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R. Ra’e Ga DOI: 10.

5380/raega
Curitiba, v. 41 Temático de Geomorfologia , p. 98 -130 , Ago/2017 eISSN: 2177-2738

ÍNDICE DE POSIÇÃO TOPOGRÁFICA (IPT) PARA CLASSIFICAÇÃO GEOMORFOMÉTRICA DAS FORMAS DE


RELEVO NO ESTADO DO PARANÁ - BRASIL

TOPOGRAPHIC POSITION INDEX (TPI) FOR GEOMORPHOMETRIC CLASSIFICATION OF LANDFORMS IN


THE STATE OF PARANÁ - BRAZIL.
Claudinei Taborda da Silveira 1, Ricardo Michael Pinheiro Silveira2
RESUMO
A geomorfometria tem favorecido o tratamento quantitativo nos estudos e representação das formas do relevo,
sobretudo a partir de parâmetros calculados de Modelos Digitais do Terreno (MDTs). Nessa perspectiva, o trabalho
teve como objetivo realizar a classificação geomorfométrica automatizada das formas de relevo do Paraná, Brasil,
por meio da aplicação do Índice de Posição Topográfica (IPT), seguido da avaliação de sua distribuição nas
subunidades morfoesculturais do Mapa Geomorfológico do Paraná e análise da fidedignidade classificatória do
método apoiado no reconhecimento de campo em cinco áreas amostrais distribuídas no território paranaense. O
MDT com resolução de 20m, foi interpolado pelo método Topogrid da base planialtimétrica nas escalas 1:50.000 e
1:25.000. Conforme proposta aplicada, o IPT foi derivado da mensuração entre a diferença da elevação de um
ponto central com a média da elevação do seu entorno a partir de um raio predeterminado. As dez formas de
relevo resultantes são decorrentes da discretização amparada pelos valores de desvio padrão e da combinação de
dois IPTs (um de detalhe, com janela circular de leitura com raio de 8 células, e outro generalizado com raio de 79
células). Os resultados demonstraram, numa perspectiva regional, que o emprego do IPT permitiu identificar
arranjos distintos com padrões de formas de relevo predominantes que foram coincidentes com os limites pré-
estabelecidos das subunidades morfoesculturais do estado. Na perspectiva local, as dez formas de relevo mapeadas
foram condizentes com a realidade de campo em quatro recortes, sendo que um deles demonstrou limitação na
representação do planalto de baixa declividade da região noroeste com as planícies, o que retrata a dificuldade da
plena representação do relevo considerando os mesmos parâmetros indistintamente em todo o Paraná..
PALAVRAS-CHAVE: Análise Digital do Relevo; Geomorfometria; Modelo Digital do Terreno; Geomorfologia do
Paraná.
ABSTRACT
The geomorphometry has favored the quantitative treatment in studies and representation of the landforms,
mainly from calculated parameters of Digital Terrain Models (DTMs). From this perspective, this paper aims to carry
out the automated geomorphometric classification of the landforms in the state of Paraná, Brazil, by applying the
Topographic Position Index (TPI); followed by the evaluation of its distribution in the morpho-sculptural subunits in
Paraná's Geomorphological Map, and an analysis of the classification reliability of the method supported by the
field recognition in five sampled areas distributed throughout the state territory. The 20m resolution DTM was
interpolated by the Topogrid method of the planialtimety baseline in the 1:50,000 and 1:25,000 scales. According to
the applied proposal, TPI has derived from the measurement between the elevation difference of a central point
and the elevation average of its neighboring from a predetermined radius. The 10 landforms resulting from the
discretization supported by the standard deviation values and the combination of two TPIs (with a circular scan
window with a radius of 8 cells, and a generalized one with a radius of 79 cells). Results showed, in a regional
perspective, that the TPI use allowed identifying distinct arrangements with patterns of prevailing landforms that
coincided with the pre-established boundaries of the morpho-sculptural subunits in the state. In local perspective,
the ten mapped landforms were consistent with the field reality in four areas, wherein one of them showed
limitation regarding the representation of the small slope plateau in the northwest region with plains, which depicts
the difficulty of a full representation of the relief, indistinctly considering the same parameters all over Paraná state.
KEY-WORDS: Digital Landform Analysis; Geomorphometry; Digital Terrain Model; Geomorphology of Paraná state.

Recebido em: 10/04/2017


Aceito em: 20/06/2017

1
Universidade Federal do Paraná ,Curitiba/PR, e-mail: claudinei.ufpr@yahoo.com.br
2
Universidade Federal do Paraná ,Curitiba/PR, e-mail: ricardomichaelps@gmail.com

revistas.ufpr.br/raega
SILVEIRA,C.T. e SILVEIRA, R.M.P.
ÍNDICE DE POSIÇÃO TOPOGRÁFICA (IPT) PARA CLASSIFICAÇÃO GEOMORFOMÉTRICA DAS FORMAS DE
RELEVO NO ESTADO DO PARANÁ - BRASIL

INTRODUÇÃO (HENGL, 2003) – cuja sistematização pode ser


As ferramentas empregadas na designada como modelagem do terreno (LI et al.,
cartografia geomorfológica que prevalecem no 2005), análise do terreno (WILSON; GALLANT,
início do século XXI, se amparam fortemente na 2000), ciência da topografia (MARK; SMITH,
modelagem digital do relevo (ou modelagem 2004) e análise digital do relevo (SILVEIRA, 2010).
digital do terreno). Seu uso é favorecido pelos Os parâmetros obtidos dos MDTs
avanços na ciência da computação e constituem descritores representativos de
disponibilidade de hardwares e softwares com mensurações quantitativas das formas de relevo.
capacidade de armazenamento e processamento Na literatura recebem distintas designações, se
crescentes; pelos progressos das geotecnologias, destacando: atributos topográficos (MOORE et
se destacando os Sistemas de Informações al., 1991, 1993; WILSON; GALLANT, 2000;
Geográficas (SIGs) e as técnicas de CHAGAS, 2006; SILVEIRA et al., 2012, 2013),
Processamento Digital de Imagem (PDI) voltadas parâmetros das formas do relevo (SPEIGHT,
para análise espacial do relevo; e devido à 1968), variáveis topográficas (VALERIANO, 2003;
disseminação de Modelos Digitais de Elevação VALERIANO; CARVALHO JÚNIOR, 2003), variáveis
(MDE) com recobrimento global, alguns gratuitos morfométricas (SHARY et al, 2002; VALERIANO,
– caso dos dados altimétricos disponibilizados 2005), variáveis geomorfométricas (MUÑOZ,
pelos projetos SRTM (Shuttle Radar Topographic 2009; BISPO et al., 2009), informações do terreno
Mission) e Aster-GDEM (Advanced Spaceborne (MARTINONI, 2002), atributos do terreno
Thermal Emission and Reflection Radiometer- (PENNOCK, 2003; CÁTEN, 2009; VASCONCELOS et
Global Digital Elevation Model). al., 2012), atributos geomorfométricos
A modelagem digital do terreno tem (SCHMIDT; DIKAU, 1999) e atributos do relevo
favorecido o tratamento quantitativo nos estudos (IPPOLITI et al., 2005; SIRTOLI et al., 2008).
e representação das formas do relevo. Apesar da Segundo Minar e Evans (2008),
abordagem quantitativa já ser consagrada na hodiernamente, o principal desafio da
geomorfologia, com designação de modelagem digital do terreno é a supressão das
geomorfometria, cuja definição já era imprecisões e subjetividades verificadas nos
apresentada em Chorley (1957), como a ciência mapeamentos geomorfológicos tradicionais,
que trata da geometria da paisagem e das possibilitando, por outro lado, a realização de
tentativas de descrever quantitativamente a levantamentos geomorfológicos preliminares
superfície da Terra. Na atualidade, amparada com baixo custo operacional, com exequibilidade
fortemente na modelagem digital, a e representatividade da paisagem; devendo,
geomorfometria é definida como a ciência da entretanto, se pautar em procedimentos
análise quantitativa da superfície terrestre (PIKE, metodológicos rigorosos para que a classificação
2000), que configura uma moderna abordagem resultante seja eficiente (SILVEIRA; SILVEIRA,
analítico-cartográfica para representação da 2015, 2016).
topografia da Terra por meio da manipulação No arcabouço bibliográfico, diversos
computacional de valores de elevação do terreno autores apontam as vantagens da classificação
(TOBLER, 2000). digital do relevo (WOOD, 1996; MACMILLAN et
As operações elementares na al., 2000; WILSON; GALLANT, 2000; ROMSTAD,
geomorfometria constituem a obtenção de 2001; VALERIANO, 2004; DRAGUT; BLASCHKE,
parâmetros calculados a partir dos Modelos 2006; IWAHASHI ; PIKE, 2007; KLINGSEISEN et al.,
Digitais do Terreno (MDTs), (PIKE, 2009); 2007; GROHMANN et al., 2008; SAADAT et al.,
enquanto a parametrização da morfologia do 2008; WILSON, 2012; SILVEIRA et al., 2012),
relevo via SIG é o processo de extração de sobretudo em função da minimização da
atributos quantitativos da topografia de um MDT subjetividade em relação aos método

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convencionais qualitativos de classificação, da arquitetado em duas etapas sequenciais: a


facilidade em comparação aos resultados primeira direcionada por classificação em árvore
derivados de diferentes conjuntos de dados e da de decisão, com uso de dados de altitude e de
redução do tempo de delineação de unidades. declividade; e a segunda derivada da submissão
Corroborando as preocupações da árvore de decisão ao classificador espectral
mencionadas, os principais métodos Spectral Angle Mapper (SAM), empregando
desenvolvidos para classificação atributos de curvatura.
geomorfométrica utilizam chaves de classificação Jasiewicz e Stepinski (2013)
dos atributos topográficos e consideram um estabeleceram parametrização geomorfológica
conjunto de regras preestabelecidas, automatizada pautando-se nos denominados
considerando os fatores: escala, tamanho e geomorphons – técnica que possui como
forma. (VASCONCELOS et al., 2012). peculiaridade a classificação dos elementos de
Exemplificando, Iwahashi e Pike (2007) relevo (dez classes mais comuns) através do
propõem a classificação do relevo por meio de emprego de ferramentas de visão computacional,
uma árvore de decisões estruturada por três em substituição à combinação de variáveis
variáveis morfométricas, aplicando-a em três extraíveis de um MDT. No cenário brasileiro, tal
escalas distintas: a) o distrito de Shimukappu, no proposta foi aplicada por Robaina et al. (2016)
Japão (MDE com 55 m); b) todo território japonês para compartimentação do estado do Rio Grande
(MDE com 270 m); e c) toda extensão continental do Sul.
da Terra (MDE com 1 km de resolução). No Brasil No contexto da classificação
esta proposição foi empregada por Silveira et al. automatizada do relevo direcionada ao presente
(2014) para identificação de unidades de relevo trabalho, evidencia-se o método proposto por
no estado do Paraná, por Trentin et al. (2015) Weiss (2001), que permite, mediante o emprego
para compartimentação geomorfométrica do Índice de Posição Topográfica 3 (IPT), a
direcionada ao zoneamento do relevo em bacia identificação de 10 classes de relevo: 1) Fundos
hidrográfica situada no oeste do estado do Rio de vales com forte incisão da drenagem e
Grande do Sul, e por Gomes et al. (2016) para cânions; 2) Vales rasos e áreas de drenagem
compartimentação geomorfométrica de unidades situadas no terço médio das vertentes; 3)
de relevo, utilizando como recorte espacial duas cabeceiras de drenagens; 4) áreas situadas nos
cartas topográficas que compõe articulação terços inferiores das vertentes ou vales abertos e
sistemática do estado do Paraná. em forma de U; 5) áreas planas; 6) áreas situadas
Reuter (2009) propõe a automatização, nas posições intermediárias das vertentes; 7)
em ambiente SIG, da taxonomia proposta por áreas situadas nas posições superiores das
Dikau (1991, 1995), que, por sua vez, consiste em vertentes, patamares superiores ou mesas; 8)
sistema de classificação composta por três níveis interflúvios secundários ou situados nas porções
hierárquicos, estes resultantes da combinação de intermediárias das vertentes; 9) topos
atributos topográficos; tendo sido empregado na rebaixados, interflúvios, cristas intermediárias ou
classificação automatizada de formas do relevo morros em áreas planas; 10) interflúvios elevados
do estado do Paraná (SILVEIRA; SILVEIRA, 2015a) ou na forma de cristas elevadas e topos elevados.
e da região central da Serra do Mar Paranaense O emprego do método em questão foi
(SILVEIRA, 2015); e na classificação de padrões de aplicado na classificação morfológica da
formas semelhantes do relevo no planalto de República do Uruguai por Silveira e Silveira
Poços de Caldas/MG (TINÓS et al., 2014). (2014), enquanto que no território brasileiro
A automatização geomorfométrica de pode ser exemplificado pelo mapeamento
formas de relevo foi, igualmente, preocupação de
Vasconcelos et al. (2012), aplicando no Parque
3
Nacional da Serra da Canastra (MG), um sistema A denominação originalmente empregada por Weiss (2001)
é Topographic Position Index (TPI).

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geomorfométrico de bacia hidrográfica situada digitalizados das 86 cartas topográficas do DSG e


no município de Blumenau, estado de Santa IBGE na escala 1:25:000, concernentes à porção
Catarina (LANGE FILHO; SILVEIRA, 2015; LANGE leste do estado do Paraná (Planície Litorânea,
FILHO, 2016); por recortes espaciais Serra do Mar e parte do Primeiro Planalto); e das
concernentes à região central da Serra do Mar 297 cartas que compreendem as demais áreas do
Paranaense (SILVEIRA, 2015; SILVEIRA; SILVEIRA, estado, na escala 1:50.000. Após compilação e
2016); e em setor de transição entre esta última ampla correção vetorial, tais bases necessitaram
e o Primeiro Planalto Paranaense (NEUMAN, ser fragmentadas em oito porções do estado,
2017). visando otimizar seu processamento
Frente ao exposto, o objetivo do computacional.
presente trabalho é realizar a classificação Ainda que o estado do Paraná disponha
geomorfométrica automatizada das formas de de MDEs globais, como o SRTM (90m v1, 90m v4,
relevo no estado do Paraná (Brasil), considerando 30m v1, banda-C versão 4 e banda X) e Aster
a distribuição de classes derivadas do IPT dentro GDEM, a adoção do MDT interpolado a partir da
dos limites das subunidades morfoesculturais base planialtimétrica pelo método Topogrid se
(escala 1: 250.000), anteriormente definidas por deu em função da melhora de resolução, da
Santos et al. (2006); bem como avaliar a consistência hidrológica e da representação que
fidedignidade classificatória do referido método desconsidera objetos na superfície (como copas
em cinco recortes de detalhamento amostral, de árvores ou edificações) em relação aos MDEs
que agregam, por sua vez, diferentes etapas de globais, conforme análise comparativa realizada
reconhecimento in loco de aspectos por Silveira e Silveira (2015b).
geomorfológicos superlativos, considerados, A etapa de escolha do tamanho da célula
portanto, amplamente representativos no âmbito do MDT seguiu recomendações de Hengl (2006),
da proposta apresentada. considerando duas propostas: cartográfica e de
complexidade do terreno. A primeira, que se
MÉTODO refere à escala dos dados de entrada do MDT, se
OBTENÇÃO DO MODELO DIGITAL DO TERRENO apoia no conceito cartográfico de "delineação
(MDT) mínima legível" (VINK, 1975) e tem como
Apesar de algumas vezes ser tamanho recomendável 0,5 milímetros no mapa.
controverso na literatura o emprego dos termos Para a escala 1:50.000, a célula deveria, então,
Modelo Digital de Elevação (MDE) e Modelo ter 25 metros; enquanto para a escala 1:25.000,
Digital do Terreno (MDT), (LI et al., 2005; ZHOU et 12,5 metros.
al., 2008; PIKE et al., 2009), a compreensão que A segunda proposta, que considera as
foi adotada é em acordo com El-Sheimy et al. características topográficas locais, é resultante da
(2005), na qual os MDEs expressam os valores relação entre tamanho do recorte de estudo e
altimétricos contemplando os objetos existentes extensão das curvas de nível, conforme equação
na superfície e os MDTs se referem aos valores 1:
altimétricos do terreno, desconsiderando (1)
qualquer objeto sobre ele. Portanto, a opção foi
pelo emprego de um MDT obtido das onde c é o tamanho da célula, A é a área total do
informações das cartas topográficas do recorte e é o somatório do comprimento de
levantamento sistemático. todas as curvas de nível deste mesmo recorte.
O MDT foi interpolado a partir do Aplicou-se esta mesma formulação para
método Topogrid (HUTCHINSON, 1988) os 5% de área que possuem maior concentração
disponível no software ArcGIS 10.1, utilizando-se de curvas de nível (equação 2), a fim de verificar
como dados vetoriais de entrada: curvas de nível, o tamanho mínimo de célula adequado para a
pontos cotados e hidrografia. Estes dados foram

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representação de porções com maior variação de elevação do seu entorno a partir de um raio
relevo. predeterminado ( ), descrito na equação 3:
(2) (3)

Para a área total, o resultado da equação indicou A análise de vizinhança pode ser feita
que a célula deve ter valor inferior a 58 metros; por uma janela circular (empregada no presente
para os 5% de área com maior rugosidade trabalho), anular (proposta original), retangular
(porção da Serra do Mar), o valor indicado foi de ou irregular.
superior a 13 metros. Os valores positivos obtidos pelo IPT
Considerando as indicações dessas duas representam locais que são mais elevados que a
propostas (cartográfica e de complexidade do média do seu entorno, caracterizando, por
terreno), o tamanho de célula do MDT para todo exemplo, as cristas. Os valores negativos, por sua
o estado foi definido em 20x20 metros. vez, representam os locais mais rebaixados em
relação à sua vizinhança, caracterizando vales ou
APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE POSIÇÃO depressões. Já os valores próximos a zero obtidos
TOPOGRÁFICA pelo IPT representam as superfícies de declive
O Índice de Posição Topográfica (IPT), constante, destacando-se as áreas planas (Figura
proposto por Weiss (2001), é derivado de um 1)
algoritmo que mensura a diferença entre a
elevação de um ponto central ( ) e a média da

Figura 01 - Índice de Posição Topográfica (IPT). Fonte: Adaptado de Weiss (2001).

Wilson e Gallant (2000, p. 74), cálculo como "Diferença da Elevação Média".


apresentando a mesma equação, definem o Weiss (2001), entretanto, propõe uma

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discretização a partir do valor de desvio padrão outra mais generalizada, resultando em até 10
da matriz resultante para a determinação de distintas formas de relevo (Quadro 1). A
classes morfológicas. designação originalmente proposta foi traduzida4
A classificação considera o e adaptada para as feições de relevo presentes
particionamento e combinação de duas matrizes na área de estudo.
do IPT com variação no tamanho do raio de
análise de vizinhança: uma de mais detalhe e

Quadro 01 - Parâmetros combinatórios do IPT detalhado e generalizado para classificação das formas de
relevo.

Como o IPT é diretamente afetado pelo determinada ordem de grandeza espacial e


fator de escala (ou seja, da análise de vizinhança temporal4.
para o cálculo da elevação média), os valores Assim, utilizou-se como referência a
resultantes do índice variam de acordo com os transição da V para a VI ordem, destacada no
valores de raio adotados. A etapa de definição do quadro 2. Para o IPT de raio mais generalizado a
raio de análise de vizinhança, portanto, conforme referência foi a área de 10 km², que considerando
apontam Tagil e Jenness (2008) e De Reu et al. o tamanho de célula de 20 metros do MDT
(2013), deve estar associada ao nível de detalhe
pretendido pelo pesquisador.
4
A designação originalmente proposta por Weiss (2001) para
Nesse sentido, para evitar a atribuição
designação das formas de relevo (landforms) é: 1) canyons,
arbitrária e subjetiva do raio de análise de deeply incised streams; 2) midslope drainages, shallow
vizinhança, utilizou-se como referência valleys; 3) upland drainages, headwaters; 4) U-shape valleys;
quantitativa a classificação taxonômica de Tricart 5) plains; 6) open slopes; 7) upper slopes, mesas; 8) local
ridges/hills in valleys; 9) midslope ridges, small hills in plains;
(1965), que atribui valores aproximados de área
10) mountain tops, high ridges.
para feições geomorfológicas adequadas à

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representa um raio de 79 células (1580 metros). A declividade, atributo topográfico


Para o IPT de raio mais detalhado, tendo como utilizado para distinguir as classes de declive
referência a área de 10-1 km², o raio adotado foi constante representadas pelo IPT (áreas planas e
de 8 células (160 metros). vertentes intermediárias), foi calculada a partir
das variáveis direcionais de Horn (1981).

Quadro 02 - Classificação taxonômica de Tricart (1965)

VERIFICAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DO RELEVO Nas áreas amostrais eleitas para serem


Foi realizada uma análise da distribuição discutidas ao longo do trabalho foi estabelecida a
das classes do relevo para cada uma das 50 dimensão de 10km de lado no sentido N-S e E-W.
subunidades morfoesculturais identificadas pelo A análise desses recortes permitiu a
mapeamento geomorfológico do Paraná (SANTOS representação em maior detalhe e possibilitou
et al., 2006), que constitui uma abordagem da avaliar a representatividade das classes de relevo
distribuição das classes de relevo em obtidas do IPT em escala local.
compartimentos em escala regional. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Posteriormente, a avaliação da A classificação geomorfométrica
fidedignidade das classes de relevo identificadas automatizada das 10 formas de relevo que
foi realizada por meio de controle de campo em ocorrem no cenário paranaense (Figura 2) refere-
cinco recortes de áreas amostrais distribuídos no se a: 1) Fundos de vales com forte incisão da
território paranaense. Durante as campanhas de drenagem e cânions; 2) Vales rasos e áreas de
campo foram coletadas fotos georrefenciadas drenagem situadas no terço médio das vertentes;
representativas do relevo, obtidas no nível do 3) cabeceiras de drenagens; 4) áreas situadas nos
solo e também em voos realizados com um terços inferiores das vertentes ou vales abertos e
drone, modelo Phantom 3. em forma de U; 5) áreas planas; 6) áreas situadas
nas posições intermediárias das vertentes; 7)

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áreas situadas nas posições superiores das morros em áreas planas; 10) interflúvios elevados
vertentes, patamares superiores ou mesas; 8) ou na forma de cristas elevadas e topos elevados.
interflúvios secundários ou situados nas porções
intermediárias das vertentes; 9) topos
rebaixados, interflúvios, cristas intermediárias ou

Figura 02 - Classificação geomorfométrica das formas de relevo distribuídos no Paraná sobre as


subunidades morfoesculturais do mapeamento geomorfológico na escala 1:250.000.

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Em escala regional é possível verificar percentuais são demonstrados na Tabela 1.


sobre as subunidades morfoesculturais de Avaliando diferentes valores de representação
(SANTOS et al., 2006) que as dez classes do IPT em cada uma das subunidades, corrobora-se a
configuram distintos arranjos espaciais, afirmativa de que o arranjo das classes de IPT
expressando diferentes padrões de agrupamento propicia a distinção e identificação de unidades
de formas de relevo no Paraná (Figura 2), cujos com padrão similar de relevo.

Tabela 01 - Distribuição em porcentagem das classes de IPT sobre as subunidades morfoesculturais.

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Legenda das classes do IPT: 1) Fundos de vales com forte incisão da drenagem e cânions; 2) Vales rasos e
áreas de drenagem situadas no terço médio das vertentes; 3) cabeceiras de drenagens; 4) áreas situadas
nos terços inferiores das vertentes ou vales abertos e em forma de U; 5) áreas planas; 6) áreas situadas
nas posições intermediárias das vertentes; 7) áreas situadas nas posições superiores das vertentes,
patamares superiores ou mesas; 8) interflúvios secundários ou situados nas porções intermediárias das
vertentes; 9) topos rebaixados, interflúvios, cristas intermediárias ou morros em áreas planas; 10)
interflúvios elevados ou na forma de cristas elevadas e topos elevados.

Nas subunidades morfoesculturais da representam vales com forte incisão da


Serra do Mar se evidencia a baixa drenagem e áreas de drenagem situadas no terço
representatividade das classes de IPT 5 e 8, sendo médio de vertente. O padrão predominante das
a primeira relativa as áreas planas e a segunda formas de relevo nos planaltos dissecados do
aos interflúvios situados nas porções Primeiro Planalto (subunidades 1.2.3, 1.2.6, 1.2.7
intermediárias das vertentes. Embora pouco e 1.2.8) se assemelham às encontradas na Serra
evidentes nesta subunidade, as áreas planas são do Mar (Figura 3).
recorrentes naquela denominada Rampas de Pré- O segundo Planalto Paranaense é
Serra e Serras isoladas, já que constituem a composto por 16 subunidades, das quais doze
transição das serras com as planícies; enquanto apresentam maior representatividade para as
os interflúvios no relevo serrano prevalecem nas classes IPT 5 e 6. A primeira expressa áreas
posições mais elevadas, sendo representados planas, enquanto a segunda terços intermediário
pelas classes 9 e 10 (Figura 3). Neste sentido, as das vertentes, secundariamente a classe 7 e 4
subunidades da Serra do Mar são caracterizadas estão presentes, identificando, respectivamente,
por relevo dissecado com ocorrência de fundos patamares superiores/porção superior das
de vales dotados de forte incisão da drenagem; vertentes e terço inferior das mesmas. Caso de
interflúvios elevados ou em forma de cristas exceção é observado nas subunidades Planalto
elevadas e topos elevados; cristas e interflúvios Residuais da Formação Serra Geral, Alto Ivaí,
intermediários, com vertentes extensas que Ortigueira e Santo Antônio da Platina,
favorecem sua compartimentação, nos terços respectivamente: 2.3.10, 2.3.11, 2.3.13 e 2.3.14.
inferior, intermediário e superior das vertentes. A distinção da distribuição das classes do IPT
Nas dez subunidades morfoesculturais nesse conjunto de subunidade é bastante
do Primeiro Planalto Paranaense, a distinção mais perceptível no mapa representado na Figura 2,
evidente refere-se a áreas planas nos Planaltos nessas subunidades as áreas planas não são as
de Curitiba, Alto Iguaçu e Castro mais representativas e as classes 1, 2, 4, 6, 9 e 10
(respectivamente: 1.2.4, 1.2.5 e 1.2.10), ilustrada tem maior expressão em relação às demais
no mapa da figura 2 pelo predomínio da cor (Figura 3).
verde escuro nessas subunidades, pois essas O Terceiro Planalto Paranaense é
possuem extensas planícies fluviais. A exceção dividido em 18 subunidades, sendo que em oito
está nos planaltos dissecados desenvolvidos delas (Planaltos de Campo Mourão, Paranavaí,
sobre o Grupo Açungui, cuja influência estrutural Umuarama, Cascavel, Foz do Iguaçu,
de falhas, fraturas e denudação diferencial em Palmas/Guarapuava, Médio Paranapanema e
litotipos com distintas resistências, associado ao Maringá), há grande representatividade da classe
seu nível de base, confere um relevo com ampla de IPT 5 (áreas planas), com reduzida expressão
dissecação, onde prevalecem as classes 9 e 10, das demais classes. No mapa da figura 2 é
que configuram cristas e interflúvios elevados ou possível identificar similaridade entre as
secundários com orientação predominante para subunidades definidas por Santos et al. (2006)
NW ou NE, à mercê do controle estrutural com o arranjo das formas de relevo classificadas
geológico regional, também as classes 1 e 2 que por meio do IPT, sendo perceptível o predomínio

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ÍNDICE DE POSIÇÃO TOPOGRÁFICA (IPT) PARA CLASSIFICAÇÃO GEOMORFOMÉTRICA DAS FORMAS DE
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da cor verde escuro no interior dessas unidades, designadas como Planaltos Foz do
subunidades, que reforça a potencialidade de uso Areia, Clevelândia, Alto/Médio Piquiri e Alto
do IPT para a identificação desses padrões. Capanema, apresenta padrão de distribuição das
Outras seis subunidades (Planaltos Pitanga/Ivorá, classes do IPT distinto das subunidades
Apucarana, Londrina Baixo Iguaçu, Francisco anteriores, com maior representação das classes
Beltrão e São Francisco) apresentam maior 1, 2, 9 e 10 (Figura 3), que conjectura relevo
diversidade de formas de relevo em relação às enérgico e caracterizado por vales mais
anteriores. Apesar do predomínio da classe IPT 6 profundos e divisores mais elevados. A
as demais classes possuem significativa representação dessas unidades no mapa da
representatividade, exceto as classes 3 e 8 – figura 4 revela que seu arranjo de classes de
pouco frequentes em todas as subunidades formas de relevo se distingue das demais.
(Figura 3 e tabela 1). No mapa da figura 2 é Em tempo, as subunidades Planícies
possível perceber a distinção dessas subunidades Litorâneas/Flúvio-Marinhas (3.5.1) e Planícies
por meio da coloração verde claro dos polígonos Fluviais (3.5.2), têm o destaque esperado das
e verificar a coincidência da delimitação deles formas de relevo da classe 5, visto que nesses
com o padrão resultante do IPT. As outras quatro ambientes predominam áreas planas.

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RELEVO NO ESTADO DO PARANÁ - BRASIL

Figura 3 - Distribuição das classes do IPT nas unidades e subunidades morfoesculturais.

A seleção dos cinco distintos recortes com contribuição de ciclos erosivos que
distribuídos no Paraná, apresentados na figura 2, elaboraram superfícies aplainadas atualmente
permitiram a representação em maior detalhe e estão escalonadas na paisagem, conformando as
possibilitaram avaliar a representatividade das superfícies de erosão/aplainamento identificadas
unidades de relevo em escala local, contando por Ab’Sáber e Bigarella (1961) e Bigarella et al.
com reconhecimento e registro fotográfico de (1978), por eles designadas de Superfície Purunã
campo, complementadas empiricamente, à (Pd3), Superfície Alto Iguaçu (Pd2) e Superfície
fundamentação teórica regional. Curitiba (Pd1). Também pela influência de
O recorte amostral 1 (figura 4) eventos tectônicos, dissecação regressiva do
representa o relevo da Serra do Mar – região que front na face oriental e erosão diferencial pela
apresenta as mais destacadas variações presença de litologia de maior resistência que
altimétricas do Paraná, cujo compartimento é sustentam elevações de destaque (ALMEIDA;
uma das cinco regiões geográficas naturais do CARNEIRO, 1998). Nascimento et al. (2013)
estado identificadas por Maack (1968), tratada atribuem ainda o condicionamento
como unidade morfoescultural em Santos et al. morfotectônico na evolução do relevo e atividade
(2006). Sua evolução tem atribuição poligenética, neotectônica na sua conformação.

Figura 04 - Recorte da área 1 representa a Serra do Mar Paranaense (Serra do Ibitiraquire): A) formas de
relevo obtidas pela classificação automática do IPT; B) relevo sombreado, azimute e ângulo de
inclinação solar de 45º. Os polígonos em cor vermelha situam as fotos de campo A, B, C e D.
Legenda: 1) Fundos de vales com forte incisão da drenagem e cânions; 2) Vales rasos e áreas de
drenagem situadas no terço médio das vertentes; 3) cabeceiras de drenagens; 4) áreas situadas nos
terços inferiores das vertentes ou vales abertos e em forma de U; 5) áreas planas; 6) áreas situadas nas
posições intermediárias das vertentes; 7) áreas situadas nas posições superiores das vertentes,
patamares superiores ou mesas; 8) interflúvios secundários ou situados nas porções intermediárias das
vertentes; 9) topos rebaixados, interflúvios, cristas intermediárias ou morros em áreas planas; 10)
interflúvios elevados ou na forma de cristas elevadas e topos elevados.

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A Serra do Mar Paranaense não A Serra do Ibitiraquire foi contemplada no


representa unicamente o degrau entre o litoral e recorte amostral 1, sendo integrante da
o Primeiro Planalto, mas configura uma serra subunidade morfoescultural Blocos Soerguidos
marginal típica que se eleva com valores da Serra do Mar (SANTOS et al., 2006). As formas
altimétricos compreendidos entre 500 e 1.000m de relevo obtidas na classificação automática do
sobre o nível médio do planalto (MAACK, 1968). IPT nessa área (figura 4-A) expressam grande
Do mesmo modo, sua morfologia não configura representatividade da classe 10, por sua vez,
exclusivamente uma serra de borda de planalto constituída por interflúvios elevados ou por
ou de escarpa, já que possui setores originados cristas elevadas e topos elevados. Essas áreas
por erosão diferencial, onde as maiores representam as maiores elevações da Serra do
elevações, com cimos elevados, são sustentadas Mar, composta por picos que ultrapassam 1700
por corpos graníticos e litologias metamórficas de m de altitude, destacando-se Pico Paraná
alto grau, influenciadas, ainda, por sistemas de (1877m) (figura 5-A), Caratuva (1850m), Itapiroca
falhas, fraturas e diques que, conjuntamente, (1754m), Taipabaçu (1817m) (figura 5-B), Ciririca
exercem controle na rede de drenagem e na (1781m) (figura 5-D), Ferraria (1835m) e Morro
escarpa do front montanhoso da Serra (SANTOS do Getúlio (1430m) (figura 5-C), (NASCIMENTO et
et al., 2006). al., 2013). A classe 10 que interliga os interflúvios
Segundo Almeida e Carneiro (1998) o elevados entre os picos Paraná, União, Ibitirati,
Cinturão Granitóide Costeiro do Estado do Paraná Camelos, Ciririca, A2, Ferraria, Taipabuçu,
é que sustenta as maiores elevações da Serra do Caratuba, Itapiroca, Cerro Verde, Tucum e
Mar, cujo relevo é resultado de erosão diferencial Camapuã, apresentada com vista em perfil
regressiva, adaptando-se nesse processo à tridimensional na figura 6, são consideradas
diversidade de estruturas geológicas e de remanescentes da superfície Pd3 por Bigarella et
resistência diferencial das rochas à erosão, bem al. (1978), sustentados pela resistência erosiva
como à morfotectônica que se manifestou no dos corpos graníticos que constituem os altos
Planalto Atlântico durante o Paleógeno e o topográficos representados nas Figuras 5-A, B e
Mioceno. D.
Regionalmente a Serra do Mar
Paranaense configura-se em blocos montanhosos
designados, localmente, como Serras da Prata,
dos Castelhanos, Canasvieiras, Araraquara, do
Engenho, do Cubatão, Ibitiraquire, entre outros.

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Figura 05 - Fotos ilustrativas do relevo da Serra do Ibitiraquire, Serra do Mar Paranaense.Fonte: Fotos
obtidas no nível do solo pelos autores.

Tratando ainda das posições elevadas, as cumeada e topos inferiores que estariam
formas de relevo das classes 8 e 9 são associados à superfície Pd2 e/ou Pd1 (BIGARELLA
respectivamente: 8) interflúvios secundários ou et al., ibid.); e, neste sentido, a classificação das
situados nas porções intermediárias das cristas, interflúvios e topos mediante o IPT foi
vertentes e 9) topos rebaixados, interflúvios, bem sucedida – suas distinções morfológicas são
cristas intermediárias ou morros em áreas planas separadas nas classes 10, 9 e 8.
(Figura 6-A). Em síntese, constituem áreas de

Figura 06 - Ilustração tridimensional da Serra do Ibitiraquire: A) formas de relevo obtidas na


classificação do IPT; B) Imagem de satélite obtida do Google Earth com exagero vertical de 2x.

A classe IPT 1, que representa os fundos resistência denudacional que constituem os


de vales com forte incisão da drenagem e interflúvios; secundariamente essa classe
cânions, apresenta grande representatividade na apresenta direção preferencial para nordeste
região serrana. Essas áreas constituem os (NE), seguindo linhas de falhas e fraturas. Essas
talvegues e fundos de vale dos cursos de constatações podem ser verificadas na
drenagem principais, controlados por falhas e classificação do IPT da figura 4-A, visualizando os
fraturas, algumas com preenchimento de diques lineamentos no relevo sombreado da área da
associados ao Arco de Ponta Grossa. Os rios figura 4-B, no paralelismo de fundo de vale e
principais encontram-se preferencialmente interflúvio da figura 5-C e em primeiro plano na
encaixados em diques, com direção noroeste figura 6-A.
(NW), paralelos às rochas encaixantes de maior

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De modo menos representativo os janelas amostrais circulares para análise, quais


interflúvios são expressos pelas classes 2, que sejam: 1) raio de 60m e 510m; 2) 105m e 1005; 3)
correspondem a vales rasos e áreas de drenagem 195m e 1695m. Foram destacados resultados
situadas no terço médio das vertentes; e 3, satisfatórios, sendo o segundo que apresentou os
relativa às cabeceiras de drenagem. Essas classes limites mais fidedignos à morfologia do relevo
também apresentam controle estrutural de local, apesar de erros de pequenos
falhas e diques, porém, ocupam posições agrupamentos de classes, enquanto o primeiro
altimétricas superiores, constituindo a rede de foi o que produziu maior número de erros
drenagem de ordem inferior. Nas figuras 5-A e 6- residuais e o último, com a generalização do raio,
A, entre os picos Paraná e União, União e Ibitirati, resultou em algumas classes desproporcionais
os vales declivosos situados em posições com exagero de área, exemplo da classe de vales
elevadas com as nascentes são coincidentes com em U (SILVEIRA, 2015).
corpos de diques do Arco de Ponta Grossa. Assim, O recorte amostral 2 (figura 7) constitui
a classificação automática das áreas, associadas a transição do Primeiro para o Segundo Planalto
aos fundos de vales e nascentes, demonstraram Paranaense – duas consagradas unidades
relação fidedigna com as formas de relevo naturais da paisagem paranaense já estabelecida
verificadas em campo na área de estudo. em Maack (1968). Representa também o contato
As classes do IPT 4, 6 e 7 na área 1, de duas Unidades Morfoestruturais e
representam formas de relevo associadas aos Morfoesculturais, conforme Santos et al. (2006),
terços inferiores, posições intermediárias e terços cujo limite estabelece à leste um conjunto de
superiores das vertentes, respectivamente, que rochas metafóricas, onde sobressai em área o
expressam distintos segmentos das vertentes na Grupo Açungui, do Proterozóico Superior, se
transição entre os interflúvios e fundos de vale na identificando afloramentos das formações
região da Serra do Mar. A classificação Votuverava e Capiru, compostas
apresentou coerência para expressar o contexto predominantemente pelos litotipos de filitos,
morfológico dessas vertentes. A classe 5, que mármores e quartzitos (FIORI; GASPAR, 1993) e,
representa áreas planas, não foi identificada na secundariamente, pela formação Camarinha e
região. Complexo Gnáissico Migmatítico; enquanto à
A classe IPT 4, representativa das oeste é representado por arenitos devonianos da
posições de terço inferior das vertentes, possui Formação Furnas, contidos na Bacia Sedimentar
correlação espacial com as áreas coluvionares da do Paraná – ampla região cratônica sedimentar
Serra do Mar. Lange Filho (2016) combinaram do continente sul-americano recoberta na região
valores negativos do IPT, equivalentes à classe central por espessas coberturas de lavas,
supramencionada, com os valores de declividade resultantes de intenso vulcanismo fissural,
inferior a 7° e vertentes com curvatura côncavas- associadas a uma intricada rede de diques
convergentes, para a identificação de colúvios em cortando a inteira seção sedimentar e múltiplos
relevo de mares de morros mamelonares. níveis de soleiras intrudidas entre as camadas,
Neuman (2017) igualmente emprega valores cujo registro sedimentar e magmático é
negativos do IPT associado à curvatura côncava e organizado em seis supersequências (MILANI et
declividade baixa para o mapeamento das áreas al., 2007).
de depósito alúvio-coluvionares na Serra do Mar Na área especificada se configura um
Paranaense. típico relevo de cuesta, resultante do processo de
Silveira (2015) aplicou o IPT para circundesnudação pós-cretácea (Figura 8-A), que
classificar formas de relevo na Serra da Prata, regionalmente, remetendo-se a idade do seu
região central da Serra do Mar Paranaense. Para arcabouço geológico é denominada de Escarpa
tanto, avaliou a combinação do IPT detalhado Devoniana, ou Escarpa do Purunã e Serrinha. Ao
com IPT generalizado resultantes de distintas tratar das Regiões de circundesnudação pós-

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cretácea no Planalto Brasileiro, Ab’Saber (1949) cuesta, situadas no Segundo Planalto, com as que
considera que, no Paraná, as formações prevalecem no front, no Primeiro Planalto Figura
devonianas conformaram uma linha de cuestas 8-A. Essa distinção também é perceptível na
de relativa expressão morfológica, destacando, representação do relevo sombreado (Figura 7-B),
posteriormente (AB’SABER, 1964) a existência de onde as formas mais rugosas estão presentes no
duas depressões periféricas no estado: uma front dissecado pela ação erosiva dos rios
situada nas terras baixas do Primeiro Planalto obsequentes e subsequentes; enquanto as mais
Paranaense, interdigitada à cuesta devoniana; e planas estão situadas no planalto do reverso
outra, na margem ocidental do Segundo Planalto proximal cuestiforme, sob ação dos rios
Paranaense. consequentes.
A Figura 7-A permite a identificação das
formas de relevo predominantes no reverso da

Figura 07 - Recorte da área 2 representa a transição do Primeiro para o Segundo Planalto Paranaense:
A) formas de relevo identificadas pelo IPT; B) relevo sombreado - subunidades morfoesculturais: 1.2.8)
Planalto Dissecado do Alto Ribeira e 2.3.1) Planalto de São Luís do Purunã. Os polígonos em cor
vermelha situam as fotos de campo A, B, C e D.
Legenda: 1) Fundos de vales com forte incisão da drenagem e cânions; 2) Vales rasos e áreas de
drenagem situadas no terço médio das vertentes; 3) cabeceiras de drenagens; 4) áreas situadas nos
terços inferiores das vertentes ou vales abertos e em forma de U; 5) áreas planas; 6) áreas situadas nas
posições intermediárias das vertentes; 7) áreas situadas nas posições superiores das vertentes,
patamares superiores ou mesas; 8) interflúvios secundários ou situados nas porções intermediárias das
vertentes; 9) topos rebaixados, interflúvios, cristas intermediárias ou morros em áreas planas; 10)
interflúvios elevados ou na forma de cristas elevadas e topos elevados.

No reverso da cuesta do Purunã, arenitos da Formação Furnas, representativos


situados sobre a subunidade morfoescultural dos altos topográficas da região (primeiro plano
designada de Planalto de São Luís do Purunã da figura 8-D), apresentando elevação superior a
(2.3.1), (Figura 7-B), predominam as classes do 1050m, com os maiores valores alcançando
IPT 7, 5 e 6, que podem ser observados na 1200m (figura 9-B) – caso representado no alto
ilustração tridimensional do IPT da figura 9-A. A topográfico no lado esquerdo ao fundo da figura
classe 7, nesse contexto, representa os 8-B. Esses patamares superiores na escapa do
patamares superiores que são sustentados pelos Purunã constituem a superfície de aplanamento

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designada por Bigarella et al. (1978) e Bigarella configuram patamares superiores e/ou mesas, na
(2003) como Pd3, também denominada de escarpa foi classificada na posição subjacente à
superfície do Purunã. Os relictos equivalentes a cornija, área equivalente ao terço superior do
essa superfície encontram-se falhados e tálus, enquanto nas áreas de morros e morrotes
basculados na região da Serra do Mar, porém no estão situadas de modo contiguo à jusante,
contexto da área 2 foi representada pelas formas circunvizinho da classe IPT 10, em posição de
de relevo IPT 7, enquanto na área 1, situada na terço superior. (Figura 9-A). Na mesma
Serra do Mar, foi melhor caracterizada pela abrangência do Primeiro Planalto as classes IPT 6
classe IPT 10. e 5 são menos evidentes em relação ao relevo do
Na porção do front, sobre a subunidade Segundo Planalto. O IPT 6, que representa as
morfoescultural Planalto Dissecado do Alto áreas situadas nas posições intermediárias das
Ribeira (1.2.8), (Figura 7-B), a classe 7 representa vertentes indicou correspondência com sua
formas de relevo com gênese distinta das ocorrência nos morros, morrotes e escarpa,
identificadas no planalto de reverso. Se no relevo porém o IPT 5, que expressa as áreas planas, não
de reverso tabuliforme ou cuestiforme mostrou eficiência nesse contexto (Figura 7-A).

Figura 08 - Fotos ilustrativas do relevo na transição entre os Primeiro e Segundo Planaltos Paranaense.
Fonte: Fotos obtidas no nível do solo pelos autores.

Na escarpa do Purunã, a classe IPT 10, constitui o Primeiro Planalto, aparece nas
referente à interflúvios elevados ou cristas cimeiras, na forma de interflúvios elevados e
elevadas, aparece continuamente no contato do topos elevados (Figura 9-A) que representam
front e reverso da cuesta (Figura 9-A), relevos residuais que foram ressalientados
configurando a cornija, que por vezes expõe durante as fases de aplanamento subsequente
afloramento dos arenitos que constitui a litologia (BIGARELLA, 2003), representadas pelas
que a sustenta (Figura 8-C), com elevados valores elevações no segundo plano da Figura 8-E. Esses
de declividade, que configura a ruptura de interflúvios e topos elevados alcançam elevações
declive dos patamares superiores (Figuras 8-A e entre 900m e 940m, que para Stefanello (2011)
C). A mesma classe quando situada no front, que essas cotas na região estariam relacionadas ao

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Pd1, apesar de que Bigarella (2003) destaca que a abrange predominantemente os espigões do
borda do [Primeiro] planalto possui notável Primeiro Planalto e representa interflúvios, topos
relevo de cristas residuais relativos ao Pd2. e cristas intermediárias, dando continuidade aos
Portanto a classe IPT 10 representa formas de interflúvios elevados do IPT 10. A segunda, classe
relevo que se mostram distintas no Primeiro em 8, que constitui os interflúvios secundários ou
relação ao Segundo Planalto. situados nas porções intermediárias das
Para representação das formas de relevo vertentes e topos rebaixados, aparece de forma
situadas nas posições elevadas que estão pouco expressiva, situados na posição do terço
situadas no front, complementar à classe IPT 10, inferior dos divisores de água, em segmentos de
foram identificas as classes IPT 9 e 8. A primeira vertente convexos-divergentes.

Figura 09 - Ilustração tridimensional da área 2, cuesta do Purunã: A) formas de relevo obtidas na


classificação do IPT; B) Imagem de satélite obtida do Google Earth com exagero vertical de 2x.

As formas de relevo posicionadas nos pelo Arco de Ponta Grossa. O controle na


vales, representadas pelas classes IPT 1, 2 e 3, orientação pode ser verificado nas figuras 8-A e
apareceram exclusivamente no Primeiro Planalto. B. Essa classe é também representada pelos vales
A classe 1 é a mais representativa, constitui os dos rios obsequentes que atuam diretamente na
fundos de vales com forte incisão da drenagem e erosão remontante do front da escarpa do
cânions, sendo associadas ao controle estrutural Purunã. A figura 6-B representa um vale
com direção preferencial para NE, determinados obsequente, visto de montante para jusante.
por sistemas de falhas, como exemplo A classe IPT 2 representa vales rasos e
representativo na área se tem a influência da áreas de drenagem situadas no terço médio das
Falha da Lancinha (FIORI; GASPAR, 1993) e, vertentes, mostra-se contínua à classe IPT1,
secundariamente, no sentido NW, é influenciado porém nas posições de jusante ou nas mais

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elevadas, abrangendo em alguns casos as O terceiro recorte amostral, selecionado


nascentes e cabeceiras de drenagem quando para avaliação da representação da classificação
estas estão situadas em posições mais baixas do de formas de relevo por meio do IPT (Figura 10-
relevo. A classe IPT 3 constitui as cabeceiras de A), está situado na transição do Segundo para o
drenagens dos cursos hidrográficos obsequentes Terceiro Planalto Paranaense, cujo limite
que possuem suas nascentes na escarpa. Pelas marcado pelo realce topográfico da chamada
distintas variações altitudinais da área 2 a classe Escarpa Triássico-Jurássica, também recebe
3 não representou as cabeceiras das elevações de denominações de Escarpa Mezosóica, Escarpa
morros e morrotes situados no Primeiro Planalto, Arenito-basáltico, Escarpa do Serra Geral ou,
nessas áreas a classe IPT 2 foi a que ocorreu como é comumente designada no Paraná,
(Figuras 7-A e 8-A). Escarpa da Serra da Esperança, ou da Boa
As formas de relevo que configuram Esperança. Ao longo dessa escarpa as deposições
áreas situadas nos terços inferiores das vertentes da formação Botucatu, sobrepostas à formação
ou vales abertos e em forma de U (IPT 4) foram Pirambóia, estão recobertas pelos derrames
identificadas predominantemente sobre o basálticos da Formação Serra Geral, quando se
Primeiro Planalto, posicionadas junto aos fundos tem a exposição das rochas efusivas da Formação
de vales, ocupando o entorno da classe IPT 1, em Serra Geral sobre os sedimentos das formações
posições circunvizinhas de montante, paleozoicas. A linha da escarpa estende-se desde
representando as áreas coluvionares das a República do Uruguai até o Estado de Goiás no
encostas de morros e morrotes e no sopé da território brasileiro, sendo que no Paraná se
escarpa (Figura 10-A). Nesse mesmo ambiente foi mostra continuamente de sul à norte. Para
fidedigno na representação do fundo do vale em Ab’Saber (1949) a escarpa do Serra Geral
U, ilustrado na Figura 9-C, cuja localização é constitui, em quase toda a sua extensão, um
expressa na Figura 7. sistema de escarpas de circundesnudação, dos
mais típicos e gigantes de que se tem notícia.

Figura 10 - Recorte da área 3 representa a transição do Segundo para o Terceiro Planalto Paranaense: A)
formas de relevo identificadas pelo IPT; B) relevo sombreado - subunidades morfoesculturais: 2.4.1)
Planalto Pitanga/Ivaiporã, 2.3.10) Planaltos Residuais da Formação Serra Geral e 2.3.9) Planalto de
Prudentópolis. Os polígonos em cor vermelha situam as fotos de campo A, B, C e D.
Legenda: 1) Fundos de vales com forte incisão da drenagem e cânions; 2) Vales rasos e áreas de
drenagem situadas no terço médio das vertentes; 3) cabeceiras de drenagens; 4) áreas situadas nos
terços inferiores das vertentes ou vales abertos e em forma de U; 5) áreas planas; 6) áreas situadas nas

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posições intermediárias das vertentes; 7) áreas situadas nas posições superiores das vertentes,
patamares superiores ou mesas; 8) interflúvios secundários ou situados nas porções intermediárias das
vertentes; 9) topos rebaixados, interflúvios, cristas intermediárias ou morros em áreas planas; 10)
interflúvios elevados ou na forma de cristas elevadas e topos elevados.

Próximo à escarpa Triássico-Jurássica frente da serra da Esperança destaca inúmeros


ocorrem morros isolados (Figuras 11-C e 11-B), morros testemunhos e mesetas constituídos por
referentes a relevos isolados da Formação Serra arenitos das Formações Pirambóia e Botucatu e
Geral; e cristas controladas por diques e sills, por rocha efusiva da Formação Serra Geral. Estes
ambos associados a Formação Serra Geral morros testemunhos guardam concordância
(MAACK, 1968) – denominados Planaltos topográfica com o topo da serra, indicando,
Residuais da Formação Serra Geral (2.3.10), hipoteticamente, a extensão inicial de derrames
(SANTOS et al., 2006), (Figura 10-B). Na efusivos, de direção leste, possibilitando
caracterização dessa mesma configuração do comparação ao ponto onde, atualmente, se
relevo, apresentada por Costa et al. (2005), à localiza seu limite oriental.

Figura 11 - Fotos ilustrativas do relevo na transição entre os Segundo e Terceiro Planaltos Paranaense.
Fonte: Fotos obtidas em voo, com uso de um drone modelo Phantom 3, pelos autores.

Exemplo de destaque de morro relevo encontradas nas elevações dos morros em


testemunho que ocorre na área 3 é o chamado posição proximal da escarpa no front da cuesta
Morro do Chapéu, também designado como (Figura 12-A). Também nesses morros é onde foi
morro Morungava (Figura 11-B). Esse morro é identificado na área de estudo a classe IPT 3, que
formado pela litologia associada às camadas da corresponde à cabeceiras de drenagens e
Formação Rio do Rasto na base, sobrepostos por nascentes (Figuras 10 e 12).
arenito da Formação Botucatu, com o topo Segundo Ab’Saber (1949) no estado do
sustentado por rochas eruptivas da Formação Paraná existem duas depressões periféricas, ou
Serra Geral. Os topos desse morro, igualmente subsequentes, uma situada nas terras baixas do
aos outros que aparecem na área amostral 3, Primeiro Planalto Paranaense, no front da cuesta
situados próximos da escarpa, foram devoniana, anteriormente apresentada; e outra,
representados na classificação automatizada pela na margem ocidental do Segundo Planalto
classe IPT 10 (Figura 10), que configura os paranaense, no front da cuesta da Serra da
interflúvios, cristas e/ou topos elevados, Esperança. Nessa última, na posição proximal da
majoritariamente representam as formas de escarpa, situado na subunidade morfoescultural

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RELEVO NO ESTADO DO PARANÁ - BRASIL

Planaltos Residuais da Formação Serra Geral obsequentes que atuam no remonte erosivo da
(SANTOS et al., 2006), prevalecem duas classes escarpa, enquanto que a segunda constitui as
que são formas de relevo representativas nesse áreas adjacentes da primeira e configura o terço
contexto geomorfológico, as classes 1 e 4. A inferior das vertentes, próximo ao nível de base
primeira constitui fundos de vales dos rios subsequente (Figuras 10-A e 12).

Figura 12 - Ilustração tridimensional da área 3, cuesta do Terceiro Planalto (Serra da Esperança) e Morro
do Chapéu: A) formas de relevo obtidas na classificação do IPT; B) Imagem de satélite obtida do Google
Earth com exagero vertical de 2x.

Nesse mesmo ambiente do front, porém terço médio das vertentes (classe 2) e topos
sob a subunidade morfoescultural Planalto de rebaixados (classe 9).
Prudentópolis (2.3.9), (Figura 10-B), (SANTOS et O reverso da escarpa representa o
al., op cit.), a área classificada como IPT 5, apesar Terceiro Planalto Paranaense, que abrange na
de representar adequadamente as área planas da área de estudo a subunidade morfoescultural
depressão erosiva subsequente, sob a Planalto Pitanga/Ivaiporã (2.4.1), (SANTOS et al.,
perspectiva morfogenética é contínua das áreas 2006), (Figura 10-B). Nessa área a classe IPT 7
situadas nos terços inferiores das vertentes ou expressa os patamares superiores e áreas
representação dos vales abertos, identificados na situadas nas posições superiores das vertentes,
classe IPT 4; desse modo a separação de ambas proximal à linha da cuesta. Esses patamares e
não foi eficiente, apesar de coerente sob a posições superiores correspondem, com base nos
perspectiva morfométrica. As demais formas de pressupostos de Bigarella (2003), às superfícies
relevo representadas foram as áreas situadas nas de erosão de cimeira (Pd3), representadas por
posições intermediárias das vertentes (classe 6); planaltos residuais no reverso do Serra Geral
vales rasos e áreas de drenagem situadas no (Figura 12). Ainda, na posição de reverso as

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ÍNDICE DE POSIÇÃO TOPOGRÁFICA (IPT) PARA CLASSIFICAÇÃO GEOMORFOMÉTRICA DAS FORMAS DE
RELEVO NO ESTADO DO PARANÁ - BRASIL

demais classe do IPT representaram sobre rochas eruptivas da Formação Serra Geral.
adequadamente as formas de relevo que lá Para Milani et al., (2007) o magmatismo Serra
ocorrem, com a presença de áreas planas, Geral faz parte da fase evolutiva Supersequência
posições de terço inferior, intermediário e Gondwana III, um vulcanismo fissural
superior das vertentes e interflúvios. constituindo por ampla província magmática que
O recorte amostral 4 (Figura 13) está na BSP traduziu-se como uma espessa cobertura
situado no Terceiro Planalto Paranaense, de lavas, com uma rede de diques cortando as
predominantemente na subunidade camadas sedimentares e múltiplos níveis de
morfoescultural Planalto do Alto/Médio Piquiri soleiras intrudidas segundo os planos de
(2.4.5) e secundariamente no Planalto de Campo estratificação. Recentemente a MINEROPAR
Mourão (2.4.10), segundo as unidades de relevo (2013) apresentou a proposta de Grupo Serra
de Santos et al. (2006), (Figura 13-B), esculpidos Geral, com quatro formações e treze membros.

Figura 13 - Recorte da área 4 representa o Terceiro Planalto Paranaense sob a Formação Serra Geral: A)
formas de relevo identificadas pelo IPT; B) relevo sombreado - subunidades morfoesculturais: 2.4.5)
Planalto do Alto/Médio Piquiri e 2.4.10) Planalto de Campo Mourão. Os polígonos em cor vermelha
apresentam a localização das fotos de campo A, B, C e D.
Legenda: 1) Fundos de vales com forte incisão da drenagem e cânions; 2) Vales rasos e áreas de
drenagem situadas no terço médio das vertentes; 3) cabeceiras de drenagens; 4) áreas situadas nos
terços inferiores das vertentes ou vales abertos e em forma de U; 5) áreas planas; 6) áreas situadas nas
posições intermediárias das vertentes; 7) áreas situadas nas posições superiores das vertentes,
patamares superiores ou mesas; 8) interflúvios secundários ou situados nas porções intermediárias das
vertentes; 9) topos rebaixados, interflúvios, cristas intermediárias ou morros em áreas planas; 10)
interflúvios elevados ou na forma de cristas elevadas e topos elevados.

Conforme o Mapa Geomorfológico estruturais constituídos por sequências de


elaborado pela Comissão Executora do Projeto derrames das rochas efusivas da Formação Serra
RADAMBRASIL e publicado por IBGE (2005), a Geral que se individualizaram por suas
área está inserida na unidade geomorfológica do características morfológicas e petrográficas, bem
Planalto Dissecado do Rio Iguaçu – Rio Uruguai. como pelas variações internas presente em cada
Segundo Costa et al. (2005) essa unidade nível de derrame. As características estruturais,
apresenta modelados resultantes dos processos associadas à condições elevadas de umidade,
de dissecação diretamente associados a fatores possibilitou ação intempérica sobre zonas de

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ÍNDICE DE POSIÇÃO TOPOGRÁFICA (IPT) PARA CLASSIFICAÇÃO GEOMORFOMÉTRICA DAS FORMAS DE
RELEVO NO ESTADO DO PARANÁ - BRASIL

maior fraqueza, inclusive propiciando o declive. Geralmente o desnível do patamar mais


aparecimento de drenagem bem desenvolvida – baixo é menos íngreme, gerando um nível de
fatores condicionantes do modelado de colinas com encostas rampeadas que convergem
dissecação diferencial; característico do recorte para diminutos terraços ou contiguamente a
amostral em questão. calha do rio (COSTA et al., 2005).
Nesse tipo de modelado a drenagem Nessa área a classificação por meio do
segue preferencialmente as linhas de fraqueza, IPT resultou em classes que expressaram
condicionando vales estruturais típicos, que, por adequadamente a morfologia do relevo na região
sua vez, possuem profundidade e formas (Figura 13), em acordo com a descrição da
variadas, em função da potência e gradiente do unidade geomorfológica e modelado
rio. Suas formas predominantes são em “V” apresentados por Costa et al. (2005) no relatório
aberto, ora em “V” bem estreito e raramente em do Mapa Geomorfológico do IBGE (2005). A
forma de “U. A forma do relevo é pautada por classe IPT 1 representou adequadamente os
um interflúvio estreito, com topo plano ou fundos de vales com forte incisão da drenagem
levemente convexizado, segmentado por uma dos principais rios, que podem ser verificados nas
vertente de forte declive, configurando-se, figuras 14-A e D; a classe 4 constitui as áreas
ocasionalmente, como relevo escarpado, situadas nos terços inferiores das vertentes,
interrompidas, ao longo do declive, por adjacente à ocorrência da classe 1 que
patamares. Embora incipientes em algumas configuram patamares inferiores, ou então,
vertentes, em certas condições esses patamares quando na ausência da classe 1 fazem a
são largos e planos, não ultrapassando, porém, representação dos vales abertos com terraços;
1.000m de largura antes de nova ruptura de situados nas áreas de menor declividade.

Figura 14 - Fotos ilustrativas do relevo em áreas situadas no Terceiro Planaltos Paranaense sobre rochas
da Formação Serra Geral.Fonte: Fotos A e B obtidas em voo, com uso de um drone modelo Phantom 3, e
fotos B e C obtidas no nível do solo, todas pelos autores.

As classes IPT 6 e 7, correlacionam-se, interflúvios elevados, sendo alguns deles os


respectivamente, às áreas situadas nas posições divisores de águas regionais das bacias dos rios
intermediárias e superiores das vertentes, esta, Piquiri (localmente por meio de sua subbacia do
ainda representando patamares superiores, rio Cantú) com o Tibagi (localmente representado
também podendo ser compreendidos como por sua subbacia do rio Corumbataí), conformado
patamares estruturais, uma vez que expressam a pelos altos topográficos que estão ilustrados nas
interferência das características geológicas fotos das figuras 14-A e B. Esses altos
(COSTA et al., 2005). A classe 10 configura os topográficos são sustentados por influência

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ÍNDICE DE POSIÇÃO TOPOGRÁFICA (IPT) PARA CLASSIFICAÇÃO GEOMORFOMÉTRICA DAS FORMAS DE
RELEVO NO ESTADO DO PARANÁ - BRASIL

estrutural geológica. Coincidente a esses altos é patamares superiores e interflúvios. Esses


identificada uma unidade geológica distinta, interflúvios e altos topográficos caracterizam as
referida por Mineropar (2013) como Membro superfícies de cimeira, compreendidas como Pd3,
Cantagalo (Figura 15); conjuntamente o Membro conforme Bigarella (2003).
Flor da Serra do Sul representa igualmente

LEGENDA:

FONTE: Mapeamento Geológico


da carta Campo Mourão, escala
1:250.000, O Grupo Serra Geral
no Estado do Paraná,
MINEROPAR (2013).

Figura 15 - Informações das unidades geológicas do Grupo Serra Geral mapeadas por MINEROPAR
(2013), escala 1:250.000, correspondente ao recorte da área 4. Fonte: MINEROPAR (2013).

A classe IPT 3, relativa à cabeceiras de enquanto no Planalto do Alto/Médio Piquiri


drenagem, se associa à interflúvios elevados (2.4.5) todas estão presentes, com maior
(classe 10), e constitui as nascentes dos altos destaque a classe 6 e de modo menos
topográficos situada junto aos patamares significativo as classes 3 e 8. Por fim, é possível
superiores; enquanto as nascentes situadas nos também perceber relação entre as classes de
patamares intermediários e drenagem situadas formas de relevo (Figura 13-A) com as unidades
no terço médio das vertentes são representadas geológicas propostas pela Mineropar (2013),
pela classe de IPT 2 (Figura 14-D) (Figura 15), sendo que no Membro Ivaiporã
Sem correspondências às planícies prevalecem as classes 1, 4, 5 e 6, situadas nas
aluviais, o IPT 5 representa aquelas áreas planas posições de menor elevação da área; no Membro
que conjecturam patamares extensos, Flor da Serra do Sul as classes 2, 3, 7, 6, 8, 9 e 10
geralmente situados nos terços intermediários e no Membro Canta Galo a classe 10.
das vertentes; ou topos patamarizados situados O critério para escolha da área
em níveis altimétricos mais baixos que a classe 10 compreendida no recorte amostral 5 justifica-se
(Figura 14-C). pela sua capacidade de demonstrar setores do
Na área amostral 4, em conformidade à estado onde o resultado da classificação
constatação regional anteriormente tratada, automática de formas de relevo, mediante o IPT,
constata-se que a distribuição das classes de foi insatisfatória; especificamente aquela situada
formas de relevo obtidas pelo IPT têm ampla na região noroeste do estado, sobre o Terceiro
relação com as subunidades morfoesculturais, Planalto Paranaense, nas subunidades
considerando que no Planalto de Campo Mourão morfoesculturais Planalto de Paranavaí (2.4.11) e
(2.4.10) ocorreram apenas as classes 4, 5 e 6, Planícies Fluviais (3.5.2), (Figura 16).

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ÍNDICE DE POSIÇÃO TOPOGRÁFICA (IPT) PARA CLASSIFICAÇÃO GEOMORFOMÉTRICA DAS FORMAS DE
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Figura 16 - Recorte da área 5 representa o Terceiro Planalto Paranaense sob a Formação Caiuá e nos
sedimentos recentes das planícies: A) formas de relevo identificadas pelo IPT; B) relevo sombreado -
subunidades morfoesculturais: 2.4.11) Planalto de Paranavaí e 3.5.2) Planícies Fluviais. Os polígonos em
cor vermelha situam as fotos de campo A, B e C.

Apesar dos quatro exemplos da área caracteriza-se principalmente por colinas


anteriormente apresentados terem evidenciado alongadas com topos abaulados, representando
fidedignidade na separação das formas de relevo um modelado de dissecação homogênea (COSTA
obtidas pela classificação automática do IPT, et al., 2005), com topos e interflúvios
verificou-se limitação na representação na região suavemente convexos com baixa declividade
mencionada, em decorrência do agrupamento da (Figura 20-B), que configura a subunidade
classe IPT 5 (áreas planas) com as vertentes e morfoescultural Planalto de Paranavaí. Essas
topos aplainados do Planalto de Paranavaí (Figura feições são caracterizadas por apresentarem
16-B). Apesar dessa subunidade apresentar baixa declividade e foram agrupadas,
valores muito baixos de declividade, equivocadamente, com as planícies fluviais na
similarmente às planícies fluviais, constituem classificação derivada do IPT (Figura 16-A),
relevos distintos em termos morfológicos, mesmo configurando distintos ambientes
morfogenéticos e morfodinâmicos. (Figuras 17-A e C), visto que as últimas são
A Figura 17 representa o relevo extensas áreas situadas em fundos de vale em
predominante da região noroeste do Paraná na ambiente agradacional com sedimentos recentes,
subunidade 2.4.11, desenvolvida sobre os enquanto as encostas do Planalto de Paranavaí
arenitos da Formação Caiuá, cuja geomorfologia são, ao contrário, ambientes degradacionais.

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Figura 17 - Fotos ilustrativas do relevo em áreas situadas no Terceiro Planalto Paranaense sob a
Formação Caiuá e as Planícies Fluviais. Fonte: Fotos obtidas em voo, com uso de um drone modelo
Phantom 3, pelos autores.

As limitações verificadas na nos resultados satisfatórios obtidos por Gomes et


representação do relevo do Planalto de Paranavaí al. (2016) que utilizaram o IPT com raio de 630m,
não necessariamente inviabilizam o uso da combinado com a declividade, na região norte da
classificação do IPT nesta unidade, mas indicam a subunidade do Planalto de Paranavaí (recorte da
necessidade de ajustamento do tamanho das Carta topográfica MI 2726-4), onde se obteve
janelas de leitura para a detecção local, visto que oito classes de relevo com representação
foi aplicado um único tamanho de janela para fidedigna (Figura 18).
todo o estado do Paraná. A afirmação é apoiada

Figura 18 - Classes de relevo obtido com uso do IPT com raio de 630m combinado com a declividade, na
região norte da subunidade do Planalto de Paranavaí. Fonte: Gomes et al. (2016)

observaram que devido o IPT ser diretamente


Corroborando a afirmativa de influência
afetado pelo fator escala, os valores resultantes
do tamanho do raio na classificação do relevo,
do índice e, consequentemente as classificações
Silveira e Silveira (2014) ao aplicar a classificação
dele obtidas, variam de acordo com a dimensão
do IPT com uma única janela de leitura para
de raio adotado na janela móvel de leitura. Desse
obtenção de seis classes de formas de relevo no
modo, a etapa de definição do raio de análise da
Uruguai, ressaltaram que a definição do raio
vizinhança, conforme apontam Tagil e Jenness
empregado na janela de leitura se mostrou mais
(2008) e De Reu et al. (2013), deve estar
decisivo na qualidade dos resultados, superando,
associada ao nível de detalhe pretendido.
inclusive, diferenças entre os três MDTs testados.
Nesse sentido, Silveira e Silveira (2016)

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ÍNDICE DE POSIÇÃO TOPOGRÁFICA (IPT) PARA CLASSIFICAÇÃO GEOMORFOMÉTRICA DAS FORMAS DE
RELEVO NO ESTADO DO PARANÁ - BRASIL

CONCLUSÕES metodológico desde as etapas iniciais, referentes


à aquisição da base e processamento do MDT,
Sob a perspectiva de análise do relevo
até as etapas de adoção dos parâmetros para
em escala regional, as classes do Índice de
cálculo de vizinhança, dos critérios e intervalos de
Posição Topográfica (IPT) demonstraram
discretização, da combinação dos IPTs e sua
coerência com grandes unidades
categorização.
geomorfológicas homogêneas, corroborada pela
quantificação estabelecida com as subunidades Por fim, destaca-se que a aplicação do
morfoesculturais do Mapeamento IPT associada a outras variáveis
Geomorfológico do Estado do Paraná. Os geomorfométricas, em estudos específicos,
agrupamentos predominantes das classes do IPT possui grande potencial como ferramenta auxiliar
em cada compartimento corresponderam às suas aos estudos de cartografia geomorfológica, tanto
características geomorfológicas que caracterizam nas suas dimensões morfométricas e
distintos padrões de relevo. morfográficas quanto morfogenéticas,
morfodinâmicas ou morfocronológicas.
Ademais, a grande potencialidade do IPT
foi evidenciada pela análise local das classes
obtidas. As dez formas de relevo mapeadas
AGRADECIMENTOS
condizem com a realidade de campo destacada
em quatro recortes amostrais distribuídos em Os autores agradecem ao Conselho Nacional de
porções representativas do estado do Paraná, Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
sendo possível, inclusive, estabelecer relações pela disponibilização de recursos, que
entre as formas e suas respectivas gêneses e possibilitou os levantamentos de campo, por
processos. Os recortes adotados para a análise meio do Projeto de Mapeamento do Estado do
evidenciaram, em sua maioria, áreas de transição Paraná apoiado em análise digital do relevo,
entre grandes compartimentos, que apesar de Processo 456244/2014-0.
serem naturalmente descontínuos, foram
mapeados de modo fidedigno ao observado in
loco. REFERÊNCIAS
Em apenas um recorte amostral AB’SABER, A.N. Regiões de circundesnudação
verificou-se limitação do método. A limitação pós-cretácea, no Planalto Brasileiro. Boletim
observada foi decorrente da adoção dos mesmos Paulista de Geografia, São Paulo, v. 1, p.1-21,
parâmetros indistintamente em todo o Paraná 1949.
para o cálculo do IPT. Embora a proposta tenha
AB’SABER, A.N. O relevo brasileiro e seus
evidenciado representatividade para os distintos
problemas. In: Brasil - a terra e o homem, Org.:
compartimentos geomorfológicos do estado, a
Aroldo de Azevedo. São Paulo: Companhia
região noroeste foi a única que apresentou
Editora Nacional. 1964
problemas em função das extensas vertentes
com baixa declividade situadas em planaltos AB’SABER, A.N.; BIGARELLA, J.J. Considerações
serem indistintas com as áreas de planícies. sobre a geomorfogênese da Serra do Mar no
Paraná. Boletim Paranaense de Geografia, v. 4/5,
Conquanto, a aplicação do IPT no estado
p. 94-110, 1961.
do Paraná demonstrou a potencialidade de
mapeamento automatizado de formas de relevo, ALMEIDA, F.F.M.; CARNEIRO, C.D.R. Origem e
pautado em critérios quantitativos para extensas evolução da Serra do Mar. Revista Brasileira de
áreas e com número reduzido de variáveis Geociências, n.28, v.2, p.135-150, 1998.
calculadas a partir de um MDT. Diferentemente
BIGARELLA, J.J; BECKER, R.D; MATOS, D.J.;
de muitas propostas automatizadas que
WERNER, A. A Serra do Mar e a porção oriental
contemplam excessivo número de atributos
do Estado do Paraná: Um problema de segurança
topográficos e extensas regras de classificação, o
ambiental e nacional. Secretaria do Estado do
IPT se mostrou simplificado e representativo para
Planejamento do Paraná: Curitiba. 1978.
distintos contextos geomorfológicos, mesmo com
a adoção de critérios unificados. BIGARELLA, J. J. Estruturação e origem das
paisagens tropicais e subtropicais – volume 03.
Nesse sentido, reforça-se que para a
Florianópolis: Ed. da UFSC, 2003.
eficácia da proposta é necessário priorizar o rigor

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ÍNDICE DE POSIÇÃO TOPOGRÁFICA (IPT) PARA CLASSIFICAÇÃO GEOMORFOMÉTRICA DAS FORMAS DE
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