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SINÔNIMOS
Doença de Mucha-Haberman (PLEVA)
Parapsoríase gutata (PLC)
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
Doença espectral
Ambas com surtos recorrentes e regressão espontânea
PLEVA: crostas, vesículas ou pústulas
PLC: descamação
Lesões mistas ou intermediárias no mesmo paciente podem correr
HP: dermatite de interface com queratinócitos necróticos
Infiltrado: predominante de células T, em geral é monoclonal
Introdução
São patologias clonais de células T
Podem raramente se associar à micose fungoide.
Epidemiologia
Prevalece mais na população pediátrica
Aomete pacientes de todas as faixas etárias, etnias e regiões geográficas.
Predomina no sexo masculino.
Patogênese
Etiologia desconhecida.
Admite-se que seja uma resposta a antígenos extrínsecos: agentes infecciosos e fármacos.
Infiltrado:
PLEVA - predominância geral de células CD8+ e infiltrado mais denso
PLC: CD4+ na PLC
21,22. Ambos os tipos de lesões podem apresentar clonalidade dominante de célula T,
embora seja mais bem demonstrado na PLEVA, onde o infiltrado é mais denso23-25. Essa
Características Clínicas
A pitiríase liquenoide apresenta-se como surtos recorrentes de pápulas eritematosas a
purpúricas que regridem de forma espontânea. A forma aguda (PLEVA) e a crônica (PLC) ex
istem em um contínuo. Muitos pacientes têm manifestações intermediárias ou mistas
tanto concomitante quanto sequencialmente. Nos pacientes com PLEVA, lesões isoladas
desenvolvem crostas, úlceras, vesículas e pústulas, que podem involuir com cicatriz
varioliforme se o dano dérmico for grande (Fig. 9.4). As lesões são normalmente
assintomáticas e por vezes involuem em semanas. Os sintomas são restritos à pele, embora
seja raro que lesões agudas possam estar associadas a mal-estar, febre, linfadenopatia,
artrite e/ou bacteremia. O termo “doença de Mucha-Habermann ulceronecrótica febril
(FUMHD)” é usado para se referir a tais variantes graves no qual o envolvimento da
mucosa, dos tratos gastrointestinal e pulmonar podem ser observadas. A transição da
PLEVA para essa variante febril foi associada a um aumento nos níveis séricos de TNF-α.
Patologia
A pitiríase liquenoide apresenta dermatite de interface perivascular superficial em todos os
casos (Fig. 9.5). As lesões do polo agudo do espectro contêm um denso infiltrado tipo top-
heavy ou em cunha. O predomínio é de linfócitos, embora neutrófilos possam ser
encontrados. A epiderme mostra paraqueratose focal e evidência de lesão, variando de
edema a vasta necrose epidérmica nas lesões bem formadas.
Ex travasamento de hemácias em geral está presente. As alterações histopatológicas
clássicas acompanham a presença de crostas, vesículas, pústulas e úlceras. Algumas vezes,
chega a ser descrita verdadeira vasculite linfocítica, mas a maioria dos casos carece de
necrose fibrinoide verdadeira da parede dos vasos (e o uso desse termo histológico pode
confundir a maioria dos clínicos). Todas essas alterações estão encobertas nas lesões mais
crônicas e, nestas, os principais achados histopatológicos serão de paraqueratose e um
leve infiltrado linfocítico de interface, acompanhado de necrose focal de queratinócitos e
leve extravasamento de hemácias. A atipia linfocitária não é uma característica-padrão da
pitiríase liquenoide. Embora alguns patologistas admitam a presença de linfócitos atípicos,
outros consideram tal fato um sinal
de papulose linfomatoide.
FIGURA 9.5 Pitiríase liquenoide – características histopatológicas.
A Na forma crônica (PLC), a paraqueratose pode ser mais proeminente, contudo a
destruição epidérmica é menos intensa. B Na forma aguda (PLEVA), são vistos eritrócitos
extravasados, bem como queratinócitos apoptóticos. Dermatite perivascular superficial de
interface uniformemente presente. Assim como nas apresentações clínicas, há um espectro
histológico contínuo.
Diagnóstico Diferencial
O diagnóstico de pitiríase liquenoide é feito por correlação clínico-patológica. Os principais
diagnósticos diferenciais são listados na Tabela 9.3. Na PLEVA, os mais importantes
diagnósticos diferenciais, clínico e histopatológico, incluem papulose linfomatoide,
erupções por fármacos, reações a picadas de inseto, vasculite cutânea de pequenos vasos e
varicela. Na PLC, os principais diagnósticos diferenciais são
parapsoríase em pequenas placas, psoríase gutata, líquen plano (disseminado), pitiríase
rósea, sífilis secundária, papulose linfomatoide, erupções por fármacos e dermatite
papular. Todas essas possibilidades de diagnóstico diferencial podem ser excluídas por
achados histopatológicos, laboratoriais e de anamnese e exame físico. Pode ser necessária
mais de uma amostra para análise histopatológica.
Tabela 9.3
Principais diagnósticos difer enciais da pitir íase liquenoide e var iolifor me aguda (PLEVA) e
da pitir íase liquenoide cr ônica (PLC).
PLEVA PLC
Com exceção do exame imunopatológico, os demais testes laboratoriais são de pouca valia
para o diagnóstico. O predomínio de linfócitos TCD8+ dá embasamento para o diagnóstico
de PLEVA porque poucas patologias apresentam esta característica. Ao contrário, a
demonstração de linfócitos CD30+ geralmente ex clui pitiríase liquenoide e ajuda a
estabelecer o diagnóstico diferencial de papulose linfomatoide.
Anticorpos por imunofluorescência direta (DFA) e testes sorológicos bem como colorações
imuno-histoquímica são úteis para excluir sífilis e varicela.
Tratamento
Todos os tratamentos para pitiríase liquenoide são baseados primordialmente em séries de
casos não controlados, relatos de casos ou casos anedóticos (Tabela 9.4). Se uma
associação com o fármaco é suspeitada, justifica-se sua interrupção. A terapia de primeira
linha inclui corticosteroides tópicos, derivados tópicos do coaltar, tetraciclina, eritromicina
e diversos tipos de fototerapia. Tetraciclina oral e eritromicina são usadas por suas
propriedades anti-inflamatórias em vez de antimicrobianas, e a eritromicina é preferível
em crianças. Um tratamento de vários meses é muitas vezes necessário, seguido de uma
diminuição gradual. Outros antibióticos podem ser empregados se houver infecção
secundária, normalmente por Staphylococcus aureus.