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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 5
2 BACTERIOLOGIA .............................................................................. 6
8 ENTEROBACTÉRIAS ...................................................................... 35
2
9.5 Teste da optoquina .................................................................... 42
10 UROCULTURA ............................................................................. 46
11 HEMOCULTURA .......................................................................... 48
13 ANTIMICROBIANOS .................................................................... 54
3
13.9 Modificação do sítio alvo do fármaco ..................................... 60
4
1 INTRODUÇÃO
Bons estudos!
5
2 BACTERIOLOGIA
Fonte: biologo.com.br
6
Os dois postulados citados seriam aperfeiçoados e mais tarde impostos
aos bacteriologistas pelos trabalhos de Robert Koch (primeiro a isolar o M.
tuberculosis):
Um microrganismo específico pode sempre ser encontrado em
associação com uma dada doença.
O organismo pode ser isolado e cultivado, em cultura pura, no laboratório
A cultura pura produzirá a doença quando inoculada em animal sensíveis
É possível recuperar o microrganismo, em cultura pura, dos animais
experimentalmente infectados.
Fonte: microbiologia3bio
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Há diferentes tamanhos e formas para as bactérias. A maioria varia de 0,2
a 2,0 µm de diâmetro e de 2 a 8 µm de comprimento e apresenta algumas formas
básicas, como esféricas, cilíndricas e espiraladas: (SPOLIDORIO; DUQUE;
PÓVOA, 2013)
• células esféricas – denominadas cocos, são geralmente arredondadas;
• células cilíndricas ou em forma de bastão – chamadas de bacilos;
• células espiraladas ou helicoidais – chamadas de espirilos.
Quanto ao arranjo, pode-se observar que algumas espécies de bactérias
estão frequentemente aderidas umas às outras, enquanto outras espécies
possuem a forma espiralada e normalmente são únicas.
As bactérias que estão aderidas podem crescer em arranjos dependendo do
plano de divisão celular; por exemplo, os cocos podem ser:
• diplococos (duas células ligadas);
• estreptococos (formando cadeia); ou
• estafilococos (divisão em três planos com agrupamento na forma de
cacho de uva).
Os bacilos em sua maioria se apresentam isolados. Os diplobacilos aparecem
em pares após a divisão, e os estreptobacilos, em cadeias.
As formas espiraladas possuem uma ou mais curvaturas, podendo ser
denominadas:
• vibriões (forma de vírgula);
• espirilos (forma helicoidal, espiralada e rígida);
• espiroquetas (forma helicoidal e flexível).
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que se expressam em diferentes funções estruturais e fisiológicas e que podem
ser transmitidas para as gerações seguintes, sendo o DNA o elemento
fundamental de hereditariedade. O genoma procariótico é constituído pelo
conjunto de todos os genes da bactéria que podem estar presentes em seu
cromossomo ou em elementos genéticos extracromossômicos (plasmídeos,
bacteriófagos e transposons). Em sua grande maioria, as bactérias são
haploides, isto é, elas têm apenas um cromossomo (consequentemente, cada
gene tem apenas uma cópia), o qual está organizado em uma única molécula de
DNA circular (MURRAY et al., 2004).
O DNA está normalmente organizado em fita dupla, que se pareia
complementarmente por meio de bases nitrogenadas adenina (A) e timina (T) e
guanina (G) e citosina (C), respectivamente (A-T; G-C), por intermédio de pontes
de hidrogênio (dupla e tripla ligação, respectivamente). Além das bases
nitrogenadas o DNA ainda é constituído pela pentose desoxirribose e pelo fosfato
(sendo o conjunto desses três compostos chamados de nucleotídeo). Os
nucleotídeos ligam-se à fosfo-2’-desoxirribose (ligação fosfodiéster), formando
um esqueleto de DNA (BROOKS et al., 2014).
A reprodução das bactérias é assexuada por fissão simples, e cada célula-
filha recebe uma cópia do cromossomo. Elas são monoploides, mas
“multinucleadas”, ou seja, a célula geralmente contém duas ou mais cópias
idênticas do cromossomo. Os cromossomos de bactérias não passam pelos
ciclos de condensação mitótica e meiótica que ocorrem durante a divisão celular
e a gametogênese em eucariotos. (SNUSTAD; SIMMONS, 2017)
Portanto, os processos de recombinação – distribuição independente e
crossing over meiótico – que ocorrem durante a reprodução sexuada em
eucariotos não ocorrem em bactérias. Todavia, a recombinação foi tão
importante na evolução de bactérias quanto na evolução de eucariotos. Na
verdade, processos semelhantes à reprodução sexuada – processos
parassexuados – ocorrem em bactérias. (SNUSTAD; SIMMONS, 2017)
1) Recombinação genética
A recombinação genética é o fenômeno no qual ocorre troca de genes
entre duas moléculas de DNA, formando novas combinações de genes em um
cromossomo. É possível classificar essa recombinação em dois tipos:
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recombinação homóloga, que acontece quando os dois segmentos de DNA
pareados têm sequências praticamente idênticas, ou recombinação não
homóloga, quando as sequências do DNA são diferentes, requerendo que sejam
catalisadas por enzimas especializadas em recombinação (BROOKS et al.,
2014; LEVINSON, 2016).
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a esse processo, de transdução generalizada. Agora, se o bacteriófago
incorporar genes específicos da bactéria doadora, chama-se de transdução
especializada (MADIGAN et al., 2016; TORTORA; FUNKE; CASE, 2017).
Conjugação: considerado um acasalamento bacteriano, este é o
mecanismo de troca de material genético (transferência de plasmídeo ou de
cromossomo) de uma bactéria para outra por intermédio da formação do pílus
sexual. É necessário que haja contato direto entre uma bactéria doadora e uma
bactéria receptora, sendo que a primeira tem o plasmídeo de fertilidade (p.ex.,
plasmídeo F produzido pela bactéria Escherichia coli que está relacionado com
a formação do pílus sexual) e a segunda não (MADIGAN et al., 2016; TORTORA;
FUNKE; CASE, 2017).
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2.3 Citologia
12
Fonte: arca.fiocruz.br
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3 CRESCIMENTOS BACTERIANO
Fonte: pt.dreamstime.com
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bacteriano, sendo necessário fazer a contagem em intervalos regulares. O ciclo
de crescimento das bactérias apresenta quatro fases distintas:
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mantendo o número de bactérias constante (TRABULSI ALTERTHUM, 2008
TORTORA FUNKE CASE, 2017).
Fase de morte ou fase logarítmica de declínio: fase em que o número de
células mortas é superior ao das células vivas, ocorrendo, portanto, um
declínio no número de bactérias viáveis (vivas), até que a maioria das células,
ou todas, morra (BROOKS et al., 2014 TRABULSI ALTERTHUM, 2008).
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Outras espécies do grupo termófilo se desenvolvem melhor em temperaturas
acima de 60°C, não se desenvolvendo na faixa mesófila. São chamadas
bactérias termófilas verdadeiras, obrigatórias ou estenotermófilas.
4 PATOGENICIDADE BACTERIANA
Fonte: dabioasces.webnode.com.br
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A interação entre eles e os hospedeiros pode ser neutral, benéfica ou
patogênica. Neste último caso, os microrganismos utilizam estruturas
especializadas ou deficiências do hospedeiro para infectá-lo, causando danos
no seus tecidos e células. (SOSA, 2019)
Nosso corpo é formado por bilhões de células e, entre elas, temos
diferentes tipos, como neurônios, células musculares, epiteliais e do sangue.
Além delas, em nosso corpo, existe uma grande quantidade de células
exógenas, representada por microrganismos como fungos e bactérias. Existe,
assim, um equilíbrio entre os componentes, e a presença dos microrganismos é
fundamental para o bom funcionamento de alguns tecidos e órgãos (MADIGAN
et al., 2016 apud SOSA, 2019).
Em ocasiões, esse equilíbrio é quebrado, e agentes denominados
patógenos conseguem infectar o corpo, causando lesões. Esses microrganismos
podem utilizar estruturas especializadas, toxinas e enzimas para invadir ao
hospedeiro e, muitas vezes, aproveitam momentos de baixa imunidade do
indivíduo para atacar (são os chamados patógenos oportunistas) (MADIGAN et
al., 2016; LEVINSON, 2016 apud SOSA, 2019).
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evolutivos, os microrganismos que compõem a microbiota normal são mais
adaptados ao homem do que aqueles microrganismos extremamente
patogênicos, pois estes podem levar a óbito, o que não é vantajoso para o
microrganismo (MURRAY et al., 2004; TORTORA; FUNKE; CASE, 2017 apud
SOUZA, 2019)
Além dos microrganismos que formam a microbiota normal (de forma
permanente), existem alguns que colonizam o homem de forma transitória
(permanecem por horas, dias ou semanas) e normalmente não são patogênicos,
os quais são chamados de microbiota transitória (BROOKS et al., 2014 apud
SOUZA, 2019).
Os microrganismos que vivem no corpo humano colonizam virtualmente
todas as superfícies expostas ao ambiente externo. A microbiota está presente
na boca, no estômago, no intestino, nos tratos genitourinário e respiratório, nos
olhos, na pele etc. Embora esta se distribua por todas as áreas de contato com
o exterior, a maior parte da colonização (cerca de 70%) ocorre no trato
gastrointestinal. (ANTUNES, 2014)
Além dessa variação no tempo, o conjunto de microrganismos também
exibe grandes diferenças espaciais. No trato gastrointestinal, por exemplo, cada
segmento do tubo digestivo tem micróbios relativamente específicos. No
estômago, são comuns bactérias dos gêneros Lactobacillus, Veillonella e
Helicobacter. No intestino delgado, predominam estreptococos, actinobactérias
e corinebactérias. No intestino grosso, algumas das bactérias mais abundantes
são os gêneros Bacteroides e Clostridium. (ANTUNES, 2014)
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4.2 Propriedades patogênicas dos microrganismos
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Existem alguns fatores de adesão que podem estar presentes na bactéria,
como proteínas de aderência, ácido lipoteicoico, cápsula, fímbrias, pili e
flagelos (BROOKS et al., 2014; MADIGAN et al., 2016 apud SOUZA,2019).
Invasão
É a capacidade que o microrganismo tem de penetrar nas células ou nos
tecidos do hospedeiro, de forma a permitir a sua disseminação e a propagação
da doença (BROOKS et al., 2014; MADIGAN et al., 2016 apud SOUZA,2019).
Toxicidade
É a capacidade que o microrganismo tem de produzir a toxina que causa
doença no hospedeiro. Os microrganismos podem produzir exotoxinas, que
são as proteínas tóxicas liberadas pelos patógenos enquanto eles crescem (p.
ex., enterotoxinas produzidas pelas bactérias Clostridium perfringens e
Bacillus cereus que causam intoxicação alimentar) ou podem produzir
endotoxinas — que são os lipopolissacarídeos (LPS) tóxicos que causam
febre, hipotensão e choque séptico —, as quais são produzidas somente pelas
bactérias gram-negativas, já que somente elas têm LPS em suas membranas
externas (BROOKS et al., 2014; MADIGAN et al., 2016 apud SOUZA,2019)
Resistência a antimicrobianos e a desinfetantes
Microrganismos com resistência a antimicrobianos e desinfetantes comumente
utilizados são mais virulentos e têm maior potencial de causar doença
(BROOKS et al., 2014 apud SOUZA,2019).
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exemplo, a cápsula de Neisseria meningitidis e de Streptococcus pneumoniae
evita que os fagócitos se liguem à bactéria. Outro tipo de fator antifagocitário são
as proteínas de parede celular de algumas bactérias, como a proteína A de
Staphylococcus aureus, que se liga à IgG, evitando a ativação do complemento
(LEVINSON, 2016).
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membranas mucosas. Por sua parte, as leucocidinas ajudam no combate a
macrófagos e neutrófilos (LEVINSON, 2016 apud SOSA, 2019).
Alguns microrganismos são capazes de sobreviver dentro da célula
hospedeira e são denominados patógenos intracelulares. Dentro das bactérias
mais representativas desse grupo, temos Brucella, Listeria e Mycobacterium e,
em relação aos fungos, um exemplo conhecido é Histoplasma. O fato de
permanecer dentro da célula hospedeira favorece sua proteção contra
mecanismos de defesa extracelulares, como neutrófilos e anticorpos. Para poder
sobreviver intracelularmente, esses patógenos possuem vários mecanismos de
defesa, como (LEVINSON, 2016 apud SOSA, 2019):
Impedir a fusão do fagossomo com o lisossomo, evitando enzimas
de degradação;
Inibir a acidificação do fagossomo, diminuindo a eficácia de
enzimas degradativas;
Fugir do fagossomo para o citoplasma
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25
5 BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS
Fonte: infoescola.com
Bactérias gram-negativas
As paredes celulares das bactérias gram-negativas têm uma ou poucas
camadas de peptidoglicano, mas são mais complexas estrutural e
quimicamente em relação às gram-positivas. Somente as gram-negativas têm
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uma membrana externa, que é constituída de LPSs, lipoproteínas e
fosfolipídios.
As funções da membrana externa incluem manter a estrutura bacteriana,
conferir defesa celular e funcionar como uma barreira de permeabilidade a
grandes moléculas (por exemplo, metais pesados, enzimas digestórias, como
a lisozima, e antibióticos) e moléculas hidrofóbicas (por exemplo, detergentes).
A membrana externa, porém, permite uma permeabilidade seletiva por
intermédio das proteínas da membrana — chamadas de porinas —, as quais
formam canais que permitem a passagem de determinadas moléculas, como
nucleotídeos, dissacarídeos, peptídeos, aminoácidos, vitamina B12 e ferro
(SOUZA, 2019).
Algumas espécies de bactérias gram-negativas têm enzimas β-
lactamases no espaço periplásmico, que degradam antibióticos da classe β-
lactâmicos, como, por exemplo, a penicilina, podendo ser, portanto,
naturalmente resistentes a essa classe de antibióticos.
O LPS, constituinte da membrana externa, é uma molécula grande,
anfipática (extremidades hidrofóbicas e hidrofílicas) e complexa. O LPS é uma
endotoxina extremamente tóxica, sendo considerado um potente estimulador
de respostas imunológicas no hospedeiro, podendo causar febre, choque e
outros sintomas graves (SOUZA, 2019). O LPS é constituído por três unidades
distintas:
Lipídio A — responsável pelos efeitos tóxicos;
• cerne polissacarídeo — formado por cinco açúcares ligados ao lipídio
A, tem a função estrutural de estabilidade;
• polissacarídeo O (ou antígeno O) — composto por moléculas de
açúcar, tem a função de antígeno, sendo útil para diferenciar espécies
bacterianas gram-negativas, já que existe grande variabilidade entre espécies
e cepas bacterianas
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e Pseudomonas aeruginosa (BROOKS et al., 2014; LEVINSON, 2016; MURRAY
et al., 2004; TORTORA; FUNKE; CASE, 2017).
Bactérias gram-positivas
As paredes celulares das bactérias gram-positivas são mais espessas e
rígidas em comparação às das gram-negativas, pois têm várias camadas de
peptidoglicano. O espaço periplásmico também está presente, porém, nas
bactérias gram- -positivas, há uma camada granular composta por ácido
lipoteicoico (SOUZA, 2019).
Apenas as bactérias gram-positivas contêm ácidos teicoicos (presente
na maioria das espécies de bactérias gram-positivas), que são polímeros
hidrossolúveis de poliol fosfatos situados na camada externa da parede
celular. Quando estão ligados à camada de peptidoglicano, são classificados
como ácidos teicoicos da parede, porém, quando atravessam a camada de
peptidoglicano, ligando- -se aos lipídios da membrana citoplasmática, são
classificados como ácidos lipoteicoicos (têm um ácido graxo).
Os ácidos teicoicos são antígenos de superfície das bactérias gram-
positivas que favorecem a ligação com outras bactérias e receptores
específicos de células de mamíferos (fenômeno patogênico chamado de
aderência), podendo ser utilizados na diferenciação de sorotipos bacterianos.
Além disso, os ácidos teicoicos são importantes fatores de virulência,
pois são capazes de induzir choque séptico no hospedeiro. Alguns exemplos
de bactérias gram-positivas são: Streptococcus agalactiae, Staphylococcus
aureus, Corynebacterium diphtheriae e Bacillus anthracis (BROOKS et al.,
2014; LEVINSON, 2016; MURRAY et al., 2004; TORTORA; FUNKE; CASE,
2017).
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Fonte: SPLENDORE,2018
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6 COLORAÇÃO DE GRAM
Fonte: fcav.unesp.br
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A retenção, ou não do corante cristal de violeta é explicada devido a
algumas diferenças estruturais das paredes celulares das bactérias gram-
positivas e gram-negativas. As bactérias gram-positivas têm uma parede celular
mais espessa em relação às gram-negativas, a qual é composta por várias
camadas de peptidoglicano, enquanto somente as bactérias gram-negativas têm
LPSs na parede celular. O cristal de violeta e o iodo penetram facilmente nas
células das bactérias, formando um complexo insolúvel de cristal violeta-iodo,
que é maior do que a molécula de cristal que entrou na célula (TORTORA;
FUNKE; CASE, 2017). Quando as células são lavadas com álcool ou solução
álcool-acetona podem ocorrer duas situações:
As bactérias gram-negativas conseguem eliminar o complexo cristal
violeta-iodo, que atravessa uma camada fina de peptidoglicano, uma vez
que o álcool penetra e rompe a camada externa de LPSs;
As bactérias gram-positivas retêm o complexo cristal violeta-iodo, já que
esse complexo não consegue ultrapassar a espessa camada de
peptidoglicano.
A coloração de Gram é, portanto, considerada uma técnica diferencial,
haja vista que as bactérias gram-positivas são coradas de azul/púrpura,
enquanto as gram-negativas ficam na tonalidade rosa/vermelho (LEVINSON,
2016; MADIGAN et al., 2016).
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7 COLORAÇÃO DE ZIEHL-NEELSEN
Fonte: tede.ufam.edu.br
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rosca. As amostras devem ser enviadas ao laboratório o mais rápido possível,
transportadas sob refrigeração e acondicionadas deforma que não haja risco de
derramamento. (HOLANDA, 2017)
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Fonte: Adaptado de Tortora, Funke e Case (2017).
8 ENTEROBACTÉRIAS
Fonte: microbiologybook.org
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A família das Enterobacteriaceae compreende um largo número de
espécies bacterianas de importância médica. Estas espécies respondem por
mais de 70% dos isolados bacterianos na rotina do laboratório clínico, são
responsáveis por diferentes agravos infectocontagiosos como gastroenterites,
bacteremias, infecções urinárias, infecções de feridas, meningites etc. Estão
intimamente associadas a diferentes mecanismos de resistência bacteriana,
sobretudo, no ambiente hospitalar. (HOLANDA, 2017)
Membros desta família são as principais causas de infecções oportunistas
(incluindo septicemias, pneumonia, meningite e infecções do trato urinário).
Exemplos do gênero que causa infecções oportunistas são: Citrobacte
Enterobacter Escherichia, Hafnia, Morganella Providencia e Serratia. A seleção
de terapia por antibiótico é complexa devido à diversidade de organismos. (FOX,
2009)
A infecção urinária (“ascendente”) mais comumente adquirida de forma
comunitária é causada por E. coli. A grande maioria das infecções do trato
urinária é ascendente, frequentemente de contaminação fecal. Proteus é outra
causa comum de infecção do trato urinário; os organismos produzem
uma urease que degrada oreia produzindo uma urina alcalina. (FOX, 2009)
8.1 Isolamento
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Ágar McConkey (MC): A presença de cristal violeta na constituição desse
meio impede o crescimento de bactérias Gram-positivas, especialmente
estafilococos e enterococos. Os típicos fermentadores de lactose formam
colônias cor de rosa/vermelha, as amostras lactose negativas apresentam-se
incolores ou transparente
Ágar Salmonela-Shigella (SS): Os meios SS, XLD e HE são empregados no
laboratório clínico, geralmente, para o isolamento de espécies de Salmonella
e Shigella, a partir de amostras de fezes diarreicas, ou em laboratórios de
saúde pública para investigar uma possível contaminação fecal de alimentos
e reservatórios de água. A incorporação de lactose ao meio SS permite
diferenciar entre bactérias fermentadoras de lactose e não fermentadoras. As
primeiras formam colônias de aspecto avermelhado, já as que não fermentam
lactose geram colônias transparentes.
Ágar Hektoen (HE): Meio seletivo e diferencial para isolamento de espécimes
enteropatogênicos de Salmonella e Shigella. Os carboidratos presentes nesse
meio incluem a lactose, a sacarose e a salicina. As bactérias fermentadoras
desses carboidratos produzem colônias amarelas; as assacarolíticas
produzem colônias translúcidas ou verde-claras. As bactérias lactose e
sacarose negativas, que acidificam a salicina, podem produzir colônias
alaranjadas. O HE contém sais férricos; por conseguinte, as colônias
produtoras de sulfeto de hidrogênio apresentam pigmentação negra. Pode-se
suspeitar da presença de espécies de Salmonella spp. nesses meios, devido
à presença de colônias com brilho negro
Ágar XLD: Esse meio contém lactose, sacarose e xilose; as bactérias que
fermentam esses carboidratos formam colônias amarelas. As bactérias que
não fermentam esses carboidratos não produzem ácidos e formam colônias
incolores. Os microrganismos produtores de H2 S formam pigmento negro, a
exemplo do que acontece no ágar SS. As colônias negras sem halo rosado
são mais sugestivas de cepas de Proteus spp. produtoras de H2 S
Isolamento:
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Os cocos Gram-positivos são exemplos de bactérias frequentemente
isoladas de amostras clínicas. Por essa razão, dependendo do quadro clínico do
paciente, meios como ágar sangue e ágar manitol salgado (em caso de suspeita
de Staphylococcus aureus) são muito utilizados para o semeio primário de
amostras. (HOLANDA, 2017)
Ágar Sangue: Meio enriquecido com 5% de sangue de carneiro. Além de ser
altamente nutritivo, propiciando o crescimento da maioria das bactérias de
interesse clínico, o ágar sangue também tem uma característica diferencial. A
conservação das hemácias íntegras favorece a formação de halos de hemólise
nítidos, úteis para a escolha dos testes complementares e diferenciais do
gênero Streptococcus
Ágar Manitol: Salgado Meio seletivo para o isolamento e identificação de
estafilococos patogênicos a partir de amostras clínicas, alimentos e triagem de
portadores nasais de Staphylococcus aureus. A elevada concentração de sal
nesse meio (7,5%) inibe o crescimento de outras bactérias, com exceção dos
enterococos. A degradação do manitol com formação de ácido está
correlacionada com a patogenicidade do gênero em questão e serve como
indicador presuntivo da presença de Staphylococcus aureus.
Entretanto, outras espécies de estafilococos isoladas com pouca frequência
também podem fermentar o manitol; sendo assim, as bactérias manitol-
positivas isoladas nesse meio devem ser repicadas em ágar sangue e
avaliadas quanto à produção de coagulase.
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39
40
9.1 Prova da catalase
41
positivo para S. aureus se houver formação de coágulo (BRASIL, 2004b;
BROOKS et al., 2014).
42
9.6 Ágar bile-esculina
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carboidratos por exemplo, glicose, lactose, sacarose, manitol, xilol, arabinose,
entre outros) em situações de anaerobiose (via fermentativa ou oxidativa). Com
a formação de ácidos orgânicos, há uma diminuição do pH, o que pode mudar a
coloração dos meios por intermédio de indicadores de pH (BRASIL, 2004a;
BROOKS et al., 2014; TRABULSI; ALTERTHUM, 2008).
44
9.12 Teste de motilidade
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do meio de cultura, que contém um indicador de pH. Assim, em caso positivo, o
meio, originalmente amarelo, torna-se rosa pink. Resultados fracamente
positivos ficam com superfície do meio pink e o restante permanece amarelo
(BRASIL, 2004a; TRABULSI; ALTERTHUM, 2008).
10 UROCULTURA
Fonte: laboratoriocarloschagas.com.br
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O CLED tem uma coloração original azul-clara (esverdeada); nesse meio, as
colônias lactose positivas são amareladas e as lactose negativas têm cor azul.
A principal peculiaridade com relação ao exame microbiológico de urina está na
forma de semeio, a qual deve ser quantitativa utilizando alça calibrada.
(HOLANDA, 2017)
47
11 HEMOCULTURA
Fonte: ensino.einstein.br
48
podem causar sepse e são responsáveis por uma alta taxa de mortalidade
(YOKOMIZO, 2019).
A hemocultura se torna mais importante em casos graves, nos quais o
paciente apresenta febre persistente, mas sem acusar infecção em outros
exames microbiológicos. Dos pacientes que chegam ao grau de sepse grave, 30
a 50% apresentam resultados positivos de hemocultura (YOKOMIZO, 2019).
A coleta de hemoculturas não é realizada em todos os quadros
infecciosos. Nos casos das infecções bacterianas mais comuns, por exemplo,
não é indicada a coleta de hemoculturas, pois a positividade dos exames é baixa,
gerando apenas aumento nos custos do tratamento e nenhum tipo de retorno.
Para infecções como sinusites, amigdalites, infecções de pele e tecido
subcutâneo, indica-se o tratamento com administração dos antibióticos descritos
na literatura e empiricamente eficazes contra os agentes etiológicos. A coleta de
sangue para hemocultura é indicada nos seguintes casos (YOKOMIZO, 2019):
• suspeita de endocardite;
• suspeita de sepse ou bacteremia;
• infecções hospitalares (antes ou após a troca de esquema de tratamento
por antibióticos);
• febre com origem desconhecida;
• infecções em pacientes imunodeprimidos;
• meningites (em conjunto com a coleta de líquor — líquido
cefalorraquidiano —, que é mais importante que a hemocultura nesses casos);
• pneumonias graves
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Alguns procedimentos são padrão para a rotina de coleta de sangue
(YOKOMIZO, 2019):
Realizar a coleta de sangue antes de iniciar qualquer terapia antimicrobiana;
Deve-se coletar o periférico, que é imediatamente transferido para os frascos
de hemocultura para evitar/mitigar a contaminação do sangue;
Manipular as amostras com extrema cautela, pois estão potencialmente
contaminadas e podem causar graves doenças infectocontagiosas;
Para descartar as amostras, estas devem ser primeiramente autoclavadas.
50
Fonte: Adaptado de Araujo (2012).
51
de levedura e SPS, sendo possível acrescentar outras substâncias com a
finalidade de neutralizar agentes antimicrobianos. O laminocultivo contêm
diversos meios, como ágar Sabouraud, ágar MacConkey e ágar-chocolate. Os
frascos inferiores que ficam acoplados ao laminocultivo são alocados em estufa
específica que verte os caldos periodicamente sobre o laminocultivo por inversão
(YOKOMIZO, 2019).
No frasco, há também um indicador colorimétrico de CO2 que acusa a
positividade da cultura. Outros exames, como a identificação etiológica, o
antibiograma e a bacterioscopia, são realizados retirando colônias desenvolvidas
diretamente no laminocultivo, sem a necessidade de subcultivo (ARAUJO,
2012).
52
• risco de contaminação durante a manipulação praticamente inexistente;
• como são usados frascos de plástico, estes são mais leves e oferecem
menor risco associado a acidentes.
Fonte: saudedireta.com.br
53
durante a inserção devem ser adotados. A pele em volta deve ser
cuidadosamente limpa com solução de iodo (PVPI), e o excesso removido com
álcool etílico a 70%. Um segmento distal (que estava inserido na pele do
paciente), de aproximadamente 5 cm é assepticamente cortado com tesoura
estéril, colocado em frasco seco e enviado ao laboratório à temperatura ambiente
(20 a 25ºC) no prazo de 1 hora ou até 12 horas, se refrigerado. (HOLANDA,
2017)
13 ANTIMICROBIANOS
Fonte: nexxto.com
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tratamento das infecções, foi necessário criar uma classificação. A classificação
mais comum baseia-se no seu mecanismo de ação: (1) inibição da síntese da
parede celular; (2) inibição da síntese proteica; (3) inibição da replicação e
transcrição de ácidos nucléicos; (4) lesão da membrana citoplasmática; e (5)
inibição da síntese de metabolitos essenciais (TORTORA; FUNKE; CASE,
2017).
55
As cefalosporinas de primeira geração apresentam atividade contra a
maioria das bactérias que colonizam a pele e infectam feridas. Elas também são
amplamente utilizadas para profilaxia antimicrobiana antes de uma cirurgia. Já
as de segunda geração são usadas para o tratamento de infecções causadas
por microrganismos sensíveis. Por exemplo, a cefoxitina apresenta boa atividade
contra anaeróbios, sendo útil no tratamento de profilaxia de infecções
abdominais inferiores e ginecológicas. Em virtude do seu amplo espectro de
atividade antibacteriana, as cefalosporinas de terceira geração são importantes
para tratar uma grande variedade de infecções, incluindo pneumonia, peritonite
e síndrome de sepse (DAL BERTO, 2019).
As penicilinas podem ser classificadas em quatro grupos: penicilinas
naturais, penicilinas antiestafilocócicas, aminopenicilinas e penicilinas
antipseudomonas
56
Fonte: Adaptado de Craig e Stitzel (2005).
57
13.4 Danos à membrana plasmática
58
concentração que o antibiótico atinge no sangue, ou seja, ele é dose-dependente
(BARROS; MACHADO; SPRINZ, 2013).
Há relatos frequentes de estafilococos que são resistentes a quase todos
os antibióticos disponíveis. Entre os exemplos estão as Methicillin Resistant
Staphylococcus aureus (MRSA) e as Vancomycin Resistant Staphylococcus
aureus (VRSA), cepas de Staphylococcus aureus que se tornaram resistentes
aos antibióticos meticilina e vancomicina. O termo “alto nível de resistência” é
utilizado nos casos em que o microrganismo não consegue ser superado mesmo
aumentando a dose de fármaco; nessas situações, o indicado é trocar por uma
classe diferente. (LEVINSON, 2016).
O termo “baixo nível de resistência” é utilizado quando a resistência
consegue ser superada aumentando a dose do antimicrobiano. Sabe-se que a
resistência ocorre, principalmente, em virtude do surgimento de mutações que
conferem às bactérias proteção contra os antibióticos. Essas mutações ocorrem
por diversos mecanismos, mas elas acontecem com maior frequência com o uso
incorreto de medicamentos, ou seja, nesse caso o processo torna-se acelerado
(LEVINSON, 2016).
59
Fonte: Tortora, Funke e Case (2017, p. 570).
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nenhuma afinidade pelo agente antibacteriano. Um exemplo clássico é a
alteração do sítio de ação nas espécies de estafilococos em relação à meticilina
ou à oxacilina. Os estafilococos possuem estruturas chamadas proteínas
ligantes de penicilina (PBP), associadas à síntese de peptideoglicano, cuja
função é inibida por esses antibióticos. No entanto, os estafilococos resistentes
sintetizam uma PBP adicional, que apresenta afinidade mais baixa aos
antibióticos do que as PBP normais (BARROS; MACHADO; SPRINZ, 2013;
TORTORA; FUNKE; CASE, 2017).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
62
NOGUEIRA, J. M. da R; SOUZA, L. de F. Bacteriologia. In: MOLINARO, Etelcia
Moraes; CAPUTO, Luzia Fátima Gonçalves; AMENDOEIRA, Maria Regina Reis
(Org.). Conceitos e métodos para a formação de profissionais em laboratórios de
saúde. v. 4. Rio de Janeiro: EPSJV, IOC, 2009. p. 221-397.
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