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Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG

Higiene, Saúde e
Segurança e
Meio Ambiente.

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Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI
Departamento Regional de Minas Gerais
Centro de Formação Profissional Orlando Chiarini

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© 2010. SENAI. Departamento Regional de Minas Gerais

SENAI/MG
Centro de Formação Profissional Orlando Chiarini

Presidente da FIEMG
Olavo Machado Júnior

Diretor Regional do SENAI


Lúcio José de Figueiredo Sampaio

Gerente de Educação Profissional


Edmar Fernando de Alcântara

Ficha Catalográfica

SENAI. Departamento Regional de Minas Gerais.


Modelo Administração da Produção Introdução à Qualidade, Ferramentas
da Qualidade Estatística Básica / SENAI. MG ; elaboração de Antônio
Carlos Bender Júnior. Pouso Alegre: [s.n.], 2009.
87 p. : il.

1. Administração da Produção. 2. Ferramenta da Qualidade. II. Título.

CDU: 658.3

SENAI FIEMG
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Av. do Contorno, 4456
Departamento Regional de Minas Gerais Bairro Funcionários
30110-916 – Belo Horizonte - Minas Gerais

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Sumário

SUMÁRIO ...........................................................................................................................................4

APRESENTAÇÃO ..............................................................................................................................5

1. INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................6

2. A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA DO TRABALHO .................................................................6

3. ACIDENTE DE TRABALHO...........................................................................................................8

4. ANÁLISE PRELIMINAR DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO – ETAPAS .................................16

5- NORMAS REGULAMENTADORAS ............................................................................................17

6- CORES NA SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA...........................................................................19

7. INSPEÇÃO DE SEGURANÇA .....................................................................................................22

8. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA .................................................23

9. NR-5 – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA) ...............................30

10. HIGIENE DO TRABALHO.........................................................................................................33

11. MAPA DE RISCO ......................................................................................................................38

12. BIBLIOGRAFIA ..........................................................................................................................42

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Apresentação

“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do


conhecimento. “
Peter Drucker

O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os


perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção,
coleta, disseminação e uso da informação.

O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país,sabe disso , e


,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito
da competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo,
com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados,
flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de
educação continuada.”

Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento , na sua área


tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se
faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia,
da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet- é tão
importante quanto zelar pela produção de material didático.

Isto porque, nos embates diários,instrutores e alunos , nas diversas oficinas e


laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais
didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos.

O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre
os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada !

Gerência de Educação e Tecnologia

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Higiene, Saúde e Segurança e
Meio Ambiente.
1. INTRODUÇÃO
Segurança do trabalho pode ser entendida como medidas técnicas,
administrativas, educacionais, médicas e psicológicas, adotadas para minimizar
os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e para proteger a integridade e a
capacidade de trabalho do trabalhador.

Uma equipe multidisciplinar de Segurança do Trabalho é composta por Técnicos


e Engenheiros de Segurança do Trabalho, que atuam na orientação do uso
adequado dos Equipamentos de Proteção Individual, e elaboração de planos de
prevenção de riscos; e Médicos e Enfermeiros do Trabalho, responsáveis pelo
acompanhamento da saúde dos profissionais, através de exames periódicos e
tratamentos.

Esses profissionais formam o SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de


Segurança e Medicina do Trabalho. Além disso, diversos profissionais da empresa
constituem a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que tem por objetivo a
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, tornando a atividade
ocupacional compatível com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

2. A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA DO
TRABALHO

Enfocando o aspecto humanístico, devemos lembrar que por trás de qualquer


máquina, equipamentos ou material, está o homem, a maior riqueza da nação. Se
não bastasse isso, para avaliarmos a importância da segurança do trabalho,
poderíamos pensar que, enquanto uma indústria automobilística tem capacidade
de produzir 1000 automóveis por dia, necessitamos de no mínimo 20 anos para
formar um homem

Estima-se que, no Brasil, as micro e pequenas empresas representem 98% do


total de empresas existentes, ou seja, 4,1 milhões. Só na indústria, elas
concentram 46,20% do número total de trabalhadores formalmente contratados,
aí a sua importância para a economia nacional. Pela contribuição que as micro e
pequenas empresas podem oferecer para a redução do número de acidentes e
doenças decorrentes do trabalho, significando maior competitividade, redução de
custos e melhoria das condições e dos locais de trabalho, elas necessitam ser
estudadas e orientadas, levando-se em conta suas principais características:

 Estão presentes na maioria dos setores da economia;


 Concentram a maioria dos trabalhadores formais e informais,
especializados ou não;

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 Têm maior capacidade de fixação da mão-de-obra local;
 Possuem tratamento jurídico diferenciado;
 Não pertencem a grandes grupos econômicos e financeiros;
 São resistentes à burocracia e ao cumprimento de normas ou regras;
 São fortemente impactadas por acidentes, danos patrimoniais ou outros
tipos de prejuízos;
 São flexíveis, ágeis e adaptam-se rapidamente às mudanças e exigências
do mercado;
 São avaliadas no preço, qualidade e reputação de seus produtos e
serviços, e de forma ética pela proximidade com a comunidade;
 Assumem ações e posições no mercado que as grandes empresas não
conseguem assumir;
 A comunicação é direta e a dinâmica interna é mais informal;
 O próprio dono é o responsável pela gestão de segurança no trabalho;
 Existe estreita relação pessoal do proprietário com os empregados, clientes
e fornecedores;
 Necessitam do envolvimento, cooperação e participação de todos para
identificar, eliminar ou neutralizar os riscos do local de trabalho;
 Possuem maior facilidade de criar ou incorporar às suas especificidades
boas práticas para prevenção de acidentes e doenças; e
 Podem ser influenciadas ou cobradas pela sociedade ou por empresas
maiores para adoção de práticas de prevenção de acidentes e doenças.
• Lei 6.514 De 22/12/77 Da CLT
Alterou o capítulo V da CLT que trata das Normas de Segurança e de Medicina
do Trabalho.
Nesta lei estão os artigos de 154 a 201, da CLT, que determinam os direitos e os
deveres tanto dos empregados quando do empregador.
Transcrevemos aqui os de N.º 157, 158 e 159, que serão nossos objetivos de
estudo:

Art. 157 - Cabe às Empresas:


I. cumprir e fazer cumprir as normas de Segurança e Medicina do Trabalho;
II. instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a
tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;
III. adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional
competente;
IV. facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente;

Art. 158 - Cabe aos Empregados:


I. observar as normas de Segurança e Medicina do Trabalho, inclusive as
instruções de que trata o artigo anterior;
II. Colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste capítulo.
§ único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada:
a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II
do artigo anterior;
b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa.

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Art. 159
Mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, poderão ser delegadas a
outros órgãos federais, estaduais ou municipais atribuições de fiscalização ou
orientação às empresas quanto ao cumprimento das disposições constantes
deste capítulo.

3. ACIDENTE DE TRABALHO

Acidente de Trabalho
É o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte, perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade do trabalho.

Conceito Prevencionista:

Toda a ocorrência não programada, inesperada ou não, que interfere no


andamento normal do trabalho e da qual resulta lesão no trabalhador e/ou perda
de tempo útil e/ou danos materiais.

Doença Ocupacional
É a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada
atividade.

Exemplo
O trabalho com manipulação de areia, sem a devida proteção, pode levar ao
aparecimento de uma doença chamada silicose. A própria atividade laborativa
basta para comprovar a relação de causa e efeito entre o trabalho e a doença.

Doença do Trabalho
É a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o
trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.

Exemplo
O trabalho num local com muito ruído e sem a proteção recomendada pode levar
ao aparecimento de uma surdez. Neste caso, necessita-se comprovar a relação
de causa e efeito entre o trabalho e a doença.

NÃO são consideradas como doenças do trabalho:


 A doença degenerativa = diabetes;
 A inerente a grupo etário = o reumatismo;
 A que não produza incapacidade laborativa = a miopia; e
 A doença endêmica, a exemplo da malária, adquirida por segurado
habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que
é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do
trabalho.

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As causas das doenças profissionais estão fundamentalmente ligadas às
exposições dos trabalhadores aos diversos agentes agressivos existentes nos
locais de trabalho, sem proteção e controle.

Dai a importância dos Designados trabalharem em conjunto com o SESMT,


buscando uma acentuada melhoria dos ambientes de trabalho.
Quando for recomendado o uso de qualquer que seja o EPI - Equipamento de
Proteção Individual o trabalhador deverá usá-lo, pois a doença só prejudica a si
próprio.

Os efeitos das doenças ocupacionais podem ser crônicos ou agudos. O efeito


crônico é resultante da exposição com manifestação mediata (médio e longo
prazo); o efeito agudo é resultante da exposição com manifestação imediata.

Meios de Contaminação

RESPIRATÓRIAS Processo de intoxicação resultante da inalação ou


aspiração de substâncias tóxicas.
V CUTÂNEA Processos de intoxicação decorrente da exposição
I direta da pele com substâncias químicas.
A DIGESTIVA Processos de intoxicação decorrente de contato
S bucal com as mãos contaminadas, alimentar-se em
local não apropriado, fumar em ambientes onde
substâncias tóxicas estão presentes.

EQUIPARA-SE ao acidente de trabalho:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para a redução ou perda da
sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica
para sua recuperação;
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em
conseqüência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou
companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa
relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência (excesso de confiança), de negligência (falta de atenção)
ou de imperícia (inabilitação) de terceiro ou de companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão, por exemplo, o louco; e
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos (quedas de raios)
ou decorrentes de força maior (enchentes);
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício
de sua atividade:
Exemplo
A AIDS adquirida por profissional de saúde ao manipular instrumento com sangue
ou outro produto derivado contaminado.

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IV - o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de
trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da
empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar
prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por
esta dentro de seus planos para melhorar capacitação da mão-de-obra,
independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de
propriedade do segurado; e
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela,
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do
segurado;

V - nos períodos destinados à refeição ou ao descanso, ou por ocasião da


satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante
este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.

PRINCIPAIS CONCEITOS
Acidente
É o evento não-programado nem planejado que resulta em lesão, doença ou
morte, dano ou outro tipo de perda.

Incidente

É o evento que tem o potencial de levar a um acidente ou que deu origem a um


acidente.

Perigo
É a fonte ou situação com potencial para provocar danos ao homem, à
propriedade ou ao meio ambiente, ou a combinação destes.

Risco
É a combinação da probabilidade de ocorrência e da gravidade de um
determinado evento perigoso.

Dano
É a conseqüência de um perigo, em termos de lesão, doença, prejuízo à
propriedade, meio ambiente ou uma combinação destes.

Saúde
É o equilibrado bem-estar físico, mental e social do ser humano.

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PIRÂMIDE BASEADA NA TEORIA DE FRANCK BIRD

Lesão Séria ou
Grave
1
Lesões menores
10

30 Acidentes com danos a


propriedade
Incidentes sem lesão ou
600 danos visíveis

Classificação
 Acidente pessoal
 Acidente trajeto
 Acidente material
 Acidente material e pessoal
 Incidente ou quase acidentes

Investigação
Todo acidente traz informações úteis para aqueles que se dedicam à sua
prevenção. A cuidadosa investigação de um acidente oferece elementos valiosos
para a análise que deve ser feita.

Além de Ter o objetivo de descobrir os fatores causativos, práticas e condições


inseguras, que ocasionaram o acidente, tem a obrigação de eliminar e/ou
neutralizar as condições de risco, evitando a ocorrência de acidentes similares

Conseqüência
Sob todos os aspectos em que possam ser analisados, os acidentes e doenças
decorrentes do trabalho apresentam fatores extremamente negativos para a
empresa, para o trabalhador acidentado e para a sociedade. Anualmente, as altas
taxas de acidentes e doenças registradas pelas estatísticas oficiais expõem os
elevados custos e prejuízos humanos,sociais e econômicos que custam muito
para o País, considerando apenas os dados do trabalho formal. O somatório das
perdas, muitas delas irreparáveis, é avaliado e determinado levando-se em
consideração os danos causados à integridade física e mental do trabalhador, os
prejuízos da empresa e os demais custos resultantes para a sociedade.

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As estatísticas da Previdência Social, que registram os acidentes e doenças
decorrentes do trabalho, revelam uma enorme quantidade de pessoas
prematuramente mortas ou incapacitadas para o trabalho. Os trabalhadores que
sobrevivem a esses infortúnios são também atingidos por danos
que se materializam em:
 Sofrimento físico e mental;
 Cirurgias e remédios;
 Próteses e assistência médica;
 Fisioterapia e assistência psicológica;
 Dependência de terceiros para acompanhamento e locomoção;
 Diminuição do poder aquisitivo;
 Desamparo à família;
 Estigmatização do acidentado;
 Desemprego;
 Marginalização;
 Depressão e traumas.

As micro e pequenas empresas são fortemente atingidas pelas conseqüências


dos acidentes e doenças, apesar de nem sempre os seus dirigentes perceberem
este fato. O custo total de um acidente é dado pela soma de duas parcelas: uma
refere-se ao custo direto (ou custo segurado), a exemplo do recolhimento mensal
feito à Previdência Social, para pagamento do seguro contra acidentes do
trabalho, visando a garantir uma das modalidades de benefícios estabelecidos na
legislação previdenciária. A outra parcela refere-se ao custo indireto (custo não
segurado). Estudos informam que a relação entre os custos segurados e os não
segurados é de 1 para 4, ou seja, para cada real gasto com os custos segurados,
são gastos 4 com os custos não segurados.

Os custos não segurados impactam a empresa principalmente nos


seguintes itens:
 Salário dos quinze primeiros dias após o acidente;
 Transporte e assistência médica de urgência;
 Paralisação de setor, máquinas e equipamentos;
 Comoção coletiva ou do grupo de trabalho;
 Interrupção da produção;
 Prejuízos ao conceito e à imagem da empresa;
 Destruição de máquina, veículo ou equipamento;
 Danificação de produtos, matéria-prima e outros insumos;
 Embargo ou interdição fiscal;
 Investigação de causas e correção da situação;
 Pagamento de horas-extras;
 Atrasos no cronograma de produção e entrega;
 Cobertura de licenças médicas;
 Treinamento de substituto;
 Aumento do prêmio de seguro;
 Multas e encargos contratuais;
 Perícia trabalhista, civil ou criminal;
 Indenizações e honorários legais;

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Custos resultantes para a sociedade

As estatísticas informam que os acidentes atingem, principalmente, pessoas na


faixa etária dos 20 aos 30 anos, justamente quando estão em plena condição
física. Muitas vezes, esses jovens trabalhadores, que sustentam suas
famílias com seu trabalho, desfalcam as empresas e oneram a sociedade,
pois passam a necessitar de:

 Socorro e medicação de urgência;


 Intervenções cirúrgicas;
 Mais leitos nos hospitais;
 Maior apoio da família e da comunidade; e
 Benefícios previdenciários.
 Redução da população economicamente ativa;
 Aumento da taxação securitária; e
 Aumento de impostos e taxas.

É importante ressaltar que, apesar de todos os cálculos, o valor da vida humana


não pode ser matematizado, sendo o mais importante no estudo o conjunto de
benefícios que a micro ou pequena empresa consegue com a adoção de boas
práticas de Saúde e Segurança no Trabalho, pois, além de prevenir acidentes e
doenças, está vacinada contra os imprevistos acidentários, reduz os custos,
otimiza conceito e imagem junto à clientela e potencializa a sua competitividade.

A incorporação das boas práticas de gestão de saúde e segurança no trabalho no


âmbito das micro e pequenas empresas contribui para a proteção contra os riscos
presentes no ambiente de trabalho, prevenindo e reduzindo acidentes e doenças
e diminuindo consideravelmente os custos. Além de diminuir os custos e
prejuízos, torna a empresa mais competitiva, auxiliando na sensibilização de
todos para o desenvolvimento de uma consciência coletiva de respeito à
Integridade física dos trabalhadores e melhoria contínua dos ambientes de
trabalho. No caso das micro e pequenas empresas, a participação do próprio
Empreendedor e dos trabalhadores na identificação dos riscos assume um papel
de extrema importância para o êxito do programa de gestão.

PRINCIPAIS CAUSAS DOS ACIDENTES E DOENÇAS DO


TRABALHO
Inúmeros fatores contribuem para a ocorrência de acidentes e doenças nos locais
de trabalho. Geralmente, adotam-se concepções simples e erradas para aquilo
que causou os acidentes ou doenças, buscando-se, desta forma, o consolo para
os infortúnios através da alegação de que foi coisa do destino, má sorte, obra do
acaso, castigo de Deus. Na verdade, todos os acidentes podem ser evitados se
providências forem adotadas com antecedência e de maneira compromissada e
responsável.

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Estudos nacionais e internacionais informam que a maioria dos acidentes e
doenças decorrentes do trabalho ocorre, principalmente, por:

 Falta de planejamento e gestão gerencial compromissada com o assunto;


 Descumprimento da legislação;
 Desconhecimento dos riscos existentes no local de trabalho;
 Inexistência de orientação, ordem de serviço ou treinamento adequado;
 Falta de arrumação e limpeza;
 Utilização de drogas no ambiente de trabalho;
 Inexistência de avisos, ou sinalização sonora ou visual sobre os riscos;
 Prática do improviso (jeitinho brasileiro) e pressa;
 Utilização de máquinas e equipamentos ultrapassados ou defeituosos;
 Utilização de ferramentas gastas ou inadequadas;
 Iluminação deficiente ou inexistente;
 Utilização de escadas, rampas e acessos sem proteção coletiva adequada;
 Falta de boa ventilação ou exaustão de ar contaminado;
 Existência de radiação prejudicial à saúde;
 Utilização de instalações elétricas precárias ou defeituosas;
 Presença de ruídos, vibrações, calor ou frio excessivo; e
 Umidade excessiva ou deficitária.

Comunicação do acidente de trabalho


Após a execução das medidas de primeiros socorros e assistência ao acidentado,
toda empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o
primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à
autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite
do salário d contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências.
Em caso de morte, é obrigatória a comunicação à autoridade policial.

É possível afirmar que, praticamente, a totalidade dos acidentes decorre de atos


inseguros, de condições inseguras, ou da combinação dos dois fatores.

Ato Inseguro:
É a maneira pela qual o homem se expõe desnecessariamente aos riscos de
acidentes.

Exemplos:
• Trabalhando sem o E.P.I disponível;
• Tornando inoperantes os dispositivos de segurança;
• Lubrificando, ajustando ou limpando máquinas em movimento;
• Operando equipamentos sem autorização;
• Utilizando ferramentas, aparelhos ou máquinas de modo incorreto;
• Fazendo uso das mãos em vez de ferramentas;
• Trabalhando a velocidade perigosa (devagar, depressa), ou por métodos mais
rápidos, porém, perigosos;
• Distraindo, provocando, abusando ou brincando;
• Transportando, manuseando, arrumando ou empilhando material ou carga de
modo indevido;
• Levantando peso excessivo ou de modo incorreto;

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• Descendo ou subindo por lugares impróprios;
• Expondo-se ao risco de cair ou ser atingido;
• Correndo sem necessidade;
• Desobedecendo aos sinais ou avisos de segurança;
• Jogando ou abandonado objetos no piso;
• Arremessando material ou ferramentas de um local para outro sem as devidas
precauções;
• Subindo ou descendo de veículo em movimento;
• Fazendo-se transportar sobre cargas içadas por guindastes, ponte-rolante ou
equipamento similar;
• Arremessando ferramenta para colega.

Muitos outros podem ser citados, a que na sua totalidade, concorrem por 80% dos
acidentes que acontecem, e que são evitáveis, dependendo em grande parte das
atividades que a CIPA, Segurança e Chefias desenvolverem na área educativa e de
conscientização.

Condição Insegura
Condição insegura são falhas do ambiente de trabalho que comprometem a
integridade do trabalhador, sendo passíveis de neutralização ou correção.
As condições inseguras não devem existir em um ambiente de trabalho, pois
inevitavelmente em algum momento causará um acidente.
Deve-se, portanto, tomar todas as iniciativas cabíveis no que se refere a preservar
as boas condições de trabalho relativas às instalações.

O ar comprimido é traiçoeiro e só deve ser


utilizado em trabalhos determinados
anteriormente e por pessoas habilitadas.

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4. ANÁLISE PRELIMINAR DAS CONDIÇÕES DE
TRABALHO – ETAPAS
A análise preliminar das condições de trabalho permite a elaboração de
estratégias que vão subsidiar as etapas de implantação do programa de gestão
de saúde e segurança no trabalho, e é estabelecida com quatro indagações bem
simples:
 O trabalhador está exposto à fonte de perigo?
 O trabalhador está em contato com a fonte de perigo?
 Qual o tempo e a freqüência do contato entre o trabalhador e a fonte de
perigo?
 Qual a distância entre o trabalhador e a fonte de perigo?

De forma preliminar, das quatro indagações, conclui-se que:

- Quanto maior o tempo de exposição ou de contato com a fonte de perigo, maior


será o risco;
- Quanto maior for a freqüência da exposição ao perigo, maior será o risco; e
- Quanto mais próximo da fonte de perigo, maior será o risco.

É importante ressaltar que a fonte de perigo pode ser um equipamento, uma


máquina, um instrumento ou qualquer condição de trabalho perigosa.

Etapas

 Diagnóstico inicial para conhecer as características da empresa, dos


trabalhadores e dos ambientes de trabalho;
 Mapeamento dos processos de produção e atividades relacionadas, para
conhecimento de suas principais etapas;
 Avaliação dos riscos para identificar as fontes de perigo e estimar os riscos
a elas associados;
 Identificação de requisitos legais e outros para verificar a situação da
empresa em relação ao cumprimento da legislação e de acordos ou
contratos firmados;
 Definição dos objetivos e metas, para que a direção da empresa
estabeleça aonde quer chegar em relação à saúde e à no trabalho;
 Controle operacional, medição e monitoramento, para estabelecer o ciclo
básico de gerenciamento de saúde e segurança no trabalho, constituído
pelos seguintes passos:
 Reconhecimento, antecipação, avaliação, prevenção e controle;
 Implementação dos programas de gestão, para atingir os objetivos e metas
estabelecidas na etapa anterior, as pessoas responsáveis, os recursos
envolvidos e os prazos; e
 Tratamento de desvios, incidentes, acidentes, doenças, ações
emergenciais, corretivas e preventivas ou mitigadoras, para garantir que a
gestão de saúde e segurança no trabalho está implementada e mantida na
empresa.

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A experiência mostra que um bom ambiente de trabalho contribui, sobremaneira,
para aumentar a produtividade, porque permite e facilita o planejamento da
produção, melhora a comunicação interna e as relações de trabalho, aumenta a
confiança e a auto-estima, alicerça o comprometimento de todos e a cooperação.

Enfim, todos só têm a ganhar com a gestão de saúde e segurança no trabalho, os


trabalhadores, a empresa e o País.

5- NORMAS REGULAMENTADORAS
Resumo das normas regulamentadoras
NR 1 - Disposições Gerais
NR 2 - Inspeção Prévia
NR 3 - Embargo ou Interdição

NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em


Medicina do Trabalho – SESMT
Será implantado na empresa conforme a gradação do risco da atividade principal
e o número total de empregados do estabelecimento.

NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA


Todas as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista,
instituições beneficentes, cooperativas, os clubes, desde que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, dependendo
do grau de risco da empresa e do número mínimo de 20 empregados, são
obrigados a constituir e manter a CIPA.

NR 6 - Equipamentos de Proteção Individual – EPI´s


As empresas são obrigadas a fornecer gratuitamente aos seus empregados
equipamentos de proteção individual - EPI, destinados a proteger a saúde e a
integridade física do trabalhador. Todo equipamento deve ter o CA - Certificado
de Aprovação do Ministério do Trabalho e Emprego – TEM

NR 7 - Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO


Trata dos exames médicos obrigatórios (admissional, periódico, por mudança de
função ou demissional) e do programa de acompanhamento da saúde dos
empregados.

NR 8 – Edificações
Define os parâmetros para as edificações, observando-se a proteção contra a
chuva, insolação excessiva ou falta de insolação. Devem-se observar as
legislações pertinentes dos níveis federal, estadual e municipal.

NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA


Objetiva a preservação da saúde e a integridade do trabalhador, através da
antecipação, da avaliação e do controle dos riscos ambientais existentes, ou que
venham a existir no ambiente de trabalho
NR 10 - Instalações e Serviços de Eletricidade

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Trata das condições mínimas para garantir a segurança daqueles que trabalham
em instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo projetos, operação,
reforma e ampliação, incluindo terceiros e usuários.

NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de


Materiais
Destina-se à prevenção de acidentes na operação de elevadores, guindastes,
Transportadores industriais e máquinas transportadoras.

NR 12 - Máquinas e Equipamentos
Determina as instalações e áreas de trabalho; distâncias mínimas entre as
máquinas e os equipamentos; dispositivos de acionamento, partida e parada das
máquinas e equipamentos.

NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão


Estabelece competências nas atividades referentes ao projeto de construção,
Acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e supervisão de
caldeiras e vasos de pressão.

NR 14 – Fornos
Define os parâmetros para a instalação de fornos; cuidados com gases, chamas,
líquidos.

NR 15 - Atividades e Operações Insalubres


Considera atividade insalubre aquela que ocorre além dos limites de tolerância -
LT. O limite de tolerância assegura que a intensidade, a natureza e o tempo de
exposição ao agente não causarão dano à saúde do trabalhador durante a sua
vida laboral.

NR 16 - Atividade e Operações Perigosas


Considera atividade perigosa aquela que ocorre além dos limites de tolerância -
LT. As atividades perigosas são ligadas a explosivos, inflamáveis e energia
elétrica.

NR 17- Ergonomia
Estabelece os parâmetros que permitem a adaptação das condições de trabalho
às características psicofisiológicas do homem.

NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da


Estabelece o elenco de providências a serem executadas, em função do
cronograma de uma obra, levando-se em conta os riscos de acidentes e doenças
do trabalho, e as suas respectivas medidas de segurança.

NR 19 - Explosivos
NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
Define os parâmetros para o armazenamento de combustíveis e inflamáveis.

NR 21 - Trabalho a Céu Aberto


NR 22 - Trabalhos Subterrâneos
NR 23 - Proteção Contra Incêndios

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Estabelece a proteção contra incêndio; saídas para retirada de pessoal em
serviço e/ou público; pessoal treinado e equipamentos. As empresas devem
observar também as normas do Corpo de Bombeiros sobre o assunto.

NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais do Trabalho


NR 25 - Resíduos Industriais
Objetiva a eliminação dos resíduos gasosos, sólido, líquido de alta toxidade,
Periculosidade, risco biológico e radioativo

NR 26 - Sinalização de Segurança
Estabelece as cores na segurança do trabalho como forma de prevenção,
evitando a distração, a confusão e a fadiga do trabalhador, bem como cuidados
especiais quanto a produtos e locais perigosos.

NR 27- Registro Profissional do Técnico em Segurança no Ministério


Do Trabalho e Emprego
NR 28 - Fiscalização e Penalidades
NR 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aqüaviário
NR 31 – Segurança e Saúde no trabalho na agricultura, pecuária sivicultura,
exploração florestal e aqüicultura.
NR 32 – Segurança e Saúde no trabalho em serviços de Saúde.
NR 33 – Espaço Confinado

Normas regulamentadoras rurais


NRR1 - Disposições Gerais
NRR2 - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do
Trabalho Rural - SEPATR
NRR3 - Comissão Interna de Prevenção de Acidente Rural - CIPATR
NRR4 - Equipamento de Proteção Individual
NRR5 - Produtos Químicos

6- CORES NA SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA


As cores fixadas na NR-26 são as seguintes:
VERMELHO, AMARELO, BRANCO, PRETO, AZUL, VERDE, LARANJA,
PÚRPURA, LILÁS, CINZA, ALUMÍNIO E MARRON.
Vermelho: Para distinguir e indicar:
♦ Caixa de alarme de incêndio – Hidrantes – Bombas – Sirene de alarme de
incêndio – Caixas com cobertores para abafar chamas – Extintores e sua
localização – Localização de mangueira (caixa, carretel, moldura, suporte ou
nicho) – Baldes de uso exclusivo – Tubulações, válvulas e hastes de sistema
de dispersão de água – Veículos de uso exclusivo – Portas de saída de
emergência – Rede de água exclusiva de “sprinkler's”.

OBS: Uso excepcional da cor vermelha com sentido de advertência de perigo:

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♦ Mangueira de acetileno (solda oxiacetilênica) – Luzes em barricadas e
tapumes de construções e quaisquer outras obstruções temporárias – Botões
interruptores de circuitos elétricos de paradas de emergência.

Amarelo: Deverá ser usada em canalizações de gases não liquefeitos. É ainda


utilizada para indicar cuidado nas seguintes aplicações:
♦ Partes baixas de escadas portáteis – Corrimões e parapeitos – Espelhos de
degraus e escadas – Bordas de poços, entradas subterrâneas, abertura no
solo que não possam ter corrimões – Faixas no piso – Meios-fios onde haja
necessidade de alerta – Parede de fundo de corredor sem saída – Vigas a
baixa altura – Veículos industriais e equipamentos fixos de guindar e
transportar cargas – Pilastras, e partes salientes de estruturas em que se
possa esbarrar – Fundos de letreiros e de avisos de advertência – Cavaletes e
cancelas.
OBS: Listras pretas (verticais ou inclinadas) e quadrados pretos serão usados
sobre o amarelo para chamar mais atenção.
Branco: Será empregado em:
♦ Faixas em passarelas e corredores delimitando áreas de circulação – Áreas
destinadas à armazenagem – Zonas de Segurança.

Preto: Será empregado em:


♦ Canalizações de inflamáveis e combustíveis de alta viscosidade (óleos,
asfalto, alcatrão, e piche).
OBS: Poderá ser utilizado em substituição ao branco, quando as condições assim
o exigirem.
Azul: Será empregado em:
♦ Para indicar cuidado exclusivamente contra uso e movimentação de
equipamentos que deverão permanecer fora de serviço.
♦ Em canalizações do ar comprimido.

Verde: Será empregado em:


♦ É a cor que caracteriza a segurança. É empregada para identificar:
♦ Canalizações de água – Caixas de primeiros socorros e de máscaras contra
gases – Chuveiros de emergência – Macas – Lavadores de olhos – Quadros
expositores de avisos de segurança – Embalagens de segurança –
Mangueiras de Oxigênio (solda oxiacetilênica).

Laranja: Deverá ser empregado em:


♦ Canalizações contendo ácidos – Partes móveis de máquinas – Partes internas
das guardas máquinas que possam ser esquecidas abertas ou retiradas –
Faces internas dos quadros elétricos – Faces externas de polias e
engrenagens – Botões de arranque de segurança.

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Púrpura: Deverá ser empregada para:
♦ Indicar riscos de radiações eletromagnéticas penetrantes e de radiações
nucleares – Portas de locais onde se manipulam ou armazenam materiais
radioativos – Locais de deposição de resíduos radioativos.

Lilás: Deverá ser empregado para:


♦ Indicar canalizações que contenham álcali. As refinarias poderão usá-lo para
identificação de lubrificantes.

Cinza: Será empregado em:


♦ Na tonalidade clara para indicar canalizações em vácuo e na tonalidade
escura para eletro dutos.

Alumínio: Será empregado em:


♦ Canalizações contendo gases liqüefeitos, inflamáveis e combustíveis de baixa
viscosidade (gasolina, querosene, óleo diesel, óleo lubrificante, etc.).

Marrom: Será empregado em:


♦ Pode ser adotado a critério da empresa para identificar qualquer fluído não
identificável pelas demais cores.
OBS: O sentido do deslocamento do fluído na canalização será indicado por
setas, quando for necessário.

PLACAS DE SINALIZAÇÃO

As placas de sinalização de segurança combinam o uso das cores com dizeres e


ilustrações, para transmitir mensagens de alerta, indicações de sentido obrigatório
etc.

Devem ser afixadas, estrategicamente, em locais de fácil visualização como,


entradas de galpões, cercas de segurança, portas de acesso.

A Placa de sinalização por si só não é suficiente para cumprir plenamente seu


objetivo. Com o tempo, as pessoas se acostumam com suas mensagens e
passam a desobedecê-las. Paralelamente à sua colocação, deve ser
desenvolvido um programa de educação acompanhada de fiscalização ostensiva
para que cumpra seu objetivo. Como por exemplo, as placas de limites de
velocidade nas estradas, bem como as sinalizações para pedestres, nos grandes
centros aqui no Brasil. Há situações em que é necessário construir cercas
metálicas para proteger o pedestre.
Os cartazes de segurança devem conter mensagens construtivas e instrutivas,
mostrando o que é correto. Colocar imagens chocantes de pessoas acidentadas
contribui para amedrontar, mas nunca gerar segurança e educação.

21
Os cartazes devem ser mantidos limpos e em bom estado de conservação, por
que, na maioria das empresas eles ficam empoeirados, desbotados ou
danificados, comprometendo a imagem da área e do Órgão de Segurança do
Trabalho.

7. INSPEÇÃO DE SEGURANÇA

As inspeções de segurança são os melhores instrumentos para se identificar e


corrigir perigos antes que ocorram acidentes e perdas.

Trata-se de métodos práticos e sistemáticos, que demonstram aos


colaboradores o compromisso da empresa e SESMT com a prevenção e controle
de perdas.

As inspeções são ferramentas de prevenção, pois atuam nas causas dos


acidentes, ou seja, na identificação e correção dos atos e condições inadequadas.

FALTA CAUSAS CAUSAS INCIDENTE PERDA


CONTROLE BÁSICAS IMEDIATAS
-
Programas Contato com Pessoas
Inadequados Fatores Atos e energia e
pessoais condições substância Proprieda
Padrões abaixo do de
Inadequados padrão
do Programa Processo
Fatores
Cumprimento de Meio
Inadequado Trabalho ambiente
dos padrões

LIMITE
TOLERÁVEL

22
Geral - envolve todos os setores da empresa com observação
detalhada dos vários problemas relativos à Segurança.
Parcial – quando é feita em alguns setores da empresa, certos
tipos de trabalho, alguns equipamentos ou determinadas
máquinas.
De rotina – traduz-se pela preocupação constante de todos os
trabalhadores, do pessoal de manutenção, do Designado e dos
TIPOS
setores de segurança.
DE
Periódica - são inspeções feitas em intervalos regulares e
INSPEÇÃO
programadas previamente visando apontar os riscos previstos.
Eventual - é a inspeção realizada sem dia ou período
estabelecido.
Oficial - é a inspeção realizada por órgãos governamentais do
trabalho ou securitários.
Especial - é a que requer conhecimento e/ou aparelhos
especializados.

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO

Toda inspeção de segurança implica na emissão de um relatório, que muito


embora não tenha modelo próprio, deve ser minuciosamente elaborado.
O relatório deve apresentar:
Clareza - palavras simples que expressam o pensamento.
Concisão - deve ter o essencial e encerrar somente com palavras e frases
indispensáveis.
Correção - a informação deverá ser precisa, com uma redação livre de erros
gramaticais, de grafia e de pontuação.

8. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E


COLETIVA

Atualmente, em locais de trabalho com condições de gerar danos à integridade


física do trabalhador, a postura adotada é a de prevenção contra o dano, que
privilegia a eliminação do risco, ao invés de sua neutralização, devendo os
equipamentos de proteção individual e coletiva ser utilizados como último recurso.

As medidas e os equipamentos de proteção coletiva visam, além proteger muitos


trabalhadores ao mesmo tempo, à otimização dos ambientes de trabalho,
destacando-se por serem mais rentáveis e duráveis para a empresa.

Exemplos

 Limpeza e organização dos locais de trabalho.

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 Sistema de exaustão colocado em um ambiente de trabalho onde há
poluição.
 Isolamento ou afastamento de máquina muito ruidosa.
 Colocação de aterramento elétrico nas máquinas e equipamentos.
 Proteção nas escadas através de corrimão, rodapé e pastilha
antiderrapante.
 Instalação de avisos, alarmes e sensores nas máquinas, nos equipamentos
e elevadores.
 Limpeza ou substituição de filtros e tubulações de ar-condicionado.
 Instalação de pára-raios.
 Iluminação adequada.
 Colocação de plataforma de proteção em todo o perímetro da face externa
dos prédios nas obras de construção, demolição e reparos.
 Isolamento de áreas internas ou externas com sinalização vertical e
horizontal.

Definições de EPC e EPI


Equipamento de Proteção Coletiva - EPC: é toda medida ou dispositivo, sinal,
imagem, som, instrumento ou equipamento destinado à proteção de uma ou mais
pessoas.

Equipamento de Proteção Individual - EPI: é todo dispositivo de uso


individual, destinado à proteção de uma pessoa.

Quando usar o EPI


 Quando não for possível eliminar o risco por outras medidas ou
equipamentos de proteção coletiva.
 Quando for necessário complementar a proteção coletiva.
 Em trabalhos eventuais ou emergenciais.
 Em exposição de curto período.

Como escolher o EPI


A escolha do EPI deve ser feita por pessoal especializado, conhecedor não só do
equipamento, como também das condições em que o trabalho é executado.
É preciso conhecer também o tipo de risco, a parte do corpo atingida, as
características e qualidades técnicas do EPI, se possui Certificado de Aprovação -
CA do Ministério do Trabalho e Emprego e, principalmente, o grau de proteção
que o equipamento deverá proporcionar.

Obrigações legais
Cabe ao empregador:
 Adquirir o tipo adequado à atividade do empregado;
 Fornecer gratuitamente ao empregado somente EPI aprovado pelo
Ministério do Trabalho e Emprego através do Certificado de Aprovação -
CA;
 Orientar o trabalhador sobre o seu uso;
 Tornar obrigatório o uso;

24
 Substituí-lo, imediatamente, quando danificado ou extraviado; e
 Responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódica.

Cabe ao empregado:

 Usá-lo apenas para a finalidade a que se destina;


 Responsabilizar-se por sua guarda e conservação; e
 Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para
uso.

Tipos de EPI

PROTEÇÃO DE CABEÇA
A proteção da cabeça é necessária quando o trabalho é realizado em área de
risco, quando existe a possibilidade de queda de objetos ou quando o trabalho é
executado em local onde a cabeça pode entrar em contato com cabos elétricos
expostos.

Capacete
Projetado para proteger de impactos de objetivos ou perfurações na cabeça.
Alguns também protegem contra descargas elétricas e queimaduras.
Pode ser dividido em 3 partes:
- Casco = capacete na parte externa;
- Cintas = separam o casco da cabeça. Trata-se de uma armação plástica
localizada na parte interna, com a finalidade de absorver o impacto, ajustando o
capacete e o mantendo a aproximadamente quatro centímetros acima da cabeça.
- Jugular = utilizada para prender o capacete à cabeça.

Os capacetes são projetados para resistirem a impactos como a queda de um


martelo de um quilo de uma altura de seis metros.
Devem apresentar leveza, resistência ao calor, impermeabilidade, isolamento
elétrico, etc.

Os capacetes são classificados em três categorias:


Classe A = feito de material isolante, resistente a impactos e até 2.200 volts;
Classe B = feito de material isolante, resistente a impactos e até 20.000 volts;
Classe C = resistente a impactos.

Os capacetes devem ser inspecionados pelo usuário, com freqüência, para ajuste
correto das cintas internas, e devem ser substituídos a cada 2-3 anos
25
Capuz
- protege as laterais e a nuca de poeiras e fagulhas, podendo proteger
também contra queimaduras.

PROTEÇÃO AUDITIVA

A perda auditiva é uma lesão comum no ambiente ocupacional, ocasionada por


níveis elevados e freqüentes de ruído. Ocorre de maneira lenta e gradual, e como
não gera dor, não é rapidamente percebida.
Diante disso, protetores auriculares devem ser utilizados quando:
- locais com nível de ruído igual ou superior a 85 decibéis em todo o turno
de trabalho;
- ruído intermitente;
- ruído irritante;
- necessário aumentar o nível de voz ao conversar com alguém a menos
de um metro de distância.

Protetor tipo Concha

- diminui a intensidade de ruído percebida pelo ouvido.


- reveste toda a orelha, desde que a selagem seja de boa qualidade, sem
rachaduras.

Protetor tipo Inserção

- diminui a intensidade de ruído percebida pelo ouvido.


- é introduzido no canal auditivo.
- são separados em dois grupos:
- moldáveis – feitos de espuma (proteção mais eficaz);
- pré-moldados.
- se não forem higienizados adequadamente, podem levar uma infecção
aos ouvidos.

26
PROTEÇÃO DE OLHOS E FACE

Óculos de Segurança ou tipo “Ampla visão”


- protegem laterais e partes superior e inferior, envolvendo totalmente a
região dos olhos.
- recomendados para trabalhos em locais onde fragmentos de materiais
podem ser projetados.
- protegem contra poeira, luz intensa, radiação.

Óculos sujos ou arranhados limitam a visão do profissional, e devem ser limpos


ou trocados.

Protetor facial

- protege toda a região do rosto do impacto de materiais projetados e do calor.

PROTEÇÃO DE MEMBROS SUPERIORES

Luvas de proteção
- protegem os dedos e as mãos do contato com substâncias tóxicas, de
ferimentos cortantes e perfurações, de calor e choques elétricos.

27
- luvas de vinil, borracha, neoprene – usadas quando mãos expostas a
substâncias perigosas, cortes, queimaduras, etc.;
- luvas de raspa – utilizadas para o manuseio de materiais abrasivos;
- luvas reforçadas com partes metálicas – manuseio de objetos
pontiagudos (não deve ser utilizada quando em trabalho com corrente elétrica)

Deve-se atentar ao fato de que não são contra todos os produtos químicos que a
luva fornece proteção.

Mangas e Mangotes
- protegem os braços contra impactos cortantes e perfurantes,
queimaduras e choque térmico.

PROTEÇÃO DE MEMBROS INFERIORES


Os acidentes mais comuns associados com os pés são:
- queda de objetos pesados ou pontiagudos sobre eles;
- objetos ou rodas de veículos passam sobre ele;
- sola do calçado perfurada por objeto pontiagudo em que se pisou.

Calçados de Segurança, Botas e Botinas


- protegem os pés, dedos e pernas contra cortes, objetos projetados,
perfurações, escorregões, riscos de origem térmica, produtos químicos, quedas.

Biqueira e palmilha de aço protegem contra objetos pontiagudos pisados.

Se o trabalho do profissional envolver manipulação de fios ou cabos elétricos


expostos, o calçado não deve possuir partes metálicas.

Se o trabalho estiver relacionado com componentes eletrônicos ou computadores,


os calçados devem ser condutores, projetados para descarregar a energia
estática no solo.

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PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS

Cintos de segurança (tipo pára-quedista e com talabarte)


Trava-quedas
Cadeiras suspensas
- protegem contra quedas em locais com mais de 2 metros de altura.

PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
Proteção do sistema respiratório contra gases, vapores , névoas , poeiras.

Máscaras de proteção respiratória


- protegem as vias respiratórias contra gases tóxicos, asfixiantes e
poeira, impedindo a inalação dessas substâncias.

PROTEÇÃO PARA O CORPO

Calça e Jaqueta Avental

- protege o tronco e parte das pernas contra queimaduras, calor, perfurações e


projeção de materiais.

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Vantagens e Limitações
O uso correto do EPI pelos profissionais, o conhecimento de suas limitações e
vantagens, são aspectos que todos os que usam devem conhecer. Para tanto, um
treinamento prévio deve ser oferecido pela equipe de Segurança do Trabalho da
empresa. Esse treinamento deve voltar-se mais às questões comportamentais
dos profissionais, do que na forma de uso propriamente dita.

Pois o uso inadequado ou a má conservação do EPI pode torná-lo ineficaz,


fornecendo ao profissional confiança numa proteção que não existe.

9. NR-5 – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO


DE ACIDENTES (CIPA)

ORIGEM DA CIPA
Em 1921, a OIT - Organização Internacional do Trabalho, organizou uma
comissão para pesquisar a situação da segurança e da higiene do trabalho nas
indústrias a ela filiados. Como parte das conclusões dessa pesquisa, a comissão
propôs que fossem criados comitês de segurança do trabalho que teriam
atribuições voltadas à prevenção de acidentes nas indústrias. Tendo origem a
versão brasileira que é a nossa CIPA - Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes.

A OIT expediu instruções aos governos dos países membros para que legislassem
sobre a criação de comitês de segurança do trabalho, sugerindo que fossem
tornados obrigatórios em indústrias com vinte e cinco ou mais empregados.
Alguns países adotaram os comitês já nos anos vinte; outros só mais tarde.

CRIAÇÃO DA CIPA NO BRASIL

Só em 1944 que o governo brasileiro adotou a recomendação as OIT, através do


decreto-lei n.º 7.036, de 10 de novembro, que trazia o seguinte enunciado no seu
artigo 82:

♦ “Art. 82 - Os empregadores, cujo número de empregados seja superior a 100,


deverão providenciar a organização, em seus estabelecimentos, de comissões
internas com representantes do empregados, para fim de estimular o interesse
pelas questões e prevenção de acidentes, apresentar sugestões quanto à
orientação e fiscalização das medidas de proteção ao trabalhador, realizar
palestras instrutivas, propor a instituição de recursos e prêmios e tomar outras
providencias tendentes a educar o emprego na pratica de prevenir acidentes.”

30
Das alterações ocorridas no texto original a mais importante foi introduzida pela lei
N.º 6.514 de 22/12/77, que assegurou a garantia provisória de emprego ao titular
da representação dos empregados na CIPA (Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes).
A evolução institucional da CIPA foi um tanto sinuosa, em etapas
demarcadas por portarias do Ministério ou órgão que mudou de nome com muita
freqüência.
Com os altos e baixos, a CIPA tem demonstrado que pode ter grande
utilidade na prevenção de acidentes do trabalho, não tanto pela sua existência
institucional, mas interesse das empresas e pela dedicação de seus membros
junto aos empregados visando à segurança de todos.

CONCEITO DA CIPA - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE


ACIDENTES

O significado da sigla CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - pode


ser assim conceituada:

Comissão: Grupo de pessoas que se reúnem para tratar de um determinado


assunto, onde seus objetivos estejam sempre em primeiro plano. A comissão tem
participação do empregador e dos empregados na prevenção de acidentes.

Interna: Seu campo de atuação esta restrito à própria empresa.

Prevenção: Define claramente o papel da Comissão Interna de Prevenção de


Acidentes. Ë a sua meta principal. Prevenção significa prever antes que venha a
ocorrer. É a atuação Cipeiro quando se depara com alguma situação de risco
capaz de provocar um acidente.

Acidente: Qualquer ocorrência inesperada que interfere no andamento normal do


trabalho causando danos materiais, perda de tempo ou lesão à pessoa.

As empresas privadas e públicas e os órgãos governamentais que possuam


empregados regidos pela consolidação das Leis do Trabalho – CLT, ficam
obrigados a organizar e manter em funcionamento, por estabelecimento uma
comissão interna de Prevenção de Acidentes – CIPA.

A CIPA tem como objetivo observar e relatar condições de risco nos ambientes de
trabalho e solicitar medidas para reduzir até eliminar os riscos existentes e/ou
neutralizar os mesmos, discutir os acidentes ocorridos, encaminhando aos
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e
ao empregador o resultado da discussão, solicitando medidas que previnam
acidentes semelhantes e ainda orientar os demais trabalhadores quanto à
prevenção de acidentes.

31

Todos os empregados deverão colaborar com a Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes – CIPA, no seu trabalho de prevenção dos acidentes.
Os seus membros deverão, sempre que necessário, comunicar as situações de riscos de
acidentes, analisando alternativas para correção e propondo medidas cabíveis.

Compete ao empregador

 prestigiar integralmente a CIPA, proporcionando aos seus componentes os


meios necessários ao desempenho de suas atribuições;
 convocar eleições para escolha dos representantes dos empregados na
CIPA, até 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do mandato;
 promover cursos de atualização para os membros da CIPA;
 cuidar para que todos titulares de representações da CIPA compareçam às
reuniões ordinárias e/ou extraordinárias;
 encaminhar ao órgão regional do MTE, trimestralmente, até o dia 30 dos
meses de janeiro, abril, junho e outubro, o Anexo I, devidamente
preenchido, podendo ser entregue contra recibo ou através de serviço
postal (A.R.)

Compete aos empregados:

 eleger seus representantes na CIPA;


 indicar à CIPA e ao SESMT situações de risco e apresentar sugestões
para a melhoria das condições de trabalho;
 observar as recomendações, quanto à prevenção de acidentes,
transmitidas pelos membros da CIPA.

A CIPA terá as seguintes atribuições:

 Discutir os acidentes ocorridos;


 Sugerir medidas de prevenção de acidentes julgadas necessárias, por
iniciativa própria ou sugestões de outros empregados, encaminhando-as
ao SESMT e ao empregador;

32
 Promover a divulgação e zelar pela observância das normas de segurança
e medicina do trabalho ou de regulamentos e instrumentos de serviço,
emitidos pelo empregador;
 Despertar o interesse de empregados pela prevenção de acidentes e de
doenças ocupacionais e estimulá-los permanentemente a adotar
comportamento preventivo durante o trabalho;
 Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, a Semana Interna de
Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;
 Participar da campanha permanente de prevenção de acidentes promovida
pela empresa;
 Registrar em livro próprio, as atas das reuniões da CIPA e enviar,
mensalmente, ao SESMT e ao empregador cópias das mesmas;
 Investigar ou participar, com o SESMT, da investigação de causas,
circunstâncias e conseqüências dos acidentes e das doenças
ocupacionais, acompanhando a execução das medidas corretivas;
 Realizar, quando houver denúncia de risco ou por iniciativa própria e
mediante prévio aviso ao empregador e ao SESMT, inspeção nas
dependências da empresa, dando conhecimento dos riscos encontrados ao
responsável pelo setor, ao SESMT e ao empregador;
 Sugerir a realização de cursos, treinamentos e campanhas que julgar
necessários para melhorar o desempenho dos empregados quanto à
segurança e medicina do trabalho;
 Preencher os anexos I e II e mantê-los arquivados, de maneira a permitir
acesso a qualquer momento, sendo de livre escolha o método de
arquivamento;
 Enviar trimestralmente cópia do Anexo I ao empregador;
 Convocar pessoas no âmbito da empresa, quando necessário, para tomada de
informações, depoimentos e dados ilustrativos e/ou esclarecedores, por ocasião da
investigação dos acidentes de trabalho.

10. HIGIENE DO TRABALHO

Higiene do trabalho é um conjunto de normas e procedimentos, de caráter


preventivo, com o intuito de proteger a integridade física e mental do trabalhador,
num ambiente de trabalho saudável, sem riscos à saúde.

Quando se fala em Higiene do trabalho, deve-se considerar a exposição do


organismo humano:

Ambiente Físico de Trabalho: iluminação, ventilação, temperatura,


umidade e ruídos.

Ambiente Psicológico: relacionamentos humanos, motivação para o


trabalho, sem fontes de estresse.

Ergonomia: máquinas e equipamentos adequados às características


humanas, mesas e instalações ajustadas, ferramentas que reduzem esforço
físico.

33
Saúde Ocupacional: ausência de doenças através de acesso à medicina
preventiva.

Quais os objetivos da Higiene do Trabalho?

A higiene do trabalho tem como objetivo preservar a saúde e o conforto do


trabalhador, prevenindo doenças, principalmente através de:

- Eliminação das causas das doenças ocupacionais;

- Minimização de efeitos negativos provocados pela atividade laboral;

- Prevenção da piora de lesões ou doenças;

- Aumento da produtividade acompanhado de preservação da saúde do


trabalhador.

CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS

Os agentes que causam riscos à saúde dos trabalhadores e que costumam estar
presentes nos locais de trabalho são agrupados em cinco tipos:

♦ Agentes químicos;
♦ Agentes físicos;
♦ Agentes biológicos;
♦ Agentes ergonômicos;
♦ Riscos mecânicos.

Cada um desses tipos de agentes químicos é responsável por diferentes riscos


ambientais que podem provocar danos à saúde ocupacional dos funcionários da
empresa.

Agentes Químicos

Os principais tipos de agentes químicos que atuam sobre o organismo humano,


causando problemas de saúde são:

♦ Gases, vapores e névoas;


♦ Aerodispersóides (poeiras e fumos metálicos).

Riscos À Saúde

Os gases, vapores e névoas podem provocar efeitos irritantes, asfixiantes ou


anestésicos:

34
♦ Efeitos irritantes - são causados, por exemplo, ácido clorídrico, ácido
sulfúrico, amônia, soda cáustica, cloro, que provocam irritação das vias áreas
superiores.

♦ Efeitos asfixiantes - gases como hidrogênio, nitrogênio, hélio, metano,


acetileno, dióxido de carbono, monóxido de carbono e outros que causam dor
de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões, coma e até morte.

♦ Efeitos anestésicos - a maioria dos solventes orgânicos, assim como o


butano, propano, aldeídos, acetona, cloreto de carbono, benzeno, xileno,
álcoois, tolueno, tem ação depressiva sobre o sistema nervoso central,
provocando danos aos diversos órgãos. O benzeno especialmente é
responsável por danos ao sistema formador de sangue.

Os Aerodispersóides, que ficam em suspensão no ar em ambiente de trabalho,


podem ser poeiras: minerais, vegetais, alcalinas, incômodas ou fumos metálicos.

♦ Poeiras minerais - provêm de diversos, como sílica, asbesto, carvão mineral,


e provocam silicose (quartzo), asbestose (asbesto), pneumoconiose (minerais
em geral).

♦ Poeiras vegetais - são produzidos pelo tratamento industrial, por exemplo,


de bagaço de cana-de-açúcar e de algodão, que causam bagaçose e bissinose,
respectivamente.

♦ Poeiras alcalinas - provêm em especial do calcário, causando doenças


pulmonares obstrutivas crônicas, como enfisema pulmonar.

♦ Poeiras incômodas - podem interagir com outros agentes agressivos


presentes no ambiente de trabalho, tornando-os mais nocivos à saúde.

♦ Fumos metálicos - provenientes do uso industrial de metais, como chumbo,


manganês, ferro, etc., causam doença pulmonar obstrutiva crônica, febre de
fumos metálicos, intoxicações específicas, de acordo com o metal.

Agentes Físicos

São considerados agentes físicos capazes de provocar riscos à saúde:

♦ Ruído;
♦ Vibrações;
♦ Temperaturas externas;
♦ Iluminação;
♦ Radiações não ionizantes;
♦ Radiações ionizantes;
♦ Umidade;
♦ Pressões anormais.

35
Riscos À Saúde

♦ Ruídos - provocam cansaço, irritação, dores de cabeça, diminuição de audição


(surdez temporária, surdez definitiva e trauma acústico), aumento da pressão
arterial, problemas no aparelho digestivo, taquicardia, perigo de infarto.

♦ Vibrações - cansaço, irritação, dores nos ombros, dores na coluna, doença do


movimento, artrite, problemas digestivos, lesões ósseas, lesões dos tecidos
moles, lesões circulatórias.

♦ Calor ou frio extremos - taquicardia, aumento da pulsação, cansaço, irritação,


fadiga térmica, prostração térmica, choque térmico, perturbação das funções
digestivas, hipertensão.

♦ Iluminação deficiente - fadiga, problemas visuais, acidentes do trabalho.

♦ Radiações não ionizantes - queimaduras, lesões na pele, nos olhos e em


outros órgãos.

♦ Radiações ionizantes - alterações celulares, câncer, fadiga, problemas visuais,


acidentes do trabalho.

♦ Umidade - doenças do aparelho respiratório, da pele e circulatórias, e


traumatismo por quedas.

♦ Pressões normais - embolia traumática pelo ar, embriaguez das


profundidades, intoxicação por oxigênio e gás carbônico, doença
descompressiva.

Agentes Biológicos

Microrganismos e animais são os agentes biológicos que podem afetar a saúde do


trabalhador. São considerados agentes biológicos os vírus, as bactérias, os bacilos,
os fungos (microrganismos causadores de infecções), os parasitas. Entram nesta
classificação também os escorpiões, bem como as aranhas, insetos e ofídios
peçonhentos.

As formas de prevenção de agentes biológicos são:

♦ Vacinação, esterilização, higiene pessoal, uso de EPI;


♦ Ventilação, controle médico e controle de pragas.

Agentes Ergonômicos

São os agentes caracterizados pela falta de adaptação das condições de trabalho


às características psicofisiológicas do trabalhador.

Entre os agentes ergonômicos mais comuns estão:

36
♦ Trabalho físico pesado;
♦ Posturas incorretas;
♦ Repetitividade;
♦ Monotonia;
♦ Ritmo excessivo;
♦ Trabalho em turnos e trabalho noturno;
♦ Jornada prolongada;
♦ Treinamento inadequado ou inexistente.

Riscos À Saúde

♦ Trabalho físico pesado, posturas incorretas e posições incômodas - provocam


cansaço, dores musculares e fraquezas, além de doenças como hipertensão
arterial, diabetes, úlceras, moléstias nervosas, alterações no sono, acidentes,
problemas de coluna, etc..

♦ Ritmo excessivo, monotonia, trabalho em turnos, jornada prolongada,


conflitos, excesso de responsabilidade - provocam desconforto, cansaço,
ansiedade, doenças no aparelho digestivo (gastrite, úlcera), dores musculares,
fraqueza, alterações no sono e na vida social (com reflexo na saúde e no
comportamento), hipertensão arterial, taquicardia, cardiopatias (angina,
infarto), tenossinovite, diabetes, asmas, doenças nervosas, tensão, medo,
ansiedade.

Riscos Mecânicos

Deficiências ou inadequações nas instalações, ou máquinas e equipamentos


constituem agentes mecânicos dos riscos à saúde do trabalhador.

Essas deficiências podem abranger os seguintes aspectos:

♦ Edificações;
♦ Arranjo físico;
♦ Sinalizações;
♦ Ligações elétricas;
♦ Máquinas e equipamentos sem proteção;
♦ Equipamentos de proteção contra incêndio;
♦ Ferramentas defeituosas ou inadequadas;
♦ EPI inadequado;
♦ Matéria-prima fora de especificação;
♦ Armazenamento e transporte de materiais.

37
Riscos À Saúde

♦ Equipamentos de proteção contra incêndios - quando deficiente ou


insuficiente, traz efetivos riscos de incêndios.

♦ Arranjo físico - quando inadequado ou deficiente, pode causar acidentes e


provoca desgaste físico excessivo nos trabalhadores.

♦ Máquinas e equipamentos sem proteção - podem provocar acidentes graves.

♦ Ligações elétricas deficientes - trazem risco de curto circuito, choque elétrico,


incêndio, queimaduras, acidentes fatais.

♦ Matéria-prima sem especificação - acidentes do trabalho, doenças


ocupacionais.

♦ Ferramentas defeituosas ou inadequadas - acidentes, com repercussão


principalmente nos membros superiores.

♦ EPI inadequado - acidentes, doenças profissionais.

♦ Edificações - falta de saídas de emergência, obstáculos à livre circulação, pisos,


rampas, escadas, etc, mal construídos ou danificados trazem riscos de
acidentes.

♦ Sinalização deficiente - falta de uma política de prevenção de acidentes, não


identificação de equipamentos que oferecem riscos, não delimitação das áreas,
informações de segurança insuficiente, etc, comprometem a saúde ocupacional
dos funcionários.

11. MAPA DE RISCO


O mapeamento de riscos consiste na representação gráfica dos riscos ambientais
existentes no ambiente de trabalho, inerentes ou não ao processo produtivo, de
fácil visualização e afixada em locais acessíveis de trabalho, para informação e
orientação de todos que ali atuam e de outros que eventualmente transitem pelo
local.

O Mapa de Risco Tem Como Objetivos:

♦ Reunir informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de


segurança e saúde no trabalho na empresa;
♦ Possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de informações
entre os trabalhadores, bem como estimular sua participação nas atividades
de prevenção.

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Benefícios da adoção do Mapa de Riscos
 Identificação prévia dos riscos existentes nos locais de trabalho aos quais
os Trabalhadores poderão estar expostos;
 Conscientização quanto ao uso adequado das medidas e dos
equipamentos proteção coletiva e individual;
 Redução de gastos com acidentes e doenças, medicação, indenização,
substituição de trabalhadores e danos patrimoniais;
 Facilitação da gestão de saúde e segurança no trabalho com aumento da
segurança interna e externa; e
 Melhoria do clima organizacional, maior produtividade, competitividade e
lucratividade.

São utilizadas cores para identificar o tipo de risco, conforme a tabela de


classificação dos riscos ambientais. A gravidade é representada pelo tamanho
dos círculos.

 Círculo Pequeno: risco pequeno por sua essência ou por ser risco médio já
protegido;
 Círculo Médio: risco que gera relativo incômodo mas que pode ser
controlado;
 Círculo Grande: risco que pode matar, mutilar, gerar doenças e que não
dispõe de mecanismo para redução, neutralização ou controle.

ETAPAS PARA ELABORAÇÃO

As etapas para elaboração são as seguintes:

♦ Conhecer o processo de trabalho no local analisado:


- Os trabalhadores: Número, sexo, idade, treinamentos profissionais e de
segurança e saúde, jornada;
- Os instrumentos e materiais de trabalho;
- As atividades exercidas;
- O ambiente.

♦ Identificar os riscos existentes no local analisado, de acordo com o grupo


a que pertence - ver tabela abaixo:

- Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos, de acordo


com sua natureza e a padronização das cores correspondentes.

♦ Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia;

- Medidas de Proteção Coletiva;


- Medidas de Organização do Trabalho;
- Medidas de Proteção Individual;

39
- Medidas de higiene e conforto: banheiros, lavatórios, vestiários, armários,
bebedouro, refeitório, área de lazer.

♦ Identificar os indicadores de saúde:

- Queixas mais freqüentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos


mesmos riscos;
- Doenças profissionais diagnosticadas;
- Causas mais freqüentes de ausência ao trabalho.

♦ Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local;

♦ Elaborar o Mapa de Riscos, sobre o lay out da empresa, indicando, através


círculo:

- O grau a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada na tabela 1;


- O número de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve ser anotado dentro
do círculo;
- A especificação do agente (por exemplo: químico: sílica ou hexano ou ácido
clorídrico; ou ergonômico: repetitividade, ritmo excessivo) que deve ser
anotada dentro do círculo;
- A intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, que
deve ser representada por tamanhos proporcionalmente diferentes de círculos,
conforme vemos na legenda abaixo:

O mapa ficará com aspecto da figura abaixo.

40
OBS: Outra forma de fazer o mapa de risco, é aproveitando uma planta da
empresa, onde serão colocados as rodelas de papel colorido, de acordo com as
cores dos agentes, nos setores da empresa.

TABELA DE RISCOS AMBIENTAIS

Grupo 1: Grupo 2: Grupo 3: Grupo 4: Grupo 5:


Verde Vermelho Marrom Amarelo Azul
Riscos Riscos Riscos Riscos Riscos de Acid.
Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Mecânico
Arranjo físico
Ruído Poeiras Vírus Esforço físico intenso
inadequado
Levantamento e Máquinas e
Vibrações Fumos Bactérias transporte manual de equipamentos em
peso proteção
Exigência de postura Probabilidade de
Calor Névoas Protozoários
inadequada incêndio ou explosão

Controle rígido de Matéria prima sem


Frio Neblinas Fungos
produtividade especificação

Radiações Imposição de ritmo


Gases Parasitas Iluminação inadequada
ionizantes excessivo
Ferramentas
Trabalho em turno e
Umidade Vapores Bacilos defeituosas ou
noturno
inadequadas
Substâncias, Outras situações de
Outras situações
compostos ou risco que poderão
Radiações não causadoras de
produtos contribuir para a
ionizantes setores físico ou
químicos em ocorrência de
psíquico
geral acidentes
Pressões Monotonia e
Animais peçonhentos
anormais repetitividade

Jornadas de trabalho
Eletricidade
prolongadas

EPI inadequado

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12. BIBLIOGRAFIA

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Produtividade, UNIFEI, Itajubá, 2003.

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