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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS


DISCIPLINA GEOMÁTICA II- 2016/02

FUNDAMENTOS TEÓRICOS DE
GEOTECNOLOGIAS
MÓDULO 01 – ELEMENTOS DE CARTOGRAFIA

AULA 06- CARTOGRAFIA DIGITAL


PROCESSO DE PROJETO GRÁFICO E COMPONENTES
GRÁFICOS DOS MAPAS
MÉTODOS DE MAPEAMENTO

AUTORES:
DR. ALEXANDRE ROSA DOS SANTOS
Ma. KAÍSE BARBOSA DE SOUZA
Ma. ROSANE GOMES DA SILVA

Alegre- ES
Setembro de 2016
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CAPÍTULO 5- CARTOGRAFIA DIGITAL, PROCESSO DE PROJETO GRÁFICO E
COMPONENTES GRÁFICOS DOS MAPAS E MÉTODOS DE MAPEAMENTO

SUMÁRIO

1. CARTOGRAFIA DIGITAL .......................................................................................... . 3


1.1. Funções Básicas da Cartografia Digital...............................................................................4
1.2. Estrutura de dados em Cartografia Digital...........................................................................6
1.3. Traduzindo a informação geográfica para o computador....................................................10
1.4. Infraestrutura de dados espaciais (IDE)..............................................................................11
1.5. Geoprocessamento.............................................................................................................13
2. PROCESSO DE PROJETO GRÁFICO E COMPONENTES GRÁFICOS DOS
MAPAS......................................... .............................................................................. ..........18
2.1 Componentes do desenho cartográfico...............................................................................20
2.2 Elementos do mapa temático..............................................................................................22
3. MÉTODOS DE MAPEAMENTO ................................................................................. 26
3.1 Fenômenos Qualitativos.....................................................................................................26
3.2 Fenômenos Quantitativos...................................................................................................28
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................29

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1. CARTOGRAFIA DIGITAL

Devido o avanço da tecnologia e da informática, e a disponibilidade de computadores


com maiores recursos, houve uma grande revolução na área da Cartografia, onde a partir de
1970 surgem os termos CAD (Computer Aided Design), CAM (Computer Aided Mapping) e
AM/FM (Automated Mapping/Facility Management), que estão relacionados aos sistemas que
realizam a transformação de mapas analógico em mapas digitais.
A Cartografia Digital (ou automatizada) preocupa-se em apresentar um modelo de
representação de dados para os processos que ocorrem no espaço geográfico (D’ALGE,2001).
Ela pode auxiliar na identificação e espacialização da realidade de uma área de interesse em
tempo real, pois se apoia na computação, em particular no processamento gráfico, e tem a
finalidade de produzir representações digitais da realidade geográfica, que sejam precisas e
atualizáveis, tornando a elaboração de mapas mais dinâmica e interativa, contribuindo assim
para o planejamento urbano, meio ambiente, dentre outras soluções.
A Cartografia Digital ou Cartografia Assistida por Computador deve ser vista como um
meio para se buscar ou explorar novas maneiras de lidar com dados espaciais (Taylor, 1991) e
não apenas como um processo de automação de métodos manuais. O Termo utilizado pela
primeira vez em 1959, por Tobler
A evolução da cartografia digital aliada ao o desenvolvimento dos sistemas de
gerenciamento de banco de dados tornou possível à ligação da base cartográfica digital ao banco
de dados dando lugar ao surgimento dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG).
A Cartografia Digital pode ser vista como uma parte de um Sistema de Informações
Geográficas – SIG (Blatchford e Rhind, 1989, in Taylor, 1991), tendo em mente que os mapas
como produto final e principal para todos os SIGs (Figura 1). Uma outra visão é que um SiG
representa uma superestrutura de um Sistema de Cartografia Assistida por Computador
(Stefanovic et al., in Taylor, 1991).

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Figura 1. Mapa do sistema viário do Espírito Santo

Todos os SIGs têm componentes de CD, mas nem todos os sistemas de CD têm
componentes de um SIG, posto que os SIGs envolvem muito mais que a elaboração de mapas
digitais, mas verdadeiramente a habilidade de analisar dados com referência espacial (Taylor,
1991).

1.1.Funções Básicas da Cartografia Digital


Conforme Sorares Filho (2000) um sistema de CD pode ser visto como um CAD
especializado (Computer Aided Design), embora os CADs tenham sido desenvolvidos
principalmente por engenheiros e arquitetos, para lidar com plantas e desenhos. Neste contexto
um sistema de CD é capaz de manipular alguns elementos gráficos como Linhas, polilinhas,
polígonos fechados, formas complexas, elipses, círculos, arcos e textos (MGE-PC, 1992).
Algumas funções desejadas para um sistema de CD são:
• Entrada de dados, edição e manipulação

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• Operações básicas de desenho.
• Visualização de diagramas.
• Visualização de feições pontuais e lineares.
• Programa de hachuramento (Ação ou resultado de hachurar, de traçar pequenas linhas ou
traços em uma superfície) de áreas
• Programa de desenho de contorno ou isolinhas
• Suporte para projeções cartográficas, incluindo transformações de coordenadas e medidas de
distâncias entre dois pontos, considerando a curvatura da Terra.
• Apresentação de cartogramas variados.
• Facilidade para cópias em papel.
• Cálculo de área e perímetro.
• Ferramentas de limpeza, generalização de linhas e redução da complexidade de uma linha ou
limite de áreas (Figuras 2 e 3).

Figura 2. Exemplo de ferramenta de correção de junção de linhas. Fonte: MGE-PC (1992)


adaptado por SOARES FILHO (2000)

Figura 3. Exemplo de ferramenta de redução da complexidade de linhas, pela remoção de


vértices. Fonte: MGE-PC (1992) adaptado por SOARES FILHO (2000)

• Posicionamento preciso de feições através de entrada de coordenadas pelo teclado.


• Posicionamento de elementos em níveis lógicos (noção de camadas ou planos de informação
ou layers).
• Associação de atributos aos elementos cartográficos.
• Manipulação de objetos gráficos, no qual pontos, linhas e áreas podem ser combinados para
representar um único fenômeno ou ente espacial.
• Definição e representação de estilo, peso e cor de um elemento gráfico.
• Facilidade para copiar, rotacionar, transladar espelhar, ampliar e reduzir.
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• Elaboração de grade de coordenadas.
• Biblioteca de símbolo (Soares Filho, 2000)

1.2.Estrutura de dados em Cartografia Digital

Segundo Burrogh, (1991) A cartografia digital tem uma visão do mundo real
discriminada na forma de camadas, na qual cada camada representa um aspecto da realidade
(Figura 4).

Figura 4. Camadas ou overlay do mundo real Fonte: Burrough (1991)

A estrutura de dados tem papel fundamental na organização dos dados, na medida em


que esta permite mais eficácia no tipo de manipulação que se realiza sobre os dados. Para a
cartografia digital, hoje são importantes as estruturas de dados vetorial e a matricial (Figura 5)
A estrutura de dados apresentada neste tópico é abordada a seguir conforme Vieira e
Oliveira (2001).
A estrutura vetorial foi utilizada por muito tempo, principalmente porque os métodos
digitais eram similares aos métodos tradicionais e os principais dispositivos de entrada e de
visualização que existiam eram do tipo vetorial. Além disto pode-se destacar que os dispositivos
de visualização do tipo vetorial apresentavam uma qualidade gráfica superior aqueles do tipo
matricial, no que se refere a representação de feições pontuais e lineares.
O tamanho dos arquivos digitais com a estrutura vetorial também eram muito menores
quando comparados com os seus correspondentes na estrutura matricial e com a estrutura

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vetorial era fácil de se manter a forma de produção que era usada para os mapas sobre suporte
de poliester.

Fonte: Vieira e Oliveira (2001).


Figura 5. Representação de dados vetoriais e matriciais

Deve-se destacar que as estruturas matriciais hoje já estão incorporadas na maioria dos
programas voltados para a cartografia digital, mas o uso destas estruturas durante muito tempo
ficou mais restrito a alguns Sistemas de Informação Geográfica e aos programas usados em
Sensoriamento Remoto. Em Cartografia Digital, a maior preocupação estava ou ainda está com
a automação das etapas de produção do original cartográfico, ou com a geração das bases
cartográficas, enquanto que em GIS a ênfase era ou ainda é com a análise espacial.
Uma feição pode ser imaginada sendo constituída por 3 elementos básicos, que são o
ponto, a linha e o polígono. Quando se pensa numa estrutura vetorial, estes elementos podem
ser representados:
a) por um par de coordenadas (X,Y);
b) por uma sequência de pontos (X1,Y1), (X2,Y2), ..,(Xn, Yn) e
c) por uma sequência de pontos de modo que o primeiro e último sejam coincidentes.
Além dessa componente posicional, é necessário introduzir a componente semântica da
informação na estrutura de dados. Isto é realizado por meio das características gráficas do
símbolo (forma, dimensão e cor) e de elemento textual, quando existe

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O processo de conversão de analógico para digital, com a mesa de digitalização, é
dividido em 2 passos. No primeiro passo, após ser inicializado o programa e orientado o mapa
sobre a mesa de digitalização, o operador vai seguindo manualmente, com o cursor da mesa,
elemento por elemento que está representado no mapa. Este método é conhecido como método
espaguete, porque os elementos digitalizados se encontram desagregados e soltos como o
próprio nome sugere. Em seguida, inicia-se a edição e rotulação, em que os elementos
digitalizados são integrados e agrupados por afinidade e depois rotulados ou associados com
informação textual (Figura 6).

Figura 6. Exemplo de tipos de níveis que foram criados para organizar por afinidade os dados
que foram digitalizados, MaxiDATA

O ponto, a linha e a área podem também ser representados por estruturas matriciais
(Figura 7), sendo neste caso representados, respectivamente:
a) por um pixel (picture element);
b) por uma seqüência de pixels segundo uma certa
direção e
c) por um agregado de pixels.

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Figura 7. Segmento de reta representado por uma estrutura matricial

O processo de digitalização, com um dispositivo matricial, se dá em 3 passos. No


primeiro passo é feita a digitalização do mapa com um scanner. Num segundo passo, tem-se
que converter a imagem matricial para vetorial, por meio de um processo de vetorização. Neste
caso um método semi-automático seria desejável, porque pode-se automaticamente detectar as
linhas e deixar que o operador decida o caminho a seguir nos pontos de bifurcação, em que
existe ambigüidade, ou seja, pode-se optar por um caminho ou outro. Por último, tem-se que
georreferenciar a imagem vetorizada (Figura 8).

Figura 8. Vetorização semi-automática com o software CARIS

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Fonte: CÂMARA et al., (1999)

1.3.Traduzindo a informação geográfica para o computador


Para entender o processo traduzir o mundo real para o ambiente computacional, uma
das abordagens mais úteis é o chamado “paradigma dos quatro universos” (Gomes e Velho,
1995), que distingue: · o universo do mundo real, que inclui as entidades da realidade a serem
modeladas no sistema; · o universo matemático (conceitual), que inclui uma definição
matemática (formal) das entidades a ser representadas; · o universo de representação, onde as
diversas entidades formais são mapeadas para representações geométricas e alfanuméricas no
computador; · o universo de implementação, onde as estruturas de dados e algoritmos são
escolhidos, baseados em considerações como desempenho, capacidade do equipamento e
tamanho da massa de dados. É neste nível que acontece a codificação. Esta visão deste
paradigma está ilustrada na Figura 9 (CÂMARA et al., 1999).

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Figura 9. Paradigma dos quatro universos.

A visão apresentada não se limita a sistemas de Geoprocessamento, mas representa uma


perspectiva unificadora aos problemas de Computação Gráfica e Processamento de Imagens.
Sua aplicação ao problema de Geoprocessamento é particularmente apropriada pois permite
equacionar os problemas da área, como se pode constatar:
 no universo do mundo real encontram-se os fenômenos a serem representados (tipos de
solo, cadastro urbano e rural, dados geofísicos e topográficos);
 no universo conceitual (matemático) pode-se distinguir entre as grandes classes formais
de dados geográficos (dados contínuos e objetos individualizáveis) e especializar estas
classes nos tipos de dados geográficos utilizados comumente (dados temáticos e
cadastrais, modelos numéricos de terreno, dados de sensoriamento remoto);
 no universo de representação as entidades formais definidas no universo conceitual são
associadas a diferentes representações geométricas, que podem variar conforme a escala
e a projeção cartográfica escolhida e a época de aquisição do dado. Aqui se distingue
entre as representações matricial e vetorial, que podem ainda ser especializadas;
 o universo de implementação é onde ocorre a realização do modelo de dados através de
linguagens de programação. Neste universo, escolhem-se as estruturas de dados (tais
como árvores quaternárias e árvores-R) para implementar as geometrias do universo de
representação; Com base nesta visão, as dicotomias tradicionais de Geoprocessamento
(campos-objetos e matricial-vetorial) podem ser resolvidas, mostrando-se que elas se
encontram em níveis distintos de abstração.

1.4.Infraestrutura de dados espaciais (IDE)


A relevância da informação geográfica ou geoespacial no mundo atual é essencial em
muitas atividades. Mais de 70% das informações utilizadas pelo setor público pode ser
georreferenciada, inferindo –se daí a sua importância (INDE, 2010).
Os componentes da Infraestrutura de dados espaciais:
 Dados de informações Geoespaciais (IG);
 Metadados que permitam localizar, descrever e avaliar infraestrutura de dados
geoespaciais; e
 Geoserviços, serviços web para processamento de dados geoespaciais, com
especificações de interface públicas e definidas pela OGC(Open Geoespatial
Consorcium).

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Dados espaciais são quaisquer tipos de dados que descrevem fenômenos aos quais esteja
associada alguma dimensão espacial. Quando esta dimensão espacial refere-se ao
posicionamento de um fenômeno ou ocorrência na Terra e no seu espaço próximo, num
determinado instante ou período, tem-se o conceito de dados geoespaciais, também chamados
dados geográficos
Informação geoespacial (IG) é o resultado do processamento de dados geoespaciais, e
compreende os dados da, sobre a, sob a e próximo à superfície da Terra, sendo caracterizada
por no mínimo 3 componentes: espacial ou posicional; descritivo ou semântico e temporal
(MENEZES e FERNANDES, 2013). A informação geoespacial (IG) é vital para a tomada de
decisões em escalas locais, regionais e globais Os exemplos das áreas de aplicação são inúmeros
e ganha importância num mundo globalizado, onde não existem fronteiras
Os dados e informações geoespaciais podem ser divididos em dados de referência e
temáticos. Os de referência proporcionam informações genéricas, elaborados como base
imprencidíveis para o referenciamento geográfico de informações sobre a superfície do
território nacional. Constituem os insumos básicos para o georrefenciamento e contextualização
geográfica de todas as temáticas específicas. Os dados geoespacias temáticos são aqueles sobre
um determinado fenômeno específico em uma região de interesse ou em todo país. Incluem
valores quantitativos e qualitativos que se referenciam especialmente aos dados de referência e
normalmente estão ligados aos objetivos centrais da gestão dos seus respectivos produtores
(Figura 10).

Fonte: Augusto, 2012.


Figura 10. Tipos de dados geoespaciais.

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Os metadados são marcos ou pontos de referência que permitem circunscrever a informação
sob todas as formas, pode se dizer resumos de informações sobre a forma ou conteúdo de uma
fonte. Metadados são informações que acrescem aos dados e que têm como objetivo informar-
nos sobre eles para tornar mais fácil a sua organização

1.5.Geoprocessamento
Denota o termo utilizado designar técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento
de informações geográficas (CÂMARA, 2001). Para Moreira (2005, p.256) o
geoprocessamento pode ser entendido como: “... a atualização de técnicas matemáticas e
computacionais para tratar dos dados obtidos dos objetos ou fenômenos geograficamente
identificados ou extrair informações desses objetos ou fenômenos, quando eles são observados
por um sistema sensor”.
Geotecnologias utilizadas:
 Modelagem Numérica do Terreno(MNT);
 Sistema de Informação Geográfica(SIG);
 Sensoriamento Remoto (SR);
 Banco de Dados Geográficos (BDG); e
 Sistema de Posicionamento Global (GPS).

Modelos numéricos de terreno


Segundo CÂMARA et al. (1999) o termo modelo numérico de terreno (ou MNT) é
utilizado para denotar a representação quantitativa de uma grandeza que varia continuamente
no espaço. Comumente associados à altimetria, também podem ser utilizados para modelar
unidades geológicas, como teor de minerais, ou propriedades do solo ou subsolo, como
aeromagnetismo. Entre os usos de modelos numéricos de terreno, pode-se citar (Burrough,
1986):
(a) Armazenamento de dados de altimetria para gerar mapas topográficos;
(b) Análises de corte-aterro para projeto de estradas e barragens;
(c) Cômputo de mapas de declividade e exposição para apoio a análises de
geomorfologia e erodibilidade;
(d) Análise de variáveis geofísicas e geoquímicas;
(e) Apresentação tridimensional (em combinação com outras variáveis).

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Um MNT pode ser definido como um modelo matemático que reproduz uma superfície
real a partir de algoritmos e de um conjunto de pontos (x, y), em um referencial qualquer, com
atributos denotados de z, que descrevem a variação contínua da superfície. Um exemplo de
MNT é apresentado na figura 11.

Figura 11. Exemplo de modelo numérico de terreno (isolinhas de topografia)

Sistemas de Informações Geográficas (SIG’s)


Segundo Câmara e Medeiros (1998) os instrumentos computacionais do
geoprocessamento são denominados Sistemas de Informações Geográficas (SIG’s). De acordo
com Mascarenhas & Velasco (1984) os SIG’s são constituídos por programas e processos de
análise, onde sua característica principal é focalizar o relacionamento de determinado fenômeno
da realidade com sua localização espacial; utilizam uma base de dados computadorizada que
contém informação espacial, sobre a qual atuam uma série de operadores espaciais; baseia-se
numa tecnologia de armazenamento, análise e tratamento de dados espaciais, não-espaciais e
temporais e na geração de informações correlatas. Dessa forma, os SIG’s não se caracterizam
apenas pela coleta e armazenamento de dados, mas, também, em seu tratamento e análise.
Moreira (2005) conceitua o SIG com duas principais características: a inserção e
integração de informações em uma única base de dados, e, oferece mecanismos para combinar
várias informações através de algoritmos de manipulação e análise, bem como de consulta,
recuperação, visualização e plotagem do conteúdo dessa base de dados georreferenciado (figura
12).

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Figura 12. Esquema Geral dos módulos de um SIG

Quanto aos componentes de um SIG, Teixeira, et al (1992) apresenta os elementos


básicos, onde caracterizam-se por ser: hardware, que corresponde a parte material e aos
componentes físicos do sistema.
Segundo Rodrigues (1990) divide-se em sistemas central e periférico; software, que
caracteriza-se por ser a parte lógica do SIG, onde, ainda citando Rodrigues (1990), pode ser
dividido em básico ou aplicativo; recursos humanos, que podem ser dividido em pessoal de
processamento de dados (analistas e programadores) e usuários finais; base de dados, onde são
armazenados os dados em uma ambiente que seja conveniente e eficiente na recuperação e na
inserção de novas informações; e métodos e procedimentos, são os meios adotados para entrada,
processamento e saída de dados.

Figura 13. Componentes do ambiente SIG

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Conforme Moreira (2005) os SIG’s têm sido empregados em diversas áreas da ciência,
dentre as quais pode-se citar a Geografia, a Cartografia, a Agricultura e Floresta e a Geologia.
Também tem contribuído para o planejamento urbano, entre outros setores.

Sensoriamento remoto
Sensoriamento remoto consiste na utilização conjunta de modernos instrumentos
(sensores), equipamentos para processamento e transmissão de dados e plataformas (aéreas ou
espaciais) para carregar tais instrumentos e equipamentos, com o objetivo de estudar o ambiente
terrestre através do registro e da análise das interações entre a radiação eletromagnética e as
substâncias componentes do planeta Terra, em suas mais diversas manifestações (NOVO,
1989).
Trata-se, portanto, de uma tecnologia a disposição do homem para auxiliá-lo na busca
de soluções e manejo do meio ambiente.
As técnicas de sensoriamento remoto fazem uso da energia do sol, da radiação
eletromagnética (REM), para as suas inferências. As ondas do espectro eletromagnético mais
importante para sensoriamento remoto são as ondas do visível (azul, verde e vermelho), que
vão de 0,4 μm até 0,7 μm, a do infravermelho próximo (0,7 a 1,1 μm) e a do infravermelho
médio (1,1 a 3,0 μm) (Jensen, 2005).
Quanto ao sistema de aquisição de dados por SR é composto por três elementos
fundamentais: fonte de energia eletromagnética, sensor que tem a capacidade de transformar a
energia proveniente do alvo/objeto em sinal e por um analisador que converte as diferentes
intensidades de sinais em informações. Porém, este sinal depende da interação da energia com
a atmosfera e com os objetos da superfície; além da configuração do sensor com relação à
superfície imageada (Figura 14)(NOVO, 1989).

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Figura 14. Interação Sol - Terra - Satélite.

Segundo Moreira (2005), os procedimentos para aquisição das propriedades espectrais


dos alvos da superfície pode ser realizado em três níveis: terrestre, suborbital e orbital. O nível
terrestre caracteriza-se pela obtenção de imagens dentro de laboratórios, ou com os seus
sensores fixados em nível terrestre. Quanto ao segundo nível, o suborbital, utiliza-se aeronaves
e no nível orbital, caracteriza-se pelo emprego de satélites artificiais.

Bancos de dados geográficos (BDG)


Bancos de dados geográficos (BDG) são coleções de dados georreferenciados,
manipulados por Sistemas de Informação Geográficas (SIG). È um conjunto de dados
geográficos inter-relacionados e procedimentos que permitem o acesso a esses dados e viabiliza
o armazenamento e recuperação eficiente de dados (CASANOVA et al., 2005).

Sistema de Posicionamento Global (GPS)


Sistema de Posicionamento Global, conhecido por GPS (Global Positioning System) ou
NAVSTAR-GPS (Navigation Satelite with Time And Ranging), é um sistema de radio
navegação desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América,
visando inicialmente ser o principal sistema de navegação do exército americano. Esse sistema
está programado para nos fornecer coordenadas bi ou tridimensionais de pontos no terreno, bem
como a velocidade e direção com que nos deslocamos entre pontos.
O GPS tem como objetivo auxiliar as atividades de navegação e realização de
levantamentos geodésicos e topográficos. O sistema opera ininterruptamente, 24 horas por dia,
independentemente das condições meteorológicas (muito embora essas condições possam
provocar algum tipo de interferência na qualidade dos resultados do levantamento). O sistema
é programado para que pelo menos 4 satélites possam ser observados a qualquer momento do
dia e em qualquer parte do planeta. Assim, o sistema GPS garante a determinação de posição
24 horas do dia, em qualquer lugar do planeta em que esteja o observador (CARVALHO e
ARAÚJO, 2008).
O modelo adotado pelo sistema GPS fundamenta-se na determinação da distância entre
um ponto denominado receptor e os pontos de referência, que são os satélites. Cada satélite
emite um sinal codificado que o identifica. O aparelho receptor interpreta o sinal enviado e
calcula a distância do receptor até o satélite que emitiu o sinal. Esse cálculo é efetuado em
função do tempo que o sinal demora até chegar ao receptor, sabendo-se que viaja à velocidade
da luz (tempo demorado × 300.000 km/h = distância) (Figura 15).
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Figura 15. Exemplos de aparelhos receptores.

O sistema GPS é dividido em três segmentos funcionais distintos:


 Segmento espacial;
 Segmento de controle;
 Segmento do usuário.
O segmento espacial é composto por 24 satélites em uso mais 4 sobressalentes prontos
para entrar em operação, além de outros satélites que estão no solo e prontos para serem
lançados. Os satélites encontram-se em 6 planos de órbitas circulares, com pontos de
cruzamento nas longitudes 0, 60, 120, 180, 240 e 300, numa altitude de aproximadamente
20.200 km, em períodos de 12 horas e inclinação de 55°. Isso garante, no mínimo, 4 satélites
visíveis a qualquer hora e em qualquer lugar do planeta.
O segmento de controle é constituído por estações terrestres que ficam sob controle do
Departamento de Defesa Americano. Elas têm o objetivo de monitorar, corrigir e garantir o
funcionamento do sistema.
O segmento do usuário é constituído pelos receptores, que podem variar de tamanho,
modelo e fabricante, mas principalmente em qualidade de recepção. Está associado às
aplicações do sistema. Refere-se a tudo que se relaciona com a comunidade usuária, os diversos
tipos de receptores e os métodos de posicionamento por eles utilizados (CARVALHO e
ARAÚJO, 2008)

2. PROCESSO DE PROJETO GRÁFICO E COMPONENTES GRÁFICOS DOS


MAPAS

O processo de projeto gráfico e componentes gráficos dos mapas neste tópico é


abordado a seguir conforme Fernandes (2008).
O projeto gráfico é de suma importância para o processo cartográfico porque a
comunicação exige o estudo conjunto das diversas variáveis gráficas envolvidas (linhas, tons,
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cores, padrões, entre outras). A expressão gráfica, tal como a linguagem escrita, exige clareza,
assertividade, beleza e precisão de representação do que está sendo apresentado. Nesse sentido,
os princípios da comunicação gráfica devem ser considerados em todos os momentos pelo
cartógrafo, ou seja, pelo profissional responsável pela construção do mapa. Como os mapas têm
o objetivo principal de portar algum tipo de informação geográfica de cunho espacial para um
usuário, os processos de compilação, simbolização, definição de escala e projeção, são
orientados para esse fim. A forma de apresentação conjunta dos componentes de um mapa deve
ser integrada como um todo, para atingir os objetivos propostos. Caso o mapa não seja
cuidadosamente projetado, considerando as propriedades essenciais dos dados, incluindo a
acuracidade de posicionamento geográfico, ele será pobre em termos de comunicação de
informação.
O processo de mapeamento tem como objetivo principal elaborar o ambiente apropriado
para atender a finalidade do mapa, onde aborda as seguintes fases:
 Anteprojeto
 Planejamento gráfico
 Planejamento específico e especificação
O anteprojeto é o primeiro elemento a ser definido e nesta fase o projetista procura por
diversas possibilidades de abordagem do problema, tentando criar diferentes soluções. À a parte
mais criativa e envolve decisões como: relacionamento de um mapa com outros documentos
cartográficos, o formato, o leiaute básico, organização gráfica dos componentes.
A segunda fase envolve o estabelecimento de um planejamento gráfico específico, no
qual são ponderadas as diversas alternativas dentro dos limites do planejamento geral. As
decisões são tomadas em considerações a tipos especiais de simbolismo, uso das cores,
relacionamentos topográficos, dimensões de elementos gráficos e como todas eles graficamente
se ajudam.
A terceira fase é definida pelo detalhamento do projeto, compreendo basicamente a
preparação da tabela de compilação, na qual tudo é colocado em um relacionamento
planimétrico próprio e a preparação da especificações de detalhamento para a arte final, como
as dimensões de linhas, valores de cores, tamanho de letras entre outros.
O projeto gráfico é um processo baste criativo, deixando um número ilimitado de opções
para organização e disposição dos elementos informativos.
Três proposições podem ser alocadas como gerais para um projetista, tendo em vista a
expressão visual e estética:
 Beleza ou elegância podem acontecer em um projeto gráfico funcional, mas
devem ser em consequência de um bom projeto em contexto favorável
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 Algo bem planejado não deve apenas parecer assim, o projeto não deve ter
apenas aparência e sim ter consistência
 Simplicidade é altamente desejável, e é resultado de uma excelência. A
simplicidade é relativa em um contexto não podendo ser definida mas
reconhecida.

2.1.Componentes do desenho cartográfico e Elementos do mapa temático

2.1.1. Componentes do desenho cartográfico


Para que a concepção do mapa temático tenha uma tradução eficaz na representação,
importa ter em atenção alguns componentes gráficas do desenho cartográfico, sendo estes “os
atributos dos símbolos utilizados para a representação que, por si mesmos ou numa disposição
organizada, possuem um significado visual em relação à representação gráfica total.
Os mais importantes são a legibilidade, o contraste visual, a relação figura-fundo, a
hierarquia visual e o equilíbrio visual.
Legibilidade: a legibilidade, que significa mais do que a visibilidade (não basta que
qualquer símbolo seja visto, é necessário que seja reconhecido) depende essencialmente do
tamanho e, apesar de não existir acordo em relação ao tamanho mínimo dos símbolos, a prática
fixa o limite mínimo absoluto (independente da distância do observador mas supondo uma visão
perfeita e perfeitas condições de observação) em um ângulo de cerca de 1 minuto em relação
ao olho humano.
Contraste visual: Apesar de os símbolos terem uma dimensão adequada, importa
assegurar um bom contraste visual, que é o elemento mais importante. Admitindo que um
símbolo tem a dimensão suficiente para ser visto, a forma como se distingue dos símbolos
adjacentes e do fundo sobre o qual está implantado afeta a sua visibilidade. Assim, devem-se
assegurar os contrastes visuais entre símbolos, por exemplo, através da manipulação das
variáveis visuais (por vezes com o reforço mútuo), da diferenciação de dimensões e da destrinça
entre o fundo e os símbolos (Figura 16).

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Figura 16. Exemplo de contraste visual entre cores
Relação figura-fundo: trata-se de um fenômeno complexo, já que olho e mente se
conjugam, reagindo espontaneamente a qualquer imagem e tendendo para a sua organização,
de forma imediata, automática e inconsciente, em figura (aquilo que sobressai visualmente) e
fundo (a superfície com menor importância visual que rodeia a figura) (Figura 17).

Figura 17. Exemplo de relação figura-fundo

Hierarquia visual: ordenação visual da importância relativa de toda a informação do


mapa, quer do fundo do mapa, dos símbolos que representam a distribuição do tema, bem como
dos elementos do mapa. No fundo, trata-se de, pela utilização de contrastes visuais, facilitar a
tarefa do leitor do mapa em organizar visualmente a informação, tentando que a hierarquia que
o utilizador constrói se adeque à hierarquia pretendida na concepção do mapa, dando mais
importância visual ao tema representado do que às informações de fundo do mapa e ao título e
à legenda do que a outros elementos do mapa (Figura 18).

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Figura 18. Diferentes níveis de contraste e hierarquia visual na organização da
informação cartográfica.
Equilíbrio visual: colocação e organização das várias componentes do mapa de forma
que tudo pareça visualmente lógico e nada aparente estar no sítio errado. A área representada
deve estar visualmente centrada, mas pode ter os ajustamentos necessários à adequada inserção
dos elementos do mapa, cuja localização deve ter em conta o seu próprio “peso” e o da
simbologia presente na área representada (Figura 19).

Figura 19. Exemplo de equilíbrio visual

2.1.2. Elementos do mapa temático


Uma parte importante do planeamento gráfico do mapa é a que se refere à decisão sobre
que elementos do mapa apresentar, que informação incluir em cada um, onde os posicionar e
que importância visual lhes atribuir.

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Assim, existem cinco elementos do mapa, a que chamaremos principais, que devem, em
princípio, estar presentes em qualquer mapa temático e que são o título, a legenda, a escala, a
orientação e a(s) fonte(s). Os três primeiros, enquanto elementos padrão, são sempre
imprescindíveis em qualquer tipo de mapa, enquanto os dois últimos apenas em situações
específicas deles se pode prescindir. Além destes, existem outros elementos (como a esquadria,
as janelas, a rede de paralelos e meridianos, a identificação da projeção e a identificação da
autoria), que denominaremos como complementares, cuja utilização deve ser ponderada caso a
caso, estando mais condicionada pela finalidade do mapa e pelas opções de cada cartógrafo.

Elementos principais
Título: pertence ao primeiro momento de leitura do mapa. Por princípio, para que seja
completo, deve conter as informações sobre o quê? (o tema: por exemplo, densidade da
população), de que forma? (por freguesia, por concelho, etc.), onde? (em Portugal, no distrito
do Porto, etc.) e quando? (2001) (Figura 20).

Figura 20. Disposição do título no mapa.

Legenda: “explicação”, dicionário ou chave descodificadora da simbologia utilizada no


mapa, a legenda deve, por norma, conter todos os símbolos nele existentes, podendo considerar-
se como implícita, em alguns casos, apenas a simbologia respeitante ao fundo do mapa (no caso
dos limites administrativos, por exemplo, a informação já está incluída no título) (Figura 21).

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Figura 21. Disposição da legenda no mapa.

Escala: não sendo as medições exatas função dos mapas temáticos, deve utilizar-se
preferencialmente a escala gráfica, com soluções simples, de fácil leitura e tamanho adequado,
possuindo pouca importância visual (ver ponto 1 do tema II). Deve aparecer na base, em posição
interior ou exterior à esquadria (Figura 22).

Figura 22. Disposição da escala no mapa.

Orientação: necessária para se posicionar o mapa, a orientação é explicitada por uma


seta com a indicação de uma das direções da rosa-dos-ventos, normalmente a direção do Norte,
devendo optar-se por soluções gráficas simples, com pouco “peso” visual (Figura 23).
24
Figura 23. Disposição da orientação no mapa.

Fonte(s) dos dados e da base cartográfica: deve constar sempre que um mapa é
concebido para ser autónomo. Apenas nos mapas inseridos em estudos, atlas, etc, que
referenciam noutro local as respectivas fontes, a fonte pode não constar como elemento do
mapa.
Elementos complementares
Esquadria: quase sempre importante, já que serve para limitar a parte da superfície
terrestre representada, define a sua forma e extensão e contribui para a organização do mapa e
dos seus elementos, tenham eles posição interna ou externa em relação a si própria. A sua forma
e dimensão são condicionadas pela área representada, mas é sempre retangular ou quadrangular,
podendo ser adequada às decisões de colocação dos outros elementos do mapa. Deve ser
desenhada com uma linha simples de pouco “peso” visual. Importante no apoio à rede de
paralelos e meridianos, quando exista. Janelas: apenas utilizadas em situações específicas:
localizar a área representada em relação a uma superfície mais alargada (escala menor); ampliar
pormenores ou melhorar a legibilidade de áreas com congestionamento de símbolos (escala
maior); apresentar informações complementares ao tema tratado, mas abrangendo a mesma
superfície do mapa principal (escala menor); mostrar áreas relacionadas com o mapa principal
mas com localização diferente e distante, por exemplo, Portugal Continental e os Arquipélagos
dos Açores e da Madeira (escala igual ou diferente). Rede de paralelos e meridianos: deve surgir
sempre que a informação relativa a localizações é importante; mais utilizada nas escala
pequenas e normalmente tratada como fundo de mapa. Identificação da projeção: indispensável
em certos mapas, principalmente nos de base, importante sempre que se representam extensas
áreas do Globo. Identificação da autoria do mapa: indispensável quando o mapa é concebido
para ser autónomo, não estando incluído em relatórios, livros ou atlas.

25
3. MÉTODOS DE MAPEAMENTO
O nível de organização dos dados, qualitativos, ordenados ou quantitativos, de um mapa
está diretamente relacionado ao método de mapeamento e a utilização de variáveis visuais
adequadas à sua representação. A combinação dessas variáveis, segundo os métodos
padronizados, dará origem aos diferentes tipos de mapas temáticos, entre os quais os mapas de
símbolos pontuais, mapas de isolinhas e mapas de fluxos; mapas zonais, ou coropléticos, mapas
de símbolos proporcionais ou círculos proporcionais, mapas de pontos ou de nuvem de pontos
(ARCHELA e THÉRY, 2008).
Os métodos de mapeamento podem ser divididos em métodos para fenômenos
qualitativos e fenômenos quantitativos conforme ARCHELA e THÉRY, 2008 apresentados a
seguir.

3.1.Fenômenos Qualitativos

Os métodos de mapeamento para os fenômenos qualitativos utilizam as variáveis visuais


seletivas forma, orientação e cor, nos três modos de implantação: pontual, linear e zonal. A
partir desses fenômenos derivam-se os três tipos de mapas a seguir.
A construção de mapa de símbolos pontuais nominais leva em conta os dados absolutos
que são localizados como pontos e utiliza como variável visual a forma, a orientação ou a cor.
Também é possível utilizar símbolo geométrico associado ou não as cores (Figura 24). A
disposição dos pontos nesse mapa cria uma regionalização do espaço formada especificamente
pela presença/ausência da informação.

26
Figura 24. Mapas de símbolos pontuais com informação seletiva no modo de implantação
pontual.

Os mapas de símbolos lineares nominais são indicados para representar feições que se
desenvolvem linearmente no espaço como a rede viária, hidrografia e, por isso, podem ser
reduzidos a forma de uma linha. As variáveis visuais utilizadas são a forma e a cor. Esses mapas
também servem para mostrar deslocamentos no espaço indicando direção ou rota (rotas de
transporte aéreo, correntes oceânicas, fluxo de migrações, direções dos ventos e correntes de
ar) sem envolver quantidades. Nesses mapas qualitativos a espessura da linha permanece a
mesma, variando somente sua direção (Figura 25).

Figura 25. Mapa de conexão com informação seletiva no modo de implantação linear

Os mapas corocromáticos apresentam dados geográficos e utilizam diferenças de cor na


implantação zonal. Este método deve ser empregado sempre que for preciso mostrar diferenças
nominais em dados qualitativos, sem que haja ordem ou hierarquia. Também é possível o uso
das variáveis visuais granulação e orientação, neste caso, as diferenças são representadas por
padrões preto e branco. Quando do uso de cores, estas devem separar grupos de informações e
os padrões diferentes e serem aplicados, para fazer a subdivisão dentro dos grupos. Para os
usuários, a visualização de fenômenos qualitativos em mapas corocromáticos, apenas aponta

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para a existência ou ausência do fenômeno e não a ordem ou a proporção do fenômeno
representado (Figura 26).

Figura 26. Mapa corocromático com informação seletiva no modo de implantação zonal.

3.2.Fenômenos Quantitativos

Os fenômenos quantitativos são representados pela variável visual tamanho e podem ser
implantados em localizações pontuais do mapa ou na implantação zonal, por meio de pontos
agregados, como também, na implantação linear com variação da espessura da linha.
Os mapas de símbolos proporcionais representam melhor os fenômenos quantitativos e
constituem-se num dos métodos mais empregados na construção de mapas com implantação
pontual. Esses mapas são utilizados para representar dados absolutos tais como população em
número de habitantes, produção, renda, em pontos selecionados do mapa. Geralmente utiliza-
se o círculo proporcional aos valores que cada unidade apresenta em relação a uma determinada
variável (Figura 27), porém, podem-se utilizar quadrados ou triângulos. A variação do tamanho
do signo depende diretamente da proporção das quantidades que se pretende representar.
Geralmente o número de classes com utilização do tamanho, deve atingir no máximo cinco
classes.

28
Figura 27. Mapa de círculos proporcionais com informação quantitativa no modo de
implantação pontual.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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