fazendo o bem de pessoas
e de negócios, gerando prosperidade, etc.

As moedas eram chamadas de “zuzim” porque circulavam de mão em mão, sendo


que a palavra hebraica para “zuzim” (plural de “zuz”) significa moeda antiga e é
semelhante a palavra “zazim” que significa “de mão em mão”. Da mesma forma que o
conhecimento intelectual é desperdiçado quando fica parado, assim é também com o
dinheiro, que deixa de cumprir seu propósito de ajudar pessoas.

Nunca se esqueça que, apesar de toda a dureza de coração, eles ainda


permanecem sendo o povo que foi formado por DEUS, e que a história deles está
diretamente ligada à nossa salvação, pois JESUS era judeu e os judeus foram os
primeiros porta-vozes do evangelho.

Mas o que é ser um povo duro de coração? A bíblia cita os judeus como pessoas de
dura cerviz. O adjetivo “dura cerviz” é uma expressão que transmite a idéia de uma
pessoa possuída de um “pescoço duro” ou de um “coração obstinado”, ou ”aquele que não

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se dobra”, ou ainda “aquele que não se humilha facilmente”. Descreve uma atitude
rebelde e intransigente, fato claramente notado durante a peregrinação no deserto do
Sinai pelo povo de Israel, entre a saída do Egito (libertação) e a chegada à Canaã (terra
prometida). Um animal de dura cerviz é aquele que empaca ou retrocede, fazendo meia
volta, resistindo à vontade de seu dono. Essa foi uma das linguagens figuradas para
retratar a rebelião e a teimosia de Israel diante de DEUS. Um homem, quando se rebela e
não aceita as direções de DEUS, é como um boi que se enrijece por inteiro e não aceita
mais avançar, preferindo retroceder, seguindo seus próprios caminhos e escolhas.

“Sobe para uma terra que mana leite e mel; eu não subirei no meio de ti, porque
és povo de dura cerviz, para que te não consuma eu no caminho.” (Êxodo 33: 3)

“E disse: SENHOR, se, agora, achei graça aos teus olhos, segue em nosso meio
conosco; porque este povo é de dura cerviz. Perdoa a nossa iniqüidade e o
nosso pecado e toma-nos por tua herança.” (Êxodo 34: 9)

“Sabe, pois, que não é por causa da tua justiça que o SENHOR, teu DEUS, te
dá esta boa terra para possuí-la, pois tu és povo de dura cerviz.”
(Deuteronômio 9: 6)

Porém, aquele que entre nós nunca foi orgulho diante de DEUS, que atire a
primeira pedra. Certamente sobrarão muitas pedras.

Não ignore a importância do povo judeu.


Os judeus foram levantados para serem os primeiros mensageiros das escrituras.
Foi através da nação de Israel que o Messias de DEUS veio ao mundo. JESUS nasceu de
mãe judia, e, portanto, era um judeu. Ele viveu como um judeu. E não só JESUS, mas os
apóstolos e os discípulos também viveram como judeus. A fé cristã possui raízes judaicas.
Com tudo isso, os judeus foram instrumentos da revelação de DEUS para salvação a toda
humanidade.

“Vós adorais o que não conheceis, nos adoramos o que conhecemos, porque a
salvação vem dos judeus.” (João 4: 22)

O povo judeu representa uma nação que, muito antes de ser escolhida (a verdade
é que eles nunca foram escolhidos), foi formada por DEUS, a partir da chamada de um
homem, que até então era um idólatra, de nome Abrão. A história, tanto da nação de
Israel, quanto da Igreja, foi desencadeada por sua obediência em escutar e seguir a
direção profética de DEUS para a sua vida, e para uma nação que viria a existir. E
juntamente com essa chamada, houve várias promessas em diversos aspectos da vida. E
um desses aspectos foi justamente sobre a área financeira. É inegável que temos muito
que aprender com o povo judeu em se tratando de área financeira.

“Pois o SENHOR teu DEUS te abençoará, como te tem dito: assim emprestarás a
muitas nações, mas não tomarás empréstimos; e dominarás sobre muitas
nações, porém elas não dominarão sobre ti.” (Deuteronômio 15: 6)

Temos visto como a profecia de Deuteronômio 15: 6 tem se cumprido sobre os


judeus de uma maneira tão evidente. Por toda a história, os judeus aprenderam a
emprestar e não tomar empréstimos. São eles quem, de uns tempos para cá, têm
condições de emprestar, não precisando pedir emprestado. Isso é uma maneira de

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dominar e influenciar as nações, e não ser influenciados. Sabemos que é por isso que o
povo judeu, apesar de toda perseguição e racismo sofrido, nunca desapareceu do mapa.
Pelo contrário, é um povo que resistiu a diversas guerras e principalmente ao tempo, e
que a cada dia fortalece suas tradições e cultura. Muitos reinos surgiram, ascenderam e
ruíram. Povos apareceram e desapareceram ao longo dos tempos. Mas e quanto aos
judeus? Eles apareceram e continuam aí, mais vivos do que podemos imaginar. Será que
não podemos ver a mão de DEUS nisso tudo, a fim de cumprir Suas profecias bíblicas?

O salário por si só não deixa ninguém rico.


Sob o plano natural, desconsiderando o plano sobrenatural e os milagres de
DEUS, é raríssimo alguém ficar rico vivendo apenas do salário, por maior que ele seja.
Quanto maior o salário, maior o padrão de vida e maiores os custos para mantê-lo.
Portanto, um dinheiro parado nessa situação se vai com facilidade. Até mesmo um
jogador de futebol, que tem seu salário fora dos padrões reais do mercado financeiro, se
não souber investir e aplicar suas rendas, mas cedo ou mais tarde voltará à estaca
financeira no marco zero.

Os primeiros a perceberem que o salário por si só dificilmente enriquece foram os


judeus. Coincidência? Com certeza não, pois eles têm algo especial a nos ensinar quando
o assunto é “como administrar o dinheiro”. Foram eles os criadores dos bancos e de suas
regras de investimento, empréstimos, juros, cobranças, etc.

Eles criaram regras que reduziram as chances de perdas ao mesmo tempo em que
obtinham lucros sobre lucros. Até ao ponto de, ao longo do tempo, ter que apenas se
preocupar em contabilizar e administrar os ganhos, sem ter que trabalhar pelo dinheiro,
pois foi o dinheiro que passou a trabalhar para eles. O resultado disso foi dinheiro sobre
dinheiro, e ganho sobre ganho.

A fama dos judeus.


Foram os judeus que ensinaram que mais importante que o dinheiro que a pessoa
ganha, é o dinheiro que a pessoa poupa. Essa foi a lição que José do Egito ensinou a
Faraó e ao mundo inteiro. Falaremos disso mais adiante no capítulo 10.

Mas não fique pensando que os judeus são sovinas e mesquinhos, como o diabo os
divulga ao mundo. Eles são apenas bons de negócios. E justamente por conhecerem as
escrituras antigas, eles praticam a generosidade, já que procuram cumprir as leis de
DEUS. A maior parte dos judeus religiosos praticam a filantropia financiando escolas e
ONGs que propagam suas tradições e ensinamentos, além, é claro, de financiarem as
sinagogas e todas as atividades e custos que fazem parte delas.

Os Juros
Já no Egito, os judeus comercializavam entre si e com os egípcios. Quando era
entre si, não se cobravam juros, caso contrário, os juros apareciam no comércio e nos
empréstimos. Talvez, por isso, Faraó temeu os judeus vendo neles um crescimento
acelerado, ameaçador e poderoso.

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“Entrementes se levantou novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José. Ele
disse ao seu povo: eis que o povo dos filhos de Israel é mais numeroso e mais
forte do que nós. Eia, usemos de astúcia para com ele, para que não se
multiplique, e seja o caso que, vindo guerra, ele se ajunte com os nossos inimigos,
peleje contra nós e saia da terra. E puseram sobre eles feitores de obras, para os
afligirem com suas cargas.” (Êxodo 1: 8-11 a)

O funcionamento de uma transação que envolve juros se dá da seguinte forma: o


devedor se compromete a pagar um valor um pouco maior que o original em troca de um
benefício imediato, e o credor fornece algo que dispõe de imediato, a fim de receber um
valor maior no final da negociação.

Os juros são de certa forma interessante, pois trabalham conforme sua função,
podendo ser um excelente ou um péssimo negócio. Se você é um devedor financeiro,
precisa de forma urgente procurar aquele a quem deve e procurar fazer um acordo, um
pedido de perdão de dívida, pois os juros trabalham contra você. Uma dica é que as taxas
de juros variam, portanto priorize o pagamento de dívidas com taxas menores. Mas se
você tem recursos para investir, os juros trabalharão a seu favor, fazendo o dinheiro ser
seu empregado e não seu patrão.

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Capítulo 4

O cristão e o dinheiro

Os negócios devem ser feitos entre irmãos.


Da mesma forma que os judeus, os cristãos também precisam se abençoar
mutuamente. Isso significa dizer que nossos negócios devem ser feitos preferencialmente
entre os cristãos. Por exemplo, se vou levar minha família a um restaurante japonês,
procurarei um local gerenciado ou de propriedade de um cristão. Para que ir a um lugar
consagrado a uma imagem de buda se posso ir a um lugar consagrado a JESUS?

Esse mesmo princípio dos judeus precisa ser observado pelo povo cristão. Se eu
preciso de um gerente que cuide da minha conta bancária, procurarei um servo de DEUS.
Se eu preciso de um mecânico para arrumar meu carro, procurarei um homem de DEUS.
Se eu tenho uma filha, vou colocá-la em uma escola que valorize os princípios cristãos, e
assim por diante.

Dando um bom testemunho.


A bíblia diz que nós somos o Corpo de CRISTO (1 Coríntios 12: 12). Sendo isso
uma verdade espiritual, para que nós consigamos representar de maneira digna esse
Corpo, precisamos nos unir como cristãos, inclusive para assuntos financeiros. É
fundamental que não haja pedras de tropeço em nosso meio.

“Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem
tampouco para a Igreja de DEUS” (1 Coríntios 10: 32)

“Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a DEUS. Não nos
julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes
tropeço ou escândalo ao vosso irmão”. (Romanos 14: 12 e 13)

Um dos principais motivos que afugentam as pessoas da Igreja é o mau


testemunho dos de dentro dela. JESUS ilustrou esse mau testemunho como sendo uma
pedra que faz o próximo tropeçar, criando uma antipatia e desconfiança na capacidade de
caminhar com DEUS estando debaixo de uma cobertura espiritual, ou em outras
palavras, estando na Igreja. A palavra do crente deve ser sim ou não, ou seja, clara e
honesta, sem dar margens a dúvidas, entrelinhas ou diferentes interpretações.

“Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do
maligno.” (Mateus 5: 37)

Trazendo isso sobre as finanças, entendemos que aquilo que for vendido e
prometido deve ser o cumprido, e que os serviços sejam feitos com excelência, e que
exista o temor de que os olhos de DEUS estão em todos os lugares, e principalmente
sobre nossa vida, e que não haja mau uso do dinheiro de DEUS.

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“Os olhos do SENHOR estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.”
(Provérbios 15: 3)

Somente assim faremos com que nossos recursos circulem primeiro dentro das
igrejas, para depois, sair ao mercado “secular”, abençoando primeiro o povo de DEUS e,
como conseqüência, sendo abençoados também.

O dinheiro no lugar certo.


Coloque o dinheiro em seu devido lugar – afaste-o o máximo que puder do coração.
Nunca o tenha como objetivo final de sua vida. O dinheiro é algo para te ajudar a cumprir
o seu chamado nessa terra. Por exemplo, a missão de um médico é salvar vidas e não
ganhar dinheiro. O dinheiro pode se tornar uma conseqüência. Para DEUS, a missão de
um milionário não é a de acumular riquezas, mas é a de ser um mantenedor da obra
(Romanos 12: 8). O dinheiro ganho é apenas a justa remuneração pelo esforço do seu
trabalho.

“Pois a escritura declara: não amordaces o boi, quando pisa o grão. E ainda: o
trabalhador é digno do seu salário.” (1 Timóteo 5: 18)

O dinheiro não é um fim em si mesmo.


O dinheiro é um elemento neutro, sendo que aquilo que fazemos com ele e a forma
como lidamos com ele é que vai mostrar se ele é bom ou ruim. O cristão não pode
trabalhar para correr atrás do dinheiro, pelo contrário, é o dinheiro quem deve trabalhar
em favor do cristão. O dinheiro deve ser visto como um empregado e não como um patrão.
Nós é quem devemos exercer influência sobre ele e não o contrário. O dinheiro não pode
ser considerado como um objetivo final, antes ele dever ser considerado como um meio de
DEUS para que as metas finais sejam atingidas.

“Não te fatigues para seres ricos.” (Provérbios 23: 4 a)

Não servimos ao dinheiro, servimos apenas JESUS. Não é o dinheiro quem manda
em nós, somos nós que mandamos no dinheiro – temos um SENHOR é o nome Dele é
JESUS. Não é errado ter dinheiro guardado na conta bancária, o erro é tê-lo guardado no
coração, fazendo dele a razão da vida. Essas são regras que precisam fazer parte do dia a
dia do cristão. E o dinheiro guardado em conta bancária ou qualquer aplicação
financeira, deve ter um alvo bem definido, com o objetivo compatível ao Reino de DEUS a
ser alcançado.

Condições que DEUS nos exige para lidar com dinheiro


Lidar com o dinheiro de uma forma correta e idônea é crucial para nossa vida,
sendo que nós não devemos nos omitir nesses tipos de questões, achando que seremos
menos espirituais. Desprezar o dinheiro é desprezar os recursos que DEUS nos deu.

A bíblia diz que somos embaixadores de CRISTO aqui nessa terra (2 Coríntios 5: 20
a). Isso quer dizer que, apesar de vivermos nesse mundo, somos de um outro lugar, e
estamos aqui apenas representando o Reino de DEUS. Nossa pátria é celestial, portanto
vivemos de forma temporária nesse mundo (Filipenses 3: 20). Não somos desse mundo
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inteiro que jaz no maligno (1 João 5:19), mas o fato é que estamos aqui e vivemos aqui. As
regras mundanas encorajam o mal através do egocentrismo e egoísmo, e desencoraja as
boas obras que devem caminhar com nossa fé. Não fazemos parte e nem compactuamos
com os conceitos mundanos, mas DEUS nos separou para, inseridos na sociedade,
fazermos a diferença, sendo sal da terra e luz do mundo (Mateus 5: 13 a e 14 a).

DEUS é o dono do nosso dinheiro.


Normalmente, a área financeira é a última coisa que entregamos por completo aos
cuidados de DEUS. Não estamos dizendo que isso é uma regra, mas que constatamos ser
algo que acontece habitualmente. Isso ocorre muito pelo medo e receio de dar e não
receber nada em troca.

Fomos criados numa cultura em que, o mais importante, é ganhar, receber e reter.
Quando pensamos na possibilidade de dar, um medo nos assola, como se fosse um
sentimento de que passaremos necessidades, perderemos algo, ou ainda sentiremos a
falta daquilo que foi dado, lá na frente.

“Minha é a prata, meu é o ouro, diz o SENHOR dos Exércitos” (Ageu 2: 8)

DEUS nos diz em Sua palavra, que a prata e o ouro são Dele. Isso significa que os
recursos e o dinheiro pertencem a Ele. O nosso dinheiro é Dele. Considerando essas
afirmações como verdades, por que então tememos a entrega das nossas finanças aos
cuidados “dAquele” que é simplesmente o dono de tudo?

Quando entendermos o que significa servir a JEOVÁ JIREH, quem sabe


aprenderemos a descansar Nele. JIREH é o atributo de DEUS na qual Ele provê todas as
coisas que necessitamos. Servimos ao DEUS da toda provisão. Provisões não só
espirituais, como materiais também.

JESUS quer ser o SENHOR por completo de nossa vida. Ele quer reinar em todas
as áreas, e não somente em algumas. Ele quer ser o SENHOR das nossas finanças em
qualquer situação: tendo ou não tendo riquezas, tendo ou não tendo dinheiro. Nós
podemos não ter recursos em determinado momento da vida, mas o nosso DEUS é Aquele
que provê todas as coisas, inclusive recursos para que o Reino dos céus na terra se
alargue e avance, mas acima de tudo, estamos falando do DEUS que provê a redenção, a
salvação, e a eternidade.

Traga à existência o que ainda não existe.


“Como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí, perante aquele no qual
creu, o DEUS que vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não
existem.” (Romanos 4: 17)

DEUS é o Todo Poderoso, ou seja, Ele é capaz de fazer e desfazer, criar e destruir.
Ele tem total capacidade e auto-suficiência de chamar à existência o que ainda não existe
no plano natural. Há coisas que foram conquistadas na cruz, mas que ainda não foram
manifestas sobre nossa vida no sentido físico e natural, se encontrando ainda somente no
plano espiritual ou sobrenatural.

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DEUS pode criar o que ainda não existe. Ele pode trazer para nossa vida o que só
vemos pela fé. Ele devolve à vida aquilo que já enterramos. Peça a DEUS que Ele chame à
existência as coisas que não existem ainda sobre sua vida, coisas de que você sonha e
necessita.

DEUS quer mostrar o milagre e o sobrenatural.


O milagre é aquilo que vai contra as leis da natureza (leis físicas). DEUS gosta de
fazer milagres, eles são importantes para aumentar nossa fé e sempre vivermos acima do
que nossos olhos naturais vêem. Quem não gostaria de ter presenciado o milagres da
abertura do mar vermelho para o povo de Israel passar a seco e ser livre da escravidão do
Egito (Êxodo 14: 21 e 22)? Ou então ter visto Eliseu fazer o machado boiar na água (2 Reis
6: 6)? Quem sabe ter visto o sol ter seu movimento natural paralisado para que a noite
demorasse a chegar dando condições do exército de Josué derrotar os amorreus (Josué
10: 12-14)? Esses milagres fazem cair por terra qualquer lei natural. DEUS criou todas as
coisas a partir do nada, e Ele pode fazer isso a hora em que Ele quiser.

“Chamou JESUS os doze e passou a enviá-los de dois a dois, dando-lhes autoridade


sobre os espíritos imundos. Ordenou-lhes que nada levasse para o caminho,
exceto apenas um bordão; nem pão, nem alforje, nem dinheiro.” (Marcos 6: 7-8)

Haverá momentos em que DEUS te enviará e fará questão que você se despoje de
tudo que possui, apenas para mostrar que todo suprimento e capacitação virão das mãos
Dele.

Fidelidade, administração e milagre.

Nosso objetivo é viver, ao mesmo tempo, pelo menos três situações em relação à
área financeira: fidelidade a DEUS, boa administração dos recursos e o milagre e
sobrenatural de DEUS.

A fidelidade a DEUS é uma responsabilidade totalmente nossa e ela se manifesta


quando O honramos com as primícias de nossa renda, quando devolvemos os dízimos e
quando entregamos ofertas de sacrifício, quando somos provados e demonstramos que
nosso coração está centrado em DEUS, tendo desapego ao material, entendermos o
motivo de DEUS ter nos dado riquezas, ou ainda entendemos o motivo de DEUS não ter
nos dado riquezas.

A administração dos recursos significa saber lidar com o dinheiro que Ele nos dá,
executar as coisas somente após um planejamento, não desperdiçar o dinheiro, não negar
ajuda financeira aos que necessitam. Nossa responsabilidade é pedir capacitação e
obedecer às direções vindas do Alto, pois sabendo administrar o dinheiro, teremos
chances de realizar as boas obras que Tiago citou em escalas muito maiores. O dinheiro,
bem usado, pode gerar empregos, gerar prosperidade financeira, melhorar as condições
de um bairro, cidade ou nação, suprir necessidades físicas, etc.

“Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa, e necessitados do alimento


cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: ide em paz, aquecei-vos, e fartai-vos,

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sem, contudo, lhes dardes o necessário para o corpo, qual é o proveito
disso? Assim também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.” (Tiago 2:
15-17)

O milagre e o sobrenatural de DEUS acontecem somente através Dele, sendo que a


nossa participação se limita a orar, jejuar, crer e descansar, e nada mais (“ufa!”, pois
essas quatro condições já são verdadeiras provas para nós, mas ainda bem que muito
pode a oração do justo). Para ver o milagre com maior intensidade, não há outros meios
se não orar, clamar, jejuar, ser fiel, descansar, crer, etc.

“... Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” (Tiago 5: 16 b)

O milagre financeiro é a multiplicação de uma forma sobrenatural dos recursos. É


o aparecimento sobrenatural das provisões. Nesse tipo de situação, somos totalmente
dependentes da graça de DEUS. Mas vale lembrar que os milagres de DEUS caminham
juntos com uma boa administração e a nossa fidelidade, mas de forma alguma estão
condicionados ao nosso desempenho. DEUS opera milagres quando, como e para quem
Ele desejar fazê-lo. DEUS nos chama para vivermos os milagres da multiplicação
financeira. Mas sem, contudo, esquecer da fidelidade e da boa administração.

A matemática financeira.

 Adição Financeira: é a responsabilidade do homem, através de uma boa


administração e planejamento financeiro.

 Multiplicação Financeira: é a ação sobrenatural proveniente da graça de DEUS,


em outras palavras, é o milagre financeiro.

 Subtração Financeira: é o roubo do devorador, que somente ocorre quando


damos alguma legalidade espiritual através da negligência na devolução dos
dízimos.

 Divisão Financeira: acontece quando tomamos uma decisão financeira


equivocada, quando erramos em nossas escolhas.

Enquanto o homem se empenha em cumprir com a adição, se afastar da


subtração e não errar com a divisão financeira, DEUS se encarrega de trazer a
multiplicação financeira.

O dinheiro serve como um instrumento de prova.

Certa vez um pastor disse no púlpito: “você quer conhecer o caráter de alguém? Dê
a ele dinheiro e certo poder”. É como diz a famosa frase: “se o poder corrompe, o poder
absoluto corrompe de forma absoluta”. Um dos maiores testes na vida acontece quando
recebemos dinheiro, fama e poder, pois será nessa hora que as intenções e as verdades do
coração virão à tona: a humildade ou o orgulho. O dinheiro é um dos maiores
instrumentos capaz de revelar as verdadeiras intenções do coração, o caráter e a
integridade das pessoas.

Estamos sujeitos a dois tipos de testes financeiros em nossa vida: a escassez e a


abundância. Quando estamos na fase da escassez, o teste se resume em apenas
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sobreviver e lutar por necessidades básicas, como comida, roupa e um teto sobre a
cabeça. Mas quando somos alvo da abundância, pode ter certeza que chegamos ao teste
mais difícil em se ser aprovado. Junto com a abundância vem uma série de tentações
sutis que visam satisfazer o ego e a carne. É bem nessa hora que o caráter e a integridade
são colocados à prova. E se o coração não estiver muito bem ajustado em DEUS,
fatalmente seremos reprovados e retrocederemos. Se quisermos lidar corretamente com
dinheiro, a primeira coisa a aprender deve ser o desapego material.

A postura do sacerdote.
Antes de a nação de Israel adentrar a terra prometida, e muito antes ainda deles
terem o seu primeiro rei, DEUS, na Sua onisciência, sabedor de que um dia o povo
reivindicaria a monarquia sobre a nação, entregou algumas orientações que deveriam ser
obedecidas por quem quer que fosse esse rei. O homem a ser levantado como rei deveria
ser israelita, não ter um coração ganancioso, fugir da sensualidade e da poligamia,
escrever para si uma cópia de todas as leis e estatutos a fim de lê-la diariamente, e
finalmente, ele não poderia multiplicar muito ouro e prata para si mesmo.

“Quando entrares na terra, que te dá o SENHOR teu DEUS, e a possuíres, e nela


habitares, e disseres: estabelecerei sobre mim um rei, como todas as nações que se
acham em redor de mim; estabelecerás, com efeito, sobre ti como rei aquele que o
SENHOR teu DEUS escolher; homem estranho, que não seja de entre os teus irmãos,
não estabelecerás sobre ti, e, sim, um dentre eles. Porém este não multiplicará para
si cavalos, nem fará voltar o povo ao Egito, para multiplicar cavalos; pois o SENHOR
vos disse: nunca mais voltareis por este caminho. Tampouco para si multiplicará
mulheres, para que o seu coração não se desvie; nem multiplicará muito para si
prata ou ouro. Também, quando se assentar no trono de seu reino, escreverá para
si um traslado desta lei num livro, (...) e nele lerá todos os dias da sua vida, para
que aprenda a temer ao SENHOR seu DEUS, a fim de guardar todas as palavras
desta lei, e estes estatutos, para os cumprir. Isto fará para que o seu coração não se
eleve sobre os seus irmãos, e não se aparte do mandamento, nem para a direita
nem para a esquerda; de sorte que prolongue os dias no seu reino, ele e seus filhos
no meio de Israel.” (Deuteronômio 17: 14-20)

O alerta de DEUS dizia respeito aos perigos que acompanham o amor ao dinheiro
e ao poder, ao orgulho, à soberba e ao acúmulo de riquezas para si mesmo. Claramente o
objetivo nisso tudo era o de evitar o risco de se ter o coração corrompido. O rei não
poderia se apegar ao poder e às riquezas, e muito menos amar o dinheiro de tal forma que
o multiplicasse muito para si. Isso significaria o declínio espiritual de seu reinado.

Trazendo essa idéia para os nossos dias, o problema não está em multiplicar o
dinheiro ou então multiplicá-lo para si. A multiplicação financeira pode existir na vida do
cristão, e sem dúvida ela será uma bênção, desde que atenda primeiro aos objetivos do
Reino. Mas o problema estará em se multiplicar MUITO para si mesmo. Quando isso
acontece, significa dizer que o propósito do dinheiro deixou de vigorar. Significa dizer que
o dinheiro já virou a peça motivadora da vida. A essa altura do campeonato, a prioridade
já deixou de ser DEUS e a salvação das almas, e passou a ser a contabilização de um
patrimônio material pessoal. E agindo dessa forma, não só afastamos DEUS da nossa
própria vida, como também de todos aqueles que nos cercam.

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Você somente será rei e sacerdote dentro da sua casa quando cumprir com todas
essas exigências. Você será um rei e sacerdote, ungido do SENHOR, quando, tendo ou
não dinheiro, manter o coração longe do amor ao dinheiro.

Mas qual a sua postura diante do dinheiro?


Via de regra, o homem se enquadra em alguma dessas posturas com relação ao
dinheiro:

 Avareza: explorar os outros.

 Adoração: o dinheiro é tratado como um deus e é colocado em um altar.

 Indiferença: insensibilidade pelas necessidades e dificuldades dos outros, egoísmo.

 Generosidade: amam, são gratos, crêem e entendem que devem fazer o bem e
ofertar e abençoar os outros. Sabem que agindo assim, sempre serão supridos e
abençoados.

24
Capítulo 5

Prosperidade

Prosperidade é a ausência de necessidade.

A prosperidade que vem de DEUS é uma benção e um presente do Alto. Mas


afinal, o que é ser próspero? A resposta está em como você é suprido. Ser próspero é ser
suprido em tudo. Ser próspero é não sentir falta de nada. Prosperidade é a ausência de
necessidades não supridas.

Ser próspero é também estar satisfeito com aquilo que se tem, seja qual for a
quantidade ou o que. Se uma pessoa pobre estiver plenamente satisfeita e suprida de
suas necessidades, podemos considerá-la próspera, pois ela não sente falta de nada. E é
justamente isso o grande desafio nesse mundo.

Ser próspero não significa ser rico.


Crescemos com uma idéia formada de que ser próspero é ser rico, mas prosperar
não é a mesma coisa que enriquecer. DEUS quer que todos os seus filhos sejam
prósperos, mas nem todos irão enriquecer. Uma pessoa pode até ser rica, porém não ser
próspera. Isso acontece quando as necessidades delas não são supridas. Fatalmente essa
pessoa ainda não conheceu JESUS de verdade, aquele que supre todas as necessidades,
materiais e emocionais. Prosperidade financeira não significa acúmulo de bens materiais.

Já quando falamos em termos financeiros, a prosperidade é a capacidade de


aumentar ou melhorar o patrimônio que se possui. Essa prosperidade financeira é o
resultado da união de alguns fatores: a nossa boa administração e planejamento, a nossa
fidelidade, ambos aliados com a fidelidade de DEUS.

Não perca tempo correndo atrás do dinheiro.


DEUS não prometeu que todos serão ricos. Ele prometeu que todos nós seremos
prósperos, o que é bem diferente. E se DEUS quiser nos enriquecer, e quando isso
acontecer, não poderemos de forma alguma colocar nelas o nosso coração. A bíblia não
condena o dinheiro, mas condena a confiança nele.

“Se as vossas riquezas prosperam não ponhais nelas o coração” (Salmo 62:
10 b)

Salomão, o homem mais sábio e rico que já existiu em Israel, disse ao final de sua
vida, que o dinheiro não traz felicidade e que tudo o que ele viveu foi vaidade.

“Empreendi grandes obras, edifiquei para mim casas; plantei para mim vinhas. Fiz
jardins e pomares para mim, e nestes plantei árvores frutíferas de toda espécie. Fiz
pra mim açudes pra regar com eles o bosque em que reverdeciam as árvores.
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Comprei servos e servas, e tive servos nascidos em casa; também possuí bois e
ovelhas, mais do que possuíram todos os que antes de mim viveram em
Jerusalém. Amontoei também para mim prata e ouro, e tesouros de reis e de
províncias; provi-me de cantores e cantoras, e das delícias dos filhos dos homens:
mulheres e mulheres. Engrandeci-me e sobrepujei a todos os que viveram antes de
mim em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria. Tudo quanto
desejaram meus olhos não lhes neguei, nem privei o coração de alegria alguma, pois
eu me alegrava com todas as minhas fadigas, isso era a recompensa de todas elas.
Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também o trabalho
que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do
vento, e nem um proveito havia debaixo do sol.” (Eclesiastes 2: 4-11)

Isso porque sua receita anual era de cerca de 25 milhões de dólares, tinha 40 mil
animais, e morava em um palácio recheado de utensílios de ouro que demorou treze anos
para ser construído. Deve ter algum fundo de verdade nessa conclusão de Salomão, não é
verdade?

“Quem ama o dinheiro, jamais dele se farta; e quem ama a abundância


nunca se farta da renda; também isto é vaidade.“ (Eclesiastes 5: 10)

Salomão nos ensinou que nossa vida não se limita ao trabalho e à prosperidade
financeira. Quem age em busca de conquista material corre atrás do vento

“Então vi que todo trabalho, e toda destreza de obras, provém da inveja do


homem contra o seu próximo. Também isso é vaidade e correr atrás do vento.”
(Eclesiastes 4: 4)

A mensagem do evangelho não é a prosperidade.


Cremos que poucas pessoas – dissemos poucas pessoas – foram chamadas por
DEUS para serem ricas. Caso contrário, nós veríamos pessoas se convertendo ao
evangelho de JESUS simplesmente para se tornarem ricas. Se fosse assim, faltariam
igrejas para comportar tanta gente.

E o evangelho autêntico tem como base de pregação a salvação pela cruz, e não a
prosperidade financeira e o enriquecimento. É nítida a importância de se ensinar
conceitos financeiros bíblicos, mas isso nunca poderá ser o objetivo final de vida.

Um milionário homem de DEUS é alguém chamado por DEUS para ser um


mantenedor da obra, e isso sim ou sim. Se você possui esse chamado empresarial, jamais
se esqueça de que tudo que você tem veio das mãos de DEUS, e por isso, deve ser
conduzido sob orientação do Alto.

A prosperidade segundo a Bíblia.


No hebraico, encontramos quatro significados para a palavra “prosperidade”. A
primeira palavra é “shalu”, que é traduzida como “descanso, paz, tranqüilidade”. Esse
conceito aparece, como exemplo, no salmo de Davi quando ele ora pela paz sobre
Jerusalém.

26
“Orai pela paz de Jerusalém! Sejam prósperos os que te amam. Reine paz dentro
em teus muros, e prosperidade nos teus palácios.” (Salmo 122: 6 e 7)

A segunda palavra é “sekel”, que pode ser traduzida como “ser sábio, entendido,
capacitado”. Essa idéia é exemplificada quando Davi instrui seu filho Salomão sobre os
preparativos para a construção do templo a DEUS.

“Agora, pois, meu filho, o SENHOR seja contigo, a fim de que prosperes e edifiques
a casa do SENHOR teu DEUS, como Ele disse a teu respeito. Que o SENHOR te
conceda prudência e entendimento, para que, quando regeres sobre Israel,
guardes a lei do SENHOR teu DEUS. Então prosperarás, se cuidares em cumprir
os estatutos e os juízos que o SENHOR ordenou a Moisés acerca de Israel; sê forte e
corajoso, não temas, não te desalentes.” (1 Crônicas 22: 11-13)

A terceira palavra hebraica é “tzalach”, que pode ser traduzida como “ser livre, ter
sucesso, ser próspero”. Esse sentido aparece quando o salmista desconhecido retrata a
diferença entre os justos e os ímpios.

“Ele é como a árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o
seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será próspero.”
(Salmo 1: 3)

A quarta palavra do original hebraico é “chail”, que aponta para aquilo que
naturalmente associamos com a palavra prosperidade. Nesse caso, sua tradução
transmite a idéia de “riquezas, bens materiais”. Esse é o contexto de quando Davi alerta
as pessoas que, ao receberem riquezas, jamais ponham sua confiança nelas.

“Não confieis naquilo que extorquis, nem vos vanglorieis na rapina; se as vossas
riquezas prosperam não ponhais nelas o coração.” (Salmo 62: 10)

Curiosamente, essa última tradução da palavra “prosperidade” para “riquezas,


bens materiais” é a que menos aparece na bíblia. A partir daí concluímos que a teologia
da prosperidade (veremos mais adiante) não possui respaldo bíblico em seus conceitos. O
plano de DEUS é que seus filhos alcancem a prosperidade mais importante que é na alma
e no espírito. E isso somente acontecerá se ouvirmos a Sua voz e guardarmos Seus
mandamentos, tendo o cuidado de cumpri-los.

“Se atentamente ouvires a voz do SENHOR, teu DEUS, tendo cuidado de guardar
todos os seus mandamentos que hoje te ordeno, o SENHOR, teu DEUS, te exaltará
sobre todas as nações da terra. Se ouvires a voz do SENHOR, teu DEUS, virão
sobre ti e te alcançarão todas estas bênçãos: (...) O SENHOR determinará que a
bênção esteja nos teus celeiros e em tudo o que colocares a mão; e te abençoará na
terra que te dá o SENHOR, teu DEUS. (...) O SENHOR te dará abundância de bens
no fruto do teu ventre, no fruto dos teus animais e no fruto do teu solo, na terra que
o SENHOR, sob juramento a teus pais, prometeu dar-te. O SENHOR te abrirá o seu
bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo e para abençoar toda
obra das tuas mãos; emprestarás a muitas gentes, porém tu não tomarás
emprestado.” (Deuteronômio 28: 1, 2, 8, 11 e 12)

“Para que entre ti não haja pobre; pois o SENHOR, teu Deus, te abençoará
abundantemente na terra que te dá por herança, para a possuíres, se apenas
ouvires, atentamente, a voz do SENHOR, teu Deus, para cuidares em cumprir
todos estes mandamentos que hoje te ordeno.” (Deuteronômio 15: 4 e 5)

27
Para todas as promessas de bênçãos descritas no livro de Deuteronômio há uma
condição. As promessas estão atreladas à condição de “se ouvires”. A palavra “ouvir”, no
hebraico, é “shamá”, que significa “cumprir, obedecer, viver, praticar”. Ou seja, não basta
apenas escutar e ouvir a Palavra de DEUS. Qualquer um escuta, até mesmo nosso
adversário. Ouvir a DEUS vai muito mais além do que isso. Ouvir a DEUS é um processo
que se inicia ao escutar a voz Dele, mas é seguido de ações que refletem nossa disposição
em servi-Lo: cumprir, obedecer, viver e praticar.

Concluímos, portanto, que o alvo da prosperidade de DEUS é a nossa alma e o


nosso espírito. E é nisso que devemos nos atentar. A prosperidade financeira é um
segundo plano que poderá ou não acontecer, dependendo da nossa obediência, e também
dos planos que DEUS tem para nós. Mas nada impede que a nossa oração seja para que
DEUS derrame suas bênçãos materiais sobre nós, para que, não só as necessidades
sejam supridas, mas que também os desejos sejam atendidos, e assim experimentemos
uma abundância financeira.

“Agrada-te do SENHOR, e Ele satisfará aos desejos do teu coração.” (Salmo


37: 4)

A prosperidade não é medida pela quantidade de bens ou dinheiro que alguém


possui. Lembre-se, ser próspero não é a mesma coisa que ser rico. Prosperidade é não ter
falta de nada, é viver a ausência de necessidades. È ser suprido por DEUS em todas as
questões da vida. Excede, e em muito, os conceitos materiais.

No Reino de DEUS não há miséria. Lá pode haver a abundância ou somente a


provisão daquilo que é básico. O que ocorre são fases da vida ou chamados específicos
para aprendermos a dar valor, e não colocar o dinheiro em primeiro lugar. DEUS nos
chamou para comer o melhor dessa terra, se andarmos em obediência.

“Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o melhor dessa terra. Mas se


recusardes, fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do SENHOR
o disse.” (Isaías 1: 19 e 20)

A aliança de DEUS com seu povo abrange vários aspectos da vida. E um deles é o
aspecto financeiro. O detalhe é que, a abundância financeira está condicionada à
obediência. E se a obediência é uma questão totalmente espiritual, isso significa dizer
então que as conquistas materiais estão totalmente relacionadas com as questões
espirituais. Crescimento material é apenas umas das possíveis conseqüências de um
crescimento espiritual.

Nem todos os cristãos prosperarão financeiramente e enriquecerão, e nem todos os


servos de CRISTO serão pobres. É um erro querer fazer uma regra nisso, e querer limitar
a ação e vontade do ESPÍRITO SANTO. DEUS jamais garantiu que daria dinheiro para
todos seus servos. E também jamais garantiu que tiraria o dinheiro deles. Ele faz aquilo
que quiser.

“O SENHOR empobrece e enriquece; abaixa e também exalta.” (1 Samuel 2: 7)

28
O exemplo de Jó.
Imaginem a situação de Jó: ele sabia o que era ter uma vida abastada, cheia de
dinheiro. E então, de repente, DEUS permitiu que ele perdesse tudo, exceto a própria vida
(capítulos 1 e 2 do livro de Jó). Começava então a provação desse homem.

“Recordar-te-ás de todo o caminho, pelo qual o SENHOR teu DEUS te guiou no


deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, pra saber o que
estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos.”
(Deuteronômio 8: 2)

A palavra “provar”, no hebraico, aponta para o sentido de “exercitar a obediência


aos mandamentos de DEUS”. Em outras palavras, quando Jó foi provado, todas as
experiências a que ele foi submetido indicariam se ele obedeceria ou não aos
mandamentos de DEUS, mesmo que estes ainda não tivessem sido oficializados no monte
Sinai. Quando somos colocados à prova, percebemos que muitas vezes a nossa fé não
condiz com nosso comportamento, e que precisamos perseverar para provar através das
atitudes, que a nossa fé é genuína e verdadeira. Cada aprovação resulta em crescimento
espiritual, fortalecimento da alma e caráter moldado à imagem e semelhança de DEUS.

Jó perdeu suas posses, seus filhos, seus empregados, seus animais e sua saúde.
Isso equivale a dizer que, se fosse conosco, perderíamos nossa família, nossos amigos,
nossas empresas, nossas propriedades, nosso status, nossa história, sendo reduzido
simplesmente ao pó, nos tornando nada, sem ninguém e sem saúde. Tudo isso já nos
seriam motivos para nos decepcionarmos com DEUS. Mas no caso de Jó, uma coisa não
lhe foi tirada: sua esperança da salvação. Que assim como foi com ele, que a certeza da
salvação também jamais seja tirada de nós.

“Porque eu sei que o meu Redentor vive, e por fim se levantará sobre a
terra.” (Jó 19: 25)

Era como se a única esperança de Jó estivesse na salvação de sua alma. E de


certa forma ele tinha razão. Não há bem mais precioso que a eternidade com DEUS. Isso
era uma certeza que nada, e nem ninguém, poderiam arrancar do coração desse homem.
Não importa o que acontecesse, ele sabia que o seu Salvador estava vivo, observando
tudo, e que ao final de um tempo, Ele daria um basta em tudo aquilo, e levaria Jó a salvo
para a eternidade.

Mas, antes que isso acontecesse, ele foi restituído em dobro em tudo que um dia
ele já teve. Perceba que Jó nunca orou para que a restituição fosse dada a ele. Era algo
que ele não esperava, ou melhor, não era a sua motivação. Sua motivação continuava
sendo a eternidade ao lado de seu Criador. E de alguma forma, DEUS moveu o coração de
Jó, para que este passasse a orar e interceder pelos seus três amigos, que tentavam
encontrar explicações para a sua provação. E foi justamente isso que ele fez.

“(...) o meu servo Jó orará por vós; porque dele aceitarei a intercessão, para que
Eu não vos trate segundo a vossa loucura; porque vós não falastes de mim o que era
reto, como o meu servo Jó. (...) e o SENHOR aceitou a oração de Jó.” (Jó 42: 8 e 9)

E quando Jó intercedia pelos seus amigos, certamente para que eles conhecessem
a salvação, DEUS o restitui em dobro de tudo o que ele um dia já teve e que lhe foi tirado.
A restituição de DEUS chegou numa hora em que Jó não estava esperando, não era esse
seu pensamento, não era essa a sua motivação. Conosco também é assim. É quando não

29
estamos nem esperando as bênçãos de DEUS que Ele vem e nos dá. É quando nós
estamos concentrados em questões mais importantes como salvação, unção, intimidade,
conhecimento e transformação pessoal que Ele nos surpreende com as bênçãos materiais.

“Mudou o SENHOR a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e deu-
lhe o dobro de tudo o que antes possuíra. Assim abençoou o SENHOR o último
estado de Jó mais do que o primeiro, (...)” (Jó 42: 10 e 12 b)

E tem gente que nunca viu dez por cento do que Jó tinha e vive reclamando por
não ter o dinheiro que gostaria de ter. Qual foi a postura de Jó quando ele, de um dia
para outro, não tinha mais nada? Ele simplesmente renunciou as suas exigências por
explicações de DEUS para tudo que se passava com ele.

Enquanto ele exigia respostas de DEUS, ele não as teve. Em contrapartida, DEUS
o visitou com a Sua presença, e isso para ele foi o suficiente. A experiência de conhecer a
DEUS, de com Ele andar, foi a melhor resposta que Jó poderia ter recebido. Descansar
em DEUS é ter fé quando as más notícias aparecem repentinamente. E no final de tudo
isso, ele foi aprovado por DEUS.

Quando a prosperidade é financeira.


Prosperidade financeira não é a essência do evangelho. Do que adianta ter tudo,
exceto o mais importante? Para conseguir viver tanto nos dois extremos como na média,
ou seja, tanto ser rico, pobre ou mediano, é preciso da ajuda de DEUS.

Há pessoas que têm muito dinheiro, mas que são verdadeiras miseráveis, e
pessoas que não tem nada, mas que são extremamente generosas. Quando o assunto é
prosperidade, ter dinheiro não significa ser rico, e não ter dinheiro não significa ser pobre.

“Uns se dizem ricos sem ter nada; outros se dizem pobres, sendo mui ricos.”
(Provérbio 13: 7)

Mas, qual é então, a postura que devemos ter quando a prosperidade financeira
nos atinge? Receber riquezas de DEUS não é errado. DEUS pode sim fazer enriquecer, e
realmente esse é o Seu plano para certas pessoas. Mas que sentido faz ter as mãos
prósperas sem ter primeiro a alma próspera? Acima de tudo, a alma precisa ser próspera,
e isso só pode acontecer através da intimidade com DEUS.

Não é errado sonhar com uma viagem, com um carro novo, com um casa maior,
com uma casa própria, com uma roupa da moda, com a melhor escola para os filhos, etc.
É claro que DEUS pode nos enriquecer, e é justamente aí que mostraremos aonde
repousa nosso coração. O mundo está cheio de pessoas que enriqueceram e se
esqueceram de DEUS, deram as costas para JESUS, se esqueceram de orar, de clamar e
jejuar, de dar, de ofertar, de devolver o dízimo, de depender exclusivamente Dele. Com
uma área financeira abundante, não podemos deixar DEUS de lado e em segundo plano.

“Eu amo os que me amam; os que me procuram me acham. Riquezas e honra


estão comigo, bens duráveis e justiça” (Provérbio 8: 17 e 18)

Riquezas e honra, bens duráveis e justiça. Os pares citados caminham juntos. Só


faz sentido se estiverem relacionados. Quando DEUS nos dá riquezas, precisamos
entregar toda a honra a Ele. Quando DEUS nos entrega bens duráveis, precisamos usar

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esses mesmos bens de forma a agir com justiça. De nada adianta ter riquezas e reter a
honra para si mesmo. De nada adianta ter bens duráveis e agir injustamente. DEUS tem
riquezas e bens duráveis para dar a nós, seus servos, mas jamais podemos esquecer
quem precisa ser honrado em todo o tempo, e desprezar os atos de justiça, que são tão
raros hoje em dia.

Os cinco mandamentos da prosperidade financeira.


I. Não criarás prosperidade se desestimulares a poupança.

II. Não estimularás a fraternidade humana se alimentares o ódio de classes.

III. Não criarás estabilidade permanente baseada em dinheiro emprestado.

IV. Não evitarás dificuldades financeiras se gastares mais do que ganhas.

V. Não poderás ajudar os homens de maneira permanente se fizeres por eles aquilo
que eles podem e devem fazer por si próprios.

Autor: Abraham Lincoln, ex-presidente americano.

A ausência de dinheiro não é sinal de espiritualidade.


Há uma mentira religiosa que satanás implantou na cultura humana por séculos,
principalmente a partir do catolicismo romano, que diz que para se aproximar de DEUS, é
necessário se abster de dinheiro e dos bens materiais, que para ser santo tem que ser
miserável, que para ser uma pessoa espiritual não pode ser rica, e que humildade de
espírito é sinônimo de pobreza. Devemos rejeitar a idéia de que ser pobre é sinônimo de
ser espiritual. Esse conceito pode estar diretamente ligado ao gnosticismo (do grego
“gnosis”, que significa conhecimento) que afirma que a matéria é ruim e o espírito é bom,
sendo as mesmas doutrinas que foram tão combatidas pelo apóstolo João no início da
Igreja.

Da mesma forma que miséria não é sinal de humildade, a espiritualidade também


não é sinal de ausência de recursos financeiros. Para a igreja católica em Roma, lidar com
dinheiro de forma a aumentar a riqueza era sinônimo de usura e, portanto, pecado. Seus
ensinamentos ao povo diziam que o dinheiro era improdutivo, contradizendo totalmente
as escrituras sagradas e os ensinamentos de JESUS em suas parábolas.

Se abster do dinheiro não significa a solução para uma boa saúde espiritual.
Portanto, é um erro o cristão achar que o dinheiro é mal e que a sua vida espiritual será
melhor se abdicar completamente dele. É claro que DEUS pode sim dar uma ordem para
alguém se abdicar do dinheiro, mas isso será uma ordem específica para alguns. Não
podemos generalizar, pois o dom da pobreza é um chamado ministerial para algumas
pessoas. Se esse não é o seu caso, DEUS não te chamou para viver apuros financeiros
para sempre na sua vida.

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A usura.
Essa deturpação que veio com a igreja católica começou a ser desfeita a partir de
João Calvino, com o cristianismo passando a entender que a usura é apenas a cobrança
excessiva de juros. Calvino ensinava que os juros deveriam ser cobrados de forma justa
de pessoas que poderiam pagar por isso, e que jamais deveria ser cobrados juros dos
pobres. A idéia de Calvino era simplesmente não fazer aos outros aquilo que você não
faria a si mesmo.

“A teu irmão não emprestarás com juros, nem dinheiro, nem comida, nem
qualquer coisa que se empresta com juros. Ao estrangeiro emprestarás com
juros, porém a teu irmão não emprestarás com juros; para que o SENHOR teu
DEUS te abençoe em todos os teus empreendimentos, na terra a qual passas a
possuir.” (Deuteronômio 23: 19 e 20)

A usura era proibida até por uma questão moral. Sem o empréstimo de dinheiro, o
mundo do comércio não existiria. Pessoas não abririam negócios próprios, não
comprariam nem venderiam. O bom censo precisa ser aplicado nessa questão.

A palavra hebraica para juro é “neshekh”, que significa mordida, semelhante a


uma mordida de cobra. A tradição judaica diz que “do mesmo modo que uma pessoa só
percebe que foi mordida por cobra quando começa a inchar, assim é aquele que toma
emprestado e que talvez só perceba o juro quando ele o incha e o consuma”. Não sejamos
essa cobra venenosa ao nosso irmão.

Para ser um cristão, não é necessário ser pobre ou rico.

O cristianismo não faz nenhuma alusão à pobreza. Ele na verdade proclama


dentre tantas outras coisas, a prosperidade acompanhada da generosidade. É através
dessas duas condições que o Evangelho é levado até os confins da terra, com a pregação
da palavra e a salvação de almas. E olhando sob uma ótica financeira, veremos que o
Evangelho estimula as pessoas a abandonar os vícios, trabalhar honestamente,
administrar os recursos com zelo, manter a generosidade, financiar as obras
assistenciais, além de trocar o roubo pelo trabalho honesto. Portanto, o Evangelho prega
o equilíbrio financeiro e a igualdade social, e não a miséria e a pobreza. Portanto, o saldo
bancário não é indicador de verdadeiro cristianismo. Para ser um seguidor de CRISTO,
basta obedecer e praticar a Palavra.

Dois pontos de vista completamente errados e contrários à palavra se encontram


em duas extremidades: a teologia da prosperidade e a teologia da miséria. Vamos
entender um pouco mais o que elas defendem.

A teologia da prosperidade.
Essa teologia está mais preocupada com as bênçãos materiais do que com as
espirituais. São falsos ensinos que pregam um outro evangelho, de um outro “cristo”,
para uma outra “salvação” e para um outro “reino”. Que tenhamos cuidado com
mensagens do tipo: “venha para a nossa igreja que DEUS te dará o carro com que você
tanto sonha, ou sua casa própria, ou sua empresa, ou dinheiro, enfim será o fim das
dívidas, serás rico, basta crer, oferte mil para colher a cem por um, etc”. Se você for a

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qualquer igreja buscando isso, temos uma notícia a te dar: a sua frustração será do
tamanho dessa mentira que lhe foi ensinada.

“Pois nunca deixará de haver pobres na terra.” (Deuteronômio 15: 11 a)

A teologia da prosperidade ainda promete aquilo que DEUS não prometeu dar. Em
seus ensinos há uma barganha com DEUS, do tipo “dar X para receber em troca 2 X ou
até 10 X, dar o carro popular para receber um carro luxuoso, fazer parte de uma igreja
objetivando enriquecer”. Essa teologia visa gerar uma igreja rica com líderes e membros
ricos. Mas lembre-se de quem nem todos serão ricos, e, portanto, é um erro ter uma igreja
integralmente formada por ricos.

Não ser rico não é sinal de falta de fé ou presença de pecado. Ser rico não é sinal
de ser uma pessoa bem sucedida, com saúde física e emocional, com plenitude espiritual,
com fé, etc.

JESUS não estabeleceu a Sua Igreja para que as pessoas estivessem sob uma
cobertura espiritual em troco de prosperidade financeira, dinheiro, bens e
enriquecimento. A cobertura espiritual da Igreja fornece ao cristão a garantia de que as
portas do inferno não irão prevalecer sobre a sua vida. Não se achegue a DEUS para
barganhar, mas sim para se doar e entregar sua vida aos cuidados Dele.

Quando se pergunta se uma pessoa está bem, automaticamente pensamos em


dinheiro e desprezamos as questões espirituais, como a paz, a alegria e o equilíbrio
emocional. Mas de acordo com a bíblia, uma pessoa de sucesso é aquela que caminha
com JESUS, e não aquela que possui dinheiro.

A bíblia jamais desprezou as pessoas sem recursos financeiros, nem os tratou com
preconceito, muito pelo contrário. Pobreza não é sinal de maldição e nem de
espiritualidade. Lembre-se, uma pessoa pode ser pobre, cheia do ESPÍRITO SANTO e
próspera ao mesmo tempo, se suas necessidades forem supridas em CRISTO JESUS.

“Então lhes recomendou: tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza;


porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele
possui.” (Lucas 12: 15)

Um homem de sucesso na bíblia é medido através de sua intimidade com DEUS e


não através do seu dinheiro. O homem não é medido pela quantidade de bens que possui,
mas é medido pelo seu caráter.

O fundamento do evangelho de JESUS não é ter dinheiro, ser reconhecido, ter


saúde, etc, mas é a obra da cruz e nossa obediência a Ele.

A teologia da prosperidade aborda somente o lado maravilhoso da vida aos olhos


do mundo, e se esquece de falar que “ainda que a figueira não floresça...” (Habacuque 3:
17). Durante a vida com JESUS, teremos aflições, tempestades, adversidades, momentos
de silêncio de DEUS, etc.

É claro que a prosperidade financeira na vida do cristão é um presente e uma


benção dada por DEUS. A bíblia está repleta de promessas nesse sentido. Assim foi com
Davi, Salomão, Jó, entre tantos outros homens de DEUS. O ministério de JESUS foi
financiado por grandes quantias de ofertas ao ponto de terem a necessidade de se
levantar um tesoureiro para cuidar dos recursos doados.

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Mas a teologia da prosperidade ensina que quanto mais se der, mais se receberá, e
que isso, sim ou sim, irá acontecer na vida daqueles que estiverem posicionados e que
crerem. E que, caso isso não ocorra, será um problema de falta de fé ou de algum pecado
na vida da pessoa.

Com isso, esse ensinamento se esquece simplesmente da soberania de DEUS. Ele


é, além de Todo Poderoso, o DEUS Soberano, ou seja, Ele não precisa nos dar satisfações
e Ele tem o direito de fazer o que julgar ser melhor, a favor de quem Ele quiser. Está
correto que a lei da semeadura nos diz que aquilo que plantarmos, colheremos, podendo
ser em diferentes medidas e proporções (veremos mais sobre isso no capítulo 15). Porém
acima disso está a soberania e os planos de DEUS para a vida de cada pessoa.

A soberania de DEUS remete ao fato de que, apesar de termos nossos olhos


carnais e limitados, conseguimos enxergar que a vontade de DEUS continua sendo a
melhor e a mais adequada, inclusive aquelas que nos causam aflições. DEUS não está
chamando todos para serem ricos financeiramente, mas chamando todos para serem
obedientes, submissos, e que cheguem à salvação. Isso significa que DEUS chama todos
para serem ricos espiritualmente.

“... Ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que
todos cheguem ao arrependimento.” (2 Pedro 3: 9 b)

A riqueza de DEUS não é a riqueza que nós conhecemos. A riqueza de DEUS é eterna,
enquanto que a riqueza material é temporária.

“Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem, porque as
que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.” (2 Coríntios 4:
18)

A teologia da miséria.
Aquele que vive nessa teologia se recusa a acreditar que DEUS pode nos abençoar
materialmente. Essa teologia diz que o cristão verdadeiro tem que ser pobre e miserável,
tem que sofrer, não pode sonhar em ter, ou muito menos ter efetivamente, vive no sufoco,
endividado, passando fome aqui na terra para receber alguma recompensa no céu.

Nós vivemos numa cultura eclesiástica que diz que ter dinheiro é pecado. Tem que
ter uma vidinha, um empreguinho, uma condiçãozinha, tudo “inho”. Ter até um limite de
cifra tudo bem, é aceitável, mas se passar disso significa que provém do maligno. Ou
também não se vê capaz de ter acima do teto que a si mesmo estabeleceu. Quem
realmente tem desejado e lutado para ser cabeça e não cauda? Não só na esfera da
autoridade espiritual, mas, inclusive, a ponto de influenciar a sociedade. Os cristãos ou
os ímpios?

DEUS irá enriquecer sim alguns de seus filhos. Serão aqueles com um chamado
para serem mantenedores e financiadores da Igreja através de seus dízimos e de suas
ofertas (Romanos 12: 8). Será que você não é uma dessas pessoas?

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DEUS conta com pessoas pobres e ricas.
Nem todos têm o mesmo chamado. Uns foram chamado para pastores, outros para
professores, outros ainda para evangelistas, e quem sabe para ser um profeta ou apóstolo
(Efésios 4: 11). DEUS deseja usar alguns no meio artístico, outros na economia, outros no
esporte, outros ainda na moda, ou até na política. DEUS tem um plano e um chamado
específico para cada um de nós. É dessa forma que DEUS trabalha.

Davi sonhou em construir um templo para que DEUS fosse adorado. Ele tinha
certeza que isso era algo que vinha do coração de DEUS. Ele tinha todos os recursos,
tinha o projeto, tinha o local. Somente por um detalhe ele não pôde seguir em frente com
seu sonho. Não era a vontade de DEUS que fosse ele a levantar o templo. DEUS tinha
esse chamado para outra pessoa, mais especificamente, para seu filho Salomão (leia 2
Samuel 7).

Às vezes, o que achamos ser para nós não é. E não pense que Davi boicotou a
construção do templo por não ser ele o responsável. Pelo contrário, ele deu todo apoio e
suporte para que seu filho tivesse êxito. Davi soube se contentar com o plano de DEUS
para sua vida. E igualmente, ele soube ver que DEUS quer contar com todos, e não com
poucos.

Por tudo isso, concluímos que o plano de DEUS é o de ter pessoas com e sem
dinheiro, para que haja servos Dele em todas as camadas e níveis da sociedade. DEUS
levanta igualmente o pobre e o rico para pregarem o evangelho. DEUS conta com pessoas
ricas, assim como conta com pessoas pobres. Lembre-se, ter ou não ter dinheiro não é
condição de espiritualidade. Se assim fosse, por que todos os pobres não são crentes? Por
que há pobres seguindo diversas religiões? Ou então, por que existem pessoas ricas
convertidas a JESUS? DEUS tem todo o direito de manter alguém pobre, manter alguém
rico, deixar alguém pobre, ou então deixar alguém rico. É por isso que Ele é DEUS.

A obediência inicia a prosperidade.


A obediência aos nossos líderes, reconhecendo que DEUS fala através da boca
deles, é um grande segredo para prosperarmos. Se o pastor falar para fazer, faça. Se ele
falar para poupar, poupe, Se ele falar para comprar, compre. Se ele falar para quitar,
quite. Se ele falar para investir, invista. Aqueles que crerem nos profetas de DEUS nessa
terra, prosperarão.

“Credes nos seus profetas, e prosperareis.” (2 Crônicas 20: 20)

Mas permita te darmos uma boa notícia! Para ser obediente, não precisamos fazer
alguma faculdade, ou pós-graduação, ou até mesmo um doutorado. Não precisa ser um
Phd. Não precisa ter QI elevado para conseguir obedecer. Não precisa nascer numa
família modelo para obedecer. Não existem cursos especializados de obediência por aí.
Nada disso. Para obedecer, por incrível que pareça, basta simplesmente, obedecer.

A obediência a DEUS é o caminho mais curto para ser abençoado financeiramente,


mas atenção, lembre-se que enriquecer não é seu objetivo de vida, e que DEUS dará a
quem Ele quiser, afinal de contas, Ele é SOBERANO.

“Será, pois, que, se, ouvindo estes juízos, os guardares e cumprires, o SENHOR
teu DEUS te guardará a aliança e a misericórdia prometida sob juramento a teus

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pais; Ele te amará e te abençoará e te fará multiplicar; também abençoará os teus
filhos, e o fruto da tua terra, o teu cereal, o teu vinho e o teu azeite, e as crias das
tuas vacas e das tuas ovelhas, na terra que, sob juramento, a teus pais prometeu
dar-te.” (Deuteronômio 7: 12 e 13)

36
Capítulo 6

Qual a sua Motivação?

É muito triste constatar que, enquanto fulano não era rico e enfrentava
dificuldades financeiras, ele não saia da igreja por nada, estava em todos os cultos, tinha
uma vida de devocional, orava e jejuava, lia a bíblia, era ativo no ministério, mas que
quando a prosperidade financeira finalmente chegou, ele simplesmente se esqueceu de
onde DEUS o tirou, não mais foi à igreja, largou o ministério, não tinha mais tempo para
DEUS, afinal de contas, sua vida agora era muito ocupada com viagens e compromissos
pessoais.

Essa não é uma história fictícia, ela é mais comum que se possa imaginar. Não é
errado ter uma fazenda, o errado é ter a fazenda e não estar na Igreja. E entre uma ou
outra coisa, o mais vital é estar na Igreja.

Riqueza nem sempre significa dinheiro.


DEUS quer abençoar seus filhos, dar coisas boas, fornecer boas condições, mas
exige que o coração continue simples, Ele exige que as outras pessoas sejam assistidas,
exige que a humildade continue a existir, e que os irmãos continuem a ser
cumprimentados e honrados. O erro está em achar que tudo foi conquistado por mérito
próprio. Antes de tudo, mantenha sempre a humildade em seu espírito e tenha a plena
convicção que não somos nada, e que DEUS é tudo.

“Não digas, pois, no teu coração: a minha força e o poder do meu braço me
adquiriram estas riquezas. Antes te lembrarás do SENHOR teu DEUS,
porque é Ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua
aliança que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê. Se te esqueceres
do SENHOR teu DEUS e andares após outros deuses, e os servires, e os adorares,
protesto hoje contra vós outros que perecereis.” (Deuteronômio 8: 17-19)

Esse texto nos mostra que, em primeiro lugar, quem nos dá força para realizarmos
algo é DEUS. Sem a misericórdia Dele, cremos que nem respirar nós conseguiríamos. Em
segundo lugar, precisamos entender a quais tipos de riquezas DEUS está se referindo.

Como já vimos anteriormente, há riquezas materiais e riquezas espirituais. Quais


delas são mais valiosas (Efésios 2: 4-9)? Quais delas devem ser desejadas pelo nosso
coração, quando Davi escreveu que se nos agradássemos de DEUS, Ele satisfaria os
desejos do nosso coração (Salmo 37: 4)? Quais delas estavam na mente do apóstolo Paulo
quando ele prosseguia para o alvo, conseguindo enxergar lá na frente o que o aguardava
(Filipenses 3: 14)?

Uma das palavras hebraicas para traduzir “riquezas” é “chaíl”, que significa
“poder, vigor, capacidade, virtude”. Uma das maiores riquezas que podemos alcançar é a
de entender e conhecer plenamente a DEUS, representado a nós na pessoa de JESUS, o

37
CRISTO de DEUS. Fomos educados com uma inversão de valores, tendo como conceito de
riqueza o “ter”, e não o “ser”.

Antes de se ter algo de DEUS, é preciso ser algo Dele. Antes de se ter a Sua
amizade, precisa ser amigo Dele. Antes de reivindicar algo, devemos ter a plena
consciência de nossa limitação e dependência Dele. Que o primeiro desejo do nosso
coração seja a salvação da alma, e não só a nossa alma, mas as de quantos cruzarem o
nosso caminho.

Mas a palavra “riquezas” também pode significar “bens materiais ou dinheiro”.


Nesse sentido, esta última tradução seria a conseqüência do primeiro: DEUS dá a força
para produzir, conquistar, profetizar, chamar à existência a concretização daquilo que
somente existe no mundo espiritual, podendo assim, dar o surgimento aos bens, quer
sejam materiais, quer sejam espirituais. Mas algo precisa ser constantemente enfatizado:
bens espirituais valem infinitamente mais que bens materiais. O caráter, a paz, o
discernimento, a intimidade espiritual, tudo isso são segredos para que, sendo da vontade
de DEUS, recebamos os recursos materiais, resguardados e protegidos contra a corrupção
do coração. Somente assim poderemos afirmar que vivemos a prosperidade.

A presença e a intimidade do SENHOR é o maior bem que alguém pode ter. É


válido ter uma casa e lutar por isso, mas desde que esse propósito não nos afaste de
DEUS, não mine a saúde e nem o relacionamento entre pessoas. De que adianta dar uma
casa linda e enorme para a esposa e filhos se eles nem te vêem mais? De que adianta dar
tudo para sua esposa em troca de sacrificar a vida íntima do matrimônio? De que adianta
dar tudo para os filhos se não existem momentos de lazer, participação na educação e no
crescimento, etc? Por que abandonar a família em troca da busca pelo dinheiro? Por que
perder a saúde em troca de sucesso material?

Abandonar a saúde, o lazer, as pessoas a quem se ama, tudo isso é sinal de amor
pelo dinheiro e significa uma busca obsessiva pela matéria. Ser rico não é pecado e
tampouco um erro. Pecado é amar o dinheiro, é amar o status de ser uma pessoa rica.

O retrato da motivação errada.


Não se deixe enganar, Judas Iscariotes foi um homem chamado por DEUS. Ele foi
escolhido a dedo por JESUS para ser apóstolo e administrador dos recursos financeiros
do grupo dos doze discípulos. A ele estava incumbida a tarefa de cuidar da tesouraria do
grupo. E é a sua história de vida que registra muito bem tudo aquilo que ninguém pode
permitir entrar no coração: a cobiça, a ganância, a corrupção, a motivação errada.

Quando o nome de Judas vem à nossa mente, automaticamente recordamos um


dos acontecimentos mais tristes e trágicos da bíblia e da história mundial. Ainda hoje
paira no ar certo preconceito com esse nome, afinal de contas quem de nós escolheria o
nome Judas para um filho, ainda que tivesse tantos outros Judas na história que
escreveram de forma correta sua vida? Mas o peso negativo que recai sobre o Judas, o de
sobrenome Iscariotes, se sobressai sobre todos os demais Judas. Infelizmente, histórias
de traição e escândalos pesam mais que histórias de mártires.

Ainda hoje, presenciamos a lamentável “festa” chamada “malhação de Judas”


durante o sábado de aleluia. Festa essa que simboliza a vingança contra um traidor e a
depreciação do povo judeu. Portanto, essa festa nada tem a ver com o cristianismo.

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A cultura judaica ainda considera o nome Judas como sinônimo de heroísmo,
fidelidade, lealdade e devoção a DEUS, relembrando histórias como a de Judas Tadeu, e
principalmente a de Judas Macabeu. Já a cultura cristã considera o nome de Judas como
sinônimo de traição e infidelidade. Nos relatos bíblicos dos nomes dos doze apóstolos,
Judas é sempre mencionado por último, estando à sombra daquilo que marcou a sua
história – a traição a JESUS.

“... Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, que foi
também quem o traiu.” (Mateus 10: 3 e 4)

Mas por que será que JESUS e seus discípulos precisavam de um tesoureiro? A
bíblia diz que algumas pessoas largavam tudo e se dedicavam integralmente à obra de
DEUS, formando um pequeno grupo itinerante que, obviamente, se sustentava através de
ofertas que recebiam de outras pessoas. Portanto, o ministério de CRISTO era financiado
e sustentado por outros, e certamente era um ministério próspero.

“Aconteceu depois disto que andava JESUS de cidade em cidade e de aldeia em


aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de DEUS, e os doze iam com
Ele, e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e
de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; e
Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e muitas outras, as quais
lhe prestavam assistência com os seus bens.” (Lucas 8: 1-3)

Portanto, era sim necessária a presença de alguém com a tarefa de administrar os


recursos ofertados ao grupo.

A unção já esteve sobre Judas.


Engana-se quem acha que Judas não foi usado e que a unção não estivesse sobre
ele para fazer a obra de DEUS. Um dia a unção de JESUS foi derramada sobre a cabeça
dele, sim.

“Chamou JESUS os doze e passou a enviá-los de dois em dois, dando-lhes


autoridade sobre os espíritos imundos. Então, saindo eles, pregavam ao povo
que se arrependesse; expeliam muitos demônios e curavam numerosos
enfermos, ungindo-os com óleo.” (Marcos 6: 7, 12 e 13)

“Porque ele (Judas) era contado entre nós e teve parte neste ministério.” (Atos
1: 17)

Ele teve participação no ministério dos doze ainda quando JESUS estava presente,
mas desperdiçou seu chamado apostólico por se entregar a outra coisa: a cobiça no
coração.

“Isso disse ele, não porque tivesse cuidado dos pobres; mas porque era ladrão e,
tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava.” (João 12: 6)

O episódio da unção de JESUS por Maria sinalizou muito bem a motivação que
havia no seu coração. Judas foi contra a atitude de Maria por motivos financeiros, o que
retratava muito bem a condição de seu coração.

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“Então, Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os
pés de JESUS e os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se toda a casa com o
perfume do bálsamo. Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, o que estava
para traí-lo, disse: Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários
e não se deu aos pobres? Isto disse ele, não porque tivesse cuidado dos
pobres; mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava.
JESUS, entretanto, disse: Deixa-a! Que ela guarde isto para o dia em que me
embalsamarem; porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem
sempre me tendes”. (João 12: 3-8)

Essa cobiça pode ter origem no seu lado político-revolucionário (os judeus
aguardavam o libertador que traria independência física do império romano) ou ainda na
ganância propriamente dita, ou ainda, na mescla das duas coisas. Isso gerou tormento na
sua mente e o conseqüente suicídio através de enforcamento.

“Então Judas, o que o traiu, vendo que JESUS fora condenado, tocado de remorso
devolveu as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes a aos anciãos,
dizendo: pequei, traindo sangue inocente. Eles, porém, responderam: que nos
importa? Isso é contigo. Então Judas, atirando para o santuário as moedas de
prata, retirou-se e foi enforcar-se.” (Mateus 27: 3-5)

Nenhuma alma vale trinta moedas.


Judas traiu JESUS por trinta moedas. Para se ter uma idéia, trinta moedas de
prata equivaliam ao valor cobrado pela redenção de um escravo ou a aproximadamente
quatro meses de salário de um trabalhador não especializado. Mais que vender JESUS
por trinta moedas, foi o próprio Judas quem se vendeu ao diabo por esse valor. Nenhuma
alma vale trinta moedas, nem a de Judas, nem a nossa, e muito menos a de JESUS.

Um exemplo a não ser seguido.


Judas sempre será tido como o pior de todos os traidores pela história cristã. Que
isso nos sirva de lição, pois se isso aconteceu com ele que não guardou seu coração, pode
acontecer com qualquer um que não guarde o coração contra a ganância, o orgulho, a
corrupção, a vaidade, e até mesmo a famosa afirmação “isso jamais acontecerá comigo, é
impossível!”.

“Melhor é o pouco havendo justiça, do que grandes rendimentos com


injustiça.” (Provérbios 16: 8)

A ganância destrói a vida de uma pessoa, e isso em todos os sentidos. Esse


espírito de ganância causa na pessoa um medo de que ela não será suprida por DEUS e
uma incerteza do futuro econômico, coisas que caminham na contra mão da fé.

“Tal é a sorte de todo ganancioso; e este espírito de ganância tira a vida de


quem o possui.” (Provérbios 1: 19)

“Melhor é o pouco havendo o temor do SENHOR, do que grande tesouro, onde


há inquietação.” (Provérbios 15: 16)

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Aquele que não tem fé que DEUS irá supri-lo acaba buscando mais e mais
dinheiro e bens, muito mais que realmente necessita. Para que pegar mais do que
precisamos? Será mesmo que isso nos trará alguma utilidade?

“Achaste mel? Come apenas o que te basta; para que não te fartes dele, e
venhas a vomitá-lo.” (Provérbios 25: 16)

Um exemplo a ser seguido.

Davi ficou conhecido como o homem segundo o coração de DEUS (Atos 13:22). Ele
foi rei, um homem poderoso, influente, riquíssimo, mas com tudo isso ele continuava
dizendo que DEUS era seu único bem. Aí estava o segredo dele, com um coração ajustado
com e correta motivação, ele sabia que mesmo tendo tudo em termos materiais, se ele não
tivesse a única coisa que realmente importa, ele não teria nada.

“Digo ao SENHOR: Tu és o meu SENHOR; outro bem não possuo, senão a ti


somente.” (Salmo 16: 2)

Uma pergunta diária.


Há uma pergunta que devemos fazer diariamente para nós mesmos. Qual é a
nossa motivação? Quais são as coisas que movem nosso coração? Quando DEUS nos
entrega dinheiro ou bens, qualquer que seja o valor, ou ainda uma posição de destaque
profissional, juntamente a isso vem um detalhe extremamente importante e vital para a
nossa saúde espiritual e emocional: a prova da nossa real motivação. DEUS é aquele que
sonda mente e coração (Apocalipse 2: 23), e justamente nessa hora, somos sondados e
provados a fim de que seja revelado aquilo que há no nosso interior, quer seja sujeira,
quer seja pureza.

Há perguntas feitas por DEUS que ecoarão por nossa vida inteira nessa terra:
Qual a sua motivação em ter? Qual a sua motivação em ser? O que você ganha se Eu te
der? O que os outros ganham se Eu te der? Quais são os desejos do seu coração? O que o
Reino ganha se Eu satisfizer os desejos do seu coração?

Não faça da benção o seu inimigo.


Qualquer bem, ou riquezas, ou mesmo dinheiro dados por DEUS ao Seu povo,
dependendo da condição do coração, pode vir a apodrecer. O ser humano tem, por incrível
que pareça, a capacidade de estragar uma benção dada por DEUS. Foi o que aconteceu
no episódio do bezerro de ouro.

O povo havia sido liberto da escravidão no Egito, e quando da saída deles daquela
terra, DEUS transferiu riquezas que estavam nas mãos dos opressores para as mãos da
nação de Israel. Essas riquezas compreendiam animais e metais preciosos, entre eles
muito, muito ouro. Esses recursos seriam necessários para que a nação pudesse
recomeçar sua história. Guarde algo: DEUS tirou grande quantidade de ouro das mãos
dos egípcios e a transferiu para as mãos de Israel. Mas Israel não soube usá-las naquele
momento.

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Quando Moisés subiu ao Monte Sinai para receber direção Divina para o futuro da
nação, o povo se tornou impaciente e ansioso. Foi então que eles pegaram os recursos que
DEUS havia dado anteriormente para levantarem um ídolo.

“Este, recebendo-as das suas mãos, trabalhou o ouro com buril, e fez dele um
bezerro fundido. Então disseram: são estes, ó Israel, os teus deuses, que te
tiraram da terra do Egito.” (Êxodo 32: 4)

È impressionante como o ser humano tem memória curta. Imagine o povo hebreu
que acabara de ser liberto da escravidão no Egito, e que pouco tempo depois já estava
dando todo crédito de sua libertação a outros deuses. Eles pegaram os despojos
materiais, presentes dados pela graça de DEUS, e os usaram para levantar uma imagem
a que se pudessem se consultar. Em resumo, uma das bênçãos dadas por DEUS acabara
de se transformar em um inimigo, e tudo isso exclusivamente pelo desajuste de seus
corações.

Não fixe seus olhos naquilo que DEUS te deu, seja carro, casa, emprego, namoro,
ou qualquer outro presente, mas mantenha seus olhos fixos no próprio DEUS. Você não
foi abençoado com um cônjuge, ou um namorado, ou um emprego, ou qualquer outro
bem, para tê-los como um amuleto. Não se apóie neles e nem faça deles um ídolo.

Se você não se desfizer de alguns amuletos, DEUS terá que fazer isso por você. E
garanto que quando essa iniciativa parte da gente, ela é bem menos dolorida. Porém, se
não escolhemos desarraigar de nosso coração aquilo que impede o nosso caminhar com
JESUS, não tenha dúvidas de que Ele mesmo fará isso por nós. Devemos ter o hábito de
fazer uma auto-análise constante, pois quem sabe o próprio dinheiro já não se tornou um
amuleto no qual temos nos apoiado e confiado? Somente agindo assim é que evitamos
uma série de outros problemas, como veremos no capítulo 9.

Deserto, uma etapa sempre necessária.


Enxergue os tempos de deserto em sua vida como acontecimentos mais do que
necessários. Saiba tirar o máximo proveito deles. DEUS tirou seu povo da escravidão para
colocá-lo na melhor terra que existia, mas antes que isso acontecesse, era necessário que
ele passasse por um deserto para alinhar o coração de cada um com o coração de DEUS.
Os desertos são fases que duram um período de tempo, e não uma vida inteira.

O período no deserto será proporcional ao real aprendizado e mudança de nosso


caráter, já que quanto menos tempo demoramos a aprender com DEUS, menor será o
tempo de deserto; e quanto mais tempo demoramos a aprender, maior será o tempo no
deserto. DEUS não criou ninguém para permanecer por uma vida inteira no deserto. Mas
às vezes, Ele precisa nos mandar para lá para aprendermos algumas coisas.

“Que te conduziu por aquele grande e terrível deserto de serpentes


abrasadoras, de escorpiões e de secura, em que não havia água; e te fez sair água
da pederneira; que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não
conheciam; para te humilhar, e para te provar, e, afinal, te fazer bem”.
(Deuteronômio 8: 15 e 16)

A terra prometida a Israel não foi entregue logo de cara ao povo. Não há dúvidas
de que houve lutas e resistências. E foi por isso que eles conquistaram as promessas de

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DEUS. Isso nos leva a entender que conhecer as resistências e não parar de lutar nos leva
ao êxito dos sonhos.

Será que a terra em que estamos hoje é aquela que DEUS escolheu para nós? A
terra em que você se encontra pode não ser aquela que Ele tem como sendo a definitiva
para a sua vida. Ela pode ser uma terra transitória para que você chegue até a sua
promessa. Essa faixa transitória é mais conhecida por deserto.

É no deserto que aprendemos. É lá que não temos para onde correr, sem que seja
para onde DEUS está. Em tempos fáceis, tendemos a deixar o orgulho entrar no coração e
assim nos distanciar de DEUS, se não vigiarmos. Mas em contrapartida, são em tempos
difíceis que a nossa dependência aumenta “assustadoramente” e, sem opção, recorremos
a Ele. Que os desertos financeiros sejam muito bem vindos quando DEUS julgar ser
necessário.

“Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao


coração”. (Oséias 2: 14)

43
Capítulo 7

Algumas situações do dia a dia

Como já falamos, o dinheiro está aí e o usamos no nosso dia a dia. É de extrema


importância nós exercemos o controle sobre ele, e não ele exercer o controle sobre nós.
Não ignore a participação do dinheiro na sua vida. O cristão precisa estar atento a
algumas condições que DEUS exige na relação com o dinheiro. Vejamos algumas delas:

Ganhe seus recursos de forma honesta.

DEUS quer ver seu povo trabalhar, e através do trabalho, ter seus rendimentos de
forma limpa e honesta. O trabalho serve para honrar a DEUS. Quando temos prazer no
que fazemos, naturalmente produzimos os frutos esperados, e adoramos a DEUS através
dos nossos trabalhos.

“Do trabalho de tuas mãos comerás, feliz serás, e tudo te irá bem.” (Salmo 128:
2)

“Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as próprias
mãos o que é bom, para que tenhas com que acudir ao necessitado.” (Efésios 4: 28)

E, além disso, não devemos ser um sangue suga e um peso para alguém. Viver à
custa dos outros é dar mau testemunho, tanto para os que são de fora como para os que
são de dentro da igreja.

“... vimos que nunca nos portamos desordenadamente entre vós, nem jamais
comemos pão, de graça, à custa de outrem; pelo contrário, em labor e fadiga, de
noite e de dia, trabalhamos, a fim de não sermos pesados a nenhum de vós;...
se alguém não quer trabalhar, também não coma.” (2 Tessalonicenses 3: 7, 8 e
10)

Toda renda, dinheiro e bens materiais, como resultado do esforço cristão, devem
ter origem em DEUS. O dinheiro que recebemos precisa vir do SENHOR. DEUS não
hesitará em tirar as receitas que não vêm Dele ou as receitas que se tornaram prejudiciais
devido à corrupção do nosso coração. E se isso acontecer, não podemos hesitar em ceder.
Será a chance que teremos para reescrever nossa história.

“Respondeu João: o homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe
for dada.” (João 3: 27)

Antes de ser chamado por JESUS para compor o time dos doze discípulos, Levi
teve seu nome mudado para Mateus, que quer dizer “presente de DEUS”. Esse homem,
um judeu, era um coletor de impostos a serviço do governo romano. O seu trabalho não
era bem visto, pois além de trabalhar para o império que controlava as ações de Israel, ele
também roubava e extorquia seus compatriotas. Aos olhos dos judeus, Levi era
comparado a uma prostituta, pois ambos tinham se vendido aos estrangeiros por

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dinheiro. Mas quando JESUS o chamou, ele imediatamente abandonou sua atividade
ilícita, saindo das trevas para estar na luz. Não há dúvidas de que, quando isso
aconteceu, houve um grande choque na sociedade da época.

Invista seus recursos com cuidado.


Invista naquilo que realmente é necessário para você e para a sua família.
Converse dentro de sua casa, busque conselhos, ouça opiniões e experiências, e então
busque em oração a direção ideal diante de DEUS.

“Na multidão de conselheiros está a vitória.” (Provérbio 24: 6)

“Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor naquilo
que não satisfaz? Ouvi-me atentamente, comei o que é bom, e vos deleitareis com
finos manjares.” (Isaías 55: 2)

Os recursos que DEUS te deu não são para satisfações egoístas. Portanto,
converse com seu cônjuge, com seus pais, com seus irmãos, com seus filhos, com seus
amigos, líderes e pastores. Ouça conselhos e experiências. Muitas vezes, o fracasso ou o
sucesso de alguém no passado será a base da melhor direção que você deve seguir. Com
tudo isso, e mais o endosso do ESPÍRITO SANTO, seus investimentos só trarão resultados
positivos para você e sua família.

Evite as dívidas.
Estejamos felizes com aquilo que DEUS tem nos dado. Gaste seu dinheiro de uma
forma realista, dentro de suas possibilidades. Sempre que possível, evite contrair dívidas.
Se não terei com que pagar, não gastarei. Antes orarei a DEUS e desde então o
agradecerei por tudo o que Ele tem me dado. Uma das características de JESUS nessa
terra foi a de viver com simplicidade. DEUS, mesmo nos enriquecendo, requer que a
nossa vida seja vivida com simplicidade. Simplicidade é ter humildade, reconhecer a
dependência de DEUS e ser grato a Ele por cada detalhe, desde a água que se bebe até a
casa própria (ou alugada).

“Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele;
tendo sustento, e com que nos vestir, estejamos contentes.” (1 Timóteo 6: 7 e 8)

DEUS quer que você se livre das dívidas.


A única dívida permitida e válida é a dívida do amor. Seremos eternos devedores
diante de DEUS. Não temos como quitar a nossa dívida de gratidão a Ele. Por mais que
façamos ou nos esforcemos, nada poderá ser equiparado com o preço pago na cruz.

Já no relacionamento humano, não podemos dever nada a ninguém, exceto o


amor. Dívidas são contas abertas e não pagas dentro do prazo. Contas a vencer são
diferentes de contas vencidas. Contas a vencer não são consideradas dívidas (telefone,
prestação da casa, do carro, etc). Porém, contas já vencidas, são consideradas dívidas
sim.

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Dívidas criam instabilidade emocional, tanto sobre a vida do devedor como sobre
sua família.

“A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns
aos outros.” (Romanos 13: 8 a)

Nem sempre um empréstimo é dívida.


Os empréstimos fazem parte da maioria dos empreendimentos. É aquele up-grade
que o negócio precisa para alavancar. Qual seria o conceito de um empréstimo?

Quando você investe parte de sua renda em algum projeto, você ora para que
DEUS abençoe e multiplique. Dessa mesma forma fazemos, quando investimos no Reino
através dos dízimos e ofertas. Temos que orar para que DEUS capacite aqueles que
administrarão os recursos a fim de multiplicá-los visando sempre o crescimento do Reino,
exatamente como você faria se fosse um investimento em um negócio seu, por exemplo.

De acordo com a bíblia, estar endividado é viver algo que não faz parte da vontade
de DEUS para nós, além de representar uma maldição.

“Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do SENHOR teu DEUS, não
cuidando em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te
ordeno, então virão todas estas maldições sobre ti, e te alcançarão: ...o
estrangeiro que está no meio de ti se elevará mais e mais, e tu mais e mais
descerás. Ele te emprestará a ti, porém tu não lhe emprestarás a ele; ele será
por cabeça, e tu serás por cauda.” (Deuteronômio 28: 15, 43 e 44)

Mas então, quando uma dívida será considerada aceitável? Abaixo algumas
respostas:

 Se o financiamento cabe no bolso.

 Se o bem adquirido terá retorno de venda.

 Se for uma direção clara de DEUS (DEUS usa a vida dos líderes para confirmar
uma direção, como por exemplo, o financiamento de casa ou carro).

Por isso não consideramos essas situações anteriores como sendo dívidas, mas
sim como sendo investimentos.

Ensine princípios financeiros aos filhos.


O maior ensino para uma criança é o exemplo dos pais. O conjunto formado pela
postura, pelas atitudes e pelas reações dos pais dentro do lar é o grande professor para a
criança, e isso se aplica também para as finanças. Quanto mais cedo começamos a cuidar
das finanças, menores serão os problemas futuros. Converse com os filhos, explique a
importância da fidelidade a DEUS, estimule-os a honrar a DEUS com as primícias,
incentive-os a ter um coração generoso, ensine-os a poupar, agrade-os com presentes
quando notar seu esforço em trabalhar e poupar com um objetivo específico, etc.

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Unifique os rendimentos com seu cônjuge.
Quando DEUS uniu o homem e a mulher, ou seja, o marido com a esposa, Ele os
constituiu como sendo uma só carne. Ser uma só carne significa ser um com o cônjuge.
Isso não se limita a questões sexuais apenas, mas se aplica inclusive a questões
familiares, que por sua vez, se aplicam as questões financeiras também. Em outras
palavras, o casal deve ter os mesmos objetivos financeiros. Para isso é fundamental que
haja diálogo entre o casal sobre as finanças.

Mas infelizmente o que temos visto são casais com contas bancárias separadas,
casais que dividem as responsabilidades de pagamentos de despesas, cônjuges que não
sabem quanto o outro ganha. Casamentos onde não existe um diálogo aberto sobre as
reais receitas e despesas, e onde não existe uma meta de crescimento econômico traçada
em conjunto.

Uma mulher que não sabe quanto seu marido ganha, também não tem como saber
o quanto deve economizar, quais itens que deve economizar, e não sabe a realidade
financeira da casa. Para esses casos, com que autoridade o marido cobrará empenho e
ajuda de sua parceira? Portanto, o casal deve unificar todas as receitas e todas as
despesas.

DEUS não quer que você viva em função do dia do pagamento.

Uma infeliz realidade na vida de grande parte dos brasileiros é que eles vivem em
função da data em que receberão o seu salário. Isso é retratado quando se tem dinheiro
durante os poucos dias do início do mês e passa-se o resto do mês (que é a maior parte),
com a conta bancária totalmente zerada, ou pior ainda, no saldo negativo – cheque
especial e juros.

Em outros casos, trabalha-se com muito esforço apenas para pagar as contas sem
conseguir desfrutar de seus ganhos. Será que é porque o salário é baixo? Essa é a
explicação mais dada por quem tem dificuldade financeira. (pouco salário para muitos
pagamentos).

Porém precisamos ser sinceros em admitir que problemas financeiros ocorrem em


quaisquer camadas sociais, desde pobres até ricas. A única diferença são os tamanhos
das contas a serem pagas. Normalmente, quanto maior é o salário, maiores são as
despesas.

“Do trabalho de tuas mãos comerás, feliz serás, e tudo te irá bem.” (Salmo 128:
2)

A promessa de DEUS é que trabalharemos em felicidade. E trabalhar em felicidade


significa, entre outras coisas, aumento de produção, aumento de rendimento, satisfação
plena, alegria e realização profissional. Se você ainda não está nesse lugar, não desanime,
pois DEUS abrirá esta porta de emprego que trará tudo isso sobre sua vida.

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DEUS não quer que você priorize o dinheiro.

Não inverta os valores colocando o dinheiro como algo vital em sua vida. A
maneira que usamos o dinheiro, e os nossos sonhos e objetivos, apontam para o que
julgamos ser de suma importância. Apontam para aquilo que consideramos como os
valores e princípios de vida. E quando alguém considera o dinheiro como algo prioritário
na vida, inverte-se os valores dados por DEUS e distancia-se Dele, pois se passa a adorar
um outro deus.

Não podemos ser inocentes e desconsiderar que o dinheiro possui uma forte
atração e uma tendência a receber adoração, e que ele traz consigo uma falsa segurança,
um falso poder e uma falsa liberdade. O dinheiro possui características próprias de uma
divindade e contraria a afirmação de JESUS de que a vida de um homem não consiste na
abundância dos bens.

“... porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele
possui.” (Lucas 12: 15).

Davi foi um exemplo de uma pessoa extremamente rica e próspera, mas que não
corria atrás de riquezas, mas sim corria atrás do DEUS que provê tudo (JEOVÁ JIRÉH), o
DEUS dono do ouro e da prata. Esse homem possuía os valores bem posicionados e
definidos em sua vida.

DEUS reprova o materialismo.


Ser materialista é ter a vida voltada única e exclusivamente para os bens
materiais. O materialismo conduz a pessoa a uma vida de corrida atrás do dinheiro, dos
bens materiais, dos prazeres carnais e passageiros da vida, tornando-a fria
espiritualmente, incrédula a DEUS, mimada, gastando em coisas luxuosas e supérfluas
que certamente são agradáveis, mas não são realmente necessárias.

“Quem confia nas suas riquezas cairá, mas os justos reverdecerão como a
folhagem.” (Provérbios 11: 28)

Os materialistas são aquelas pessoas que têm como seu alicerce e fundação, os
bens, as riquezas, o status, etc. DEUS é Espírito e não matéria (João 4: 24).

Não cobice e nem seja ganancioso.


Cobiça é o desejo ardente de possuir aquilo que é do outro. Não inveje ou deseje
para si o que é do próximo, mas antes trabalhe dignamente para ter a sua parte. As
pessoas que não se contentam com o que já tem, mesmo tendo muito mais do que o
básico de que ela precisa para viver, e desejam ter sempre muito mais, mesmo que para
isso seja necessário alguém ser prejudicado e ficar mais pobre, acabam sendo
atormentadas com muitas dores.

“Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se


desviaram da fé, e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.” (1
Timóteo 6: 10)

48
Ganância e cobiça são práticas totalmente condenáveis pela bíblia. Segundo
especialistas financeiros, a ganância e a cobiça causam diversos problemas econômicos,
como por exemplo, a inflação, as dívidas impossíveis de serem quitadas e a destruição de
famílias.

É quase impossível um cristão adorar ídolos de pau e pedra, mas será que
podemos afirmar que é quase impossível um cristão adorar o dinheiro e os bens
materiais? O ganancioso e cobiçoso é aquela pessoa insatisfeita, que não consegue se
contentar e ser grato com aquilo que DEUS lhe deu.

“Quem ama o dinheiro, jamais dele se farta; e quem ama a abundância


nunca se farta da renda; também isto é vaidade.“ (Eclesiastes 5: 10)

DEUS não tem a obrigação de te enriquecer, ainda mais em um curto


prazo.
Em nenhum lugar a bíblia diz que DEUS tem a obrigação e o dever de deixar seus
filhos com muito dinheiro, ricos e abastados. E Ele também não nos estimula a
sonharmos em ficar rico em um curtíssimo espaço de tempo. Qual pessoa que nunca foi
atraída por ganhar muito dinheiro, em um curto período de tempo, ou ainda, sem muito
esforço? É comum esse tipo de sonho rondar a mente do cristão.

“O homem fiel será cumulado de bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer


não passará sem castigo.” (Provérbios 28: 20)

Precisamos vigiar para não cair nesse erro. Quem nunca sonhou que DEUS fosse
capaz de deixar uma mala de dinheiro na porta de casa para resolver de vez os problemas
financeiros, ou encontrar um envelope de dinheiro na rua, ou ainda usar alguém para
fazer um depósito financeiro em sua conta bancária sobrenaturalmente, ou ainda,
pasmem, que DEUS fosse capaz de revelar os seis números da mega-sena?

“Os bens que facilmente se ganham, esses diminuem, mas o que ajunta à força
do trabalho terá aumento”. (Provérbios 13: 11)

É claro que, se DEUS quiser agir dessas formas (com exceção à loteria, bingos e
similares, e ainda que Ele seja Soberano), Ele assim o fará, afinal Ele é DEUS e Ele pode
tudo. Mas normalmente Ele não age assim, e uma pessoa que ganha na loteria
normalmente perde rapidamente o dinheiro, e por incrível que pareça se torna pior
financeiramente do que antes.

DEUS não te dá recursos para que tornes uma pessoa orgulhosa.


Não se deixe enganar! Quer DEUS te levante na terra como uma pessoa rica, ou
pobre, em qualquer um dos casos, isso não é um convite para permitir a entrada do
orgulho no coração. Um dos possíveis erros de alguém dotado de uma boa condição
financeira é deixar com que a soberba e a vaidade penetrem no coração. A pessoa que se
entrega ao orgulho tem a tendência de se esquecer de DEUS (que é Aquele que
proporciona os bens), depositando sua confiança nas suas riquezas. A humildade é
fundamental em todos os aspectos da vida, inclusive na área financeira,

“O SENHOR empobrece e enriquece; abaixa e também exalta.” (1 Samuel 2: 7)


49
“Se as vossas riquezas prosperam não ponhais nelas o coração” (Salmo 62: 10
b)

DEUS quer que você aprenda a negociar.


Sempre que possível, pechinche em suas compras, negocie melhores valores e
condições de pagamento, pois isso fará com que a economia na ponta do lápis no final do
mês seja considerável. Muitas vezes somos acometidos por uma vergonha, que anula a
“arte de negociar” os bens por melhores valores. E essa vergonha, muitas vezes, mais se
parece com orgulho do que com alguma limitação ou dificuldade.

DEUS jamais faz algo para despertar rancor ou mágoa.


Muitas vezes, a nossa insatisfação com a falta de recursos financeiros desperta no
coração um sentimento de rancor e mágoa. Esse espírito maligno também nos afasta de
DEUS. Isso acontece quando a pessoa, acometida por esse mal, se torna ressentida e
rancorosa, movida por raiva e inveja, contra DEUS e contra todos. Saiba identificar quais
os ensinamentos de DEUS para sua vida, pois certamente, após o aprendizado, virá uma
recompensa, quer espiritual, quer material. Mas atenção, não faça da recompensa o seu
objetivo.

DEUS não se desespera com as situações.


Por mais complexas que possam parecer, não devemos nos desesperar com as
situações de dificuldade. Afinal de contas, temos em quem nos espelhar. Pode até não
parecer, mas DEUS sempre está trabalhando a nosso favor. O fruto do nosso trabalho
virá quando DEUS estiver presente. Trabalhar sem o auxílio de DEUS traz uma carga
extremamente penosa.

“Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que
penosamente granjeastes; aos seus amados Ele dá enquanto dormem.” (Salmo
127: 2)

Somos filhos de DEUS, e se nós O amamos, podemos confiar que seremos


abençoados enquanto dormimos, descansamos e confiamos Nele. Quando esquecemos
dessa verdade, entramos em pânico e temos uma reação impulsiva diante da dificuldade
financeira, que é acrescentada à falta de fé.

Isso acontece quando ao menor sinal da falta de dinheiro, recorre-se


apressadamente ao cartão de crédito, ao cheque especial ou ao empréstimo financeiro. É
preciso se perguntar, com sinceridade, se não estamos impedindo a intervenção de DEUS
ao nosso problema.

DEUS age da maneira Dele e no tempo Dele, inclusive para concertar as bobagens
que fazemos. Nessas horas, o recomendado é pensar muito antes de tomar qualquer
decisão. Ao invés de entrar em pânico, a atitude mais apropriada é orar, confiar,
descansar, esperar, continuar trabalhando, e é claro, não fazer mais bobagens. As
melhores ações a serem tomadas virão após essas atitudes.

50
DEUS é auto-suficiente, e não nós.
O único que pode se declarar auto-suficiente é DEUS, isso porque Ele realmente o
é. Quanto às demais criaturas, todas são dependentes de algo. Com ou sem a existência
da terra, DEUS continua sendo DEUS. Com ou sem a existência da humanidade, Ele
continua sendo o mesmo.

E se DEUS não muda, nós é que temos a obrigação de mudarmos, deixando de


lado qualquer sentimento de independência, onde por muitas vezes, devido a uma conta
bancária cheia de dinheiro, um futuro promissor, uma boa saúde, tendo amigos,
relacionamentos, fama, talentos reconhecidos, entre outras coisas, cria-se uma idéia de
que não precisamos de DEUS. O correto é reconhecer a dependência a DEUS em todas as
circunstâncias, desde o dinheiro disponível, até ao ar que se respira.

DEUS te deu a sua vida, e não a vida do outro.


Quando DEUS te formou, Ele escreveu um plano de vida para que você o siga. Ele
não deseja que você viva a vida de uma outra pessoa. O seu padrão de vida deve ser
compatível com a realidade de seus ganhos. Não se compare ao outro, não compre algo só
porque o outro tem. Não é porque o vizinho pode ter algo, e realmente o tem, que teremos
que ter isso também.

Muitos se enrolam financeiramente por quererem viver num padrão mais alto que
suas condições permitem, simplesmente pelo fato de se espelharem na vida de um amigo
ou de um vizinho. Como exemplo, podemos citar um jantar fora de casa, a compra de
uma roupa nova, as “saidinhas pós-cultos”, as viagens de final de semana, e tantas
outras coisas que podem ser verdadeiras armadilhas para aprisionar alguém
financeiramente, e inclusive através de uma sutil rejeição.

DEUS quer que você tenha domínio próprio.


O domínio próprio é uma das características do fruto do ESPÌRITO SANTO
registradas em Gálatas 5: 23. E como cristãos, precisamos manifestar esse fruto. As
nossas compras devem ser feitas sob domínio próprio e não conduzidas por impulsos. Ao
olhar suas finanças e suas necessidades, antes de tudo, controle as emoções, pois um
estudo diz que 95% das nossas decisões são tomadas por impulso (que é na verdade uma
ação repentina do nosso subconsciente).

O consumismo é algo que anula a visão administrativa e o planejamento dado por


DEUS. Antes de comprar algo é necessário verificar as circunstâncias: se a compra é
realmente necessária, qual a real utilidade do produto, qual o retorno esperado, se o
preço é justo e razoável, se será algo de qualidade e duradouro, etc. Como exemplo,
podemos citar o péssimo hábito de ir ao supermercado quando ainda não se almoçou ou
jantou.

Comprar algo inútil por impulso é a mesma coisa que jogar dinheiro fora. Não caia
na armadilha da mídia (TV, jornais, revistas, web). Sabia que, para uma pessoa
consumista, o aconselhável é que ela desligue a TV? Isso porque quanto menos
propaganda e merchandising na TV, menos serão seus gastos.

51
Para evitar compras impulsivas, quando vier a vontade, o melhor a se fazer é parar
tudo e esperar. Vá investir seu tempo em oração, e depois veja se ainda está realmente
precisando ou querendo comprar aquilo ou veja se não se tratava de algo impulsivo. Ore
antes de sair para comprar, seja lá o que for. Consagre suas compras a DEUS. Busque
conselhos com pessoas mais experientes.

DEUS quer que você seja atento.


A desatenção pode causar sérios problemas na economia do lar. Não podemos
simplesmente sair gastando de uma forma desatenta, pois isso fatalmente comprometeria
todo orçamento doméstico. Antes de gastar, é preciso verificar o fluxo de entrada e saída
da conta bancária, planejar os gastos e distribuí-los ao longo do mês de forma a não ser
pego de surpresa. Que bom seria se sempre que entrássemos numa dívida viesse alguém
se oferecendo para quitá-la. Mas não é assim que acontece.

É claro que DEUS pode fazer isso, mas Ele também quer ver de nossa parte uma
cooperação e um interesse em zelar pela área financeira, reconhecendo que isso é um
dom dado por DEUS. Junto com a provisão, DEUS nos deu a responsabilidade em se
administrar os bens, portanto, que sejamos atentos com nossas finanças.

DEUS não te chamou para você viver de especulação.


O cristão deve viver do seu trabalho, e não de especulações. Um especulador nada
mais é do que um apostador. A especulação está mais voltada a um jogo de azar e de
suposições lançadas ao ar, do que um trabalho sob os fatos e a verdade. Há um ditado
popular que diz que se você não puder se dar ao luxo de perder, então que não arrisque.

Não é só a bíblia, mas também o bom senso, que nos advertem contra a
especulação e o perigo de perder o dinheiro na tentativa de enriquecer rapidamente, ou
ainda na tentativa de recuperar parte do que foi perdido por um erro.

DEUS quer que você pense antes de se tornar um fiador, e na dúvida,


nunca se torne um.
Quando escolhemos ser fiador de alguém, esse alguém tem que ser uma pessoa
100% confiável. A bíblia nos orienta a evitar ser fiador pelo motivo de que todos os nossos
compromissos devem ser assumidos com discernimento, sabedoria e bom censo, e não
com base nas nossas emoções e impulsos.

Antes de se tornar fiador de alguém, a pessoa deve ter em conta a real


possibilidade de ter que assumir a dívida fiada anteriormente, e é justamente isso que
não acontece, pois normalmente um fiador confia que jamais terá que arcar com qualquer
inadimplência. É justamente esse o erro que a bíblia alerta.

Se a pessoa não tiver condições de assumir a dívida do outro, não pode constituir-
se sua fiadora, pois ao longo do tempo, podem ocorrer uma série de problemas financeiros
que farão com que o fiador seja acionado. Mas se a pessoa tem a certeza de que não
precisará arcar com a dívida de outro, ou mais que isso, ela realmente se dispõe a
assumir essa responsabilidade, ela poderá ser fiadora, mas com a consciência de que é
por sua conta e risco.
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“O homem falto de entendimento compromete-se, ficando por fiador do seu
próximo.” (Provérbios 17: 18)

“Não estejas entre os que se comprometem e ficam por fiadores de dívidas, pois se
não tens com que pagar, por que arriscas perder a cama de debaixo de ti?”
(Provérbios 22: 26 e 27)

“Tome-se a roupa àquele que fica fiador por outrem, e por penhor aquele que
se obriga por estrangeiros.” (Provérbios 20: 16)

“Quem fica por fiador de outrem sofrerá males, mas o que foge de o ser
estará seguro.” (Provérbios 11: 15)

“Filho meu, se ficaste por fiador do teu companheiro, e se te empenhaste ao


estranho, estás enredado com o que dizem os teus lábios, estás preso com as
palavras da tua boca.” (Provérbios 6: 1 e 2)

DEUS quer que você concilie sua casa e seu trabalho.


Antes de te dar um trabalho, DEUS te deu uma casa. O trabalho e a casa não são
adversários. Pelo contrário, ambos devem andar em equilíbrio. Muitas pessoas acabam
sacrificando os relacionamentos familiares em troca do sucesso profissional. As relações
do casal e as relações entre pais e filhos são colocadas em segundo plano em troca da
realização material, ou ainda, pelo medo de se perder o emprego. A educação é deixada de
lado, a intimidade é deixada de lado, etc.

O resultado disso tudo é o afastamento de DEUS e da própria família. Temos que


trabalhar sim, mas sem matar aqueles que nos amam. Ache o equilíbrio, isso trará
melhorias no relacionamento familiar, e inclusive na área da saúde.

DEUS preza pelo trabalho.


Você não foi chamado por DEUS para se encostar, tendo uma vida conduzida pela
preguiça. No Reino de DEUS não há espaço para a ociosidade. JESUS nos deu o exemplo,
declarando que Ele e o Pai trabalhavam.

“Mas Ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também.” (João
5: 17)

Pessoas acomodadas, conformadas, preguiçosas, que evitam trabalhos e gostam e


procuram viver de rolos, terão como resultados problemas financeiros, insegurança,
inconstância, altos e baixos, etc.

“Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos, e sê sábio.


Não tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio prepara o seu
pão, na sega ajunta o seu mantimento. Ó preguiçoso, até quando ficarás
deitado? Quando te levantarás do teu sono?” (Provérbio: 6: 6-9)

53
DEUS quer que você valorize seu tempo.
O tempo é algo que parece estar sempre abreviado. Reclamamos que nos faltam
tempo, que vivemos apressados, que a nossa vida é uma loucura, e tantas outras
justificativas para nossos problemas. Se isso for uma verdade em sua vida, não
desvalorize o tempo que DEUS te deu. Aproveite cada minuto, se esforce em resolver as
pendências, e otimize seu calendário.

Isso vale muito mais para aquelas pessoas que ganham por produtividade ou que
são autônomas. Nesse caso, realmente tempo pode significar dinheiro (mas atenção para
não cair no erro da cobiça e da ganância). Quando uma pessoa é desorganizada,
indisciplinada ou procrastinadora (que sempre deixa os problemas para serem resolvidos
numa “brevíssima oportunidade”), sua tendência é a de deixar de prosperar
financeiramente.

DEUS admira o planejamento.


DEUS criou a humanidade e a deu inteligência. Nenhuma outra criação dessa
terra possui a capacidade de raciocínio que o ser humano tem. Nós somos os únicos seres
dessa terra dotados de inteligência. Quando DEUS levantou Adão como administrador da
terra, deu a ele a ferramenta necessária.

Atualmente, um dos maiores motivos causadores de problemas financeiros é o não


planejamento dos gastos. Planejar os gastos significa saber o quanto se pode gastar. E
não adianta somente saber os limites de gastos, mas é preciso seguir a risca o que foi
planejado no papel.

Quando existe um controle de despesas, dificilmente a pessoa compra por impulso


evitando as temíveis dívidas inesperadas e difíceis de pagar. Controlar o que já se gastou
é importante, mas isso de nada adiantará se a atenção também não estiver voltada
também para os gastos que ainda não ocorreram.

É fundamental se antever e prestar atenção ao mês que ainda nem chegou. A


ausência de um planejamento de gastos faz com que as despesas saiam do controle,
deixando-as maiores que as receitas, desencadeando os seguintes problemas: saldo
negativo, uso freqüente do cartão de crédito, empréstimos, cheque especial, etc.

As pessoas sabem quanto ganham, mas não sabem exatamente quanto gastam.
Via de regra, a crise financeira ocorre quando se gasta mais do que se arrecada num certo
intervalo de tempo, onde, não havendo uma mudança no quadro, facilmente um dia a
“casa cairá”.

DEUS quer que você considere as coisas pequenas.


Na vida financeira, todas as coisas devem ser observadas e levadas em conta. Em
todas as negociações, não existem valores pequenos que possam ser desprezados. Não
desconsidere valores nas negociações de compra ou venda, sejam ganhos ou despesas.

Esse conceito está longe de ser considerado avareza, mas desde que, é claro,
sempre se use o bom censo e a direção do ESPÍRITO SANTO. Experimente juntar
moedinhas por um ano inteiro. São valores que não te faz falta no dia a dia, mas que lá
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frente pode quitar uma conta, proporcionar lazer, ser instrumento de oferta na vida do
próximo, etc.

DEUS não te chamou para que seja um gastão.


Vivemos num mundo em que as pessoas não têm o menor hábito de poupar
recursos e criar reservas. Às vezes, pode ser que a vontade de DEUS na sua área
financeira seja a de poupar, por menor que seja o valor, e sempre que possível não tocar
na poupança (só em último caso, e sem acusação).

Por exemplo, experimente poupar R$ 3,00 por dia (refrigerante ou suco), some
tudo e aplique, e veja a conta do que isso pode representar ao final de um período. Para
se ter uma idéia, veja quanto você lucraria se aplicasse, mês a mês, R$ 100,00 a uma
taxa de juros de 1% ao mês:

 Em 01 ano = R$ 1.269,37
 Em 02 anos = R$ 2.698,60
 Em 03 anos = R$ 4.309,10
 Em 04 anos = R$ 6.123,86
 Em 05 anos = R$ 8.168,77
 Em 10 anos = R$ 23.007,14
 Em 15 anos = R$ 49.963,96
 Em 20 anos = R$ 98.936,32

Experimente poupar. Se não for para sua vida, que seja para a vida de seu filho.
Ou você não gostaria que seus pais tivessem feito isso a você? Se fizermos um décimo do
que José fez quando esteve no Egito, certamente poderemos ter uma vida de mais
qualidade em se tratando de conforto material. Quando paramos de perder dinheiro,
temos a chance de fazer uma reserva financeira.

Da mesma maneira que DEUS cuida de você, cuide das coisas que Ele
te dá.
Como administradores de DEUS, precisamos zelar e não desperdiçar os recursos
confiados em nossas mãos. Cuidar daquilo que DEUS nos confiou nas mãos e aplicar os
recursos da melhor maneira possível, sem que haja desperdício, não é a mesma coisa que
ser mesquinho ou avarento. Não podemos ser relaxados e desleixados com as coisas de
DEUS.

Quando DEUS nos dá os recursos e bens, Ele espera que nós cuidemos e zelemos
por cada um deles. Quem não cuida e zela por aquilo que tem, terá que arcar com os
devidos prejuízos, pois os bens se deteriorarão, gerando despesas com manutenções
corretivas e não preventivas, gastando dessa forma um dinheiro que poderia ser
empregado em situações mais úteis.

Nunca se esqueça que a correção é muito mais cara do que a prevenção. A


manutenção preventiva de um carro ou de uma casa é bem mais barata do que a
manutenção corretiva. E quando observamos isso, demonstramos à DEUS nosso cuidado
por aquilo que Ele nos deu.

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“Procura conhecer o estado das tuas ovelhas, e cuida dos teus rebanhos, porque
as riquezas não duram para sempre, nem a coroa de geração em geração.”
(Provérbios 27: 23 e 24)

DEUS quer te dar uma vida, e não uma sobrevivência.


DEUS planejou a vida, e não a sobrevivência aos seus filhos. Há uma diferença
entre viver e sobreviver. No conceito financeiro, sobreviver é, na melhor das hipóteses,
trabalhar para conseguir somente pagar as contas, e na pior das hipóteses, é trabalhar e
permanecer endividado, sem conseguir pagar todas as contas.

Já viver é, além de pagar as contas, conseguir se distrair, ter lazer,


entretenimentos, etc, como uma natural conseqüência do trabalho – uma justa
premiação. Esse é um dos grandes desafios de uma pessoa hoje em dia, em se tratando
da realidade econômica do mundo.

Sabemos que DEUS pode manter um servo Seu sob regime de sobrevivência, mas
cremos que isso ocorre para tratamento de caráter, sendo apenas uma fase que todo
cristão deveria obrigatoriamente enfrentar. Uns ficam pouco tempo, outros talvez
permaneçam por mais tempo nesse deserto financeiro. Deserto financeiro é uma fase
difícil, mas fundamental na vida do cristão, é onde ele precisa se desapegar do material e
se apegar a DEUS.

Quando as contas venceram e não houve dinheiro para pagá-las, esse é o melhor
momento para aprender algumas coisas com DEUS: não comprar impulsivamente, evitar
empréstimos, não comprar bens supérfluos, pensar muito bem antes de comprar,
experimentar dar, orar, clamar, chorar, exercitar a fé, etc.

DEUS busca pessoas com coração generoso.


Como anda seu coração? Mais disposto a dar ou a receber? Mais desprendido ou
mais preso ao dinheiro? O que temos visto no mundo é a retenção financeira e a
dificuldade de ceder e doar, seja o que for. A ausência de generosidade na vida do cristão
é um sinal de que ele terá problemas financeiros. A pessoa que se recusa a dar a DEUS
(não que DEUS precise, obviamente), se recusa a dar aos irmãos e a dar aos pobres, e por
uma questão de coerência, não poderá esperar receber bênçãos de DEUS.

“A alma generosa prosperará, e quem dá a beber será dessedentado.” (Provérbio


11: 25)

Mas também a pessoa não pode dar esperando receber algo, como se fosse uma
troca, uma negociação, uma barganha, etc. Quando isso acontece, a pessoa pode até dar,
mas sem ter um coração generoso. Ela dá com uma motivação errada no coração.

Quando damos, temos que dar sem cobrar nada em troca, compartilhando tudo
com alegria, pois melhor é dar do que receber. Quando se dá, se recebe algo espiritual em
troca, e ainda que não seja uma regra, DEUS pode retribuir com bênçãos materiais, pois
a intenção do coração revelará os propósitos de DEUS sobre si. A motivação em se
realizar a obra de DEUS não pode ser a de ter lucro financeiro, mas sim a de ter lucro
espiritual através de salvação e proclamação do nome de DEUS.

56
“Tenho mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer aos
necessitados, e recordar as palavras do próprio SENHOR JESUS: mais bem-
aventurado é dar do que receber.” (Atos 20 :35)

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Capítulo 8

Quando o dinheiro se torna um problema.

A alma não precisa de dinheiro.


O dinheiro surgiu para facilitar as relações comerciais, mas a falta dele ou o seu
excesso dentro dos lares, pode ser o motivo de brigas e desentendimentos entre pais e
filhos e entre marido e esposa. Se abrirmos os jornais ou ligarmos a TV, veremos que o
dinheiro é o protagonista de muitas histórias trágicas: casamentos falidos, suicídios,
assaltos, assassinatos, seqüestros, amizades destruídas, etc.

Já imaginou se houvesse um mandamento de DEUS nos proibindo de ter


dinheiro? Isso teria pelo menos dois grandes impactos: a comunidade cristã viveria
isolada da sociedade, e, portanto contrariando a palavra de ir a todo o mundo pregar o
evangelho a toda criatura (Marcos 16: 15). Em segundo lugar, de que forma as igrejas
(templos físicos) seriam sustentadas? De que forma as igrejas estariam de portas abertas
para receber os cativos e apregoar libertação, restauração, cura e salvação às pessoas?
Pois existem contas como aluguel, impostos, água, luz, etc.

O conceito do mundo diz que o dinheiro é o principal indicador de felicidade e


contentamento. E a partir dessa idéia distorcida, as pessoas acabam amando, confiando e
adorando o simples metal por pelo menos dois motivos: primeiro, por acreditarem que
tendo dinheiro poderão ter tudo o que desejarem e influenciar a todos; e em segundo
lugar, por acreditarem que o dinheiro traz felicidade, garantindo segurança e estabilidade.

Se fosse assim, os ricos seriam as pessoas mais felizes e os pobres as mais


infelizes. Mas a realidade é justamente a contrária: os maiores índices de alegria e
satisfação se encontram nas camadas pobres e médias, enquanto que as maiores tensões
se encontram na camada rica. Portanto, o dinheiro jamais será fonte de contentamento e
felicidade. Dinheiro nenhum conseguirá suprir as necessidades da sua alma.

Amar o dinheiro é sinal de problemas à vista.


É evidente que o dinheiro por si só não é ruim. Quando o cristão sabe lidar com o
dinheiro tendo a sabedoria dada por DEUS, tendo desapego ao material, possuindo um
coração doador, é o próprio DEUS quem pode fazê-lo adquirir mais e mais riquezas. Mas
a partir do momento que o coração de alguém fica focado no dinheiro, aí sim se inicia um
problema, ou melhor, um enorme problema.

“Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males.” (1 Timóteo 6: 10 a)

Quando o apóstolo Paulo escreveu esse texto para seu filho na fé Timóteo,
obviamente que as circunstâncias de vida na época eram bem menos complexas das de
hoje em dia. Portanto, a instrução de “ontem” continua valendo para “hoje”, pois ainda se
faz necessário vigiar a fim de não permitir que o ganho material e financeiro seja a
preocupação da vida, ao ponto de se cair na armadilha da sedução pelo dinheiro.
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Logicamente que nem todo tipo de mal existente se origina do amor ao dinheiro,
mas certamente cremos que o amor ao dinheiro é uma das principais fontes de males na
sociedade, podendo ser considerado, portanto, como a raiz de males de todos os tipos, em
formas e variedades. Por exemplo, o amor ao dinheiro produz independência de DEUS,
destruição de lares, adultério, morte, roubo, golpes, egoísmo, etc.

Mais uma vez reforçamos que o problema não é o dinheiro em si, já que o ele pode
ser usado para as causas mais nobres do evangelho. Mas o problema de fato é o amor ao
dinheiro. Quando isso acontece, cessa-se a paz e começam os conflitos. Conflitos como
ansiedade em se ter mais, medo de perder o que se ganhou, tentações na hora de usá-lo,
etc. Se for possível, vá a um tribunal e pergunte ao juiz os motivos das disputas judiciais.
A resposta será na maioria das vezes, “o dinheiro”.

O dinheiro é uma ferramenta importante, mas nunca uma paixão.

Dependendo da situação, podemos ver o dinheiro como uma ferramenta


importante na vida e na pregação do evangelho, mas ele nunca poderá ser visto como
uma paixão e uma necessidade. A partir do momento em que o objetivo de vida de alguém
passa a ser o de adquirir riquezas, prosperar financeiramente, acumular bens, ganhar
poder e status diante da sociedade, e tantas outras coisas motivadas pelo amor ao
dinheiro, pela ganância e cobiça, podemos afirmar que essa pessoa se distanciou do
DEUS que o criou.

“Quem ama o dinheiro, jamais dele se farta; e quem ama a abundância


nunca se farta da renda; também isto é vaidade.“ (Eclesiastes 5: 10)

Amar o dinheiro é o princípio de todo e qualquer mal na vida de alguém.


Considerar o dinheiro como algo importante na vida não é a mesma coisa que amá-lo.
Quando o cristão entende a importância do dinheiro na vida, ele entende que a fonte de
ter ou não ter bens é o SENHOR. E quando DEUS dá o dinheiro ao seu servo, ele é usado
sob a direção do ESPÍRITO SANTO e para o Reino de DEUS, e não para um império
individualista. DEUS enriquece alguém com propósitos muito bem definidos. Portanto, o
dinheiro na vida do cristão sempre terá alguma finalidade que glorificará a DEUS e não ao
homem.

“A minha glória não a dou a outrem”. (Isaias 48: 11 b)

A aliança é eterna.
Quando falamos de aliança, jamais podemos esquecer de uma das principais
características de DEUS: a imutabilidade.

“JESUS CRISTO ontem e hoje é o mesmo, e o será para sempre.” (Hebreus 13:
8)

A característica da imutabilidade indica para algo em que podemos ter certeza que
jamais mudará. Aconteça o que acontecer, podemos ter a convicção que Ele não mudará.
Mas quais são as certezas que existem no mundo? Quais são as certezas da fé cristã? Tão
certo como cremos, seremos salvos. Tão certo quanto a incredulidade, será a condenação.
Tão certo quanto liberar perdão, é a saúde na alma. Tão certo quanto reter o perdão, é a

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enfermidade da alma. Tão certo como fomos alvos das promessas de DEUS um dia, pelo
ESPÍRITO SANTO, todas elas se cumprirão no tempo Dele.

“E por isso estou sofrendo estas coisas, todavia não me envergonho; porque sei em
quem tenho crido, e estou certo de que Ele é poderoso para guardar o meu
depósito até aquele dia.” (2 Timóteo 1: 12)

A aliança de DEUS é uma das certezas que temos. E essa aliança não se limita à
salvação. Ela se aplica também às questões financeiras. Da mesma maneira, podemos
dizer que há certezas em nosso plantio e certezas em nossa colheita. Tão certo como
plantamos, também colheremos. Tão certo como semeamos em vida, receberemos
galardões eternos. Sabemos em quem temos crido, estamos certos de que Ele é fiel para
manter a Sua palavra e os Seus sonhos para nós.

Não contamine o coração.


DEUS é o SENHOR de toda a glória e devoção. Uma coisa que ele não faz é dar ou
dividir a Sua glória com alguém ou algo. E isso por amor a nós, para que não tenhamos o
caráter destruído e a vida arruinada e escravizada. JESUS foi bem claro em falar que
existe uma relação entre o coração e o dinheiro.

“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem
corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no
céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam nem roubam;
porque onde está o seu tesouro, aí estará também o seu coração.” (Mateus 6:
19-21)

Roupas caras eram de grande valia aos tesouros das pessoas do oriente médio. A
traça e a ferrugem representavam vermes deteriorando os bens. Naquela época eram
comum também os ladrões cavarem as paredes de barro das casas para roubar os
tesouros. Em resumo, os tesouros terrestres eram vulneráveis e suscetíveis à destruição
por elementos da natureza e ao roubo por ladrões, mas os tesouros celestiais eram
imunes a essas condições de perda, permanecendo em completa segurança. Entesoure
em seu coração apenas tesouros celestiais e eternos.

O erro é fazer do dinheiro uma adoração.


Se nosso tesouro estiver nas coisas terrenas, ali também estará nosso coração, ou
seja, nossos interesses de vida. Mas se nossos interesses estiverem nas coisas celestiais, é
lá também que estará nosso tesouro e nosso coração. JESUS não disse que é proibido ter.
Ele disse que os bens materiais não poderiam ser elevados a um nível de adoração. A
exortação de JESUS é contra a ganância, o materialismo, a idolatria, a valorização do
“ter” e a desvalorização do “ser”.

O texto de Mateus 6: 19-21 é usado por muitos para dizer que o dinheiro em si
causa males, e que para estar em comunhão com DEUS é preciso se abster do dinheiro.
Sinceramente, JESUS não disse bem isso nesse texto. O ponto chave mostrado pelo
SENHOR é a relação do dinheiro com o coração da pessoa, e qual a importância que ela
dá ao dinheiro. Os males são causados quando o dinheiro é elevado a um altar e adorado
como um deus.

60
JESUS não disse essas coisas de forma a incentivar a pobreza e o conformismo
com situações de miséria. O que JESUS reprova nessa parábola é a priorização do
dinheiro e a multiplicação das riquezas que levam a uma condição de independência do
coração diante de DEUS.

O coração nunca pode firmar aliança com o dinheiro.


Se o coração e o dinheiro fizerem uma aliança entre si, ou seja, quando houver um
pacto entre eles, o propósito do dinheiro na vida da pessoa foi distorcido. Nesse caso, o
dinheiro ganhou tamanha importância que passa a ser considerado um deus, recebendo
devoção, adoração e sendo colocado como o centro da vida, a pedra angular e o
fundamento de alguém. Dessa maneira, o amor ao dinheiro proporciona a criação de um
trono no coração. Mas coração é lugar de um trono apenas, é lugar a ser ocupado
somente por um: JESUS.

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um, e


amar ao outro; ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a
DEUS e às riquezas.” (Mateus 6: 24)

Quando JESUS usa o termo “senhores”, Ele está afirmando que é impossível
agradar a DEUS e ao dinheiro simultaneamente. DEUS e mamom se tornam rivais em
suas exigências, e por isso, ou escolhemos DEUS e a salvação eterna, ou escolhemos
mamom e a perdição eterna.

O coração deve fazer alianças somente com DEUS, e nada mais. É claro que a
partir da aliança entre o coração e DEUS, é Ele próprio quem acrescenta algumas outras
alianças, como por exemplo: aliança entre amigos, entre o casal, entre pais e filhos, entre
sócios, etc. Essas alianças secundárias serão sem dúvida bastante saudáveis pelo fato de
que a aliança primária foi estabelecida com o SENHOR. Portanto, na hipótese de não
existir a aliança primária com DEUS, as demais alianças podem ser bastante suscetíveis,
inconstantes, incertas e prejudiciais. Mas uma coisa é certa: o coração jamais pode
estabelecer uma aliança com o dinheiro.

“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele
procedem as fontes da vida.” (Provérbios 4: 23)

Devemos fazer alianças com DEUS, e jamais com o dinheiro. O objetivo principal
de DEUS é salvar almas perdidas e não dar dinheiro aos homens enriquecendo-os. Mas
isso não quer dizer que Ele não prosperará os caminhos financeiros dos seus servos.
Porém, para que isso aconteça, antes Ele precisa trabalhar em nosso caráter para que a
benção não vire maldição. DEUS não nos chamou para sermos escravos do dinheiro,
DEUS nos chamou para fazermos bom uso dele.

A aliança com o dinheiro cria um deus.


Quando fazemos alianças com o dinheiro, ele passa a ter valor tanto material como
espiritual, assumindo o papel de um deus. Dessa forma podemos então dizer que fazemos
uma aliança espiritual com um deus chamado mamom (palavra aramaica para a
tradução de riquezas). A partir do momento que o coração de alguém está centrado no
dinheiro, abre-se espaço para que esse deus comece a agir.

61
O nosso DEUS é aquele que proporciona segurança e confiabilidade, é aquele que
age com poder e autoridade, é aquele que nos dá não somente a sensação de liberdade,
mas que de fato nos liberta mesmo de tudo o que há no mundo, inclusive do apego
material.

Mas quando elevamos o dinheiro ao posto de um deus, mamom manipula


situações de forma a vender uma imagem de que tendo dinheiro nós e nossa família
estaremos seguros, achando que somos livres para ter o que quisermos, achando que
temos poder para mandar e desmandar, fazer e desfazer, quando na verdade, a pessoa
que serve a mamom é apenas escrava do dinheiro, colocando ele no centro do coração, e
tendo a sua vida regida em função da riqueza e dos bens.

A existência de um deus indica a existência de um servo.


A palavra escravo remete à idéia de servidão total, de um serviço completo. O
homem é, por natureza, necessitado de servir algo ou alguém. O que o homem pode
escolher é, de quem será um servo.

Para todo deus, obrigatoriamente há um servo. Não há um deus sem servo e servo
sem um deus. Isso é uma regra absoluta. Falsos deuses criam “falsos servos”, e o
verdadeiro DEUS cria verdadeiros servos. Portanto, se existe escravo, também existe um
senhor. Não há senhor sem escravo e não há escravo sem um senhor. A prática constante
do pecado cria um senhorio na vida de quem vive pecando. A prática da desobediência faz
com que a pessoa se torne escrava, enquanto que a prática constante da obediência faz
com que ela seja, ainda que “escrava”, um servo livre.

“Replicou-lhes JESUS: em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete


pecado é escravo do pecado.” (João 8: 34)

Em termos financeiros, quando contraímos dívidas, passamos a viver numa


condição de dependência ao credor. Tendo dívidas, não somos mais livres, e passamos a
ser escravos de quem nos emprestou. DEUS não nos chamou para sermos escravos das
dívidas ou do dinheiro. Ele nos chamou para sermos livres de tudo isso.

Mas como a existência de DEUS indica a existência de um servo, somos chamados


a sermos servos Dele. Não sob um regime de escravidão, mas pelo contrário, sob um
regime de libertação. A nossa dívida para com Ele se deu na cruz. Se formos Seus
devedores, o que devemos é a nossa vida comprada com alto preço e paga com gotas de
sangue. O servimos porque somos livres para servi-Lo. O servimos porque desejamos isso.
O servimos porque O amamos. O servimos por que somos livres para escolher fazer isso.
Se estivermos presos a Ele, estamos presos em amor e gratidão. E tenha certeza de que
não há coisa melhor do que isso.

A história do jovem rico.


DEUS pode querer nos dar dinheiro, mas desde que isso não afete nossa
comunhão e devoção a ELE. E se necessário for, a condição de DEUS é que renunciemos
e desfaçamos-nos do dinheiro, da mesma maneira que o jovem rico foi instruído.

O jovem rico demonstrou onde estava seu coração. Será que se ele tivesse aceitado
em dar tudo, JESUS não teria dito a ele: não precisa, agora vi onde está seu coração?

62
“E eis que alguém, aproximando-se, lhe perguntou: Mestre, que farei eu de bom,
para alcançar a vida eterna? Respondeu-lhe JESUS: Por que me perguntas acerca
do que é bom? Bom só existe um. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os
mandamentos. E ele lhe perguntou: Quais? Respondeu JESUS: Não matarás, não
adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho; honra a teu pai e a tua mãe e
amarás o teu próximo como a ti mesmo. Replicou-lhe o jovem: Tudo isso tenho
observado; que me falta ainda? Disse-lhe JESUS: Se queres ser perfeito, vai,
vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e
segue-me. Tendo, porém, o jovem ouvido esta palavra, retirou-se triste, por
ser dono de muitas propriedades. Então, disse JESUS a seus discípulos: Em
verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus. E ainda vos
digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um
rico no reino de DEUS. Ouvindo isto, os discípulos ficaram grandemente
maravilhados e disseram: Sendo assim, quem pode ser salvo? JESUS, fitando neles
o olhar, disse-lhes: Isto é impossível aos homens, mas para DEUS tudo é possível”.
(Mateus 19: 16-26)

O homem da história era jovem, tinha muitas propriedades e era considerado


muito rico. JESUS pôs à prova o coração do jovem, instruindo-lhe a se desfazer de seus
bens e a segui-lo. A essa altura, JESUS já sabia da condição do coração do jovem de ter
elevado a sua riqueza ao posto de um deus rival.

Note que JESUS citou o quinto, sexto, sétimo, oitavo e nono mandamentos, mas
nem fez menção ao primeiro e principal: “não terás outros deuses diante de Mim” (Êxodo
20: 3). Isso porque Ele já havia detectado que o jovem havia quebrado o primeiro
mandamento. A questão levantada era a necessidade de o jovem renunciar a um deus que
rivalizava com o verdadeiro DEUS. O que estava em jogo era a motivação do coração, e
nessa história o jovem perdeu.

Ter o dinheiro não é o problema.


Ter o dinheiro não é o problema, o problema é ele nos ter. Andar com JESUS não
significa ter que renunciar tudo que se tem, mas significa renunciar a tudo que te tem. E
no caso do jovem rico, não era ele quem tinha os bens materiais, mas eram os bens, as
riquezas e o dinheiro, sob a forma de mamom, que detinham e controlavam a vida dele. A
história diz que o jovem retirou-se triste. Havia um conflito em sua alma. Infelizmente ele
não foi capaz de renunciar seu deus. O desejo de ter a fortuna e a riqueza foi mais forte e
o venceu.

O dinheiro tem uma forte tendência de se tornar um deus, pois jamais poderemos
esquecer de que precisamos vigiar constantemente, pois quando se tem dinheiro,
automaticamente temos uma batalha interna para não fazer dele a nossa confiança.

O amor gera naturalmente uma relação de servidão.


O amor gera de uma forma sadia e natural uma relação de servidão, em
obediência e amor. Aquele que serve a JESUS não pode ter apego ao dinheiro. Quando
amamos, servimos por amor. Se amarmos JESUS, O serviremos por amor. Se amarmos o
dinheiro, serviremos ao dinheiro, e isso através do amor.

63
“Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a
sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em DEUS que tudo nos
proporciona ricamente para nosso aprazimento, que pratiquem o bem, sejam ricos de
boas obras, generosos em dar e prontos a repartir.” (1 Timóteo 6: 17-18)

O orgulho é a grande tentação das pessoas ricas. E o orgulho leva ao afastamento


de DEUS e ao afastamento das outras pessoas. Além disso, Paulo também exorta os ricos
a não depositarem sua confiança e esperança na própria riqueza, pois, não existe riqueza
que seja eternamente estável. A riqueza pode até aparentar segurança, mas ela sempre
está vulnerável e atrelada a alguma condição externa, como por exemplo, o mercado
econômico. Sem dúvida alguma, o único bem estável é DEUS.

Se DEUS permitiu a riqueza, somos lembrados que não somos dono de nada.
DEUS é o proprietário dos nossos bens, nós somos apenas administradores e
despenseiros dos recursos. Devemos assim usar o dinheiro para as boas obras e sermos
generosos com as necessidades dos outros. John Wesley, um reconhecido homem que
deu a sua vida pelo Evangelho, disse: “Faça todo o bem que puder, através de todos os
meios que puder, com todas as formas que puder, em todos os lugares que puder, em
todas as ocasiões que puder, para favor de todas as pessoas que puder, pelo maior tempo
que puder.”

64
Capítulo 9

O dinheiro na forma de um deus.

Sexo, ego e dinheiro.


Via de regra, uma pessoa cristã, madura na fé, só cai em pecado se for em três
áreas da vida: pelo sexo, pelo ego e pelo dinheiro. Esses três detalhes da vida podem levar
um homem à ruína espiritual se não forem colocados nos seus devidos lugares: o sexo é
um presente de DEUS a ser desfrutado somente dentro do casamento; o ego deve ser
lançado aos pés da cruz dia a dia; e o dinheiro é apenas uma das ferramentas de DEUS
para alargar as estacas do Reino aqui na terra, e para que isso aconteça, ele não pode ser
adorado.

Dinheiro não é solução.


A ansiedade com problemas financeiros afeta as demais áreas. É difícil relaxar e
manter a eficiência naquilo que se faz quando se está preocupado com as finanças. Amar
o dinheiro inicia os males na vida. O dinheiro por si só não é de mamom, este só tem
influência quando o coração é colocado no dinheiro. Nosso dinheiro vem de DEUS,
portanto ele é santificado e não contaminado.

O dinheiro não compra salvação, sono, lar equilibrado, saúde ou paz. Uma
estatística diz que metade dos divórcios ocorre por problemas financeiros dentro do lar.
Além do divórcio, problemas financeiros podem também causar uma série de tensões
dentro de casa. São poucas as relações entre causa e efeito tão nítidas e certas que
problemas financeiros, geram desgastes em casa, assim como o pecado afasta o homem
de DEUS.

A adoração gera legalidade espiritual.


Mamom é disparado o deus mais adorado nesses dias. Dependendo de como é
encarado, o dinheiro deixa de ser apenas uma moeda para se “tornar” mamom, o deus
que atua por trás da fé, da devoção e do amor ao dinheiro. Quando isso acontece e o
dinheiro é colocado no altar da adoração, uma série de conseqüências forma uma lista de
males que afligem as pessoas das mais variadas características.

Quando adoramos o dinheiro, damos legalidade para mamom agir. Para entender
isso melhor, vamos enxergar a deturpação que pode ocorrer com o sexo: o sexo é
considerado um presente de DEUS aos casados. Mas se acrescentamos a impureza ao
presente “sexo”, damos a legalidade para que entidades ligadas a prostituição passem a
agir por detrás dele, como pombas giras, jezabel, afrodite, diana, asmodeus, etc. Da
mesma forma ocorre se idolatramos o dinheiro , já que a adoração dele deturpa o
propósito original de se ter dinheiro em prol do Reino de DEUS.

65
“Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça,
se desviaram da fé, e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.” (1 Timóteo
6: 10)

DEUS também passa a ter legalidade quando O adoramos. O amor genuíno faz
com que não se meça esforços para prestar adoração a DEUS. Da mesma forma, se
amamos o dinheiro, essa essência também não medirá esforços para cultuar as riquezas
(mamom), podendo para isso fazer qualquer coisa por ele, inclusive os males descritos a
seguir:

 Conflitos conjugais:
As separações que antes eram causadas por adultério, hoje em dia também
acontecem por problemas financeiros. A maior parte das brigas conjugais atualmente tem
origem no desequilíbrio financeiro dentro do lar.

 Conflitos familiares:
As famílias mais desunidas são aquelas que mais tem dinheiro.

 Afastamento dos filhos:


Na busca alucinada por conquistas materiais, os pais não têm mais tempo para
educar e participar do crescimento dos filhos.

 Enfermidades:
Pessoas perdem a saúde em troca de dinheiro no bolso.

 Ansiedade:
Pessoas que correm atrás do dinheiro se tornam ansiosas e preocupadas com o
futuro.

 Brigas:
Disputas de todos os tipos acontecem tendo como o centro motivador o dinheiro.

 Frustração:
O mundo definiu um estereótipo de uma pessoa de sucesso, e quando as pessoas
não alcançam esse modelo, se sentem frustradas consigo mesmo.

 Depressão:
Pessoas que usam o dinheiro para tentar satisfazer as necessidades da alma se
frustram, e pela ausência dessa satisfação que só é encontrada em DEUS, acabam por se
tornarem depressivas.

 Preocupações:
Pessoas que amam o dinheiro não conseguem dar descanso à sua alma, estando
constantemente aflitas e preocupadas.

 Cobiça:
Quem ama o dinheiro deseja ter aquilo que pertence ao próximo, não se
contentando com aquilo que DEUS deu.

 Ganância:
Quanto mais se tem, mais se quer ter. Não há um limite de contentamento.

66
 Avareza:
Amar o dinheiro desperta uma insensibilidade aos problemas alheios.

 Medo:
Tensão pela possibilidade de perder tudo o que já ganhou.

 Ambição:
Amar o dinheiro transforma a pessoa em egoísta, de forma a não medir esforços
para alcançar seus objetivos, mesmo que isso cause o mal ao próximo.

 Rebeldia:
O amor ao dinheiro e ao status desperta a rebeldia no coração, rebeldia contra a
vontade e o plano de DEUS para a própria vida.

 Homicídio:
A vida perdeu seu valor. Pessoas matam por dinheiro, qualquer que seja a
quantia.

 Roubos, furtos e seqüestros:


Qualquer que seja a violência hoje em dia, seu motivo é, na maioria das vezes, o
dinheiro.

 Orgulho:
A posse do dinheiro massageia o ego, criando o orgulho no coração, e despertando
uma sensação de independência.

 Idolatria:
O mundo ensinou as pessoas a amarem o dinheiro, elevando o metal à condição
de um deus.

 Apostasia:
O amor ao dinheiro gera afastamento de DEUS, causando um esfriamento
espiritual e conseqüente apostasia e esquecimento da genuína fé.

O problema não está no dinheiro, afinal ele faz parte do nosso dia a dia. O
dinheiro é um instrumento de DEUS na vida de alguém para comer, viajar, se divertir,
suprir necessidades físicas e emocionais, suprir as despesas da igreja. O problema está
na nossa postura diante do dinheiro, além da nossa má administração das finanças e
infidelidade a DEUS (não devolver o dízimo e não ofertar). Quando isso ocorre, o dinheiro
e os bens que ele compra podem se tornar prejudiciais.

É extremamente nocivo colocar a confiança no dinheiro. Quando isso acontece,


satanás (através de mamom) passa a ter a legalidade de estar por trás desse dinheiro.
Sabemos que o diabo não dá nada de forma gratuita. No máximo ele empresta, e com
juros muito mais altos que o mercado financeiro pratica na pior crise mundial. Ou seja,
quando a fé está no dinheiro, automaticamente a fé está em mamom.

Agora, se o diabo não sabe dar nada de graça, imagine uma situação em que
alguém que tem a vida centrada no dinheiro perde tudo, o dinheiro acaba, seja através de
uma crise, falência, golpe, etc, a vida perde o sentido. Isso leva aos atos como suicídio,
prisão, destruição familiar, loucura, etc.

67
“Não te fatigues para seres rico; não apliques nisso a tua inteligência.
Porventura fitarás os teus olhos naquilo que não é nada? Pois certamente a
riqueza fará para si asas, como a águia que voa pelos céus.” (Provérbio 23: 4 e 5)

“Porque as riquezas não duram para sempre.” (Provérbio 27: 24)

O dinheiro não supre a carência.


Um coração vaidoso nunca será saciado pelo dinheiro. Aliás, o dinheiro não pode
satisfazer a carência humana. O único que pode satisfazer é DEUS. Dinheiro nenhum
trás felicidade e estabilidade. Não precisamos nem dizer que felicidade e estabilidade vêm
do SENHOR, e somente do SENHOR.

“Também DEUS te destruirá para sempre; há de arrebatar-te e arrancar-te da


tua tenda, e te extirpará da terra dos viventes. Os justos hão de ver tudo isso,
temerão, e se rirão dele, dizendo: eis o homem que não fazia de DEUS a sua
fortaleza, antes confiava na abundância dos seus próprios bens, e na sua
perversidade se fortalecia.” (Salmo 52: 5-7)

“Quem ama o dinheiro, jamais dele se farta; e quem ama a abundância


nunca se farta da renda; também isto é vaidade.“ (Eclesiastes 5: 10)

Propósitos do dinheiro na nossa vida.


O dinheiro na mão do cristão não é um vendaval (como diz uma música secular),
mas antes é para que o administremos de forma consciente e desprendida, ajudando a
quem necessita e contribuindo com o Reino de DEUS aqui na terra. Se DEUS quer que
nosso dinheiro seja usado de acordo com as prioridades Dele, é isso que devemos fazer.
Aos olhos mundanos, dar dinheiro é perder. Aos olhos espirituais, dar dinheiro é ganhar.
Quanto mais damos, mais ganhamos, e quanto mais retemos, mais perdemos.

“Tenho mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer aos


necessitados, e recordar as palavras do próprio SENHOR JESUS: mais bem-
aventurado é dar do que receber.” (Atos 20: 35)

Dar é garantia de receber coisas espirituais, e não materiais.


Em outras palavras, melhor é dar do que receber. Essas palavras ditas por JESUS
e reforçadas pelo apóstolo Paulo nos revelam que nem sempre iremos receber se dermos
algo. O ato de dar sempre foi a característica predominante do ministério de JESUS. Ele
viveu e morreu para nos dar algo. Mesmo que Ele não recebesse algo em troca, isso nunca
foi um motivo para que cessasse suas ofertas.

Não existem trocas e barganhas no Reino dos Céus. Além disso, não existe a
garantia de que se dermos, seremos automaticamente recompensados por DEUS com
riquezas materiais em abundância. A garantia Dele refere-se a uma vida abundante para
questões espirituais, dentre as quais podemos citar: intimidade e amizade com DEUS,
salvação, eternidade, etc.

68
“O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; Eu vim para que tenham
vida e a tenham em abundância.” (João 10: 10)

DEUS é soberano em todas as situações, e se demonstramos insatisfação quando


damos e não recebemos nada, mostramos que nosso coração, no fundo no fundo, ainda
não está centrado Nele. A confiança na riqueza gera orgulho no coração. Não confie nos
bens materiais, na conta bancária, no salário, na participação nos lucros, mas ao invés
disso, confie apenas em DEUS, e não se esqueça de ser generoso. A generosidade é a
maior prova de desprendimento e independência das coisas materiais.

DEUS tem todo o direito de querer nos dar sim.

A abundância financeira certamente pode acontecer, afinal de contas, existem


promessas materiais, mas não se pode esquecer que JESUS veio a essa terra para salvar
nossa alma, e não o nosso bolso. Isso nos leva a concluir que a abundância financeira
não é uma garantia ou uma obrigação de DEUS para conosco. A pregação de JESUS
nunca se opôs ao enriquecimento ao pé da letra, mas ela se opõe ao fato do coração estar
centrado no dinheiro, se opondo à barganha, ao desejo egoísta de se tornar rico, e ao
sonho de fama e status.

Mas e se for do plano de DEUS que a abundância material exista em nossa vida?
Será errado recebermos? De forma alguma. Se Ele quiser nos dar, o melhor a fazer será
receber e desfrutar, mas nunca se esquecendo de dar generosamente e de manter o
coração longe da riqueza.

“Eis que eu vi: boa e bela coisa é comer e beber, e gozar cada um do bem de todo o
seu trabalho, com que se afadigou debaixo do sol, durante os poucos dias da vida
que DEUS lhe deu; porque está é a sua porção. Quanto ao homem, a quem DEUS
conferiu riquezas e bens, e lhe deu poder para deles comer, e receber a sua
porção, e gozar do seu trabalho: isto é dom de DEUS. Porque não se lembrará
muito dos dias da sua vida, porquanto DEUS lhe enche o coração de alegria.”
(Eclesiastes 5: 18-20)

Dar ou ter? Certamente mais dar do que ter.


Às vezes, DEUS precisa tomar coisas de nós, e isso para que não venhamos a
corromper o coração e nos desviar do caminho reto e integro. Deve-se haver um equilíbrio
entre dar, comprar, economizar: talvez uma pessoa gaste compulsivamente e tenha ao
mesmo tempo o desejo de dar, e por outro lado, pode haver uma pessoa que seja
econômica e prudente, mas com dificuldade de dar e ser generoso.

Parte do dinheiro que DEUS nos dá, deve ser doada aos que mais necessitam. Não
podemos ter receio em dar achando que sentiremos sua falta lá na frente. Apenas para
efeito de comparação, um pastor que se “atreve” a lavar um banheiro não deixa de ser um
pastor. Lavar um banheiro não desqualifica um pastor. Pelo contrário, Ele continua sendo
um pastor, e mais ainda, com maior autoridade. Da mesma forma, se você der e
compartilhar do seu dinheiro você não ficará menos rico ou pobre. Seja como JESUS, que
vivia a palavra “dar” mais do que qualquer outro.

69
“Pois nunca deixará de haver pobres na terra; por isso eu te ordeno: livremente
abrirás a tua mão para o teu irmão, para o necessitado, para o pobre na
terra.” (Deuteronômio 15: 11)

“O que despreza ao seu vizinho peca, mas o que se compadece dos pobres é
feliz.” (Provérbios 14: 21)

“Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as próprias mãos
o que é bom, para que tenhas com que acudir ao necessitado.” (Efésios 4: 28)

“Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa, e necessitados do alimento


cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: ide em paz, aquecei-vos, e fartai-vos,
sem, contudo, lhes dardes o necessário para o corpo, qual é o proveito
disso?” (Tiago 2: 15 e 16)

“Ora, aquele que possuir recursos deste mundo e vir a seu irmão padecer
necessidade e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor
de DEUS?” (1 João 3: 17)

E pode ainda ser que a vontade de DEUS seja que nosso dinheiro seja doado
integralmente.

“Vendei os vossos bens e dai esmolas; fazei para vós outros bolsas que não
desgastem, tesouro inextinguível nos céus, onde não chega o ladrão nem a traça
consome.” (Lucas 12: 33)

“Ouvindo-o JESUS, disse-lhe: uma coisa ainda te falta: vende tudo o que tens,
dá-o aos pobres, e terás um tesouro nos céus; depois vem, e segue-me.” (Lucas
18: 22)

Até para dar é preciso sabedoria.


Doar e ofertar recursos requer habilidade e discernimento de quem o faz. O
coração generoso também precisa de discernimento para saber para quem doar, quais são
as pessoas que precisam nesse momento, o que farão com os recursos, etc. É bem melhor
a oferta ser usada com sabedoria, podendo realmente transformar a situação de alguém
ou de uma congregação, do que ser má utilizada e desperdiçada.

Parte do dinheiro que DEUS manda para sua mão serve para abençoar as outras
pessoas. Não retenha aquilo que DEUS quer derramar sobre você. Mas peça sabedoria
para discernir as necessidades do seu próximo. (Veja mais sobre sabedoria no capítulo 10
em “A sabedoria tem que vir do Alto”).

“A quem dá liberalmente ainda se lhe acrescenta mais e mais, ao que retém


mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda. A alma generosa prosperará, e
quem dá a beber será dessedentado.” (Provérbio 11: 24 e 25)

70
Quatro níveis de suprimento.
Existem alguns propósitos do dinheiro dado por DEUS em nossa vida. E esses
propósitos precisam obedecer a uma ordem, se quisermos que nossas finanças estejam
exatamente no centro da vontade de DEUS:

 Suprir as necessidades básicas pessoais.

 Suprir as necessidades do Reino de DEUS.

 Suprir as necessidades do próximo.

 Suprir os desejos supérfluos pessoais.

O mundo colocou o desejo pessoal como sendo o fundamental e mais importante


na vida. Mas para esse caso, a máxima da multiplicação na matemática não se aplica:
aqui a ordem dos fatores altera, e muito, o produto. É vital manter os quatro níveis de
suprimento nessa ordem. Antes de suprir os desejos pessoais, devemos olhar para as
necessidades do próximo. Antes das necessidades do próximo, devemos atentar para as
necessidades do Reino de DEUS. E antes disso, DEUS quer suprir as nossas
necessidades básicas (a seguir veremos como o básico se distingue do desejo supérfluo).

Mas atenção, a maior prova de amor e confiança em DEUS está em até mesmo
abdicar de ter as necessidades pessoais supridas.

O básico está longe de ser o supérfluo.


Pergunte aos seus pais e verá que na década de 70, a maioria das famílias vivia
muito bem com apenas uma renda. Nos dias de hoje, a maioria das famílias precisa de
duas rendas para conseguir pagar as contas e manter um padrão de vida. Isso significa
que os itens que eram supérfluos antes, viraram necessidades hoje – um evidente retrato
de um mundo consumista.

Enquanto o número de endividados cresce no país, o mercado de bens supérfluos


também cresce na mesma proporção. Isso significa que precisamos administrar nossos
recursos e gastar com sabedoria, controlando o dinheiro que temos, a fim de não cair nas
dívidas.

“Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes.” (1 Timóteo 6: 8)

Quando o apóstolo Paulo nos ensinou a nos contentarmos, ele estava se referindo
a estamos plenamente satisfeitos pelas necessidades básicas supridas por DEUS. As
necessidades básicas, nesse caso, são alimentação, vestuário e moradia, já que a palavra
grega traduzida por “vestir” pode significar as roupas que se usa e também o lugar em
que se vive.

A necessidade é diferente do supérfluo.


As necessidades básicas são bem diferentes dos desejos supérfluos. A fidelidade de
DEUS se reflete muito bem nas suas promessas de suprir nossas necessidades e não

71
nossos desejos supérfluos, como barganham e exigem algumas pessoas. Para entender
isso, o primeiro passo é saber diferenciar a necessidade do desejo.

Na maioria das vezes, DEUS dará aquilo que for necessário para cumprirmos
nosso chamado na terra.

“Duas coisas te peço; não me negues, antes que eu morra: afasta de mim a
falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza: dá-me o pão
que me for necessário; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga:
quem é o SENHOR? Ou que, empobrecido, não venha a furtar, e profane o nome de
DEUS.” (Provérbios 30: 7-9)

O escritor desse provérbio sabia de sua condição de homem falho e limitado. E


quem não é? Se tivéssemos tudo aquilo que quiséssemos ter materialmente, poderíamos
pensar que DEUS não tivesse nada a ver com isso e que obtivemos a riqueza sozinho,
levando a negação da participação de DEUS. No outro extremo, se não tivéssemos nada a
ponto de termos que roubar para o mínimo do sustento, também estaríamos ferindo os
princípios cristãos. Essa passagem fala da importância em se ter uma vida financeira
equilibrada.

Distinga o básico do supérfluo.

Precisamos saber muito bem o que é básico e o que é supérfluo. Defina para sua
vida o que é necessidade e o que é supérfluo. Necessidades (básico) são diferentes de
vontades (qualidades, tipo) e que são diferentes de desejos (sobras de dinheiro).

 Necessidades: gastos com comida, vestuário, moradia.

 Vontades: um carro, uma carne de primeira, algumas roupas novas.

 Desejos: sonhos de consumo como O carro, A roupa, O restaurante.

“Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros;
contudo vosso Pai celeste as sustenta. Porventura não valeis vós muito mais
do que as aves?” (Mateus 6: 26)

DEUS está afirmando que nós humanos, valemos muito mais que as aves do céu.
Isso não é de admirar-se, afinal de contas, somos criados a Sua imagem e Semelhança
(Gênesis 1: 26), coisa que não aconteceu com as aves ou qualquer outra forma de criação.
Se valemos mais que aves aos olhos de DEUS, certamente devemos crer que Ele não nos
abandonará diante das nossas necessidades, principalmente das necessidades básicas.

Mas não é por isso que simplesmente vamos nos acomodar e parar de trabalhar,
esperando que as coisas caiem literalmente do céu. Os crentes da cidade de Tessalônica
haviam parado de trabalhar a fim de esperar a volta de JESUS e o arrebatamento da
Igreja, o que levou o apóstolo Paulo a exortá-los dizendo que “se alguém não quer
trabalhar, também não coma” (2 Tessalonicences 3: 10).

Com isso, entendemos que todos nós que temos condições precisamos trabalhar e
colher o fruto, da mesma forma que o agricultor é digno de colher e gozar de sua safra. O
que está em jogo aqui é a idéia de que se mesmo sem a consciência das aves DEUS as

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sustenta, o que dirá de nós, que participamos com nosso trabalho e temos a consciência
da bondade e misericórdia Dele?

Os gastos com produtos supérfluos de forma utópica têm causado enormes dívidas
e complicações financeiras nas famílias. DEUS pode sim satisfazer os desejos do nosso
coração. E por isso mesmo, o melhor é deixar que Ele os satisfaça, e não nós mesmos por
conta e risco.

DEUS supre tudo sim.


Sabe quem foi que disse que precisamos de dinheiro para ser felizes? A resposta a
essa pergunta é encontrada nas palavras de JESUS, quando Ele chama o diabo de “o pai
da mentira” (João 8: 44). Pode acreditar, e sem medo de errar, que as necessidades
básicas são facilmente supridas por DEUS, bastando separarmos os desejos supérfluos
dessas necessidades. Eles são bastante diferentes entre si. Mas de uma forma ou de
outra, DEUS sempre provê aos seus filhos as necessidades como alimentação, vestuário e
um teto acima da cabeça.

DEUS é inquestionável em Seus caminhos.

Dentro da maravilhosa soberania e controle de DEUS, Ele às vezes permite que


seus servos enfrentem fome e dificuldades financeiras, e isso pode ocorrer até mesmo
entre seus mais verdadeiros adoradores. Mas mesmo assim, o básico e o necessário
sempre serão supridos, ainda que nem sempre nos dê o que desejamos ou pensamos que
precisamos.

“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos


caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR, porque, assim como os céus são
mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os
vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos
pensamentos.” (Isaías 55: 8-9)

É errado pensar que DEUS sempre irá recompensar com abundância financeira
aqueles que forem fiéis e generosos. Suprir sim, mas não necessariamente fazer abundar.
Mas também não podemos afirmar o contrário.

Quando a dificuldade financeira aparece.

A dificuldade financeira é algo que a maioria das pessoas já enfrentou ou ainda vai
enfrentar, e não só uma ou duas vezes, mas quantas vezes o SENHOR julgar ser
necessária. O mais importante quando isso ocorre é saber lidar com a situação e aprender
as lições com ela.

É possível atravessar os desertos financeiros de forma confiante, firme e


esperançoso, desde que o alicerce seja CRISTO. Esse é o maior desafio quando a
dificuldade financeira vier. É justamente nessa fase que está a melhor oportunidade para
crescer e amadurecer espiritualmente (transformação de caráter). É na crise que
conhecemos o nosso coração e descobrirmos quem realmente somos, se filhos mimados
ou filhos seguros.

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“Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da
oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam
arrebatadas do aprisco e nos currais não haja gado, todavia eu me alegro no
SENHOR, exulto no DEUS da minha salvação. O SENHOR DEUS é a minha
fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente.”
(Habacuque 3: 17-19)

Quase todo cristão passa por alguma dificuldade financeira. DEUS quer tratar o
caráter. È uma oportunidade de crescimento espiritual, de desapego material, de apego a
DEUS, de renovar as esperanças, de exercitar a fé, entre tantas outras experiências. A
seguir estão alguns motivos para não enriquecermos.

 Formação de um caráter como o de CRISTO.

 Violação de leis espirituais.

 Soberania de DEUS.

 Chamada ministerial específica.

A soberania de DEUS.
“Ainda que a figueira não floresça, (...) todavia eu me alegro no SENHOR,
exulto no DEUS da minha salvação. O SENHOR DEUS é a minha fortaleza, e faz
os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente.” (Habacuque 3: 17-
19)

Quem de nós pode afirmar isso? Quem de nós pode exultar em DEUS ainda que a
área financeira esteja destruída e que os tempos de escassez imperem?

Quando cumprimos nossas obrigações financeiras em termos espirituais (dízimo,


oferta, primícias), não estamos obrigando DEUS a nos recompensar. Se assim fosse, a
nossa motivação estaria totalmente desajustada. Devolver o dízimo significa dizer a
DEUS: eu te amo, sou grato, e continuo crendo que a tua mão sempre estará sobre a
minha vida e minha casa.

DEUS responde as orações a todo tempo. As respostas Dele é que variam: às vezes
é “sim”, outras vezes é “não”, “depende” ou “espere mais um tempo meu filho”. O
problema é quando DEUS responde “sim”, mas as bênçãos e promessas não se cumprem.
Será que é porque as nossas condutas cristãs não estão em acordo com as leis espirituais
e a justiça de DEUS? Existem momentos em que DEUS até responde “sim”, mas somos
nós quem retardamos, ou até mesmo impedimos que os Seus planos se cumpram em nós.

Já viemos a esse mundo com um plano que não se restringe a uma vida terrena,
mas que abrange a perspectiva da eternidade.

“Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar
dele.” (1 Timóteo 6: 7)

Nós fomos criados para a eternidade, já o dinheiro está limitado a essa vida
passageira, sendo um elemento temporal. As riquezas materiais são temporais, ou seja,
entramos sem nada e sairemos do mesmo modo. O máximo que levaremos ao caixão será

74
um par de calçados e uma roupa. Na eternidade não levaremos nem o nosso corpo, que
dirá do dinheiro. A única coisa que permanecerá é a história da nossa vida. O dinheiro
vem e vai, mas o nosso nome deve permanecer na galeria daqueles que honraram o maior
nome de todos – o nome de JESUS.

Em uma das parábolas, JESUS comparou um homem que ficou a vida toda
acumulando riquezas e, quando morresse, não teria como levar nada. Ele foi comparado a
uma pessoa insensata e louca. Ele morreu sem estar preparado para se encontrar com
DEUS. Essa parábola é muito atual: hoje muitas pessoas ainda vivem dominadas pelo
amor ao dinheiro e pela busca às riquezas e ao acúmulo material.

“E lhes proferiu ainda uma parábola, dizendo: o campo de um homem rico


produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo, dizendo: que farei? Pois
não tenho onde recolher os meus frutos. E disse: farei isso: destruirei os meus
celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus
bens. Então direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos
anos: descansa, come e bebe, e regala-te. Mas DEUS lhe disse: louco, essa
noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim
é o que entesoura pra si mesmo e não é rico para com DEUS.” (Lucas 12: 16-
21)

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Capítulo 10

Administração e Planejamento Financeiro

As decisões que envolvem assuntos como gastar, poupar e investir, devem ser
vistas como questões de âmbito espiritual, pois DEUS, que é Espírito (João 4: 24), é Ele
quem deve ser o dono de nossas rendas, posses, bens, idéias, etc.

“Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro
para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Para
não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a
virem zombem dele, dizendo: este homem começou a construir e não pôde acabar.”
(Lucas 14: 28-30)

Uma das virtudes financeiras de um cristão é a organização de suas contas. É


fundamental colocar as receitas e despesas no papel. Precisamos saber controlar as
despesas, gastando menos do que ganhamos, honrando a DEUS com a devolução dos
dízimos, ofertando na casa do tesouro, entregando nossas primícias. Isso inclui um
planejamento familiar, contrair financiamentos com a garantia dos pagamentos nas
respectivas datas de vencimento, e assim por diante.

Por exemplo, se você quer um carro novo e pretende financiá-lo, só faça isso com a
certeza de pelo menos duas coisas: que sua renda seja compatível com mais essa
despesa; e/ou que seja uma direção bastante clara de DEUS para sua vida.

As riquezas estão à nossa disposição.


Há riquezas em todas as diversidades para aqueles que estiverem posicionados
diante de DEUS e que tiverem um chamado específico para isso: novas idéias, recursos
naturais, estratégias na condução das finanças. DEUS quer derramar bênçãos sem
medidas sobre aqueles que são Dele.

Não hesite em administrar e planejar.


JESUS ensinou que é fundamental que o cristão administre e planeje seu
orçamento.

“Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro
para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? (Lucas
14: 28)

Esse cálculo engloba aspectos como: tempo, organização, material, dinheiro


disponível, dinheiro gasto, entre outras coisas. Para isso é aconselhável que se separem
as contas em seis divisões:

I. Conhecimento da renda.
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II. Devolução do dízimo.

III. Separação de uma oferta através de oração.

IV. Lista da soma das despesas fixas como aluguel, prestação da casa, condomínio,
carro, convênio, escola, etc.

V. Lista da soma das despesas variáveis e controláveis como alimentação, vestuário,


energia, água, telefone, gás, lazer, etc.

VI. A soma dos itens II, III, IV e V não pode ultrapassar o valor do item I. E de
preferência ainda deve sobrar algo para ser investido e/ou poupado.

Manter esse controle, por pelo menos uns quatro meses, abrirá o entendimento de
como o dinheiro está sendo gasto, e ajudará a controlá-lo a fim de evitar dívidas. Isso é
sinal de uma boa administração e um bom planejamento financeiro de forma prática e
objetiva.

Não existe planejamento sem a disciplina.


Planejamento financeiro também está ligado a estabelecer metas de ganho, de
investimentos, de compras, de economias (poupança) e agir em cima disso na prática.
Para que isso aconteça, é importante ter disciplina.

Quem não se lembra do conto infantil “a formiga e a cigarra”? As formigas são


exemplos de administração e planejamento. Temos muito que aprender com elas: as
formigas são verdadeiras poupadoras de recursos; elas trabalham com estoque de
provisões; elas aproveitam os tempos de vacas gordas sabendo da possibilidade de ter que
enfrentar tempos de vacas magras; elas não são preguiçosas, pelo contrário, elas são
muito trabalhadoras.

“Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos, e sê


sábio. Não tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio prepara o seu
pão, na sega ajunta o seu mantimento. Ó preguiçoso, até quando ficarás
deitado? Quando te levantarás do teu sono?” (Provérbio: 6: 6-9)

O administrador financeiro chamado José do Egito.


José foi o décimo segundo filho de Jacó, sendo o seu preferido. Essa preferência
paterna, aliada com um caráter soberbo e a falta de sabedoria de José, acabaram por
despertar a inveja, o ciúme e a revolta de seus irmãos, que o entregaram à morte em uma
cisterna vazia e depois o venderam como escravo. Ele foi então levado ao Egito, e de
maneira sobrenatural, a mão de DEUS sempre esteve com ele.

A história de José começou a mudar quando ele interpretou dois sonhos que
intrigavam a corte real e o próprio faraó. Em um deles, José interpretou que a terra
passaria por um período de 14 anos de grande oscilação, sendo os 7 primeiros anos de
grande abundância (representada por 7 vacas gordas e 7 espigas de milho cheias e boas)
e os 7 últimos anos de fome (representada por 7 vacas magras e 7 espigas de milho secas
e mirradas). No sonho, as vacas magras comiam as gordas, e as espigas secas comiam as

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cheias. Isso significava que, de um período de fartura, o Egito enfrentaria um período de
escassez.

“Então, contou Faraó a José: No meu sonho, estava eu de pé na margem do Nilo, e


eis que subiam dele sete vacas gordas e formosas à vista e pastavam no carriçal.
Após estas subiam outras vacas, fracas, mui feias à vista e magras; nunca vi
outras assim disformes, em toda a terra do Egito. E as vacas magras e ruins
comiam as primeiras sete gordas; (...) Depois, vi, em meu sonho, que sete
espigas saíam da mesma haste, cheias e boas; após elas nasceram sete espigas
secas, mirradas e crestadas do vento oriental. As sete espigas mirradas
devoravam as sete espigas boas. (...) DEUS manifestou a Faraó o que há de fazer.
As sete vacas boas serão sete anos; as sete espigas boas, também sete anos;
o sonho é um só. As sete vacas magras e feias, que subiam após as primeiras,
serão sete anos, bem como as sete espigas mirradas e crestadas do vento
oriental serão sete anos de fome. (...) Eis aí vêm sete anos de grande
abundância por toda a terra do Egito. Seguir-se-ão sete anos de fome, e
toda aquela abundância será esquecida na terra do Egito, e a fome consumirá a
terra; e não será lembrada a abundância na terra, em vista da fome que seguirá,
porque será gravíssima”. (Gênesis 41: 17-31)

Após interpretar o sonho, José trouxe conselho em como se preparar para


enfrentar o difícil período que se aproximava. Ele sugeriu que faraó levantasse um homem
de juízo e sabedoria para administrar os anos de fartura, a fim de poupar a quinta parte
(ou 20%) de toda a produção da terra para servir de reserva e fornecer o mantimento que
viria a ser necessário nos anos de fome, evitando assim que o Egito entrasse em colapso e
ruísse.

“Faça isso Faraó, e ponha administradores sobre a terra, e tome a quinta


parte dos frutos da terra do Egito nos sete anos de fartura. Ajuntem os
administradores toda a colheita dos bons anos que virão, recolham cereal
debaixo do poder de Faraó, para mantimento nas cidades, e o guardem.
Assim, o mantimento será para abastecer a terra nos sete anos da fome que
haverá no Egito; para que a terra não pereça de fome”. (Gênesis 41: 34-36)

Ao interpretar o sonho e mostrar um plano de ação para faraó, José encontrou o


favor deste, que o elevou ao posto de governador de todo o Egito, recebendo a autoridade
para planejar e administrar toda a economia da nação, ao ponto de estabelecer
transações comerciais em nome do monarca.

“Depois, disse Faraó a José: Visto que DEUS te fez saber tudo isto, ninguém há tão
ajuizado e sábio como tu. Administrarás a minha casa, e à tua palavra
obedecerá todo o meu povo; somente no trono eu serei maior do que tu. Disse
mais Faraó a José: Vês que te faço autoridade sobre toda a terra do Egito”.
(Gênesis 41: 39-41)

José foi um exemplo bíblico de como administrar e planejar os recursos. Ele


administrou sete anos de fartura ao mesmo tempo em que planejava os sete anos de
escassez. Ele teve disciplina em reservar 20% dos rendimentos de toda a terra egípcia,
pois sabia que tempos difíceis estavam por vir.

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Sempre haverá tempos de abundância e de escassez.
Períodos de abundância e escassez ainda ocorrem nos dias de hoje. Temos que
sempre estar preparados para uma eventual crise, ainda que a nossa fé diga que a crise
jamais alcançará o povo de DEUS.

Certamente José tinha fé, afinal de contas, suportar as dores na alma que ele
suportou, sem perder a esperança em DEUS, requer fé, e muita fé. Mas nem por isso ele
deixou de administrar os recursos e planejar o futuro.

“Tesouro desejável e azeite há na casa do sábio, mas o homem insensato os


desperdiça.” (Provérbio 21: 20)

Pessoas sábias são aquelas que mantêm em sua casa comida e azeite
armazenados, enquanto que os insensatos consomem e devoram tudo o que vêm à sua
frente. Os sábios são prudentes e planejam o futuro, enquanto que os insensatos
desperdiçam tudo que lhe vêm à mão.

José foi um homem que soube armazenar a fim de garantir não só o próprio
sustento, como o sustento de toda a região do oriente, nos dias difíceis que estavam por
vir. Sua história nos traz alguns importantes ensinos: fidelidade e proteção de DEUS,
administração de recursos, economia com alvos e objetivos, não consumir toda a colheita
e recursos, não ignorar as possíveis crises e não esbanjar nos tempos de fartura.

DEUS arrancou José de uma vida mimada e confortável para prová-lo, ensiná-lo e
capacitá-lo, a fim de levantá-lo para, através dele, sustentar um povo – poucos na vida
têm esse chamado! Pode ser que você não precise sustentar uma nação como foi o caso de
José, mas será que DEUS não te levantará para prover recursos para sua família inteira,
para sua congregação ou para missões espalhadas pelo mundo?

Planejar é reservar.
Planejar faz com que se guardem as reservas, e com as reservas, é possível
conseguir preços mais baixos. Estudos dizem que 85% da população brasileira gastam
mais do que ganham. Será que é o ideal gastar, gastar e gastar, com roupas,
restaurantes, carros, uso de cheque especial, cartão de crédito atrasado e insônias
durante as noites?

Agora, outra coisa bem diferente é poder comer fora, comprar uma roupa e viajar,
mas sem comprometer o orçamento familiar. Se o desejo cabe no bolso, DEUS pode sim
estar no negócio. Mas se não, faça a comida em casa, alugue um filme em família, vá ao
parque e, no máximo, tome um sorvete.

É muito importante saber administrar e planejar, mas não é isso que faz com que
o cristão se diferencie do incrédulo. O incrédulo também pode administrar e planejar,
calcular e prever despesas e investimentos. Mas é o cristão quem, além de ter que saber
isso, precisa ser diferenciado pelo sobrenatural de DEUS. Pelos milagres que vem do Alto,
seja em meio a momentos de aflição, seja em momentos de bonança.

“Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo passais por
aflições; mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo.” (João 16: 33)

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“Acudiu-lhes, então, JESUS: por que sois tímidos, homens de pequena fé? E,
levantando-se, repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonança.” (Mateus
8: 26)

A chave para uma saúde financeira é conseguir ao mesmo tempo administrar os


recursos fazendo um planejamento, tanto nos tempos de dificuldade como nos tempos de
prosperidade. Durante nossa vida, enfrentamos tempos bons e ruins, tempos de
abundância e escassez.

Foi justamente em tempos de abundância que José estabeleceu uma


administração de reservas no Egito. Durante sete anos de bons tempos, ele havia
estabelecido que a quinta parte fosse para constituir um fundo de reservas com um
objetivo bem definido: suprir as necessidades em tempos de escassez.

Poupar não significa acumular.


A bíblia condena o acúmulo, a ganância, a cobiça e a má administração/aplicação
dos recursos financeiros, e não a posse de bens e dinheiro. Poupar e aplicar são bem
diferentes de acumular riquezas. Quando acumulamos, nós simplesmente retemos. Já
quando poupamos, temos total clareza de como o dinheiro será aplicado e usado. A
poupança deve apontar à um objetivo claro de vida.

Não é errado fazer um fundo de reserva tendo alguma meta a executar no futuro,
desde que o uso do dinheiro esteja muito bem claro, e desde que não contemos com ele
antes do seu rendimento. E rendimento sem riscos, óbvio.

“Faça isso faraó, e ponha administradores sobre a terra, e tome a quinta parte
dos frutos da terra do Egito nos sete anos de fartura. Ajuntem os
administradores toda a colheita dos bons anos que virão, recolham cereal
debaixo do poder de Faraó, para mantimento nas cidades, e o guardem.”
(Gênesis 41: 34 e 35)

O erro está em acumular, pois quando isso acontece, as pessoas se tornam


escravas do dinheiro, ansiosas e preocupadas em satisfazer apenas seus desejos. Nesse
ponto já existe uma distância bem grande de DEUS.

Economizar é correto, mas sem que haja retenção.


As economias dirigidas por DEUS devem produzir rendimentos, ao mesmo tempo
em que se exerce a doação e a generosidade. De nada adianta apenas poupar sem dar.
Uma economia voltada para o recebimento e que despreza a doação é nociva, e podemos
chamá-la simplesmente de acúmulo de riquezas. A seguir encontramos alguns objetivos
para se economizar dentro da vontade de DEUS:

 Prover suprimento para a família.

 Ter tempo para a obra de DEUS sem depender de um salário.

 Saber parar de guardar dinheiro quando DEUS falar para parar de guardar,
evitando o perigo do entesouramento.

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 Não desejar se tornar rico. O objetivo de ficar rico destrói o cristão.

 Produzir rendimentos com a economia, fazendo o dinheiro, na forma de juros,


trabalhar a seu favor.

 Ter o hábito de separar valores para ofertar na Obra de DEUS e na vida de


homens comprometidos com a Verdade.

John Wesley também já dizia: “ganhe o máximo que puder, doe o máximo que
puder, e economize o máximo que puder”.

Planejar é investir.

Planejar e administrar as contas te levam a ser um investidor. Não precisa ser rico
pra ser um investidor. Investidor é aquele que consegue ter uma sobra de recurso
mensalmente no orçamento, seja qual for o valor. Antigamente os bancos davam
cofrinhos para os clientes, hoje eles “presenteiam” com cartões de crédito.

Ter um planejamento financeiro significa poupar e constituir uma reserva de


segurança, que é um dos maiores segredos para se ter uma vida financeira equilibrada.
Quanto mais cedo começar, melhor será, e isso criará estabilidade em sua família, e
ajudará no futuro de seus filhos.

Planejar é agir.
Uma boa administração de recursos e um bom planejamento financeiro, na
maioria das vezes, significam mudar de atitudes, de hábitos, manter uma disciplina, fazer
algumas renúncias, etc. Quando poupamos, é necessário um esforço em renunciar
prazeres imediatos como, por exemplo, a aquisição de um bem agora, visando adquirir
após um tempo, esse mesmo bem ou outro melhor ainda com negociações muito mais
vantajosas.

Uma dica: para guardar dinheiro deve-se fazer um esforço conjunto familiar, com
marido, esposa e filhos participando.

Cuidado para não estacionar na teoria, nos sonhos apenas. Depois dos sonhos, é
necessário o “vamos”, o “realize”, “o aja”. Como querer ser abençoado sem agir? Isso é ir
contra o princípio espiritual criado por DEUS.

Planejar é usar as condições para estabelecer alvos e prazos.


Planejar é trabalhar com aquilo que DEUS nos dá, a fim de estabelecer alvos e
prazos. É ter visão a curto, médio e longo prazo. Como você deseja estar daqui a um ano?
E daqui a cinco anos? E daqui a dez anos?

“Ou, qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para
calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com
vinte mil?” (Lucas 14: 31)

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A nossa vida é uma história com início, meio e fim. Hoje sabemos como fomos
criados, como nos perdemos, como fomos reconciliados, de onde saímos e para onde
queremos chegar ao final. Esse texto nos incentiva a usar aquilo que DEUS tem nos dado
como suprimento, a fim de traçar estratégias para as batalhas diárias a quais estamos
sujeitos.

Toda decisão causa impacto.


Decisões financeiras causam impactos diretamente em nossa família. Decisões
acertadas causam bênçãos, enquanto que decisões equivocadas causarão problemas,
crises, etc.

Quando o homem investe com zelo, está cuidando de sua casa e de sua família, e
de sua esposa e de seus filhos. Se você é casado ou quer casar, lembre-se: você não está
só, e o seu planejamento não pode ser egoísta. Ele deve visar suprir as necessidades de
seu cônjuge e de seus filhos.

“Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos de sua
própria casa, tem negado a fé, e é pior do que o descrente.” (1 Timóteo 5: 8)

“Não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais para os filhos.” (2
Coríntios 12: 14)

Aqui o apóstolo Paulo nos fala sobre a responsabilidade natural dos pais proverem
recursos e sustento aos filhos, e não os filhos aos pais. No curso normal da vida, os pais
trabalham e fazem de tudo para proverem as necessidades de seus filhos, em amor. Nesse
contexto podemos entender a preocupação do pai em prover fundos para os estudos,
moradia, etc. Mas, por outro lado, o mesmo Paulo não isenta a responsabilidade dos
filhos cuidarem das necessidades de seus pais quando estes forem idosos, conforme
Efésios 6:2.

A parábola dos talentos.


Nessa parábola, JESUS falou sobre administração, crescimento e prosperidade
financeira. Normalmente conhecemos esse texto aplicado aos dons espirituais, o que, sem
dúvida, não está errado. Mas da mesma maneira, não podemos desprezar as aplicações
econômicas existentes nela.

Temos visto nos dias atuais a necessidade de que haja pessoas cristãs em diversos
segmentos da sociedade que lidam com dinheiro como, governo, escolas, indústrias,
negócios, bancos, canais de televisão. E todos ocupando posições de liderança e
influência.

“Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os
seus servos, e entregou-lhes os seus bens. E a um deu cinco talentos, e a outro
dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo
para longe. E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com
eles, e granjeou outros cinco talentos. Da mesma sorte, o que recebera dois,
granjeou também outros dois. Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e
escondeu o dinheiro do seu senhor. E muito tempo depois veio o senhor daqueles
servos, e fez contas com eles. Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e
trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis

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aqui outros cinco talentos que granjeei com eles. E o seu senhor lhe disse: Bem está,
servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no
gozo do teu senhor. , chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse:
Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos.
Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre
muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Mas, chegando também o que
recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que
ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; E, atemorizado,
escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Respondendo, porém, o
seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não
semeei e ajunto onde não espalhei? Devias então ter dado o meu dinheiro
aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros. Tirai-lhe
pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos. Porque a qualquer que tiver será
dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado.
Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de
dentes.” (Mateus 25: 14-30)

O talento era a moeda da época. Se ela fosse escrita nos dias de hoje, talvez fosse
mencionado real, dólar, euro, etc. Hoje um talento equivaleria a aproximadamente 60 mil
dólares.

Essa parábola nos mostra alguns ensinamentos. Vejamos a seguir:

 Os recursos dados por DEUS são variados:


DEUS entrega em nossas mãos diversos tipos de recursos, sendo um deles
exatamente o recurso financeiro.

 A quantidade dos recursos varia:


DEUS entrega o recurso financeiro em diferentes quantidades.

 Uns recebem mais e outros menos:


A quantidade de recursos que são entregues a cada pessoa varia de acordo com o
chamado e plano de vida que cada um tem.

 Não somos donos dos recursos financeiros:


Nós somos apenas administradores das riquezas, enquanto que DEUS é o dono.

 Os recursos devem ser usados para a obtenção de lucro:


Quando DEUS entrega os recursos financeiros, Ele espera que a nossa
administração vise, inclusive, o lucro.

 DEUS desaprova a ansiedade, o conformismo e a preguiça na administração dos


recursos financeiros:
O administrador que nada fez foi repreendido de forma veemente.

 DEUS olha cada administrador dos recursos financeiros como sendo igualmente
responsável:
Mesmo um administrador tendo mais ou menos recursos que outro, todos são
igualmente responsáveis e cobrados.

 O Reino dos céus nessa terra e a obra de DEUS avançam ou travam dependendo
da maneira como administramos os recursos financeiros dados por DEUS.

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DEUS está interessado no nosso crescimento financeiro sim, afinal de contas, um
Pai que tem muito pra dar, se alegrará em ver o filho passar necessidade? Se coloque no
lugar de DEUS se isso for possível. É claro que enfrentar desertos financeiros são
necessários e ótimos para nosso aprendizado. Mas a partir do momento que aprendemos
com o deserto financeiro, será que não estaríamos prontos para receber riquezas de
DEUS?

DEUS é o dono, nós apenas administramos o dinheiro dado por Ele. E a fidelidade
que mostramos nas pequenas quantias, que passam pela nossa administração, é a
segurança para recebermos valores maiores, além dos verdadeiros tesouros.

O lucro é o resultado normal e aguardado de qualquer negócio. Mas cuidado com


lucros excessivos, principalmente em produtos de primeira necessidade. Para se ter uma
idéia, os judeus antigos estabeleciam margens de lucro máximas em um sexto sobre os
produtos de primeira necessidade, proibindo o lucro excessivo.

DEUS nos dá o dinheiro para que o administremos.


Somos simplesmente os administradores de DEUS aqui na terra, e isso envolve
administrar as finanças que Ele nos entregou, a fim de multiplicá-la para que o Reino
Dele se expanda na terra. Mas como Ele é um DEUS que se move por amor e compaixão
para conosco, Ele permite que desfrutemos, nessa terra, de bênçãos materiais como um
carro, uma casa, roupas, e tantas outras coisas. Em resumo, tudo que temos e somos é
Dele e para Ele. E de todos os recursos financeiros que poupamos e gastamos
prestaremos contas ao final de nossa vida.

“Porque Dele e por meio Dele e para Ele são todas as coisas. A Ele, pois, a
glória eternamente. Amém. (Romanos 11: 36)

Enriquecer é gerar um excedente de valores. O segredo para estar dentro da


vontade de DEUS, é saber se esse excedente está beneficiando o Reino, a Igreja, as
pessoas, a família e até, é claro, a si mesmo. O que não pode acontecer é esse excedente
beneficiar somente o próprio lar. Tudo isso é administrar muito bem os recursos dados
por DEUS.

DEUS sempre nos dará chances de prosperar financeiramente, salvo se o chamado


for algo específico para se abster dos recursos. Mas uma má administração e uma falta de
planejamento resultam na perca de recurso dados por DEUS. Nem sempre o culpado será
o devorador! O devorador só consegue agir quando existe infidelidade.

Para administrar e planejar, você precisa ser sábio.


Com a sabedoria do Alto você pode receber riquezas. O rei Salomão foi uma das
pessoas mais ricas e prósperas que o mundo já conheceu. É interessante notarmos que o
enriquecimento dele só veio depois que DEUS o deu sabedoria.

De que adianta ter dinheiro e não saber administrá-lo? De que adianta ter
dinheiro e não saber planejar o futuro? Os recursos dados por DEUS precisam ser
administrados e planejados com a sabedoria, e sabedoria do alto.

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DEUS deu a Salomão primeiro a sabedoria. Foi após isso que Ele enviou as
riquezas. Salomão fez a escolha certa. Pediu sabedoria, e como conseqüência recebeu
riquezas. Até aqui o coração dele estava ajustado. Antes de pedir riquezas a DEUS, o
certo é pedir sabedoria. E ainda que DEUS não envie recursos, é bem melhor ser sábio e
pobre do que uma pessoa burra e abastada.

“Dá, pois, ao teu servo coração compreensivo para julgar a teu povo, para que
prudentemente discirna entre o bem e o mal; pois quem poderia julgar a este grande
povo? Estas palavras agradaram ao SENHOR, por haver Salomão pedido tal coisa.
Disse-lhe DEUS: Já que pediste esta coisa e não pediste longevidade, nem
riquezas, nem a morte de teus inimigos; mas pediste entendimento, para
discernires o que é justo; eis que faço segundo as tuas palavras: dou-te
coração sábio e inteligente, de maneira que antes de ti não houve teu igual, nem
depois de ti o haverá. Também até o que me não pediste eu te dou, tanto
riquezas como glória; que não haja teu igual entre os reis, por todos os teus dias”.
(1 Reis 3: 9-13)

“(...) Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal,
para esbanjardes em vossos prazeres”. (Tiago 4: 2 e 3)

Mas com o passar dos anos Salomão fez alianças estranhas, o que certamente
deve ter comprometido a sua sabedoria na administração. O resultado foi seu declínio
espiritual, o que culminou com o declínio de seu reinado.

A sabedoria tem que vir do Alto.


Há mais de uma fonte de sabedoria disponível. Por isso, é necessário buscar a
sabedoria na fonte certa, para manter a sabedoria do Alto, e não a terrena.

“Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, e terrena, animal e


demoníaca.” (Tiago: 3: 15)

Todas as questões que envolvem a nossa vida, de certa forma são questões
espirituais, inclusive questões como dinheiro. Sendo assim, devemos vigiar e não permitir
que os princípios mundanos ditem as nossas regras espirituais. Tiago, em sua carta, nos
diz que existe uma falsa sabedoria que é terrena, animal e demoníaca. Essas três
características expressam de forma proposital uma degeneração progressiva.

A sabedoria terrena indica algo que não vem do céu, mas da terra, ou até mesmo
do maligno, já que o apóstolo João nos disse que o mundo inteiro jaz no maligno (1 João
5: 19), refletindo preocupações de ordem passageira e não eterna.

A sabedoria animal (ou sensual) indica a algo carnal próprio da natureza


pecaminosa do homem em Adão e não em CRISTO, sendo oposta ao fruto do ESPÍRITO
SANTO.

E a sabedoria demoníaca indica um comportamento conduzido exclusivamente por


demônios, cheios de egoísmo, facção, rebeldia e maldade.

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A Parábola do Administrador Infiel.
Certamente, essa é a parábola que mais incomoda aos estudiosos cristãos devido à
sua dificuldade de interpretação e a grande polêmica em função da suposta aprovação de
um ato desonesto. Porém, na verdade, não é esse o caso, como veremos a seguir.

“Disse JESUS também aos discípulos: Havia um homem rico que tinha um
administrador; e este lhe foi denunciado como quem estava a defraudar os
seus bens. Então, mandando-o chamar, lhe disse: Que é isto que ouço a teu
respeito? Presta contas da tua administração, porque já não podes mais
continuar nela. Disse o administrador consigo mesmo: Que farei, pois o meu senhor
me tira a administração? Trabalhar na terra não posso; também de mendigar
tenho vergonha. Eu sei o que farei, para que, quando for demitido da
administração, me recebam em suas casas. Tendo chamado cada um dos
devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu patrão?
Respondeu ele: Cem cados de azeite. Então, disse: Toma a tua conta,
assenta-te depressa e escreve cinqüenta. Depois, perguntou a outro: Tu, quanto
deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. Disse-lhe: Toma a tua conta e escreve
oitenta. E elogiou o senhor o administrador infiel porque se houvera
prudentemente, porque os filhos do mundo são mais prudentes na sua
própria geração do que os filhos da luz. E eu vos recomendo: das riquezas de
origem iníqua fazei amigos; para que, quando aquelas vos faltarem, esses
amigos vos recebam nos tabernáculos eternos. Quem é fiel no pouco também
é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito. Se,
pois, não vos tornastes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta,
quem vos confiará a verdadeira riqueza? Se não vos tornastes fiéis na aplicação
do alheio, quem vos dará o que é vosso? Ninguém pode servir a dois senhores;
porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro ou se devotará a um e
desprezará ao outro. Não podeis servir a DEUS e às riquezas”. (Lucas 16:1-13)

O homem rico representa DEUS, enquanto que o administrador representa uma


pessoa a quem foi confiada a administração dos bens e propriedades desse homem rico.
Em outras palavras, os bens são de DEUS e nós os administramos nessa terra.

O administrador da história provavelmente havia recebido amplos poderes para


cuidar das riquezas do seu senhor, tendo uma carta branca e, por essa razão, não
podemos desconsiderar que havia o risco de ele ser desonesto.

Toda infidelidade um dia vem à tona.


O homem rico, de alguma forma, descobriu que o administrador de seus negócios
estava a defraudar seu patrimônio e então, imediatamente, tomou a decisão de demiti-lo.
Essa fraude pode ter levado alguns meses ou até alguns anos, mas foi finalmente
desmascarada.

O dono dos bens exigiu que o administrador elaborasse um relatório financeiro e


mostrasse todas as contas de sua administração, mas não com o propósito de verificar se
ele era culpado ou inocente, já que o texto mostra de forma clara que o senhor já tinha a
certeza da culpa. A decisão pela demissão já estava tomada.

A descoberta da fraude causou não somente indignação, mas também espanto da


parte do senhor (“que é isto que ouço a teu respeito?”). A sua surpresa recai sobre o fato

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de, como uma pessoa que detinha de uma série de privilégios e uma reputação diante dos
outros, pôde agir com tamanha desonestidade? Regularmente, em qualquer
administração, há a necessidade de se prestar contas a um responsável.

Da mesma maneira, o administrador da parábola também teria de prestar suas


contas um dia ao seu senhor, mas esse momento foi antecipado devido à descoberta do
golpe. Chegará um dia em que também DEUS nos chamará a fim de que prestemos
contas da nossa administração sobre aquilo que Ele tem confiando em nossas mãos.

O administrador se mostrou um homem preguiçoso para executar trabalhos


pesados (desconsiderando a hipótese de ele ser uma pessoa de idade avançada), e
orgulhoso demais para pedir ajuda. Pode ser que ele não aceitara a condição de ter que
rebaixar seu nível de vida, mas ele cegamente não percebeu que roubar equivaleria a se
rebaixar moralmente.

Um plano astuto, porém desonesto.


E aproveitando o pouco tempo que lhe restava até a prestação das contas, e de
forma astuta e antes que se desligasse dos serviços, o administrador arquitetou um plano
que lhe assegurasse sua previdência social e seu futuro.

Ele chamou os devedores de seu senhor e, um a um, recalculou os valores


pendentes, diminuindo as dívidas, a fim de que cada devedor se tornasse grato a ele, e
futuramente viesse a ajudá-lo como forma de retribuição. O plano era ao mesmo tempo
inteligente e desonesto.

Um elogio difícil de entender.


O senhor rico, de alguma maneira, descobriu o plano que fora praticado pelo
administrador e, mesmo sendo roubado, ao invés de mandá-lo para a prisão, ficou
impressionado com a astúcia demonstrada e elogiou a sua atitude prudente. A palavra
traduzida como “prudentemente” poderia significar também “sabiamente” ou
“astutamente em relação aos seus próprios interesses”.

O fator polêmico da história acontece quando o senhor rico elogia o administrador


infiel. Como é possível elogiar alguém que agiu injustamente e desonestamente? A
dificuldade na compreensão dessa parábola está justamente no fato de JESUS usar uma
ação desonesta para ensinar uma verdade espiritual.

A chave para a compreensão da parábola é entender que o administrador não foi


elogiado por sua desonestidade, mas foi elogiado por sua previdência em aproveitar a
oportunidade presente que estava em suas mãos, para garantir o futuro.

Qualquer um de nós está sujeito aos erros. Quando JESUS nos exorta e mostra
nossos erros, Ele também faz questão de apontar as nossas qualidades. É como se Ele
quisesse que nós admitíssemos os erros sim, mas sem nos desanimarmos, já que as
qualidades também nos seriam apontadas.

É como se Ele nos dissesse: ”sempre haverá esperança para você”. Foi assim que
DEUS agiu foi com a prostituta Raabe, que é citada na galeria da fé do livro de Hebreus,

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porque fora elogiada, não pela sua mentira, mas pela sua fé em acreditar que Josué e seu
exército eram realmente enviados de DEUS (Josué 2: 3-6 e Hebreus 11: 31).

Alguns ensinamentos da parábola do administrador infiel.


Apesar das dificuldades dessa parábola, exporemos algumas conclusões sobre o
que JESUS estaria nos ensinando.

 O verdadeiro lucro está no futuro eterno.


O senhor rico reconheceu que o administrador foi extremamente prudente ao olhar
com muita atenção para o seu próprio futuro, ainda nessa vida terrena, ao reconhecer a
necessidade de se fazer uma provisão futura. O administrador sacrificou seu ganho
presente para garantir seu ganho futuro.

Trazendo essa verdade espiritual à nossa realidade, temos que ter em conta que
nossas necessidades superam, e em muito, as coisas temporais e terrenas, pois o nosso
futuro está principalmente nas coisas celestiais.

JESUS aprova a prudência em se preparar o futuro de vida ainda nessa terra, e da


mesma maneira, nos ensina a prepararmos não só nosso futuro na terra, mas
principalmente nosso futuro eterno.

 Seja sábio para alcançar tesouros no céu.


Essa parábola nos mostra que os incrédulos demonstram mais sabedoria na
provisão de seu futuro terreno do que os cristãos demonstram em prover tesouros no céu.
A mesma vontade e inteligência do mundo devem ser observados também para se
alcançar resultados espirituais. O administrador era inegavelmente um homem iníquo,
embora fosse astuto. Nós somos exortados por JESUS a usar de mesma astúcia, porém
para propósitos superiores e eternos, incluindo aí o uso sábio do dinheiro.

 Faça amizades que comecem na terra e terminem no céu.


Da mesma forma que o administrador usou os bens de seu patrão para garantir
seu futuro na terra, através de amigos e provisão, os cristãos também devem usar os bens
de DEUS a fim de garantir amigos e provisão para se chegar ao céu.

JESUS instrui os cristãos a usarem o dinheiro para fazer amigos (v. 9). Devemos
usar dinheiro e bens com sabedoria, de forma a promover salvação de vidas, ganhando
almas para JESUS, e formando amizades que durarão por toda a eternidade. Por
exemplo, quando ajudamos alguém financeiramente, espera-se que essa pessoa sempre
se recorde disso, sendo grato a nós, ou em outras palavras, quando isso acontece,
simplesmente ganhamos um amigo e um intercessor.

JESUS nos diz também para usar o dinheiro de tal forma que, se ele vier a nos
faltar, ainda tenhamos a quem recorrer, contando que DEUS usará esses novos amigos
para qualquer provisão que for necessária. O que JESUS recomendou nesse caso foi a

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atitude do administrador em usar recursos econômicos (dinheiro) para fazer amigos que,
caso houvesse a necessidade, não o deixaria desamparado.

 Você não foi chamado para ser enganado.


JESUS afirmou na parábola que os homens deste mundo são mais espertos no
trato com o dinheiro do que os cristãos (v. 8). Realmente, na maioria das vezes, os
incrédulos são muito melhores em identificar, buscar e lucrar com as oportunidades
oferecidas do que os crentes. Isso talvez se deva ao nosso louvável desprendimento
material, o que, sem dúvida, precisa sempre existir. Porém JESUS nos alerta que, ainda
assim, precisamos ser espertos e astutos, de modo a não sermos enganados e
defraudados.

JESUS ainda em outra passagem bíblica nos recomenda a sermos prudentes como
as serpentes e simples como as pombas, ou seja, espertos e cautelosos, puros e
inofensivos, ao mesmo tempo (Mateus 10: 16).

 Riquezas materiais e espirituais são diferentes e podem andar


juntas.
JESUS ainda nos alerta que riquezas terrenas (temporais) são diferentes de
riquezas espirituais (eternas), e ainda que o material e o espiritual sejam riquezas
diferentes, eles não podem ser tratados de maneira separada, tampouco desprezando
uma ou outra.

Riqueza material deve ser encarada como assunto espiritual sim, afinal de contas,
uma das coisas de maior espiritualidade é usar os recursos financeiros (riquezas terrenas)
para alargar o Reino dos Céus na terra (riquezas eternas), glorificando assim o nome de
DEUS.

 A fidelidade no pouco é a chave para o muito.


Ser fiel ou infiel é resultado da condição espiritual e moral de alguém. A fidelidade
ou infidelidade nas questões menores e mais simples são um indicador de como anda o
caráter. É a partir de questões menores que se pode determinar a fidelidade nas questões
maiores e mais complexas, que exigem maior cuidado, atenção e responsabilidade.

 Escolhendo entre o DEUS Verdadeiro ou o deus falso.


A fidelidade cristã não pode ser compartilhada simultaneamente entre duas
pessoas totalmente distintas. JESUS e mamom (palavra aramaica para riqueza ou
dinheiro) são opostos entre si.

Apesar de satanás aceitar que o cristão possa adorar ambos, DEUS não tem esse
pensamento e requer para si total e exclusiva devoção e fidelidade. É impossível viver ao
mesmo tempo para DEUS e para o dinheiro representado na pessoa de mamom. Eles são
rivais em suas exigências.

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Temos que fazer escolhas, e em se tratando disso, precisamos colocar DEUS em
primeiro lugar e rejeitar o materialismo, priorizando a eternidade e não vivendo para as
coisas que são temporais.

A qualquer momento, o dinheiro pode se transformar em um objeto capaz de


corromper o coração. Tudo dependerá de como o enxergamos e de como o usamos.
Dependendo de como a riqueza é vista, ela pode levar à condenação. Dependendo de como
a riqueza é vista ela pode ser instrumento cooperador para se chegar à salvação que há
somente em CRISTO JESUS – não se esqueça que as riquezas podem e devem ser usadas
para abertura de igrejas, compras de bíblias, evangelismos, obras sociais, entre tantas
coisas.

Princípios para a administração financeira.


Vejamos alguns princípios bíblicos para uma boa administração financeira:

 Tudo que temos pertence a DEUS.

 Dez por cento deve ser devolvido a DEUS.

 O dinheiro precisa ser administrado.

 As dívidas devem ser eliminadas em caráter de urgência.

 Temos que ter o hábito de separar mensalmente valores para as ofertas.

 As despesas mensais devem ser pagas e honradas em dia.

 Dar é melhor que receber: isso vale mesmo para quando temos pouco. Certamente
não devemos dar tudo o que temos, exceto se DEUS nos orientar a isso.

 DEUS reprova a cobiça.

 DEUS reprova o roubo: sonegação de impostos e roubo a DEUS, a igreja, ao


governo e a homens.

90
Capítulo 11

Cartão de Crédito

Brincadeiras a parte, se nos tempos de JESUS existissem os cartões de créditos,


Ele não teria dito “louco, esta noite te pedirão a tua alma...”, mas sim “louco, não pagou
sua fatura do cartão em dia...”. Há uma propaganda de uma grande administradora de
cartão de crédito que diz que existem coisas que o dinheiro não compra... Ela está certa,
mas apenas em parte! A maior riqueza, a de valor incalculável, é retratada na figura de
JESUS, através de Sua vida, morte e ressurreição, comprando a nossa salvação eterna,
coisa que dinheiro nenhum e cartão de crédito nenhum conseguiriam comprar.

Fatura não quitada é sinônimo de insanidade.


São tantas as opções de crédito que nos são oferecidas que, se não formos
equilibrados com a nossa relação “receita X despesa”, ficaremos sujeitos ao
endividamento. É fácil ter um cartão, e é mais fácil ainda de usá-lo. Estatísticas mostram
que quem vai às compras com um cartão de crédito gasta até 30% a mais que se fosse
somente com dinheiro vivo. Infelizmente, quem não tem um, com certeza um dia terá.

Não é pecado ter um cartão de crédito, desde que as faturas (ou crediários no caso
de compras a prazo) sejam pagas no devido vencimento. Caso contrário, esses valores se
tornam dívidas e consequentemente, pecado. Qualquer pessoa de bom senso sabe a
loucura que é comprar a crédito sem ter a certeza que haverá recurso para quitar a
dívida.

“A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns
aos outros.” (Romanos 13: 8 a)

Só use o cartão de crédito se tiver 100% de certeza que vai honrar a dívida, na
data do vencimento da fatura. Se tiver 99%, não use. Os juros são verdadeiras
armadilhas, já que giram em torno de 12 a 15% ao mês! Vivemos numa época que todas
as instituições financeiras dão cartão de crédito. Parece uma praga. Você recebe várias
correspondências oferecendo cartão de crédito, limites especiais, etc. Você até se sente
importante. Mas será que é? Espere se endividar e verá se é importante para as
administradoras!

Tudo o que se gastar um dia terá que ser pago.


O cartão de crédito representa uma das piores causas de endividamento. Não se
iluda! Tudo o que for gasto no crediário terá que ser pago um dia, de uma forma ou de
outra. Mas isso tem levado muitos a terem problemas financeiros pela facilidade de
compras parceladas sem nenhum planejamento, sem a necessidade de dinheiro na hora
da transação, etc.

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Quando se usa o cartão de crédito, se tem a impressão de que ainda temos
dinheiro para gastar com outras coisas. Experimente gastar a crédito sem ir somando e
sem se controlar ao longo do mês. O perigo é gastar o que na verdade não se tem. Abrir
crédito no mercado, sem que haja um controle e planejamento, resultará em dívidas, ou
seja, em prestações não pagas. Tem gente que trabalha para ficar pagando os juros do
cartão que parecem não ter fim. A conseqüência é vista na tensão familiar e na tensão
conjugal. Dividas geram escravidão, pressão, ansiedade e conflitos nas mais diversas
áreas da vida. Não podemos ser escravos das compras a crédito.

Não seja escravo do cartão.


Por que você acha que as companhias de cartão de crédito ficam loucos atrás de
novos clientes? Será que é para ter uma lista enorme de bons pagadores? Até que sim,
mas antes disso, é para ter uma lista gigante de pessoas que se enrolam nos juros
cobrados por atrasos nos pagamentos. É justamente aí que as operadoras enriquecem
mais e mais.

“O que toma emprestado é servo do que empresta”. (Provérbio 22: 7)

Essa frase bem poderia ter sido dita por algum economista do século XXI, mas
não, ela foi escrita pelo rei Salomão há quase três mil anos atrás. Comprar a crédito sem
ter a certeza de que irá honrar o compromisso assumido até a data do vencimento é uma
loucura, e por que não dizer, uma insanidade, bem porque os atuais juros cobrados pelas
operadoras de cartão de crédito também são uma verdadeira insanidade.

O problema é que é tão fácil ter um cartão de crédito hoje em dia, que mais parece
uma armadilha contra aqueles que não tem recursos, mas que mesmo assim se iludem
na esperança de que terão até trinta dias para arrumarem algum dinheiro para quitar a
dívida. Da mesma forma que consumidores de bebidas acreditam nas propagandas
enganosas desse tipo de produto que mostram os beberrões com corpos bem cuidados e
acompanhados de belas mulheres, e da mesma forma que as novelas mostram uma
imagem vencedora de quem mente e adultera, assim é também a propaganda de crédito
fácil. Graças a DEUS que as primeiras máscaras começaram a cair, aquelas das
propagandas de cigarros, e não temos visto mais essa escravidão disfarçada de liberdade.

A matemática aqui é simples: quem bebe é escravo do álcool e do vício, quem


adultera é escravo da prostituição, quem fuma é escravo da nicotina e do vício; quem
toma emprestado no cartão de crédito, sem ter como pagar, é escravo de mamom.

Atualmente, em nosso país, há cerca de 25 milhões de pessoas devedoras e com


nome inseridos no serviço de proteção ao crédito (SPC – órgão que lista os maus
pagadores do mercado), e pior ainda, metade dessas pessoas que estão com nome sujo
tem até 30 anos de idade.

Se fosse algo tão óbvio, não estaria acontecendo.


A grande sabedoria aqui é gastar menos do que se ganha. Esse raciocínio pode até
soar como algo óbvio, mas infelizmente não é isso que vemos por aí. Somos
constantemente bombardeados por propagandas de consumo, somos movidos pela cobiça
e ganância, temos uma natureza de ingratidão para com o que temos recebido de DEUS.

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Se uma pessoa ganha R$ 500,00/mês, por que querer ter uma despesa mensal de
R$ 600,00/mês? E esse problema não acontece somente na esfera dos salários mínimos,
eles podem ocorrer também com salários médios, onde uma pessoa ganha R$
4.000,00/mês, mas o custo de vida por ela adotado é de R$ 4.200,00/mês.

Para que eu tenha uma área financeira próspera e abençoada por DEUS, preciso
ganhar mais do que gasto com despesas fixas, já incluso o dízimo e a oferta. DEUS nos
diz: ”não devas nada a ninguém!”

“Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto,
imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra. A ninguém fiqueis
devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros.”
(Romanos 13: 7 e 8 a)

Nós como cristãos, somos os primeiros a ter que dar o exemplo de pagar todos os
tributos e impostos a que estamos sujeitos, seja sobre a renda, ou sobre os bens móveis e
imóveis, ou ainda sobre nossas atividades profissionais. Além disso, precisamos pagar
nossas contas em dia. Isso não significa que não podemos contrair dívidas.

Lembre-se que dívida é aquele gasto feito sem planejamento e com a incerteza da
condição de se quitá-la, deixando de viver de acordo com a realidade das nossas posses,
para viver uma vida de utopia. A exortação de Paulo é para que o crente não atrase os
pagamentos de sua dívida.

Só gaste aquilo que você tiver.


Para que ter mais que um cartão de crédito? Se um já é perigoso, pois uma
semana sem um controle rigoroso em seu uso pode significar um estouro no orçamento
mensal, o que dirá de dois, três ou até mais cartões? Usar um cartão não é pecado, mas
não deixa de ser um perigo.

Para se ter uma vida próspera, o primeiro passo a ser dado é aprender a viver com
aquilo que se ganha. Vivemos num mundo onde pouquíssimas pessoas são ricas e ao
mesmo tempo o bombardeio de propagandas para o consumo são enviadas a
praticamente todos. E é aí que entra o cartão de crédito e o perigo de gastar o que na
verdade não se tem.

Quando isso acontece, a dívida cresce numa proporção assustadora, pois os juros
cobrados são absurdos, Portanto, a prosperidade vem como resultado de se ter um
equilíbrio financeiro dentro do lar, cortando do orçamento as despesas que não se
encaixam na renda familiar.

O lado bom do cartão de crédito.


É claro que o uso do cartão de crédito oferece algumas vantagens ao usuário, se
não fosse assim, certamente o cristão não teria motivo de tê-lo. Seguem algumas
vantagens:

 Segurança por não precisar andar com dinheiro no bolso.

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 Centralizar o pagamento das despesas num único dia a ser escolhido:
É sempre bom que essa data seja próxima ao dia do pagamento do salário,
evitando que se gaste o dinheiro comprometido para quitação do cartão de crédito.

 Promoções de programas de milhagens, bônus, prêmios, etc.

 Compras a prazo e sem juros:


Dever dinheiro e contrair compromissos a prazo são coisas diferentes. Não há mal
algum usar o cartão de crédito e obter prazo para pagar algo, desde que se tenha a
certeza do futuro pagamento e de que no valor final não estão embutidos juros.

O lado ruim do cartão de crédito.

Porém, o uso do cartão de crédito deve ser constantemente vigiado, pois também
oferece algumas desvantagens, a saber:

 Perigo de se gastar um dinheiro que na verdade a pessoa não possui:


Se você vai ao supermercado com R$ 50,00 em dinheiro, levará no máximo R$
50,00 em produtos, já com o cartão de crédito você corre o risco de extrapolar o limite de
compras.

 Requer total controle diário dos gastos:


Pessoas desorganizadas que vão usando o cartão sem ao menos somar todas as
notinhas certamente serão surpreendidas com a chegada da fatura a ser paga.

 Taxas de juros altíssimas:


Atrasar o pagamento ou pagar o mínimo da fatura significar arcar com uma taxa
de juros de 12 a 15% ao mês, podendo entrar em uma escravidão e dívidas “sem fim”.

 Parcelar despesas consideradas fixas é um erro:


Despesas com supermercado, gasolina, remédio, etc, não podem ser parceladas.
No máximo parcele despesas que ocorram raramente como movéis, roupas, etc, e na
menor quantidade de parcelas possíveis, e sempre dentro de um planejamento.

Saiba usar o cartão de crédito.


E sempre é bom lembrar de algumas dicas no uso do cartão de crédito, que se
forem obedecidas, nos isentarão de uma enorme dor de cabeça:

 Nunca pague o mínimo da fatura.

 Não aceite as taxas cobradas por anuidade, negociando-as com a administradora.

 Tenha a data de vencimento próxima ao dia do pagamento do salário.

 Controle o saldo toda vez que usar o cartão para não ser pego de surpresa quando
da chegada da fatura.

 Não use o cartão de crédito para sacar dinheiro, os juros e tarifas são muito altos
e não compensam.

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 Não tenha cartões adicionais para evitar descontrole nos gastos e gerando mais
vantagens promocionais.

 Se você ficou enrolado nas dívidas, não pense duas vezes para inutilizar o cartão,
além de procurar a administradora para uma negociação.

95
Capítulo 12

Os Dízimos

Antes de te convencer, ou mesmo de tentar te convencer a respeito da importância


do dízimo, você precisa ter uma experiência pessoal com DEUS nessa área. E essa
experiência só vem quando você devolve o dízimo e sua oferta na igreja, portanto, preste
atenção nisso! Uma vida de fidelidade na devolução do dízimo é um grande indicador de
como anda o seu coração e a sua confiança diante de DEUS. Talvez, o último ato que
mostre a conversão de alguém à fé cristã, pode ser observado se ele devolve o dízimo e se
o bolso dele também “se converteu” a JESUS.

Definição do dízimo.
Curiosamente, de acordo com o dicionário Aurélio, a palavra “dizimar” significa
algo sem qualquer vínculo com a área financeira, já que “dizimar” é o mesmo que
“destruir, aniquilar e exterminar”. Lendo a bíblia não encontraremos em nenhum
momento a palavra "dizimar", mas encontraremos sim a palavra "dízimo". Isso é o que se
chama de neologismo, ou seja, economizar palavras a fim de passar uma mesma idéia. Ao
invés de dizer "vamos devolver ou entregar nosso dízimo", dizemos apenas "vamos
dizimar".

É verdade que não está gramaticalmente correto, mas cá entre nós, para um bom
entendedor, meia palavra já basta, não é verdade? Bem, se não existe o verbo “dizimar”
para a idéia financeira, existe o substantivo cujo significado, segundo o Aurélio, é:
"dízimo": [Do latim “decimu”, substantivo masculino 1. A décima parte). O dízimo significa
claramente 10% de um valor ou de algo (do hebraico “maaser” e do grego “dexatem”).

DEUS não pediu ao homem que calculasse o valor que deveria ser devolvido à Ele
de todo ganho como forma de adoração e gratidão, Ele simplesmente determinou que
fosse a décima parte. Na bíblia não encontraremos escrito que devemos devolver 10%, e
tampouco fala em porcentagem ou números. A palavra “dízimo”, por si só, já determina o
valor, ou seja, a décima parte dos ganhos e da renda.

“Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na


minha casa, e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se Eu não vos abrir as
janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida”. (Malaquias 3: 10)

Entregando o dízimo, estaremos obedecendo a Sua palavra, participando de Sua


obra, abençoando a igreja e como estamos debaixo da cobertura espiritual dela,
automaticamente aquele que entrega seu dízimo e sua oferta também é abençoado.

96
O dízimo tem origem no coração.
Dízimo é um conceito de fé cristã e um princípio bíblico, assim como qualquer
outro conceito cristão como perdão, oração, salvação, etc. Não adianta conhecer somente
a teoria de conceitos da fé cristã, como milagres, transformação de caráter, ou qualquer
outro. O desejado é viver e conhecer o lado prático de tudo isso.

E para praticar, é preciso crer com o coração. Não adianta somente aprender a
teoria da salvação, é preciso viver a salvação conquistada na cruz, caso contrário a pessoa
irá se entender com o SENHOR no dia do julgamento final. O mesmo vale para questões
financeiras na bíblia. É preciso conhecer, crer e praticar.

Devolver o dízimo deve ser sobre tudo um ato de gratidão, amor e obediência a
DEUS, e isso ensinará a respeito do desprendimento material. Abrir mão da mínima parte
do rendimento é declarar que a dependência não está na maior parte que sobrou, mas
que está em DEUS. A primeira atitude de um dizimista é crer no que se está fazendo e
fazer como forma de adoração e gratidão. O dízimo origina-se no coração.

“Porque com o coração se crê” (Romanos 10: 10 a)

Honramos a DEUS primeiro com o coração, e só depois com o dízimo.


Ninguém está isento da devolução do dízimo a DEUS. Honrar a DEUS nos dízimos
não se restringe àqueles que possuem dinheiro. Ter reservas de dinheiro não é a condição
para se devolver o dízimo. DEUS não está interessado no valor final do dízimo, Ele está
interessado é no nosso coração.

Muitas vezes, 10% de uma pequena renda ou de quase nada vale muito mais do
que 10% de uma grande renda, pois o que importa para DEUS é o ato de honrá-Lo. Para
dar honra a DEUS não é necessário ter boas condições financeiras. Para honrá-Lo basta
ter o coração voltado a Ele.

O dízimo é um chamado para todos.


DEUS não quer que Sua Igreja e Sua obra na terra sejam mantidas por
pouquíssimos ricos. Se assim fosse, haveria uma injustiça da parte Dele, pois as bênçãos
estariam restritas somente a essas pouquíssimas pessoas. Mas pelo contrário, Ele deseja
que todos, desde ricos até pobres, participem do sustento da Igreja, pois dessa forma
todas as pessoas seriam alvos das bênçãos Dele.

É um erro um pastor achar que sua Igreja depende de um empresário. Se ele cair
nesse erro, viverá em constante angústia e com medo de que um dia essa pessoa
simplesmente saia da igreja comprometendo o sustento da mesma.

A Igreja não é um negócio, tampouco é uma empresa que prioriza os “clientes”


ricos e despreza os “clientes” pobres – a Igreja não tem clientes, ela tem membros que
compõe um corpo. Essa é a forma que DEUS escolheu: o povo financiando Sua obra, não
que Ele precise, muito pelo contrário, nós é que precisamos financiar a obra através do
dízimo e das ofertas para que saibamos o que é ser abençoado, além de estar em
obediência à palavra.

97
O compromisso de DEUS.
DEUS tem 100% de compromisso com a Sua palavra, mas Ele tem o compromisso
com as finanças de uma pessoa somente depois que ela tem o compromisso com Ele
através dos dízimos e das ofertas. DEUS não falha em suas promessas, em hipótese
alguma. Se alguém falhar, certamente seremos nós. DEUS te convida a ter uma
experiência real na área financeira, pois Ele honra aquele que O honra.

“Portanto, diz o SENHOR DEUS de Israel: na verdade dissera eu que a tua casa e a
casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém agora diz o
SENHOR: longe de Mim tal coisa, porque aos que me honram, honrarei, porém
os que me desprezam, serão desmerecidos.” (1 Samuel 2: 30)

O dízimo não vale somente para os momentos bons.


Mesmo em meio a desertos financeiros e crises, precisamos nos manter fiéis no
dízimo e crermos em sua fidelidade. Isso fará toda a diferença na nossa área financeira. A
matemática do dízimo é diferente, onde dois mais dois não são quatro: pode ser cinco,
seis, sete...

“Fui moço, e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a
sua descendência a mendigar o pão.” (Salmo 37: 25)

O mundo não compreende o dízimo.


Quando o mundo secular fala sobre a igreja evangélica, já citam a questão do
dízimo, e isso com um tom de sarcasmo e com o objetivo de denegrir a imagem de
pastores e do rebanho geral.

Em qualquer segmento da vida, existem aqueles que mancham determinada


categoria de pessoas. Por exemplo, se um médico usou sua licença para agir de forma
incompatível com sua formação, não podemos generalizar e dizer que todos os médicos
não prestam.

Se um bispo católico cometeu pecado sexual com mulheres e crianças, não


podemos generalizar e dizer que todos os bispos católicos agem da mesma maneira.

Ou ainda, se um político desviou recursos públicos, não podemos afirmar que


todos os demais políticos roubam e não prestam. Partindo desse mesmo raciocino, se um
pastor evangélico desviou dinheiro da igreja, também não podemos dizer que todos os
pastores roubam.

DEUS não precisa do meu ou do seu dinheiro, Ele não precisa dos pregadores, e
também não precisa da Igreja. Com ou sem a existência de tudo isso, Ele continua sendo
DEUS e nós continuamos sendo criaturas. Em resumo, somos nós quem precisamos
Dele.

98
O dízimo é anterior à Lei.
Enganam-se aqueles que pensam que dízimo é algo novo na história da igreja, algo
como uma estratégia de pastores para enriquecerem. Ou ainda, se enganam aqueles que
consideram o dízimo como tendo sua origem na Lei do Antigo Testamento. E em função
disso, acham que se trata de uma prática que foi válida somente nos tempos mais
antigos, e que com a vinda de JESUS e a inauguração da época da graça, o dízimo não
mais teria sentido e validade.

Mas o fato é que o dízimo começou a ser oferecido a DEUS ainda antes das leis
terem sido dadas a Moisés, após a libertação do povo judeu do Egito quando eles eram
mantidos como escravos. Sendo assim, isso significa dizer que o dízimo é anterior às leis
do antigo testamento.

O dízimo no antigo e no novo testamento.


A verdade é que o dízimo não se originou na Lei de Moisés, pois ela é muito
anterior a esta. A Lei veio muitos séculos depois em que Abraão e os patriarcas viveram, e
estes já devolviam o dízimo (Gênesis 14: 20; 28: 22). Portanto, a lei não instituiu a prática
do dízimo, ela apenas o regulamentou e serviu para enfatizar a vital importância para
uma vida de adoração diante de DEUS.

JESUS veio para cumprir a lei (Mateus 5: 17). E nós, mesmo vivendo sob a graça,
também cumprimos a lei quando não matamos, não roubamos, não adulteramos, não
cobiçamos e não mentimos. E também devemos cumprir a lei no que se refere a devolver o
dízimo, como sinal de obediência, adoração a DEUS e ações de graça.

A época da graça não superou as leis morais. As leis morais possuem validade
eterna. A graça superou as leis cerimoniais, como por exemplo, as leis sacrificiais para
obtenção do perdão. Hoje, para obtermos perdão, não precisamos mais sacrificar um
animal perfeito. JESUS já fez isso por nós na cruz. A época da graça é o que nos fortalece
para cumprir os mandamentos de JESUS. Por tudo isso, observamos que o dízimo era
praticado antes da lei ser dada a Moisés, por toda a lei, e durante a nova aliança, vejamos
alguns textos:

A prática do dízimo era muito anterior à lei: “E bendito seja o DEUS Altíssimo, que
entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrão o dízimo.”
(Gênesis 14: 20)

A prática do dízimo ocorria durante a lei: ”Também todas as dízimas da terra,


tanto dos cereais do campo como dos frutos das árvores, são do SENHOR; santas são ao
SENHOR.” (Levítico 27: 30)

A prática do dízimo era honrada pelos profetas: “Trazei todos os dízimos à


casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o
SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós
bênção sem medida.” (Malaquias 3: 10)

A prática do dízimo se deu de forma posterior à lei: “Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes
negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé;
devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!” (Mateus 23:23)

99
O novo completou o antigo.
O dízimo não é um mandamento que se refere exclusivamente à Lei Mosaica. Não
é porque vivemos hoje debaixo da graça que somos isentos da responsabilidade de sermos
dizimistas. Ou será que como o nome “JESUS” não aparece no antigo testamento,
significa dizer então que não podemos vê-Lo nitidamente ao lermos os textos antigos?
JESUS aparece tanto no antigo, como no novo testamento. O antigo testamento é a
semente lançada e que deu como fruto o novo testamento. O antigo testamento é a raiz da
qual brotou o novo Testamento. O antigo é a sombra do novo. O antigo aponta para o
novo.

JESUS não veio para abolir as leis, Ele veio para cumpri-las. Dízimo não é uma
opção ao cristão, antes ele é uma devolução de uma dívida de gratidão a DEUS. E não são
9,99% nem 0,01%, ele não é devolvido se sobrar, mas deve ser devolvido como primícias
de uma renda, que é a primeira coisa a se fazer.

“Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas: não vim para revogar, vim
para cumprir.” (Mateus 5: 17)

O dízimo no novo testamento.

Os textos bíblicos que ensinam e explicam a doutrina do dízimo estão no antigo


testamento, enquanto que no novo testamento, está o endosso dessa prática. Não existe
qualquer passagem da nova aliança que condene a prática do dízimo. Nenhum discípulo,
apóstolo, ou escritor do novo testamento se manifestou contrário ao dízimo. Muito menos
JESUS se manifestou contra. Se todos eles não se opuseram, será que nós deveríamos
nos opor ao dízimo?

Cremos, dessa forma, que a nova aliança endossou e aprovou o princípio que já
existia muito antes da lei, não se fazendo necessária novas explicações pelos textos do
novo testamento sobre o conceito de dízimos. Cremos que isso já estava muito bem
definido e compreendido pelos cristãos da igreja primitiva.

O que o novo testamento fez foi abranger os ensinos com relação às ofertas, pois
essas sim precisavam de mais instruções à Igreja. Mas ainda assim, o novo testamento
fala dos dízimos, o aprovando e o sustentando como uma necessidade espiritual. JESUS
sempre confrontou a hipocrisia e a religiosidade dos fariseus, mas somente em um ponto
Ele não agiu assim. Ele confrontou a falta de misericórdia, justiça e fé, e não a falta do
dízimo, pois essa prática na verdade foi encorajada pelo SENHOR.

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque dais o dizimo da hortelã, do


endro e do cominho, e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da
lei, a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer essas coisas, sem
omitir aquelas”. (Mateus 23: 23)

Os fariseus, segundo as leis de tradição judaicas, eram proibidos de sentar à mesa


com alguém que não fosse dizimista, e Lucas registrou que um fariseu O convidou a se
sentar na mesma mesa (Lucas 7: 36). JESUS nunca foi acusado por qualquer fariseu de
não devolver o dízimo (e olha que acusar era a principal característica dos fariseus).

100
JESUS não dispensou seus discípulos de entregar o dízimo. Pelo contrário, foi Ele
mesmo quem disse que devemos exercitar a justiça, a misericórdia e a fé, porém sem
omitir a devolução a DEUS dos nossos dízimos. Os fariseus daquela época não foram
confrontados pela negligência dos dízimos, e sim porque não agiam com misericórdia,
justiça e fé.

O dízimo é um princípio espiritual.


Na verdade, o dízimo é uma lei espiritual criada por DEUS e não por homens.
Devolver o dízimo é cumprir um princípio espiritual criado por DEUS ainda antes de o
homem ser formado. É como o princípio da obediência: mesmo antes de Adão e Eva
existirem, a obediência já era tida por DEUS como uma ação valiosíssima.

A lei mosaica só veio oficializar e registrar algo que já precisava ser observado por
todo aquele que dizia caminhar com DEUS. Homens de DEUS já obedeciam aos princípios
espirituais antes mesmo de virarem leis e serem endossados pelo próprio SENHOR
JESUS. Da mesma forma ocorreu com os dízimos e ofertas.

O dízimo já havia sido esclarecido no antigo testamento.


É bem verdade que nas cartas pastorais do novo testamento, os escritores não
discorrem sobre a doutrina do dízimo. Na verdade, o dízimo já havia sido exaustivamente
abordado no antigo testamento, motivo pelo qual já era um assunto esclarecido, e,
portanto, não sendo mais necessário que o novo testamento o ensinasse novamente. Pelo
fato dos evangelhos citarem o dízimo como afirmações de conduta, entendemos que isso
não deveria ser para o cristão algo duvidoso, mas sim algo certo. O que excede a prática
do dízimo são as ofertas: dízimo é um valor já estabelecido, já a oferta é um valor
proporcional à generosidade de cada coração.

Vamos raciocinar juntos: se o dízimo foi abolido pela nova aliança e existia
somente na antiga aliança, a forma de contribuição hoje seria exclusivamente através das
ofertas. Dessa forma, as ofertas substituíram o dízimo, ou seja, o dízimo vigorou no antigo
testamento e a oferta é quem vigora no novo testamento. Por essa linha de pensamento, o
que importa nos dias de hoje é a oferta, conforme a generosidade do nosso coração, ou
seja, somos isentos da obrigação de devolver o dízimo. Correto? Errado! Pois se
pensarmos assim, deparamo-nos com um problema: se as ofertas substituem os dízimos,
por que será que DEUS as exigia também no antigo testamento, juntamente com os
dízimos? Se DEUS determinou a oferta como substituta do dízimo, a oferta não teria que
ser algo novo para a Igreja? Por que ela é exigida em ambas as alianças? Se formos contra
a prática dos dízimos na nova aliança, teremos que ser sinceros em admitir que não tem
sentido que a oferta seja uma exigência existente também na antiga aliança.

“... Porém não aparecerá de mãos vazias perante o SENHOR; cada um oferecerá
na proporção em que possa dar, segundo a bênção que o SENHOR seu DEUS lhe
houver concedido.” (Deuteronômio 16: 16 b e 17)

O fato é que se, tanto o dízimo quanto a oferta eram partes integrantes do culto a
DEUS na antiga aliança, concluímos que ambos continuam a valer na nova aliança. Um
não substituiu o outro, e se ambos eram observados antes, ambos devem ser observados
agora. Nenhum é melhor que ao outro, pois eles se completam. Se formos dizimistas,
devemos ser ofertantes. Se formos ofertantes, devemos ser dizimistas também.

101
Se uma pessoa justificar a não devolução do dízimo alegando que ele não faz parte
da nova aliança ou época da graça iniciada por JESUS, e sim que ele somente pertence à
época das leis, é mais sensato e recomendável que ela venda tudo o que estiver em seu
poder e doe a quantia integral aos pés dos apóstolos. Caso contrário, será um hipócrita,
assim como foi Safira e Ananias. O amor ao dinheiro demonstrado por esse casal levou-os
a mentir ao ESPÍRITO SANTO, e como conseqüência, eles foram riscados do mapa de
DEUS.

“Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava
exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era
comum. Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do
SENHOR JESUS, e em todos eles havia abundante graça. Pois nenhum
necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas,
vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos
apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha
necessidade. José, a quem os apóstolos deram o sobrenome de Barnabé, que quer
dizer filho de exortação, levita, natural de Chipre, como tivesse um campo,
vendendo-o, trouxe o preço e o depositou aos pés dos apóstolos”. (Atos 4: 32-
37)

A graça é a Lei e “mais um pouco”.


Extraímos o quadro abaixo da aula 05 que fala sobre a Graça de DEUS na apostila
“Entrando no Espírito”, pois se encaixa muito bem nesse contexto.

QUADRO LEI X GRAÇA.


Antes (época da lei). Agora (época da graça).
Bastava não assassinar. Além disso, não podemos guardar rancor.
Bastava não adulterar. Além disso, não podemos ser lascivo.
Bastava não testemunhar falsamente Além disso, não podemos julgar o próximo.
contra o próximo.
Bastava não odiar. Além disso, não podemos desejar o mal.

Hoje em dia, essas são as novas exigências que DEUS nos faz. Antes de
devolvermos a nossa décima parte, DEUS quer a nossa vida por completo; antes de dar
qualquer oferta, o coração já deve ter sido lançado no altar. Não matar, não roubar, não
adulterar, tudo isso já estava na lei. JESUS na nos isentou de cumprir com tais práticas.
E certamente Ele não nos isenta de cumprirmos com a prática do dízimo.

Estamos debaixo da graça, e por esse motivo entregamos os dízimos.


Precisamos ser sinceros em admitir que quando dizemos que vivemos debaixo da
graça e não mais da lei, isso quer dizer que a nossa responsabilidade no cumprimento da
vontade de DEUS é ainda mais exigente. Viver na graça só reforça ainda mais a
necessidade de obedecermos à Palavra e os mandamentos, e, por isso mesmo, não
podemos nem pensar em violar os mandamentos do SENHOR, matando, roubando,
adulterando, idolatrando, cobiçando, mentindo, etc. Não basta mais não adulterar, é
preciso também não ser lascivo.

Quando colhemos aquilo que plantamos na área financeira, é claro que houve a
manifestação de um princípio espiritual, mas não podemos nunca nos esquecer que
102
quando isso ocorre, é porque a graça de DEUS também se manifestou. Acima de qualquer
coisa, estejamos debaixo da graça. Graça significa DEUS te dar, derramar sobre sua vida,
te dizer “vá e jante fora com a sua família, vá e compre uma casa própria, vá viajar e
descansar meu filho”.

Mefibosete experimentou a graça de DEUS, e acreditem se quiser, sem ter


plantado absolutamente nada. A graça supera em muito o nosso legalismo. Graça não é
apenas receber gratuitamente algo que até poderíamos comprar. A graça de DEUS supera
isso. Ela também é dada para coisas que nós jamais poderíamos comprar ou conquistar.
Algo que recebemos que tem um valor fora de nossa realidade de alcance.

“Então lhe disse Davi: não temas, porque usarei de bondade para contigo, por
amor de Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de Saul, teu pai, e tu

comerás pão sempre à minha mesa (...) Comeu, pois, Mefibosete, à mesa de
Davi, como um dos filhos do rei (...) Morava Mefibosete em Jerusalém, porquanto
comia sempre à mesa do rei. Ele era coxo de ambos os pés. (2 Samuel 9: 7, 11 e
13)

Para Mefibosete, comer na mesa do rei era algo completamente irreal e impossível
aos olhos humanos. Mas não impossível aos olhos de DEUS. Isso é justamente a graça
Dele sobre nós.

O dízimo é uma maneira de financiar o evangelho.


Como cristãos, vivemos debaixo de duas estruturas de governo: uma é espiritual, e
outra é secular, e ambas possuem suas respectivas fontes de sustento. A estrutura
secular é representada pela instituição chamada Governo. Ao Governo pertencem os
impostos, taxas e tributos dos mais variados.

“Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar tributo a César, ou não? JESUS, porém,
conhecendo-lhes a malícia, respondeu: por que me experimentais, hipócritas?
Mostrai-me a moeda do tributo. Trouxeram-lhe um denário. E Ele lhes perguntou: de
quem é esta efígie e inscrição? Responderam: de César. Então lhes disse: daí, pois,
a César o que é de César, e a DEUS o que é de DEUS.” (Mateus 22: 17-21)

Já a estrutura espiritual é representada pela instituição chamada Igreja. À Igreja


(casa do tesouro) pertencem os dízimos e as ofertas. Essa é a fonte de sustento, mediante
a vontade de DEUS, para que haja financiamento das obras sociais, sustento dos
pastores, missionários e obreiros, reformas, construções e compra de templos, pagamento
de alugueis e impostos, etc.

DEUS determinou que as igrejas fossem sustentadas financeiramente através dos


dízimos. A obra é financiada com ações e não somente com boas intenções. Hoje o dízimo
é usado para sustentar missões, igrejas, pastores, etc. O dízimo é uma forma de
financiamento da obra de cada igreja de JESUS CRISTO.

Infelizmente o número de membros que devolvem seu dízimo a DEUS é muito


pequeno se comparado com o número de membros das igrejas. As igrejas crescem em
número de pessoas, mas não proporcionalmente em riqueza. Note que estamos falando de
uma riqueza santa, pertencente ao Reino de DEUS, e a ser usada para a expansão do
evangelho por todo o mundo.

103
E praticamente todos os cristãos que não devolvem seu dízimo não o fazem não
porque não querem, muito pelo contrário, até desejam isso, mas não o fazer porque sua
vida financeira está totalmente arruinada e bagunçada. Mas quando não o fazem, ainda
assim deixam de ser abençoados.

Pastores, missionários e obreiros que vivem dos recursos devolvidos como dízimos
dos membros de uma igreja não só devem receber, como devem devolver o dízimo. No
antigo Israel havia a tribo de Levi, uma das doze tribos, que tinha sido separada por
DEUS para oficiar exclusivamente no templo. Eles eram os sacerdotes que DEUS havia
colocado para administrar e aplicar os recursos devolvidos por dízimo através de renúncia
em trabalhar e prosperar nas terras.

E esses sacerdotes, por lei de DEUS, receberiam seu sustento através desses
valores com duas obrigações: também deveriam devolver seu dízimo, ou seja, dízimo do
dízimo; e responderiam diante da justiça do SENHOR por eventual falha ou falta na
administração.

“Também falarás aos levitas, e lhes dirás: quando receberdes os dízimos da parte
dos filhos de Israel, que vos dei por herança, deles apresentareis uma oferta ao
SENHOR; os dízimos dos dízimos.” (Números 18: 26)

O primeiro dizimista.
Não podemos afirmar que Abraão foi o primeiro dizimista da história, mas o que
podemos afirmar é que ele foi a primeira pessoa citada na bíblia a praticar essa forma de
adoração. Mas muito provavelmente, devolver o dízimo a DEUS já era uma prática comum
ainda antes de Abraão por aqueles que criam na existência do DEUS de Abraão.

“... e de tudo lhe deu Abraão o dízimo.” (Gênesis 14: 20)

O mais famoso texto sobre dízimos.


O capítulo 3 do livro de Malaquias é, sem dúvida, o texto mais conhecido que fala
sobre os dízimos. Nesse texto, DEUS levanta um profeta para alertar o povo sobre a sua
infidelidade e a quebra de alianças para com Ele. As janelas dos céus foram fechadas
porque o povo escolheu reter os dízimos e as ofertas devidas a DEUS. E essa escolha de
Israel era um sinal evidente de seu esfriamento espiritual, de seu afastamento de DEUS.

Apesar de o templo ter sido restaurado nos dias dos profetas Ageu e Zacarias (520
a.C.), cerca de setenta a cento e vinte anos depois, o templo estava em funcionamento,
mas com uma adoração superficial que foi denunciada pelo último profeta do antigo
testamento. Naquela altura, o povo enfrentava frieza espiritual, desigualdade social e
dificuldades financeiras.

Malaquias traz então uma mensagem de confronto em que dizia que esses
problemas só seriam resolvidos se o povo retornasse aos caminhos de honrar, adorar,
servir e amar a DEUS. Os problemas enfrentados não tinham origem em DEUS. Pelo
contrário, todo o sofrimento tinha origem nos próprios erros da nação (Lamentações 3:
39).

104
O profeta começa a sua mensagem dizendo que DEUS não muda. Essa
imutabilidade Dele mantém a Sua infinita misericórdia, sendo a causa de seu povo já não
ter sido consumido (Lamentações 3: 22). Ninguém tem a paciência que Ele tem.

“Porque Eu, o SENHOR, não mudo (...)” (Malaquias 3: 6 a)

Nesse contexto, quando DEUS chama o povo de “filhos de Jacó”, é como se Ele
estivesse dizendo que o povo havia se tornado “enganador, trapaceiro e suplantador” –
esse é o significado do nome “Jacó”. O povo só não havia sido destruído por causa do
infinito amor Dele.

“(...) por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.” (Malaquias 3: 6 b)

Qualquer pecado tem a capacidade de deixar os olhos embaçados, ou até mesmo


cegos. A primeira pergunta de um pecador é: “Mas o que eu tenho feito demais? Você tem
certeza que isso é errado? Não acho isso tão grave como você está dizendo...”. O povo
então, pergunta, não sabemos se de uma forma irônica ou como quem já estivesse
completamente cego em uma ignorância espiritual: “Em que temos de nos tornar a Ti
SENHOR? Em que temos de nos converter?”

DEUS então chama o povo a retornar às suas leis, e a guardar os seus


mandamentos. Aqueles que se rebelaram deviam retornar à prática da adoração. Em
outras palavras, deveriam se arrepender, mudando as suas atitudes. Tais mudanças
somente são comprovadas quando os frutos do arrependimento aparecem (Mateus 3:8).

“Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os
guardastes; tornai-vos para mim, e Eu me tornarei para vós outros, diz o
SENHOR dos Exércitos; mas vós dizeis: em que havemos de tornar?” (Malaquias
3: 7)

O profeta então responde taxativamente: “Tem certeza que vocês roubarão a


DEUS?”. Será mesmo que nós, meros mortais, temos a capacidade e a inteligência de
roubar a DEUS sem que Ele tome conhecimento? Antes que o povo respondesse a
pergunta, é DEUS mesmo quem responde através da boca do profeta: “Vós me roubais
sim”. O verbo hebraico desse texto aponta para uma idéia de “trapaça”. A nação
trapaceando a DEUS e achando que estava indo tudo muito bem.

“Roubará o homem a DEUS? Todavia vós me roubais,(...)” (Malaquias 3: 8 a)

O povo então, com ar de espanto, se volta a DEUS com uma pergunta: “É sério,
mas em que estamos te roubando DEUS? O SENHOR está realmente certo disso?” Então
finalmente vem a resposta: “vocês me roubam nos dízimos e nas ofertas”.

“(...) e dizeis: em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.” (Malaquias 3: 8


b)

Ao roubarem a DEUS, o povo atrai sobre si próprio a maldição. Nesse caso, a


maldição nada mais é do que a conseqüência de uma quebra de lei espiritual, sendo
manifesta pela justiça de DEUS.

“Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação


toda.” (Malaquias 3: 9)

105
Mas sempre haverá saída e retorno ao Seu povo. É aí que o profeta mostra o
caminho no qual o povo deveria retornar: “Tragam todos os dízimos de volta à casa do
tesouro”. Pode bem ser que o povo retivesse parte do dízimo, ou mesmo o retivesse por
inteiro. Não importa, em ambos os casos, eles estavam trapaceando Aquele que é
impossível de ser enganado. Isso aos olhos do profeta nada mais é do que desprezar a
DEUS e se afastar Dele.

“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na


minha casa, (...)” (Malaquias 3: 10 a)

Sendo o dízimo a porcentagem de devolução do povo de DEUS que estava na


primeira aliança, será que nós, que estamos na segunda aliança, deveríamos dar menos
que isso (conforme Mateus 23: 23)? A Igreja que dizima fielmente está pronta para
enfrentar qualquer situação, seja ela boa (ao abrir as janelas dos céus), seja ela ruim aos
nossos olhos (ao entrar no deserto para forja de caráter). O cristão que não dizima está
roubando a DEUS, e isso nada mais é do que um sinal de seu desprezo e afastamento de
DEUS.

DEUS, então, pela primeira e única vez na bíblia, convida o povo a fazer prova
Dele, assim que os devidos dízimos e ofertas fossem devolvidos. A proposta de DEUS é:
derramar bênçãos mais do que suficientes, e mais do que o povo necessitaria.

“E provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se Eu não vos abrir as


janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida”. (Malaquias 3:
10 b)

Nenhuma igreja precisa do nosso dinheiro, e tampouco DEUS. Ele não precisa de
absolutamente nada, e é a igreja quem precisa muito Dele – da Sua unção e do poder do
ESPÍRITO SANTO.

Mas o dízimo é a maneira escolhida por DEUS para financiar o Reino dos Céus na
terra. É em função da entrega dos dízimos que o próprio DEUS repreende o devorador que
acaba com as finanças. É bem verdade que plantamos o que colhemos (Gálatas 6: 7), e
que a graça nos isenta das conseqüências da morte eterna. Muitas vezes, nossos erros
ainda repercutirão, como por exemplo, o caso de uma adolescente solteira que engravida.
Mas quando devolvemos o dízimo, a repreensão ao devorador é algo que ocorre de
imediato, instantâneo. É como se ele, que vinha consumindo os recursos, tivesse a boca
costurada para não mais nos trazer prejuízos financeiros.

E mais ainda, a fidelidade nos dízimos restaura a saúde financeira, eliminando a


esterilidade de nosso solo. O que era morto passa a ter vida e esperança. Uma nova unção
é derramada de forma a trazer prosperidade em tudo que se coloquem as mãos.

“Por vossa causa repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto
da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos.”
(Malaquias 3: 11)

Devolver o dízimo a DEUS, isto é, na casa do tesouro, desencadeia uma série de


reações no mundo espiritual. E infelizmente, reter o dízimo que é devido a DEUS, também
reflete as suas conseqüências. Abaixo podemos ver as boas e as más conseqüências.

 As igrejas mantêm suas portas abertas:


Alimento espiritual para o rebanho e porta de salvação aos perdidos.

106
 As missões são financiadas:
A palavra de DEUS chega aos que não conseguem chegar à igreja.

 Temos a chance de fazermos prova Dele:


Por toda a bíblia essa é a única vez que DEUS permite, autoriza, incentiva e nos
convida a prová-Lo. É uma chance de contemplar com os olhos o agir poderoso de DEUS.
Testificar a Sua existência, o que sem dúvida aumenta a nossa fé.

 DEUS abre as janelas do céu sobre a vida de quem devolve o dízimo:


Os céus são abertos, fazendo com que o plano espiritual se mescle com o plano
físico. As promessas conquistadas na cruz por JESUS, que até então estão no plano
espiritual, são então trazidas ao plano físico, virando uma realidade na vida da pessoa
fiel.

 DEUS derrama bênção sem medida:


Significa que DEUS nos dá muito mais do que imaginamos. DEUS é um DEUS de
surpresas, de novidades. Isso vai muito mais além de que DEUS nos dará mais coisas no
sentido quantitativo. Dar mais do que imaginamos pode significar dar algo que a gente
necessite, mas que a gente nem tenha noção disso, e que só mais tarde é que venhamos a
perceber como precisávamos daquilo que nos foi dado.

 DEUS prova a sua fidelidade:


Uma aliança, um pacto é estabelecido entre aquele que devolve o dízimo e Aquele
que criou tudo e todos. A aliança de DEUS é sinal de Sua fidelidade e de sua lealdade.

 O devorador é repreendido:
DEUS faz questão de paralisar a ação dos demônios devoradores que roubam os
bens, diminuem a renda, aumentam as despesas e geram gastos inesperados. Tudo isso é
cessado de sobre as finanças daquele que devolve o dízimo.

 Cessam os prejuízos e os roubos causados pelo devorador:


Qualquer matemático afirmaria que 100% contêm maior quantidade do que 90%.
Porém, não precisa ser um matemático cristão para afirmar, com todos os números, que
90% com DEUS são mais que 100% com o devorador. Basta uma rápida olhada ao seu
passado e ver que hoje, sendo dizimista, seu dinheiro rende muito mais e é bem melhor
aplicado do que nos tempos da ignorância (Atos 17: 30).

 A terra se torna fértil:


O fruto do nosso trabalho deixa de ser estéril. Há prosperidade nas mãos daqueles
que devolvem o dízimo, tudo que se toca prospera, tudo que se faz trás retorno positivo e
alegre. A nossa terra, isto é, nossa vida, nossos negócios e empreendimentos passam a
frutificar.

 O nome de DEUS passa a ser reconhecido por todos:


Há um reconhecimento do nome de DEUS. As pessoas são obrigadas a dar o braço
a torcer e reconhecer o agir de DEUS diante das circunstâncias.

 Patente espiritual:
Há um reconhecimento de seu nome no mundo espiritual. O nome daquele que
devolve o dízimo passa a ser conhecido nas regiões espirituais, tanto no Reino dos Céus
quanto no império das trevas. Há um revestimento de poder e autoridade sobre as
finanças.

107
 Benção ou maldição:
Por trás dos dízimos e das ofertas está um princípio espiritual de benção ou
maldição. Devolver o dízimo a DEUS atrai bênçãos do céu, enquanto que retê-lo atrai
maldição. O ato de devolver o dízimo leva consigo uma conseqüência espiritual, a bênção
de DEUS. Retê-lo também leva consigo uma conseqüência, a maldição. Não existe uma
posição neutra no mundo espiritual.

A ausência do dízimo é alimento para o devorador.

Nosso inimigo anda ao nosso derredor procurando alguma brecha, e uma delas
pode ser a área financeira. Ser sóbrio e vigilante é encarar a vida de uma maneira séria,
inteligente e realista, procurando conhecer as intenções e estratégias de satanás.

“Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário anda em derredor, como


leão que ruge, procurando alguém para devorar.” (1 Pedro 5: 8)

“Quem abre uma cova, nela cairá, e quem rompe um muro, mordê-lo-á uma
cobra.” (Eclesiastes 10: 8)

Não devolver o dízimo e não ofertar é roubar e se apropriar do que não é nosso.
Quem faz isso não sofre uma conseqüência social, mas sofre uma conseqüência
espiritual. A ausência do dízimo na nossa vida serve de alimento para o devorador, e
maldição para si.

Os demônios que atuam na área financeira passam a ter legalidade para agirem.
Entre eles, podemos citar:

 bancarrota:
demônio que traz falência.

 tranca-rua:
demônio que traz paralisia financeira.

 maria mulamba:
demônio que traz miséria e sujeira.

 mamom:
demônio que traz idolatria e amor, ao dinheiro e às riquezas.

 gafanhotos:
demônios devoradores, citados logo a seguir.

Os gafanhotos são insetos bastante comuns no antigo Oriente, sendo conhecidos


pela devastação e ruína que causam. Em apenas um quilômetro quadrado, se concentram
cerca de cinqüenta milhões de insetos.

“Narrai isto a vossos filhos, e vossos filhos o façam a seus filhos, e os filhos destes à
outra geração. O que deixou o gafanhoto cortador comeu-o o gafanhoto
migrador; o que deixou o migrador comeu-o o gafanhoto devorador; o que deixou
o devorador comeu-o o gafanhoto destruidor.” (Joel 1: 3 e 4)

108
Os gafanhotos, na cultura oriental, eram comparados a exércitos. Mais
especificamente, no primeiro capítulo de Joel, eles são comparados a exércitos de
invasores inimigos. Uma destruição ecológica arruinava qualquer economia durante anos.
O desmatamento e a devastação das plantações eram táticas de guerra que visavam
castigar e acelerar a rendição de povos.

Os comentaristas dizem que os quatro tipos de gafanhotos citados na profecia de


Joel se referem a quatro estágios diferentes de suas atuações, a saber:

 Gafanhoto Cortador:
Ele vem a faz um corte nas finanças. É um gasto esporádico, eventual, um
imprevisto. Exemplo: não devolveu o dízimo e o carro quebrou.

 Gafanhoto Migrador:
A pessoa já se acostumou a não devolver o dízimo, já virou algo habitual, ela abre
a sua porta e esse gafanhoto migra para sua área financeira. Passa a ser uma constância
os prejuízos.

 Gafanhoto Devorador:
A pessoa já está na mão dos demônios que atuam na área financeira. Esses
gafanhotos passam a devorar os bens, tudo que a pessoa tem.

 Gafanhoto Destruidor:
É o golpe final. Esse gafanhoto é responsável por finalizar o ataque acabando
totalmente com as finanças da pessoa e até a sua própria vida.

Esses insetos agem como uma verdadeira praga para destruir as plantações. O
seu ataque simboliza o prejuízo financeiro.

“Fez da minha vide uma assolação, destroçou a minha figueira, tirou-lhe a


casca, que lançou por terra; os seus sarmentos (galhos) se fizeram brancos.”
(Joel 1: 7)

A vide e a figueira representavam a segurança e a prosperidade material de uma


nação, portanto, a sua destruição representava a derrota e o prejuízo em todos os
sentidos ao povo. Vemos ainda no texto, como a ação do gafanhoto é devastadora ao
ponto de se consumirem todos os galhos e as cascas das árvores, e não apenas a
vegetação. O dano causado à casca pode levar essa árvore a não mais produzir seus
frutos. A ação era tão intensa que até seus galhos se tornavam brancos (sem casca).

A prioridade para DEUS é a prosperidade espiritual.


Precisamos ser sinceros em admitir que a prosperidade financeira e a saúde física
não são conseqüências dadas como certas e absolutas, como respostas à nossa fidelidade
a DEUS – fidelidade em todos os sentidos e não somente nas finanças – não sendo isso
uma obrigação Dele. Acima de tudo está a Sua soberania em todas as situações. Porém,
podemos afirmar que a prosperidade espiritual (intimidade, saúde na alma, unção) passa
a ser dada como certa sobre a vida do cristão que é fiel.

Quando somos fiéis nos dízimos e nas ofertas, podemos entrar em qualquer
deserto financeiro que nossas orações serão ouvidas por Aquele que é poderoso para nos

109
dar infinitamente mais do que pedimos ou pensamos (Efésios 3: 20). A maior riqueza é, de
longe, a espiritual, e não a material.

“Todas as nações vos chamarão felizes, porque vós sereis uma terra
deleitosa, diz o SENHOR dos Exércitos. (...) Então vereis outra vez a diferença
entre o justo e o perverso, entre o que serve a DEUS e o que não serve.”
(Malaquias 3: 12 e 18)

Por fim, o profeta Malaquias nos diz que há uma diferença entre aquele que O
serve e aquele que não O serve. Essas diferenças não só serão identificadas no dia do
julgamento final, em que cada pessoa nascida na história do mundo deverá prestar
contas de sua vida a DEUS (Mateus 12: 36 e 37), como também essas diferenças já
aparecem durante esses dias de vida na terra. Veremos uma diferença clara entre cristãos
e incrédulos, e esse é o compromisso de DEUS.

A fidelidade do dízimo é indicador de avivamento


A fidelidade na devolução dos dízimos é um sinal evidente de avivamento
espiritual. Quando há avivamento espiritual, há a devolução dos dízimos, tanto em
termos individuais, como coletivos (Igreja).

“Logo que se divulgou esta ordem, os filhos de Israel trouxeram em abundância as


primícias do cereal, do vinho, do azeite, do mel e de todo produto do campo;
também os dízimos de tudo trouxeram em abundância. (...) Desde que se
começou a trazer à Casa do SENHOR estas ofertas, temos comido e nos temos
fartado delas, e ainda há sobra em abundância; porque o SENHOR abençoou ao seu
povo, e esta grande quantidade é o que sobra. (...) Uma vez preparados,
recolheram neles fielmente as ofertas, os dízimos e as coisas consagradas.
(...) Dentre os sacerdotes, filhos de Arão, que moravam nos campos dos arredores
das suas cidades, havia, em cada cidade, homens que foram designados
nominalmente para distribuírem as porções a todo homem entre os sacerdotes e a
todos os levitas que foram registrados. (...) Em toda a obra que começou no
serviço da Casa de DEUS, na lei e nos mandamentos, para buscar a seu
DEUS, de todo o coração o fez e prosperou”. (2 Crônicas 31: 5, 10, 12 a, 19 e 21)

Dízimo também é adoração.


O dízimo é um momento de adoração a DEUS. Não foi um pastor que inventou o
momento certo da hora do dízimo durante um culto. Foi o próprio DEUS quem revelou
como ordenança. É isso que DEUS espera de cada um de nós. E não que caiamos na
tentação de reter o que não é nosso e assim roubar a DEUS. Dízimo é uma questão de
adoração. E é no santuário que faremos chegar nosso dízimo.

“A esse lugar (santuário) fareis chegar os vossos holocaustos, e os vossos


sacrifícios, e os vossos dízimos, e as ofertas das vossas mãos, e as ofertas
votivas, e as ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e das vossas
ovelhas.” (Deuteronômio 12: 6)

110
Capítulo 13

As Ofertas

Além dos dízimos, existe uma outra contribuição financeira que precisa ser
observada pelo crente. Estamos falando das ofertas. A não entrega de ofertas, assim como
a não devolução dos dízimos, é considerado por DEUS um roubo, o que atrai maldição
segundo a bíblia. De uma forma clara, a maldição é a ausência da benção, e a benção é a
ausência da maldição. Não existe um lugar neutro para se estar.

Quando o profeta Malaquias foi levantado por DEUS para exortar a nação de
Israel, DEUS estava dizendo ao povo que o roubo não se dava somente pela negligência
dos dízimos. O roubo se dava também pela negligência das ofertas. Nós precisamos ser
fiéis não apenas nos dízimos, mas inclusive nas ofertas.

“Roubará o homem a DEUS? Todavia vós me roubais, e dizeis: em que te


roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.” (Malaquias 3: 8)

A oferta não substituiu o dízimo.


A oferta de maneira alguma substituiu o dízimo no novo testamento. Pelo
contrário, a oferta vem desde o antigo testamento, também como uma prática ordenada
por DEUS.

“... Porém não aparecerá de mãos vazias perante o SENHOR; cada um oferecerá
na proporção em que possa dar, segundo a bênção que o SENHOR seu DEUS lhe
houver concedido.” (Deuteronômio 16: 16 b e 17)

Assim como o dízimo e a oferta existiam muito antes da lei, e inclusive durante a
lei, ambos também existem no novo testamento, ou seja, na época da graça. Se não fosse
assim, não veríamos as ofertas praticadas por todo o antigo testamento e sendo mantidas
no novo testamento. Oferta, dízimo, primícias e lei de semeadura são princípios
espirituais que sempre existiram e continuarão a valer até que passemos a habitar na
glória de DEUS.

O cálculo da oferta.

O dízimo possui uma base de cálculo já definida, que é a décima parte do ganho.
Já o valor da oferta tem como base de cálculo o coração de quem oferta. As ofertas não
podem ser confundidas com dízimos. Oferta é oferta, e dízimo é dízimo. A oferta é aquilo
que excede o dízimo, e será dada mediante o valor que DEUS colocar no coração do
ofertante, e mediante a generosidade de cada um.

“Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou


por necessidade, porque DEUS ama a quem dá com alegria.” (2 Coríntios 9: 7)

111
A oferta não é medida pelo valor em si.
As ofertas não são medidas por DEUS em termos de valores absolutos. Elas são
medidas em termos de fidelidade. Como exemplo, temos a oferta da viúva pobre. O que
vale no ato de ofertar é o amor, o compromisso e o sacrifício.

A oferta remete ao conceito de um valor livre, isso porque a oferta é um presente.


Quando presenteamos alguém, queremos fazer uma agradável surpresa, não é verdade? A
oferta dada a DEUS deve seguir essa mesma linha. Embora não possamos esconder nada
do conhecimento Dele, ainda assim Ele espera que a nossa oferta seja uma grata
surpresa.

A oferta por sua natureza tem como característica a voluntariedade, ela jamais
pode ser algo imposto por alguém. Sendo assim, as ofertas são voluntárias, mas a sua
omissão é tratada por DEUS como pecado de roubo.

“Roubará o homem a DEUS? Todavia vós me roubais, e dizeis: em que te


roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.” (Malaquias 3: 8)

DEUS ama quem dá com alegria. Se ofertarmos com dor no coração, o sacrifício
não deixa de subir ao céu. Mas quando damos com alegria, a oferta sobe como aroma
agradável a DEUS, pois provem de um coração alegre e não coagido a dar (sob um jugo).
A contribuição através das ofertas não é uma opção ao cristão, mas sim uma dívida de
gratidão, que deve ser “paga” com alegria.

Ofertar ao SENHOR é, sim ou sim, uma maneira de adorá-lo. E ofertar na vida de


alguém é uma caridade, além de ser uma adoração.

A palavra “caridade” vem do latim “caritas”, que significa amor. “Filantropia” vem
do grego “phileo”, que também significa amor. Por aí entendemos que caridade é um ato
de amor ao próximo e a DEUS. Por outro lado, a palavra hebraica para “caridade” é
“tzedakah” originária da palavra “tzedek”, que significa justo (como na palavra justiça).

Portanto, entendemos que caridade não se resume somente a um ato de amor,


mas é também um ato de justiça, a fim de criar condições necessárias para manifestar a
justiça no mundo. Em resumo, dar é uma obrigação de acordo com os padrões divinos.

Com isso, todos, de qualquer classe social, são levantados por DEUS para
participarem do sustento e financiamento da casa do SENHOR. A oferta que damos reflete
a condição real do nosso coração.

Quanto mais amor, maior a oferta.


Qualquer oferta deve ter como principal motivação o amor. O amor é a sustentação
de qualquer oferta. JESUS se ofertou por amor. Acompanhando esse raciocínio,
observamos que os que mais ofertam são aqueles que mais amam.

“Nisto conhecemos o amor, em que CRISTO deu a sua vida por nós; e devemos dar
nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo e vir a
seu irmão padecer necessidade e fechar-lhe o seu coração, como pode
permanecer nele o amor de DEUS? Filhinhos, não amemos de palavra, nem
de língua, mas de fato e de verdade.” (1 João 3: 16-18)

112
De nada adianta viver sem desenvolver o amor e a misericórdia, representados no
ato de ofertar. De nada vale uma oferta dada sem amor. È muito mais honroso ofertar
pouco com amor, do que grandes coisas sem amor.

“E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que
entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso
me aproveitará.” (1 Coríntios 13: 3)

A oferta traz o equilíbrio financeiro.


Quando ofertamos na igreja ou na vida dos irmãos, somos instrumentos de DEUS
para trazer igualdade de condições entre as pessoas. A nossa oferta gera um equilíbrio
financeiro. A vontade de DEUS é que as ofertas proporcionem equidade e não
desigualdade.

“Porque não é para que os outros tenham alívio, e vós, sobrecarga; mas para
que haja igualdade, suprindo a vossa abundância no presente a falta
daqueles, de modo que a abundância daqueles venha a suprir a vossa falta,
e assim haja igualdade, como está escrito: o que muito colheu, não teve
demais; e o que pouco, não teve falta.” (2 Coríntios 8: 13-15)

Toda oferta é voluntária.


Quando pensamos em oferta, pensamos em algo espontâneo. Toda oferta precisa
ser dada de maneira voluntária. Não existe oferta dada sob coerção. Ninguém pode nos
constranger, forçando qualquer situação para que ofertemos. A voluntariedade é uma
exigência de qualquer oferta.

E quando damos uma oferta, qualquer que seja ela, não existe mal algum em que
uma expectativa de retorno seja criada em nosso coração, desde que não seja essa a
nossa motivação, e desde que o tempo e a maneira de DEUS sejam respeitadas.

A oferta da viúva pobre.


Um dos textos mais conhecidos sobre oferta é o que fala sobre a história da viúva
pobre. Antes de qualquer coisa, se coloque no lugar dessa viúva, sabendo que as
mulheres da época não tinham nenhuma perspectiva de futuro quando perdiam o
marido.

“Assentado diante do gazofilácio, observava JESUS como o povo lançava ali o


dinheiro. Ora, muitos ricos depositavam grandes quantias. Vindo, porém, uma
viúva pobre, depositou duas pequenas moedas correspondentes a um
quadrante. E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: em verdade vos digo que
essa viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os
ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da
sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento.” (Marcos 12: 41-
44)

O texto diz que JESUS estava assentado perto do local onde as ofertas eram
colocadas, e que ficava a observar a maneira com que as pessoas contribuíam. A viúva
113
deu apenas as suas duas únicas pequenas moedas, cujo valor representava a menor
oferta legal da época, sendo que essa oferta foi considerada por JESUS de muito mais
valor que todas as demais.

Praticamente nada se faria com essas duas moedinhas, mas, mesmo assim,
JESUS considerou essa a maior oferta dada. Por que ela foi a maior oferta? Dar quando
se tem muito? Dar do que sobra? As sobras são dadas a um animal e não a DEUS. Dar a
sobra para DEUS significa desonrá-Lo. A viúva deu tudo o que ela tinha, apesar de ela
não ter praticamente nada. A sua oferta expressou a certeza de que tudo que ela tinha
pertencia a DEUS. Essa história nos traz alguns ensinamentos, vejamos:

 Espontaneidade:
Qualquer oferta deve ser espontânea. Ninguém a obrigou, ela ofertou porque quis,
de forma livre. Ela não ofertou sob coerção, mas sob a fé de que DEUS era o seu sustento.

 Amor:
A viúva ofertou não por obrigação, mas por amor a DEUS.

 Desprendimento:
Ela deu tudo o que possuía, não ficando com nada. Ela não reteve, mas antes
ofertou com a máxima liberalidade possível.

 Generosidade:
Ela deu tudo, não colocou suas necessidades à frente. Uma triste constatação dos
nossos dias é que há mais generosidade no coração de pessoas pobres de que nas ricas.

 Fé:
A viúva creu na provisão. No contexto da época, uma viúva era alguém sem
perspectiva alguma na sociedade. Mas, mesmo assim, ela demonstrou uma fé de que ela
não dependia do favor de homens, mas sim do favor de DEUS.

 Sacrifício:
Toda oferta deve simbolizar um ato de sacrifício. Por todo o antigo testamento
vemos que para alguém se aproximar de DEUS necessariamente deveria apresentar um
sacrifício. Certamente que nossa reconciliação com DEUS aconteceu no momento do
sacrifício de JESUS na cruz. Mas não podemos ignorar o fato de que, ainda hoje, se
quisermos ter uma intimidade sobrenatural com DEUS, devemos oferecer alguns outros
sacrifícios, não mais de sangue, mas de renúncias de vida. A oferta da viúva foi maior que
a sua condição permitia. É fácil dar quando se tem uma sobra. A oferta de sacrifício
ocorre quando ela representa um valor maior que as condições naturais nos permitiriam.

“Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas,
se mostraram voluntários.” (2 Coríntios 8: 3)

A oferta gera unidade espiritual.


Uma oferta tem a capacidade de trazer união ao Corpo de CRISTO. É muito raro
alguém se esquecer que um dia foi alvo de uma oferta, não importando aí o valor dela.
Apenas o fato de alguém se preocupar e ofertar na vida de um irmão, já é motivo, mais
que suficiente, para criar um vínculo de amor. A pessoa que recebe a oferta sempre se
recordará desse fato em suas orações, e certamente, a pessoa que ofertou passa a ser um
dos motivos de suas orações.
114
“Visto como, na prova desta ministração, glorificam a DEUS pela obediência da
vossa confissão quanto ao evangelho de CRISTO, e pela liberalidade com que
contribuís para eles e para todos, enquanto oram eles a vosso favor, com
grande afeto, em virtude da superabundante graça de DEUS que há em vós.” (2
Corintíos 9: 14)

Precisamos estar atentos e obedecer à direção de DEUS quando Ele nos mostrar
para quem ofertar, o que ofertar e quanto ofertar. Quando cumprimos isso, ganharemos
uma rede de intercessão e amizades dentro da igreja.

A oferta gera um coração grato.

A cada oferta que entregamos ao próximo, podemos ter a certeza de que um novo
coração grato a DEUS está sendo formado. A oferta tem a capacidade de transformar um
coração. Uma pessoa de coração duro, normalmente não espera receber uma oferta. Mas
quando isso acontece, ela acaba sendo constrangida e se rende a DEUS, por amor e
reconhecimento do favor Dele. Se isso pode acontecer com pessoas duras, imagine com o
coração de alguém que já é habituado a glorificar o nome de DEUS.

“Porque o serviço desta assistência não só supre a necessidade dos santos, mas
também redunda em muitas graças a DEUS.” (2 Coríntios 9: 12)

115
Capítulo 14

As Primícias

Vivemos dias em que valores cristãos estão se perdendo. Valores de todas as


esferas, como casamento, família, ética, caráter, perdão, gratidão, entre tantos outros. É
fundamental que esses valores sejam resgatados por todos aqueles que se dizem
seguidores de JESUS. E a esfera que estamos abordando aqui é a financeira. Resgatar as
primícias como forma a honrar nosso DEUS é uma questão de honra, tanto para nós,
como para DEUS.

As primícias não se referem somente a valores financeiros ou a dízimos, mas


também aos primeiros frutos de arrependimento de cada um de nós. As primícias
representam a primeira parte de algo que nos pertence, sendo que essa primeira parte
passa a pertencer a DEUS.

“Honra o SENHOR com os teus bens, e com as primícias de toda a tua renda;
e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus
lagares.” (Provérbio 3: 9 e 10)

Pelo dicionário, a palavra “primícias” significa “os primeiros produtos da terra ou de


um rebanho, primeiras produções, primeiros efeitos, primeiros lucros, primeiros
sentimentos, primeiros gozos, começos, prelúdios”.

As primícias referem-se a uma questão de honra.

Por que DEUS quer nossas primícias? Em uma resposta objetiva, seria por uma
questão de honra. Para entender melhor isso, imagine as seguintes ilustrações: um
namorado que puxa a cadeira para sua namorada sentar PRIMEIRO; um noivo que abre a
porta do carro para que a noiva entre PRIMEIRO; um marido que serve o prato de sua
esposa PRIMEIRO. Simplesmente por uma questão de honra.

As primícias compõem uma lei espiritual criada por DEUS. Todos os bens servem
primeiro para honrar o SENHOR. Por exemplo, se eu quero comprar algo, então primeiro
preciso submeter meu desejo a essa condição: honrar a DEUS.

“Portanto, diz o SENHOR DEUS de Israel: na verdade dissera Eu que a tua casa e a
casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém agora diz o
SENHOR: longe de mim tal coisa, porque aos que me honram, honrarei, porém
os que me desprezam, serão desmerecidos.” (1 Samuel 2: 30)

Esse é um compromisso assumido por DEUS, mas pense bem, qual é a honra
mais valiosa? Honra espiritual ou material?

Quando fazemos isso com a pessoa que amamos, estamos honrando-a,


distinguindo-a das demais pessoas e do que é comum. Entregar as primícias a DEUS é
honrá-Lo, entregar o melhor a Ele e distingui-Lo de tudo e de todos. È isso que representa

116
o princípio espiritual das primícias. DEUS não quer as sobras e as migalhas, Ele quer as
primícias e a honra.

“Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E


quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu
governador; acaso terá ele agrado de ti, e te será favorável? Diz o SENHOR dos
Exércitos.” (Malaquias 1: 8)

As primícias significam a melhor parte de algo.


As primícias representam um dízimo retirado da melhor parte, sendo a primeira
parte de um todo. Imagine uma banca de frutas que é inaugurada as 08hs. Com certeza,
no horário de abertura estarão as melhores frutas. As 10hs estarão as frutas medianas. E
as 12hs estarão as sobras das frutas, aquelas que não foram vistosas aos olhos dos
consumidores. Você como consumidor, preferiria as frutas das 08hs ou as frutas das
10hs? O que dirá então das frutas das 12hs? Com DEUS, funciona assim também.

“Considerai, pois, como era grande esse a quem Abraão, o patriarca, pagou o
dízimo, tirado dos melhores despojos.” (Hebreus 7: 4)

“Assim também apresentareis ao SENHOR uma oferta de todos os vossos dízimos


(...) de todas as vossas dádivas apresentareis toda a oferta do SENHOR: do
melhor delas, a parte que lhe é sagrada.” (Números 18: 28 e 29)

Quando entregamos as primícias de nosso salário, precisamos entregar do salário


inicial, sem os descontos pelas leis humanas e tampouco dos descontos de nossas
despesas mensais. Na dúvida, seja prudente e cauteloso, e ligeiro, e arredonde a sua
conta sempre para mais.

As primícias nos indicam que todas as primeiras partes de qualquer área da vida
pertencem a DEUS. Isso é declarar, com atitudes, que DEUS sempre está em primeiro
lugar na vida, e que Ele é o que temos de melhor.

“E as primícias de todos os primeiros frutos de tudo, e toda a oblação (oferenda) de


tudo, de todas as vossas oblações, serão dos sacerdotes; também as primeiras
das vossas massas dareis ao sacerdote, para que faça repousar a bênção
sobre a tua casa.” (Ezequiel 44: 30)

Quando as primícias são santificadas, todo o demais também é.


Ao entregarmos as primícias de algo, temos a garantia de que todo o restante
daquilo que foi entregue também será santificado. Esse é um princípio espiritual que já
era observado pelos sacerdotes nos tempos do antigo testamento.

“Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando chegardes à terra em que vos farei
entrar, ao comerdes do pão da terra, apresentareis oferta ao SENHOR. Das
primícias da vossa farinha grossa apresentareis um bolo como oferta; como
oferta da eira, assim o apresentareis. Das primícias da vossa farinha grossa
apresentareis ao SENHOR oferta nas vossas gerações”. (Números 15: 18-21)

117
O povo deveria preparar a massa, separar a décima parte e levá-la ao templo, ao
SENHOR.

“E, se forem santas as primícias da massa, igualmente o será a sua


totalidade; se for santa a raiz, também os ramos o serão.” (Romanos 11: 16)

As raízes vêm primeiro, já seus ramos são conseqüências da condição em que se


encontram as raízes. Quando entregamos as primícias da nossa renda, além de honrar a
DEUS, fazemos com o que ficou em nossas mãos seja santificado. O conceito de primícias
vale não só para área financeira, mas também para outras áreas.

 Para se ter o dia todo santificado, santifique as primícias do dia: acorde mais cedo
e separe esse tempo pra orar, ler, buscar a direção de DEUS, etc.

 Para se ter todo o rendimento santificado, o dízimo deve ser dado como primícias
da renda, assim a primeira décima parte entregue a DEUS santifica as outras nove
partes que ficaram em nosso poder.

Como entregar as primícias.


A prática das primícias é demonstrada justamente na devolução imediata do
dízimo, como a primeira coisa que se deve fazer em se tratando de nossos rendimentos.
Agindo dessa maneira, certamente se atrai as bênçãos de DEUS. Aqui está o princípio de
que não reteremos aquilo que não nos pertence, ou seja, não se pode ficar com o valor do
dízimo parado sob nossa posse ao longo do mês.

Dízimo é algo a ser devolvido como primícias, em primeiro lugar de tudo. Não
podemos ficar com um valor que não é nosso e entregar a DEUS quando der, ou entregar
aos poucos, ou entregar no final do mês quando todas as contas estão pagas. Se uma
pessoa retiver um valor que pertence a DEUS e entregar aos poucos ou quando der,
grande será a tentação de gastar esse valor.

“Honra o SENHOR com os teus bens, e com as primícias de toda a tua renda; e
se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares.”
(Provérbio 3: 9 e 10)

Há ainda pessoas que entregam como suas primícias, o valor do seu primeiro dia
de trabalho integralmente e, após isso, devolvem também o dízimo. Nesse caso, entende-
se que as primícias do primeiro dia pertencem integralmente ao SENHOR, e, como não
são nossas, não podemos calcular o dízimo de algo que na verdade não nos pertence (veja
os exemplos práticos no capítulo 18).

O que DEUS quer nos ensinar sobre as primícias é que não podemos gastar aquilo
que não nos pertence, seja o primeiro dia de ganho, ou a primeira décima parte da renda,
e que primícias e dízimo devem estar em primeiro lugar da lista de nossas prioridades
financeiras.

118
As primícias são anteriores à Lei.
Da mesma forma que o dízimo e a oferta não foram instituídos na lei de Moisés, as
primícias também não foram. Muito antes de a lei mosaica ser regulamentada, já vemos
esse princípio em vigor.

“Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador. Aconteceu que no fim de uns tempos
trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. Abel, por sua vez,
trouxe das primícias do seu rebanho, e da gordura deste. Agradou-se o
SENHOR de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não
se agradou.” (Gênesis 4: 2 b - 5 a)

Abel era um pastor de ovelhas e Caim era um lavrador da terra. Obviamente, a


oferta de Abel seria um cordeiro, e a oferta de Caim seria o fruto da terra. Portanto,
ambos ofertaram a DEUS.

Há algumas interpretações que acham que DEUS não aceitou a oferta de Caim por
ela não ter sido um cordeiro (com isso não sendo uma tipificação da oferta de JESUS).
Respeitamos essa visão, mas entendemos que não foi isso que DEUS levou em conta.

Quando a bíblia cita os filhos de Adão e Eva, os irmãos Caim e Abel, ela refere-se a
ofertas e não a dízimos. O que ambos entregaram a DEUS foram ofertas. O ofício de Caim
era o de lavrar a terra, e por isso ele entregou uma oferta do fruto da terra (vegetais,
cereais, etc). O ofício de Abel era pastorear ovelhas, e por isso ele entregou uma oferta de
seu rebanho.

De acordo com a definição da palavra primícias, ambos deveriam ter apresentado


a DEUS o primeiro resultado de seus trabalhos, independente de qual fosse a oferta. Mas
não foi isso que aconteceu, já que Abel agiu de acordo com esse princípio espiritual, e
Caim não. Devemos atentar para o que o versículo 3 nos diz: “aconteceu que no fim de uns
tempos trouxe Caim... Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho...”

Abel colocou DEUS em primeiro lugar, já seu irmão colocou DEUS por último, no
final, no fim de uns tempos. Foi por essa razão que DEUS se agradou da oferta de Abel e
rejeitou a oferta de Caim. Mas não pense que DEUS foi injusto com Caim, antes veja a
continuação dessa história.

“Então disse o SENHOR: por que andas irado? E por que descaiu o teu semblante?
Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal,
eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.”
(Gênesis 4: 6 e 7)

A maneira como DEUS fala com Caim após ter rejeitado sua oferta indica que no
fundo ele sabia como agir e honrar o SENHOR. Ele não fez isso porque não quis, e mais
do que isso, escolheu o caminho do pecado.

“Disse Caim a Abel, seu irmão: vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu
que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou.” (Gênesis 4: 8)

Mas o que fez DEUS aceitar a oferta de Abel e recusar a oferta de Caim? A bíblia
nos diz que Caim ofertou no final de uns tempos e Abel ofertou as primícias. “No final de
uns tempos” pode ser entendido como algo que sobrou, que não mais seria utilizado. Já
as primícias são consideradas as melhores partes, de qualidades superiores.

119
As primícias são exclusivas.
Para colhermos, precisamos antes de tudo plantar. Sem plantio não haverá
colheita. Sem semeadura não haverá prosperidade. Se plantarmos, colheremos. Se
semearmos haverá prosperidade em nossa vida. Mas se pararmos de plantar, a colheita
também cessará. Se pararmos de semear, faremos com que a prosperidade apenas passe
diante de nossos olhos.

“Ora, aquele que dá semente ao que semeia, e pão para alimento, também
suprirá e aumentará a vossa sementeira, e multiplicará os frutos da vossa justiça,
enriquecendo-vos em tudo para toda a generosidade, a qual faz que por nosso
intermédio sejam tributadas graças a DEUS.” (2 Coríntios 9: 10 e 11)

A primeira semente tem origem em DEUS. Por esse motivo, as primícias são de
exclusividade Dele. Toda semente precisa ser lançada na terra para que venha a produzir
e frutificar. Se o lavrador come a sua semente, ele não terá produção, ele não terá
colheita. As primícias são exclusivamente do SENHOR. Não podemos comer as sementes,
caso contrário, nossos celeiros se esvaziarão com o passar do tempo.

DEUS dará maiores oportunidades aos que semeiam, para que estes sempre
continuem semeando. E o resultado sempre será mais abundante, pois existe uma lei
espiritual por detrás desse princípio. É o que acontece com o agricultor plantando e
colhendo. Sempre haverá boa colheita ao que planta corretamente, tanto em termos
espirituais quanto em termos materiais, mas acima de tudo, que a colheita seja
primeiramente espiritual.

120
Capítulo 15

A Lei da Semeadura e da Colheita

A lei da semeadura é um princípio espiritual estabelecido por DEUS. Estamos


falando de uma lei que sempre esteve em vigor no mundo espiritual. Ela funciona de igual
forma para qualquer um, seja cristão ou incrédulo. E como cristãos, não podemos ignorá-
la e dizer que ela não se aplica a nós. Muito pelo contrário, pois é pelo fato de sermos
cristãos, que pesa sobre nós a obrigação de respeitar e honrar esse princípio.

Tudo tem sua hora.


Qualquer frutificação, dentro da lei da semeadura e colheita, acontece através de
dois fatores:

 Pela misericórdia e graça de DEUS.

 Pelo nosso trabalho e empenho.

Quando os frutos vêem através do trabalho, entendemos que antes disso


acontecer, o agricultor precisou acordar cedo, ir até o local da plantação, limpar o terreno,
preparar a terra, lançar as sementes, regar e adubar o solo, podar, espantar os invasores
que vêem para destruir a lavoura, para finalmente, após o tempo de amadurecimento da
seara, o agricultor pode colher a sua produção.

Percebe quantas etapas estão envolvidas na lei da semeadura e colheita? E o


agricultor sabe ainda que, se não fosse a graça de DEUS, simbolizada aqui pelas chuvas,
sol, água e vento, ele não teria a sua colheita. Agora, imagine quando ele planta árvores
frutíferas: o tempo de amadurecimento para colheita é maior, mas em compensação,
quando o período da colheita chega, ela vem ano após ano, sem cessar. Pense nisso!

Tem hora de plantar e tem hora de colher. Tem mais hora de plantar do que
colher, porque o plantio não pode cessar.

“Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do
céu.” (Eclesiastes 3: 1)

A lei da semeadura é óbvia.


Quem não planta não colhe. A colheita é proporcional à semeadura. Quanto maior
a semeadura, maior a colheita; quanto mais se der, mais se terá; quanto mais abençoar
os outros, mais abençoado será.

“Não vos enganeis: de DEUS não se zomba; pois aquilo que o homem semear,
isso também ceifará.” (Gálatas 6: 7)

121
DEUS nos deu a liberdade para fazer as escolhas da nossa vida, mas certamente
cada escolha é acompanhada de sua respectiva conseqüência, quer seja boa, quer seja
ruim. Até mesmo o fato de DEUS perdoar os pecados não garante a revogação dessa lei
espiritual de causa e efeito. Muitas vezes, mesmo perdoados por DEUS e reconciliados
com CRISTO, ainda assim sofremos as conseqüências dos pecados que cometemos.

O tipo da colheita será em função do tipo da semeadura. O tipo e a quantidade da


semente irão determinar a qualidade da safra. O agricultor sabe que a quantidade da sua
colheita é proporcionalmente maior que a quantidade da sua semeadura. Colhemos
aquilo que semeamos, e em quantidades maiores das que semeamos, seja a trinta,
sessenta ou a cem por um.

“Semeou Isaque naquela terra e, no mesmo ano, recolheu cento por um, porque
o SENHOR o abençoava. Enriqueceu-se o homem, prosperou, ficou
riquíssimo.” (Gênesis 26: 12 e 13)

Quando semeamos, estamos cumprindo com uma determinação de DEUS para


que todos os elementos como sementes, terra e tempo, estejam desempenhando as
funções para as quais foram criados. Mas não podemos precisar a proporção das nossas
colheitas. Sempre estarão, acima de tudo, os planos de DEUS e a Sua soberania.

Você nasceu para semear.


O propósito da existência de uma semente é o de produzir seus respectivos frutos.
E para que isso aconteça, ela precisa de uma boa terra para crescer e frutificar, e antes
de tudo, de alguém que a semeie.

Quem são os semeadores? A resposta está em nós mesmos! Nós somos os


semeadores. Há vários tipos de sementes. Por exemplo: oração, bom testemunho, boas
obras, etc. E um dos tipos de semente é o recurso financeiro.

DEUS nos dá as sementes, mas existem coisas que DEUS não fará por nós, pois
são ações exclusivas e individuais. Uma delas é lançar as sementes, plantá-las. O
semeador precisa sair a semear se ele quiser ver as mudanças em sua própria vida.

“E de muitas coisas lhes falou por parábolas, e dizia: eis que o semeador saiu a
semear.“ (Mateus 13: 3)

E além de semear, precisamos escolher os solos férteis, pois, dependendo da


qualidade do solo, a nossa semente não frutificará. Mas então aonde semear e plantar?
Como resposta a essa pergunta, temos: a casa de DEUS; na vida dos pastores; na vida
dos líderes; na vida dos irmãos; na vida dos familiares; na vida daqueles que nem se tem
intimidade; e é claro, na própria vida.

Jamais interrompa o ciclo.

A semente deve ser lançada e não estocada. Se a semente for estocada, ela nunca
conseguirá frutificar. Para que haja fruto, a semente não pode ser estocada. A semente foi
dada por DEUS para ser lançada. Semente não se come, o que se come é o fruto. Se a
semente for comida, isso resultará em limitação de colheita, significando a interrupção da
safra.

122
Toda colheita é fruto de um plantio. Se usarmos determinada semente, colheremos
determinado fruto, e fruto de mesma espécie. Se quisermos colher reconciliação no lar,
plantaremos perdão e amor dentro da família. Se quisermos colher prosperidade
financeira, teremos que plantar em termos financeiros, usando sementes financeiras.
Agindo dessa maneira, estaremos debaixo da palavra de DEUS, que não mente.

Não é porque colhemos os frutos que vamos consumir toda safra. Parte da safra
precisa retornar como semente para que haja sempre novas colheitas. Se não separarmos
novas sementes, não poderemos semear novamente, e se não semearmos, não colheremos
mais.

Quando vier o crescimento financeiro sobre sua vida, é importante estar atento
para o aumento das despesas. Não podemos simplesmente gastar todo o fruto das
primeiras colheitas. É necessário que se continue poupando, separando as primícias do
dízimo, ofertando, semeando novamente, para que o ciclo da semeadura e colheita não
seja interrompido.

A semeadura não é tempo desperdiçado, é tempo investido.


Que bom seria se colhêssemos os frutos de nossa semeadura diariamente, mas é
bem verdade que não temos essa garantia de uma colheita diária. É assim também que
acontece com qualquer agricultor, pois não é todo dia que ele volta da plantação com seu
cesto carregado de frutos. Tem dias que ele só vai à plantação para cuidar da terra,
adubar mais um pouco, regar, mas sem poder voltar com a colheita.

Mas ele sabe que isso não significa que os frutos cessaram. Qualquer agricultor
respeita o tempo de semeadura, pois sabe que uma colheita precoce significa frutos
imperfeitos. Ele sabe que o fruto precisa estar no seu ponto certo de colheita para que
não haja desperdício. Porém, o mais importante, é que no coração dele haja a certeza de
que os frutos estão se aproximando e que nunca deixarão de existir. Ele sabe que sempre
haverá frutos enquanto houver semeadura. Se não fosse assim, certamente ele faria
qualquer outra coisa e não perderia seu tempo semeando na terra.

Nenhum tempo é jogado fora quando se semeia. Não há desperdício de tempo nos
momentos de semeadura. Semeadura não é tempo gasto, e sim tempo investido. Da
mesma forma que o agricultor, a nossa garantia também não está no retorno diário.
Precisamos entender que também devemos respeitar o tempo da semeadura, e
principalmente, o tempo de DEUS. Nós também temos a garantia de que enquanto houver
semeadura haverá colheita. Isso é uma garantia que DEUS nos dá.

À medida que o tempo passa, a manutenção do terreno vai diminuindo. Quanto


mais tempo investido em semeadura, menor é o trabalho com a manutenção do solo.
Imagine um terreno em que acabamos de plantar mudas de árvores frutíferas. No início, a
manutenção e o cuidado são grandes, mas chega um tempo em que essas árvores já estão
fixadas de tal forma no solo, que os frutos não param mais de aparecer. O agricultor não
precisa mais visitar diariamente o pomar para cuidar da terra. A terra já se encontra tão
bem preparada que os frutos acontecem naturalmente. Nesse ponto, todo o trabalho já é
inteiramente de responsabilidade de DEUS mesmo. O agricultor somente se preocupa em
colher os frutos que por si só já aparecem nas árvores.

Uma semente gera uma árvore, que dá não apenas um fruto, mas muitos frutos.
Esses frutos não aparecem somente uma vez, mas eles surgirão em ciclos, por uma vida

123
inteira. Enquanto a árvore estiver plantada, seus frutos crescerão. Quando
desenvolvemos uma vida de semeadura, haverá determinadas colheitas que acontecerão
naturalmente. Uma semente que plantarmos produzirá a cem por um.

Quando a semente é o dinheiro.


Na bíblia, as sementes podem ser representadas por dinheiro.

“E isto vos afirmo: aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que
semeia com fartura, com abundância também ceifará (...) Ora, Aquele que dá
semente ao que semeia, e pão para alimento, também suprirá e aumentará
a vossa sementeira, e multiplicará os frutos da vossa justiça.” (2 Coríntios 9:
6 e 10)

Paulo deixa claro que existem dois tipos de semeadura: a escassa e a abundante.
A colheita escassa ocorre na mesma proporção que a semeadura escassa, e a colheita
abundante ocorrem em proporções maiores que a semeadura abundante. Aquele que
semeia é uma pessoa generosa. A generosidade cristã produz frutos maravilhosos.
Qualquer agricultor que semear irá esperar por uma colheita, e ainda sabe que se quiser
ver uma colheita abundante, deverá semear generosamente.

Ele jamais guardará suas sementes, antes ele aproveitará e lançará as sementes
na terra. Ele sabe que se deixar as sementes em estoque, elas continuarão a ser apenas
sementes, e não frutos. Mas se ele semear com fartura, colherá em uma proporção bem
maior. Da mesma forma acontece com as ofertas cristãs. O retorno virá em uma
proporção bem maior da que foi ofertada. Vale a pena lembrar que esse retorno virá com
bênçãos espirituais e materiais.

Pela maneira que se semeia é que se colhe.

Pessoas com facilidade para dar encontram, na mesma proporção, uma facilidade
para receber. Pessoas que dão de uma maneira travada, tendem a receber de uma
maneira travada também. Quem sente dificuldade em dar, também sente dificuldade em
receber. Não se deixe influenciar por padrões mundanos. Nunca perca a essência de que
dar é melhor que receber.

“Tenho mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer aos


necessitados, e recordar as palavras do próprio SENHOR JESUS: mais bem-
aventurado é dar do que receber.” (Atos 20: 35)

A lei da semeadura não é uma lei de barganha, ou então uma lei de negociatas
para com DEUS. Não podemos obrigá-Lo a nos dar o que queremos. Se Ele nos dá, é por
um ato de Sua maravilhosa graça, e também de Sua inquestionável justiça, mas acima de
tudo, é pela graça. Isso porque, na verdade, não merecemos um décimo das Suas
misericórdias. Mas ainda assim Ele se alegra em nos abençoar, o que pode ser em uma
medida boa, generosa, recalcada, sacudida e transbordante, quer seja em termos
materiais, quer seja principalmente em termos espirituais, pois a lei da semeadura nos
diz que quanto maior o plantio, maior será a colheita também.

124
“Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante,
generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos
medirão também.” (Lucas 6: 38)

Quando damos, é que recebemos. Isso é uma lei espiritual. E como em toda lei
espiritual, nós não temos a capacidade de anulá-la. Se dermos, receberemos, e se não
dermos, não receberemos. Nós não conseguimos fugir de uma dessas condições. JESUS
disse que se dermos, Ele nos dará. Se dermos de forma generosa, Ele nos dará de forma
generosa também. E não esqueça que a generosidade Dele é incomparavelmente maior
que a nossa.

Receber de forma abundante está na palavra de DEUS e isso não significa


desperdiçar. Quando DEUS nos abunda materialmente, somos alvos de riquezas, de
fartura, de prosperidade, de fertilidade, de generosidade, etc. Já o desperdício é muito
diferente disso, já que significa as perdas, os roubos, os furtos, os extravios, o mau uso
dos recursos, a ostentação, o orgulho, etc.

Quantas vezes não oramos a DEUS por uma boa medida, que seja recalcada,
sacudida e transbordante? Oramos não somente sobre nossa própria vida, mas também
para que essa palavra se cumpra na vida de outras pessoas. Sabemos o que significa uma
medida transbordante. Mas o que vem a ser uma medida recalcada? Ou uma medida
sacudida?

A palavra “recalcada” é um adjetivo que leva consigo a idéia de “algo que se repete
diversas vezes de forma a ficar concentrado”. Imagine o exemplo de alguém que enche um
recipiente com farinha. Mas ele sabe que pode caber mais, e por isso ele comprime o
volume por várias vezes, socando e socando com muita força de forma a compactar esse
volume, abrindo mais espaço para então, colocar mais e mais farinha.

A palavra “sacudida” é um adjetivo que nos trás a idéia de um “movimento de vai e


vem com força”. Imagine o exemplo de alguém que enche um pote com bolinhas de gude,
e dentro desse recipiente, derrama areia de forma a encher até o topo. Mas essa pessoa
sabe que, se sacudir esse pote com força, a areia se movimentará entre as bolinhas de
forma a procurar os espaços mais profundos do pote. Isso fará com que novos espaços
sejam abertos. A areia desce pelas bolinhas e abre mais espaço para que seja derramado
mais areia, de forma a preencher absolutamente todo o espaço existente. Sacode-se o pote
para caber mais e mais.

A palavra “transbordante” é um adjetivo que aponta para uma condição de


“abastança, fartura, e que excede o que consideramos ser suficiente”. Aqui a ilustração é
mais simples: imagine um copo sendo cheio de água até o ponto de começar a
transbordar. O copo não comporta mais e chega ao ponto de começa a transbordar seu
volume.

DEUS recalca a medida da nossa bênção para caber mais e mais. Ele também
sacode essa medida para aproveitar absolutamente todo nosso recipiente. E continua a
derramar dessas bênçãos, de forma a fazer com ela comece a transbordar, ou seja,
excedendo nossa capacidade de armazenamento. A essa altura o derramar de DEUS é
realizado de uma maneira que não conseguimos reter as bênçãos, elas vêm em uma
medida mais do que o suficiente para nós, elas vêm em fartura e abundância. Não cabe
mais no nosso pote, mas DEUS mesmo assim continua a derramar.

Quais serão as medidas que DEUS quer derramar sobre você? Não importam
quais sejam, esse texto nos diz que elas podem ser recalcadas, sacudidas e
125
transbordantes. E mais, elas nos serão dadas de uma maneira generosa. Tudo dependerá
primeiro da medida que nós usamos para dar.

Semear muitas vezes pode significar uma renúncia.


Qualquer renúncia aponta para algo que tenha um preço. A renúncia é algo
dolorido, é algo em que se exige um sacrifício, ou uma perda num primeiro momento.
Muitas vezes a nossa semeadura pode significar ter que fazer determinadas renúncias.
Muitas vezes nossa semeadura precisa ser de algo que nos custe. Haverá momentos em
que a nossa vontade será a de consumir a colheita, mas DEUS nos moverá para abdicar
desse prazer e reverter uma colheita em novas sementes.

Quando DEUS semeou Seu Filho JESUS, um alto preço de renúncia acompanhou
a vida Dele. Para Ele próprio se lançar como semente ao solo da Terra, Ele antes precisou
decidir renunciar a Sua posição de Rei do Universo. Ele abriu mão de toda a Sua glória
(Filipenses 2) para se tornar um homem mortal. Ele abriu mão de ser o DEUS todo
Poderoso para se tornar um servo, marcado pela obediência, submissão e humildade. Ele
renunciou Sua própria vida para carregar sobre Suas costas todos os pecados da história
e morrer em uma cruz como o Cordeiro de DEUS (João 1: 29). JESUS renunciou Sua vida
para morrer a morte que estava destinada a nós. A semente chamada JESUS assumiu a
nossa condenação, para que os Seus frutos se manifestassem na vida de todo aquele que
Nele cresse.

Davi viveu um exemplo de uma semeadura que lhe custou algo. Obviamente, nada
que se compare com a renúncia feita por JESUS. Mas o texto a seguir mostra que o rei
Davi preferiu oferecer para DEUS algo que lhe custasse um preço. Ele poderia ter
simplesmente oferecido algo sem que tivesse qualquer sacrifício. Mas ele sabia que toda
semeadura precisava levar consigo um preço de renúncia.

Precisamos compreender que toda e qualquer semeadura precisa representar uma


oferta de sacrifício diante de DEUS. Não há semeadura sem renúncia. Aquele que semeia
deixa de consumir a semente, e isso faz toda a diferença aos olhos de DEUS.

“(...) Tome e ofereça o rei, meu senhor, o que bem lhe parecer; eis aí os bois para o
holocausto, e os trilhos, e a apeiragem dos bois para a lenha. (...) e ajuntou: que o
SENHOR, teu DEUS, te seja propício. Porém o rei disse a Araúna: Não, mas eu to
comprarei pelo devido preço, porque não oferecerei ao SENHOR, meu DEUS,
holocaustos que não me custem nada. Assim, Davi comprou a eira e pelos bois
pagou cinqüenta siclos de prata”. (2 Samuel 24: 22-24)

Muitas vezes, nossa semeadura será feita com aquilo que havíamos pensado ser a
nossa colheita. Quando revertemos uma colheita em uma nova semeadura, uma oferta de
sacrifício sobe como um incenso de aroma agradável e suave às narinas do Pai. Quando
DEUS pedir que a sua colheita seja novamente semeada, não hesite em fazer isso. Não
hesite em pagar esse preço, ofereça um sacrifício que lhe custe algo.

Pode ser que DEUS, ao mover um coração para ofertar um valor sobre sua vida,
deseja que você não coma desse fruto, mas que o transforme em uma nova semeadura na
vida de uma outra pessoa. Você já teve o prazer de receber uma oferta e transferir essa
mesma oferta para alguém que DEUS te mostrar? Experimente e verá que transferir a
colheita para outra pessoa pode te saciar mais do que se você mesmo comesse o fruto.

126
Olhe para os solos vizinhos.
Quando saímos para semear, precisamos estar atentos aos solos dos nossos
vizinhos. Semear somente na própria vida e esquecer as demais terras tem como
resultado uma colheita escassa.

“Tendes semeado muito e recolhido pouco; comeis, mas não chega para fartar-
vos; bebeis, mas não dá para saciar-vos; vesti-vos, mas ninguém se aquece; e o que
recebe salário, recebe-o para pô-lo num saquitel furado.” (Ageu 1: 6)

DEUS nos chama a incentivar as ofertas na vida de uns para com os outros.
Quanto mais pessoas ofertando, mais pessoas recebendo, e quanto mais pessoas
recebendo, mais elas mesmas passarão a ofertar também, e assim mais pessoas serão
atingidas.

“Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às


boas obras.” (Hebreus 10: 24)

A minha oferta tem o poder de estimular o desejo no coração do irmão a ofertar


também, fazendo exatamente aquilo que ele viu alguém fazer nele próprio. Uma das
características do ser humano é influenciar e ser influenciado.

“Não tenho necessidade de escrever-lhes a respeito dessa assistência aos


santos. Reconheço a sua disposição em ajudar e já mostrei aos macedônios o
orgulho que tenho de vocês, dizendo-lhes que, desde o ano passado, vocês da Acaia
estavam prontos a contribuir; e a dedicação de vocês motivou a muitos”. (2
Corintios 9: 1 e 2)

Ofertar na vida dos outros, cumprindo a lei da semeadura, desencadeia uma onda
de progressão geométrica dentro da igreja. Observe a ilustração a seguir.

127
A pessoa A semeou na vida das pessoas B e C, mas recebeu não somente das
pessoas B e C, mas também das pessoas D, E, F e G, desde que as pessoas B e C sigam o
princípio e nenhuma delas o quebre. Não importa o valor, pode ser R$ 5, R$ 10, R$ 20,
R$ 50, etc. Pode ainda ser roupas, alimentos, presentes, não importam o que seja, pois
muitas vezes o princípio está simplesmente no ato de semear, e não no que se está
semeando.

Imagine cada flecha representando uma semeadura na vida de alguém. O princípio


da Lei da semeadura e colheita funciona de forma semelhante. Quanto mais eu tenho,
mais eu dou, e quanto mais eu dou, mais eu recebo, e quanto mais eu recebo, mais eu
tenho, e quanto mais eu tenho, mais eu dou, e assim esse princípio espiritual não se
quebra. Pense nisso!

O amor se caracteriza no dar.

Dar é uma das formas de expressão que caracterizam a DEUS. Está certo que Ele
nos exige algumas coisas, mas Ele também faz questão de dar. O ato de dar é um símbolo
de amor. É impossível esquecer daquilo que DEUS fez, motivado exclusivamente pelo Seu
amor a toda a humanidade.

“Porque DEUS amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito,
para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:
16)

Certamente nossas semeaduras jamais chegarão perto da semeadura que DEUS


fez. DEUS lançou a semente da salvação chamada JESUS para que nós, seus filhos,
pudéssemos colher os frutos. O agricultor chamado DEUS semeou a semente chamada
JESUS e fez questão de que outras pessoas colhessem os frutos. Fez questão de que
outras pessoas saboreassem e desfrutassem da colheita. Ele abriu mão para dar toda a
produção para outros.

Quando foi sua última semeadura?

Será que lembramos de quando foi a última vez que obedecemos a voz de DEUS e
ofertamos em algum outro terreno que não o nosso?

“... para que esteja pronta como expressão de generosidade, e não de


avareza.” (2 Coríntios 9: 5 b)

O que temos dado? DEUS deu o melhor que Ele tinha, não se limitou a ofertar o
que estava ao seu alcance (mesmo porque tudo está a seu alcance), mas Ele fez questão
de entregar a Sua melhor oferta.

“Porque DEUS amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito,
para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:
16)

E qual foi a última vez que você ofertou na vida de alguém? Qual foi a última vez
que você ofertou nas obras missionárias? Como anda a generosidade no seu coração?
Quando você entender que aquilo que DEUS te dá tem o propósito de ser repartido, você
estará apto a receber ainda mais de DEUS.

128
“A quem dá liberalmente ainda se lhe acrescenta mais e mais, ao que retém
mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda. A alma generosa prosperará, e
quem dá a beber será dessedentado.” (Provérbio 11: 24 e 25)

Orar para que DEUS abençoe com provisão e recursos a vida do próximo é muito
importante. Mas será que a resposta a essa oração não está na própria mão de quem está
orando, ou mais precisamente, no bolso de quem está orando?

DEUS quer que você colha, mas sem acusações.


Não podemos ter medo ou receio de colher aquilo que um dia plantamos, ou de
colher exatamente aquilo que DEUS está nos dando.

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o


que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á”.
(Mateus 7: 7 e 8)

DEUS é um Pai generoso, e como qualquer pai, Ele se agrada em presentear seus
filhos. Qual pai não gosta de ver um filho se alegrando quando recebe um presente?
Servimos um DEUS que tem prazer em dar aos filhos. Não existe problema algum
desfrutar das dádivas de DEUS, basta para isso não fazer do dinheiro e dos presentes, os
concorrentes de sua devoção a DEUS.

“E esta é a confiança que temos para com Ele, que, se pedirmos alguma coisa
segundo a sua vontade, Ele nos ouve. E, se sabemos que Ele nos ouve quanto ao
que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos
feito.” (1 João 5: 14 e 15)

129
Capítulo 16

Saindo da maldição e entrando na bênção

Somos constantemente amaldiçoados por terceiros, mais especificamente por


demônios, que usam pessoas para lançar toda sorte de maldições contra nós. Mas ainda
bem que servimos ao DEUS que reverte e transforma as maldições que nos são contrárias
em bênçãos em nosso favor.

“Mas o nosso DEUS converteu a maldição em bênção.” (Neemias 13: 2 b)

Porém, algumas maldições nos atingem por descuido de nossa parte. Algumas
maldições são conseqüências de nossos próprios erros. Por exemplo, quando realizamos a
obra de DEUS de forma descuidada e relaxada, chamamos sobre nós uma maldição.

“Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR relaxadamente.” (Jeremias 48:


10 a)

Isso nada mais é que lei espiritual de benção e maldição. Isso também pode
acontecer quando retemos os dízimos e as ofertas. Quando agimos assim, também
estamos chamando sobre nós uma maldição.

“Roubará o homem a DEUS? Todavia vós me roubais, e dizeis: em que te


roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados,
porque a Mim me roubais, vós, a nação toda.” (Malaquias 3: 8 e 9)

Para que a maldição não se cumpra, é necessário que a causa dela seja eliminada.
Nem toda maldição prosperará, pois temos o ESPÌRITO SANTO que nos alerta sobre as
possíveis causas de uma maldição.

“A maldição sem causa não se cumpre.” (Provérbios 26: 2 b)

Quando escutamos o alerta e nos posicionamos, agimos de forma a eliminar a


causa. E a partir daí, a maldição passa a não ter mais legalidade, deixando de se cumprir.
Quando isso acontece, ou seja, quando a maldição é removida da nossa vida,
imediatamente esse espaço é ocupado por uma bênção. É essa troca que significa dizer
que DEUS “converteu a maldição em bênção”.

DEUS quer nos mostrar que sempre existirá saída para qualquer situação
financeira que seja desesperadora. Não existe situação que seja impossível para DEUS.

“JESUS, fitando neles o olhar, disse-lhes: Isto é impossível aos homens, mas
para DEUS tudo é possível”. (Mateus 19: 26)

130
Sempre haverá saídas e viradas positivas ao lado de DEUS.
DEUS preza por alianças. Aliança significa voto, pacto ou compromisso, sendo
temporário ou eterno. Há votos que devem ser eternos, mas há votos que podem ser
temporários. Não importa qual seja o voto, o que DEUS quer é que Seu povo tenha o
hábito de estabelecer votos em diversas áreas da vida. E uma dessas áreas diz respeito às
finanças. Fazer votos diante de DEUS precisa ser algo movido e impulsionado pelo
ESPÍRITO, e não pela emoção do coração. Votos feitos no calor das emoções normalmente
são penosos e difíceis de serem cumpridos.

Todos os milagres de restauração financeira são histórias que tem como início da
virada o ato de lançar as sementes. Para Eliseu ver o machado flutuar, ele precisou lançar
sementes do mesmo material. Um machado havia caído na água. Era algo tido com
perdido e falido. Mas DEUS o dirigiu a lançar nas águas um pedaço de madeira,
simbolizando o ressurgimento daquele machado que havia se perdido.

“Sucedeu que, enquanto um deles derrubava um tronco, o machado caiu na água;


ele gritou, e disse: ai! Meu senhor! Porque era emprestado. Perguntou o homem de
DEUS: onde caiu? Mostrou-lhe ele o lugar. Então Eliseu cortou um pau, lançou-o
ali, fez flutuar o ferro, e disse: levanta-o. Estendeu ele a mão e o tomou”. (2 Reis
6: 5 - 7)

Essa história nos mostra que, para vermos uma restauração financeira, devemos
antes lançar das mesmas sementes. Lembre-se: os frutos serão da mesma espécie que as
sementes. Consulte a DEUS e seja ousado. Saia da mesmice e estabeleça propósitos
financeiros com DEUS. Para Eliseu reaver o machado ele teve que ser ousado. A nossa
ousadia nos leva a ver os milagres sendo manifestos.

A seguir, veremos alguns exemplos de votos financeiros estabelecidos com DEUS.


Que eles sirvam de estímulo para aqueles que precisam ver um milagre de restauração
financeira, ou nem isso, que eles também sirvam para aqueles que sabem que os sinais e
milagres hão de acompanhar aqueles que crerem.

 Dízimo de 20% do salário (sendo metade dízimo e metade oferta).

 Dízimos gradativos:
Aos poucos, passamos a devolver 10%, 11%, 15%, 20%, 50%, etc. Sabendo é claro,
que o excedente aos 10% passa a ser oferta.

 Consagração e entrega do fundo de garantia por tempo de serviço (FGTS).

 Consagração e entrega do primeiro salário de um novo emprego como primícias ao


SENHOR

 Consagração e entrega do primeiro salário de uma promoção profissional como


primícias ao SENHOR

 Compromisso de quitar as dívidas:


Quando se está em dívidas, é preciso agir. Separe uma pequena parte de tudo que
se ganha (mesmo que sejam centavos) para pagar a dívida. Quando ficar claro para DEUS
a disposição e o empenho em se quitar a dívida, certamente Ele intervirá na situação e
manifestará a sua graça e o seu poder.

131
 Compromisso de repartir das bênçãos:
Quando ganhar uma peça de roupa nova, experimente dar uma equivalente de seu
guarda roupa. Se for comprar X, compre dois do mesmo item e doe um. Gaste, mas sem
desprezar a necessidade dos outros. Quando ganhamos dinheiro, devemos viver as etapas
da doação e da oferta. Gaste com responsabilidade.

 Voto da quinta parte:


Assim como José do Egito, poupe a quinta parte de seus rendimentos de forma a
planejar os bons tempos para que se evite a escassez nos tempos de crise financeira.

 Escreva aqui a sua própria experiência e qual foi o seu voto, e como DEUS te tirou
da maldição financeira.

132
Capítulo 17

Conclusão

Uma vida financeira saudável é conseqüência de se conhecer principalmente a


prática dos princípios financeiros acerca de dízimos, ofertas, semeadura, primícias,
planejamento, entre outros, e não só a teoria.

De nada adianta lermos tudo isso se não houver a prática. A prática envolve
nosso poder de fazer escolhas. DEUS levanta pessoas para expor os princípios do Reino.
Porém, seguir esses princípios, já passa a ser responsabilidade total de quem os escuta.

Você já deve ter dito a algum amado seu que a nossa chance de fazer as escolhas
certas se limita a essa vida passageira, e que não teremos, por exemplo, as supostas
reencarnações para poder evoluir gradativamente. Não haverá outra chance de acertar e
escolher JESUS como SENHOR e Salvador.

Mas pode ser que, mesmo você, sendo levantado por DEUS como um profeta para
proclamar as verdades, já tenha explicado para a pessoa amada que ela precisa se decidir
por JESUS urgente, e mesmo assim, ela não ter dado crédito à sua pregação (Isaías 53:
1). Dependendo da escolha, ela pode morrer defendendo a reencarnação. Afinal de contas,
ninguém pode obrigar alguém a fazer algo que não concorde.

Você pode até discordar de tudo que foi abordado até agora e escolher não seguir
as direções dadas aqui. Mas uma coisa você jamais conseguirá escolher: as
conseqüências das decisões e das escolhas erradas – isso é uma lei espiritual. Vida ou
morte, crer ou não crer, benção ou maldição.

Todos devem se atentar às questões financeiras.


Não pense que esse assunto não é para você que atravessa um longo período de
desemprego. DEUS irá mudar a sua sorte, o seu destino, e te abrirá uma porta honrosa.
Portanto, esteja preparado para quando isso acontecer. Não desanime, mas antes se
aprofunde nesses conceitos financeiros abordados nesse estudo para não se desapontar
depois.

Dar, ofertar, poupar, abençoar, entre tantos outros princípios que vimos, precisa
fazer parte do dia a dia cristão. A atitude da viúva pobre nos mostra que o importante não
é a quantia, mas sim a motivação do coração. Isso é ter a consciência de que DEUS é o
dono de tudo o que diz respeito a nós, inclusive as finanças.

Essa vida é passageira, e no final de tudo e de todas as eras, a história se


resumirá entre duas decisões: crer ou não crer (e não ser ou não ser, ou ainda ter ou não
ter). Em ambos os casos, todo joelho se dobrará e toda língua confessará Aquele que em
cuja presença os bens materiais, o dinheiro, e as economias, deixarão de existir.
Definitivamente, a história da humanidade se resumirá naqueles que creram e naqueles
que não creram em JESUS.

133
Mesmo tendo entendido os assuntos aqui abordados, você entenderá mais ainda
se continuar a estudar. Nunca pense que sabe de tudo, seja qual for o assunto. Se
importe com questões financeiras sim, estude, se aprofunde, mas sem se esquecer de
questões espirituais que consideramos, de forma disparada, como as mais importantes,
como eternidade, salvação, almas perdidas, etc.

Mas o dinheiro jamais nos suprirá.


O dinheiro jamais suprirá a carência e as necessidades humanas. O único capaz
de supri-las é DEUS, através de CRISTO JESUS.

“E o meu DEUS, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em CRISTO


JESUS, cada uma de vossas necessidades.” (Filipenses 4: 19)

O contentamento é sinal de um interior bem suprido que independe de condições


externas. Mas curiosamente, esse suprimento não significa que todos os nossos caprichos
serão atendidos, mas que, na verdade, limita nossos desejos às coisas mais importantes e
vitais.

“Agrada-te do SENHOR, e Ele satisfará aos desejos do teu coração.” (Salmo


37: 4)

Portanto, quais são as coisas que você considera como as mais vitais e
importantes nessa sua curta existência nessa terra, se comparada com a eternidade ao
lado do Nosso SENHOR JESUS CRISTO? Em sua opinião, o que você acha que DEUS
está fazendo nesse exato momento, além de cuidar da sua vida?

“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração
humano o que DEUS tem preparado para aqueles que o amam.” (1 Coríntios 2:
9)

Que o seu coração O ame acima de tudo aquilo que Ele pode te dar, independente
de quais sejam as circunstâncias em que você esteja vivendo nesses dias.

134
Capítulo 18

Alguns exemplos práticos

I – Simulação de financiamento imobiliário.

 Exemplo 1:

Se você financiar uma casa de R$ 200.000,00 pelo prazo de 30 anos, a uma taxa
de 10% ao ano, você pagará uma prestação de R$ 1.696,32 por mês. Ao final dos 30 anos
terá pago R$ 610.675,20 (ou mais de 03 casas iguais).

Por outro lado, se você pagar um aluguel de R$ 900,00 por mês e aplicar mês a
mês a diferença da prestação do financiamento (R$ 796,32) em um fundo de investimento
que rende 1% ao mês, daqui a 127 meses (cerca de 10 anos e meio) você terá juntado os
R$ 202.170,66 para comprar a casa à vista. E em 30 anos você juntaria R$ 2.783.393,28
(valor de quase 14 casas iguais). É de, no mínimo, parar para se pensar sobre isso.

 Exemplo 2:

Se você financiar uma casa de R$ 200.000,00 pelo prazo de 20 anos, a uma taxa
de 10% ao ano, você pagará uma prestação de R$ 1.877,34 por mês. Ao final dos 20 anos
terá pago R$ 450.561,60 (ou quase 02 casas e meia iguais).

Por outro lado, se você pagar um aluguel de R$ 900,00 por mês e aplicar mês a
mês a diferença da prestação do financiamento (R$ 977,34) em um fundo de investimento
que rende 1% ao mês, daqui a 112 meses (pouco mais de 09 anos) você terá juntado R$
200.174,25 para comprar a casa à vista. E em 20 anos você juntaria R$ 966.944,24 (valor
de quase 05 casas iguais). É de, no mínimo, parar para se pensar sobre isso.

 Exemplo 3:

Se você financiar uma casa de R$ 150.000,00 pelo prazo de 30 anos, a uma taxa
de 10% ao ano, você pagará uma prestação de R$ 1.272,24 por mês. Ao final dos 30 anos
terá pago R$ 458.006,40 (ou mais de 03 casas iguais).

Por outro lado, se você pagar um aluguel de R$ 800,00 por mês e aplicar mês a
mês a diferença da prestação do financiamento (R$ 472,24) em um fundo de investimento
que rende 1% ao mês, daqui a 144 meses (12 anos) você terá juntado os R$ 150.693,22
para comprar a casa à vista. E em 30 anos você juntaria R$ 1.650.629,95 (valor de 11
casas iguais). É de, no mínimo, parar para se pensar sobre isso.

135
 Exemplo 4:

Se você financiar uma casa de R$ 150.000,00 pelo prazo de 20 anos, a uma taxa
de 10% ao ano, você pagará uma prestação de R$ 1.408,01 por mês. Ao final dos 20 anos
terá pago R$ 337.922,40 (ou quase 02 casas e meia iguais).

Por outro lado, se você pagar um aluguel de R$ 800,00 por mês e aplicar mês a
mês a diferença da prestação do financiamento (R$ 608,01) em um fundo de investimento
que rende 1% ao mês, daqui a 125 meses (aproximadamente 10 anos) você terá juntado
R$ 150.122,73 para comprar a casa à vista. E em 20 anos você juntaria R$ 601.542,73
(valor de 04 casas iguais). É de, no mínimo, parar para se pensar sobre isso.

 Exemplo 5:

Se você financiar uma casa de R$ 100.000,00 pelo prazo de 30 anos, a uma taxa
de 10% ao ano, você pagará uma prestação de R$ 848,16 por mês. Ao final dos 30 anos
terá pago R$ 305.337,60 (ou mais de 03 casas iguais).

Por outro lado, se você pagar um aluguel de R$ 600,00 por mês e aplicar mês a
mês a diferença da prestação do financiamento (R$ 248,16) em um fundo de investimento
que rende 1% ao mês, daqui a 162 meses (13 anos e meio) você terá juntado os R$
100.832,90 para comprar a casa à vista. E em 30 anos você juntaria R$ 867.398,63 (valor
de mais de 08 casas e meia iguais). É de, no mínimo, parar para se pensar sobre isso.

 Exemplo 6:

Se você financiar uma casa de R$ 100.000,00 pelo prazo de 20 anos, a uma taxa
de 10% ao ano, você pagará uma prestação de R$ 938,67 por mês. Ao final dos 20 anos
terá pago R$ 225.280,80 (ou quase 02 casas e meia iguais).

Por outro lado, se você pagar um aluguel de R$ 600,00 por mês e aplicar mês a
mês a diferença da prestação do financiamento (R$ 338,67) em um fundo de investimento
que rende 1% ao mês, daqui a 139 meses (aproximadamente 11 anos e meio) você terá
juntado R$ 101.181,78 para comprar a casa à vista. E em 20 anos você juntaria R$
335.067,64 (valor de quase 03 casas e meia iguais). É de, no mínimo, parar para se
pensar sobre isso.

II – Simulação de uma cobrança de Cartão de Crédito ou Cheque


Especial.
Se você deixar de pagar uma fatura de cartão de crédito de R$ 100,00 a uma taxa
média de 12% ao mês, ao final de cinco anos ou sessenta meses você estará devendo R$
89.759,69.

Para efeito de comparação, se você depositar os mesmos R$ 100,00 em uma


poupança, que tem uma taxa média de 0,7% ao mês, ao final de cinco anos ou sessenta
meses, você terá a quantia de R$ 151,97. Ou seja, em cinco anos você lucraria R$ 51,97.

136
Isso significa que se você for um devedor aos bancos, você estará enrascado. Se
esse for seu caso, é bom começar a se mexer, buscando uma negociação com a
administradora, além de clamar por um milagre financeiro.

III – Simulação do cálculo das primícias como valor integrante do


dízimo.
Renda bruta mensal = R$ 1000,00
Dízimo: R$ 1000,00 x 10% = R$ 100,00

Esse cálculo baseia-se na conclusão de que as primícias equivalem a um símbolo


da primeira atitude a ser tomada, e que antes de usar o dinheiro do salário, a primeira
coisa a se fazer é honrar a DEUS com as primícias da renda, ou seja, o próprio dízimo
sendo entregue como primícias, desde que entregue no mesmo dia do recebimento.

IV – Simulação do cálculo das primícias extra dízimo.

Renda bruta mensal = R$ 1000,00


Primícias = valor do primeiro dia de trabalho
Esse valor deve ser retirado e ofertado antes mesmo de se dar o dízimo

Primícias: R$ 1000,00 / 30 dias do mês = R$ 33,33


Dízimo: R$1000,00 – R$33,33 (primícias) = R$ 966,67 x 10% = R$ 96,67
Valor entregue a DEUS: R$ 33,33 + R$ 96,67 = R$ 130,00

Esse cálculo baseia-se na conclusão de que as primícias não nos pertencem e por
isso não podemos dizimar sobre algo que não é nosso.

137
Capítulo 19

Algumas questões relacionadas às finanças

1) O que você entende por bênçãos espirituais e bênçãos materiais? Qual a sua
prioridade? E qual a prioridade de DEUS?
2) É errado ter dinheiro? Por quê?
3) Como devemos enxergar o dinheiro em nossa vida?
4) A partir de qual ponto o dinheiro passa a ser meu inimigo? E a partir de qual
ponto ele passa a ser meu aliado?
5) Explique quais são as duas formas de atuação dos juros.
6) Como relacionar a área financeira com um bom testemunho cristão?
7) Explique as três situações financeiras que, como filhos de DEUS, devemos viver ao
mesmo tempo: fidelidade, administração e milagre.
8) De quais maneiras o dinheiro pode ser visto como um instrumento de prova de
DEUS sobre nós?
9) O que é a prosperidade segundo a bíblia?
10) Medite sobre o capítulo 7 desse material (página 44), fazendo uma auto análise, e
em seguida mencione pelo menos 5 situações do dia a dia favoráveis e 5 situações
desfavoráveis a ti.
11) O que você entende por itens básicos e supérfluos? E por necessidades e desejos?
12) Cite os demônios que agem quando se existe a legalidade espiritual e explique
suas respectivas atuações.
13) Baseado em 1 Timóteo 6:10, quais são os males que o amor ao dinheiro provoca?
14) O que José do Egito representou na área financeira?
15) Você tem sido um bom administrador e planejador financeiro diante de DEUS?
16) Com suas palavras, qual a diferença entre dízimo e a oferta?
17) Comente o capítulo 3 do livro de Malaquias, a respeito dos dízimos e das ofertas.
18) Com suas palavras, explique o conceito espiritual das primícias.
19) Com suas palavras, explique o conceito espiritual da lei da semeadura e da
colheita.
20) O dinheiro é capaz de suprir a carência humana? Por quê?

138
Capítulo 20

As perguntas mais freqüentes

Por que os incrédulos enriquecem?


Primeiramente, precisamos entender que DEUS é soberano e a sua misericórdia
atinge todas as pessoas, independente de crenças, culturas, raças, ou qualquer outra
distinção. Existem muitas pessoas que não seguem exclusivamente o Caminho chamado
JESUS (João 14:6), mas, que ainda assim, possuem um coração bom e sincero. Não
temos dúvida de que as pessoas estão sujeitas a enriquecer através de seu trabalho. É
sempre bom lembrar do provérbio que condena a preguiça e apóia o trabalho (Provérbios
6: 6-9) e também do texto que diz que digno é o trabalhador de seu salário (1 Timóteo 5:
18).

Partindo do princípio que o trabalho pode gerar riquezas materiais, concluímos


que os incrédulos podem enriquecer sim, pois estão debaixo de uma lei espiritual. Essas
pessoas podem até enriquecer, mas se isso acontecer, certamente será sem a proteção e
os cuidados de DEUS. Jamais se esqueça que as maiores bênçãos se dão no âmbito
espiritual, e não no material.

Os incrédulos podem até enriquecer, mas será que eles prosperam? Partindo do
princípio que prosperidade é ser suprido em todas as necessidades, principalmente as
necessidades espirituais, será que realmente os incrédulos são prósperos? Ou será que
alguns deles são apenas ricos? Enriquecer é poder dispor de qualquer dinheiro, mas o
dinheiro somente supre necessidades materiais. As necessidades espirituais como paz de
espírito, alegria e alma curada, somente podem ser supridas por DEUS.

“Justo és, ó SENHOR, quando entro contigo num pleito; contudo falarei contigo dos
teus juízos. Por que prospera o caminho dos perversos, e vivem em paz todos
os que procedem perfidamente?” (Jeremias 12: 1)

“Melhor é o pouco havendo justiça, do que grandes rendimentos com


injustiça.” (Provérbios 16: 8)

Essa foi justamente a pergunta e a dúvida do profeta Jeremias. Por que pessoas
más fazem tantas coisas ruins e ainda assim prosperam e vivem em paz? Será mesmo
que vivem em paz? Será mesmo que prosperam? Ou será que somente conseguem
enriquecer? Ou ainda será que eles são revestidos de uma falsa paz e no fundo de sua
alma há uma turbulência capaz de tirar noites de sono? Ou uma inquietação capaz de
manter sua alma em pé de guerra constante?

“Melhor é o pouco havendo o temor do SENHOR, do que grande tesouro, onde


há inquietação.” (Provérbios 15: 16)

“Melhor é um bocado seco, e tranqüilidade, do que a casa farta de carnes, e


contendas.” (Provérbios 17: 1)

139
Quando dúvidas como essas afligirem sua mente, quando seu coração se
angustiar e questionar os motivos de uma pessoa incrédula enriquecer, seja ela boa ou
má em suas intenções, você deve olhar para a eternidade e para a sua vida sendo trilhada
no Único Caminho que conduz a DEUS.

Quer fixar os olhos nos incrédulos? Então os enxergue com olhos de misericórdia e
ore constantemente para que eles venham a conhecer a mesma Verdade que você já
conhece. Ore para que eles sintam a mesma paz a que você tem livre acesso. Corra contra
o tempo, quem sabe a sua inquietude não significa desejo de ver a salvação sobre os que
ainda não conhecem a JESUS?

“Mais um pouco de tempo, e já não existirá o ímpio; procurarás o seu lugar e


não o acharás. (...) Pois o SENHOR ama a justiça e não desampara os seus
santos; serão preservados para sempre, mas a descendência dos ímpios
será exterminada.” (Salmo 37: 10 e 28)

O que é a transferência de riquezas?


Ultimamente, escuta-se muito sobre transferência de riquezas. Trata-se de um
conceito bíblico sim, mas que deve ser enxergado não como a resolução de problemas
financeiros do povo de DEUS, mas sim como uma direção pontual sobre determinada
situação. Não se trata de uma “oração mágica” que podemos fazer esperando que, sim ou
sim, DEUS arrancará do incrédulo e entregará em nossas mãos.

A transferência de riquezas envolve um decreto de juízo da parte de DEUS contra o


incrédulo. Isso porque a restituição de DEUS ocorre justamente no momento do juízo
contra o opressor. E o juízo de DEUS é a última instância em um julgamento, e não o
primeiro ato. Não se esqueça de que a justiça de DEUS pesa para os dois lados da moeda.
A justiça de DEUS sempre visita as duas partes envolvidas em uma guerra espiritual.
Vale a pena recordar que JESUS disse que com a mesma medida que medirmos, seremos
medidos também (Mateus 7: 2).

Certamente se DEUS nos der uma direção de se clamar por transferência de


riquezas, não hesitaremos e entraremos em juízo sim, pois o respaldo espiritual para a
batalha já nos terá sido entregue. Assim foi com o povo de Israel quando de sua saída do
Egito. O decreto de juízo de DEUS foi através da morte dos primogênitos. Esse juízo valia
tanto aos egípcios quanto aos hebreus. A diferença estava nas casas que estavam
marcadas pelo sangue do cordeiro. Somente essas casas seriam inocentadas e não
receberiam o juízo. DEUS não somente libertou o povo de uma escravidão, como também
proporcionou condições materiais para eles iniciarem uma nova vida. E fez isso baseado
na sua justiça, já que o Seu povo trabalhou, e trabalhou muito nas terras egípcias.

“Fizeram, pois, os filhos de Israel conforme a palavra de Moisés, e pediram aos


egípcios objetos de prata, e objetos de ouro, e roupas. E o SENHOR fez que
seu povo encontrasse favor da parte dos egípcios, de maneira que estes lhes
davam o que pediam. E despojaram os egípcios. Assim, partiram os filhos de
Israel de Ramessés para Sucote, cerca de seiscentos mil a pé, somente de homens,
sem contar mulheres e crianças.” (Êxodo 12: 35-37)

A libertação do Egito foi acompanhada de transferência de riquezas. DEUS tirou as


riquezas das mãos dos egípcios para entregá-las nas mãos dos hebreus. DEUS sabia que

140
os hebreus precisariam de suprimento material para atravessar um deserto com mais de
um milhão de pessoas. Nada mais coerente, não é verdade?

A transferência de riquezas também aconteceu na vida de Jacó. Ele havia


trabalhado nas terras de seu sogro Labão por um longo período, e este permanecia a
enganá-lo com falsas promessas. Em um ato de justiça, DEUS restituiu todo o trabalho
de Jacó através da transferência de gados.

“Assim DEUS tomou o gado de vosso pai, e mo deu a mim.” (Gênesis 31: 9)

Talvez você já tenha sido injustiçado em algum trabalho, ou ainda pior, está sendo
injustiçado atualmente. Não se esqueça de que DEUS é um juiz justo e que nada passa
despercebido aos seus olhos, e que em muito em breve você será honrado e restituído em
tudo que lhe foi defraudado.

“... mas a riqueza do pecador é depositada para o justo.” (Provérbios 13: 22 b)

“Se o perverso amontoar prata como pó e acumular vestes como barro, ele
os acumulará, mas o justo é que os vestirá, e o inocente repartirá a prata.
Ele edifica a sua casa como a da traça e como a choça que o vigia constrói. Rico se
deita com a sua riqueza, abre os seus olhos e já não a vê. Pavores se
apoderam dele como inundação, de noite a tempestade o arrebata.” (Jó 27: 16-20)

“Porque DEUS dá sabedoria, conhecimento e prazer ao homem que lhe agrada; mas
ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte e amontoe, a fim de dar àquele
que agrada a DEUS. Também isto é vaidade e correr atrás do vento.” (Eclesiastes
2: 26)

Em qual igreja devo devolver o dízimo?


“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na
minha casa...” (Malaquias 3: 10)

Alguns acham que o termo “casa do tesouro” significa o templo que foi destruído
em Jerusalém e usam isso para explicar a não prática da devolução do dízimo ao
SENHOR. Sinceramente, é mais fácil aplicar esse termo para Tesouraria da Igreja, ou
seja, o departamento responsável por administrar todos os recursos financeiros entregue,
do que querer justificar uma resistência aos princípios do dízimo.

Quando DEUS fala para trazer todo o dízimo à casa do tesouro, Ele está dizendo
para nós devolvermos 10% na nossa igreja. E 10% não são 5% na sua igreja e 5% na casa
de recuperação. Não são 6% na sua igreja e 4% na igreja do bairro que é mais carente e
simplesinha. O valor que você entrega fora da casa do tesouro (a sua igreja) não é dízimo,
e sim é oferta.

Portanto, o dízimo deve ser entregue no lugar que nos fornece o mantimento
espiritual e físico. Se a pessoa é membro e congrega em determinada igreja, é lá que ela
deve devolver seu dízimo, pois é lá que ela se alimenta da palavra de DEUS, através de
cultos, escola bíblica, células, etc.

141
O dízimo é calculado sobre o bruto ou o líquido?
Uma das perguntas mais freqüentes entre os cristãos não é se devemos devolver o
dízimo ou não, ou se ele é justo ou não, ou se o dízimo é algo exclusivo da lei e por JESUS
ter inaugurado a era da graça o dízimo perde o sentido, etc. Já está mais do que claro que
a devolução do dízimo é um princípio espiritual que antecede à época da lei, e vigorará até
habitarmos no Céu.

A grande dúvida mesmo é se o dízimo deve ser calculado sobre a renda líquida ou
bruta. Temos muito bem separado o que é líquido do que é bruto. O bruto é o valor que
consta no holerite, enquanto que o líquido é o valor que chega à mão do trabalhador. Para
chegarmos a essa resposta, vamos verificar algumas situações do nosso dia a dia.

Responda com sinceridade e sem um pré-conceito já adotado. Qual é o valor da


renda que consta nos documentos do trabalhador assalariado? O valor bruto ou o valor
líquido? Certamente que é o bruto. Quando vamos financiar um carro ou um imóvel, ou
vamos a uma loja e nos perguntam qual é o nosso salário, o que respondemos? O valor
líquido ou o bruto? Certamente que é o bruto, pois é o salário oficial. E é sobre o salário
oficial que os nossos créditos são analisados.

Os descontos que sofremos em nossa renda bruta fazem parte dos benefícios (por
exemplo, a previdência social) e das obrigações (por exemplo, os impostos). Foi o próprio
JESUS quem disse para darmos ao governo o que cabe a ele (Mateus 22: 21), e ainda foi
Paulo quem disse para pagarmos nossos impostos devidamente (Romanos 13: 7).

Infelizmente os descontos são feitos porque o poder público não confia que o
trabalhador recolherá o que lhe é devido. Em contra partida, quando os descontos são
feitos, estamos "comprando" benefícios, já que os descontos são devolvidos em forma de
direitos trabalhistas, como por exemplo, seguro desemprego, aposentadoria, fundo de
garantia por tempo de serviço, serviços médicos, recursos para educação, moradia,
transporte, etc. (atenção: se esses últimos benefícios existem na prática já é uma outra
história). Tenho certeza que se precisarmos, não relutaremos em usar os benefícios
adquiridos como parte do salário.

Portanto, entendemos e recomendamos que o trabalhador assalariado calcule seu


dízimo sobre sua renda bruta do holerite, já que a maior parte dos descontos é retornável
na forma de serviços e benefícios, e os impostos são despesas pessoais que qualquer
cidadão possui. Tudo que recebemos vem de DEUS, inclusive os valores usados para
pagarem os impostos diretamente na fonte. E reconhecemos isso quando damos o nosso
melhor para Ele.

Consideração final sobre o cálculo do bruto ou líquido:

I. No caso de uma pessoa que sempre devolveu o dízimo do bruto se aposentar pelo
INSS, esse benefício chamado aposentadoria refere-se a valores já dizimados, e
que, sendo assim, ela não precisa mais devolver o dízimo, correto? A resposta é:
errado, pelo motivo do desconto do INSS não servir apenas para a aposentadoria,
mas de lhe garantir um conjunto de direitos. Tanto isso é verdade, que os próprios
aposentados continuam pagando o INSS, sob a forma de descontos, exatamente
como fazem os trabalhadores da ativa. Portanto, concluímos que os aposentados
devem manter sua devolução de dízimos.

142
E para os empresários? Qual a base de cálculo do dízimo?
Imaginemos a seguinte situação: se um negócio tem um lucro líquido de 10% ao
mês, como o profissional poderá devolver 10% do bruto? Por exemplo, se esse negócio
fatura R$ 50 mil e gasta R$ 45 mil, seu lucro será de 10% ou R$ 5 mil. Será incoerente
devolver um dízimo calculado sobre o valor bruto (faturamento) que equivaleria aos exatos
R$ 5 mil. Portanto, o dízimo de uma empresa é calculado sobre o ganho real ou o lucro
dela, e não sobre seu faturamento.

Agora imagine essa situação: um outro negócio tem um lucro líquido de 30% ao
mês. Por exemplo, se ele fatura R$ 100 mil e gasta R$ 70 mil, seu lucro será de R$ 30 mil.
Nesse caso o profissional, por opção de gratidão, tem a possibilidade de devolver o dízimo
sobre a receita bruta, mesmo sabendo que o dízimo incide sobre o ganho líquido, e não
sobre a movimentação financeira da empresa. É como se além do dízimo de R$ 3 mil ele
entregasse uma oferta à DEUS de R$ 7 mil por livre opção.

A partir desses exemplos, entendemos que o dízimo é calculado em relação àquilo


que se ganha como paga de nosso trabalho. Para um assalariado, o dízimo será calculado
sobre seu salário bruto, enquanto que para um profissional liberal, será calculado sobre
suas retiradas, o que chamamos de pró-labore. Portanto, por uma questão de bom senso,
o empresário deve devolver seu dízimo no momento da retirada de seu pró-labore.

Atenção aos empresários: as despesas do negócio fazem parte da empresa, não


sendo consideradas ganhos. Mas para que o profissional não se enrole e se perca no
princípio do dízimo, ele precisa ser honesto, não considerando despesas que deveriam ser
pessoais como sendo despesas da empresa.

Além do pró-labore, existe um outro ganho dos empresários: é o que chamamos de


distribuição anual de lucros de um negócio. A empresa também tem um lucro no final de
seu período contábil, e ele é normalmente dividido entre os sócios, mas parte dele ainda
pode ser reinvestida na própria empresa, dependendo da decisão dos sócios.

No caso de somente o lucro ser partilhado, o correto é que todos os sócios


devolvam seu respectivo dízimo no momento de seu recebimento. Até aí correria tudo bem
se os sócios fossem todos crentes. Nesse caso cada sócio seria um dizimista fiel e por
tabela a empresa também seria abençoada. Mas e se houvesse um sócio incrédulo? Será
que espiritualmente a empresa receberia algum tipo de maldição por roubar a DEUS nos
dízimos? Daí a importância de não se fazer sociedade entre cristão e não cristão – ver
mais a frente na questão das sociedades.

Mas e quando o lucro da empresa for reinvestido no próprio negócio? Como fica a
questão do dízimo? Entendemos que é mais simples calcular o dízimo mensalmente, mas
se isso não for feito, deve-se apurar o total do capital reinvestido na ocasião de uma
eventual venda da empresa. O problema estará se a empresa nunca for vendida, por isso
é recomendado que se apure o lucro reinvestido mensalmente, devolvendo o dízimo sobre
o valor.

Como calcular o dízimo do resultado de uma venda?


Quando vendemos algum bem, seja um imóvel ou um carro, comprado com
dinheiro já dizimado, o dízimo deve ser calculado tendo como base o valor do lucro

143
alcançado com essa venda, isto é, sobre o lucro da negociação, e não sobre o valor do
patrimônio.

Mas quando vendemos algum bem comprado com dinheiro que ainda não tenha
sido dizimado por nós ou no caso que tenhamos recebido como herança ou presente, o
dízimo deverá ser calculado integralmente no momento de uma venda.

Por exemplo, se do salário já dizimado eu consigo comprar uma casa no valor R$


100 mil e após um período eu a vendo por R$ 150 mil, o correto é devolver o dízimo
calculado apenas sobre o lucro, ou seja, R$ 50 mil. Mas se essa mesma casa ter sido
comprada com dinheiro não dizimado, então o correto será devolver o dízimo do valor do
patrimônio, ou seja, calculado sobre os R$ 150 mil.

Vale sempre lembrar que isso não é um “business” com DEUS, e que acima de
tudo o dízimo deve ser devolvido como expressão de amor, gratidão e adoração. Não
devemos enxergar o dízimo como uma simples obrigação ou uma ameaça do mundo
espiritual. Nesse caso, a espontaneidade conta muito mais que o legalismo. Portanto, se a
pessoa fizer questão de, mesmo nessa situação, entregar seu dízimo, não temos dúvida de
que essa atitude não será desprezada por DEUS que pesa tudo em sua balança.

Devo devolver o dízimo em produtos ou em dinheiro?


Qual a diferença entre devolver o dízimo em produtos ou em dinheiro? Se o dízimo
é igual a 10% da renda, a resposta estará no tipo de renda da pessoa. Se a renda for em
produtos, ela deve devolver o dízimo em produtos. Isso era mais comum em épocas em
que o dinheiro ainda não havia sido estabelecido para regular as transações comerciais,
onde o agricultor entregava seu dízimo em produtos, mas ainda sim poderia vendê-los e
entregar o dízimo com o resultado da venda.

Hoje em dia, o normal é qualquer renda ser contabilizada em dinheiro, e assim o


dízimo ser entregue em dinheiro. Portanto, não faz sentido uma pessoa receber seus
ganhos em dinheiro e separar o valor do seu dízimo e comprar produtos para a igreja,
como, por exemplo, cestas básicas, roupas, remédios, etc.

O dízimo não foi instituído por DEUS para ser administrado por aquele que o
devolve na igreja, mas sim por pessoas que foram separadas por DEUS para tal serviço.

O dízimo é a renda que financia a obra de DEUS, foi DEUS quem estabeleceu o
dízimo como forma de se manter as portas das igrejas abertas ao povo. E será através de
oração e direção de DEUS que a administração da igreja aplicará os recursos da melhor
forma possível, atendendo as necessidades do Corpo.

“Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que
prestam, serviço da tenda da congregação... mas os levitas farão o serviço da
tenda da congregação, e responderão por suas faltas: estatuto perpétuo é este
para todas as vossas gerações...” (Números 18: 21 e 23)

Posso fazer sociedade com um incrédulo?


DEUS nos exorta a olharmos os frutos para tomarmos uma decisão de nos
associarmos a alguém, ou até mesmo de caminhar ao lado de alguém. E se precisamos ter

144
muito cuidado para estabelecer uma sociedade com uma pessoa de mesma fé, o que dirá
de uma sociedade com um incrédulo, alguém que não compactua da mesma crença?

“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que


sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da
luz com as trevas? Que harmonia, entre CRISTO e o maligno? Ou que união,
do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de DEUS e os
ídolos? Porque nós somos santuários do DEUS vivente, como Ele próprio disse:
Habitarei e andarei entre eles; serei o Seu DEUS, e eles serão o meu povo. Por isso,
retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o SENHOR; não toqueis em coisas
impuras; e eu vos receberei.” (2 Coríntios 6: 14-17)

A sociedade com um ímpio é desencorajada devido ao choque de idéias e culturas,


devido às diferenças de crenças e convicções, etc. Isso certamente causaria atritos mais
cedo ou mais tarde. As crenças devem ser compatíveis, os costumes devem ser
compatíveis, as ideologias devem ser as mesmas.

Já pensou se você, como cristão, desejasse que sua empresa devolvesse o dízimo
para ser mais abençoada? Será que seu sócio incrédulo aceitaria? Quando o rendimento
se referir à distribuição anual dos lucros, o mais prudente é que se deveria dizimar sobre
o lucro antes dele ser repartido ou então no caso de ser reinvestido na empresa. Porém,
agindo dessa forma, podem-se gerar problemas com um eventual sócio incrédulo

O comércio no templo é lícito?

A chave para a compreensão do texto bíblico abaixo está em discernir que os que
conduziam o templo naquela época estavam possuídos por uma motivação errada.

“Tendo Jesus entrado no templo, expulsou todos os que ali vendiam e


compravam; também derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos
que vendiam pombas. E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa
de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores.” (Mateus 21: 12 e 13)

A lei mosaica dizia que os animais a serem oferecidos em holocausto (sacrifício de


oferta queimada) a DEUS não poderiam ter qualquer defeito. Essa era a exigência com
relação aos animais. Mas o que acontecia no templo nos dias do sumo sacerdote Caifás
era uma verdadeira distorção de valores morais e espirituais. A realidade era que os
sacerdotes encarregados de administrar o templo examinavam os animais trazidos pelo
povo para seus sacrifícios, a fim de se certificarem que eles estavam de acordo com a
exigência da lei, isto é, sem apresentar defeito.

De posse dessa autoridade, eles manipulavam os exames, reprovando os animais e


oferecendo um substituto – evidentemente que a um determinado custo financeiro. E para
piorar, chegava-se ao ponto desse animal substituto ser simplesmente um anterior que
fora reprovado no “exame sacerdotal”. Os sacerdotes estavam corrompidos e acabaram
por criar um sistema para ganhar dinheiro à custa dos sacrifícios que a Lei Cerimonial
exigia. Esse foi o sistema sacrifical corrompido e explorador que JESUS condenou. Um
sistema que estava mais para um negócio mercantil do que qualquer outra coisa.

Nos dias de hoje, não precisamos mais oferecer animais em sacrifício a DEUS.
JESUS, como o cordeiro de DEUS (João 1: 29), já se encarregou de se oferecer
definitivamente de uma vez por todas (Hebreus 7: 27). Mas se trouxéssemos aquela

145
realidade aos nossos dias, seria como se para participarmos de um culto hoje tivéssemos
que ter em posse apenas um determinado tipo de bíblia impressa pela própria igreja, ou
então que somente o óleo da unção vendido pela igreja era válido. Já imaginou?

Além disso, os principais sacerdotes não aceitavam outras moedas que não fosse o
“shekel” judaico (moeda local) – lembre-se que vinham visitantes de todas as partes do
oriente médio trazendo consigo diferentes tipos de moedas. O problema acontecia, pois, os
cambistas inflacionavam as taxas cambiais e lucravam abusivamente na troca das
moedas, mesmo já tendo lucrado anteriormente com a venda dos animais.

A administração dos recursos deve ser feita pela Igreja?

Quem administra os dízimos e as ofertas prestará suas contas para DEUS. Não
use desculpas do tipo “não confio nesse pastor” ou “meu dízimo vai para o bolso do
pastor” para negligenciar essas ordenanças que vieram Dele. Se você é um dos que
adotam esses tipos de desculpas, o melhor que você tem a fazer é sair de sua atual igreja
(com a benção de seu pastor) e procurar uma outra igreja em que você possa confiar
naquela pessoa a quem DEUS confiou a sua vida. Mesmo porque todos nós também
prestaremos contas com relação àquilo que fizemos com os recursos que DEUS nos deu.

Posso investir em títulos de capitalização?


Um título de capitalização nada mais é do que um investimento financeiro a longo
prazo. Entendemos que a capitalização não oferece vantagens para as pessoas pelos
seguintes motivos: 80% do valor rendem à mesma taxa de juros da poupança e 20% não
rendem, sendo usados para custear taxas administrativas; possui uma carência de doze
meses para resgatar o valor, sendo que o saque antes disso incide uma multa; caso o
valor fique por cinco anos capitalizando, o valor integral rende a juros de poupança; em
termos de aplicação e retorno, consideramos como o pior investimento financeiro.

A única vantagem seria a oportunidade de ganho com sorteios, o que nesse caso
não é um é jogo de azar, pois o sorteio é um atrativo a essa aplicação, independente se o
sorteio é baseado na numeração da loteria (uma opção do banco como isenção de
trabalho).

A partir do momento que uma parte do dinheiro investido se perde em troca da


possibilidade de ser sorteado, então já consideramos como um jogo de azar e, nesse caso,
não convém ao cristão.

Portanto, concluímos que existem outras opções de investimento muito mais


rentáveis no mercado financeiro, por isso, não aconselhamos essa opção.

A agiotagem é lícita?
É uma atividade ilícita por não ser supervisionada pelo Banco Central. Pegar
empréstimo com a família ou amigos não é agiotagem, agiota é quem vive disso. Mas
deve-se pesar na balança se vale a pena correr o risco de ter dificuldade para honrar a
dívida e terminar relacionamentos familiares. Nesse caso, pode ser preferível pegar
empréstimos em bancos.

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Posso participar de jogos de azar?
Sendo oficial (loterias do governo) ou clandestino (bingos, bicho) qualquer jogo de
azar está fora da visão. É um erro a pessoa gastar seu dinheiro em uma possibilidade
praticamente nula de ganhar. A realidade é que o apostador perde o dinheiro que
apostou. Nosso sustento vem do nosso trabalho honesto (Efésios 4: 28), e não da sorte,
que na verdade de sorte não tem nada. O cristão não deveria de modo algum desejar esse
dinheiro, que é fruto de tantas famílias destruídas e de tantas vidas arruinadas pelo vício.
Tudo que vicia deve ser evitado pelos cristãos (1 Coríntios 6: 12). Nosso dinheiro deve ser
gasto sob a direção de DEUS (Provérbios 23: 5).

As tão faladas benfeitorias que as loterias oficiais dizem fazer são conversas, pois
para fazê-las é que o governo arrecada os impostos.

Posso participar de rifas?


Entendemos que rifa é uma aposta, ou seja, a pessoa paga um valor visando
ganhar algo em um sorteio (o que é fora da visão da igreja). Diferentemente disso, existem
algumas campanhas em várias igrejas em que o membro oferta um valor que tem um
destino certo (normalmente frentes sociais ou compras específicas de necessidades da
igreja) e concorre ao sorteio de algo, e nesse caso, a pessoa está ofertando na obra e não
apostando a sua sorte em um sorteio de algo. Nesse caso, o prêmio serve apenas de
incentivo e estímulo e nada mais, não sendo o objetivo da pessoa, pois ela sabe que o
objetivo é ajudar a obra e semear na casa de DEUS e consequentemente na sua própria
vida.

Cito como exemplo o caso de uma pessoa que ofertou e passou a concorrer ao
sorteio de um violão, ele ganhou o violão e devolveu o instrumento para que ele fosse
novamente sorteado. O objetivo dessa pessoa nunca foi o sorteio, mas sim o ato de
participar na obra de DEUS. São dois casos diferentes, rifa é uma coisa, campanhas
assistenciais são outra.

Posso participar de sorteios?


Sorteios são diferentes de jogos de azar. No jogo houve uma aposta e o dinheiro se
perdeu. Já no sorteio, uma pessoa compra um bem que lhe útil e isso lhe dá o direito de
participar de sorteios. Isso não configura jogo de azar, pois não houve perda de dinheiro.
Portanto não há mal nenhum em a pessoa participar de um sorteio ou promoção e
ganhar, pois não houve aposta. Mas é importante também usar de bom senso e sabedoria
para não manipular a situação, ou seja, gastar dinheiro à toa, de olho somente no prêmio
que se pode ganhar.

Devo dar o dízimo das ajudas de custo empresariais?


Vale alimentação, vale refeição, vale transporte, auxílio combustível e auxílio
faculdade são benefícios que representam valores ganhos pelo nosso trabalho. Tudo isso
até poderia ser incorporado ao salário (só não são para se evitar mais encargos) e servem
para custear transporte e comida. O dízimo deve ser calculado sobre tudo que ganhamos.

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“E de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo.” (Gênesis
28: 22 b)

Por exemplo, imagine uma situação em que você receba o valor de R$ 200,00 em
cartão e sua empresa desconta 10% deste valor na fonte do salário, ou seja, R$ 20,00.
Nesse caso, o dízimo deve ser calculado em cima dos R$ 180,00, totalizando R$ 18,00.
Porém, nada nos impede de declararmos, através dos dízimos, que desejamos dar muito
mais que simples contas matemáticas para DEUS. Desejamos dar o nosso melhor. Nesse
caso, para essas pessoas, o dízimo tem como base o valor bruto da ajuda de custo.
Jamais DEUS desprezará esse tipo de semeadura.

Posso lucrar com empréstimos?


Uma das promessas de DEUS é que teríamos para emprestar, mas que não
precisaríamos tomar emprestado. A dúvida é se podemos obter lucro com esses
empréstimos. Entendemos que, se você empresta dinheiro ao crente para socorrê-lo, o
mais sensato é apenas corrigir esse dinheiro, sem cobrar os juros do mercado a fim de
obter um lucro com isso. A não ser que o próprio devedor faça questão de pagar juros
para você que seja menos que os juros do mercado.

“Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te
haverás com ele como credor que impõe juros.” (Êxodo 22: 25)

Mas se emprestamos dinheiro ao incrédulo, entendemos que temos a liberdade


para cobrar juros.

“A teu irmão não emprestarás com juros, nem dinheiro, nem comida, nem
qualquer coisa que se empresta com juros. Ao estrangeiro emprestarás com
juros, porém a teu irmão não emprestarás com juros; para que o SENHOR teu
DEUS te abençoe em todos os teus empreendimentos, na terra a qual passas a
possuir.” (Deuteronômio 23: 19 e 20)

Posso lucrar com aplicações financeiras?


Entendemos que não há problemas em um cristão fazer uma aplicação financeira
junto aos bancos a fim de se obter lucros, pois a palavra é clara em sua aprovação.

“Por que não puseste o meu dinheiro no banco: E então, na minha vinda, o
receberia com juros.” (Lucas 19: 23).

É importante aqui fazermos uma distinção entre as atividades de um investidor e


de um especulador, pois há diferenças, como vemos a seguir:

Investidor X Especulador

 Aplicação a longo prazo X Aplicação a curto prazo.


 Profissionais ou poupadores X Profissionais.
 Respeita o tempo / ciclo X Antecipa o tempo / ciclo.
 Ganha ou Ganha X Ganha ou Perde.
 Investimentos sólidos e confiáveis X Investimentos incertos.
 Diversifica as aplicações X Centraliza as aplicações.
148
 Certeza X Sorte
 Fornece estabilidade ao mercado X Fornece instabilidade ao mercado.

Portanto, nossas aplicações financeiras devem ser realizadas como investimento e


não como especulação. Jamais lance seu dinheiro em um “jogo de especulação” ou “jogo
de sorte”.

Devo dar o dízimo do valor do limite bancário?


Fazer uso do limite bancário ou cheque especial para devolver o dízimo não é uma
prática ilícita, mas é algo que não podemos aprovar por incentivar a contração de dívidas,
o que a palavra de DEUS não recomenda (Romanos 13: 8).

Por isso que é importante entregar o dízimo com sendo as primícias da renda, pois
isso é um princípio espiritual que atrai a bênção financeira de DEUS (Provérbio 3: 9 e 10).
E nunca se esquecer de manter uma boa administração financeira sobre os rendimentos
(as receitas sendo maiores que as despesas).

Porém vale lembrar que se a pessoa fizer questão de, mesmo nessa situação,
entregar seu dízimo, não temos dúvida de que essa atitude não será desprezada por
DEUS que pesa tudo em sua balança. Tudo isso por uma questão de fé.

Devo dar o dízimo de um empréstimo bancário?

Como o dízimo é o que devolvemos ao SENHOR baseado no nosso ganho e


empréstimo bancário não é ganho, não aprovamos a devolução do dízimo de um
empréstimo, embora isso não seja algo ilícito. Além de a pessoa ter de devolver ao banco o
que pegou, terá de arcar com todos os juros embutidos aí.

Portanto, não é necessário separar o dízimo sobre empréstimos, sendo que a


pessoa precisa viver com aquilo que ganha, sem precisar recorrer aos empréstimos, que
na verdade não deixam de ser dívidas (Romanos 13: 8 / Deuteronômio 28: 12).

Porém vale lembrar que se a pessoa fizer questão de, mesmo nessa situação,
entregar seu dízimo, não temos dúvida de que essa atitude não será desprezada por
DEUS que pesa tudo em sua balança.

Devo pagar impostos?


O imposto é uma obrigação legal a ser cumprida tanto por empresas quanto por
pessoas físicas. Em outras palavras, o imposto é uma contribuição obrigatória exigida
pelo governo para o custeio de bens e serviços públicos. Não entraremos no mérito de que
se é justo ou não. Mas infelizmente as pessoas, hoje em dia, simplesmente burlam isso, e
isso é um dos motivos da carga tributária em nosso país ser tão elevada. Aqueles que
pagam o fazem por aqueles que sonegam.

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Devo dar o dízimo da restituição de imposto de renda?
A restituição do imposto é uma devolução de valores que foram cobrados a mais
pelo governo. Se devolvermos o dízimo do valor bruto dos ganhos, não precisaremos
devolver o dízimo sobre o valor restituído, pois esse valor já foi dizimado. Mas se
calculamos o dízimo sobre o valor líquido, deveremos dizimar sobre a restituição.

Devo dar o dízimo do 13º salário?


O décimo terceiro é mais uma renda como todos os demais salários, portanto,
devemos calcular o dízimo também sobre essa renda.

Devo dar o dízimo de uma atitude ilícita?


Devemos dar o dízimo de atitudes contrárias à palavra de DEUS, como por
exemplo, tráfico de drogas, assaltos, pirataria ou jogos de azar? Em primeiro lugar, o que
é mais importante é que não devemos fazer tais coisas. O essencial aqui é arrepender-se,
confessar os pecados e abandonar tais práticas, recomeçando a vida com JESUS.

“Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e
se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os
seus pecados e sararei a sua terra”. (2 Crônicas 7: 14)

Certamente DEUS perdoará qualquer pecado se encontrar um coração com


verdadeiro arrependimento.

“Ora, não levou DEUS em conta os tempos da ignorância; agora, porém,


notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam”. (Atos 17: 30)

Porém, entendemos que não entregar esse dízimo é errar pela segunda vez. Mas
essa condição de devolução está, sim ou sim, condicionada ao abandono da prática do
pecado. Se for para não abandonar a prática ilícita, então que se não cumpra o dízimo e a
oferta. De nada adiantará cumprir com uma aliança financeira, mas sem cumprir com
uma aliança de vida. A primeira coisa que DEUS requer é o coração. DEUS não está
interessado no dinheiro. Ele está interessado em nos ter como filhos que dependem do
Pai. O único dízimo que DEUS não aceita é o calculado sobre valores de prostituição e
sodomia (homossexualismo e coisas semelhantes).

“Não trarás salário de prostituição nem preço de sodomita à Casa do


SENHOR, teu DEUS, por qualquer voto; porque uma e outra coisa são
igualmente abomináveis ao SENHOR, teu DEUS”. (Deuteronômio 23: 18)

Mas e qual deve ser a posição da igreja com relação a isso? Ela deve aceitar esse
tipo de dízimo? Entendemos que ao orarmos e consagrarmos os valores a DEUS, Ele os
santifica e os abençoa, exceto os valores arrecadados com prostituição e sodomia, já que
Ele mesmo enfatizou essa exceção (Deuteronômio 23: 18) e sabe mais que nós as razões
disso. A melhor coisa a fazermos é não dar esse “abacaxi a ser descascado” para a nossa
liderança. Que vivamos como pessoas que confiam e dependem exclusivamente de DEUS.

150
Se JESUS era pobre, nós não deveríamos ser pobres também?
Já comentamos que o evangelho, em nenhum momento, faz alusão à pobreza e
condena a riqueza. O que o evangelho prega é que não devemos amar as riquezas e nem
colocar nelas a nossa esperança.

DEUS conta com diversas pessoas, de vários níveis sociais, desde o pobre até o
rico. Por acaso ser rico é alguma obra da carne? Ou onde está dizendo na bíblia que os
ricos não herdarão o Reino de DEUS? A bíblia diz que os idólatras não herdarão o Reino
de DEUS. Aqui sim podemos encaixar a idolatria ao dinheiro. Mas de forma alguma
podemos dizer que o dinheiro por si só conduz a pessoa para o inferno.

“Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras [no sangue do


CORDEIRO], para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade
pelas portas. Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os
idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira”. (Apocalipse 22: 14 e 15)

“Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia,


idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões,
facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das
quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de
DEUS os que tais coisas praticam”. (Gálatas 5: 19-21)

“Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de DEUS? Não vos enganeis:
nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas,
nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores
herdarão o reino de DEUS”. (1 Coríntios 6: 9 e 10)

O alerta a respeito das riquezas está no perigo de amar o dinheiro. JESUS nos
disse que realmente é mais fácil um pobre herdar o Reino de DEUS do que um rico. Não
precisamos de grandes revelações para se chagar a essa conclusão. Quando uma pessoa
pobre se encontra em dificuldades, o mais normal é que ela se volte em desespero a
DEUS. Mas isso normalmente já não acontece com uma pessoa rica. Quando ela está
enfrentando alguma dificuldade emocional, de saúde ou profissional, o mais normal é ela
olhar para seus próprios recursos e buscar neles a resposta que tanto procura, ou então
encontrar neles um momento de relaxamento.

Sem dúvida não podemos nos esquecer do exemplo dado por JESUS, que abriu
mão de suas riquezas a fim de que nós nos tornássemos ricos. Essa riqueza certamente
refere-se a questões espirituais e não materiais, afinal de contas, a base da pregação do
Evangelho é a salvação de almas, e não a salvação de bolsos. Embora DEUS também
salve “alguns bolsos por aí”...

“Pois conheceis a graça de nosso SENHOR JESUS CRISTO, que, sendo rico, se fez
pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornásseis ricos.” (2
Coríntios 8: 9)

JESUS é rico em todos os sentidos: poder, autoridade, honra, posses, felicidade,


plenitude, e tudo o mais que você imaginar. Mas por amor à humanidade, Ele escolheu se
desfazer de tudo para resgatar a sua criação. Você consegue perceber a diferença entre o
que Ele fez e o que Ele deseja que nós façamos? DEUS nos diz para darmos um pouco do
nosso dinheiro, do nosso alimento, das nossas roupas, e do nosso tempo, para DEUS e
para o próximo. Enquanto isso, Ele simplesmente deu a própria vida!

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O principal chamado de JESUS não consistia em ser um mantenedor da obra. Ele
não veio a essa terra para ser um empresário. O ministério de JESUS foi o de ser o
Libertador e o Salvador da humanidade – ministério este que ninguém mais poderia
cumprir.

Se pudéssemos imaginar o dia a dia de JESUS, creio que só de pensar ficaríamos


um pouco estressados. Ele não tinha tempo para nada, vivia viajando de um lugar a outro
para pregar o Evangelho, era ao mesmo tempo adorado e perseguido, aclamado e
caluniado. O tempo que Ele tinha vago era justamente quando as pessoas estavam
dormindo. E por incrível que pareça, Ele investia esse tempo disponível em oração para
receber as direções do Pai. Talvez, por ter essa vida tão agitada, foi que JESUS disse que
não tinha onde reclinar a cabeça.

“Mas JESUS lhe respondeu: as raposas têm seus covis e as aves do céu, ninhos;
mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.” (Mateus 8: 20)

Talvez o fato de JESUS não ter onde reclinar a cabeça estava muito mais no
sentido de que Ele não tinha descanso e sim muito trabalho a fazer, do que pelo fato Dele
não ter recursos para comprar um travesseiro, afinal de contas, não se esqueça que Ele,
JESUS, quando menino, foi adorado com ofertas de pura riqueza.

“Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o


adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro,
incenso e mirra”. (Mateus 2: 11).

Além disso, durante sua vida aqui na terra, mulheres de posses materiais
contribuíam para o sustento de Seu ministério.

“Aconteceu, depois disto, que andava JESUS de cidade em cidade e de aldeia em


aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de DEUS, (...) e Joana, mulher
de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e muitas outras, as quais lhe
prestavam assistência com os seus bens”. (Lucas 8: 1-3)

Dois outros homens empregaram suas riquezas a serviço do Reino. Estamos


falando de José de Arimatéia e de Nicodemos. Concluímos então que não há problemas
em ser rico e ser uma pessoa de posses materiais. Podemos muito bem conciliar o fato de
ser rico e influente socialmente com a condição de ser um discípulo de JESUS. Isso é
possível desde que a devoção não esteja nas riquezas, mas que elas sejam sempre usadas
em pró do Reino de DEUS.

“Caindo a tarde, veio um homem rico de Arimatéia, chamado José, que era
também discípulo de JESUS. Este foi ter com Pilatos e lhe pediu o corpo de
JESUS. Então, Pilatos mandou que lho fosse entregue. E José, tomando o corpo,
envolveu-o num pano limpo de linho e o depositou no seu túmulo novo, que fizera
abrir na rocha; e, rolando uma grande pedra para a entrada do sepulcro, se retirou”.
(Mateus 27: 57-60)

“Depois disto, José de Arimatéia, que era discípulo de JESUS, ainda que
ocultamente pelo receio que tinha dos judeus, rogou a Pilatos lhe permitisse tirar o
corpo de JESUS. Pilatos lho permitiu. Então, foi José de Arimatéia e retirou o corpo
de JESUS. E também Nicodemos, aquele que anteriormente viera ter com JESUS à
noite, foi, levando cerca de cem libras de um composto de mirra e aloés.

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Tomaram, pois, o corpo de JESUS e o envolveram em lençóis com os aromas, como é
de uso entre os judeus na preparação para o sepulcro”. (João 19: 38-40).

Mas é evidente que se a riqueza incomoda tanto a vida de alguém, deve ser pelo
fato dessa pessoa ter uma suscetibilidade e uma fraqueza para adorá-la, fazendo do
dinheiro um deus, e caindo, portanto, no pecado da idolatria. Para esses, certamente é
melhor se abdicarem de qualquer bem material e fazer um voto de pobreza. Realmente
DEUS pode ter esse tipo de chamado específico para alguns. Se DEUS tiver isso para sua
vida, o melhor a fazer é aceitar e obedecer.

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