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Nome dos acordes

Descobrindo o nome dos acordes


Continuando nosso aprendizado sobre montagem de acordes, dessa vez
montaremos o acorde Em7(9). Caso você não tenha lido o artigo anterior, pare tudo
e comece por aqui: formação de acordes.

Muito bem, o acorde Em7 é o acorde de Dm7 um tom acima, por isso pouparemos o
trabalho de montar o sétimo grau (é idêntico ao que fizemos anteriormente). Veja
abaixo o acorde Em7 e suas respectivas notas:

Vamos acrescentar então o 9º grau maior, que é F#. Confira abaixo onde estão as
notas F# no braço do violão:

Aparentemente, uma boa opção seria esse F# (em amarelo):

Porém, como você deve ter percebido, ele ficaria no lugar do E. Isso nós não
podemos fazer porque Mi é o primeiro grau, a tônica.

Uma opção para contornar esse problema seria utilizar a corda Mi que não está
sendo usada. Ela poderia servir como primeiro grau e o acorde ficaria:
Esse acorde é uma boa opção para Em7(9), pois possui uma sonoridade
interessante. Mas talvez você não queira deixar um som tão grave no acorde (a
corda E está muito baixa). Existe uma diferença muito grande de oitavas nesse
acorde, e isso pode ser desagradável dependendo do contexto.

 Vamos procurar outra opção mais universal que possamos aplicar em qualquer
contexto. Vamos tentar utilizar esse outro F#:

Esse F# ficaria no lugar da nota Sol. Já vimos no exemplo anterior que não
podemos fazer isso, pois esse é o terceiro grau (é ele quem diz que o acorde de Mi
em questão é menor). Utilizando esse F# no lugar do terceiro grau, o acorde
ficaria suspenso.

Ficamos sem opções? Não, se o problema é a nota Sol, podemos tentar encontrar
outro Sol que substitua aquele! Veja abaixo como existe outro Sol perto do acorde
que estamos fazendo:

Se utilizássemos esse Sol, ele ficaria no lugar da nota Si. Mas o Si já está dobrado
(aparece duas vezes), então não há problema!

Nosso desejo foi atendido, conseguimos acrescentar um F# sem prejudicar o acorde


Em7, repare abaixo como ficou nosso acorde:

Tente fazê-lo no seu violão. Teve alguma dificuldade? Provavelmente sim, pois fazer
uma pestanacom o dedo 4 ou com o dedo 3 não é mole! Alguns guitarristas de jazz
gostam de fazer isso, mas creio que seja uma minoria.
A influência do quinto grau no nome do
acorde
Então vamos cogitar a hipótese de não tocar a última nota, o Si, pois isso facilitaria
muito nosso desenho na hora de montar o acorde.

E aí, podemos fazer isso?

Lembre-se do que comentamos a respeito do quinto grau, que ele pode ser omitido
sem prejudicar anomenclatura do acorde.

Então está resolvido! O acorde não está tão completo e “cheio” como os anteriores
que tentamos montar, mas está em uma versão bem fácil de se fazer e a sonoridade
está agradável. Veja abaixo nosso resultado final:

Essa é a versão mais comum que você vai encontrar nos livros e dicionários para o
acorde Em7(9).

Acordes de mesmo nome


O importante depois de todo esse nosso estudo é que você tenha assimilado o
raciocínio que tivemos. Note como existem inúmeras possibilidades e combinações
diferentes para se montar um mesmo acorde. Aqui no final nós apresentamos um
exemplo de Em7(9), mas poderíamos escrever mais uma dezena de páginas
mostrando outras opções de desenhos para esse mesmo acorde.

Aos poucos, à medida que for praticando e fazendo exercícios, você irá visualizar
mais rapidamente as opções, pois vai conhecer melhor o braço do instrumento e
também vai ter alguma bagagem teórica de acordes já decorados. Tudo isso
permitirá uma visualização cada vez mais rápida e precisa.

Durante todo esse estudo nós montamos os acordes utilizando como referência as
notas, mas esse não é o caminho mais rápido. O caminho mais rápido é pensar
automaticamente em função dosgraus.
Por exemplo, para montar o acorde Em7(9), você pode procurar direto o nono grau,
pois conhece odesenho da escala maior e sabe contar os graus! Nesse caso, você não
teria que pensar que o nono grau é a nota F#. Você apenas procuraria o nono grau
(contando os números dentro da escala maior) e pronto, encontraria o nono grau
mesmo sem saber que nota é.

Repare que essa maneira de pensar é mais rápida, pois não é preciso pensar que o
nono grau é a nota F# para então procurar o F# no braço do instrumento.

Obviamente, se você domina bem as notas em todo o instrumento, esse processo


será automático, e você provavelmente vai preferir pensar nas notas do que nos
graus. Nosso estímulo é que você se empenhe nisso!

Nós apresentamos aqui o processo mais didático possível. Pensar nas notas ou
somente nos graus vai ser uma escolha sua. Tudo vai depender de sua prática e
gosto pessoal.

Uma ótima forma de exercitar esses conceitos todos aprendidos é tentar montar
diversos acordes e depois conferir as respostas com algum dicionário de acordes.
Fica a dica.

Antes de finalizarmos esse estudo, vamos mostrar as nomenclaturas mais utilizadas


nas cifras. Colocamos esse complemento na parte 3 desse tópico (como escrever
cifras),

Como montar acordes e


escrever cifras
Como montar acordes – parte final
Em resumo, o que fizemos até agora foi aprender como montar acordes a partir
de uma cifra. Utilizamos o processo de ler a cifra, identificar o acorde e encontrar
a melhor posição para formar esse acorde no instrumento.

Continuando nosso aprendizado sobre acordes e cifras, veremos a seguir as


nomenclaturas mais utilizadas em dicionários de acordes e song books. Isso é útil
não apenas para montar acordes, mas também para escrever as cifras.

Como escrever cifras corretamente


 Acordes com sétima menor: recebem apenas o número 7. Exemplos: G7, Bm7, etc.
 Acordes com sétima maior: recebem o número 7 seguido da letra M. Exemplos:
C7M, A7M, Bm(7M), etc. Outra notação possível para a sétima maior, geralmente
utilizada por estrangeiros, é  “maj”: Cmaj7 ou apenas CMaj (do inglês: Major Seven).
Em sites populares de cifras, as pessoas utilizam muito a notação 7+ (C7+), porém essa
não é a notação mais adequada, já que é utilizada para acordes aumentados.

 Acordes com nona adicionada: recebem o número 9 seguido da palavra add.


Exemplo: Cadd9 (lê-se: Dó “éd naine”, pois é uma notação americana). Esses são os
acordes formados por uma tríade acrescida de uma nona. Quando o acorde possui
também a sétima, a notação americana costuma colocar somente o número 9. Como
veremos logo a seguir.

 Acordes com nona e sétima menor: podem receber apenas o número 9, ou o


número 7 seguido do número 9. Exemplo: C9 ou C7(9). Isso se deve ao fato de que
acordes com nona costumam ter a sétima também, por isso subentende-se que o
símbolo “9” já informa que há uma sétima junto. Quando não há uma sétima menor no
acorde, deixa-se claro por meio do símbolo “add”, como já vimos. Seria como dizer, para
não haver dúvidas: “Esse acorde possui nona adicionada, ou seja, é a nona adicionada a
uma tríade. Não há uma sétima!”. Porém, na prática, nem todos fazem essa distinção,
então é preciso ter cautela.

 Acordes suspensos: são os acordes que não possuem a terça. Recebem a sigla “sus”.
Geralmente, esses acordes vêm acompanhados de uma quarta justa. Exemplo: Asus4.
Explicaremos o porquê dessa quarta quando entrarmos no assunto “acordes
complexos”.

 Acordes aumentados: podem receber o símbolo “#” ou “+” ao lado do grau alterado


em questão. Exemplo: G7(#5) ou G7(+5). Obs: quando a nota alterada é a quinta, o
acorde também pode receber somente o “+”, por exemplo: C+.

 Acordes diminutos: recebem o símbolo “ ° ”. Exemplo: C°. O acorde diminuto é


aquele formado pelos graus 1, 3b, 5b e 7bb. Quando apenas uma nota
está diminuta (abaixada), pode-se utilizar o símbolo “b” ou “-“. Exemplo: G7(b5) ou G7(-
5). O símbolo “-“ também é utilizado na notação americana para dizer que o acorde é
menor (em vez da letra “m”), por exemplo: A- (é o mesmo que Am). Por isso, não se
confunda ao ver por aí algo do tipo C-7 (nesse caso, é o acorde Cm7, não o acorde de Dó
com sétima diminuta).

Obs: estudaremos profundamente o acorde diminuto em outro tópico. Aqui


estamos vendo apenas a nomenclatura.

 Acordes meio-diminutos: são os acordes com a extensão m7(b5). Exemplo:


Dm7(b5). Diz-se “Ré meio-diminuto”. Esse apelido é muito utilizado, pois o acorde
m7(b5) é quase um acorde diminuto; a única diferença está na sétima (que no acorde
diminuto, é sétima diminuta em vez de sétima menor). Aliás, é muito mais fácil dizer
“Ré meio-diminuto” do que “Ré menor com sétima e quinta bemol”, não achas?!
 Acordes alterados: são os acordes com a extensão #9#5. Exemplo: G#9#5.
Geralmente, esse tipo de acorde contém a sétima menor também (G7#9#5). Entraremos
em mais detalhes sobre esse assunto no tópico de escala alterada. Por enquanto, apenas
saiba que essa extensão #9#5 é representada pela sigla “alt”. Por exemplo, o acorde
anterior poderia ser escrito como G7alt em vez de G7#9#5 (Sol com sétima menor, nona
aumentada e quinta aumentada).

Resumindo tudo o que vimos, podemos concluir que há coisas que a cifra
informa para nós e também há coisas que ela não informa.

O que a cifra estabelece


– Se o acorde é maior, menor ou suspenso.

– Se o acorde possui uma sétima ou demais graus adicionados (4ª, 6ª, 9ª).

– Se o acorde possui eventuais alterações (5#, 9b, etc.)

– Se o acorde está invertido (3ª, 5ª ou 7ª no baixo). Obs: estudaremos isso em


outro tópico.

O que a cifra não estabelece


– A posição do acorde no instrumento (pode estar em diferentes regiões).

– Dobramentos ou supressões de notas no acorde (pode-se duplicar, triplicar ou


suprimir a quinta justa, dobrar a terça, etc.)

3.000 palavras depois…


Depois de ler esses 3 longos artigos você já está perito nesse assunto! Basta
exercitar os conceitos aprendidos aqui e você terá autonomia total na formação de
acordes, sem nunca mais precisar depender de um dicionário. 

Campo harmônico
Campo harmônico é um conjunto de acordes formados a partir de uma
determinada escala. Tome como exemplo a escala de dó maior: C, D, E, F, G, A, B.

Como formar um campo harmônico


Para cada nota dessa escala, iremos montar um acorde. Vamos ter, portanto, sete
acordes, que serão os acordes do campo harmônico de dó maior.

Como faremos isso?

Para cada nota da escala, o acorde respectivo será formado utilizando o primeiro, o
terceiro e o quinto graus (contados a partir dessa nota, em cima dessa mesma
escala). Vamos começar com a nota C. O primeiro grau é o próprio C. O terceiro
grau, contando a partir de C, é E. O quinto grau, contando a partir de C, é G.

Acordes do campo harmônico de dó


maior
O primeiro acorde do campo harmônico de dó maior é formado então pelas notas C,
E, G (repare que esse é o acorde de dó maior, pois E é a terça maior de Dó).

Agora vamos montar o acorde da próxima nota da escala, que é D. O primeiro grau
é o próprio D. O terceiro grau, contando a partir de D, nessa escala, é F. O quinto
grau, contando a partir de D, é A. Portanto, o segundo acorde do nosso campo
harmônico é formado pelas notas D, F e A (repare que esse é o acorde de Ré menor,
pois a nota F é a terça menor de D).

Você deve estar percebendo até aqui que estamos montando os acordes do campo
harmônico pensando nas tríades e utilizando somente as notas que aparecem na
escala em questão (escala de dó maior). Depois de montar a tríade, observamos se a
terça de cada acorde ficou maior ou menor. Você pode também conferir a quinta de
cada acorde, mas vai notar que ela sempre vai acabar sendo a quinta justa, exceto
no último acorde, que vai ter a quinta bemol. É um bom exercício você tentar
montar os acordes restantes desse campo harmônico. Confira depois com a tabela
abaixo:

Muito bem, você acabou de aprender como se forma um campo harmônico. Mas
para que isso serve afinal? Bom, um campo harmônico serve para muitas coisas, e
nesse momento vamos nos focar no ponto mais básico: ele serve para definir
a tonalidade de uma música. Provavelmente você já deve ter ouvido a pergunta:
“Em que tom está essa música?”. Pois bem, a tonalidade de uma música depende
dos acordes presentes nessa música. Se uma música contém os acordes do campo
harmônico maior de dó, significa que a música está em dó maior. Com isso,
sabemos que a escala a ser utilizada para fazer um solo, improvisar, ou criar riffs
em cima da música é a escala de dó maior.

Portanto, conhecer os campos harmônicos tem uma grande utilidade: esse


conhecimento permite que saibamos as notas que podemos usar para fazer arranjos
em cima de uma determinada música. Conhecendo bem os desenhos das escalas,
nada impede que possamos criar solos e riffs automaticamente (habilidade
conhecida como improviso).

Espero que isso tenha motivado você a continuar nosso estudo de campo
harmônico, tendo visto a importância e utilidade desse conhecimento.

Campo harmônico com tétrades


Já construímos um campo harmônico utilizando tríades, e agora vamos estender
esse conceito para as tétrades. A regra utilizada para montar os acordes, apenas
recapitulando, foi pegar o primeiro, o terceiro e o quinto graus da escala em
questão. Faremos a mesma coisa, porém incluindo o sétimo grau, o que caracteriza
uma tétrade. Teremos assim um campo harmônico igual ao anterior, porém
formado por tétrades em vez de tríades.

Analisando a mesma escala de dó maior, começando pela nota dó, temos que o
sétimo grau da escala, contando a partir de Dó, é Si. Os demais graus (terceiro e
quinto) nós já vimos quais são. Portanto, o primeiro acorde desse campo harmônico
será formado pelas notas C, E, G e B. Esse é o acorde de C7M, pois B é a sétima
maior de Dó.

Aplicando a mesma regra para a próxima nota (D), veremos que o sétimo grau é C.
Assim, o acorde será formado pelas notas D, F, A, C. Esse é o acorde de Dm7. Note
que aqui temos a sétima menorde Ré, por isso o símbolo “7”, em vez de “7M” (que
caracterizaria a sétima maior).

Montando a tabela completa, ficamos com:


Talvez você esteja se perguntando qual é a diferença, do ponto de vista prático,
desses dois campos harmônicos que montamos. Pois bem, a única diferença é que
esse último contém uma nota a mais em cada acorde, deixando-os mais “cheios”.
Do ponto de vista de improvisação, no que se refere a descobrir qual a tonalidade
da música, nada se altera. Veremos alguns exemplos desse assunto (descobrir a
tonalidade da música) em breve. Antes, lembre que nós utilizamos como exemplo a
escala maior de dó. Em vez de especificar agora a tonalidade (dó), vamos deixar um
pouco mais genérico: “campo harmônico de uma escala maior”, pois se
aplicarmos essa regra na escala maior de sol, na escala maior de lá, ou na escala
maior de qualquer outra nota, sempre teremos uma coisa em comum. O campo
harmônico maior de qualquer nota da escala vai seguir essa formação (onde os
números romanos indicam os graus):

I7M     IIm7    IIIm7     IV7M     V7     VIm7     VIIm(b5)

Você pode verificar isso montando o campo harmônico das demais tonalidades
(além de Dó, que já fizemos).

Tome como exemplo a escala maior de Mi e o seu campo harmônico associado:

Note como o primeiro grau ficou maior com sétima, o segundo grau ficou menor
com sétima, etc. Seguindo a formação que havia sido apresentada antes:

I7M     IIm7     IIIm7     IV7M     V7     VIm7     VIIm(b5)


Isso facilita muito a nossa vida, pois significa que memorizando apenas essa
sequência acima você já sabe o campo harmônico maior de qualquer nota. Basta
colocar as notas respectivas da escala maior em questão no lugar dos graus.
Por exemplo: Qual o campo harmônico maior de Ré?

D7M     Em7     F#m7     G7M     A7     Bm7     C#m(b5)

Obs: A escala maior de ré é: D, E, F#, G, A, B, C#.

Como exercício, tente montar o campo harmônico maior de todas as notas.


Confira depois com a tabela abaixo:

Obs: para formar os campos harmônicos utilizando apenas 3 notas (tríade), basta
retirar a sétima de todos os acordes dessa tabela. Deixaremos aqui a sétima apenas
no último acorde, pois os acordes com quinta bemol raramente aparecem sem a
sétima na prática:

1.200 palavras depois…


Agora que sabemos o campo harmônico maior de todas as notas, podemos aplicar
esse conhecimento para descobrir a tonalidade das músicas.
 Exercícios de campo harmônico
Os acordes abaixo compõem determinadas músicas. Identifique portanto qual a
tonalidade de cada música:

1)   A, C#m, D, Bm, E7

2)   F#m, G#m, B, E

3)   Bm7, GM7, Em7, F#m7, D, A7

4)   G, D, C

5)   Am7, Bm7(b5)

6)   Bb, F, Dm7, C7

Respostas:

1) Lá maior

2) Mi maior

3) Ré maior

4) Sol maior

5) Dó maior

6) Fá maior

É importante destacar que algumas músicas possuem mais de uma tonalidade.


Nesse caso, parte da música está em uma tonalidade e parte da música está em
outra tonalidade. Isso é muito comum nos estilos jazz, mpb, bossa nova, fusion,
entre outros.

Improvisar adequadamente em músicas que possuem várias alterações de


campo harmônico(modulações) é um desafio e tanto, mas não se preocupe. Aos
poucos iremos evoluir nos assuntos de maneira que você possa explorar mais
recursos. Com um pouco de empenho e dedicação, você irá (em pouco tempo) se
sentir confortável até mesmo quando se deparar com sons mais sofisticados. 

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