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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DE
GEOTECNOLOGIAS
MÓDULO 01 – ELEMENTOS DE CARTOGRAFIA
AUTORES:
DR. ALEXANDRE ROSA DOS SANTOS
Ma. KAÍSE BARBOSA DE SOUZA
Ma. ROSANE GOMES DA SILVA
Alegre- ES
Setembro de 2016
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CAPÍTULO 5- CARTOGRAFIA DIGITAL, PROCESSO DE PROJETO GRÁFICO E
COMPONENTES GRÁFICOS DOS MAPAS E MÉTODOS DE MAPEAMENTO
SUMÁRIO
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1. CARTOGRAFIA DIGITAL
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Figura 1. Mapa do sistema viário do Espírito Santo
Todos os SIGs têm componentes de CD, mas nem todos os sistemas de CD têm
componentes de um SIG, posto que os SIGs envolvem muito mais que a elaboração de mapas
digitais, mas verdadeiramente a habilidade de analisar dados com referência espacial (Taylor,
1991).
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• Operações básicas de desenho.
• Visualização de diagramas.
• Visualização de feições pontuais e lineares.
• Programa de hachuramento (Ação ou resultado de hachurar, de traçar pequenas linhas ou
traços em uma superfície) de áreas
• Programa de desenho de contorno ou isolinhas
• Suporte para projeções cartográficas, incluindo transformações de coordenadas e medidas de
distâncias entre dois pontos, considerando a curvatura da Terra.
• Apresentação de cartogramas variados.
• Facilidade para cópias em papel.
• Cálculo de área e perímetro.
• Ferramentas de limpeza, generalização de linhas e redução da complexidade de uma linha ou
limite de áreas (Figuras 2 e 3).
Segundo Burrogh, (1991) A cartografia digital tem uma visão do mundo real
discriminada na forma de camadas, na qual cada camada representa um aspecto da realidade
(Figura 4).
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vetorial era fácil de se manter a forma de produção que era usada para os mapas sobre suporte
de poliester.
Deve-se destacar que as estruturas matriciais hoje já estão incorporadas na maioria dos
programas voltados para a cartografia digital, mas o uso destas estruturas durante muito tempo
ficou mais restrito a alguns Sistemas de Informação Geográfica e aos programas usados em
Sensoriamento Remoto. Em Cartografia Digital, a maior preocupação estava ou ainda está com
a automação das etapas de produção do original cartográfico, ou com a geração das bases
cartográficas, enquanto que em GIS a ênfase era ou ainda é com a análise espacial.
Uma feição pode ser imaginada sendo constituída por 3 elementos básicos, que são o
ponto, a linha e o polígono. Quando se pensa numa estrutura vetorial, estes elementos podem
ser representados:
a) por um par de coordenadas (X,Y);
b) por uma sequência de pontos (X1,Y1), (X2,Y2), ..,(Xn, Yn) e
c) por uma sequência de pontos de modo que o primeiro e último sejam coincidentes.
Além dessa componente posicional, é necessário introduzir a componente semântica da
informação na estrutura de dados. Isto é realizado por meio das características gráficas do
símbolo (forma, dimensão e cor) e de elemento textual, quando existe
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O processo de conversão de analógico para digital, com a mesa de digitalização, é
dividido em 2 passos. No primeiro passo, após ser inicializado o programa e orientado o mapa
sobre a mesa de digitalização, o operador vai seguindo manualmente, com o cursor da mesa,
elemento por elemento que está representado no mapa. Este método é conhecido como método
espaguete, porque os elementos digitalizados se encontram desagregados e soltos como o
próprio nome sugere. Em seguida, inicia-se a edição e rotulação, em que os elementos
digitalizados são integrados e agrupados por afinidade e depois rotulados ou associados com
informação textual (Figura 6).
Figura 6. Exemplo de tipos de níveis que foram criados para organizar por afinidade os dados
que foram digitalizados, MaxiDATA
O ponto, a linha e a área podem também ser representados por estruturas matriciais
(Figura 7), sendo neste caso representados, respectivamente:
a) por um pixel (picture element);
b) por uma seqüência de pixels segundo uma certa
direção e
c) por um agregado de pixels.
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Figura 7. Segmento de reta representado por uma estrutura matricial
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Fonte: CÂMARA et al., (1999)
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Figura 9. Paradigma dos quatro universos.
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Dados espaciais são quaisquer tipos de dados que descrevem fenômenos aos quais esteja
associada alguma dimensão espacial. Quando esta dimensão espacial refere-se ao
posicionamento de um fenômeno ou ocorrência na Terra e no seu espaço próximo, num
determinado instante ou período, tem-se o conceito de dados geoespaciais, também chamados
dados geográficos
Informação geoespacial (IG) é o resultado do processamento de dados geoespaciais, e
compreende os dados da, sobre a, sob a e próximo à superfície da Terra, sendo caracterizada
por no mínimo 3 componentes: espacial ou posicional; descritivo ou semântico e temporal
(MENEZES e FERNANDES, 2013). A informação geoespacial (IG) é vital para a tomada de
decisões em escalas locais, regionais e globais Os exemplos das áreas de aplicação são inúmeros
e ganha importância num mundo globalizado, onde não existem fronteiras
Os dados e informações geoespaciais podem ser divididos em dados de referência e
temáticos. Os de referência proporcionam informações genéricas, elaborados como base
imprencidíveis para o referenciamento geográfico de informações sobre a superfície do
território nacional. Constituem os insumos básicos para o georrefenciamento e contextualização
geográfica de todas as temáticas específicas. Os dados geoespacias temáticos são aqueles sobre
um determinado fenômeno específico em uma região de interesse ou em todo país. Incluem
valores quantitativos e qualitativos que se referenciam especialmente aos dados de referência e
normalmente estão ligados aos objetivos centrais da gestão dos seus respectivos produtores
(Figura 10).
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Os metadados são marcos ou pontos de referência que permitem circunscrever a informação
sob todas as formas, pode se dizer resumos de informações sobre a forma ou conteúdo de uma
fonte. Metadados são informações que acrescem aos dados e que têm como objetivo informar-
nos sobre eles para tornar mais fácil a sua organização
1.5.Geoprocessamento
Denota o termo utilizado designar técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento
de informações geográficas (CÂMARA, 2001). Para Moreira (2005, p.256) o
geoprocessamento pode ser entendido como: “... a atualização de técnicas matemáticas e
computacionais para tratar dos dados obtidos dos objetos ou fenômenos geograficamente
identificados ou extrair informações desses objetos ou fenômenos, quando eles são observados
por um sistema sensor”.
Geotecnologias utilizadas:
Modelagem Numérica do Terreno(MNT);
Sistema de Informação Geográfica(SIG);
Sensoriamento Remoto (SR);
Banco de Dados Geográficos (BDG); e
Sistema de Posicionamento Global (GPS).
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Um MNT pode ser definido como um modelo matemático que reproduz uma superfície
real a partir de algoritmos e de um conjunto de pontos (x, y), em um referencial qualquer, com
atributos denotados de z, que descrevem a variação contínua da superfície. Um exemplo de
MNT é apresentado na figura 11.
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Figura 12. Esquema Geral dos módulos de um SIG
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Conforme Moreira (2005) os SIG’s têm sido empregados em diversas áreas da ciência,
dentre as quais pode-se citar a Geografia, a Cartografia, a Agricultura e Floresta e a Geologia.
Também tem contribuído para o planejamento urbano, entre outros setores.
Sensoriamento remoto
Sensoriamento remoto consiste na utilização conjunta de modernos instrumentos
(sensores), equipamentos para processamento e transmissão de dados e plataformas (aéreas ou
espaciais) para carregar tais instrumentos e equipamentos, com o objetivo de estudar o ambiente
terrestre através do registro e da análise das interações entre a radiação eletromagnética e as
substâncias componentes do planeta Terra, em suas mais diversas manifestações (NOVO,
1989).
Trata-se, portanto, de uma tecnologia a disposição do homem para auxiliá-lo na busca
de soluções e manejo do meio ambiente.
As técnicas de sensoriamento remoto fazem uso da energia do sol, da radiação
eletromagnética (REM), para as suas inferências. As ondas do espectro eletromagnético mais
importante para sensoriamento remoto são as ondas do visível (azul, verde e vermelho), que
vão de 0,4 μm até 0,7 μm, a do infravermelho próximo (0,7 a 1,1 μm) e a do infravermelho
médio (1,1 a 3,0 μm) (Jensen, 2005).
Quanto ao sistema de aquisição de dados por SR é composto por três elementos
fundamentais: fonte de energia eletromagnética, sensor que tem a capacidade de transformar a
energia proveniente do alvo/objeto em sinal e por um analisador que converte as diferentes
intensidades de sinais em informações. Porém, este sinal depende da interação da energia com
a atmosfera e com os objetos da superfície; além da configuração do sensor com relação à
superfície imageada (Figura 14)(NOVO, 1989).
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Figura 14. Interação Sol - Terra - Satélite.
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Figura 16. Exemplo de contraste visual entre cores
Relação figura-fundo: trata-se de um fenômeno complexo, já que olho e mente se
conjugam, reagindo espontaneamente a qualquer imagem e tendendo para a sua organização,
de forma imediata, automática e inconsciente, em figura (aquilo que sobressai visualmente) e
fundo (a superfície com menor importância visual que rodeia a figura) (Figura 17).
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Figura 18. Diferentes níveis de contraste e hierarquia visual na organização da
informação cartográfica.
Equilíbrio visual: colocação e organização das várias componentes do mapa de forma
que tudo pareça visualmente lógico e nada aparente estar no sítio errado. A área representada
deve estar visualmente centrada, mas pode ter os ajustamentos necessários à adequada inserção
dos elementos do mapa, cuja localização deve ter em conta o seu próprio “peso” e o da
simbologia presente na área representada (Figura 19).
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Assim, existem cinco elementos do mapa, a que chamaremos principais, que devem, em
princípio, estar presentes em qualquer mapa temático e que são o título, a legenda, a escala, a
orientação e a(s) fonte(s). Os três primeiros, enquanto elementos padrão, são sempre
imprescindíveis em qualquer tipo de mapa, enquanto os dois últimos apenas em situações
específicas deles se pode prescindir. Além destes, existem outros elementos (como a esquadria,
as janelas, a rede de paralelos e meridianos, a identificação da projeção e a identificação da
autoria), que denominaremos como complementares, cuja utilização deve ser ponderada caso a
caso, estando mais condicionada pela finalidade do mapa e pelas opções de cada cartógrafo.
Elementos principais
Título: pertence ao primeiro momento de leitura do mapa. Por princípio, para que seja
completo, deve conter as informações sobre o quê? (o tema: por exemplo, densidade da
população), de que forma? (por freguesia, por concelho, etc.), onde? (em Portugal, no distrito
do Porto, etc.) e quando? (2001) (Figura 20).
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Figura 21. Disposição da legenda no mapa.
Escala: não sendo as medições exatas função dos mapas temáticos, deve utilizar-se
preferencialmente a escala gráfica, com soluções simples, de fácil leitura e tamanho adequado,
possuindo pouca importância visual (ver ponto 1 do tema II). Deve aparecer na base, em posição
interior ou exterior à esquadria (Figura 22).
Fonte(s) dos dados e da base cartográfica: deve constar sempre que um mapa é
concebido para ser autónomo. Apenas nos mapas inseridos em estudos, atlas, etc, que
referenciam noutro local as respectivas fontes, a fonte pode não constar como elemento do
mapa.
Elementos complementares
Esquadria: quase sempre importante, já que serve para limitar a parte da superfície
terrestre representada, define a sua forma e extensão e contribui para a organização do mapa e
dos seus elementos, tenham eles posição interna ou externa em relação a si própria. A sua forma
e dimensão são condicionadas pela área representada, mas é sempre retangular ou quadrangular,
podendo ser adequada às decisões de colocação dos outros elementos do mapa. Deve ser
desenhada com uma linha simples de pouco “peso” visual. Importante no apoio à rede de
paralelos e meridianos, quando exista. Janelas: apenas utilizadas em situações específicas:
localizar a área representada em relação a uma superfície mais alargada (escala menor); ampliar
pormenores ou melhorar a legibilidade de áreas com congestionamento de símbolos (escala
maior); apresentar informações complementares ao tema tratado, mas abrangendo a mesma
superfície do mapa principal (escala menor); mostrar áreas relacionadas com o mapa principal
mas com localização diferente e distante, por exemplo, Portugal Continental e os Arquipélagos
dos Açores e da Madeira (escala igual ou diferente). Rede de paralelos e meridianos: deve surgir
sempre que a informação relativa a localizações é importante; mais utilizada nas escala
pequenas e normalmente tratada como fundo de mapa. Identificação da projeção: indispensável
em certos mapas, principalmente nos de base, importante sempre que se representam extensas
áreas do Globo. Identificação da autoria do mapa: indispensável quando o mapa é concebido
para ser autónomo, não estando incluído em relatórios, livros ou atlas.
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3. MÉTODOS DE MAPEAMENTO
O nível de organização dos dados, qualitativos, ordenados ou quantitativos, de um mapa
está diretamente relacionado ao método de mapeamento e a utilização de variáveis visuais
adequadas à sua representação. A combinação dessas variáveis, segundo os métodos
padronizados, dará origem aos diferentes tipos de mapas temáticos, entre os quais os mapas de
símbolos pontuais, mapas de isolinhas e mapas de fluxos; mapas zonais, ou coropléticos, mapas
de símbolos proporcionais ou círculos proporcionais, mapas de pontos ou de nuvem de pontos
(ARCHELA e THÉRY, 2008).
Os métodos de mapeamento podem ser divididos em métodos para fenômenos
qualitativos e fenômenos quantitativos conforme ARCHELA e THÉRY, 2008 apresentados a
seguir.
3.1.Fenômenos Qualitativos
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Figura 24. Mapas de símbolos pontuais com informação seletiva no modo de implantação
pontual.
Os mapas de símbolos lineares nominais são indicados para representar feições que se
desenvolvem linearmente no espaço como a rede viária, hidrografia e, por isso, podem ser
reduzidos a forma de uma linha. As variáveis visuais utilizadas são a forma e a cor. Esses mapas
também servem para mostrar deslocamentos no espaço indicando direção ou rota (rotas de
transporte aéreo, correntes oceânicas, fluxo de migrações, direções dos ventos e correntes de
ar) sem envolver quantidades. Nesses mapas qualitativos a espessura da linha permanece a
mesma, variando somente sua direção (Figura 25).
Figura 25. Mapa de conexão com informação seletiva no modo de implantação linear
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para a existência ou ausência do fenômeno e não a ordem ou a proporção do fenômeno
representado (Figura 26).
Figura 26. Mapa corocromático com informação seletiva no modo de implantação zonal.
3.2.Fenômenos Quantitativos
Os fenômenos quantitativos são representados pela variável visual tamanho e podem ser
implantados em localizações pontuais do mapa ou na implantação zonal, por meio de pontos
agregados, como também, na implantação linear com variação da espessura da linha.
Os mapas de símbolos proporcionais representam melhor os fenômenos quantitativos e
constituem-se num dos métodos mais empregados na construção de mapas com implantação
pontual. Esses mapas são utilizados para representar dados absolutos tais como população em
número de habitantes, produção, renda, em pontos selecionados do mapa. Geralmente utiliza-
se o círculo proporcional aos valores que cada unidade apresenta em relação a uma determinada
variável (Figura 27), porém, podem-se utilizar quadrados ou triângulos. A variação do tamanho
do signo depende diretamente da proporção das quantidades que se pretende representar.
Geralmente o número de classes com utilização do tamanho, deve atingir no máximo cinco
classes.
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Figura 27. Mapa de círculos proporcionais com informação quantitativa no modo de
implantação pontual.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMARA, G. & MEDEIROS, J. S. GIS para Meio Ambiente. INPE, São José dos Campos,
SP, 1998.
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