Você está na página 1de 173

Consolidação das Leis

do Trabalho – CLT
e normas correlatas

4a edição
Atualizada até setembro de 2021
SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2021 – 2022

Senador Rodrigo Pacheco


PRESIDENTE

Senador Veneziano Vital do Rêgo


PRIMEIRO-VICE-PRESIDENTE

Senador Romário
SEGUNDO-VICE-PRESIDENTE

Senador Irajá
PRIMEIRO-SECRETÁRIO

Senador Elmano Férrer


SEGUNDO-SECRETÁRIO

Senador Rogério Carvalho


TERCEIRO-SECRETÁRIO

Senador Weverton
QUARTO-SECRETÁRIO

SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senador Jorginho Mello
Senador Luiz do Carmo
Senadora Eliziane Gama
Senador Zequinha Marinho
Secretaria de Editoração e Publicações
Coordenação de Edições Técnicas

Consolidação das Leis


do Trabalho – CLT
e normas correlatas

4a edição

Brasília – 2021
Edição do Senado Federal
Diretora-Geral: Ilana Trombka
Secretário-Geral da Mesa: Gustavo A. Sabóia Vieira

Impressa na Secretaria de Editoração e Publicações


Diretor: Rafael André Chervenski da Silva

Produzida na Coordenação de Edições Técnicas


Coordenador: Aloysio de Brito Vieira

Organização, atualização e revisão técnica: Serviço de Pesquisa


Projeto gráfico e editoração: Serviço de Publicações Técnico-Legislativas

Atualizada até setembro de 2021.

As normas aqui apresentadas não substituem as publicações do Diário Oficial da União.

Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas. – 4. ed. – Brasília, DF :
Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2021.
171 p.

Conteúdo: Dispositivos constitucionais pertinentes – Consolidação das Leis do Trabalho –


Normas correlatas.

ISBN: 978-65-5676-148-0 (Impresso)


ISBN: 978-65-5676-149-7 (PDF)
ISBN: 978-65-5676-150-3 (ePub)

1. Direito trabalhista, legislação, Brasil. 2. Legislação trabalhista, Brasil. 3. Trabalhador,


proteção, Brasil. 4. Brasil. [Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (1943)].

CDDir 342.6981

Coordenação de Edições Técnicas


Senado Federal, Bloco 08, Mezanino, Setor 011
CEP: 70165-900 – Brasília, DF
Telefone: (61) 3303-3579
E-mail: livraria@senado.leg.br
Sumário

7 Apresentação

Dispositivos constitucionais pertinentes

10 Constituição da República Federativa do Brasil

Consolidação das Leis do Trabalho

14 Índice sistemático do Decreto-lei no 5.452/1943

19 Decreto-lei no 5.452/1943
Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.

Normas correlatas

156 Lei no 12.506/2011


Dispõe sobre o aviso prévio e dá outras providências.

157 Lei no 10.101/2000


Dispõe sobre a participação dos trabalhadores nos lucros ou
resultados da empresa e dá outras providências.

161 Lei no 7.998/1990


Regula o Programa do Seguro-Desemprego, o Abono Salarial, institui o Fundo de Amparo ao
Trabalhador – FAT, e dá outras providências.
168 Lei no 7.783/1989
Dispõe sobre o exercício do direito de greve, define as atividades essenciais, regula o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade, e dá outras providências.

171 Lei no 4.090/1962


Institui a gratificação de Natal para os trabalhadores.

O conteúdo aqui apresentado está atualizado até a data de fechamento da edição. Eventuais
notas de rodapé trazem informações complementares acerca dos dispositivos que compõem
as normas compiladas.
Apresentação

As obras de legislação do Senado Federal visam a permitir o acesso do cidadão


à legislação em vigor relativa a temas específicos de interesse público.

Tais coletâneas incluem dispositivos constitucionais, códigos ou leis principais


sobre o tema, além de normas correlatas e acordos internacionais relevantes, a
depender do assunto. Por meio de compilação atualizada e fidedigna, apresenta-
se ao leitor um painel consistente para estudo e consulta.

O índice temático, quando apresentado, oferece verbetes com tópicos de relevo,


tornando fácil e rápida a consulta a dispositivos de interesse mais pontual.

Na Livraria Virtual do Senado (livraria.senado.leg.br), além das obras impressas


disponíveis para compra direta, o leitor encontra e-books para download
imediato e gratuito.

Sugestões e críticas podem ser registradas na página da Livraria e certamente


contribuirão para o aprimoramento de nossos livros e periódicos.

Apresentação

7
Dispositivos constitucionais
pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil

������������������������������������������������������������������������������� CAPÍTULO II – Dos Direitos Sociais

TÍTULO I – Dos Princípios Fundamentais Art. 6o  São direitos sociais a educação, a saúde,
a alimentação, o trabalho, a moradia, o transpor-
Art. 1o  A República Federativa do Brasil, for- te, o lazer, a segurança, a previdência social, a
mada pela união indissolúvel dos Estados e proteção à maternidade e à infância, a assistência
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se aos desamparados, na forma desta Constituição.
em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos: Art. 7o  São direitos dos trabalhadores urbanos
I – a soberania; e rurais, além de outros que visem à melhoria
II – a cidadania; de sua condição social:
III – a dignidade da pessoa humana; I – relação de emprego protegida contra des-
IV – os valores sociais do trabalho e da livre pedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos
iniciativa; de lei complementar, que preverá indenização
V – o pluralismo político. compensatória, dentre outros direitos;
Parágrafo único.  Todo o poder emana do II – seguro-desemprego, em caso de desem-
povo, que o exerce por meio de representan- prego involuntário;
tes eleitos ou diretamente, nos termos desta III – fundo de garantia do tempo de serviço;
Constituição. IV – salário mínimo, fixado em lei, nacio-
nalmente unificado, capaz de atender a suas
Art. 2o  São Poderes da União, independentes e necessidades vitais básicas e às de sua família
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo com moradia, alimentação, educação, saúde,
e o Judiciário. lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência
social, com reajustes periódicos que lhe pre-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Art. 3o  Constituem objetivos fundamentais da servem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
República Federativa do Brasil: vinculação para qualquer fim;
I – construir uma sociedade livre, justa e V – piso salarial proporcional à extensão e
solidária; à complexidade do trabalho;
II – garantir o desenvolvimento nacional; VI – irredutibilidade do salário, salvo o dis-
III – erradicar a pobreza e a marginalização posto em convenção ou acordo coletivo;
e reduzir as desigualdades sociais e regionais; VII – garantia de salário, nunca inferior ao
IV – promover o bem de todos, sem pre- mínimo, para os que percebem remuneração
conceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e variável;
quaisquer outras formas de discriminação. VIII – décimo terceiro salário com base na
������������������������������������������������������������������������������� remuneração integral ou no valor da aposen-
tadoria;
TÍTULO II – Dos Direitos e Garantias IX – remuneração do trabalho noturno su-
Fundamentais perior à do diurno;
������������������������������������������������������������������������������� X – proteção do salário na forma da lei, cons-
tituindo crime sua retenção dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados,
10 desvinculada da remuneração, e, excepcional-
mente, participação na gestão da empresa, con- XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes
forme definido em lei; das relações de trabalho, com prazo prescricio-
XII – salário-família pago em razão do de- nal de cinco anos para os trabalhadores urbanos
pendente do trabalhador de baixa renda nos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção
termos da lei; do contrato de trabalho;
XIII – duração do trabalho normal não su- a) (Revogada);
perior a oito horas diárias e quarenta e quatro b) (Revogada);
semanais, facultada a compensação de horários XXX – proibição de diferença de salários, de
e a redução da jornada, mediante acordo ou exercício de funções e de critério de admissão
convenção coletiva de trabalho; por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XIV – jornada de seis horas para o trabalho XXXI – proibição de qualquer discriminação
realizado em turnos ininterruptos de reveza- no tocante a salário e critérios de admissão do
mento, salvo negociação coletiva; trabalhador portador de deficiência;
XV – repouso semanal remunerado, prefe- XXXII – proibição de distinção entre tra-
rencialmente aos domingos; balho manual, técnico e intelectual ou entre os
XVI – remuneração do serviço extraordi- profissionais respectivos;
nário superior, no mínimo, em cinquenta por XXXIII – proibição de trabalho noturno,
cento à do normal; perigoso ou insalubre a menores de dezoito e
XVII – gozo de férias anuais remuneradas de qualquer trabalho a menores de dezesseis
com, pelo menos, um terço a mais do que o anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
salário normal; de quatorze anos;
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do XXXIV – igualdade de direitos entre o traba-
emprego e do salário, com a duração de cento lhador com vínculo empregatício permanente
e vinte dias; e o trabalhador avulso.
XIX – licença-paternidade, nos termos fi- Parágrafo único.  São assegurados à categoria
xados em lei; dos trabalhadores domésticos os direitos pre-
XX – proteção do mercado de trabalho da vistos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV,
mulher, mediante incentivos específicos, nos XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI,
termos da lei; XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo estabelecidas em lei e observada a simplificação
de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos do cumprimento das obrigações tributárias,
termos da lei; principais e acessórias, decorrentes da relação
XXII – redução dos riscos inerentes ao tra- de trabalho e suas peculiaridades, os previstos
balho, por meio de normas de saúde, higiene nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII,
e segurança; bem como a sua integração à previdência social.
XXIII – adicional de remuneração para as
atividades penosas, insalubres ou perigosas, Art. 8o  É livre a associação profissional ou
na forma da lei; sindical, observado o seguinte:
Dispositivos constitucionais pertinentes

XXIV – aposentadoria; I – a lei não poderá exigir autorização do


XXV – assistência gratuita aos filhos e depen- Estado para a fundação de sindicato, ressalvado
dentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos o registro no órgão competente, vedadas ao
de idade em creches e pré-escolas; Poder Público a interferência e a intervenção
XXVI – reconhecimento das convenções e na organização sindical;
acordos coletivos de trabalho; II – é vedada a criação de mais de uma orga-
XXVII – proteção em face da automação, nização sindical, em qualquer grau, represen-
na forma da lei; tativa de categoria profissional ou econômica,
XXVIII – seguro contra acidentes de tra- na mesma base territorial, que será definida
balho, a cargo do empregador, sem excluir a pelos trabalhadores ou empregadores interes-
indenização a que este está obrigado, quando sados, não podendo ser inferior à área de um
incorrer em dolo ou culpa; Município; 11
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e e de colônias de pescadores, atendidas as con-
interesses coletivos ou individuais da categoria, dições que a lei estabelecer.
inclusive em questões judiciais ou adminis-
trativas; Art. 9o  É assegurado o direito de greve, com-
IV – a assembleia geral fixará a contribuição petindo aos trabalhadores decidir sobre a opor-
que, em se tratando de categoria profissional, tunidade de exercê-lo e sobre os interesses que
será descontada em folha, para custeio do sis- devam por meio dele defender.
tema confederativo da representação sindical § 1o  A lei definirá os serviços ou atividades
respectiva, independentemente da contribuição essenciais e disporá sobre o atendimento das
prevista em lei; necessidades inadiáveis da comunidade.
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a § 2o  Os abusos cometidos sujeitam os res-
manter-se filiado a sindicato; ponsáveis às penas da lei.
VI – é obrigatória a participação dos sin-
dicatos nas negociações coletivas de trabalho; Art. 10.  É assegurada a participação dos tra-
VII – o aposentado filiado tem direito a votar balhadores e empregadores nos colegiados dos
e ser votado nas organizações sindicais; órgãos públicos em que seus interesses pro-
VIII – é vedada a dispensa do empregado fissionais ou previdenciários sejam objeto de
sindicalizado a partir do registro da candidatura discussão e deliberação.
a cargo de direção ou representação sindical e,
se eleito, ainda que suplente, até um ano após o Art. 11.  Nas empresas de mais de duzentos
final do mandato, salvo se cometer falta grave empregados, é assegurada a eleição de um re-
nos termos da lei. presentante destes com a finalidade exclusiva
Parágrafo único.  As disposições deste artigo de promover-lhes o entendimento direto com
aplicam-se à organização de sindicatos rurais os empregadores.
�������������������������������������������������������������������������������
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

12
Consolidação das Leis do Trabalho
Índice sistemático do
Decreto-lei no 5.452/1943

19 Título I – Introdução
21 Título II – Das Normas Gerais de Tutela do Trabalho
21 Capítulo I –Da Identificação Profissional
21 Seção I – Da Carteira de Trabalho e Previdência Social
21 Seção II – Da Emissão da Carteira
22 Seção III – Da Entrega das Carteiras de Trabalho e Previdência Social
22 Seção IV – Das Anotações
22 Seção V – Das Reclamações por Falta ou Recusa de Anotação
23 Seção VI – Do Valor das Anotações
23 Seção VII – Dos Livros de Registro de Empregados
24 Seção VIII – Das Penalidades
24 Capítulo II – Da Duração do Trabalho
24 Seção I – Disposição Preliminar
24 Seção II – Da Jornada de Trabalho
26 Seção III – Dos Períodos de Descanso
27 Seção IV – Do Trabalho Noturno
28 Seção V – Do Quadro de Horário
28 Seção VI – Das Penalidades
28 Capítulo II-A – Do Teletrabalho
29 Capítulo III – Do Salário Mínimo
29 Seção I – Do Conceito
29 Seção II – Das Regiões, Zonas e Subzonas
30 Seção III – Da Constituição das Comissões
30 Seção IV – Das Atribuições das Comissões de Salário Mínimo
30 Seção V – Da Fixação do Salário Mínimo
30 Seção VI – Disposições Gerais
30 Capítulo IV – Das Férias Anuais
30 Seção I – Do Direito a Férias e da Sua Duração
31 Seção II – Da Concessão e da Época das Férias
32 Seção III – Das Férias Coletivas
32 Seção IV – Da Remuneração e do Abono de Férias
33 Seção V – Dos Efeitos da Cessação do Contrato de Trabalho
33 Seção VI – Do Início da Prescrição
33 Seção VII – Disposições Especiais
34 Seção VIII – Das Penalidades
34 Capítulo V – Da Segurança e da Medicina do Trabalho
34 Seção I – Disposições Gerais
35 Seção II – Da Inspeção Prévia e do Embargo ou Interdição
35 Seção III – Dos Órgãos de Segurança e de Medicina do Trabalho nas Empresas
36 Seção IV – Do Equipamento de Proteção Individual
36 Seção V – Das Medidas Preventivas de Medicina do Trabalho
37 Seção VI – Das Edificações
37 Seção VII – Da Iluminação
37 Seção VIII – Do Conforto Térmico
37 Seção IX – Das Instalações Elétricas
38 Seção X – Da Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
38 Seção XI – Das Máquinas e Equipamentos
38 Seção XII – Das Caldeiras, Fornos e Recipientes sob Pressão
39 Seção XIII – Das Atividades Insalubres ou Perigosas
40 Seção XIV – Da Prevenção da Fadiga
40 Seção XV – Das Outras Medidas Especiais de Proteção
41 Seção XVI – Das Penalidades
41 Título II-A – Do Dano Extrapatrimonial
42 Título III – Das Normas Especiais de Tutela do Trabalho
42 Capítulo I – Das Disposições Especiais sobre Duração e Condições de Trabalho
42 Seção I – Dos Bancários
42 Seção II – Dos Empregados nos Serviços de Telefonia, de Telegrafia
Submarina e Subfluvial, de Radiotelegrafia e Radiotelefonia
43 Seção III – Dos Músicos Profissionais
43 Seção IV – Dos Operadores Cinematográficos
44 Seção IV-A – Do Serviço do Motorista Profissional Empregado
46 Seção V – Do Serviço Ferroviário
49 Seção VI – Das Equipagens das Embarcações da Marinha Mercante Nacional,
de Navegação Fluvial e Lacustre, do Tráfego nos Portos e da Pesca
50 Seção VII – Dos Serviços Frigoríficos
50 Seção VIII – Dos Serviços de Estiva
50 Seção IX – Dos Serviços de Capatazias nos Portos
50 Seção X – Do Trabalho em Minas de Subsolo
51 Seção XI – Dos Jornalistas Profissionais
52 Seção XII – Dos Professores
53 Seção XIII – Dos Químicos
57 Seção XIV – Das Penalidades
57 Capítulo II – Da Nacionalização do Trabalho
57 Seção I – Da Proporcionalidade de Empregados Brasileiros
59 Seção II – Das Relações Anuais de Empregados
59 Seção III – Das Penalidades
60 Seção IV – Disposições Gerais
60 Seção V – Das Disposições Especiais sobre a Nacionalização da Marinha Mercante
60 Capítulo III – Da Proteção do Trabalho da Mulher
60 Seção I – Da Duração, Condições do Trabalho e da Discriminação contra a Mulher
61 Seção II – Do Trabalho Noturno
61 Seção III – Dos Períodos de Descanso
61 Seção IV – Dos Métodos e Locais de Trabalho
62 Seção V – Da Proteção à Maternidade
64 Seção VI – Das Penalidades
64 Capítulo IV – Da Proteção do Trabalho do Menor
64 Seção I – Disposições Gerais
65 Seção II – Da Duração do Trabalho
66 Seção III – Da Admissão em Emprego e da Carteira de Trabalho e Previdência Social
66 Seção IV – Dos Deveres dos Responsáveis Legais de Menores
e dos Empregadores. Da Aprendizagem
68 Seção V – Das Penalidades
69 Seção VI – Disposições Finais
69 Título IV – Do Contrato Individual do Trabalho
69 Capítulo I – Disposições Gerais
71 Capítulo II – Da Remuneração
74 Capítulo III – Da Alteração
75 Capítulo IV – Da Suspensão e da Interrupção
77 Capítulo V – Da Rescisão
79 Capítulo VI – Do Aviso Prévio
80 Capítulo VII – Da Estabilidade
81 Capítulo VIII – Da Força Maior
81 Capítulo IX – Disposições Especiais
82 Título IV-A – Da Representação dos Empregados
83 Título V – Da Organização Sindical
83 Capítulo I – Da Instituição Sindical
83 Seção I – Da Associação em Sindicato
84 Seção II – Do Reconhecimento e Investidura Sindical
85 Seção III – Da Administração do Sindicato
86 Seção IV – Das Eleições Sindicais
87 Seção V – Das Associações Sindicais de Grau Superior
89 Seção VI – Dos Direitos dos Exercentes de Atividades ou Profissões e dos Sindicalizados
90 Seção VII – Da Gestão Financeira do Sindicato e Sua Fiscalização
92 Seção VIII – Das Penalidades
93 Seção IX – Disposições Gerais
94 Capítulo II – Do Enquadramento Sindical
95 Capítulo III – Da Contribuição Sindical
95 Seção I – Da Fixação e do Recolhimento da Contribuição Sindical
98 Seção II – Da Aplicação da Contribuição Sindical
99 Seção III – Da Comissão da Contribuição Sindical
99 Seção IV – Das Penalidades
100 Seção V – Disposições Gerais
101 Título VI – Das Convenções Coletivas de Trabalho
105 Título VI-A – Das Comissões de Conciliação Prévia
106 Título VII – Do Processo de Multas Administrativas
106 Capítulo I – Da Fiscalização, da Autuação e da Imposição de Multas
108 Capítulo II – Dos Recursos
108 Capítulo III – Do Depósito, da Inscrição e da Cobrança
109 Título VII-A – Da Prova de Inexistência de Débitos Trabalhistas
109 Título VIII – Da Justiça do Trabalho
109 Capítulo I – Introdução
109 Capítulo II – Das Juntas de Conciliação e Julgamento
109 Seção I – Da Composição e Funcionamento
110 Seção II – Da Jurisdição e Competência das Juntas
111 Seção III – Dos Presidentes das Juntas
112 Seção IV – Dos Vogais das Juntas
113 Capítulo III – Dos Juízos de Direito
114 Capítulo IV – Dos Tribunais Regionais do Trabalho
114 Seção I – Da Composição e do Funcionamento
115 Seção II – Da Jurisdição e Competência
116 Seção III – Dos Presidentes dos Tribunais Regionais
117 Seção IV – Dos Juízes Representantes Classistas dos Tribunais Regionais
118 Capítulo V – Do Tribunal Superior do Trabalho
118 Seção I – Disposições Preliminares
118 Seção II – Da Composição e Funcionamento do Tribunal Superior do Trabalho
119 Seção III – Da Competência do Tribunal Pleno
120 Seção IV – Da Competência da Câmara de Justiça do Trabalho
120 Seção V – Da Competência da Câmara de Previdência Social
120 Seção VI – Das Atribuições do Presidente do Tribunal Superior do Trabalho
121 Seção VII – Das Atribuições do Vice-Presidente
121 Seção VIII – Das Atribuições do Corregedor
121 Capítulo VI – Dos Serviços Auxiliares da Justiça do Trabalho
121 Seção I – Da Secretaria das Juntas de Conciliação e Julgamento
122 Seção II – Dos Distribuidores
122 Seção III – Do Cartório dos Juízos de Direito
122 Seção IV – Das Secretarias dos Tribunais Regionais
123 Seção V – Dos Oficiais de Justiça
123 Capítulo VII – Das Penalidades
123 Seção I – Do Lock-out e da Greve
124 Seção II – Das Penalidades contra os Membros da Justiça do Trabalho
124 Seção III – De Outras Penalidades
124 Capítulo VIII – Disposições Gerais
125 Título IX – Do Ministério Público do Trabalho
125 Capítulo I – Disposições Gerais
125 Capítulo II – Da Procuradoria da Justiça do Trabalho
125 Seção I – Da Organização
126 Seção II – Da Competência da Procuradoria-Geral
126 Seção III – Da Competência das Procuradorias Regionais
126 Seção IV – Das Atribuições do Procurador-Geral
127 Seção V – Das Atribuições dos Procuradores
127 Seção VI – Das Atribuições dos Procuradores Regionais
127 Seção VII – Da Secretaria
127 Capítulo III – Da Procuradoria de Previdência Social
127 Seção I – Da Organização
128 Seção II – Da Competência da Procuradoria
128 Seção III – Das Atribuições do Procurador-Geral
128 Seção IV – Das Atribuições dos Procuradores
129 Seção V – Da Secretaria
129 Título X – Do Processo Judiciário do Trabalho
129 Capítulo I – Disposições Preliminares
129 Capítulo II – Do Processo em Geral
129 Seção I – Dos Atos, Termos e Prazos Processuais
130 Seção II – Da Distribuição
131 Seção III – Das Custas e Emolumentos
132 Seção IV – Das Partes e dos Procuradores
133 Seção IV-A – Da Responsabilidade por Dano Processual
133 Seção V – Das Nulidades
134 Seção VI – Das Exceções
134 Seção VII – Dos Conflitos de Jurisdição
135 Seção VIII – Das Audiências
136 Seção IX – Das Provas
137 Seção X – Da Decisão e Sua Eficácia
138 Capítulo III – Dos Dissídios Individuais
138 Seção I – Da Forma de Reclamação e da Notificação
139 Seção II – Da Audiência de Julgamento
140 Seção II-A – Do Procedimento Sumaríssimo
141 Seção III – Do Inquérito para Apuração de Falta Grave
141 Seção IV – Do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica
142 Capítulo III-A – Do Processo de Jurisdição Voluntária para Homologação de Acordo Extrajudicial
142 Capítulo IV – Dos Dissídios Coletivos
142 Seção I – Da Instauração da Instância
142 Seção II – Da Conciliação e do Julgamento
143 Seção III – Da Extensão das Decisões
144 Seção IV – Do Cumprimento das Decisões
144 Seção V – Da Revisão
144 Capítulo V – Da Execução
144 Seção I – Das Disposições Preliminares
145 Seção II – Do Mandado e da Penhora
146 Seção III – Dos Embargos à Execução e da Sua Impugnação
146 Seção IV – Do Julgamento e dos Trâmites Finais da Execução
147 Seção V – Da Execução por Prestações Sucessivas
147 Capítulo VI – Dos Recursos
152 Capítulo VII – Da Aplicação das Penalidades
153 Capítulo VIII – Disposições Finais
153 Título XI – Disposições Finais e Transitórias
Decreto-lei no 5.452/1943
Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da Art. 2o  O presente Decreto-lei entrará em vigor


atribuição que lhe confere o art. 180 da Cons- em 10 de novembro de 1943.
tituição,
Rio de Janeiro, 1o de maio de 1943; 122o da In-
DECRETA: dependência e 55o da República.

Art. 1o  Fica aprovada a Consolidação das Leis GETÚLIO VARGAS


do Trabalho, que a este Decreto-lei acompanha,
com as alterações por ela introduzidas na legis- Decretado em 1o/5/1943, publicado no DOU de
lação vigente. 9/8/1943 e retificado pelo Decreto-lei no 6.353,
Parágrafo único.  Continuam em vigor as decretado em 20/3/1944 e publicado no DOU de
disposições legais transitórias ou de emergência, 22/3/1944, e pelo Decreto-lei no 9.797, decretado em
bem como as que não tenham aplicação em todo 9/9/1946 e publicado no DOU de 11/9/1946.
o território nacional.

Consolidação das Leis do Trabalho

TÍTULO I – Introdução integrem grupo econômico, serão responsáveis


solidariamente pelas obrigações decorrentes da
Art. 1o  Esta Consolidação estatui as normas relação de emprego.
que regulam as relações individuais e coletivas § 3o  Não caracteriza grupo econômico a
de trabalho, nela previstas. mera identidade de sócios, sendo necessárias,
para a configuração do grupo, a demonstração
Art. 2o  Considera-se empregador a empresa, do interesse integrado, a efetiva comunhão de
individual ou coletiva, que, assumindo os ris- interesses e a atuação conjunta das empresas
cos da atividade econômica, admite, assalaria e dele integrantes.
dirige a prestação pessoal de serviços.
Consolidação das Leis do Trabalho

§ 1o  Equiparam-se ao empregador, para os Art. 3o  Considera-se empregado toda pessoa


efeitos exclusivos da relação de emprego, os física que prestar serviços de natureza não even-
profissionais liberais, as instituições de bene- tual a empregador, sob a dependência deste e
ficência, as associações recreativas ou outras mediante salário.
instituições sem fins lucrativos, que admitirem Parágrafo único.  Não haverá distinções re-
trabalhadores como empregados. lativas à espécie de emprego e à condição de
§ 2o  Sempre que uma ou mais empresas, trabalhador, nem entre o trabalho intelectual,
tendo, embora, cada uma delas, personalidade técnico e manual.
jurídica própria, estiverem sob a direção, contro-
le ou administração de outra, ou ainda quando, Art. 4o  Considera-se como de serviço efetivo o
mesmo guardando cada uma sua autonomia, período em que o empregado esteja à disposição 19
do empregador, aguardando ou executando serviços de natureza não econômica à pessoa ou
ordens, salvo disposição especial expressamente à família, no âmbito residencial destas;
consignada. b)  aos trabalhadores rurais, assim considera-
§ 1o  Computar-se-ão, na contagem de tempo dos aqueles que, exercendo funções diretamente
de serviço, para efeito de indenização e estabili- ligadas à agricultura e à pecuária, não sejam
dade, os períodos em que o empregado estiver empregados em atividades que, pelos métodos
afastado do trabalho prestando serviço militar de execução dos respectivos trabalhos ou pela
e por motivo de acidente do trabalho. finalidade de suas operações, se classifiquem
§ 2o  Por não se considerar tempo à disposi- como industriais ou comerciais;
ção do empregador, não será computado como c)  aos funcionários públicos da União, dos
período extraordinário o que exceder a jornada Estados e dos Municípios e aos respectivos extra-
normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco numerários em serviço nas próprias repartições;
minutos previsto no § 1o do art. 58 desta Con- d)  aos servidores de autarquias paraestatais,
solidação, quando o empregado, por escolha desde que sujeitos a regime próprio de proteção
própria, buscar proteção pessoal, em caso de ao trabalho que lhes assegure situação análoga
insegurança nas vias públicas ou más condições à dos funcionários públicos;
climáticas, bem como adentrar ou permanecer e) (Suprimida);
nas dependências da empresa para exercer ati- f)  às atividades de direção e assessoramento
vidades particulares, entre outras: nos órgãos, institutos e fundações dos partidos,
I – práticas religiosas; assim definidas em normas internas de organi-
II – descanso; zação partidária.
III – lazer; Parágrafo único. (Revogado)
IV – estudo;
V – alimentação; Art. 8o  As autoridades administrativas e a Jus-
VI – atividades de relacionamento social; tiça do Trabalho, na falta de disposições legais
VII – higiene pessoal; ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela
VIII – troca de roupa ou uniforme, quando jurisprudência, por analogia, por equidade e
não houver obrigatoriedade de realizar a troca outros princípios e normas gerais de direito,
na empresa. principalmente do direito do trabalho, e, ainda,
de acordo com os usos e costumes, o direito
Art. 5o  A todo trabalho de igual valor corres- comparado, mas sempre de maneira que ne-
ponderá salário igual, sem distinção de sexo. nhum interesse de classe ou particular prevaleça
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

sobre o interesse público.


Art. 6o  Não se distingue entre o trabalho reali- § 1o  O direito comum será fonte subsidiária
zado no estabelecimento do empregador, o exe- do direito do trabalho.
cutado no domicílio do empregado e o realizado § 2o  Súmulas e outros enunciados de juris-
a distância, desde que estejam caracterizados os prudência editados pelo Tribunal Superior do
pressupostos da relação de emprego. Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Traba-
Parágrafo único.  Os meios telemáticos e in- lho não poderão restringir direitos legalmente
formatizados de comando, controle e supervisão previstos nem criar obrigações que não estejam
se equiparam, para fins de subordinação jurí- previstas em lei.
dica, aos meios pessoais e diretos de comando, § 3o  No exame de convenção coletiva ou
controle e supervisão do trabalho alheio. acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Tra-
balho analisará exclusivamente a conformida-
Art. 7o  Os preceitos constantes da presente de dos elementos essenciais do negócio jurí-
Consolidação, salvo quando for, em cada caso, dico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei
expressamente determinado em contrário, não no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
se aplicam: Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da
a)  aos empregados domésticos, assim con- intervenção mínima na autonomia da vontade
20 siderados, de um modo geral, os que prestam coletiva.
Art. 9o  Serão nulos de pleno direito os atos § 1o  A fluência do prazo prescricional in-
praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir tercorrente inicia-se quando o exequente deixa
ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos de cumprir determinação judicial no curso da
na presente Consolidação. execução.
§ 2o  A declaração da prescrição intercorrente
Art. 10.  Qualquer alteração na estrutura jurídi- pode ser requerida ou declarada de ofício em
ca da empresa não afetará os direitos adquiridos qualquer grau de jurisdição.
por seus empregados.
Art. 12.  Os preceitos concernentes ao regime
Art. 10-A.  O sócio retirante responde subsi- de seguro social são objeto de lei especial.
diariamente pelas obrigações trabalhistas da
sociedade relativas ao período em que figurou
como sócio, somente em ações ajuizadas até TÍTULO II – Das Normas Gerais de Tutela
dois anos depois de averbada a modificação do Trabalho
do contrato, observada a seguinte ordem de CAPÍTULO I –Da Identificação Profissional
preferência: SEÇÃO I – Da Carteira de Trabalho e
I – a empresa devedora; Previdência Social
II – os sócios atuais; e
III – os sócios retirantes. Art. 13.  A Carteira de Trabalho e Previdência
Parágrafo único.  O sócio retirante respon- Social é obrigatória para o exercício de qualquer
derá solidariamente com os demais quando emprego, inclusive de natureza rural, ainda que
ficar comprovada fraude na alteração societária em caráter temporário, e para o exercício por
decorrente da modificação do contrato. conta própria de atividade profissional remu-
nerada.
Art. 11.  A pretensão quanto a créditos resultan- § 1o  O disposto neste artigo aplica-se, igual-
tes das relações de trabalho prescreve em cinco mente, a quem:
anos para os trabalhadores urbanos e rurais, I – proprietário rural ou não, trabalhe indivi-
até o limite de dois anos após a extinção do dualmente ou em regime de economia familiar,
contrato de trabalho. assim entendido o trabalho dos membros da
I – (Revogado); mesma família, indispensável à própria sub-
II – (Revogado). sistência, e exercido em condições de mútua
§ 1o  O disposto neste artigo não se aplica às dependência e colaboração;
ações que tenham por objeto anotações para fins II – em regime de economia familiar e sem
de prova junto à Previdência Social. empregado, explore área não excedente do mó-
§ 2o  Tratando-se de pretensão que envolva dulo rural ou de outro limite que venha a ser
pedido de prestações sucessivas decorrente de fixado, para cada região, pelo Ministério do
alteração ou descumprimento do pactuado, a Trabalho e Previdência Social.
prescrição é total, exceto quando o direito à § 2o  A Carteira de Trabalho e Previdência
parcela esteja também assegurado por preceito Social (CTPS) obedecerá aos modelos que o
Consolidação das Leis do Trabalho

de lei. Ministério da Economia adotar.


§ 3o  A interrupção da prescrição somente § 3o (Revogado)
ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação tra- § 4o (Revogado)
balhista, mesmo que em juízo incompetente,
ainda que venha a ser extinta sem resolução do
mérito, produzindo efeitos apenas em relação SEÇÃO II – Da Emissão da Carteira
aos pedidos idênticos.
Art. 14.  A CTPS será emitida pelo Ministé-
Art. 11-A.  Ocorre a prescrição intercorrente rio da Economia preferencialmente em meio
no processo do trabalho no prazo de dois anos. eletrônico.
21
Parágrafo único.  Excepcionalmente, a CTPS que seja sua forma de pagamento, seja ele em
poderá ser emitida em meio físico, desde que: dinheiro ou em utilidades, bem como a esti-
I – nas unidades descentralizadas do Minis- mativa da gorjeta.
tério da Economia que forem habilitadas para § 2o  As anotações na Carteira de Trabalho
a emissão; e Previdência Social serão feitas:
II – mediante convênio, por órgãos federais, a)  na data-base;
estaduais e municipais da administração direta b)  a qualquer tempo, por solicitação do tra-
ou indireta; balhador;
III – mediante convênio com serviços nota- c)  no caso de rescisão contratual; ou
riais e de registro, sem custos para a adminis- d)  necessidade de comprovação perante a
tração, garantidas as condições de segurança Previdência Social.
das informações. § 3o  A falta de cumprimento pelo empre-
gador do disposto neste artigo acarretará a
Art. 15.  Os procedimentos para emissão da lavratura do auto de infração, pelo Fiscal do
CTPS ao interessado serão estabelecidos pelo Trabalho, que deverá, de ofício, comunicar a
Ministério da Economia em regulamento pró- falta de anotação ao órgão competente, para o
prio, privilegiada a emissão em formato ele- fim de instaurar o processo de anotação.
trônico. § 4o  É vedado ao empregador efetuar anota-
ções desabonadoras à conduta do empregado em
Art. 16.  A CTPS terá como identificação única sua Carteira de Trabalho e Previdência Social.
do empregado o número de inscrição no Ca- § 5o  O descumprimento do disposto no
dastro de Pessoas Físicas (CPF). § 4o deste artigo submeterá o empregador ao
I – (Revogado); pagamento de multa prevista no art. 52 deste
II – (Revogado); Capítulo.
III – (Revogado); § 6o  A comunicação pelo trabalhador do
IV – (Revogado). número de inscrição no CPF ao empregador
Parágrafo único. (Revogado): equivale à apresentação da CTPS em meio di-
a) (Revogada); gital, dispensado o empregador da emissão de
b) (Revogada). recibo.
§ 7o  Os registros eletrônicos gerados pelo
Arts.  17 a 24. (Revogados) empregador nos sistemas informatizados da
CTPS em meio digital equivalem às anotações
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

a que se refere esta Lei.


SEÇÃO III – Da Entrega das Carteiras de § 8o  O trabalhador deverá ter acesso às
Trabalho e Previdência Social informações da sua CTPS no prazo de até 48
(quarenta e oito) horas a partir de sua anotação.
Arts.  25 a 28. (Revogados)
Arts.  30 a 35. (Revogados)

SEÇÃO IV – Das Anotações


SEÇÃO V – Das Reclamações por Falta ou
Art. 29.  O empregador terá o prazo de 5 (cinco) Recusa de Anotação
dias úteis para anotar na CTPS, em relação aos
trabalhadores que admitir, a data de admis- Art. 36.  Recusando-se a empresa a fazer as
são, a remuneração e as condições especiais, se anotações a que se refere o art. 29 ou a devol-
houver, facultada a adoção de sistema manual, ver a Carteira de Trabalho e Previdência Social
mecânico ou eletrônico, conforme instruções a recebida, poderá o empregado comparecer, pes-
serem expedidas pelo Ministério da Economia. soalmente ou por intermédio de seu sindicato,
§ 1o  As anotações concernentes à remu- perante a Delegacia Regional ou órgão autori-
22 neração devem especificar o salário, qualquer zado, para apresentar reclamação.
Art. 37.  No caso do art. 36, lavrado o termo na Carteira de Trabalho e Previdência Social,
de reclamação, determinar-se-á a realização de devendo o Juiz, nesta hipótese, mandar proceder,
diligência para instrução do feito, observado, desde logo, àquelas sobre as quais não houver
se for o caso, o disposto no § 2o do art. 29, no- controvérsia.
tificando-se posteriormente o reclamado por
carta registrada, caso persista a recusa, para que,
em dia e hora previamente designados, venha SEÇÃO VI – Do Valor das Anotações
prestar esclarecimentos ou efetuar as devidas
anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Art. 40.  A CTPS regularmente emitida e ano-
Social ou sua entrega. tada servirá de prova:
Parágrafo único.  Não comparecendo o re- I – nos casos de dissídio na Justiça do Traba-
clamado, lavrar-se-á termo de ausência, sendo lho entre a empresa e o empregado por motivo
considerado revel e confesso sobre os termos de salário, férias ou tempo de serviço;
da reclamação feita, devendo as anotações ser II – (Revogado);
efetuadas por despacho da autoridade que tenha III – para cálculo de indenização por acidente
processado a reclamação. do trabalho ou moléstia profissional.

Art. 38.  Comparecendo o empregador e re-


cusando-se a fazer as anotações reclamadas, SEÇÃO VII – Dos Livros de Registro de
será lavrado um termo de comparecimento, Empregados
que deverá conter, entre outras indicações, o
lugar, o dia e hora de sua lavratura, o nome e a Art. 41.  Em todas as atividades será obrigatório
residência do empregador, assegurando-se-lhe para o empregador o registro dos respectivos
o prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a contar trabalhadores, podendo ser adotados livros, fi-
do termo, para apresentar defesa. chas ou sistema eletrônico, conforme instruções
Parágrafo único.  Findo o prazo para a defesa, a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho.
subirá o processo à autoridade administrativa Parágrafo único.  Além da qualificação civil
de primeira instância, para se ordenarem dili- ou profissional de cada trabalhador, deverão ser
gências, que completem a instrução do feito, anotados todos os dados relativos à sua admissão
ou para julgamento, se o caso estiver suficien- no emprego, duração e efetividade do trabalho,
temente esclarecido. a férias, acidentes e demais circunstâncias que
interessem à proteção do trabalhador.
Art. 39.  Verificando-se que as alegações feitas
pelo reclamado versam sobre a não existência Arts.  42 a 46. (Revogados)
de relação de emprego ou sendo impossível
verificar essa condição pelos meios adminis- Art. 47.  O empregador que mantiver empre-
trativos, será o processo encaminhado à Justiça gado não registrado nos termos do art. 41 desta
do Trabalho, ficando, nesse caso, sobrestado Consolidação ficará sujeito a multa no valor de
o julgamento do auto de infração que houver R$ 3.000,00 (três mil reais) por empregado não
Consolidação das Leis do Trabalho

sido lavrado. registrado, acrescido de igual valor em cada


§ 1o  Se não houver acordo, a Junta de Conci- reincidência.
liação e Julgamento, em sua sentença, ordenará § 1o  Especificamente quanto à infração a
que a Secretaria efetue as devidas anotações uma que se refere o caput deste artigo, o valor final
vez transitada em julgado, e faça a comunicação da multa aplicada será de R$ 800,00 (oitocentos
à autoridade competente para o fim de aplicar reais) por empregado não registrado, quando
a multa cabível. se tratar de microempresa ou empresa de pe-
§ 2o  Igual procedimento observar-se-á no queno porte.
caso de processo trabalhista de qualquer natu- § 2o  A infração de que trata o caput deste ar-
reza, quando for verificada a falta de anotações tigo constitui exceção ao critério da dupla visita.
23
Art. 47-A.  Na hipótese de não serem informa- Art. 52.  O extravio ou inutilização da Carteira
dos os dados a que se refere o parágrafo único de Trabalho e Previdência Social por culpa da
do art. 41 desta Consolidação, o empregador empresa sujeitará esta a multa de valor igual à
ficará sujeito à multa de R$ 600,00 (seiscentos metade do salário mínimo regional.
reais) por empregado prejudicado.
Art. 53. (Revogado)
Art. 48.  As multas previstas nesta Seção serão
aplicadas pela autoridade de primeira instância Art. 54. (Revogado)
no Distrito Federal, e pelas autoridades regionais
do Ministério do Trabalho, Indústria e Comér- Art. 55.  Incorrerá na multa de valor igual a 1
cio, nos Estados e no Território do Acre. (um) salário mínimo regional a empresa que
infringir o art. 13 e seus parágrafos.

SEÇÃO VIII – Das Penalidades Art. 56. (Revogado)

Art. 49.  Para os efeitos da emissão, substituição


ou anotação de Carteiras de Trabalho e Previ- CAPÍTULO II – Da Duração do Trabalho
dência Social, considerar-se-á crime de falsi- SEÇÃO I – Disposição Preliminar
dade, com as penalidades previstas no art. 299
do Código Penal: Art. 57.  Os preceitos deste Capítulo aplicam-se
I – fazer, no todo ou em parte, qualquer do- a todas as atividades, salvo as expressamente
cumento falso ou alterar o verdadeiro; excluídas, constituindo exceções as disposições
II – afirmar falsamente a sua própria iden- especiais, concernentes estritamente a peculia-
tidade, filiação, lugar de nascimento, residên- ridades profissionais constantes do Capítulo I
cia, profissão ou estado civil e beneficiários, ou do Título III.
atestar os de outra pessoa;
III – servir-se de documentos, por qualquer
forma falsificados; SEÇÃO II – Da Jornada de Trabalho
IV – falsificar, fabricando ou alterando, ou
vender, usar ou possuir Carteiras de Trabalho Art. 58.  A duração normal do trabalho, para os
e Previdência Social assim alteradas; empregados em qualquer atividade privada, não
V – anotar dolosamente em Carteira de excederá de oito horas diárias, desde que não
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Trabalho e Previdência Social ou registro de seja fixado expressamente outro limite.


empregado, ou confessar ou declarar em juízo § 1o  Não serão descontadas nem computadas
ou fora dele, data de admissão em emprego como jornada extraordinária as variações de
diversa da verdadeira. horário no registro de ponto não excedentes
de cinco minutos, observado o limite máximo
Art. 50.  Comprovando-se falsidade, quer nas de dez minutos diários.
declarações para emissão de Carteira de Traba- § 2o  O tempo despendido pelo empregado
lho e Previdência Social, quer nas respectivas desde a sua residência até a efetiva ocupação
anotações, o fato será levado ao conhecimento do posto de trabalho e para o seu retorno, ca-
da autoridade que houver emitido a carteira, minhando ou por qualquer meio de transporte,
para fins de direito. inclusive o fornecido pelo empregador, não será
computado na jornada de trabalho, por não ser
Art. 51.  Incorrerá em multa de valor igual a tempo à disposição do empregador.
3 (três) vezes o salário mínimo regional aquele § 3o (Revogado)
que, comerciante ou não, vender ou expuser à
venda qualquer tipo de carteira igual ou seme- Art. 58-A.  Considera-se trabalho em regime de
lhante ao tipo oficialmente adotado. tempo parcial aquele cuja duração não exceda
24 a trinta horas semanais, sem a possibilidade de
horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele exceda, no período máximo de um ano, à soma
cuja duração não exceda a vinte e seis horas das jornadas semanais de trabalho previstas,
semanais, com a possibilidade de acréscimo de nem seja ultrapassado o limite máximo de dez
até seis horas suplementares semanais. horas diárias.
§ 1o  O salário a ser pago aos empregados sob § 3o  Na hipótese de rescisão do contrato de
o regime de tempo parcial será proporcional à trabalho sem que tenha havido a compensação
sua jornada, em relação aos empregados que integral da jornada extraordinária, na forma dos
cumprem, nas mesmas funções, tempo integral. §§ 2o e 5o deste artigo, o trabalhador terá direito
§ 2o  Para os atuais empregados, a adoção ao pagamento das horas extras não compensa-
do regime de tempo parcial será feita median- das, calculadas sobre o valor da remuneração
te opção manifestada perante a empresa, na na data da rescisão.
forma prevista em instrumento decorrente de § 4o (Revogado)
negociação coletiva. § 5o  O banco de horas de que trata o § 2o
§ 3o  As horas suplementares à duração do deste artigo poderá ser pactuado por acordo
trabalho semanal normal serão pagas com o individual escrito, desde que a compensação
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre ocorra no período máximo de seis meses.
o salário-hora normal. § 6o  É lícito o regime de compensação de jor-
§ 4o  Na hipótese de o contrato de trabalho nada estabelecido por acordo individual, tácito
em regime de tempo parcial ser estabelecido ou escrito, para a compensação no mesmo mês.
em número inferior a vinte e seis horas sema-
nais, as horas suplementares a este quantitativo Art. 59-A.  Em exceção ao disposto no art. 59
serão consideradas horas extras para fins do desta Consolidação, é facultado às partes, me-
pagamento estipulado no § 3o, estando também diante acordo individual escrito, convenção co-
limitadas a seis horas suplementares semanais. letiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer
§ 5o  As horas suplementares da jornada de horário de trabalho de doze horas seguidas por
trabalho normal poderão ser compensadas dire- trinta e seis horas ininterruptas de descanso,
tamente até a semana imediatamente posterior à observados ou indenizados os intervalos para
da sua execução, devendo ser feita a sua quitação repouso e alimentação.
na folha de pagamento do mês subsequente, Parágrafo único.  A remuneração mensal
caso não sejam compensadas. pactuada pelo horário previsto no caput deste
§ 6o  É facultado ao empregado contratado artigo abrange os pagamentos devidos pelo des-
sob regime de tempo parcial converter um ter- canso semanal remunerado e pelo descanso em
ço do período de férias a que tiver direito em feriados, e serão considerados compensados os
abono pecuniário. feriados e as prorrogações de trabalho noturno,
§ 7o  As férias do regime de tempo parcial quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5o
são regidas pelo disposto no art. 130 desta Con- do art. 73 desta Consolidação.
solidação.
Art. 59-B.  O não atendimento das exigências
Art. 59.  A duração diária do trabalho poderá legais para compensação de jornada, inclusive
Consolidação das Leis do Trabalho

ser acrescida de horas extras, em número não quando estabelecida mediante acordo tácito,
excedente de duas, por acordo individual, con- não implica a repetição do pagamento das ho-
venção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. ras excedentes à jornada normal diária se não
§ 1o  A remuneração da hora extra será, pelo ultrapassada a duração máxima semanal, sendo
menos, 50% (cinquenta por cento) superior à devido apenas o respectivo adicional.
da hora normal. Parágrafo único.  A prestação de horas ex-
§ 2o  Poderá ser dispensado o acréscimo de tras habituais não descaracteriza o acordo de
salário se, por força de acordo ou convenção compensação de jornada e o banco de horas.
coletiva de trabalho, o excesso de horas em
um dia for compensado pela correspondente Art. 60.  Nas atividades insalubres, assim consi-
diminuição em outro dia, de maneira que não deradas as constantes dos quadros mencionados 25
no capítulo “Da Segurança e da Medicina do I – os empregados que exercem atividade
Trabalho”, ou que neles venham a ser incluídas externa incompatível com a fixação de horário
por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e de trabalho, devendo tal condição ser anotada
Comércio, quaisquer prorrogações só poderão na Carteira de Trabalho e Previdência Social e
ser acordadas mediante licença prévia das auto- no registro de empregados;
ridades competentes em matéria de higiene do II – os gerentes, assim considerados os exer-
trabalho, as quais, para esse efeito, procederão centes de cargos de gestão, aos quais se equi-
aos necessários exames locais e à verificação param, para efeito do disposto neste artigo, os
dos métodos e processos de trabalho, quer di- diretores e chefes de departamento ou filial;
retamente, quer por intermédio de autoridades III – os empregados em regime de teletra-
sanitárias federais, estaduais e municipais, com balho.
quem entrarão em entendimento para tal fim. Parágrafo único.  O regime previsto neste
Parágrafo único.  Excetuam-se da exigência capítulo será aplicável aos empregados men-
de licença prévia as jornadas de doze horas de cionados no inciso II deste artigo, quando o
trabalho por trinta e seis horas ininterruptas salário do cargo de confiança, compreendendo
de descanso. a gratificação de função, se houver, for inferior
ao valor do respectivo salário efetivo acrescido
Art. 61.  Ocorrendo necessidade imperiosa, de 40% (quarenta por cento).
poderá a duração do trabalho exceder do limite
legal ou convencionado, seja para fazer face Art. 63.  Não haverá distinção entre emprega-
a motivo de força maior, seja para atender à dos e interessados, e a participação em lucros e
realização ou conclusão de serviços inadiáveis comissões, salvo em lucros de caráter social, não
ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo exclui o participante do regime deste Capítulo.
manifesto.
§ 1o  O excesso, nos casos deste artigo, pode Art. 64.  O salário-hora normal, no caso de
ser exigido independentemente de convenção empregado mensalista, será obtido dividindo-se
coletiva ou acordo coletivo de trabalho. o salário mensal correspondente à duração do
§ 2o  Nos casos de excesso de horário por trabalho, a que se refere o art. 58, por 30 (trinta)
motivo de força maior, a remuneração da hora vezes o número de horas dessa duração.
excedente não será inferior à da hora normal. Parágrafo único.  Sendo o número de dias
Nos demais casos de excesso previstos neste inferior a 30 (trinta), adotar-se-á para o cálculo,
artigo, a remuneração será, pelo menos, 25% em lugar desse número, o de dias de trabalho
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

(vinte e cinco por cento) superior à da hora por mês.


normal, e o trabalho não poderá exceder de doze
horas, desde que a lei não fixe expressamente Art. 65.  No caso do empregado diarista, o
outro limite. salário-hora normal será obtido dividindo-se
§ 3o  Sempre que ocorrer interrupção do o salário diário correspondente à duração do
trabalho, resultante de causas acidentais, ou trabalho, estabelecido no art. 58, pelo número
de força maior, que determinem a impossibili- de horas de efetivo trabalho.
dade de sua realização, a duração do trabalho
poderá ser prorrogada pelo tempo necessário
até o máximo de duas horas, durante o número SEÇÃO III – Dos Períodos de Descanso
de dias indispensáveis à recuperação do tempo
perdido, desde que não exceda de dez horas Art. 66.  Entre duas jornadas de trabalho haverá
diárias, em período não superior a quarenta e um período mínimo de onze horas consecutivas
cinco dias por ano, sujeita essa recuperação à para descanso.
prévia autorização da autoridade competente.
Art. 67.  Será assegurado a todo empregado
Art. 62.  Não são abrangidos pelo regime pre- um descanso semanal de vinte e quatro horas
26 visto neste capítulo: consecutivas, o qual, salvo motivo de conve-
niência pública ou necessidade imperiosa do § 3o  O limite mínimo de uma hora para re-
serviço, deverá coincidir com o domingo, no pouso ou refeição poderá ser reduzido por ato
todo ou em parte. do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio,
Parágrafo único.  Nos serviços que exijam quando, ouvido o Serviço de Alimentação de
trabalho aos domingos, com exceção quanto Previdência Social, se verificar que o estabe-
aos elencos teatrais, será estabelecida escala de lecimento atende integralmente às exigências
revezamento, mensalmente organizada e cons- concernentes à organização dos refeitórios, e
tando de quadro sujeito à fiscalização. quando os respectivos empregados não estive-
rem sob regime de trabalho prorrogado a horas
Art. 68.  O trabalho em domingo, seja total suplementares.
ou parcial, na forma do art. 67, será sempre § 4o  A não concessão ou a concessão parcial
subordinado à permissão prévia da autoridade do intervalo intrajornada mínimo, para repouso
competente em matéria de trabalho. e alimentação, a empregados urbanos e rurais,
Parágrafo único.  A permissão será conce- implica o pagamento, de natureza indenizatória,
dida a título permanente nas atividades que, apenas do período suprimido, com acréscimo
por sua natureza ou pela conveniência pública, de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da
devem ser exercidas aos domingos, cabendo ao remuneração da hora normal de trabalho.
Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio § 5o  O intervalo expresso no caput poderá
expedir instruções em que sejam especificadas ser reduzido e/ou fracionado, e aquele estabe-
tais atividades. Nos demais casos, ela será dada lecido no § 1o poderá ser fracionado, quando
sob forma transitória, com discriminação do compreendidos entre o término da primeira
período autorizado, o qual, de cada vez, não hora trabalhada e o início da última hora tra-
excederá de sessenta dias. balhada, desde que previsto em convenção ou
acordo coletivo de trabalho, ante a natureza do
Art. 69.  Na regulamentação do funcionamento serviço e em virtude das condições especiais de
de atividades sujeitas ao regime deste Capítu- trabalho a que são submetidos estritamente os
lo, os municípios atenderão aos preceitos nele motoristas, cobradores, fiscalização de campo
estabelecidos, e as regras que venham a fixar e afins nos serviços de operação de veículos
não poderão contrariar tais preceitos nem as rodoviários, empregados no setor de transporte
instruções que, para seu cumprimento, forem coletivo de passageiros, mantida a remuneração
expedidas pelas autoridades competentes em e concedidos intervalos para descanso menores
matéria de trabalho. ao final de cada viagem.

Art. 70.  Salvo o disposto nos artigos 68 e 69, Art. 72.  Nos serviços permanentes de meca-
é vedado o trabalho em dias feriados nacionais nografia (datilografia, escrituração ou cálculo),
e feriados religiosos, nos termos da legislação a cada período de noventa minutos de trabalho
própria. consecutivo corresponderá um repouso de dez
minutos não deduzidos da duração normal de
Art. 71.  Em qualquer trabalho contínuo, cuja trabalho.
Consolidação das Leis do Trabalho

duração exceda de seis horas, é obrigatória a


concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de uma SEÇÃO IV – Do Trabalho Noturno
hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo
em contrário, não poderá exceder de duas horas. Art. 73.  Salvo nos casos de revezamento se-
§ 1o  Não excedendo de seis horas o trabalho, manal ou quinzenal, o trabalho noturno terá
será, entretanto, obrigatório um intervalo de remuneração superior à do diurno e, para esse
quinze minutos quando a duração ultrapassar efeito, sua remuneração terá um acréscimo de
quatro horas. 20% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora
§ 2o  Os intervalos de descanso não serão diurna.
computados na duração do trabalho. 27
§ 1o  A hora do trabalho noturno será com- SEÇÃO VI – Das Penalidades
putada como de 52 (cinquenta e dois) minutos
e 30 (trinta) segundos. Art. 75.  Os infratores dos dispositivos do pre-
§ 2o  Considera-se noturno, para os efeitos sente Capítulo incorrerão na multa de cinquenta
deste artigo, o trabalho executado entre as 22 a cinco mil cruzeiros, segundo a natureza da
(vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) infração, sua extensão e a intenção de quem a
horas do dia seguinte. praticou, aplicada em dobro no caso de reinci-
§ 3o  O acréscimo, a que se refere o presente dência, e oposição à fiscalização ou desacato à
artigo, em se tratando de empresas que não man- autoridade.
têm, pela natureza de suas atividades, trabalho Parágrafo único.  São competentes para im-
noturno habitual, será feito, tendo em vista os por penalidades, no Distrito Federal, a autori-
quantitativos pagos por trabalhos diurnos de dade de 1a instância do Departamento Nacional
natureza semelhante. Em relação às empresas do Trabalho e, nos Estados e no Território do
cujo trabalho noturno decorra da natureza de Acre, as autoridades regionais do Ministério do
suas atividades, o aumento será calculado sobre Trabalho, Indústria e Comércio.
o salário mínimo geral vigente na região, não
sendo devido quando exceder desse limite, já
acrescido da percentagem. CAPÍTULO II-A – Do Teletrabalho
§ 4o  Nos horários mistos, assim entendidos
os que abrangem períodos diurnos e noturnos, Art. 75-A.  A prestação de serviços pelo em-
aplica-se às horas de trabalho noturno o disposto pregado em regime de teletrabalho observará
neste artigo e seus parágrafos. o disposto neste Capítulo.
§ 5o  Às prorrogações do trabalho noturno
aplica-se o disposto neste Capítulo. Art. 75-B.  Considera-se teletrabalho a presta-
ção de serviços preponderantemente fora das
dependências do empregador, com a utilização
SEÇÃO V – Do Quadro de Horário de tecnologias de informação e de comunicação
que, por sua natureza, não se constituam como
Art. 74.  O horário de trabalho será anotado trabalho externo.
em registro de empregados. Parágrafo único.  O comparecimento às de-
§ 1o (Revogado) pendências do empregador para a realização de
§ 2o  Para os estabelecimentos com mais de atividades específicas que exijam a presença do
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

20 (vinte) trabalhadores será obrigatória a ano- empregado no estabelecimento não descarac-


tação da hora de entrada e de saída, em regis- teriza o regime de teletrabalho.
tro manual, mecânico ou eletrônico, conforme
instruções expedidas pela Secretaria Especial Art. 75-C.  A prestação de serviços na moda-
de Previdência e Trabalho do Ministério da lidade de teletrabalho deverá constar expressa-
Economia, permitida a pré-assinalação do pe- mente do contrato individual de trabalho, que
ríodo de repouso. especificará as atividades que serão realizadas
§ 3o  Se o trabalho for executado fora do esta- pelo empregado.
belecimento, o horário dos empregados constará § 1o  Poderá ser realizada a alteração entre
do registro manual, mecânico ou eletrônico em regime presencial e de teletrabalho desde que
seu poder, sem prejuízo do que dispõe o caput haja mútuo acordo entre as partes, registrado
deste artigo. em aditivo contratual.
§ 4o  Fica permitida a utilização de registro de § 2o  Poderá ser realizada a alteração do
ponto por exceção à jornada regular de trabalho, regime de teletrabalho para o presencial por
mediante acordo individual escrito, convenção determinação do empregador, garantido pra-
coletiva ou acordo coletivo de trabalho. zo de transição mínimo de quinze dias, com
correspondente registro em aditivo contratual.
28
Art. 75-D.  As disposições relativas à respon- Art. 79. (Revogado)
sabilidade pela aquisição, manutenção ou for-
necimento dos equipamentos tecnológicos e da Art. 80. (Revogado)
infraestrutura necessária e adequada à prestação
do trabalho remoto, bem como ao reembolso Art. 81.  O salário mínimo será determinado
de despesas arcadas pelo empregado, serão pre- pela fórmula Sm = a + b + c + d + e, em que a,
vistas em contrato escrito. b, c, d, e e representam, respectivamente, o valor
Parágrafo único.  As utilidades mencionadas das despesas diárias com alimentação, habitação,
no caput deste artigo não integram a remune- vestuário, higiene e transporte necessários à vida
ração do empregado. de um trabalhador adulto.
§ 1o  A parcela correspondente à alimentação
Art. 75-E.  O empregador deverá instruir os terá um valor mínimo igual aos valores da lista
empregados, de maneira expressa e ostensiva, de provisões, constantes dos quadros devida-
quanto às precauções a tomar a fim de evitar mente aprovados e necessários à alimentação
doenças e acidentes de trabalho. diária do trabalhador adulto.
Parágrafo único.  O empregado deverá assinar § 2o  Poderão ser substituídos pelos equi-
termo de responsabilidade comprometendo-se a valentes de cada grupo, também mencionados
seguir as instruções fornecidas pelo empregador. nos quadros a que alude o parágrafo anterior,
os alimentos, quando as condições da região,
zona ou subzona o aconselharem, respeitados
CAPÍTULO III – Do Salário Mínimo os valores nutritivos determinados nos mesmos
SEÇÃO I – Do Conceito quadros.
§ 3o  O Ministério do Trabalho, Indústria e
Art. 76.  Salário mínimo é a contraprestação Comércio fará, periodicamente, a revisão dos
mínima devida e paga diretamente pelo em- quadros a que se refere o § 1o deste artigo.
pregador a todo trabalhador, inclusive ao tra-
balhador rural, sem distinção de sexo, por dia Art. 82.  Quando o empregador fornecer, in
normal de serviço, e capaz de satisfazer, em natura, uma ou mais das parcelas do salário
determinada época e região do País, as suas mínimo, o salário em dinheiro será determinado
necessidades normais de alimentação, habitação, pela fórmula Sd = Sm − P, em que Sd representa
vestuário, higiene e transporte. o salário em dinheiro, Sm o salário mínimo e P
a soma dos valores daquelas parcelas na região,
Art. 77. (Revogado) zona ou subzona.
Parágrafo único.  O salário mínimo pago em
Art. 78.  Quando o salário for ajustado por em- dinheiro não será inferior a 30% (trinta por
preitada, ou convencionado por tarefa ou peça, cento) do salário mínimo fixado para a região,
será garantida ao trabalhador uma remuneração zona ou subzona.
diária nunca inferior à do salário mínimo por
dia normal da região, zona ou subzona.1 Art. 83.  É devido o salário mínimo ao traba-
Consolidação das Leis do Trabalho

Parágrafo único.  Quando o salário mínimo lhador em domicílio, considerado este como o
mensal do empregado a comissão ou que tenha executado na habitação do empregado ou em
direito a percentagem for integrado por parte oficina de família, por conta de empregador
fixa e parte variável, ser-lhe-á sempre garantido que o remunere.
o salário mínimo, vedado qualquer desconto
em mês subsequente a título de compensação.
SEÇÃO II – Das Regiões, Zonas e Subzonas

1
  Nota do Editor (NE): a Constituição Federal es- Arts.  84 a 86. (Revogados)
tabelece, em seu art. 7o, IV, que o salário mínimo é
nacionalmente unificado. 29
SEÇÃO III – Da Constituição das Comissões Art. 126.  O Ministro do Trabalho, Indústria
e Comércio expedirá as instruções necessárias
Arts.  87 a 100. (Revogados) à fiscalização do salário mínimo, podendo co-
meter essa fiscalização a qualquer dos órgãos
componentes do respectivo Ministério, e, bem
SEÇÃO IV – Das Atribuições das Comissões assim, aos fiscais dos Institutos de Aposentado-
de Salário Mínimo ria e Pensões na forma da legislação em vigor.

Arts.  101 a 111. (Revogados) Art. 127. (Revogado)

Art. 128. (Revogado)
SEÇÃO V – Da Fixação do Salário Mínimo

Arts.  112 a 116. (Revogados) CAPÍTULO IV – Das Férias Anuais


SEÇÃO I – Do Direito a Férias e da Sua
Duração
SEÇÃO VI – Disposições Gerais
Art. 129.  Todo empregado terá direito anual-
Art. 117.  Será nulo de pleno direito, sujeitando mente ao gozo de um período de férias, sem
o empregador às sanções do art. 120, qualquer prejuízo da remuneração.
contrato ou convenção que estipule remune-
ração inferior ao salário mínimo estabelecido Art. 130.  Após cada período de 12 (doze) me-
na região, zona ou subzona, em que tiver de ses de vigência do contrato de trabalho, o empre-
ser cumprido. gado terá direito a férias, na seguinte proporção:
I – 30 (trinta) dias corridos, quando não hou-
Art. 118.  O trabalhador a quem for pago salá- ver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes;
rio inferior ao mínimo terá direito, não obstante II – 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando
qualquer contrato, ou convenção em contrário, a houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;
reclamar do empregador o complemento de seu III – 18 (dezoito) dias corridos, quando hou-
salário mínimo estabelecido na região, zona ou ver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas;
subzona, em que tiver de ser cumprido. IV – 12 (doze) dias corridos, quando houver
tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas)
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Art. 119.  Prescreve em dois anos a ação para faltas.


reaver a diferença, contados, para cada paga- § 1o  É vedado descontar, do período de fé-
mento, da data em que o mesmo tenha sido rias, as faltas do empregado ao serviço.
efetuado. § 2o  O período das férias será computado,
para todos os efeitos, como tempo de serviço.
Art. 120.  Aquele que infringir qualquer dis-
positivo concernente ao salário mínimo será Art. 130-A. (Revogado)
passível de multa de cinquenta a dois mil cru-
zeiros, elevada ao dobro na reincidência. Art. 131.  Não será considerada falta ao serviço,
para os efeitos do artigo anterior, a ausência do
Arts.  121 a 123. (Revogados) empregado:
I – nos casos referidos no art. 473;
Art. 124.  A aplicação dos preceitos deste Ca- II – durante o licenciamento compulsório
pítulo não poderá, em caso algum, ser causa da empregada por motivo de maternidade ou
determinante da redução do salário. aborto, observados os requisitos para percepção
do salário-maternidade custeado pela Previ-
Art. 125. (Revogado) dência Social;
30
III – por motivo de acidente do trabalho ou categoria profissional, bem como afixará aviso
enfermidade atestada pelo Instituto Nacional nos respectivos locais de trabalho.
do Seguro Social – INSS, excetuada a hipótese § 4o (Vetado)
do inciso IV do art. 133;
IV – justificada pela empresa, entendendo-se
como tal a que não tiver determinado o desconto SEÇÃO II – Da Concessão e da Época das
do correspondente salário; Férias
V – durante a suspensão preventiva para
responder a inquérito administrativo ou de Art. 134.  As férias serão concedidas por ato do
prisão preventiva, quando for impronunciado empregador, em um só período, nos 12 (doze)
ou absolvido; e meses subsequentes à data em que o empregado
VI – nos dias em que não tenha havido ser- tiver adquirido o direito.
viço, salvo na hipótese do inciso III do art. 133. § 1o  Desde que haja concordância do em-
pregado, as férias poderão ser usufruídas em
Art. 132.  O tempo de trabalho anterior à apre- até três períodos, sendo que um deles não po-
sentação do empregado para serviço militar derá ser inferior a quatorze dias corridos e os
obrigatório será computado no período aquisiti- demais não poderão ser inferiores a cinco dias
vo, desde que ele compareça ao estabelecimento corridos, cada um.
dentro de 90 (noventa) dias da data em que se § 2o (Revogado)
verificar a respectiva baixa. § 3o  É vedado o início das férias no perío-
do de dois dias que antecede feriado ou dia de
Art. 133.  Não terá direito a férias o empregado repouso semanal remunerado.
que, no curso do período aquisitivo:
I – deixar o emprego e não for readmitido Art. 135.  A concessão das férias será partici-
dentro dos 60 (sessenta) dias subsequentes à pada, por escrito, ao empregado, com antece-
sua saída; dência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa
II – permanecer em gozo de licença, com per- participação o interessado dará recibo.
cepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias; § 1o  O empregado não poderá entrar no gozo
III – deixar de trabalhar, com percepção do das férias sem que apresente ao empregador sua
salário, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude Carteira de Trabalho e Previdência Social, para
de paralisação parcial ou total dos serviços da que nela seja anotada a respectiva concessão.
empresa; e § 2o  A concessão das férias será, igualmente,
IV – tiver percebido da Previdência Social anotada no livro ou nas fichas de registro dos
prestações de acidente de trabalho ou de auxí- empregados.
lio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora § 3o  Nos casos em que o empregado possua
descontínuos. a CTPS em meio digital, a anotação será feita
§ 1o  A interrupção da prestação de serviços nos sistemas a que se refere o § 7o do art. 29
deverá ser anotada na Carteira de Trabalho e desta Consolidação, na forma do regulamento,
Previdência Social. dispensadas as anotações de que tratam os §§ 1o
Consolidação das Leis do Trabalho

§ 2o  Iniciar-se-á o decurso de novo período e 2o deste artigo.


aquisitivo quando o empregado, após o imple-
mento de qualquer das condições previstas neste Art. 136.  A época da concessão das férias será
artigo, retornar ao serviço. a que melhor consulte os interesses do empre-
§ 3o  Para os fins previstos no inciso III deste gador.
artigo a empresa comunicará ao órgão local § 1o  Os membros de uma família, que traba-
do Ministério do Trabalho, com antecedência lharem no mesmo estabelecimento ou empresa,
mínima de quinze dias, as datas de início e fim terão direito a gozar férias no mesmo período,
da paralisação total ou parcial dos serviços da se assim o desejarem e se disto não resultar
empresa, e, em igual prazo, comunicará, nos prejuízo para o serviço.
mesmos termos, ao sindicato representativo da 31
§ 2o  O empregado estudante, menor de 18 Art. 140.  Os empregados contratados há me-
(dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas nos de 12 (doze) meses gozarão, na oportuni-
férias com as férias escolares. dade, férias proporcionais, iniciando-se, então,
novo período aquisitivo.
Art. 137.  Sempre que as férias forem con-
cedidas após o prazo de que trata o art. 134, Art. 141. (Revogado)
o empregador pagará em dobro a respectiva
remuneração.
§ 1o  Vencido o mencionado prazo sem que SEÇÃO IV – Da Remuneração e do Abono
o empregador tenha concedido as férias, o em- de Férias
pregado poderá ajuizar reclamação pedindo a
fixação, por sentença, da época de gozo das Art. 142.  O empregado perceberá, durante as
mesmas. férias, a remuneração que lhe for devida na data
§ 2o  A sentença cominará pena diária de 5% da sua concessão.
(cinco por cento) do salário mínimo da região, § 1o  Quando o salário for pago por hora
devida ao empregado até que seja cumprida. com jornadas variáveis, apurar-se-á a média
§ 3o  Cópia da decisão judicial transitada em do período aquisitivo, aplicando-se o valor do
julgado será remetida ao órgão local do Ministé- salário na data da concessão das férias.
rio do Trabalho, para fins de aplicação da multa § 2o  Quando o salário for pago por tarefa
de caráter administrativo. tomar-se-á por base a média da produção no
período aquisitivo do direito a férias, aplican-
Art. 138.  Durante as férias, o empregado não do-se o valor da remuneração da tarefa na data
poderá prestar serviços a outro empregador, da concessão das férias.
salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude § 3o  Quando o salário for pago por percenta-
de contrato de trabalho regularmente mantido gem, comissão ou viagem, apurar-se-á a média
com aquele. percebida pelo empregado nos 12 (doze) meses
que precederem à concessão das férias.
§ 4o  A parte do salário paga em utilidades
SEÇÃO III – Das Férias Coletivas será computada de acordo com a anotação na
Carteira de Trabalho e Previdência Social.
Art. 139.  Poderão ser concedidas férias coleti- § 5o  Os adicionais por trabalho extraordi-
vas a todos os empregados de uma empresa ou nário, noturno, insalubre ou perigoso serão
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

de determinados estabelecimentos ou setores computados no salário que servirá de base ao


da empresa. cálculo da remuneração das férias.
§ 1o  As férias poderão ser gozadas em dois § 6o  Se, no momento das férias, o empregado
períodos anuais, desde que nenhum deles seja não estiver percebendo o mesmo adicional do
inferior a 10 (dez) dias corridos. período aquisitivo, ou quando o valor deste não
§ 2o  Para os fins previstos neste artigo, o em- tiver sido uniforme, será computada a média
pregador comunicará ao órgão local do Minis- duodecimal recebida naquele período, após a
tério do Trabalho, com a antecedência mínima atualização das importâncias pagas, mediante
de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim das incidência dos percentuais dos reajustamentos
férias, precisando quais os estabelecimentos ou salariais supervenientes.
setores abrangidos pela medida.
§ 3o  Em igual prazo o empregador enviará Art. 143.  É facultado ao empregado conver-
cópia da aludida comunicação aos sindicatos ter 1/3 (um terço) do período de férias a que
representativos da respectiva categoria profis- tiver direito em abono pecuniário, no valor da
sional, e providenciará a afixação de aviso nos remuneração que lhe seria devida nos dias cor-
locais de trabalho. respondentes.

32
§ 1o  O abono de férias deverá ser requerido completo de férias, de conformidade com o
até 15 (quinze) dias antes do término do período disposto no artigo anterior.
aquisitivo.
§ 2o  Tratando-se de férias coletivas, a con- Art. 148.  A remuneração das férias, ainda
versão a que se refere este artigo deverá ser ob- quando devida após a cessação do contrato de
jeto de acordo coletivo entre o empregador e o trabalho, terá natureza salarial, para os efeitos
sindicato representativo da respectiva categoria do art. 449.
profissional, independendo de requerimento
individual a concessão do abono.
§ 3o (Revogado) SEÇÃO VI – Do Início da Prescrição

Art. 144.  O abono de férias de que trata o artigo Art. 149.  A prescrição do direito de reclamar
anterior, bem como o concedido em virtude de a concessão das férias ou o pagamento da res-
cláusula do contrato de trabalho, do regulamen- pectiva remuneração é contada do término do
to da empresa, de convenção ou acordo coletivo, prazo mencionado no art. 134 ou, se for o caso,
desde que não excedente de vinte dias do salário, da cessação do contrato de trabalho.
não integrarão a remuneração do empregado
para os efeitos da legislação do trabalho.
SEÇÃO VII – Disposições Especiais
Art. 145.  O pagamento da remuneração das
férias e, se for o caso, o do abono referido no Art. 150.  O tripulante que, por determinação
art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do armador, for transferido para o serviço de
do início do respectivo período. outro, terá computado, para o efeito de gozo de
Parágrafo único.  O empregado dará quitação férias, o tempo de serviço prestado ao primeiro,
do pagamento, com indicação do início e do ficando obrigado a concedê-las o armador em
termo das férias. cujo serviço ele se encontra na época de gozá-las.
§ 1o  As férias poderão ser concedidas, a pe-
dido dos interessados e com aquiescência do
SEÇÃO V – Dos Efeitos da Cessação do armador, parceladamente, nos portos de escala
Contrato de Trabalho de grande estadia do navio, aos tripulantes ali
residentes.
Art. 146.  Na cessação do contrato de trabalho, § 2o  Será considerada grande estadia a per-
qualquer que seja a sua causa, será devida ao manência no porto por prazo excedente de seis
empregado a remuneração simples ou em dobro, dias.
conforme o caso, correspondente ao período de § 3o  Os embarcadiços, para gozarem férias
férias cujo direito tenha adquirido. nas condições deste artigo, deverão pedi-las, por
Parágrafo único.  Na cessação do contrato escrito, ao armador, antes do início da viagem,
de trabalho, após 12 (doze) meses de serviço, o no porto de registro ou armação.
empregado, desde que não haja sido demitido § 4o  O tripulante, ao terminar as férias, apre-
Consolidação das Leis do Trabalho

por justa causa, terá direito à remuneração rela- sentar-se-á ao armador, que deverá designá-lo
tiva ao período incompleto de férias, de acordo para qualquer de suas embarcações ou o adir a
com o art. 130, na proporção de 1/12 (um doze algum dos seus serviços terrestres, respeitadas
avos) por mês de serviço ou fração superior a a condição pessoal e a remuneração.
14 (quatorze) dias. § 5o  Em caso de necessidade, determinada
pelo interesse público, e comprovada pela auto-
Art. 147.  O empregado que for despedido ridade competente, poderá o armador ordenar a
sem justa causa, ou cujo contrato de trabalho suspensão das férias já iniciadas ou a iniciar-se,
se extinguir em prazo predeterminado, antes ressalvado ao tripulante o direito ao respectivo
de completar 12 (doze) meses de serviço, terá gozo posteriormente.
direito à remuneração relativa ao período in- 33
§ 6o  O Delegado do Trabalho Marítimo po- I – estabelecer, nos limites de sua competên-
derá autorizar a acumulação de 2 (dois) períodos cia, normas sobre a aplicação dos preceitos deste
de férias do marítimo, mediante requerimento Capítulo, especialmente os referidos no art. 200;
justificado: II – coordenar, orientar, controlar e super-
I – do sindicato, quando se tratar de sindi- visionar a fiscalização e as demais atividades
calizado; e relacionadas com a segurança e a medicina do
II – da empresa, quando o empregado não trabalho em todo o território nacional, inclu-
for sindicalizado. sive a Campanha Nacional de Prevenção de
Acidentes do Trabalho;
Art. 151.  Enquanto não se criar um tipo espe- III – conhecer, em última instância, dos re-
cial de caderneta profissional para os marítimos, cursos, voluntários ou de ofício, das decisões
as férias serão anotadas pela Capitania do Porto proferidas pelos Delegados Regionais do Tra-
na caderneta-matrícula do tripulante, na página balho, em matéria de segurança e medicina do
das observações. trabalho.

Art. 152.  A remuneração do tripulante, no Art. 156.  Compete especialmente às Delega-


gozo de férias, será acrescida da importância cias Regionais do Trabalho, nos limites de sua
correspondente à etapa que estiver vencendo. jurisdição:
I – promover a fiscalização do cumprimento
das normas de segurança e medicina do tra-
SEÇÃO VIII – Das Penalidades balho;
II – adotar as medidas que se tornem exigí-
Art. 153.  As infrações ao disposto neste Capí- veis, em virtude das disposições deste Capítulo,
tulo serão punidas com multas de valor igual a determinando as obras e reparos que, em qual-
160 BTN por empregado em situação irregular. quer local de trabalho, se façam necessárias;
Parágrafo único.  Em caso de reincidência, III – impor as penalidades cabíveis por des-
embaraço ou resistência à fiscalização, emprego cumprimento das normas constantes deste Ca-
de artifício ou simulação com o objetivo de pítulo, nos termos do art. 201.
fraudar a lei, a multa será aplicada em dobro.
Art. 157.  Cabe às empresas:
I – cumprir e fazer cumprir as normas de
CAPÍTULO V – Da Segurança e da segurança e medicina do trabalho;
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Medicina do Trabalho II – instruir os empregados, através de or-


SEÇÃO I – Disposições Gerais dens de serviço, quanto às precauções a tomar
no sentido de evitar acidentes do trabalho ou
Art. 154.  A observância, em todos os locais de doenças ocupacionais;
trabalho, do disposto neste Capítulo, não deso- III – adotar as medidas que lhes sejam de-
briga as empresas do cumprimento de outras terminadas pelo órgão regional competente;
disposições que, com relação à matéria, sejam IV – facilitar o exercício da fiscalização pela
incluídas em códigos de obras ou regulamentos autoridade competente.
sanitários dos Estados ou Municípios em que
se situem os respectivos estabelecimentos, bem Art. 158.  Cabe aos empregados:
como daquelas oriundas de convenções coletivas I – observar as normas de segurança e medi-
de trabalho. cina do trabalho, inclusive as instruções de que
trata o item II do artigo anterior;
Art. 155.  Incumbe ao órgão de âmbito nacional II – colaborar com a empresa na aplicação
competente em matéria de segurança e medicina dos dispositivos deste Capítulo.
do trabalho: Parágrafo único.  Constitui ato faltoso do
empregado a recusa injustificada:
34
a)  à observância das instruções expedidas prazo de 10 (dez) dias, para o órgão de âmbito
pelo empregador na forma do item II do artigo nacional competente em matéria de segurança
anterior; e medicina do trabalho, ao qual será facultado
b)  ao uso dos equipamentos de proteção dar efeito suspensivo ao recurso.
individual fornecidos pela empresa. § 4o  Responderá por desobediência, além das
medidas penais cabíveis, quem, após determina-
Art. 159.  Mediante convênio autorizado pelo da a interdição ou embargo, ordenar ou permitir
Ministro do Trabalho, poderão ser delegadas a o funcionamento do estabelecimento ou de um
outros órgãos federais, estaduais ou municipais dos seus setores, a utilização de máquina ou
atribuições de fiscalização ou orientação às em- equipamento, ou o prosseguimento de obra, se,
presas quanto ao cumprimento das disposições em consequência, resultarem danos a terceiros.
constantes deste Capítulo. § 5o  O Delegado Regional do Trabalho, in-
dependente de recurso, e após laudo técnico
do serviço competente, poderá levantar a in-
SEÇÃO II – Da Inspeção Prévia e do terdição.
Embargo ou Interdição § 6o  Durante a paralisação dos serviços,
em decorrência da interdição ou embargo, os
Art. 160.  Nenhum estabelecimento poderá empregados receberão os salários como se es-
iniciar suas atividades sem prévia inspeção e tivessem em efetivo exercício.
aprovação das respectivas instalações pela au-
toridade regional competente em matéria de
segurança e medicina do trabalho. SEÇÃO III – Dos Órgãos de Segurança e de
§ 1o  Nova inspeção deverá ser feita quando Medicina do Trabalho nas Empresas
ocorrer modificação substancial nas instalações,
inclusive equipamentos, que a empresa fica obri- Art. 162.  As empresas, de acordo com normas
gada a comunicar, prontamente, à Delegacia a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho,
Regional do Trabalho. estarão obrigadas a manter serviços especializa-
§ 2o  É facultado às empresas solicitar prévia dos em segurança e em medicina do trabalho.
aprovação, pela Delegacia Regional do Traba- Parágrafo único.  As normas a que se refere
lho, dos projetos de construção e respectivas este artigo estabelecerão:
instalações. a)  classificação das empresas segundo o nú-
mero de empregados e a natureza do risco de
Art. 161.  O Delegado Regional do Trabalho, suas atividades;
à vista do laudo técnico do serviço competente b)  o número mínimo de profissionais espe-
que demonstre grave e iminente risco para o cializados exigido de cada empresa, segundo o
trabalhador, poderá interditar estabelecimento, grupo em que se classifique, na forma da alínea
setor de serviço, máquina ou equipamento, ou anterior;
embargar obra, indicando na decisão, toma- c)  a qualificação exigida para os profissionais
da com a brevidade que a ocorrência exigir, em questão e o seu regime de trabalho;
Consolidação das Leis do Trabalho

as providências que deverão ser adotadas para d)  as demais características e atribuições
prevenção de infortúnios de trabalho. dos serviços especializados em segurança e em
§ 1o  As autoridades federais, estaduais e mu- medicina do trabalho, nas empresas.
nicipais darão imediato apoio às medidas deter-
minadas pelo Delegado Regional do Trabalho. Art. 163.  Será obrigatória a constituição de
§ 2o  A interdição ou embargo poderão ser Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
requeridos pelo serviço competente da Delegacia (CIPA), de conformidade com instruções expe-
Regional do Trabalho e, ainda, por agente da didas pelo Ministério do Trabalho, nos estabele-
inspeção do trabalho ou por entidade sindical. cimentos ou locais de obra nelas especificados.
§ 3o  Da decisão do Delegado Regional do
Trabalho poderão os interessados recorrer, no 35
Parágrafo único.  O Ministério do Trabalho ofereçam completa proteção contra os riscos
regulamentará as atribuições, a composição e de acidentes e danos à saúde dos empregados.
o funcionamento das CIPAs.
Art. 167.  O equipamento de proteção só pode-
Art. 164.  Cada CIPA será composta de re- rá ser posto à venda ou utilizado com a indicação
presentantes da empresa e dos empregados, de do Certificado de Aprovação do Ministério do
acordo com os critérios que vierem a ser adota- Trabalho.
dos na regulamentação de que trata o parágrafo
único do artigo anterior.
§ 1o  Os representantes dos empregadores, SEÇÃO V – Das Medidas Preventivas de
titulares e suplentes, serão por eles designados. Medicina do Trabalho
§ 2o  Os representantes dos empregados, ti-
tulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio Art. 168.  Será obrigatório exame médico, por
secreto, do qual participem, independentemente conta do empregador, nas condições estabe-
de filiação sindical, exclusivamente os empre- lecidas neste artigo e nas instruções comple-
gados interessados. mentares a serem expedidas pelo Ministério
§ 3o  O mandato dos membros eleitos da do Trabalho:
CIPA terá a duração de 1 (um) ano, permitida I – na admissão;
uma reeleição. II – na demissão;
§ 4o  O disposto no parágrafo anterior não III – periodicamente.
se aplicará ao membro suplente que, durante o § 1o  O Ministério do Trabalho baixará ins-
seu mandato, tenha participado de menos da truções relativas aos casos em que serão exigíveis
metade do número de reuniões da CIPA. exames:
§ 5o  O empregador designará, anualmente, a)  por ocasião da demissão;
dentre os seus representantes, o Presidente da b) complementares.
CIPA e os empregados elegerão, dentre eles, o § 2o  Outros exames complementares pode-
Vice-Presidente. rão ser exigidos, a critério médico, para apura-
ção da capacidade ou aptidão física e mental
Art. 165.  Os titulares da representação dos do empregado para a função que deva exercer.
empregados nas CIPAs não poderão sofrer des- § 3o  O Ministério do Trabalho estabelecerá,
pedida arbitrária, entendendo-se como tal a que de acordo com o risco da atividade e o tempo de
não se fundar em motivo disciplinar, técnico, exposição, a periodicidade dos exames médicos.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

econômico ou financeiro. § 4o  O empregador manterá, no estabele-


Parágrafo único.  Ocorrendo a despedida, cimento, o material necessário à prestação de
caberá ao empregador, em caso de reclamação primeiros socorros médicos, de acordo com o
à Justiça do Trabalho, comprovar a existência risco da atividade.
de qualquer dos motivos mencionados neste § 5o  O resultado dos exames médicos, inclu-
artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar sive o exame complementar, será comunicado
o empregado. ao trabalhador, observados os preceitos da ética
médica.
§ 6o  Serão exigidos exames toxicológicos,
SEÇÃO IV – Do Equipamento de Proteção previamente à admissão e por ocasião do desli-
Individual gamento, quando se tratar de motorista profis-
sional, assegurados o direito à contraprova em
Art. 166.  A empresa é obrigada a fornecer aos caso de resultado positivo e a confidencialidade
empregados, gratuitamente, equipamento de dos resultados dos respectivos exames.
proteção individual adequado ao risco e em § 7o  Para os fins do disposto no § 6o, será
perfeito estado de conservação e funcionamen- obrigatório exame toxicológico com janela de
to, sempre que as medidas de ordem geral não detecção mínima de 90 (noventa) dias, especí-
36 fico para substâncias psicoativas que causem
dependência ou, comprovadamente, compro- SEÇÃO VII – Da Iluminação
metam a capacidade de direção, podendo ser
utilizado para essa finalidade o exame toxicoló- Art. 175.  Em todos os locais de trabalho deverá
gico previsto na Lei no 9.503, de 23 de setembro haver iluminação adequada, natural ou artificial,
de 1997 – Código de Trânsito Brasileiro, desde apropriada à natureza da atividade.
que realizado nos últimos 60 (sessenta) dias. § 1o  A iluminação deverá ser uniformemen-
te distribuída, geral e difusa, a fim de evitar
Art. 169.  Será obrigatória a notificação das ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e
doenças profissionais e das produzidas em virtu- contrastes excessivos.
de de condições especiais de trabalho, compro- § 2o  O Ministério do Trabalho estabelecerá
vadas ou objeto de suspeita, de conformidade os níveis mínimos de iluminamento a serem
com as instruções expedidas pelo Ministério observados.
do Trabalho.

SEÇÃO VIII – Do Conforto Térmico


SEÇÃO VI – Das Edificações
Art. 176.  Os locais de trabalho deverão ter
Art. 170.  As edificações deverão obedecer aos ventilação natural, compatível com o serviço
requisitos técnicos que garantam perfeita segu- realizado.
rança aos que nelas trabalhem. Parágrafo único.  A ventilação artificial será
obrigatória sempre que a natural não preencha
Art. 171.  Os locais de trabalho deverão ter, no as condições de conforto térmico.
mínimo, 3 (três) metros de pé-direito, assim
considerada a altura livre do piso ao teto. Art. 177.  Se as condições de ambiente se torna-
Parágrafo único.  Poderá ser reduzido esse rem desconfortáveis, em virtude de instalações
mínimo desde que atendidas as condições de geradoras de frio ou de calor, será obrigatório o
iluminação e conforto térmico compatíveis com uso de vestimenta adequada para o trabalho em
a natureza do trabalho, sujeitando-se tal redução tais condições ou de capelas, anteparos, paredes
ao controle do órgão competente em matéria de duplas, isolamento térmico e recursos similares,
segurança e medicina do trabalho. de forma que os empregados fiquem protegidos
contra as radiações térmicas.
Art. 172.  Os pisos dos locais de trabalho não
deverão apresentar saliências nem depressões Art. 178.  As condições de conforto térmico dos
que prejudiquem a circulação de pessoas ou a locais de trabalho devem ser mantidas dentro
movimentação de materiais. dos limites fixados pelo Ministério do Trabalho.

Art. 173.  As aberturas nos pisos e paredes serão


protegidas de forma que impeçam a queda de SEÇÃO IX – Das Instalações Elétricas
pessoas ou de objetos.
Consolidação das Leis do Trabalho

Art. 179.  O Ministério do Trabalho disporá


Art. 174.  As paredes, escadas, rampas de aces- sobre as condições de segurança e as medidas
so, passarelas, pisos, corredores, coberturas e especiais a serem observadas relativamente a
passagens dos locais de trabalho deverão obe- instalações elétricas, em qualquer das fases de
decer às condições de segurança e de higiene produção, transmissão, distribuição ou consumo
do trabalho estabelecidas pelo Ministério do de energia.
Trabalho e manter-se em perfeito estado de
conservação e limpeza. Art. 180.  Somente profissional qualificado
poderá instalar, operar, inspecionar ou reparar
instalações elétricas.
37
Art. 181.  Os que trabalharem em serviços de Parágrafo único.  É proibida a fabricação,
eletricidade ou instalações elétricas devem estar a importação, a venda, a locação e o uso de
familiarizados com os métodos de socorro a máquinas e equipamentos que não atendam ao
acidentados por choque elétrico. disposto neste artigo.

Art. 185.  Os reparos, limpeza e ajustes somente


SEÇÃO X – Da Movimentação, poderão ser executados com as máquinas pa-
Armazenagem e Manuseio de Materiais radas, salvo se o movimento for indispensável
à realização do ajuste.
Art. 182.  O Ministério do Trabalho estabele-
cerá normas sobre: Art. 186.  O Ministério do Trabalho estabelece-
I – as precauções de segurança na movimen- rá normas adicionais sobre proteção e medidas
tação de materiais nos locais de trabalho, os de segurança na operação de máquinas e equi-
equipamentos a serem obrigatoriamente utiliza- pamentos, especialmente quanto à proteção
dos e as condições especiais a que estão sujeitas a das partes móveis, distância entre estas, vias de
operação e a manutenção desses equipamentos, acesso às máquinas e equipamentos de grandes
inclusive exigências de pessoal habilitado; dimensões, emprego de ferramentas, sua ade-
II – as exigências similares relativas ao ma- quação e medidas de proteção exigidas quando
nuseio e à armazenagem de materiais, inclusive motorizadas ou elétricas.
quanto às condições de segurança e higiene
relativas aos recipientes e locais de armazena-
gem e os equipamentos de proteção individual; SEÇÃO XII – Das Caldeiras, Fornos e
III – a obrigatoriedade de indicação de carga Recipientes sob Pressão
máxima permitida nos equipamentos de trans-
porte, dos avisos de proibição de fumar e de ad- Art. 187.  As caldeiras, equipamentos e reci-
vertência quanto à natureza perigosa ou nociva pientes em geral que operam sob pressão de-
à saúde das substâncias em movimentação ou verão dispor de válvulas e outros dispositivos
em depósito, bem como das recomendações de de segurança, que evitem seja ultrapassada a
primeiros socorros e de atendimento médico pressão interna de trabalho compatível com a
e símbolo de perigo, segundo padronização sua resistência.
internacional, nos rótulos dos materiais ou subs- Parágrafo único.  O Ministério do Trabalho
tâncias armazenados ou transportados. expedirá normas complementares quanto à se-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Parágrafo único.  As disposições relativas ao gurança das caldeiras, fornos e recipientes sob
transporte de materiais aplicam-se, também, pressão, especialmente quanto ao revestimento
no que couber, ao transporte de pessoas nos interno, à localização, à ventilação dos locais e
locais de trabalho. outros meios de eliminação de gases ou vapores
prejudiciais à saúde, e demais instalações ou
Art. 183.  As pessoas que trabalharem na movi- equipamentos necessários à execução segura
mentação de materiais deverão estar familiariza- das tarefas de cada empregado.
das com os métodos racionais de levantamento
de cargas. Art. 188.  As caldeiras serão periodicamente
submetidas a inspeções de segurança, por en-
genheiro ou empresa especializada, inscritos no
SEÇÃO XI – Das Máquinas e Equipamentos Ministério do Trabalho, de conformidade com as
instruções que, para esse fim, forem expedidas.
Art. 184.  As máquinas e os equipamentos de- § 1o  Toda caldeira será acompanhada de
verão ser dotados de dispositivos de partida e “Prontuário”, com documentação original do
parada e outros que se fizerem necessários para fabricante, abrangendo, no mínimo: especifica-
a prevenção de acidentes do trabalho, especial- ção técnica, desenhos, detalhes, provas e testes
38 mente quanto ao risco de acionamento acidental. realizados durante a fabricação e a montagem,
características funcionais e a pressão máxima Parágrafo único.  Caberá às Delegacias Regio-
de trabalho permitida (PMTP), esta última in- nais do Trabalho, comprovada a insalubridade,
dicada, em local visível, na própria caldeira. notificar as empresas, estipulando prazos para
§ 2o  O proprietário da caldeira deverá orga- sua eliminação ou neutralização, na forma deste
nizar, manter atualizado e apresentar, quando artigo.
exigido pela autoridade competente, o Registro
de Segurança, no qual serão anotadas, sistemati- Art. 192.  O exercício de trabalho em condições
camente, as indicações das provas efetuadas, ins- insalubres, acima dos limites de tolerância esta-
peções, reparos e quaisquer outras ocorrências. belecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura
§ 3o  Os projetos de instalação de caldeiras, a percepção de adicional respectivamente de
fornos e recipientes sob pressão deverão ser 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cen-
submetidos à aprovação prévia do órgão re- to) e 10% (dez por cento) do salário mínimo
gional competente em matéria de segurança da região, segundo se classifiquem nos graus
do trabalho. máximo, médio e mínimo.

Art. 193.  São consideradas atividades ou ope-


SEÇÃO XIII – Das Atividades Insalubres ou rações perigosas, na forma da regulamentação
Perigosas aprovada pelo Ministério do Trabalho e Empre-
go, aquelas que, por sua natureza ou métodos de
Art. 189.  Serão consideradas atividades ou trabalho, impliquem risco acentuado em virtude
operações insalubres aquelas que, por sua na- de exposição permanente do trabalhador a:
tureza, condições ou métodos de trabalho, ex- I – inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
ponham os empregados a agentes nocivos à II – roubos ou outras espécies de violência
saúde, acima dos limites de tolerância fixados física nas atividades profissionais de segurança
em razão da natureza e da intensidade do agente pessoal ou patrimonial.
e do tempo de exposição aos seus efeitos. § 1o  O trabalho em condições de periculo-
sidade assegura ao empregado um adicional de
Art. 190.  O Ministério do Trabalho aprovará o 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os
quadro das atividades e operações insalubres e acréscimos resultantes de gratificações, prêmios
adotará normas sobre os critérios de caracteri- ou participações nos lucros da empresa.
zação da insalubridade, os limites de tolerância § 2o  O empregado poderá optar pelo adi-
aos agentes agressivos, meios de proteção e o cional de insalubridade que porventura lhe seja
tempo máximo de exposição do empregado a devido.
esses agentes. § 3o  Serão descontados ou compensados do
Parágrafo único.  As normas referidas neste adicional outros da mesma natureza eventual-
artigo incluirão medidas de proteção do organis- mente já concedidos ao vigilante por meio de
mo do trabalhador nas operações que produzem acordo coletivo.
aerodispersoides tóxicos, irritantes, alergênicos § 4o  São também consideradas perigosas
ou incômodos. as atividades de trabalhador em motocicleta.
Consolidação das Leis do Trabalho

Art. 191.  A eliminação ou a neutralização da Art. 194.  O direito do empregado ao adicional


insalubridade ocorrerá: de insalubridade ou de periculosidade cessará
I – com a adoção de medidas que conservem com a eliminação do risco à sua saúde ou in-
o ambiente de trabalho dentro dos limites de tegridade física, nos termos desta Seção e das
tolerância; normas expedidas pelo Ministério do Trabalho.
II – com a utilização de equipamentos de
proteção individual ao trabalhador, que dimi- Art. 195.  A caracterização e a classificação da
nuam a intensidade do agente agressivo a limites insalubridade e da periculosidade, segundo as
de tolerância. normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão
através de perícia a cargo de Médico do Traba- 39
lho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no feita por impulsão ou tração de vagonetes so-
Ministério do Trabalho. bre trilhos, carros de mão ou quaisquer outros
§ 1o  É facultado às empresas e aos sindicatos aparelhos mecânicos, podendo o Ministério do
das categorias profissionais interessadas reque- Trabalho, em tais casos, fixar limites diversos,
rerem ao Ministério do Trabalho a realização que evitem sejam exigidos do empregado ser-
de perícia em estabelecimento ou setor deste, viços superiores às suas forças.
com o objetivo de caracterizar e classificar ou
delimitar as atividades insalubres ou perigosas. Art. 199.  Será obrigatória a colocação de as-
§ 2o  Arguida em juízo insalubridade ou sentos que assegurem postura correta ao traba-
periculosidade, seja por empregado, seja por lhador, capazes de evitar posições incômodas
Sindicato em favor de grupo de associados, o ou forçadas, sempre que a execução da tarefa
juiz designará perito habilitado na forma deste exija que trabalhe sentado.
artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao Parágrafo único.  Quando o trabalho deva
órgão competente do Ministério do Trabalho. ser executado de pé, os empregados terão à sua
§ 3o  O disposto nos parágrafos anteriores disposição assentos para serem utilizados nas
não prejudica a ação fiscalizadora do Minis- pausas que o serviço permitir.
tério do Trabalho, nem a realização ex officio
da perícia.
SEÇÃO XV – Das Outras Medidas Especiais
Art. 196.  Os efeitos pecuniários decorrentes de Proteção
do trabalho em condições de insalubridade ou
periculosidade serão devidos a contar da data Art. 200.  Cabe ao Ministério do Trabalho esta-
da inclusão da respectiva atividade nos quadros belecer disposições complementares às normas
aprovados pelo Ministério do Trabalho, respei- de que trata este Capítulo, tendo em vista as
tadas as normas do art. 11. peculiaridades de cada atividade ou setor de
trabalho, especialmente sobre:
Art. 197.  Os materiais e substâncias emprega- I – medidas de prevenção de acidentes e os
dos, manipulados ou transportados nos locais equipamentos de proteção individual em obras
de trabalho, quando perigosos ou nocivos à de construção, demolição ou reparos;
saúde, devem conter, no rótulo, sua composi- II – depósitos, armazenagem e manuseio de
ção, recomendações de socorro imediato e o combustíveis, inflamáveis e explosivos, bem
símbolo de perigo correspondente, segundo a como trânsito e permanência nas áreas res-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

padronização internacional. pectivas;


Parágrafo único.  Os estabelecimentos que III – trabalho em escavações, túneis, galerias,
mantenham as atividades previstas neste arti- minas e pedreiras, sobretudo quanto à prevenção
go afixarão, nos setores de trabalho atingidos, de explosões, incêndios, desmoronamentos e
avisos ou cartazes, com advertência quanto aos soterramentos, eliminação de poeiras, gases, etc.
materiais e substâncias perigosos ou nocivos e facilidades de rápida saída dos empregados;
à saúde. IV – proteção contra incêndio em geral e as
medidas preventivas adequadas, com exigências
ao especial revestimento de portas e paredes,
SEÇÃO XIV – Da Prevenção da Fadiga construção de paredes contra fogo, diques e
outros anteparos, assim como garantia geral de
Art. 198.  É de 60 kg (sessenta quilogramas) o fácil circulação, corredores de acesso e saídas
peso máximo que um empregado pode remo- amplas e protegidas, com suficiente sinalização;
ver individualmente, ressalvadas as disposições V – proteção contra insolação, calor, frio,
especiais relativas ao trabalho do menor e da umidade e ventos, sobretudo no trabalho a céu
mulher. aberto, com provisão, quanto a este, de água
Parágrafo único.  Não está compreendida na potável, alojamento e profilaxia de endemias;
40 proibição deste artigo a remoção de material
VI – proteção do trabalhador exposto a subs- TÍTULO II-A – Do Dano Extrapatrimonial
tâncias químicas nocivas, radiações ionizantes e
não ionizantes, ruídos, vibrações e trepidações Art. 223-A.  Aplicam-se à reparação de da-
ou pressões anormais ao ambiente de trabalho, nos de natureza extrapatrimonial decorrentes
com especificação das medidas cabíveis para da relação de trabalho apenas os dispositivos
eliminação ou atenuação desses efeitos, limi- deste Título.
tes máximos quanto ao tempo de exposição,
à intensidade da ação ou de seus efeitos sobre Art. 223-B.  Causa dano de natureza extra-
o organismo do trabalhador, exames médicos patrimonial a ação ou omissão que ofenda a
obrigatórios, limites de idade, controle per- esfera moral ou existencial da pessoa física ou
manente dos locais de trabalho e das demais jurídica, as quais são as titulares exclusivas do
exigências que se façam necessárias; direito à reparação.
VII – higiene nos locais de trabalho, com dis-
criminação das exigências, instalações sanitárias, Art. 223-C.  A honra, a imagem, a intimidade,
com separação de sexos, chuveiros, lavatórios, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade,
vestiários e armários individuais, refeitórios ou a saúde, o lazer e a integridade física são os bens
condições de conforto por ocasião das refeições, juridicamente tutelados inerentes à pessoa física.
fornecimento de água potável, condições de
limpeza dos locais de trabalho e modo de sua Art. 223-D.  A imagem, a marca, o nome, o
execução, tratamento de resíduos industriais; segredo empresarial e o sigilo da correspondên-
VIII – emprego das cores nos locais de traba- cia são bens juridicamente tutelados inerentes
lho, inclusive nas sinalizações de perigo. à pessoa jurídica.
Parágrafo único.  Tratando-se de radiações
ionizantes e explosivos, as normas a que se refere Art. 223-E.  São responsáveis pelo dano extra-
este artigo serão expedidas de acordo com as re- patrimonial todos os que tenham colaborado
soluções a respeito adotadas pelo órgão técnico. para a ofensa ao bem jurídico tutelado, na pro-
porção da ação ou da omissão.

SEÇÃO XVI – Das Penalidades Art. 223-F.  A reparação por danos extrapatri-


moniais pode ser pedida cumulativamente com
Art. 201.  As infrações ao disposto neste Ca- a indenização por danos materiais decorrentes
pítulo relativas à medicina do trabalho serão do mesmo ato lesivo.
punidas com multa de 3 (três) a 30 (trinta) vezes § 1o  Se houver cumulação de pedidos, o juí-
o valor de referência previsto no artigo 2o, pa- zo, ao proferir a decisão, discriminará os valores
rágrafo único, da Lei no 6.205, de 29 de abril de das indenizações a título de danos patrimoniais
1975, e as concernentes à segurança do trabalho e das reparações por danos de natureza extra-
com multa de 5 (cinco) a 50 (cinquenta) vezes patrimonial.
o mesmo valor. § 2o  A composição das perdas e danos, assim
Parágrafo único.  Em caso de reincidência, compreendidos os lucros cessantes e os danos
Consolidação das Leis do Trabalho

embaraço ou resistência à fiscalização, empre- emergentes, não interfere na avaliação dos danos
go de artifício ou simulação com o objetivo extrapatrimoniais.
de fraudar a lei, a multa será aplicada em seu
valor máximo. Art. 223-G.  Ao apreciar o pedido, o juízo con-
siderará:
Arts.  202 a 223. (Revogados) I – a natureza do bem jurídico tutelado;
II – a intensidade do sofrimento ou da hu-
milhação;
III – a possibilidade de superação física ou
psicológica;
41
IV – os reflexos pessoais e sociais da ação § 1o  A duração normal do trabalho estabe-
ou da omissão; lecida neste artigo ficará compreendida entre
V – a extensão e a duração dos efeitos da sete e vinte e duas horas, assegurando-se ao
ofensa; empregado, no horário diário, um intervalo de
VI – as condições em que ocorreu a ofensa quinze minutos para alimentação.
ou o prejuízo moral; § 2o  As disposições deste artigo não se apli-
VII – o grau de dolo ou culpa; cam aos que exercem funções de direção, gerên-
VIII – a ocorrência de retratação espontânea; cia, fiscalização, chefia e equivalentes, ou que
IX – o esforço efetivo para minimizar a desempenhem outros cargos de confiança, desde
ofensa; que o valor da gratificação não seja inferior a
X – o perdão, tácito ou expresso; um terço do salário do cargo efetivo.
XI – a situação social e econômica das partes
envolvidas; Art. 225.  A duração normal de trabalho dos
XII – o grau de publicidade da ofensa. bancários poderá ser excepcionalmente pror-
§ 1o  Se julgar procedente o pedido, o juízo rogada até oito horas diárias, não excedendo de
fixará a indenização a ser paga, a cada um dos quarenta horas semanais, observados os precei-
ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, tos gerais sobre duração do trabalho.
vedada a acumulação:
I – ofensa de natureza leve, até três vezes o Art. 226.  O regime especial de 6 (seis) horas
último salário contratual do ofendido; de trabalho também se aplica aos empregados
II – ofensa de natureza média, até cinco vezes de portaria e de limpeza, tais como porteiros,
o último salário contratual do ofendido; telefonistas de mesa, contínuos e serventes, em-
III – ofensa de natureza grave, até vinte vezes pregados em bancos e casas bancárias.
o último salário contratual do ofendido; Parágrafo único.  A direção de cada banco
IV – ofensa de natureza gravíssima, até cin- organizará a escala de serviço do estabelecimen-
quenta vezes o último salário contratual do to de maneira a haver empregados do quadro
ofendido. da portaria em função meia hora antes e até
§ 2o  Se o ofendido for pessoa jurídica, a meia hora após o encerramento dos trabalhos,
indenização será fixada com observância dos respeitado o limite de 6 (seis) horas diárias.
mesmos parâmetros estabelecidos no § 1o deste
artigo, mas em relação ao salário contratual do
ofensor. SEÇÃO II – Dos Empregados nos Serviços
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

§ 3o  Na reincidência entre partes idênticas, de Telefonia, de Telegrafia Submarina e


o juízo poderá elevar ao dobro o valor da in- Subfluvial, de Radiotelegrafia e Radiotelefonia
denização.
Art. 227.  Nas empresas que explorem o serviço
de telefonia, telegrafia submarina ou subflu-
TÍTULO III – Das Normas Especiais de vial, de radiotelegrafia ou de radiotelefonia,
Tutela do Trabalho fica estabelecida para os respectivos operadores
CAPÍTULO I – Das Disposições Especiais a duração máxima de seis horas contínuas de
sobre Duração e Condições de Trabalho trabalho por dia ou trinta e seis horas semanais.
SEÇÃO I – Dos Bancários § 1o  Quando, em caso de indeclinável ne-
cessidade, forem os operadores obrigados a
Art. 224.  A duração normal do trabalho dos permanecer em serviço além do período nor-
empregados em bancos, casas bancárias e Caixa mal fixado neste artigo, a empresa pagar-lhes-á
Econômica Federal será de 6 (seis) horas contí- extraordinariamente o tempo excedente com
nuas nos dias úteis, com exceção dos sábados, acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre
perfazendo um total de 30 (trinta) horas de o seu salário-hora normal.
trabalho por semana. § 2o  O trabalho aos domingos, feriados e
42 dias santos de guarda será considerado extraor-
dinário e obedecerá, quanto à sua execução e Art. 231.  As disposições desta Seção não abran-
remuneração, ao que dispuserem empregado- gem o trabalho dos operadores de radiotelegrafia
res e empregados em acordo, ou os respectivos embarcados em navios ou aeronaves.
sindicatos em contrato coletivo de trabalho.

Art. 228.  Os operadores não poderão trabalhar, SEÇÃO III – Dos Músicos Profissionais
de modo ininterrupto, na transmissão manual,
bem como na recepção visual, auditiva, com Art. 232.  Será de seis horas a duração de tra-
escrita manual ou datilográfica, quando a ve- balho dos músicos em teatro e congêneres.2
locidade for superior a vinte e cinco palavras Parágrafo único.  Toda vez que o trabalho
por minuto. contínuo em espetáculo ultrapassar de seis ho-
ras, o tempo de duração excedente será pago
Art. 229.  Para os empregados sujeitos a horá- com um acréscimo de 25% (vinte e cinco por
rios variáveis, fica estabelecida a duração máxi- cento) sobre o salário da hora normal.
ma de sete horas diárias de trabalho e dezessete
horas de folga, deduzindo-se desse tempo vinte Art. 233.  A duração normal de trabalho dos
minutos para descanso, de cada um dos em- músicos profissionais poderá ser elevada até
pregados, sempre que se verificar um esforço oito horas diárias, observados os preceitos gerais
contínuo de mais de três horas. sobre duração do trabalho.3
§ 1o  São considerados empregados sujeitos
a horários variáveis, além dos operadores, cujas
funções exijam classificação distinta, os que SEÇÃO IV – Dos Operadores
pertençam a seções de técnica, telefones, revisão, Cinematográficos
expedição, entrega e balcão.
§ 2o  Quanto à execução e remuneração aos Art. 234.  A duração normal do trabalho dos
domingos, feriados e dias santos de guarda e operadores cinematográficos e seus ajudantes
às prorrogações de expediente, o trabalho dos não excederá de seis horas diárias, assim dis-
empregados a que se refere o parágrafo ante- tribuídas:
rior será regido pelo que se contém no § 1o do a)  cinco horas consecutivas de trabalho em
art. 227 desta Seção. cabine, durante o funcionamento cinemato-
gráfico;
Art. 230.  A direção das empresas deverá orga- b)  um período suplementar, até o máximo
nizar as turmas de empregados, para a execução de uma hora, para limpeza, lubrificação dos
dos seus serviços, de maneira que prevaleça aparelhos de projeção, ou revisão de filmes.
sempre o revezamento entre os que exercem a Parágrafo único.  Mediante remuneração adi-
mesma função, quer em escalas diurnas, quer cional de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o
em noturnas. salário da hora normal e observado um intervalo
§ 1o  Aos empregados que exerçam a mesma de duas horas para folga, entre o período a que
função será permitida, entre si, a troca de tur- se refere a alínea “b” deste artigo e o trabalho
Consolidação das Leis do Trabalho

mas, desde que isso não importe em prejuízo dos em cabine de que trata a alínea “a”, poderá o
serviços, cujo chefe ou encarregado resolverá trabalho dos operadores cinematográficos e seus
sobre a oportunidade ou possibilidade dessa ajudantes ter a duração prorrogada por duas
medida, dentro das prescrições desta Seção. horas diárias, para exibições extraordinárias.
§ 2o  As empresas não poderão organizar
horários que obriguem os empregados a fazer Art. 235.  Nos estabelecimentos cujo funciona-
a refeição do almoço antes das 10 (dez) e de- mento normal seja noturno, será facultado aos
pois das 13 (treze) horas e a de jantar antes das
16 (dezesseis) e depois das 19:30 (dezenove e
trinta) horas.
2
  NE: ver Lei no 3.857/1960.
3
  NE: ver Lei no 3.857/1960. 43
operadores cinematográficos e seus ajudantes, ser utilizado para esse fim o exame obrigatório
mediante acordo ou contrato coletivo de traba- previsto na Lei no 9.503, de 23 de setembro de
lho e com um acréscimo de 25% (vinte e cinco 1997 – Código de Trânsito Brasileiro, desde que
por cento) sobre o salário da hora normal, exe- realizado nos últimos 60 (sessenta) dias.
cutar o trabalho em sessões diurnas extraordi- Parágrafo único.  A recusa do empregado em
nárias e, cumulativamente, nas noturnas, desde submeter-se ao teste ou ao programa de controle
que isso se verifique até três vezes por semana de uso de droga e de bebida alcoólica previstos
e entre as sessões diurnas e as noturnas haja o no inciso VII será considerada infração disci-
intervalo de uma hora, no mínimo, de descanso. plinar, passível de penalização nos termos da lei.
§ 1o  A duração de trabalho cumulativo a
que alude o presente artigo não poderá exceder Art. 235-C.  A jornada diária de trabalho do
de dez horas. motorista profissional será de 8 (oito) horas,
§ 2o  Em seguida a cada período de trabalho admitindo-se a sua prorrogação por até 2 (duas)
haverá um intervalo de repouso no mínimo de horas extraordinárias ou, mediante previsão em
doze horas. convenção ou acordo coletivo, por até 4 (quatro)
horas extraordinárias.
§ 1o  Será considerado como trabalho efetivo
SEÇÃO IV-A – Do Serviço do Motorista o tempo em que o motorista empregado esti-
Profissional Empregado ver à disposição do empregador, excluídos os
intervalos para refeição, repouso e descanso e
Art. 235-A.  Os preceitos especiais desta Seção o tempo de espera.
aplicam-se ao motorista profissional empregado: § 2o  Será assegurado ao motorista profissio-
I – de transporte rodoviário coletivo de pas- nal empregado intervalo mínimo de 1 (uma)
sageiros; hora para refeição, podendo esse período
II – de transporte rodoviário de cargas. coincidir com o tempo de parada obrigatória
na condução do veículo estabelecido pela Lei
Art. 235-B.  São deveres do motorista profis- no 9.503, de 23 de setembro de 1997 – Código
sional empregado: de Trânsito Brasileiro, exceto quando se tratar
I – estar atento às condições de segurança do motorista profissional enquadrado no § 5o
do veículo; do art. 71 desta Consolidação.
II – conduzir o veículo com perícia, prudên- § 3o  Dentro do período de 24 (vinte e qua-
cia, zelo e com observância aos princípios de tro) horas, são asseguradas 11 (onze) horas de
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

direção defensiva; descanso, sendo facultados o seu fracionamento


III – respeitar a legislação de trânsito e, em e a coincidência com os períodos de parada
especial, as normas relativas ao tempo de dire- obrigatória na condução do veículo estabele-
ção e de descanso controlado e registrado na cida pela Lei no 9.503, de 23 de setembro de
forma do previsto no art. 67-E da Lei no 9.503, 1997 – Código de Trânsito Brasileiro, garantidos
de 23 de setembro de 1997 – Código de Trânsito o mínimo de 8 (oito) horas ininterruptas no
Brasileiro; primeiro período e o gozo do remanescente
IV – zelar pela carga transportada e pelo dentro das 16 (dezesseis) horas seguintes ao
veículo; fim do primeiro período.
V – colocar-se à disposição dos órgãos pú- § 4o  Nas viagens de longa distância, assim
blicos de fiscalização na via pública; consideradas aquelas em que o motorista pro-
VI – (Vetado); fissional empregado permanece fora da base da
VII – submeter-se a exames toxicológicos empresa, matriz ou filial e de sua residência por
com janela de detecção mínima de 90 (noventa) mais de 24 (vinte e quatro) horas, o repouso diá-
dias e a programa de controle de uso de droga e rio pode ser feito no veículo ou em alojamento
de bebida alcoólica, instituído pelo empregador, do empregador, do contratante do transporte,
com sua ampla ciência, pelo menos uma vez a do embarcador ou do destinatário ou em outro
44 cada 2 (dois) anos e 6 (seis) meses, podendo local que ofereça condições adequadas.
§ 5o  As horas consideradas extraordinárias facultando-se a anexação do documento original
serão pagas com o acréscimo estabelecido na posteriormente.
Constituição Federal ou compensadas na forma § 16.  Aplicam-se as disposições deste artigo
do § 2o do art. 59 desta Consolidação. ao ajudante empregado nas operações em que
§ 6o  À hora de trabalho noturno aplica-se o acompanhe o motorista.
disposto no art. 73 desta Consolidação. § 17.  O disposto no caput deste artigo apli-
§ 7o (Vetado) ca-se também aos operadores de automotores
§ 8o  São considerados tempo de espera as destinados a puxar ou a arrastar maquinaria de
horas em que o motorista profissional empre- qualquer natureza ou a executar trabalhos de
gado ficar aguardando carga ou descarga do construção ou pavimentação e aos operadores de
veículo nas dependências do embarcador ou do tratores, colheitadeiras, autopropelidos e demais
destinatário e o período gasto com a fiscaliza- aparelhos automotores destinados a puxar ou
ção da mercadoria transportada em barreiras a arrastar maquinaria agrícola ou a executar
fiscais ou alfandegárias, não sendo computados trabalhos agrícolas.
como jornada de trabalho e nem como horas
extraordinárias. Art. 235-D.  Nas viagens de longa distância
§ 9o  As horas relativas ao tempo de espera com duração superior a 7 (sete) dias, o repouso
serão indenizadas na proporção de 30% (trinta semanal será de 24 (vinte e quatro) horas por
por cento) do salário-hora normal. semana ou fração trabalhada, sem prejuízo do
§ 10.  Em nenhuma hipótese, o tempo de intervalo de repouso diário de 11 (onze) horas,
espera do motorista empregado prejudicará o totalizando 35 (trinta e cinco) horas, usufruído
direito ao recebimento da remuneração corres- no retorno do motorista à base (matriz ou filial)
pondente ao salário-base diário. ou ao seu domicílio, salvo se a empresa oferecer
§ 11.  Quando a espera de que trata o § 8o condições adequadas para o efetivo gozo do
for superior a 2 (duas) horas ininterruptas e for referido repouso.
exigida a permanência do motorista empregado I – (Revogado);
junto ao veículo, caso o local ofereça condições II – (Revogado);
adequadas, o tempo será considerado como de III – (Revogado).
repouso para os fins do intervalo de que tratam § 1o  É permitido o fracionamento do re-
os §§ 2o e 3o, sem prejuízo do disposto no § 9o. pouso semanal em 2 (dois) períodos, sendo
§ 12.  Durante o tempo de espera, o motorista um destes de, no mínimo, 30 (trinta) horas
poderá realizar movimentações necessárias do ininterruptas, a serem cumpridos na mesma
veículo, as quais não serão consideradas como semana e em continuidade a um período de
parte da jornada de trabalho, ficando garantido, repouso diário, que deverão ser usufruídos no
porém, o gozo do descanso de 8 (oito) horas retorno da viagem.
ininterruptas aludido no § 3o. § 2o  A cumulatividade de descansos sema-
§ 13.  Salvo previsão contratual, a jornada nais em viagens de longa distância de que trata
de trabalho do motorista empregado não tem o caput fica limitada ao número de 3 (três) des-
horário fixo de início, de final ou de intervalos. cansos consecutivos.
Consolidação das Leis do Trabalho

§ 14.  O empregado é responsável pela guar- § 3o  O motorista empregado, em viagem de


da, preservação e exatidão das informações con- longa distância, que ficar com o veículo parado
tidas nas anotações em diário de bordo, papeleta após o cumprimento da jornada normal ou das
ou ficha de trabalho externo, ou no registrador horas extraordinárias fica dispensado do serviço,
instantâneo inalterável de velocidade e tempo, exceto se for expressamente autorizada a sua
ou nos rastreadores ou sistemas e meios eletrô- permanência junto ao veículo pelo empregador,
nicos, instalados nos veículos, normatizados hipótese em que o tempo será considerado de
pelo Contran, até que o veículo seja entregue espera.
à empresa. § 4o  Não será considerado como jornada de
§ 15.  Os dados referidos no § 14 poderão ser trabalho, nem ensejará o pagamento de qualquer
enviados a distância, a critério do empregador, remuneração, o período em que o motorista 45
empregado ou o ajudante ficarem espontanea- profissional enquadrado no § 5o do art. 71 desta
mente no veículo usufruindo dos intervalos Consolidação;
de repouso. III – nos casos em que o empregador adotar
§ 5o  Nos casos em que o empregador ado- 2 (dois) motoristas no curso da mesma viagem,
tar 2 (dois) motoristas trabalhando no mesmo o descanso poderá ser feito com o veículo em
veículo, o tempo de repouso poderá ser feito movimento, respeitando-se os horários de jor-
com o veículo em movimento, assegurado o nada de trabalho, assegurado, após 72 (setenta
repouso mínimo de 6 (seis) horas consecutivas e duas) horas, o repouso em alojamento externo
fora do veículo em alojamento externo ou, se na ou, se em poltrona correspondente ao serviço
cabine leito, com o veículo estacionado, a cada de leito, com o veículo estacionado.
72 (setenta e duas) horas. § 1o (Revogado)
§ 6o  Em situações excepcionais de inobser- § 2o (Vetado)
vância justificada do limite de jornada de que § 3o (Revogado)
trata o art. 235-C, devidamente registradas, e § 4o (Revogado)
desde que não se comprometa a segurança ro- § 5o (Revogado)
doviária, a duração da jornada de trabalho do § 6o (Revogado)
motorista profissional empregado poderá ser § 7o (Revogado)
elevada pelo tempo necessário até o veículo § 8o (Vetado)
chegar a um local seguro ou ao seu destino. § 9o (Revogado)
§ 7o  Nos casos em que o motorista tenha § 10.  (Revogado)
que acompanhar o veículo transportado por § 11.  (Revogado)
qualquer meio onde ele siga embarcado e em § 12.  (Revogado)
que o veículo disponha de cabine leito ou a em-
barcação disponha de alojamento para gozo do Art. 235-F.  Convenção e acordo coletivo pode-
intervalo de repouso diário previsto no § 3o do rão prever jornada especial de 12 (doze) horas
art. 235-C, esse tempo será considerado como de trabalho por 36 (trinta e seis) horas de des-
tempo de descanso. canso para o trabalho do motorista profissional
§ 8o  Para o transporte de cargas vivas, pe- empregado em regime de compensação.
recíveis e especiais em longa distância ou em
território estrangeiro poderão ser aplicadas re- Art. 235-G.  É permitida a remuneração do
gras conforme a especificidade da operação de motorista em função da distância percorrida, do
transporte realizada, cujas condições de trabalho tempo de viagem ou da natureza e quantidade
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

serão fixadas em convenção ou acordo coletivo de produtos transportados, inclusive mediante


de modo a assegurar as adequadas condições oferta de comissão ou qualquer outro tipo de
de viagem e entrega ao destino final. vantagem, desde que essa remuneração ou co-
missionamento não comprometa a segurança
Art. 235-E.  Para o transporte de passageiros, da rodovia e da coletividade ou possibilite a
serão observados os seguintes dispositivos: violação das normas previstas nesta Lei.
I – é facultado o fracionamento do intervalo
de condução do veículo previsto na Lei no 9.503, Art. 235-H. (Revogado)
de 23 de setembro de 1997 – Código de Trânsito
Brasileiro, em períodos de no mínimo 5 (cinco)
minutos; SEÇÃO V – Do Serviço Ferroviário
II – será assegurado ao motorista intervalo
mínimo de 1 (uma) hora para refeição, podendo Art. 236.  No serviço ferroviário – considerado
ser fracionado em 2 (dois) períodos e coincidir este o de transporte em estradas de ferro abertas
com o tempo de parada obrigatória na condução ao tráfego público, compreendendo a admi-
do veículo estabelecido pela Lei no 9.503, de nistração, construção, conservação e remoção
23 de setembro de 1997 – Código de Trânsito das vias férreas e seus edifícios, obras de arte,
46 Brasileiro, exceto quando se tratar do motorista material rodante, instalações complementares
e acessórias, bem como o serviço de tráfego, de roviário estiver ocupado ou retido à disposição
telegrafia, telefonia e funcionamento de todas as da Estrada. Quando, entre dois períodos de
instalações ferroviárias – aplicam-se os preceitos trabalho, não mediar intervalo superior a uma
especiais constantes desta Seção. hora, será esse intervalo computado como de
trabalho efetivo.
Art. 237.  O pessoal a que se refere o artigo an- § 5o  O tempo concedido para refeição não se
tecedente fica dividido nas seguintes categorias: computa como de trabalho efetivo, senão para
a)  funcionários de alta administração, chefes o pessoal da categoria c, quando as refeições
e ajudantes de departamentos e seções, enge- forem tomadas em viagem ou nas estações du-
nheiros residentes, chefes de depósitos, inspeto- rante as paradas. Esse tempo não será inferior
res e demais empregados que exercem funções a uma hora, exceto para o pessoal da referida
administrativas ou fiscalizadoras; categoria em serviço de trens.
b)  pessoal que trabalhe em lugares ou trechos § 6o  No trabalho das turmas encarregadas da
determinados e cujas tarefas requeiram aten- conservação de obras de arte, linhas telegráfi-
ção constante; pessoal de escritório, turmas de cas ou telefônicas e edifícios, não será contado,
conservação e construção da via permanente, como de trabalho efetivo, o tempo de viagem
oficinas e estações principais, inclusive os res- para o local do serviço, sempre que não exce-
pectivos telegrafistas; pessoal de tração, lastro der de uma hora, seja para ida ou para volta,
e revistadores; e a Estrada fornecer os meios de locomoção,
c)  das equipagens de trens em geral; computando-se sempre o tempo excedente a
d)  pessoal cujo serviço é de natureza inter- esse limite.
mitente ou de pouca intensidade, embora com
permanência prolongada nos locais de trabalho; Art. 239.  Para o pessoal da categoria c, a pror-
vigias e pessoal das estações do interior, inclusive rogação do trabalho independe de acordo ou
os respectivos telegrafistas. contrato coletivo, não podendo, entretanto,
exceder de doze horas, pelo que as empresas
Art. 238.  Será computado como de trabalho organizarão, sempre que possível, os serviços
efetivo todo o tempo em que o empregado es- de equipagens de trens com destacamentos nos
tiver à disposição da estrada. trechos das linhas de modo a ser observada a
§ 1o  Nos serviços efetuados pelo pessoal duração normal de oito horas de trabalho.
da categoria c, não será considerado como de § 1o  Para o pessoal sujeito ao regime do pre-
trabalho efetivo o tempo gasto em viagens do sente artigo, depois de cada jornada de trabalho
local ou para o local de terminação e início dos haverá um repouso de dez horas contínuas, no
mesmos serviços. mínimo, observando-se, outrossim, o descanso
§ 2o  Ao pessoal removido ou comissionado semanal.
fora da sede será contado como de trabalho § 2o  Para o pessoal da equipagem de trens,
normal e efetivo o tempo gasto em viagens, sem a que se refere o presente artigo, quando a em-
direito à percepção de horas extraordinárias. presa não fornecer alimentação, em viagem, e
§ 3o  No caso das turmas de conservação da hospedagem, no destino, concederá uma ajuda
Consolidação das Leis do Trabalho

via permanente, o tempo efetivo do trabalho será de custo para atender a tais despesas.
contado desde a hora da saída da casa da turma § 3o  As escalas do pessoal abrangido pelo
até a hora em que cessar o serviço em qualquer presente artigo serão organizadas de modo que
ponto compreendido dentro dos limites da res- não caiba a qualquer empregado, quinzenal-
pectiva turma. Quando o empregado trabalhar mente, um total de horas de serviço noturno
fora dos limites da sua turma, ser-lhe-á também superior às de serviço diurno.
computado como de trabalho efetivo o tempo § 4o  Os períodos de trabalho do pessoal a
gasto no percurso da volta a esses limites. que alude o presente artigo serão registrados
§ 4o  Para o pessoal da equipagem de trens, em cadernetas especiais, que ficarão sempre em
só será considerado esse trabalho efetivo, depois poder do empregado de acordo com o modelo
de chegado ao destino, o tempo em que o fer- 47
aprovado pelo Ministro do Trabalho, Indústria ou para substituições de outros empregados que
e Comércio. faltem à escala organizada.
§ 1o  Considera-se “extranumerário” o em-
Art. 240.  Nos casos de urgência ou de acidente, pregado não efetivo, candidato à efetivação, que
capazes de afetar a segurança ou regularidade se apresentar normalmente ao serviço, embora
do serviço, poderá a duração do trabalho ser só trabalhe quando for necessário. O extranu-
excepcionalmente elevada a qualquer número merário só receberá os dias de trabalho efetivo.
de horas, incumbindo à Estrada zelar pela in- § 2o  Considera-se de “sobreaviso” o empre-
columidade dos seus empregados e pela pos- gado efetivo, que permanecer em sua própria
sibilidade de revezamento de turmas, assegu- casa, aguardando a qualquer momento o cha-
rando ao pessoal um repouso correspondente mado para o serviço. Cada escala de “sobrea-
e comunicando a ocorrência ao Ministério do viso” será, no máximo, de vinte e quatro horas.
Trabalho, Indústria e Comércio, dentro de dez As horas de “sobreaviso”, para todos os efeitos,
dias da sua verificação. serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do
Parágrafo único.  Nos casos previstos neste salário normal.
artigo, a recusa, sem causa justificada, por parte § 3o  Considera-se de “prontidão” o empre-
de qualquer empregado, à execução de serviço gado que ficar nas dependências da estrada,
extraordinário será considerada falta grave. aguardando ordens. A escala de prontidão será,
no máximo, de doze horas. As horas de pronti-
Art. 241.  As horas excedentes das do horário dão serão, para todos os efeitos, contadas à razão
normal de oito horas serão pagas como serviço de 2/3 (dois terços) do salário-hora normal.
extraordinário na seguinte base: as duas primei- § 4o  Quando, no estabelecimento ou depen-
ras com o acréscimo de 25% (vinte e cinco por dência em que se achar o empregado, houver
cento) sobre o salário-hora normal, as duas sub- facilidade de alimentação, as doze horas de
sequentes com um adicional de 50% (cinquenta prontidão, a que se refere o parágrafo anterior,
por cento) e as restantes com um adicional de poderão ser contínuas. Quando não existir essa
75% (setenta e cinco por cento). facilidade, depois de seis horas de prontidão,
Parágrafo único.  Para o pessoal da categoria haverá sempre um intervalo de uma hora para
c, a primeira hora será majorada de 25% (vinte e cada refeição, que não será, nesse caso, compu-
cinco por cento), a segunda hora será paga com tada como de serviço.
o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) e as
duas subsequentes com o de 60% (sessenta por Art. 245.  O horário normal de trabalho dos
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

cento), salvo caso de negligência comprovada. cabineiros nas estações de tráfego intenso não
excederá de oito horas e deverá ser dividido em
Art. 242.  As frações de meia hora superiores a dois turnos com intervalo não inferior a uma
dez minutos serão computadas como meia hora. hora de repouso, não podendo nenhum turno
ter duração superior a cinco horas, com um
Art. 243.  Para os empregados de estações do período de descanso entre duas jornadas de
interior, cujo serviço for de natureza intermi- trabalho de quatorze horas consecutivas.
tente ou de pouca intensidade, não se aplicam
os preceitos gerais sobre duração do trabalho, Art. 246.  O horário de trabalho dos operadores
sendo-lhes, entretanto, assegurado o repouso telegrafistas nas estações de tráfego intenso não
contínuo de dez horas, no mínimo, entre dois excederá de 6 (seis) horas diárias.
períodos de trabalho e descanso semanal.
Art. 247.  As estações principais, estações de
Art. 244.  As estradas de ferro poderão ter em- tráfego intenso e estações do interior serão clas-
pregados extranumerários, de sobreaviso e de sificadas para cada empresa pelo Departamento
prontidão, para executarem serviços imprevistos Nacional de Estradas de Ferro.

48
SEÇÃO VI – Das Equipagens das § 1o  O trabalho executado aos domingos e
Embarcações da Marinha Mercante Nacional, feriados será considerado extraordinário, salvo
de Navegação Fluvial e Lacustre, do Tráfego se se destinar:
nos Portos e da Pesca a)  ao serviço de quartos e vigilância, movi-
mentação das máquinas e aparelhos de bordo,
Art. 248.  Entre as horas 0 (zero) e 24 (vinte limpeza e higiene da embarcação, preparo de
e quatro) de cada dia civil, o tripulante pode- alimentação da equipagem e dos passageiros,
rá ser conservado em seu posto durante oito serviço pessoal destes e, bem assim, aos socorros
horas, quer de modo contínuo, quer de modo de urgência ao navio ou ao pessoal;
intermitente. b)  ao fim da navegação ou das manobras
§ 1o  A exigência do serviço contínuo ou para a entrada ou saída de portos, atracação,
intermitente ficará a critério do comandante e, desatracação, embarque ou desembarque de
neste último caso, nunca por período menor carga e passageiros.
que uma hora. § 2o  Não excederá de 30 (trinta) horas se-
§ 2o  Os serviços de quarto nas máquinas, manais o serviço extraordinário prestado para
passadiço, vigilância e outros que, consoante o tráfego nos portos.
parecer médico, possam prejudicar a saúde do
tripulante serão executados por períodos não Art. 250.  As horas de trabalho extraordinário
maiores e com intervalos não menores de qua- serão compensadas, segundo a conveniência do
tro horas. serviço, por descanso em período equivalente,
no dia seguinte ou no subsequente, dentro das
Art. 249.  Todo o tempo de serviço efetivo, do trabalho normal, ou no fim da viagem, ou
excedente de oito horas, ocupado na forma do pelo pagamento do salário correspondente.
artigo anterior, será considerado de trabalho Parágrafo único.  As horas extraordinárias
extraordinário, sujeito à compensação a que se de trabalho são indivisíveis, computando-se a
refere o art. 250, exceto se se tratar de trabalho fração de hora como hora inteira.
executado:
a)  em virtude de responsabilidade pessoal Art. 251.  Em cada embarcação haverá um livro
do tripulante e no desempenho de funções de em que serão anotadas as horas extraordinárias
direção, sendo consideradas como tais todas de trabalho de cada tripulante, e outro, do qual
aquelas que a bordo se achem constituídas em constarão, devidamente circunstanciadas, as
um único indivíduo com responsabilidade ex- transgressões dos mesmos tripulantes.
clusiva e pessoal; Parágrafo único.  Os livros de que trata este
b)  na iminência de perigo, para salvaguarda artigo obedecerão a modelos organizados pelo
ou defesa da embarcação, dos passageiros, ou Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,
da carga, a juízo exclusivo do comandante ou serão escriturados em dia pelo comandante da
do responsável pela segurança a bordo; embarcação e ficam sujeitos às formalidades
c)  por motivo de manobras ou fainas gerais instituídas para os livros de registro de empre-
que reclamem a presença, em seus postos, de gados em geral.
Consolidação das Leis do Trabalho

todo o pessoal de bordo;


d)  na navegação lacustre e fluvial, quando Art. 252.  Qualquer tripulante que se julgue
se destina ao abastecimento do navio ou em- prejudicado por ordem emanada de superior
barcação de combustível e rancho, ou por efeito hierárquico poderá interpor recurso, em termos,
das contingências da natureza da navegação, perante a Delegacia do Trabalho Marítimo, por
na transposição de passos ou pontos difíceis, intermédio do respectivo comandante, o qual
inclusive operações de alívio ou transbordo deverá encaminhá-lo com a respectiva infor-
de carga, para obtenção de calado menor para mação dentro de cinco dias, contados de sua
essa transposição. chegada ao porto.

49
SEÇÃO VII – Dos Serviços Frigoríficos Parágrafo único.  A duração normal do traba-
lho efetivo no subsolo poderá ser inferior a seis
Art. 253.  Para os empregados que trabalham horas diárias, por determinação da autoridade
no interior das câmaras frigoríficas e para os de que trata este artigo, tendo em vista condições
que movimentam mercadorias do ambiente locais de insalubridade e os métodos e processos
quente ou normal para o frio e vice-versa, depois do trabalho adotado.
de uma hora e quarenta minutos de trabalho
contínuo, será assegurado um período de vinte Art. 296.  A remuneração da hora prorrogada
minutos de repouso, computado esse intervalo será no mínimo 25% (vinte e cinco por cento)
como de trabalho efetivo. superior à da hora normal e deverá constar do
Parágrafo único.  Considera-se artificialmen- acordo ou contrato coletivo de trabalho.4
te frio, para os fins do presente artigo, o que for
inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas Art. 297.  Ao empregado no subsolo será for-
climáticas do mapa oficial do Ministério do necida, pelas empresas exploradoras de minas,
Trabalho, Indústria e Comércio, a 15° (quinze alimentação adequada à natureza do trabalho,
graus), na quarta zona a 12° (doze graus), e nas de acordo com as instruções estabelecidas pelo
quinta, sexta e sétima zonas a 10° (dez graus). Serviço de Alimentação da Previdência Social e
aprovadas pelo Ministério do Trabalho, Indús-
tria e Comércio.
SEÇÃO VIII – Dos Serviços de Estiva
Art. 298.  Em cada período de três horas con-
Arts.  254 a 284. (Revogados) secutivas de trabalho, será obrigatória uma
pausa de quinze minutos para repouso, a qual
será computada na duração normal de trabalho
SEÇÃO IX – Dos Serviços de Capatazias nos efetivo.
Portos
Art. 299.  Quando nos trabalhos de subsolo
Arts.  285 a 292. (Revogados) ocorrerem acontecimentos que possam com-
prometer a vida ou saúde do empregado, deverá
a empresa comunicar o fato imediatamente à
SEÇÃO X – Do Trabalho em Minas de autoridade Regional do Trabalho, do Ministério
Subsolo do Trabalho, Indústria e Comércio.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Art. 293.  A duração normal do trabalho efe- Art. 300.  Sempre que, por motivo de saúde,
tivo para os empregados em minas no subsolo for necessária a transferência do empregado, a
não excederá de seis horas diárias ou de trinta juízo da autoridade competente em matéria de
e seis semanais. segurança e medicina do trabalho, dos serviços
no subsolo para os de superfície, é a empresa
Art. 294.  O tempo despendido pelo empregado obrigada a realizar essa transferência, assegu-
da boca da mina ao local do trabalho e vice-versa rando ao transferido a remuneração atribuída
será computado para o efeito de pagamento ao trabalhador de superfície em serviço equi-
do salário. valente, respeitada a capacidade profissional
do interessado.
Art. 295.  A duração normal do trabalho efetivo Parágrafo único.  No caso de recusa do em-
no subsolo poderá ser elevada até oito horas pregado em atender a essa transferência, será
diárias ou quarenta e oito semanais, mediante ouvida a autoridade competente em matéria de
acordo escrito entre empregado e empregador segurança e medicina do trabalho, que decidirá
ou contrato coletivo de trabalho, sujeita essa a respeito.
prorrogação a prévia licença da autoridade
50 competente em matéria de higiene do trabalho.   NE: ver Constituição Federal, art. 7o, XVI.
4
Art. 301.  O trabalho no subsolo somente será único do artigo anterior, não poderão ser remu-
permitido a homens, com idade compreendida neradas com quantia inferior à que resulta do
entre vinte e um e cinquenta anos, assegurada quociente da divisão da importância do salário
a transferência para a superfície nos termos mensal por 150 (cento e cinquenta) para os
previstos no artigo anterior. mensalistas, e do salário diário por 5 (cinco)
para os diaristas, acrescido de, pelo menos, 25%
(vinte e cinco por cento).
SEÇÃO XI – Dos Jornalistas Profissionais
Art. 306.  Os dispositivos dos arts. 303, 304 e
Art. 302.  Os dispositivos da presente Seção 305 não se aplicam àqueles que exercem as fun-
se aplicam aos que nas empresas jornalísticas ções de redator-chefe, secretário, subsecretário,
prestem serviços como jornalistas, revisores, chefe e subchefe de revisão, chefe de oficina, de
fotógrafos, ou na ilustração, com as exceções ilustração e chefe de portaria.
nela previstas. Parágrafo único.  Não se aplicam, do mesmo
§ 1o  Entende-se como jornalista o trabalha- modo, os artigos acima referidos aos que se
dor intelectual cuja função se estende desde a ocuparem unicamente em serviços externos.
busca de informações até a redação de notícias
e artigos e a organização, orientação e direção Art. 307.  A cada seis dias de trabalho efetivo
desse trabalho. corresponderá um dia de descanso obrigatório,
§ 2o  Consideram-se empresas jornalísticas, que coincidirá com o domingo, salvo acordo
para os fins desta Seção, aquelas que têm a seu escrito em contrário, no qual será expressa-
cargo a edição de jornais, revistas, boletins e mente estipulado o dia em que se deve verificar
periódicos, ou a distribuição de noticiário, e, o descanso.
ainda, a radiodifusão em suas seções destinadas
à transmissão de notícias e comentários. Art. 308.  Em seguida a cada período diário de
trabalho haverá um intervalo mínimo de dez
Art. 303.  A duração normal do trabalho dos horas, destinado ao repouso.
empregados compreendidos nesta Seção não
deverá exceder de cinco horas, tanto de dia Art. 309.  Será computado como de trabalho
como à noite. efetivo o tempo em que o empregado estiver à
disposição do empregador.
Art. 304.  Poderá a duração normal do trabalho
ser elevada a sete horas, mediante acordo escrito, Art. 310. (Revogado)
em que se estipule aumento de ordenado, cor-
respondente ao excesso do tempo de trabalho, e Art. 311.  Para o registro de que trata o artigo
em que se fixe um intervalo destinado a repouso anterior, deve o requerente exibir os seguintes
ou a refeição. documentos:5
Parágrafo único.  Para atender a motivos de a)  prova de nacionalidade brasileira;
força maior, poderá o empregado prestar ser- b)  folha corrida;
Consolidação das Leis do Trabalho

viços por mais tempo do que aquele permitido c)  prova de que não responde a processo
nesta Seção. Em tais casos, porém, o excesso ou não sofreu condenação por crime contra a
deve ser comunicado à Divisão de Fiscalização segurança nacional;
do Departamento Nacional do Trabalho ou às d)  Carteira de Trabalho e Previdência Social.
Delegacias Regionais, do Ministério do Traba- § 1o  Aos profissionais devidamente registra-
lho, Indústria e Comércio, dentro de cinco dias, dos será feita a necessária declaração na Carteira
com a indicação expressa dos seus motivos. de Trabalho e Previdência Social.
§ 2o  Aos novos empregados será concedido
Art. 305.  As horas de serviço extraordinário, o prazo de 60 (sessenta) dias para a apresen-
quer as prestadas em virtude de acordo, quer as
que derivam das causas previstas no parágrafo   NE: ver Decreto-lei no 972/1969.
5
51
tação da Carteira de Trabalho e Previdência Art. 314. (Revogado)
Social, fazendo-se o registro condicionado a
essa apresentação e expedindo-se um certificado Art. 315.  O Governo Federal, de acordo com
provisório para aquele período. os governos estaduais, promoverá a criação de
escolas de preparação ao jornalismo, destinadas
Art. 312.  O registro dos diretores-proprietários à formação dos profissionais da imprensa.
de jornais será feito, no Distrito Federal e nos Es-
tados, e independentemente da exigência cons- Art. 316.  A empresa jornalística que deixar de
tante do art. 311, letra “d”, da presente Seção.6 pagar pontualmente, e na forma acordada, os
§ 1o  A prova de profissão, apresentada pelo salários devidos a seus empregados, terá sus-
diretor-proprietário juntamente com os de- penso o seu funcionamento, até que se efetue
mais documentos exigidos, consistirá em uma o pagamento devido.8
certidão, fornecida nos Estados e Território do Parágrafo único.  Para os efeitos do cum-
Acre, pelas Juntas Comerciais ou Cartórios, primento deste artigo deverão os prejudicados
e, no Distrito Federal, pela seção competente reclamar contra a falta de pagamento perante
do Departamento Nacional de Indústria e Co- a autoridade competente e, proferida a conde-
mércio, do Ministério do Trabalho, Indústria nação, desde que a empresa não a cumpra, ou,
e Comércio. em caso de recurso, não deposite o valor da
§ 2o  Aos diretores-proprietários regular- indenização, a autoridade que proferir a con-
mente inscritos será fornecido um certificado, denação oficiará à autoridade competente, para
do qual deverão constar o livro e a folha em que a suspensão da circulação do jornal. Em igual
houver sido feito o registro. pena de suspensão incorrerá a empresa que
deixar de recolher as contribuições devidas às
Art. 313.  Aqueles que, sem caráter profissio- instituições de previdência social.
nal, exercerem atividades jornalísticas, visando
fins culturais, científicos ou religiosos, poderão
promover sua inscrição como jornalistas, na SEÇÃO XII – Dos Professores
forma desta Seção.7
§ 1o  As repartições competentes do Ministé- Art. 317.  O exercício remunerado do magisté-
rio do Trabalho, Indústria e Comércio manterão, rio, em estabelecimentos particulares de ensino,
para os fins do artigo anterior, um registro espe- exigirá apenas habilitação legal e registro no
cial, anexo ao dos jornalistas profissionais, nele Ministério da Educação.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

inscrevendo os que satisfaçam os requisitos das


alíneas “a”, “b” e “c” do artigo 311 e apresentem Art. 318.  O professor poderá lecionar em um
prova do exercício de atividade jornalística não mesmo estabelecimento por mais de um turno,
profissional, o que poderá ser feito por meio de desde que não ultrapasse a jornada de trabalho
atestado de associação cultural, científica ou semanal estabelecida legalmente, assegurado e
religiosa idônea. não computado o intervalo para refeição.
§ 2o  O pedido de registro será submetido a
despacho do ministro que, em cada caso, apre- Art. 319.  Aos professores é vedado, aos domin-
ciará o valor da prova oferecida. gos, a regência de aulas e o trabalho em exames.
§ 3o  O registro de que trata o presente ar-
tigo tem caráter puramente declaratório e não Art. 320.  A remuneração dos professores será
implica no reconhecimento de direitos que de- fixada pelo número de aulas semanais, na con-
correm do exercício remunerado e profissional formidade dos horários.
do jornalismo. § 1o  O pagamento far-se-á mensalmente,
considerando-se para este efeito cada mês cons-
tituído de quatro semanas e meia.
6
  NE: ver Decreto-lei no 972/1969.
52 7
  NE: ver Decreto-lei no 972/1969.   NE: ver Decreto-lei no 368/1968.
8
§ 2o  Vencido cada mês, será descontada, SEÇÃO XIII – Dos Químicos
na remuneração dos professores, a importân-
cia correspondente ao número de aulas a que Art. 325.  É livre o exercício da profissão de
tiverem faltado. químico em todo o território da República, ob-
§ 3o  Não serão descontadas, no decurso de servadas as condições de capacidade técnica e
nove dias, as faltas verificadas por motivo de gala outras exigências previstas na presente Seção:
ou de luto em consequência de falecimento do a)  aos possuidores de diploma de químico,
cônjuge, do pai ou mãe, ou de filho. químico industrial, químico industrial agrícola
ou engenheiro químico, concedido, no Brasil,
Art. 321.  Sempre que o estabelecimento de por escola oficial ou oficialmente reconhecida;
ensino tiver necessidade de aumentar o número b)  aos diplomados em química por instituto
de aulas marcado nos horários, remunerará o estrangeiro, de ensino superior, que tenham,
professor, findo cada mês, com uma importância de acordo com a lei e a partir de 14 de julho de
correspondente ao número de aulas excedentes. 1934, revalidado os seus diplomas;
c)  aos que, ao tempo da publicação do De-
Art. 322.  No período de exames e no de férias creto no 24.693, de 12 de julho de 1934, se acha-
escolares, é assegurado aos professores o paga- vam no exercício efetivo de função pública ou
mento, na mesma periodicidade contratual, da particular, para a qual seja exigida a qualidade
remuneração por eles percebida, na conformi- de químico, e que tenham requerido o respec-
dade dos horários, durante o período de aulas. tivo registro até a extinção do prazo fixado pelo
§ 1o  Não se exigirá dos professores, no perío- Decreto-lei no 2.298, de 10 de junho de 1940.
do de exames, a prestação de mais de oito horas § 1o  Aos profissionais incluídos na alínea “c”
de trabalho diário, salvo mediante o pagamento deste artigo, se dará, para os efeitos da presente
complementar de cada hora excedente pelo pre- Seção, a denominação de “licenciados”.
ço correspondente ao de uma aula. § 2o  O livre exercício da profissão de que
§ 2o  No período de férias, não se poderá trata o presente artigo só é permitido a estran-
exigir dos professores outro serviço senão o geiros, quando compreendidos:
relacionado com a realização de exames. a)  nas alíneas “a” e “b”, independentemente
§ 3o  Na hipótese de dispensa sem justa causa, de revalidação do diploma, se exerciam, legiti-
ao término do ano letivo ou no curso das férias mamente, na República, a profissão de químico
escolares, é assegurado ao professor o pagamen- em a data da promulgação da Constituição de
to a que se refere o caput deste artigo. 1934;
b)  na alínea “b”, se a seu favor militar a exis-
Art. 323.  Não será permitido o funcionamento tência de reciprocidade internacional, admitida
do estabelecimento particular de ensino que não em lei, para o reconhecimento dos respectivos
remunere condignamente os seus professores, diplomas;
ou não lhes pague pontualmente a remuneração c)  na alínea “c”, satisfeitas as condições nela
de cada mês. estabelecidas.
Parágrafo único.  Compete ao Ministério da § 3o  O livre exercício da profissão a brasi-
Consolidação das Leis do Trabalho

Educação e Saúde fixar os critérios para a deter- leiros naturalizados está subordinado à prévia
minação da condigna remuneração devida aos prestação do serviço militar, no Brasil.
professores bem como assegurar a execução do § 4o  Só aos brasileiros natos é permitida a re-
preceito estabelecido no presente artigo. validação dos diplomas de químicos, expedidos
por institutos estrangeiros de ensino superior.
Art. 324. (Revogado)
Art. 326.  Todo aquele que exercer ou pretender
exercer as funções de químico, é obrigado ao uso
da Carteira de Trabalho e Previdência Social,
devendo os profissionais, que se encontrarem
nas condições das alíneas “a” e “b” do art. 325, 53
registrar os seus diplomas de acordo com a le- lho e Previdência Social, de conformidade com
gislação vigente. o disposto nas alíneas do mesmo artigo e seu
§ 1o  A requisição de Carteiras de Trabalho parágrafo único.
e Previdência Social para uso dos químicos, § 3o  Reconhecida a validade dos documentos
além do disposto no capítulo “Da Identificação apresentados, o Serviço de Identificação Profis-
Profissional”, somente será processada mediante sional do Departamento Nacional do Trabalho,
apresentação dos seguintes documentos que no Distrito Federal, ou os órgãos regionais do
provem: Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,
a)  ser o requerente brasileiro, nato ou natu- nos Estados e no Território do Acre, registrarão,
ralizado, ou estrangeiro; em livros próprios, os documentos a que se
b)  estar, se for brasileiro, de posse dos direi- refere a alínea “c” do § 1o e, juntamente com a
tos civis e políticos; Carteira de Trabalho e Previdência Social emi-
c)  ter diploma de químico, químico indus- tida, os devolverão ao interessado.9
trial, químico industrial agrícola ou engenheiro
químico, expedido por escola superior oficial Art. 327.  Além dos emolumentos fixados no
ou oficializada; Capítulo “Da Identificação Profissional”, o regis-
d)  ter, se diplomado no estrangeiro, o res- tro do diploma fica sujeito à taxa de 30 (trinta)
pectivo diploma revalidado nos termos da lei; cruzeiros.10
e)  haver, o que for brasileiro naturalizado,
prestado serviço militar no Brasil; Art. 328.  Só poderão ser admitidos a registro
f)  achar-se, o estrangeiro, ao ser promulgada os diplomas, certificados de diplomas, cartas
a Constituição de 1934, exercendo legitima- e outros títulos, bem como atestados e certifi-
mente, na República, a profissão de químico, ou cados, que estiverem na devida forma e cujas
concorrer a seu favor a existência de reciproci- firmas hajam sido regularmente reconhecidas
dade internacional, admitida em lei, para o re- por tabelião público e, sendo estrangeiros, pela
conhecimento dos diplomas dessa especialidade. Secretaria do Estado das Relações Exteriores,
§ 2o  A requisição de que trata o parágrafo acompanhados estes últimos da respectiva tra-
anterior deve ser acompanhada: dução, feita por intérprete comercial brasileiro.
a)  do diploma devidamente autenticado, no Parágrafo único.  O Departamento Nacional
caso da alínea “b” do artigo precedente, e com do Trabalho e as Delegacias Regionais do Mi-
as firmas reconhecidas no país de origem e na nistério do Trabalho, Indústria e Comércio, nos
Secretaria de Estado das Relações Exteriores, ou Estados, publicarão, periodicamente, a lista dos
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

da respectiva certidão, bem como do título de químicos registrados na forma desta Seção.11
revalidação, ou certidão respectiva, de acordo
com a legislação em vigor; Art. 329.  A cada inscrito, e como documento
b)  do certificado ou atestado comprobatório comprobatório do registro, será fornecida pelo
de se achar o requerente, na hipótese da alínea Departamento Nacional do Trabalho, no Distri-
“c” do referido artigo, ao tempo da publicação to Federal, ou pelas Delegacias Regionais, nos
do Decreto no 24.693, de 12 de julho de 1934, Estados e no Território do Acre, uma Carteira
no exercício efetivo de função pública, ou par- de Trabalho e Previdência Social numerada,
ticular, para a qual seja exigida a qualidade de que, além da fotografia, medindo 3 (três) por
químico, devendo esses documentos ser auten- 4 (quatro) centímetros, tirada de frente, com a
ticados pelo Delegado Regional do Trabalho, cabeça descoberta, e das impressões do polegar,
quando se referirem a requerentes moradores conterá as declarações seguintes:12
nas capitais dos Estados, ou coletor federal, no
caso de residirem os interessados nos municí- 9
  NE: ver Lei no 2.800/1956.
pios do interior;
c)  de três exemplares de fotografia exigida
10
  NE: ver Lei no 2.800/1956.
pelo art. 329 e de uma folha com as declarações
11
  NE: ver Lei no 2.800/1956.
54 que devam ser lançadas na Carteira de Traba- 12
  NE: ver Lei no 2.800/1956.
a)  o nome por extenso; Art. 333.  Os profissionais a que se referem
b)  a nacionalidade e, se estrangeiro, a cir- os dispositivos anteriores só poderão exercer
cunstância de ser ou não naturalizado; legalmente as funções de químicos depois de
c)  a data e lugar do nascimento; satisfazerem as obrigações constantes do art. 330
d)  a denominação da escola em que houver desta Seção.
feito o curso;
e)  a data da expedição do diploma e o nú- Art. 334.  O exercício da profissão de químico
mero do registro no Ministério do Trabalho, compreende:
Indústria e Comércio; a)  a fabricação de produtos e subprodutos
f)  a data da revalidação do diploma, se de químicos em seus diversos graus de pureza;
instituto estrangeiro; b)  a análise química, a elaboração de pare-
g)  a especificação, inclusive data, de outro ceres, atestados e projetos da especialidade, e
título ou títulos de habilitação; sua execução, perícia civil ou judiciária sobre
h)  a assinatura do inscrito. essa matéria, a direção e a responsabilidade de
Parágrafo único.  A carteira destinada aos laboratórios ou departamentos químicos, de
profissionais a que se refere o § 1o do art. 325 indústria e empresas comerciais;
deverá, em vez das declarações indicadas nas c)  o magistério nas cadeiras de química dos
alíneas “d”, “e” e “f ” deste artigo, e além do tí- cursos superiores especializados em química;
tulo – licenciado – posto em destaque, conter d)  a engenharia química.
a menção do título de nomeação ou admissão § 1o  Aos químicos, químicos industriais e
e respectiva data, se funcionário público, ou químicos industriais agrícolas que estejam nas
do atestado relativo ao exercício, na qualidade condições estabelecidas no art. 325, alíneas “a”
de químico, de um cargo em empresa particu- e “b”, compete o exercício das atividades defi-
lar, com designação desta e da data inicial do nidas nos itens “a”, “b” e “c” deste artigo, sendo
exercício. privativa dos engenheiros químicos a do item “d”.
§ 2o  Aos que estiverem nas condições do
Art. 330.  A Carteira de Trabalho e Previdência art. 325, alíneas “a” e “b”, compete, como aos
Social, expedida nos termos desta Seção, é obri- diplomados em medicina ou farmácia, as ati-
gatória para o exercício da profissão, substitui vidades definidas no art. 2o, alíneas “d”, “e” e
em todos os casos o diploma ou título e servirá “f ”, do Decreto no 20.377, de 8 de setembro de
de carteira de identidade. 1931, cabendo aos agrônomos e engenheiros
agrônomos as que se acham especificadas no
Art. 331.  Nenhuma autoridade poderá receber art. 6o, alínea “h”, do Decreto no 23.196, de 12
impostos relativos ao exercício profissional de de outubro de 1933.
químico, senão à vista da prova de que o in-
teressado se acha registrado de acordo com a Art. 335.  É obrigatória a admissão de químicos
presente Seção, e essa prova será também exigida nos seguintes tipos de indústria:
para a realização de concursos periciais e todos a)  de fabricação de produtos químicos;
os outros atos oficiais que exijam capacidade b)  que mantenham laboratório de controle
Consolidação das Leis do Trabalho

técnica de químico. químico;


c)  de fabricação de produtos industriais que
Art. 332.  Quem, mediante anúncios, placas, são obtidos por meio de reações químicas diri-
cartões comerciais ou outros meios capazes gidas, tais como: cimento, açúcar e álcool, vidro,
de ser identificados, se propuser ao exercício curtume, massas plásticas artificiais, explosivos,
da química em qualquer dos seus ramos, sem derivados de carvão ou de petróleo, refinação
que esteja devidamente registrado, fica sujeito de óleos vegetais ou minerais, sabão, celulose
às penalidades aplicáveis ao exercício ilegal da e derivados.
profissão.
Art. 336.  No preenchimento de cargos públi-
cos, para os quais se faz mister a qualidade de 55
químico, ressalvadas as especializações referidas Indústria e Comércio, nos Estados e Território
no § 2o do art. 334, a partir da data da publi- do Acre.13
cação do Decreto no 24.693, de 12 de julho de
1934, requer-se, como condição essencial, que Art. 343.  São atribuições dos órgãos de fis-
os candidatos previamente hajam satisfeito as calização:
exigências do art. 333 desta Seção. a)  examinar os documentos exigidos para
o registro profissional de que trata o art. 326 e
Art. 337.  Fazem fé pública os certificados de seus §§ 1o e 2o e o art. 327, proceder à respectiva
análises químicas, pareceres, atestados, laudos inscrição e indeferir o pedido dos interessados
de perícias e projetos relativos a essa especiali- que não satisfizerem as exigências desta Seção;
dade, assinados por profissionais que satisfaçam b)  registrar as comunicações e contratos a
as condições estabelecidas nas alíneas “a” e “b” que aludem o art. 350 e seus parágrafos e dar
do art. 325. as respectivas baixas;
c)  verificar o exato cumprimento das dispo-
Art. 338.  É facultado aos químicos que satis- sições desta Seção, realizando as investigações
fizerem as condições constantes do art. 325, que forem necessárias bem como o exame dos
alíneas “a” e “b”, o ensino da especialidade a que arquivos, livros de escrituração, folhas de paga-
se dedicarem, nas escolas superiores, oficiais mento, contratos e outros documentos de uso de
ou oficializadas. firmas ou empresas industriais ou comerciais,
Parágrafo único.  Na hipótese de concurso em cujos serviços tome parte um ou mais pro-
para o provimento de cargo ou emprego público, fissionais que desempenhem função para a qual
os químicos a que este artigo se refere terão se deva exigir a qualidade de químico.
preferência, em igualdade de condições.
Art. 344.  Aos sindicatos de químicos devi-
Art. 339.  O nome do químico responsável pela damente reconhecidos é facultado auxiliar a
fabricação dos produtos de uma fábrica, usina fiscalização, no tocante à observância da alínea
ou laboratório deverá figurar nos respectivos “c” do artigo anterior.
rótulos, faturas e anúncios, compreendida entre
estes últimos a legenda impressa em cartas e Art. 345.  Verificando-se, pelo Ministério do
sobrecartas. Trabalho, Indústria e Comércio, serem falsos
os diplomas ou outros títulos dessa natureza,
Art. 340.  Somente os químicos habilitados, nos atestados, certificados e quaisquer documentos
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

termos do art. 325, alíneas “a” e “b”, poderão ser exibidos para os fins de que trata esta Seção,
nomeados ex officio para os exames periciais de incorrerão os seus autores e cúmplices nas pe-
fábricas, laboratórios e usinas e de produtos aí nalidades estabelecidas em lei.14
fabricados. Parágrafo único.  A falsificação de diploma
Parágrafo único.  Não se acham compreendi- ou outros quaisquer títulos, uma vez verificada,
dos no artigo anterior os produtos farmacêuticos será imediatamente comunicada ao Serviço de
e os laboratórios de produtos farmacêuticos. Identificação Profissional, do Departamento
Nacional do Trabalho, remetendo-se-lhe os
Art. 341.  Cabe aos químicos habilitados, con- documentos falsificados, para instauração do
forme estabelece o art. 325, alíneas “a” e “b”, a processo que no caso couber.
execução de todos os serviços que, não especifi-
cados no presente regulamento, exijam por sua Art. 346.  Será suspenso do exercício de suas
natureza o conhecimento de química. funções, independentemente de outras penas
em que possa incorrer, o químico, inclusive o
Art. 342.  A fiscalização do exercício da pro-
fissão de químico incumbe ao Departamento
Nacional do Trabalho no Distrito Federal e às
13
  NE: ver Lei no 2.800/1956.
56 autoridades regionais do Ministério do Trabalho, 14
  NE: ver Lei no 2.800/1956.
licenciado, que incidir em alguma das seguintes fábrica, ou laboratório industrial ou de análise
faltas: deverá, dentro de 24 (vinte e quatro) horas e
a)  revelar improbidade profissional, dar fal- por escrito, comunicar essa ocorrência ao ór-
so testemunho, quebrar o sigilo profissional e gão fiscalizador, contraindo, desde essa data, a
promover falsificações, referentes à prática de responsabilidade da parte técnica referente à
atos de que trata esta Seção; sua profissão, assim como a responsabilidade
b)  concorrer com seus conhecimentos cientí- técnica dos produtos manufaturados.
ficos para a prática de crime ou atentado contra § 1o  Firmando-se contrato entre o químico
a pátria, a ordem social ou a saúde pública; e o proprietário da usina, fábrica ou laborató-
c)  deixar, no prazo marcado nesta Seção, de rio, será esse documento apresentado, dentro
requerer a revalidação e registro do diploma do prazo de 30 (trinta) dias, para registro, ao
estrangeiro, ou o seu registro profissional no órgão fiscalizador.
Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.15 § 2o  Comunicação idêntica à de que trata
Parágrafo único.  O tempo de suspensão a a primeira parte deste artigo fará o químico,
que alude este artigo variará entre um mês e quando deixar a direção técnica ou o cargo de
um ano, a critério do Departamento Nacional químico, em cujo exercício se encontrava, a fim
do Trabalho, após processo regular, ressalvada de ressalvar a sua responsabilidade e fazer-se o
a ação da justiça pública.16 cancelamento do contrato. Em caso de falência
do estabelecimento, a comunicação será feita
Art. 347.  Aqueles que exercerem a profissão pela firma proprietária.
de químico sem ter preenchido as condições do
art. 325 e suas alíneas, nem promovido o seu
registro, nos termos do art. 326, incorrerão na SEÇÃO XIV – Das Penalidades
multa de 200 (duzentos) cruzeiros a 5.000 (cinco
mil) cruzeiros, que será elevada ao dobro, no Art. 351.  Os infratores dos dispositivos do
caso de reincidência. presente Capítulo incorrerão na multa de cin-
quenta a cinco mil cruzeiros, segundo a natureza
Art. 348.  Aos licenciados a que alude o § 1o da infração, sua extensão e a intenção de quem
do art. 325 poderão, por ato do Departamento a praticou, aplicada em dobro no caso de rein-
Nacional do Trabalho, sujeito à aprovação do cidência, oposição à fiscalização ou desacato à
Ministro, ser cassadas as garantias asseguradas autoridade.
por esta Seção, desde que interrompam, por Parágrafo único.  São competentes para im-
motivo de falta prevista no art. 346, a função por penalidades as autoridades de 1a (primeira)
pública ou particular em que se encontravam instância incumbidas da fiscalização dos precei-
por ocasião da publicação do Decreto no 24.693, tos constantes do presente Capítulo.
de 12 de julho de 1934.17

Art. 349.  O número de químicos estrangeiros a CAPÍTULO II – Da Nacionalização do


serviço de particulares, empresas ou companhias Trabalho
Consolidação das Leis do Trabalho

não poderá exceder de 1/3 (um terço) ao dos SEÇÃO I – Da Proporcionalidade de


profissionais brasileiros compreendidos nos Empregados Brasileiros
respectivos quadros.
Art. 352.  As empresas, individuais ou coletivas,
Art. 350.  O químico que assumir a direção que explorem serviços públicos dados em con-
técnica ou cargo de químico de qualquer usina, cessão, ou que exerçam atividades industriais ou
comerciais, são obrigadas a manter, no quadro
do seu pessoal, quando composto de três ou mais
15
  NE: ver Lei no 2.800/1956. empregados, uma proporção de brasileiros não
16
  NE: ver Lei no 2.800/1956. inferior à estabelecida no presente Capítulo.
17
  NE: ver Lei no 2.800/1956. 57
§ 1o  Sob a denominação geral de atividades Art. 354.  A proporcionalidade será de dois
industriais e comerciais compreendem-se, além terços de empregados brasileiros, podendo, en-
de outras que venham a ser determinadas em tretanto, ser fixada proporcionalidade inferior,
portaria do Ministro do Trabalho, Indústria e em atenção às circunstâncias especiais de cada
Comércio, as exercidas: atividade, mediante ato do Poder Executivo, e
a)  nos estabelecimentos industriais em geral; depois de devidamente apurada pelo Departa-
b)  nos serviços de comunicações, de trans- mento Nacional do Trabalho e pelo Serviço de
portes terrestres, marítimos, fluviais, lacustres Estatística de Previdência e Trabalho a insufi-
e aéreos; ciência do número de brasileiros na atividade
c)  nas garagens, oficinas de reparos e postos de que se tratar.
de abastecimento de automóveis e nas cocheiras; Parágrafo único.  A proporcionalidade é
d)  na indústria da pesca; obrigatória não só em relação à totalidade do
e)  nos estabelecimentos comerciais em geral; quadro de empregados, com as exceções desta
f)  nos escritórios comerciais em geral; Lei, como ainda em relação à correspondente
g)  nos estabelecimentos bancários, ou de folha de salários.
economia coletiva, nas empresas de seguros e
nas de capitalização; Art. 355.  Consideram-se como estabelecimen-
h)  nos estabelecimentos jornalísticos, de tos autônomos, para os efeitos da proporcionali-
publicidade e de radiodifusão; dade a ser observada, as sucursais, filiais e agên-
i)  nos estabelecimentos de ensino remunera- cias em que trabalhem três ou mais empregados.
do, excluídos os que neles trabalhem por força
de voto religioso; Art. 356.  Sempre que uma empresa ou indiví-
j)  nas drogarias e farmácias; duo explore atividades sujeitas a proporciona-
k)  nos salões de barbeiro ou cabeleireiro e lidades diferentes, observar-se-á, em relação a
de beleza; cada uma delas, a que lhe corresponder.
l)  nos estabelecimentos de diversões públi-
cas, excluídos os elencos teatrais, e nos clubes Art. 357.  Não se compreendem na proporcio-
esportivos; nalidade os empregados que exerçam funções
m)  nos hotéis, restaurantes, bares e estabe- técnicas especializadas, desde que, a juízo do
lecimentos congêneres; Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,
n)  nos estabelecimentos hospitalares e fi- haja falta de trabalhadores nacionais.
sioterápicos cujos serviços sejam remunerados,
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

excluídos os que neles trabalhem por força de Art. 358.  Nenhuma empresa, ainda que não
voto religioso; sujeita à proporcionalidade, poderá pagar a bra-
o)  nas empresas de mineração. sileiro que exerça função análoga, a juízo do
§ 2o  Não se acham sujeitas às obrigações da Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,
proporcionalidade as indústrias rurais, as que, à que é exercida por estrangeiro a seu serviço,
em zona agrícola, se destinem ao beneficiamen- salário inferior ao deste, excetuando-se os casos
to ou transformação de produtos da região e seguintes:
as atividades industriais de natureza extrativa, a)  quando, nos estabelecimentos que não
salvo a mineração. tenham quadros de empregados organizados em
carreira, o brasileiro contar menos de dois anos
Art. 353.  Equiparam-se aos brasileiros, para de serviço, e o estrangeiro mais de dois anos;
os fins deste Capítulo, ressalvado o exercício b)  quando, mediante aprovação do Ministé-
de profissões reservadas aos brasileiros natos rio do Trabalho, Indústria e Comércio, houver
ou aos brasileiros em geral, os estrangeiros que, quadro organizado em carreira em que seja
residindo no País há mais de dez anos, tenham garantido o acesso por antiguidade;
cônjuge ou filho brasileiro, e os portugueses. c)  quando o brasileiro for aprendiz, ajudante
ou servente, e não o for o estrangeiro;
58
d)  quando a remuneração resultar de maior § 3o  Quando não houver empregado far-se-á
produção, para os que trabalham à comissão declaração negativa.
ou por tarefa.
Parágrafo único.  Nos casos de falta ou ces- Art. 361.  Apurando-se, das relações apresenta-
sação de serviço, a dispensa do empregado das, qualquer infração, será concedido ao infra-
estrangeiro deve preceder à de brasileiro que tor o prazo de dez dias para defesa, seguindo-se
exerça função análoga. o despacho pela autoridade competente.

Art. 362.  As repartições às quais competir a


SEÇÃO II – Das Relações Anuais de fiscalização do disposto no presente Capítulo
Empregados manterão fichário especial de empresas, do qual
constem as anotações referentes ao respectivo
Art. 359.  Nenhuma empresa poderá admitir cumprimento, e fornecerão aos interessados
a seu serviço empregado estrangeiro sem que as certidões de quitação que se tornarem ne-
este exiba a carteira de identidade de estrangeiro cessárias, no prazo de trinta dias, contados da
devidamente anotada. data do pedido.
Parágrafo único.  A empresa é obrigada a § 1o  As certidões de quitação farão prova até
assentar no registro de empregados os dados re- 30 de setembro do ano seguinte àquele a que
ferentes à nacionalidade de qualquer empregado se referiram e estarão sujeitas à taxa correspon-
estrangeiro e o número da respectiva carteira dente a 1/10 (um décimo) do salário mínimo
de identidade. regional. Sem elas nenhum fornecimento ou
contrato poderá ser feito com o Governo da
Art. 360.  Toda empresa compreendida na União, dos Estados ou Municípios, ou com as
enumeração do art. 352, § 1o, deste Capítulo, instituições paraestatais a eles subordinadas,
qualquer que seja o número de seus empregados, nem será renovada autorização a empresa es-
deve apresentar anualmente às repartições com- trangeira para funcionar no país.
petentes do Ministério do Trabalho, Indústria § 2o  A primeira via da relação, depois de
e Comércio, de 2 de maio a 30 de junho, uma considerada pela repartição fiscalizadora, será
relação, em três vias, de todos os seus empre- remetida, anualmente, ao Departamento Nacio-
gados, segundo o modelo que for expedido. nal de Mão de Obra (DNMO) como subsídio ao
§ 1o  As relações terão, na 1a (primeira) via, estudo das condições de mercado de trabalho,
o selo de três cruzeiros pela folha inicial e dois de um modo geral, e, em particular, no que se
cruzeiros por folha excedente, além do selo do refere à mão de obra qualificada.
Fundo de Educação, e nelas será assinalada, § 3o  A segunda via da relação será remetida
em tinta vermelha, a modificação havida com pela repartição competente ao Serviço de Esta-
referência à última relação apresentada. Se se tística da Previdência e Trabalho e a terceira via
tratar de nova empresa, a relação encimada pelos devolvida à empresa, devidamente autenticada.
dizeres – Primeira Relação – deverá ser feita
dentro de 30 (trinta) dias de seu registro no De-
Consolidação das Leis do Trabalho

partamento Nacional da Indústria e Comércio SEÇÃO III – Das Penalidades


ou repartições competentes.
§ 2o  A entrega das relações far-se-á direta- Art. 363.  O processo das infrações do presente
mente às repartições competentes do Ministério Capítulo obedecerá ao disposto no Título “Do
do Trabalho, Indústria e Comércio ou, onde Processo de Multas Administrativas”, no que lhe
não as houver, às Coletorias Federais, que as for aplicável, com observância dos modelos de
remeterão desde logo àquelas repartições. A auto a serem expedidos.
entrega operar-se-á contra recibo especial, cuja
exibição é obrigatória, em caso de fiscalização, Art. 364.  As infrações do presente Capítulo
enquanto não for devolvida ao empregador a serão punidas com a multa de cem a dez mil
via autenticada da declaração. cruzeiros. 59
Parágrafo único.  Em se tratando de empresa Art. 370.  As empresas de navegação organiza-
concessionária de serviço público, ou de socie- rão as relações dos tripulantes das respectivas
dade estrangeira autorizada a funcionar no país, embarcações, enviando-as no prazo a que se
se a infratora, depois de multada, não atender refere a Seção II deste Capítulo à Delegacia do
afinal ao cumprimento do texto infringido, po- Trabalho Marítimo onde as mesmas tiverem
derá ser-lhe cassada a concessão ou autorização. sede.
Parágrafo único.  As relações a que alude o
presente artigo obedecerão, na discriminação
SEÇÃO IV – Disposições Gerais hierárquica e funcional do pessoal embarcadi-
ço, ao quadro aprovado pelo regulamento das
Art. 365.  O presente Capítulo não derroga Capitanias dos Portos.
as restrições vigentes quanto às exigências de
nacionalidade brasileira para o exercício de Art. 371.  A presente Seção é também aplicável
determinadas profissões nem as que vigoram aos serviços de navegação fluvial e lacustre e
para as faixas de fronteiras, na conformidade à praticagem nas barras, portos, rios, lagos e
da respectiva legislação. canais.

Art. 366.  Enquanto não for expedida a carteira


a que se refere o art. 359 deste Capítulo, valerá, CAPÍTULO III – Da Proteção do Trabalho
a título precário, como documento hábil, uma da Mulher
certidão, passada pelo serviço competente do SEÇÃO I – Da Duração, Condições do
Registro de Estrangeiros, provando que o em- Trabalho e da Discriminação contra a Mulher
pregado requereu sua permanência no país.
Art. 372.  Os preceitos que regulam o trabalho
Art. 367.  A redução a que se refere o art. 354, masculino são aplicáveis ao trabalho feminino,
enquanto o Serviço de Estatística da Previdência naquilo em que não colidirem com a proteção
e Trabalho não dispuser dos dados estatísticos especial instituída por este Capítulo.
necessários à fixação da proporcionalidade con- Parágrafo único. (Revogado)
veniente para cada atividade, poderá ser feita
por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Art. 373.  A duração normal de trabalho da
Comércio, mediante representação fundamen- mulher será de oito horas diárias, exceto nos
tada da associação sindical. casos para os quais for fixada duração inferior.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Parágrafo único.  O Serviço de Estatística


da Previdência e Trabalho deverá promover, e Art. 373-A.  Ressalvadas as disposições legais
manter em dia, estudos necessários aos fins do destinadas a corrigir as distorções que afetam
presente Capítulo. o acesso da mulher ao mercado de trabalho e
certas especificidades estabelecidas nos acordos
trabalhistas, é vedado:
SEÇÃO V – Das Disposições Especiais sobre I – publicar ou fazer publicar anúncio de
a Nacionalização da Marinha Mercante emprego no qual haja referência ao sexo, à ida-
de, à cor ou situação familiar, salvo quando a
Art. 368.  O comando de navio mercante nacio- natureza da atividade a ser exercida, pública e
nal só poderá ser exercido por brasileiro nato. notoriamente, assim o exigir;
II – recusar emprego, promoção ou motivar
Art. 369.  A tripulação de navio ou embarcação a dispensa do trabalho em razão de sexo, idade,
nacional será constituída, pelo menos, de dois cor, situação familiar ou estado de gravidez, sal-
terços de brasileiros natos. vo quando a natureza da atividade seja notória
Parágrafo único.  O disposto neste artigo não e publicamente incompatível;
se aplica aos navios nacionais de pesca, sujeitos III – considerar o sexo, a idade, a cor ou si-
60 à legislação específica. tuação familiar como variável determinante para
fins de remuneração, formação profissional e SEÇÃO III – Dos Períodos de Descanso
oportunidades de ascensão profissional;
IV – exigir atestado ou exame, de qualquer Art. 382.  Entre duas jornadas de trabalho, ha-
natureza, para comprovação de esterilidade verá um intervalo de onze horas consecutivas,
ou gravidez, na admissão ou permanência no no mínimo, destinado ao repouso.
emprego;
V – impedir o acesso ou adotar critérios Art. 383.  Durante a jornada de trabalho, será
subjetivos para deferimento de inscrição ou concedido à empregada um período para re-
aprovação em concursos, em empresas privadas, feição e repouso não inferior a uma hora nem
em razão de sexo, idade, cor, situação familiar superior a duas horas, salvo a hipótese prevista
ou estado de gravidez; no art. 71, § 3o.
VI – proceder o empregador ou preposto a
revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias. Art. 384. (Revogado)
Parágrafo único.  O disposto neste artigo
não obsta a adoção de medidas temporárias Art. 385.  O descanso semanal será de 24 (vinte
que visem ao estabelecimento das políticas de e quatro) horas consecutivas e coincidirá no todo
igualdade entre homens e mulheres, em parti- ou em parte com o domingo, salvo motivo de
cular as que se destinam a corrigir as distorções conveniência pública ou necessidade imperiosa
que afetam a formação profissional, o acesso de serviço, a juízo da autoridade competente,
ao emprego e as condições gerais de trabalho na forma das disposições gerais, caso em que
da mulher. recairá em outro dia.
Parágrafo único.  Observar-se-ão, igualmente,
Arts.  374 a 376. (Revogados) os preceitos da legislação geral sobre a proibição
de trabalho nos feriados civis e religiosos.
Art. 377.  A adoção de medidas de proteção ao
trabalho das mulheres é considerada de ordem Art. 386.  Havendo trabalho aos domingos,
pública, não justificando em hipótese alguma a será organizada uma escala de revezamento
redução de salário. quinzenal, que favoreça o repouso dominical.

Art. 378. (Revogado)
SEÇÃO IV – Dos Métodos e Locais de
Trabalho
SEÇÃO II – Do Trabalho Noturno
Art. 387. (Revogado)
Art. 379. (Revogado)
Art. 388.  Em virtude de exame e parecer da
Art. 380. (Revogado) autoridade competente, o Ministro do Traba-
lho, Indústria e Comércio poderá estabelecer
Art. 381.  O trabalho noturno das mulheres derrogações totais ou parciais às proibições a
Consolidação das Leis do Trabalho

terá salário superior ao diurno. que alude o artigo anterior, quando tiver desa-
§ 1o  Para os fins desse artigo, os salários se- parecido, nos serviços considerados perigosos
rão acrescidos duma percentagem adicional de ou insalubres, todo e qualquer caráter perigoso
20% (vinte por cento) no mínimo. ou prejudicial mediante a aplicação de novos
§ 2o  Cada hora do período noturno de traba- métodos de trabalho ou pelo emprego de me-
lho das mulheres terá cinquenta e dois minutos didas de ordem preventiva.
e trinta segundos.
Art. 389.  Toda empresa é obrigada:
I – a prover os estabelecimentos de medi-
das concernentes à higienização dos métodos
e locais de trabalho, tais como ventilação e ilu- 61
minação e outros que se fizerem necessários à governamentais, pelos próprios empregadores
segurança e ao conforto das mulheres, a critério ou por qualquer órgão de ensino profissiona-
da autoridade competente; lizante, serão oferecidas aos empregados de
II – a instalar bebedouros, lavatórios, apare- ambos os sexos.
lhos sanitários; dispor de cadeiras ou bancos, em
número suficiente, que permitam às mulheres Art. 390-C.  As empresas com mais de cem
trabalhar sem grande esgotamento físico; empregados, de ambos os sexos, deverão manter
III – a instalar vestiários com armários in- programas especiais de incentivos e aperfeiçoa-
dividuais privativos das mulheres, exceto os mento profissional da mão de obra.
estabelecimentos comerciais, escritórios, bancos
e atividades afins, em que não seja exigida a Art. 390-D. (Vetado)
troca de roupa, e outros, a critério da autoridade
competente em matéria de segurança e higiene Art. 390-E.  A pessoa jurídica poderá asso-
do trabalho, admitindo-se como suficientes as ciar-se a entidade de formação profissional,
gavetas ou escaninhos, onde possam as empre- sociedades civis, sociedades cooperativas, órgãos
gadas guardar seus pertences; e entidades públicas ou entidades sindicais, bem
IV – a fornecer, gratuitamente, a juízo da como firmar convênios para o desenvolvimento
autoridade competente, os recursos de proteção de ações conjuntas, visando à execução de proje-
individual, tais como óculos, máscaras, luvas e tos relativos ao incentivo ao trabalho da mulher.
roupas especiais, para a defesa dos olhos, do
aparelho respiratório e da pele, de acordo com
a natureza do trabalho. SEÇÃO V – Da Proteção à Maternidade
§ 1o  Os estabelecimentos em que traba-
lharem pelo menos 30 (trinta) mulheres, com Art. 391.  Não constitui justo motivo para a
mais de 16 (dezesseis) anos de idade, terão local rescisão do contrato de trabalho da mulher o
apropriado onde seja permitido às empregadas fato de haver contraído matrimônio ou de en-
guardar sob vigilância e assistência os seus filhos contrar-se em estado de gravidez.
no período da amamentação. Parágrafo único.  Não serão permitidos em
§ 2o  A exigência do § 1o poderá ser suprida regulamentos de qualquer natureza, contratos
por meio de creches distritais mantidas, dire- coletivos ou individuais de trabalho, restrições
tamente ou mediante convênios, com outras ao direito da mulher ao seu emprego, por motivo
entidades públicas ou privadas, pelas próprias de casamento ou de gravidez.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

empresas, em regime comunitário, ou a cargo do


SESI, do SESC, da LBA ou de entidades sindicais. Art. 391-A.  A confirmação do estado de gra-
videz advindo no curso do contrato de traba-
Art. 390.  Ao empregador é vedado empregar lho, ainda que durante o prazo do aviso prévio
a mulher em serviço que demande o emprego trabalhado ou indenizado, garante à empregada
de força muscular superior a 20 (vinte) quilos, gestante a estabilidade provisória prevista na
para o trabalho contínuo, ou 25 (vinte e cinco) alínea “b” do inciso II do art. 10 do Ato das
quilos, para o trabalho ocasional. Disposições Constitucionais Transitórias.
Parágrafo único.  Não está compreendida na Parágrafo único.  O disposto no caput deste
determinação deste artigo a remoção de mate- artigo aplica-se ao empregado adotante ao qual
rial feita por impulsão ou tração de vagonetes tenha sido concedida guarda provisória para
sobre trilhos, de carros de mão ou quaisquer fins de adoção.
aparelhos mecânicos.
Art. 392.  A empregada gestante tem direito à
Art. 390-A. (Vetado) licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias,
sem prejuízo do emprego e do salário.
Art. 390-B.  As vagas dos cursos de formação § 1o  A empregada deve, mediante atestado
62 de mão de obra, ministrados por instituições médico, notificar o seu empregador da data do
início do afastamento do emprego, que poderá Art. 393.  Durante o período a que se refere o
ocorrer entre o 28o (vigésimo oitavo) dia antes art. 392, a mulher terá direito ao salário integral
do parto e ocorrência deste.18 e, quando variável, calculado de acordo com a
§ 2o  Os períodos de repouso, antes e depois média dos 6 (seis) últimos meses de trabalho,
do parto, poderão ser aumentados de 2 (duas) bem como os direitos e vantagens adquiridos,
semanas cada um, mediante atestado médico. sendo-lhe ainda facultado reverter à função que
§ 3o  Em caso de parto antecipado, a mulher anteriormente ocupava.
terá direito aos 120 (cento e vinte) dias previstos
neste artigo. Art. 394.  Mediante atestado médico, à mulher
§ 4o  É garantido à empregada, durante a gra- grávida é facultado romper o compromisso re-
videz, sem prejuízo do salário e demais direitos: sultante de qualquer contrato de trabalho, desde
I – transferência de função, quando as condi- que este seja prejudicial à gestação.
ções de saúde o exigirem, assegurada a retomada
da função anteriormente exercida, logo após o Art. 394-A.  Sem prejuízo de sua remuneração,
retorno ao trabalho; nesta incluído o valor do adicional de insalu-
II – dispensa do horário de trabalho pelo bridade, a empregada deverá ser afastada de:
tempo necessário para a realização de, no mí- I – atividades consideradas insalubres em
nimo, seis consultas médicas e demais exames grau máximo, enquanto durar a gestação;
complementares. II – atividades consideradas insalubres em
§ 5o (Vetado) grau médio ou mínimo, quando apresentar ates-
tado de saúde, emitido por médico de confiança
Art. 392-A.  À empregada que adotar ou obtiver da mulher, que recomende o afastamento du-
guarda judicial para fins de adoção de criança ou rante a gestação;19
adolescente será concedida licença-maternidade III – atividades consideradas insalubres em
nos termos do art. 392 desta Lei. qualquer grau, quando apresentar atestado de
§ 1o (Revogado) saúde, emitido por médico de confiança da mu-
§ 2o (Revogado) lher, que recomende o afastamento durante a
§ 3o (Revogado) lactação.20
§ 4o  A licença-maternidade só será conce- § 1o (Vetado)
dida mediante apresentação do termo judicial § 2o  Cabe à empresa pagar o adicional de
de guarda à adotante ou guardiã. insalubridade à gestante ou à lactante, efetivan-
§ 5o  A adoção ou guarda judicial conjunta do-se a compensação, observado o disposto no
ensejará a concessão de licença-maternidade a art. 248 da Constituição Federal, por ocasião
apenas um dos adotantes ou guardiães empre- do recolhimento das contribuições incidentes
gado ou empregada. sobre a folha de salários e demais rendimentos
pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa
Art. 392-B.  Em caso de morte da genitora, é física que lhe preste serviço.
assegurado ao cônjuge ou companheiro empre- § 3o  Quando não for possível que a gestante
gado o gozo de licença por todo o período da ou a lactante afastada nos termos do caput deste
Consolidação das Leis do Trabalho

licença-maternidade ou pelo tempo restante a artigo exerça suas atividades em local salubre
que teria direito a mãe, exceto no caso de fale- na empresa, a hipótese será considerada como
cimento do filho ou de seu abandono. gravidez de risco e ensejará a percepção de sa-
lário-maternidade, nos termos da Lei no 8.213,
Art. 392-C.  Aplica-se, no que couber, o dis- de 24 de julho de 1991, durante todo o período
posto no art. 392-A e 392-B ao empregado que de afastamento.
adotar ou obtiver guarda judicial para fins de
adoção.
19
  NE: ver ADI no 5.938.
  NE: ver ADI no 6.327.
18 20
  NE: ver ADI no 5.938. 63
Art. 395.  Em caso de aborto não criminoso, multa de cem a mil cruzeiros, aplicada, nesta
comprovado por atestado médico oficial, a mu- Capital, pela autoridade competente de 1a (pri-
lher terá um repouso remunerado de 2 (duas) meira) instância do Departamento Nacional do
semanas, ficando-lhe assegurado o direito de Trabalho, e, nos Estados e Território do Acre,
retornar à função que ocupava antes de seu pelas autoridades competentes do Ministério do
afastamento. Trabalho, Indústria e Comércio ou por aquelas
que exerçam funções delegadas.
Art. 396.  Para amamentar seu filho, inclusive § 1o  A penalidade será sempre aplicada no
se advindo de adoção, até que este complete 6 grau máximo:
(seis) meses de idade, a mulher terá direito, du- a)  se ficar apurado o emprego de artifício
rante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos ou simulação para fraudar a aplicação dos dis-
especiais de meia hora cada um. positivos deste Capítulo;
§ 1o  Quando o exigir a saúde do filho, o pe- b)  nos casos de reincidência.
ríodo de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a § 2o  O processo na verificação das infrações,
critério da autoridade competente. bem como na aplicação e cobrança das multas,
§ 2o  Os horários dos descansos previstos no será o previsto no título “Do Processo de Mul-
caput deste artigo deverão ser definidos em acor- tas Administrativas”, observadas as disposições
do individual entre a mulher e o empregador. deste artigo.

Art. 397.  O SESI, o SESC, a LBA e outras en- Art. 401-A. (Vetado)


tidades públicas destinadas à assistência à in-
fância manterão ou subvencionarão, de acordo Art. 401-B. (Vetado)
com suas possibilidades financeiras, escolas
maternais e jardins de infância, distribuídos
nas zonas de maior densidade de trabalhadores, CAPÍTULO IV – Da Proteção do Trabalho
destinados especialmente aos filhos das mulhe-
res empregadas. do Menor
SEÇÃO I – Disposições Gerais
Art. 398. (Revogado)
Art. 402.  Considera-se menor para os efeitos
Art. 399.  O Ministro do Trabalho, Indústria desta Consolidação o trabalhador de quatorze
e Comércio conferirá diploma de benemerên- até dezoito anos.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

cia aos empregadores que se distinguirem pela Parágrafo único.  O trabalho do menor re-
organização e manutenção de creches e de ins- ger-se-á pelas disposições do presente Capítulo,
tituições de proteção aos menores em idade exceto no serviço em oficinas em que trabalhem
pré-escolar, desde que tais serviços se recomen- exclusivamente pessoas da família do menor e
dem por sua generosidade e pela eficiência das esteja este sob a direção do pai, mãe ou tutor,
respectivas instalações. observado, entretanto, o disposto nos arts. 404,
405 e na Seção II.
Art. 400.  Os locais destinados à guarda dos
filhos das operárias, durante o período da ama- Art. 403.  É proibido qualquer trabalho a meno-
mentação, deverão possuir, no mínimo, um res de dezesseis anos de idade, salvo na condição
berçário, uma saleta de amamentação, uma de aprendiz, a partir dos quatorze anos.
cozinha dietética e uma instalação sanitária. Parágrafo único.  O trabalho do menor não
poderá ser realizado em locais prejudiciais à
sua formação, ao seu desenvolvimento físico,
SEÇÃO VI – Das Penalidades psíquico, moral e social e em horários e locais
que não permitam a frequência à escola.
Art. 401.  Pela infração de qualquer dispositivo a) (Revogada);
64 deste Capítulo, será imposta ao empregador a b) (Revogada).
Art. 404.  Ao menor de 18 (dezoito) anos é I – desde que a representação tenha fim edu-
vedado o trabalho noturno, considerado este cativo ou a peça de que participe não possa ser
o que for executado no período compreendido prejudicial à sua formação moral;
entre as 22 (vinte e duas) e as 5 (cinco) horas. II – desde que se certifique ser a ocupação
do menor indispensável à própria subsistência
Art. 405.  Ao menor não será permitido o tra- ou à de seus pais, avós ou irmãos e não advir
balho: nenhum prejuízo à sua formação moral.
I – nos locais e serviços perigosos ou insalu-
bres, constantes de quadro para esse fim apro- Art. 407.  Verificado pela autoridade compe-
vado pelo Diretor-Geral do Departamento de tente que o trabalho executado pelo menor é
Segurança e Higiene do Trabalho; prejudicial à sua saúde, ao seu desenvolvimento
II – em locais ou serviços prejudiciais à sua físico ou à sua moralidade, poderá ela obrigá-lo
moralidade. a abandonar o serviço, devendo a respectiva em-
§ 1o (Revogado) presa, quando for o caso, proporcionar ao menor
§ 2o  O trabalho exercido nas ruas, praças e todas as facilidades para mudar de funções.
outros logradouros dependerá de prévia autori- Parágrafo único.  Quando a empresa não to-
zação do Juiz de Menores, ao qual cabe verificar mar as medidas possíveis e recomendadas pela
se a ocupação é indispensável à sua própria autoridade competente para que o menor mude
subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos de função, configurar-se-á a rescisão do contrato
e se dessa ocupação não poderá advir prejuízo de trabalho, na forma do art. 483.
à sua formação moral.
§ 3o  Considera-se prejudicial à moralidade Art. 408.  Ao responsável legal do menor é
do menor o trabalho: facultado pleitear a extinção do contrato de
a)  prestado de qualquer modo, em teatros trabalho, desde que o serviço possa acarretar
de revista, cinemas, boates, cassinos, cabarés, para ele prejuízos de ordem física ou moral.
dancings e estabelecimentos análogos;
b)  em empresas circenses, em funções de Art. 409.  Para maior segurança do trabalho
acrobata, saltimbanco, ginasta e outras seme- e garantia da saúde dos menores, a autoridade
lhantes; fiscalizadora poderá proibir-lhes o gozo dos
c)  de produção, composição, entrega ou períodos de repouso nos locais de trabalho.
venda de escritos, impressos, cartazes, dese-
nhos, gravuras, pinturas, emblemas, imagens Art. 410.  O Ministro do Trabalho, Indústria e
e quaisquer outros objetos que possam, a juízo Comércio poderá derrogar qualquer proibição
da autoridade competente, prejudicar sua for- decorrente do quadro a que se refere a alínea “a”
mação moral; do art. 405 quando se certificar haver desapare-
d)  consistente na venda, a varejo, de bebidas cido, parcial ou totalmente, o caráter perigoso
alcoólicas. ou insalubre, que determinou a proibição.
§ 4o  Nas localidades em que existirem, ofi-
cialmente reconhecidas, instituições destinadas
Consolidação das Leis do Trabalho

ao amparo dos menores jornaleiros, só aos que SEÇÃO II – Da Duração do Trabalho


se encontrem sob o patrocínio dessas entidades
será outorgada a autorização do trabalho a que Art. 411.  A duração do trabalho do menor
alude o § 2o. regular-se-á pelas disposições legais relativas à
§ 5o  Aplica-se ao menor o disposto no duração do trabalho em geral, com as restrições
art. 390 e seu parágrafo único. estabelecidas neste Capítulo.

Art. 406.  O Juiz de Menores poderá autorizar Art. 412.  Após cada período de trabalho efeti-
ao menor o trabalho a que se referem as letras vo, quer contínuo, quer dividido em dois turnos,
“a” e “b” do § 3o do art. 405: haverá um intervalo de repouso, não inferior a
onze horas. 65
Art. 413.  É vedado prorrogar a duração normal vidência Social além das referentes ao salário,
diária do trabalho do menor, salvo: data da admissão, férias e saída.
I – até mais 2 (duas) horas, independente-
mente de acréscimo salarial, mediante conven-
ção ou acordo coletivo nos termos do Título SEÇÃO IV – Dos Deveres dos Responsáveis
VI desta Consolidação, desde que o excesso Legais de Menores e dos Empregadores. Da
de horas em um dia seja compensado pela di- Aprendizagem
minuição em outro, de modo a ser observado
o limite máximo de 48 (quarenta e oito) horas Art. 424.  É dever dos responsáveis legais de
semanais ou outro inferior legalmente fixado; menores, pais, mães, ou tutores, afastá-los de
II – excepcionalmente, por motivo de força empregos que diminuam consideravelmente
maior, até o máximo de 12 (doze) horas, com o seu tempo de estudo, reduzam o tempo de
acréscimo salarial de, pelo menos, 25% (vinte repouso necessário à sua saúde e constituição
e cinco por cento) sobre a hora normal e desde física, ou prejudiquem a sua educação moral.
que o trabalho do menor seja imprescindível ao
funcionamento do estabelecimento. Art. 425.  Os empregadores de menores de 18
Parágrafo único.  Aplica-se à prorrogação (dezoito) anos são obrigados a velar pela obser-
do trabalho do menor o disposto no art. 375, vância, nos seus estabelecimentos ou empresas,
no parágrafo único do art. 376, no art. 378 e no dos bons costumes e da decência pública, bem
art. 384 desta Consolidação. como das regras de segurança e medicina do
trabalho.
Art. 414.  Quando o menor de 18 (dezoito)
anos for empregado em mais de um estabe- Art. 426.  É dever do empregador, na hipótese
lecimento, as horas de trabalho em cada um do art. 407, proporcionar ao menor todas as
serão totalizadas. facilidades para mudar de serviço.

Art. 427.  O empregador, cuja empresa ou es-


SEÇÃO III – Da Admissão em Emprego e da tabelecimento ocupar menores, será obrigado a
Carteira de Trabalho e Previdência Social conceder-lhes o tempo que for necessário para
a frequência às aulas.
Art. 415.  Haverá a Carteira de Trabalho e Parágrafo único.  Os estabelecimentos si-
Previdência Social para todos os menores de tuados em lugar onde a escola estiver a maior
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

18 (dezoito) anos, sem distinção de sexo, em- distância que dois quilômetros, e que ocuparem,
pregados em empresas ou estabelecimentos permanentemente, mais de trinta menores anal-
de fins econômicos e daqueles que lhes forem fabetos, de 14 (quatorze) a 18 (dezoito) anos,
equiparados. serão obrigados a manter local apropriado em
Parágrafo único. (Revogado) que lhes seja ministrada a instrução primária.

Art. 416.  Os menores de 18 anos só poderão Art. 428.  Contrato de aprendizagem é o con-


ser admitidos, como empregados, nas empre- trato de trabalho especial, ajustado por escrito e
sas ou estabelecimentos de fins econômicos e por prazo determinado, em que o empregador se
naqueles que lhes forem equiparados, quando compromete a assegurar ao maior de 14 (quator-
possuidores da carteira a que se refere o artigo ze) e menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito
anterior, salvo a hipótese do art. 422. em programa de aprendizagem formação técni-
co-profissional metódica, compatível com o seu
Arts.  417 a 422. (Revogados) desenvolvimento físico, moral e psicológico, e
o aprendiz, a executar com zelo e diligência as
Art. 423.  O empregador não poderá fazer ou- tarefas necessárias a essa formação.
tras anotações na Carteira de Trabalho e Pre- § 1o  A validade do contrato de aprendizagem
66 pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e
Previdência Social, matrícula e frequência do § 1o  As frações de unidade, no cálculo da
aprendiz na escola, caso não haja concluído percentagem de que trata o caput, darão lugar
o ensino médio, e inscrição em programa de à admissão de um aprendiz.
aprendizagem desenvolvido sob orientação de § 1o-A.  O limite fixado neste artigo não se
entidade qualificada em formação técnico-pro- aplica quando o empregador for entidade sem
fissional metódica. fins lucrativos, que tenha por objetivo a educa-
§ 2o  Ao aprendiz, salvo condição mais fa- ção profissional.
vorável, será garantido o salário mínimo hora. § 1o-B.  Os estabelecimentos a que se refere
§ 3o  O contrato de aprendizagem não po- o caput poderão destinar o equivalente a até
derá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, 10% (dez por cento) de sua cota de aprendi-
exceto quando se tratar de aprendiz portador zes à formação técnico-profissional metódica
de deficiência. em áreas relacionadas a práticas de atividades
§ 4o  A formação técnico-profissional a que desportivas, à prestação de serviços relaciona-
se refere o caput deste artigo caracteriza-se por dos à infraestrutura, incluindo as atividades de
atividades teóricas e práticas, metodicamente construção, ampliação, recuperação e manuten-
organizadas em tarefas de complexidade pro- ção de instalações esportivas e à organização e
gressiva desenvolvidas no ambiente de trabalho. promoção de eventos esportivos.
§ 5o  A idade máxima prevista no caput deste § 2o  Os estabelecimentos de que trata o caput
artigo não se aplica a aprendizes portadores de ofertarão vagas de aprendizes a adolescentes
deficiência. usuários do Sistema Nacional de Atendimento
§ 6o  Para os fins do contrato de aprendiza- Socioeducativo (Sinase) nas condições a serem
gem, a comprovação da escolaridade de aprendiz dispostas em instrumentos de cooperação cele-
com deficiência deve considerar, sobretudo, as brados entre os estabelecimentos e os gestores
habilidades e competências relacionadas com dos Sistemas de Atendimento Socioeducativo
a profissionalização. locais.
§ 7o  Nas localidades onde não houver oferta § 3o  Os estabelecimentos de que trata o
de ensino médio para o cumprimento do dispos- caput poderão ofertar vagas de aprendizes a
to no § 1o deste artigo, a contratação do aprendiz adolescentes usuários do Sistema Nacional de
poderá ocorrer sem a frequência à escola, desde Políticas Públicas sobre Drogas – SISNAD nas
que ele já tenha concluído o ensino fundamental. condições a serem dispostas em instrumentos de
§ 8o  Para o aprendiz com deficiência com cooperação celebrados entre os estabelecimentos
18 (dezoito) anos ou mais, a validade do con- e os gestores locais responsáveis pela prevenção
trato de aprendizagem pressupõe anotação na do uso indevido, atenção e reinserção social de
CTPS e matrícula e frequência em programa usuários e dependentes de drogas.
de aprendizagem desenvolvido sob orientação
de entidade qualificada em formação técnico- Art. 430.  Na hipótese de os Serviços Nacio-
-profissional metódica. nais de Aprendizagem não oferecerem cursos
ou vagas suficientes para atender à demanda
Art. 429.  Os estabelecimentos de qualquer dos estabelecimentos, esta poderá ser suprida
Consolidação das Leis do Trabalho

natureza são obrigados a empregar e matricular por outras entidades qualificadas em formação
nos cursos dos Serviços Nacionais de Apren- técnico-profissional metódica, a saber:
dizagem número de aprendizes equivalente a I – Escolas Técnicas de Educação;
cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento, II – entidades sem fins lucrativos, que te-
no máximo, dos trabalhadores existentes em nham por objetivo a assistência ao adolescente
cada estabelecimento, cujas funções demandem e à educação profissional, registradas no Con-
formação profissional. selho Municipal dos Direitos da Criança e do
a) (Revogada); Adolescente;
b) (Revogada). III – entidades de prática desportiva das di-
versas modalidades filiadas ao Sistema Nacional
67
do Desporto e aos Sistemas de Desporto dos Art. 433.  O contrato de aprendizagem extin-
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. guir-se-á no seu termo ou quando o aprendiz
§ 1o  As entidades mencionadas neste artigo completar 24 (vinte e quatro) anos, ressalvada
deverão contar com estrutura adequada ao de- a hipótese prevista no § 5o do art. 428 desta
senvolvimento dos programas de aprendizagem, Consolidação, ou ainda antecipadamente nas
de forma a manter a qualidade do processo de seguintes hipóteses:
ensino, bem como acompanhar e avaliar os re- a) (Revogada);
sultados. b) (Revogada).
§ 2o  Aos aprendizes que concluírem os I – desempenho insuficiente ou inadaptação
cursos de aprendizagem, com aproveitamen- do aprendiz, salvo para o aprendiz com defi-
to, será concedido certificado de qualificação ciência quando desprovido de recursos de aces-
profissional. sibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio
§ 3o  O Ministério do Trabalho fixará normas necessário ao desempenho de suas atividades;
para avaliação da competência das entidades II – falta disciplinar grave;
mencionadas nos incisos II e III deste artigo. III – ausência injustificada à escola que im-
§ 4o  As entidades mencionadas nos incisos II plique perda do ano letivo; ou
e III deste artigo deverão cadastrar seus cursos, IV – a pedido do aprendiz.
turmas e aprendizes matriculados no Ministério Parágrafo único. (Revogado)
do Trabalho. § 2o  Não se aplica o disposto nos arts. 479 e
§ 5o  As entidades mencionadas neste artigo 480 desta Consolidação às hipóteses de extinção
poderão firmar parcerias entre si para o desen- do contrato mencionadas neste artigo.
volvimento dos programas de aprendizagem,
conforme regulamento.
SEÇÃO V – Das Penalidades
Art. 431.  A contratação do aprendiz poderá
ser efetivada pela empresa onde se realizará a Art. 434.  Os infratores das disposições deste
aprendizagem ou pelas entidades mencionadas Capítulo ficam sujeitos à multa de valor igual a
nos incisos II e III do art. 430, caso em que 1 (um) salário mínimo regional, aplicada tantas
não gera vínculo de emprego com a empresa vezes quantos forem os menores empregados
tomadora dos serviços. em desacordo com a lei, não podendo, todavia,
a) (Revogada); a soma das multas exceder a 5 (cinco) vezes o
b) (Revogada); salário mínimo, salvo no caso de reincidência
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

c) (Revogada). em que esse total poderá ser elevado ao dobro.


Parágrafo único.  Aos candidatos rejeitados
pela seleção profissional deverá ser dada, tanto Art. 435.  Fica sujeita à multa de valor igual a 1
quanto possível, orientação profissional para (um) salário mínimo regional e ao pagamento
ingresso em atividade mais adequada às qua- da emissão de nova via a empresa que fizer na
lidades e aptidões que tiverem demonstrado. Carteira de Trabalho e Previdência Social ano-
tação não prevista em lei.
Art. 432.  A duração do trabalho do aprendiz
não excederá de seis horas diárias, sendo veda- Art. 436. (Revogado)
das a prorrogação e a compensação de jornada.
§ 1o  O limite previsto neste artigo poderá ser Art. 437. (Revogado)
de até oito horas diárias para os aprendizes que
já tiverem completado o ensino fundamental, Art. 438.  São competentes para impor as pe-
se nelas forem computadas as horas destinadas nalidades previstas neste Capítulo:
à aprendizagem teórica. a)  no Distrito Federal, a autoridade de 1a ins-
§ 2o (Revogado) tância do Departamento Nacional do Trabalho;
b)  nos Estados e Território do Acre, os de-
68 legados regionais do Ministério do Trabalho,
Indústria e Comércio ou os funcionários por Art. 443.  O contrato individual de trabalho
eles designados para tal fim. poderá ser acordado tácita ou expressamente,
Parágrafo único.  O processo, na verificação verbalmente ou por escrito, por prazo determi-
das infrações, bem como na aplicação e cobrança nado ou indeterminado, ou para prestação de
das multas, será o previsto no título “Do Pro- trabalho intermitente.
cesso de Multas Administrativas”, observadas § 1o  Considera-se como de prazo determi-
as disposições deste artigo. nado o contrato de trabalho cuja vigência de-
penda de termo prefixado ou da execução de
serviços especificados ou ainda da realização
SEÇÃO VI – Disposições Finais de certo acontecimento suscetível de previsão
aproximada.
Art. 439.  É lícito ao menor firmar recibo pelo § 2o  O contrato por prazo determinado só
pagamento dos salários. Tratando-se, porém, será válido em se tratando:
de rescisão do contrato de trabalho, é vedado a)  de serviço cuja natureza ou transitorie-
ao menor de 18 (dezoito) anos dar, sem assis- dade justifique a predeterminação do prazo;
tência dos seus responsáveis legais, quitação ao b)  de atividades empresariais de caráter
empregador pelo recebimento da indenização transitório;
que lhe for devida. c)  de contrato de experiência.
§ 3o  Considera-se como intermitente o con-
Art. 440.  Contra os menores de 18 (dezoito) trato de trabalho no qual a prestação de serviços,
anos não corre nenhum prazo de prescrição. com subordinação, não é contínua, ocorrendo
com alternância de períodos de prestação de
Art. 441.  O quadro a que se refere o item I do serviços e de inatividade, determinados em
art. 405 será revisto bienalmente. horas, dias ou meses, independentemente do
tipo de atividade do empregado e do empre-
gador, exceto para os aeronautas, regidos por
TÍTULO IV – Do Contrato Individual do legislação própria.
Trabalho
CAPÍTULO I – Disposições Gerais Art. 444.  As relações contratuais de trabalho
podem ser objeto de livre estipulação das partes
Art. 442.  Contrato individual de trabalho é interessadas em tudo quanto não contravenha
o acordo tácito ou expresso, correspondente à às disposições de proteção ao trabalho, aos con-
relação de emprego. tratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às
Parágrafo único.  Qualquer que seja o ramo decisões das autoridades competentes.
de atividade da sociedade cooperativa, não existe Parágrafo único.  A livre estipulação a que se
vínculo empregatício entre ela e seus associa- refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses
dos, nem entre estes e os tomadores de serviços previstas no art. 611-A desta Consolidação, com
daquela. a mesma eficácia legal e preponderância sobre
os instrumentos coletivos, no caso de empre-
Consolidação das Leis do Trabalho

Art. 442-A.  Para fins de contratação, o em- gado portador de diploma de nível superior e
pregador não exigirá do candidato a emprego que perceba salário mensal igual ou superior a
comprovação de experiência prévia por tempo duas vezes o limite máximo dos benefícios do
superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de Regime Geral de Previdência Social.
atividade.
Art. 445.  O contrato de trabalho por prazo
Art. 442-B.  A contratação do autônomo, cum- determinado não poderá ser estipulado por mais
pridas por este todas as formalidades legais, com de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451.
ou sem exclusividade, de forma contínua ou Parágrafo único.  O contrato de experiência
não, afasta a qualidade de empregado prevista não poderá exceder de 90 (noventa) dias.
no art. 3o desta Consolidação. 69
Art. 446. (Revogado) meses, a outro contrato por prazo determinado,
salvo se a expiração deste dependeu da execução
Art. 447.  Na falta de acordo ou prova sobre de serviços especializados ou da realização de
condição essencial ao contrato verbal, esta se certos acontecimentos.
presume existente, como se a tivessem estatuído
os interessados, na conformidade dos preceitos Art. 452-A.  O contrato de trabalho intermiten-
jurídicos adequados à sua legitimidade. te deve ser celebrado por escrito e deve conter
especificamente o valor da hora de trabalho,
Art. 448.  A mudança na propriedade ou na que não pode ser inferior ao valor horário do
estrutura jurídica da empresa não afetará os con- salário mínimo ou àquele devido aos demais
tratos de trabalho dos respectivos empregados. empregados do estabelecimento que exerçam a
mesma função em contrato intermitente ou não.
Art. 448-A.  Caracterizada a sucessão empre- § 1o  O empregador convocará, por qualquer
sarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 meio de comunicação eficaz, para a prestação de
e 448 desta Consolidação, as obrigações traba- serviços, informando qual será a jornada, com,
lhistas, inclusive as contraídas à época em que pelo menos, três dias corridos de antecedência.
os empregados trabalhavam para a empresa § 2o  Recebida a convocação, o empregado
sucedida, são de responsabilidade do sucessor. terá o prazo de um dia útil para responder ao
Parágrafo único.  A empresa sucedida respon- chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa.
derá solidariamente com a sucessora quando § 3o  A recusa da oferta não descaracteriza a
ficar comprovada fraude na transferência. subordinação para fins do contrato de trabalho
intermitente.
Art. 449.  Os direitos oriundos da existência § 4o  Aceita a oferta para o comparecimento
do contrato de trabalho subsistirão em caso de ao trabalho, a parte que descumprir, sem justo
falência, concordata ou dissolução da empresa. motivo, pagará à outra parte, no prazo de trin-
§ 1o  Na falência, constituirão créditos pri- ta dias, multa de 50% (cinquenta por cento)
vilegiados a totalidade dos salários devidos ao da remuneração que seria devida, permitida a
empregado e a totalidade das indenizações a compensação em igual prazo.
que tiver direito. § 5o  O período de inatividade não será con-
§ 2o  Havendo concordata na falência, será siderado tempo à disposição do empregador,
facultado aos contratantes tornar sem efeito a podendo o trabalhador prestar serviços a outros
rescisão do contrato de trabalho e consequente contratantes.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

indenização, desde que o empregador pague, § 6o  Ao final de cada período de prestação
no mínimo, a metade dos salários que seriam de serviço, o empregado receberá o pagamento
devidos ao empregado durante o interregno. imediato das seguintes parcelas:
I – remuneração;
Art. 450.  Ao empregado chamado a ocupar, II – férias proporcionais com acréscimo de
em comissão, interinamente, ou em substituição um terço;
eventual ou temporária, cargo diverso do que III – décimo terceiro salário proporcional;
exercer na empresa, serão garantidas a contagem IV – repouso semanal remunerado; e
do tempo naquele serviço, bem como volta ao V – adicionais legais.
cargo anterior. § 7o  O recibo de pagamento deverá conter a
discriminação dos valores pagos relativos a cada
Art. 451.  O contrato de trabalho por prazo uma das parcelas referidas no § 6o deste artigo.
determinado que, tácita ou expressamente, for § 8o  O empregador efetuará o recolhimento
prorrogado mais de uma vez passará a vigorar da contribuição previdenciária e o depósito do
sem determinação de prazo. Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na
forma da lei, com base nos valores pagos no
Art. 452.  Considera-se por prazo indetermi- período mensal e fornecerá ao empregado com-
70 nado todo contrato que suceder, dentro de seis provante do cumprimento dessas obrigações.
§ 9o  A cada doze meses, o empregado ad- inadimplemento daquelas obrigações por parte
quire direito a usufruir, nos doze meses sub- do primeiro.
sequentes, um mês de férias, período no qual Parágrafo único.  Ao empreiteiro principal
não poderá ser convocado para prestar serviços fica ressalvada, nos termos da lei civil, ação
pelo mesmo empregador. regressiva contra o subempreiteiro e a retenção
de importâncias a este devidas, para a garantia
Art. 453.  No tempo de serviço do emprega- das obrigações previstas neste artigo.
do, quando readmitido, serão computados os
períodos, ainda que não contínuos, em que Art. 456.  A prova do contrato individual do
tiver trabalhado anteriormente na empresa, trabalho será feita pelas anotações constantes
salvo se houver sido despedido por falta grave, da Carteira de Trabalho e Previdência Social ou
recebido indenização legal ou se aposentado por instrumento escrito e suprida por todos os
espontaneamente. meios permitidos em direito.
§ 1o  Na aposentadoria espontânea de em- Parágrafo único.  À falta de prova ou inexis-
pregados das empresas públicas e sociedades tindo cláusula expressa a tal respeito, enten-
de economia mista é permitida sua readmissão der-se-á que o empregado se obrigou a todo e
desde que atendidos aos requisitos constantes qualquer serviço compatível com a sua condição
do art. 37, inciso XVI, da Constituição, e con- pessoal.
dicionada à prestação de concurso público.21
§ 2o  O ato de concessão de benefício de apo- Art. 456-A.  Cabe ao empregador definir o
sentadoria a empregado que não tiver completa- padrão de vestimenta no meio ambiente laboral,
do 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, sendo lícita a inclusão no uniforme de logomar-
ou trinta, se mulher, importa em extinção do cas da própria empresa ou de empresas parceiras
vínculo empregatício.22 e de outros itens de identificação relacionados
à atividade desempenhada.
Art. 454.  Na vigência do contrato de trabalho, Parágrafo único.  A higienização do uni-
as invenções do empregado, quando decorren- forme é de responsabilidade do trabalhador,
tes de sua contribuição pessoal e da instalação salvo nas hipóteses em que forem necessários
ou equipamento fornecidos pelo empregador, procedimentos ou produtos diferentes dos uti-
serão de propriedade comum, em partes iguais, lizados para a higienização das vestimentas de
salvo se o contrato de trabalho tiver por objeto, uso comum.
implícita ou explicitamente, pesquisa científica.23
Parágrafo único.  Ao empregador caberá
a exploração do invento, ficando obrigado a CAPÍTULO II – Da Remuneração
promovê-la no prazo de um ano da data da
concessão da patente, sob pena de reverter em Art. 457.  Compreendem-se na remuneração
favor do empregado a plena propriedade desse do empregado, para todos os efeitos legais, além
invento. do salário devido e pago diretamente pelo em-
pregador como contraprestação do serviço, as
Consolidação das Leis do Trabalho

Art. 455.  Nos contratos de subempreitada gorjetas que receber.


responderá o subempreiteiro pelas obrigações § 1o  Integram o salário a importância fixa
derivadas do contrato de trabalho que celebrar, estipulada, as gratificações legais e as comissões
cabendo, todavia, aos empregados, o direito de pagas pelo empregador.
reclamação contra o empreiteiro principal pelo § 2o  As importâncias, ainda que habituais,
pagas a título de ajuda de custo, auxílio-ali-
mentação, vedado seu pagamento em dinhei-
ro, diárias para viagem, prêmios e abonos não
21
  NE: ver ADI no 1.770. integram a remuneração do empregado, não se
22
  NE: ver ADI no 1.721. incorporam ao contrato de trabalho e não cons-
23
  NE: ver Lei no 9.279/1996. 71
tituem base de incidência de qualquer encargo critérios definidos em convenção ou acordo
trabalhista e previdenciário. coletivo de trabalho, facultada a retenção nos
§ 3o  Considera-se gorjeta não só a impor- parâmetros do § 6o deste artigo.
tância espontaneamente dada pelo cliente ao § 8o  As empresas deverão anotar na Car-
empregado, como também o valor cobrado teira de Trabalho e Previdência Social de seus
pela empresa, como serviço ou adicional, a empregados o salário fixo e a média dos valores
qualquer título, e destinado à distribuição aos das gorjetas referente aos últimos doze meses.
empregados. § 9o  Cessada pela empresa a cobrança da
§ 4o  Consideram-se prêmios as liberalidades gorjeta de que trata o § 3o deste artigo, desde
concedidas pelo empregador em forma de bens, que cobrada por mais de doze meses, essa se
serviços ou valor em dinheiro a empregado ou incorporará ao salário do empregado, tendo
a grupo de empregados, em razão de desempe- como base a média dos últimos doze meses,
nho superior ao ordinariamente esperado no salvo o estabelecido em convenção ou acordo
exercício de suas atividades. coletivo de trabalho.
§ 5o  Inexistindo previsão em convenção ou § 10.  Para empresas com mais de sessenta
acordo coletivo de trabalho, os critérios de rateio empregados, será constituída comissão de em-
e distribuição da gorjeta e os percentuais de re- pregados, mediante previsão em convenção ou
tenção previstos nos §§ 6o e 7o deste artigo serão acordo coletivo de trabalho, para acompanha-
definidos em assembleia geral dos trabalhadores, mento e fiscalização da regularidade da cobran-
na forma do art. 612 desta Consolidação. ça e distribuição da gorjeta de que trata o § 3o
§ 6o  As empresas que cobrarem a gorjeta de deste artigo, cujos representantes serão eleitos
que trata o § 3o deverão: em assembleia geral convocada para esse fim
I – para as empresas inscritas em regime de pelo sindicato laboral e gozarão de garantia de
tributação federal diferenciado, lançá-la na res- emprego vinculada ao desempenho das funções
pectiva nota de consumo, facultada a retenção para que foram eleitos, e, para as demais em-
de até 20% (vinte por cento) da arrecadação presas, será constituída comissão intersindical
correspondente, mediante previsão em con- para o referido fim.
venção ou acordo coletivo de trabalho, para § 11.  Comprovado o descumprimento do
custear os encargos sociais, previdenciários e disposto nos §§ 4o, 6o, 7o e 9o deste artigo, o
trabalhistas derivados da sua integração à re- empregador pagará ao trabalhador prejudicado,
muneração dos empregados, devendo o valor a título de multa, o valor correspondente a 1/30
remanescente ser revertido integralmente em (um trinta avos) da média da gorjeta por dia de
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

favor do trabalhador; atraso, limitada ao piso da categoria, assegurados


II – para as empresas não inscritas em regime em qualquer hipótese o contraditório e a ampla
de tributação federal diferenciado, lançá-la na defesa, observadas as seguintes regras:
respectiva nota de consumo, facultada a re- I – a limitação prevista neste parágrafo será
tenção de até 33% (trinta e três por cento) da triplicada caso o empregador seja reincidente;
arrecadação correspondente, mediante previsão II – considera-se reincidente o empregador
em convenção ou acordo coletivo de trabalho, que, durante o período de doze meses, descum-
para custear os encargos sociais, previdenciá- pre o disposto nos §§ 4o, 6o, 7o e 9o deste artigo
rios e trabalhistas derivados da sua integração à por mais de sessenta dias.
remuneração dos empregados, devendo o valor
remanescente ser revertido integralmente em Art. 458.  Além do pagamento em dinheiro,
favor do trabalhador; compreende-se no salário, para todos os efeitos
III – anotar na Carteira de Trabalho e Pre- legais, a alimentação, habitação, vestuário ou
vidência Social e no contracheque de seus em- outras prestações in natura que a empresa, por
pregados o salário contratual fixo e o percentual força do contrato ou do costume, fornecer ha-
percebido a título de gorjeta. bitualmente ao empregado. Em caso algum será
§ 7o  A gorjeta, quando entregue pelo con- permitido o pagamento com bebidas alcoólicas
72 sumidor diretamente ao empregado, terá seus ou drogas nocivas.
§ 1o  Os valores atribuídos às prestações in ser estipulado por período superior a um mês,
natura deverão ser justos e razoáveis, não po- salvo no que concerne a comissões, percentagens
dendo exceder, em cada caso, os dos percentuais e gratificações.
das parcelas componentes do salário mínimo § 1o  Quando o pagamento houver sido es-
(arts. 81 e 82). tipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais
§ 2o  Para os efeitos previstos neste artigo, não tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente
serão consideradas como salário as seguintes ao vencido.24
utilidades concedidas pelo empregador:
I – vestuários, equipamentos e outros acessó- Art. 460.  Na falta de estipulação do salário ou
rios fornecidos aos empregados e utilizados no não havendo prova sobre a importância ajustada,
local de trabalho, para a prestação do serviço; o empregado terá direito a perceber salário igual
II – educação, em estabelecimento de en- ao daquele que, na mesma empresa, fizer serviço
sino próprio ou de terceiros, compreendendo equivalente, ou do que for habitualmente pago
os valores relativos a matrícula, mensalidade, para serviço semelhante.
anuidade, livros e material didático;
III – transporte destinado ao deslocamento Art. 461.  Sendo idêntica a função, a todo tra-
para o trabalho e retorno, em percurso servido balho de igual valor, prestado ao mesmo empre-
ou não por transporte público; gador, no mesmo estabelecimento empresarial,
IV – assistência médica, hospitalar e odon- corresponderá igual salário, sem distinção de
tológica, prestada diretamente ou mediante sexo, etnia, nacionalidade ou idade.
seguro-saúde; § 1o  Trabalho de igual valor, para os fins
V – seguros de vida e de acidentes pessoais; deste Capítulo, será o que for feito com igual
VI – previdência privada; produtividade e com a mesma perfeição técnica,
VII – (Vetado); entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço
VIII – o valor correspondente ao vale-cultura. para o mesmo empregador não seja superior a
§ 3o  A habitação e a alimentação fornecidas quatro anos e a diferença de tempo na função
como salário-utilidade deverão atender aos fins não seja superior a dois anos.
a que se destinam e não poderão exceder, res- § 2o  Os dispositivos deste artigo não pre-
pectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) valecerão quando o empregador tiver pessoal
e 20% (vinte por cento) do salário-contratual. organizado em quadro de carreira ou adotar,
§ 4o  Tratando-se de habitação coletiva, o por meio de norma interna da empresa ou de
valor do salário-utilidade a ela correspondente negociação coletiva, plano de cargos e salários,
será obtido mediante a divisão do justo valor da dispensada qualquer forma de homologação ou
habitação pelo número de coocupantes, vedada, registro em órgão público.
em qualquer hipótese, a utilização da mesma § 3o  No caso do § 2o deste artigo, as promo-
unidade residencial por mais de uma família. ções poderão ser feitas por merecimento e por
§ 5o  O valor relativo à assistência prestada antiguidade, ou por apenas um destes critérios,
por serviço médico ou odontológico, próprio dentro de cada categoria profissional.
ou não, inclusive o reembolso de despesas com § 4o  O trabalhador readaptado em nova fun-
Consolidação das Leis do Trabalho

medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, ção, por motivo de deficiência física ou mental
próteses, órteses, despesas médico-hospitalares atestada pelo órgão competente da Previdência
e outras similares, mesmo quando concedido Social, não servirá de paradigma para fins de
em diferentes modalidades de planos e cobertu- equiparação salarial.
ras, não integram o salário do empregado para § 5o  A equiparação salarial só será possível
qualquer efeito nem o salário de contribuição, entre empregados contemporâneos no cargo
para efeitos do previsto na alínea “q” do § 9o do ou na função, ficando vedada a indicação de
art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. paradigmas remotos, ainda que o paradigma

Art. 459.  O pagamento do salário, qualquer   NE: redação em conformidade com a Lei


24

que seja a modalidade do trabalho, não deve no 7.855/1989. 73


contemporâneo tenha obtido a vantagem em para esse fim em nome de cada empregado, com
ação judicial própria. o consentimento deste, em estabelecimento de
§ 6o  No caso de comprovada discriminação crédito próximo ao local de trabalho.
por motivo de sexo ou etnia, o juízo determina-
rá, além do pagamento das diferenças salariais Art. 465.  O pagamento dos salários será efe-
devidas, multa, em favor do empregado discri- tuado em dia útil e no local do trabalho, dentro
minado, no valor de 50% (cinquenta por cento) do horário do serviço ou imediatamente após
do limite máximo dos benefícios do Regime o encerramento deste, salvo quando efetuado
Geral de Previdência Social. por depósito em conta bancária, observado o
disposto no artigo anterior.
Art. 462.  Ao empregador é vedado efetuar
qualquer desconto nos salários do empregado, Art. 466.  O pagamento de comissões e per-
salvo quando este resultar de adiantamentos, centagens só é exigível depois de ultimada a
de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. transação a que se referem.
§ 1o  Em caso de dano causado pelo empre- § 1o  Nas transações realizadas por prestações
gado, o desconto será lícito, desde que esta pos- sucessivas, é exigível o pagamento das percen-
sibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência tagens e comissões que lhes disserem respeito
de dolo do empregado. proporcionalmente à respectiva liquidação.
§ 2o  É vedado à empresa que mantiver arma- § 2o  A cessação das relações de trabalho não
zém para venda de mercadorias aos emprega- prejudica a percepção das comissões e percen-
dos ou serviços destinados a proporcionar-lhes tagens devidas na forma estabelecida por este
prestações in natura exercer qualquer coação ou artigo.
induzimento no sentido de que os empregados
se utilizem do armazém ou dos serviços. Art. 467.  Em caso de rescisão de contrato de
§ 3o  Sempre que não for possível o acesso trabalho, havendo controvérsia sobre o mon-
dos empregados a armazéns ou serviços não tante das verbas rescisórias, o empregador é
mantidos pela empresa, é lícito à autoridade obrigado a pagar ao trabalhador, à data do
competente determinar a adoção de medidas comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte
adequadas, visando a que as mercadorias se- incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-
jam vendidas e os serviços prestados a preços -las acrescidas de cinquenta por cento.
razoáveis, sem intuito de lucro e sempre em Parágrafo único.  O disposto no caput não se
benefício dos empregados. aplica à União, aos Estados, ao Distrito Federal,
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

§ 4o  Observado o disposto neste Capítu- aos Municípios e às suas autarquias e fundações
lo, é vedado às empresas limitar, por qualquer públicas.
forma, a liberdade dos empregados de dispor
do seu salário.
CAPÍTULO III – Da Alteração
Art. 463.  A prestação em espécie do salário
será paga em moeda corrente do país. Art. 468.  Nos contratos individuais de trabalho
Parágrafo único.  O pagamento do salário só é lícita a alteração das respectivas condições
realizado com inobservância deste artigo con- por mútuo consentimento, e, ainda assim, des-
sidera-se como não feito. de que não resultem, direta ou indiretamente,
prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade
Art. 464.  O pagamento do salário deverá ser da cláusula infringente desta garantia.
efetuado contra recibo, assinado pelo emprega- § 1o  Não se considera alteração unilateral a
do; em se tratando de analfabeto, mediante sua determinação do empregador para que o res-
impressão digital, ou, não sendo esta possível, pectivo empregado reverta ao cargo efetivo,
a seu rogo. anteriormente ocupado, deixando o exercício
Parágrafo único.  Terá força de recibo o com- de função de confiança.
74 provante de depósito em conta bancária, aberta
§ 2o  A alteração de que trata o § 1o deste § 1o  Para que o empregado tenha direito a
artigo, com ou sem justo motivo, não assegura voltar a exercer o cargo do qual se afastou em
ao empregado o direito à manutenção do paga- virtude de exigências do serviço militar ou de
mento da gratificação correspondente, que não encargo público, é indispensável que notifique
será incorporada, independentemente do tempo o empregador dessa intenção, por telegrama ou
de exercício da respectiva função. carta registrada, dentro do prazo máximo de
trinta dias, contados da data em que se verificar
Art. 469.  Ao empregador é vedado transferir a respectiva baixa ou a terminação do encargo
o empregado, sem a sua anuência, para locali- a que estava obrigado.
dade diversa da que resultar do contrato, não se § 2o  Nos contratos por prazo determinado,
considerando transferência a que não acarretar o tempo de afastamento, se assim acordarem
necessariamente a mudança do seu domicílio. as partes interessadas, não será computado na
§ 1o  Não estão compreendidos na proibi- contagem do prazo para a respectiva terminação.
ção deste artigo: os empregados que exerçam § 3o  Ocorrendo motivo relevante de interesse
cargos de confiança e aqueles cujos contratos para a segurança nacional, poderá a autoridade
tenham como condição, implícita ou explícita, competente solicitar o afastamento do emprega-
a transferência, quando esta decorra de real do do serviço ou do local de trabalho, sem que se
necessidade de serviço. configure a suspensão do contrato de trabalho.
§ 2o  É lícita a transferência quando ocorrer § 4o  O afastamento a que se refere o pará-
extinção do estabelecimento em que trabalhar grafo anterior será solicitado pela autoridade
o empregado. competente diretamente ao empregador, em
§ 3o  Em caso de necessidade de serviço o representação fundamentada com audiência da
empregador poderá transferir o empregado para Procuradoria Regional do Trabalho, que provi-
localidade diversa da que resultar do contrato, denciará desde logo a instauração do competente
não obstante as restrições do artigo anterior, inquérito administrativo.
mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamen- § 5o  Durante os primeiros 90 (noventa) dias
to suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e desse afastamento, o empregado continuará
cinco por cento) dos salários que o empregado percebendo sua remuneração.
percebia naquela localidade, enquanto durar
essa situação. Art. 473.  O empregado poderá deixar de com-
parecer ao serviço sem prejuízo do salário:
Art. 470.  As despesas resultantes da transfe- I – até 2 (dois) dias consecutivos, em caso
rência correrão por conta do empregador. de falecimento do cônjuge, ascendente, des-
cendente, irmão ou pessoa que, declarada em
sua Carteira de Trabalho e Previdência Social,
CAPÍTULO IV – Da Suspensão e da viva sob sua dependência econômica;
Interrupção II – até 3 (três) dias consecutivos, em virtude
de casamento;
Art. 471.  Ao empregado afastado do emprego, III – por um dia, em caso de nascimento de
Consolidação das Leis do Trabalho

são asseguradas, por ocasião de sua volta, to- filho, no decorrer da primeira semana;
das as vantagens que, em sua ausência, tenham IV – por um dia, em cada 12 (doze) meses
sido atribuídas à categoria a que pertencia na de trabalho, em caso de doação voluntária de
empresa. sangue devidamente comprovada;
V – até 2 (dois) dias consecutivos ou não,
Art. 472.  O afastamento do empregado, em para o fim de se alistar eleitor, nos termos da
virtude das exigências do serviço militar ou de lei respectiva;
outro encargo público, não constituirá motivo VI – no período de tempo em que tiver de
para a alteração ou rescisão do contrato de tra- cumprir as exigências do Serviço Militar refe-
balho por parte do empregador. ridas na letra “c” do art. 65 da Lei no 4.375, de
17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar); 75
VII – nos dias em que estiver comprovada- Art. 476-A.  O contrato de trabalho poderá ser
mente realizando provas de exame vestibular suspenso, por um período de dois a cinco meses,
para ingresso em estabelecimento de ensino para participação do empregado em curso ou
superior; programa de qualificação profissional oferecido
VIII – pelo tempo que se fizer necessário, pelo empregador, com duração equivalente à
quando tiver que comparecer a juízo; suspensão contratual, mediante previsão em
IX – pelo tempo que se fizer necessário, quan- convenção ou acordo coletivo de trabalho e
do, na qualidade de representante de entidade aquiescência formal do empregado, observado
sindical, estiver participando de reunião oficial o disposto no art. 471 desta Consolidação.
de organismo internacional do qual o Brasil § 1o  Após a autorização concedida por in-
seja membro; termédio de convenção ou acordo coletivo, o
X – até 2 (dois) dias para acompanhar con- empregador deverá notificar o respectivo sin-
sultas médicas e exames complementares du- dicato, com antecedência mínima de quinze
rante o período de gravidez de sua esposa ou dias da suspensão contratual.
companheira; § 2o  O contrato de trabalho não poderá ser
XI – por 1 (um) dia por ano para acompanhar suspenso em conformidade com o disposto no
filho de até 6 (seis) anos em consulta médica; caput deste artigo mais de uma vez no período
XII – até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) me- de dezesseis meses.
ses de trabalho, em caso de realização de exames § 3o  O empregador poderá conceder ao em-
preventivos de câncer devidamente comprovada. pregado ajuda compensatória mensal, sem na-
tureza salarial, durante o período de suspensão
Art. 474.  A suspensão do empregado por mais contratual nos termos do caput deste artigo, com
de 30 (trinta) dias consecutivos importa na res- valor a ser definido em convenção ou acordo
cisão injusta do contrato de trabalho. coletivo.
§ 4o  Durante o período de suspensão con-
Art. 475.  O empregado que for aposentado tratual para participação em curso ou programa
por invalidez terá suspenso o seu contrato de de qualificação profissional, o empregado fará
trabalho durante o prazo fixado pelas leis de jus aos benefícios voluntariamente concedidos
previdência social para a efetivação do benefício. pelo empregador.
§ 1o  Recuperando o empregado a capacidade § 5o  Se ocorrer a dispensa do empregado
de trabalho e sendo a aposentadoria cancela- no transcurso do período de suspensão con-
da, ser-lhe-á assegurado o direito à função que tratual ou nos três meses subsequentes ao seu
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

ocupava ao tempo da aposentadoria, facultado, retorno ao trabalho, o empregador pagará ao


porém, ao empregador, o direito de indenizá-lo empregado, além das parcelas indenizatórias
por rescisão do contrato de trabalho, nos termos previstas na legislação em vigor, multa a ser
dos arts. 477 e 478, salvo na hipótese de ser ele estabelecida em convenção ou acordo coletivo,
portador de estabilidade, quando a indenização sendo de, no mínimo, cem por cento sobre o
deverá ser paga na forma do art. 497. valor da última remuneração mensal anterior
§ 2o  Se o empregador houver admitido à suspensão do contrato.
substituto para o aposentado, poderá rescindir, § 6o  Se durante a suspensão do contrato
com este, o respectivo contrato de trabalho sem não for ministrado o curso ou programa de
indenização, desde que tenha havido ciência qualificação profissional, ou o empregado per-
inequívoca da interinidade ao ser celebrado manecer trabalhando para o empregador, ficará
o contrato. descaracterizada a suspensão, sujeitando o em-
pregador ao pagamento imediato dos salários
Art. 476.  Em caso de seguro-doença ou auxí- e dos encargos sociais referentes ao período,
lio-enfermidade, o empregado é considerado às penalidades cabíveis previstas na legislação
em licença não remunerada, durante o prazo em vigor, bem como às sanções previstas em
desse benefício. convenção ou acordo coletivo.
76
§ 7o  O prazo limite fixado no caput poderá comprovadamente, o trabalhador der causa à
ser prorrogado mediante convenção ou acordo mora.
coletivo de trabalho e aquiescência formal do § 9o (Vetado)
empregado, desde que o empregador arque com § 10.  A anotação da extinção do contrato
o ônus correspondente ao valor da bolsa de na Carteira de Trabalho e Previdência Social é
qualificação profissional, no respectivo período. documento hábil para requerer o benefício do
seguro-desemprego e a movimentação da conta
vinculada no Fundo de Garantia do Tempo de
CAPÍTULO V – Da Rescisão Serviço, nas hipóteses legais, desde que a co-
municação prevista no caput deste artigo tenha
Art. 477.  Na extinção do contrato de traba- sido realizada.
lho, o empregador deverá proceder à anotação
na Carteira de Trabalho e Previdência Social, Art. 477-A.  As dispensas imotivadas indi-
comunicar a dispensa aos órgãos competentes viduais, plúrimas ou coletivas equiparam-se
e realizar o pagamento das verbas rescisórias para todos os fins, não havendo necessidade
no prazo e na forma estabelecidos neste artigo. de autorização prévia de entidade sindical ou
§ 1o (Revogado) de celebração de convenção coletiva ou acordo
§ 2o  O instrumento de rescisão ou recibo de coletivo de trabalho para sua efetivação.
quitação, qualquer que seja a causa ou forma de
dissolução do contrato, deve ter especificada a Art. 477-B.  Plano de Demissão Voluntária ou
natureza de cada parcela paga ao empregado e Incentivada, para dispensa individual, plúrima
discriminado o seu valor, sendo válida a quita- ou coletiva, previsto em convenção coletiva ou
ção, apenas, relativamente às mesmas parcelas. acordo coletivo de trabalho, enseja quitação
§ 3o (Revogado) plena e irrevogável dos direitos decorrentes da
§ 4o  O pagamento a que fizer jus o empre- relação empregatícia, salvo disposição em con-
gado será efetuado: trário estipulada entre as partes.
I – em dinheiro, depósito bancário ou cheque
visado, conforme acordem as partes; ou Art. 478.  A indenização devida pela rescisão
II – em dinheiro ou depósito bancário quan- de contrato por prazo indeterminado será de
do o empregado for analfabeto. um mês de remuneração por ano de serviço
§ 5o  Qualquer compensação no pagamento efetivo, ou por ano e fração igual ou superior
de que trata o parágrafo anterior não poderá a seis meses.
exceder o equivalente a um mês de remuneração § 1o  O primeiro ano de duração do contrato
do empregado. por prazo indeterminado é considerado como
§ 6o  A entrega ao empregado de documentos período de experiência, e, antes que se complete,
que comprovem a comunicação da extinção nenhuma indenização será devida.
contratual aos órgãos competentes bem como § 2o  Se o salário for pago por dia, o cálculo da
o pagamento dos valores constantes do instru- indenização terá por base 25 (vinte e cinco) dias.
mento de rescisão ou recibo de quitação deverão § 3o  Se pago por hora, a indenização apurar-
Consolidação das Leis do Trabalho

ser efetuados até dez dias contados a partir do -se-á na base de 200 (duzentas) horas por mês.
término do contrato. § 4o  Para os empregados que trabalhem a
a) (Revogada); comissão ou que tenham direito a percenta-
b) (Revogada). gens, a indenização será calculada pela média
§ 7o (Revogado) das comissões ou percentagens percebidas nos
§ 8o  A inobservância do disposto no § 6o últimos 12 (doze) meses de serviço.
deste artigo sujeitará o infrator à multa de 160 § 5o  Para os empregados que trabalhem por
BTN, por trabalhador, bem assim ao pagamento tarefa ou serviço feito, a indenização será calcu-
da multa a favor do empregado, em valor equi- lada na base média do tempo costumeiramente
valente ao seu salário, devidamente corrigido gasto pelo interessado para realização de seu
pelo índice de variação do BTN, salvo quando, 77
serviço, calculando-se o valor do que seria feito g)  violação de segredo da empresa;
durante trinta dias. h)  ato de indisciplina ou de insubordinação;
i)  abandono de emprego;
Art. 479.  Nos contratos que tenham termo j)  ato lesivo da honra ou da boa fama pra-
estipulado, o empregador que, sem justa causa, ticado no serviço contra qualquer pessoa, ou
despedir o empregado, será obrigado a pagar- ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em
-lhe, a título de indenização, e por metade, a caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
remuneração a que teria direito até o termo k)  ato lesivo da honra ou da boa fama ou
do contrato. ofensas físicas praticadas contra o empregador
Parágrafo único.  Para a execução do que e superiores hierárquicos, salvo em caso de le-
dispõe o presente artigo, o cálculo da parte va- gítima defesa, própria ou de outrem;
riável ou incerta dos salários será feito de acordo l)  prática constante de jogos de azar;
com o prescrito para o cálculo da indenização m)  perda da habilitação ou dos requisitos
referente à rescisão dos contratos por prazo estabelecidos em lei para o exercício da pro-
indeterminado. fissão, em decorrência de conduta dolosa do
empregado.
Art. 480.  Havendo termo estipulado, o empre- Parágrafo único.  Constitui igualmente justa
gado não se poderá desligar do contrato, sem causa para dispensa de empregado, a prática,
justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar devidamente comprovada em inquérito ad-
o empregador dos prejuízos que desse fato lhe ministrativo, de atos atentatórios à segurança
resultarem. nacional.
§ 1o  A indenização, porém, não poderá ex-
ceder àquela a que teria direito o empregado Art. 483.  O empregado poderá considerar
em idênticas condições. rescindido o contrato e pleitear a devida inde-
§ 2o (Revogado) nização quando:
a)  forem exigidos serviços superiores às suas
Art. 481.  Aos contratos por prazo determina- forças, defesos por lei, contrários aos bons cos-
do, que contiverem cláusula assecuratória do tumes, ou alheios ao contrato;
direito recíproco de rescisão antes de expirado b)  for tratado pelo empregador ou por seus
o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido superiores hierárquicos com rigor excessivo;
tal direito por qualquer das partes, os princípios c)  correr perigo manifesto de mal consi-
que regem a rescisão dos contratos por prazo derável;
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

indeterminado. d)  não cumprir o empregador as obrigações


do contrato;
Art. 482.  Constituem justa causa para rescisão e)  praticar o empregador ou seus prepostos,
do contrato de trabalho pelo empregador: contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo
a)  ato de improbidade; da honra e boa fama;
b)  incontinência de conduta ou mau pro- f)  o empregador ou seus prepostos ofende-
cedimento; rem-no fisicamente, salvo em caso de legítima
c)  negociação habitual por conta própria ou defesa, própria ou de outrem;
alheia sem permissão do empregador, e quando g)  o empregador reduzir o seu trabalho, sen-
constituir ato de concorrência à empresa para do este por peça ou tarefa, de forma a afetar
a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial sensivelmente a importância dos salários.
ao serviço; § 1o  O empregado poderá suspender a
d)  condenação criminal do empregado, prestação dos serviços ou rescindir o contrato,
passada em julgado, caso não tenha havido quando tiver de desempenhar obrigações legais,
suspensão da execução da pena; incompatíveis com a continuação do serviço.
e)  desídia no desempenho das respectivas § 2o  No caso de morte do empregador cons-
funções; tituído em empresa individual, é facultado ao
78 f)  embriaguez habitual ou em serviço; empregado rescindir o contrato de trabalho.
§ 3o  Nas hipóteses das letras “d” e “g”, poderá pela paralisação do trabalho, para que, no pra-
o empregado pleitear a rescisão de seu contrato zo de 30 (trinta) dias, alegue o que entender
de trabalho e o pagamento das respectivas in- devido, passando a figurar no processo como
denizações, permanecendo ou não no serviço chamada à autoria.
até final decisão do processo. § 2o  Sempre que a parte interessada, firmada
em documento hábil, invocar defesa baseada
Art. 484.  Havendo culpa recíproca no ato que na disposição deste artigo e indicar qual o juiz
determinou a rescisão do contrato de trabalho, competente, será ouvida a parte contrária, para,
o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à dentro de três dias, falar sobre essa alegação.
que seria devida em caso de culpa exclusiva do § 3o  Verificada qual a autoridade respon-
empregador, por metade. sável, a Junta de Conciliação ou Juiz dar-se-á
por incompetente, remetendo os autos ao Juiz
Art. 484-A.  O contrato de trabalho poderá ser Privativo da Fazenda, perante o qual correrá o
extinto por acordo entre empregado e empre- feito nos termos previstos no processo comum.
gador, caso em que serão devidas as seguintes
verbas trabalhistas:
I – por metade: CAPÍTULO VI – Do Aviso Prévio
a)  o aviso prévio, se indenizado; e
b)  a indenização sobre o saldo do Fundo de Art. 487.  Não havendo prazo estipulado, a
Garantia do Tempo de Serviço, prevista no § 1o parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o
do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990; contrato, deverá avisar a outra da sua resolução,
II – na integralidade, as demais verbas tra- com a antecedência mínima de:
balhistas. I – oito dias, se o pagamento for efetuado
§ 1o  A extinção do contrato prevista no caput por semana ou tempo inferior;
deste artigo permite a movimentação da conta II – trinta dias aos que perceberem por quin-
vinculada do trabalhador no Fundo de Garantia zena ou mês, ou que tenham mais de doze meses
do Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do de serviço na empresa.
art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, § 1o  A falta do aviso prévio por parte do em-
limitada até 80% (oitenta por cento) do valor pregador dá ao empregado o direito aos salários
dos depósitos. correspondentes ao prazo do aviso, garantida,
§ 2o  A extinção do contrato por acordo sempre, a integração desse período no seu tempo
prevista no caput deste artigo não autoriza o de serviço.
ingresso no Programa de Seguro-Desemprego. § 2o  A falta de aviso prévio por parte do em-
pregado dá ao empregador o direito de descontar
Art. 485.  Quando cessar a atividade da empre- os salários correspondentes ao prazo respectivo.
sa, por morte do empregador, os empregados § 3o  Em se tratando de salário pago na base
terão direito, conforme o caso, à indenização a de tarefa, o cálculo, para os efeitos dos parágrafos
que se referem os arts. 477 e 497. anteriores, será feito de acordo com a média dos
últimos doze meses de serviço.
Consolidação das Leis do Trabalho

Art. 486.  No caso de paralisação temporária § 4o  É devido o aviso prévio na despedida


ou definitiva do trabalho, motivada por ato de indireta.
autoridade municipal, estadual ou federal, ou § 5o  O valor das horas extraordinárias habi-
pela promulgação de lei ou resolução que impos- tuais integra o aviso prévio indenizado.
sibilite a continuação da atividade, prevalecerá § 6o  O reajustamento salarial coletivo, de-
o pagamento da indenização, que ficará a cargo terminado no curso do aviso prévio, beneficia
do governo responsável. o empregado pré-avisado da despedida, mes-
§ 1o  Sempre que o empregador invocar em mo que tenha recebido antecipadamente os
sua defesa o preceito do presente artigo, o tribu- salários correspondentes ao período do aviso,
nal do trabalho competente notificará a pessoa que integra seu tempo de serviço para todos
de direito público apontada como responsável os efeitos legais. 79
Art. 488.  O horário normal de trabalho do por sua repetição ou natureza representem séria
empregado, durante o prazo do aviso, e se a violação dos deveres e obrigações do empregado.
rescisão tiver sido promovida pelo empregador,
será reduzido de duas horas diárias, sem prejuízo Art. 494.  O empregado acusado de falta grave
do salário integral. poderá ser suspenso de suas funções, mas a sua
Parágrafo único.  É facultado ao empregado despedida só se tornará efetiva após o inquérito
trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas diá- em que se verifique a procedência da acusação.
rias previstas neste artigo, caso em que poderá Parágrafo único.  A suspensão, no caso deste
faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, artigo, perdurará até a decisão final do processo.
por 1 (um) dia, na hipótese do inciso I, e por
7 (sete) dias corridos, na hipótese do inciso II Art. 495.  Reconhecida a inexistência de falta
do art. 487 desta Consolidação. grave praticada pelo empregado, fica o empre-
gador obrigado a readmiti-lo no serviço e a
Art. 489.  Dado o aviso prévio, a rescisão tor- pagar-lhe os salários a que teria direito no pe-
na-se efetiva depois de expirado o respectivo ríodo da suspensão.
prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o
ato, antes de seu termo, à outra parte é facultado Art. 496.  Quando a reintegração do empre-
aceitar ou não a reconsideração. gado estável for desaconselhável, dado o grau
Parágrafo único.  Caso seja aceita a reconsi- de incompatibilidade resultante do dissídio,
deração, ou continuando a prestação depois de especialmente quando for o empregador pessoa
expirado o prazo, o contrato continuará a vigo- física, o tribunal do trabalho poderá converter
rar, como se o aviso prévio não tivesse sido dado. aquela obrigação em indenização devida nos
termos do artigo seguinte.
Art. 490.  O empregador que, durante o prazo
do aviso prévio dado ao empregado, praticar ato Art. 497.  Extinguindo-se a empresa, sem a
que justifique a rescisão imediata do contrato, ocorrência de motivo de força maior, ao empre-
sujeita-se ao pagamento da remuneração cor- gado estável despedido é garantida a indenização
respondente ao prazo do referido aviso, sem por rescisão do contrato por prazo indetermi-
prejuízo da indenização que for devida. nado, paga em dobro.

Art. 491.  O empregado que, durante o prazo Art. 498.  Em caso de fechamento do estabeleci-


do aviso prévio, cometer qualquer das faltas mento, filial ou agência, ou supressão necessária
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

consideradas pela lei como justas para a rescisão, de atividade, sem ocorrência de motivo de força
perde o direito ao restante do respectivo prazo. maior, é assegurado aos empregados estáveis,
que ali exerçam suas funções, direito à indeni-
zação, na forma do artigo anterior.
CAPÍTULO VII – Da Estabilidade
Art. 499.  Não haverá estabilidade no exercício
Art. 492.  O empregado que contar mais de dez dos cargos de diretoria, gerência ou outros de
anos de serviço na mesma empresa não poderá confiança imediata do empregador, ressalvado
ser despedido senão por motivo de falta grave o cômputo do tempo de serviço para todos os
ou circunstância de força maior, devidamente efeitos legais.
comprovadas. § 1o  Ao empregado garantido pela estabili-
Parágrafo único.  Considera-se como de ser- dade que deixar de exercer cargo de confiança,
viço todo o tempo em que o empregado esteja é assegurada, salvo no caso de falta grave, a
à disposição do empregador. reversão ao cargo efetivo que haja anteriormente
ocupado.
Art. 493.  Constitui falta grave a prática de qual- § 2o  Ao empregado despedido sem justa
quer dos fatos a que se refere o art. 482, quando causa, que só tenha exercido cargo de confian-
80 ça e que contar mais de dez anos de serviço
na mesma empresa, é garantida a indenização podendo, entretanto, ser superior a 25% (vinte e
proporcional ao tempo de serviço nos termos cinco por cento), respeitado, em qualquer caso,
dos arts. 477 e 478. o salário mínimo da região.
§ 3o  A despedida que se verificar com o fim Parágrafo único.  Cessados os efeitos decor-
de obstar ao empregado a aquisição de estabili- rentes do motivo de força maior, é garantido o
dade sujeitará o empregador a pagamento em restabelecimento dos salários reduzidos.
dobro da indenização prescrita nos arts. 477
e 478. Art. 504.  Comprovada a falsa alegação do mo-
tivo de força maior, é garantida a reintegração
Art. 500.  O pedido de demissão do empre- aos empregados estáveis, e aos não estáveis o
gado estável só será válido quando feito com complemento da indenização já percebida, as-
a assistência do respectivo Sindicato e, se não segurado a ambos o pagamento da remuneração
o houver, perante autoridade local competente atrasada.
do Ministério do Trabalho e Previdência Social
ou da Justiça do Trabalho.
CAPÍTULO IX – Disposições Especiais

CAPÍTULO VIII – Da Força Maior Art. 505.  São aplicáveis aos trabalhadores ru-
rais os dispositivos constantes dos Capítulos I,
Art. 501.  Entende-se como força maior todo II e VI do presente Título.
acontecimento inevitável, em relação à vontade
do empregador, e para a realização do qual este Art. 506.  No contrato de trabalho agrícola é
não concorreu, direta ou indiretamente. lícito o acordo que estabelecer a remuneração
§ 1o  A imprevidência do empregador exclui in natura, contanto que seja de produtos obtidos
a razão de força maior. pela exploração do negócio e não exceda de um
§ 2o  À ocorrência do motivo de força maior terço do salário total do empregado.
que não afetar substancialmente, nem for sus-
cetível de afetar, em tais condições, a situação Art. 507.  As disposições do Capítulo VII do
econômica e financeira da empresa, não se apli- presente Título não serão aplicáveis aos empre-
cam as restrições desta Lei referentes ao disposto gados em consultórios ou escritórios de profis-
neste Capítulo. sionais liberais.
Parágrafo único. (Revogado)
Art. 502.  Ocorrendo motivo de força maior que
determine a extinção da empresa, ou de um dos Art. 507-A.  Nos contratos individuais de traba-
estabelecimentos em que trabalhe o empregado, lho cuja remuneração seja superior a duas vezes
é assegurada a este, quando despedido, uma o limite máximo estabelecido para os benefícios
indenização na forma seguinte: do Regime Geral de Previdência Social, poderá
I – sendo estável, nos termos dos arts. 477 ser pactuada cláusula compromissória de arbi-
e 478; tragem, desde que por iniciativa do empregado
Consolidação das Leis do Trabalho

II – não tendo direito à estabilidade, metade ou mediante a sua concordância expressa, nos
da que seria devida em caso de rescisão sem termos previstos na Lei no 9.307, de 23 de se-
justa causa; tembro de 1996.
III – havendo contrato por prazo determi-
nado, aquela a que se refere o art. 479 desta Lei, Art. 507-B.  É facultado a empregados e em-
reduzida igualmente à metade. pregadores, na vigência ou não do contrato de
emprego, firmar o termo de quitação anual de
Art. 503.  É lícita, em caso de força maior ou obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos
prejuízos devidamente comprovados, a redução empregados da categoria.
geral dos salários dos empregados da empresa, Parágrafo único.  O termo discriminará as
proporcionalmente aos salários de cada um, não obrigações de dar e fazer cumpridas mensal- 81
mente e dele constará a quitação anual dada e eficaz, visando à efetiva aplicação das normas
pelo empregado, com eficácia liberatória das legais e contratuais;
parcelas nele especificadas. V – assegurar tratamento justo e imparcial
aos empregados, impedindo qualquer forma
Art. 508. (Revogado) de discriminação por motivo de sexo, idade,
religião, opinião política ou atuação sindical;
Art. 509. (Revogado) VI – encaminhar reivindicações específicas
dos empregados de seu âmbito de representação;
Art. 510.  Pela infração das proibições constan- VII – acompanhar o cumprimento das leis
tes deste Título, será imposta à empresa a multa trabalhistas, previdenciárias e das convenções
de valor igual a 1 (um) salário mínimo regional, coletivas e acordos coletivos de trabalho.
elevada ao dobro, no caso de reincidência, sem § 1o  As decisões da comissão de represen-
prejuízo das demais cominações legais. tantes dos empregados serão sempre colegiadas,
observada a maioria simples.
§ 2o  A comissão organizará sua atuação de
TÍTULO IV-A – Da Representação dos forma independente.
Empregados
Art. 510-C.  A eleição será convocada, com
Art. 510-A.  Nas empresas com mais de duzen- antecedência mínima de trinta dias, contados do
tos empregados, é assegurada a eleição de uma término do mandato anterior, por meio de edital
comissão para representá-los, com a finalidade que deverá ser fixado na empresa, com ampla
de promover-lhes o entendimento direto com publicidade, para inscrição de candidatura.
os empregadores. § 1o  Será formada comissão eleitoral, inte-
§ 1o  A comissão será composta: grada por cinco empregados, não candidatos,
I – nas empresas com mais de duzentos e até para a organização e o acompanhamento do
três mil empregados, por três membros; processo eleitoral, vedada a interferência da
II – nas empresas com mais de três mil e até empresa e do sindicato da categoria.
cinco mil empregados, por cinco membros; § 2o  Os empregados da empresa poderão
III – nas empresas com mais de cinco mil candidatar-se, exceto aqueles com contrato de
empregados, por sete membros. trabalho por prazo determinado, com contrato
§ 2o  No caso de a empresa possuir emprega- suspenso ou que estejam em período de aviso
dos em vários Estados da Federação e no Dis- prévio, ainda que indenizado.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

trito Federal, será assegurada a eleição de uma § 3o  Serão eleitos membros da comissão de
comissão de representantes dos empregados por representantes dos empregados os candidatos
Estado ou no Distrito Federal, na mesma forma mais votados, em votação secreta, vedado o voto
estabelecida no § 1o deste artigo. por representação.
§ 4o  A comissão tomará posse no primeiro
Art. 510-B.  A comissão de representantes dos dia útil seguinte à eleição ou ao término do
empregados terá as seguintes atribuições: mandato anterior.
I – representar os empregados perante a ad- § 5o  Se não houver candidatos suficientes,
ministração da empresa; a comissão de representantes dos empregados
II – aprimorar o relacionamento entre a em- poderá ser formada com número de membros
presa e seus empregados com base nos princípios inferior ao previsto no art. 510-A desta Con-
da boa-fé e do respeito mútuo; solidação.
III – promover o diálogo e o entendimento § 6o  Se não houver registro de candidatura,
no ambiente de trabalho com o fim de prevenir será lavrada ata e convocada nova eleição no
conflitos; prazo de um ano.
IV – buscar soluções para os conflitos decor-
rentes da relação de trabalho, de forma rápida
82
Art. 510-D.  O mandato dos membros da co- § 3o  Categoria profissional diferenciada é
missão de representantes dos empregados será a que se forma dos empregados que exerçam
de um ano. profissões ou funções diferenciadas por força
§ 1o  O membro que houver exercido a fun- de estatuto profissional especial ou em conse-
ção de representante dos empregados na comis- quência de condições de vida singulares.
são não poderá ser candidato nos dois períodos § 4o  Os limites de identidade, similaridade
subsequentes. ou conexidade fixam as dimensões dentro das
§ 2o  O mandato de membro de comissão de quais a categoria econômica ou profissional é
representantes dos empregados não implica sus- homogênea e a associação é natural.
pensão ou interrupção do contrato de trabalho,
devendo o empregado permanecer no exercício Art. 512.  Somente as associações profissionais
de suas funções. constituídas para os fins e na forma do artigo
§ 3o  Desde o registro da candidatura até um anterior e registradas de acordo com o art. 558
ano após o fim do mandato, o membro da co- poderão ser reconhecidas como sindicatos e
missão de representantes dos empregados não investidas nas prerrogativas definidas nesta Lei.
poderá sofrer despedida arbitrária, entenden-
do-se como tal a que não se fundar em motivo Art. 513.  São prerrogativas dos sindicatos:
disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. a)  representar, perante as autoridades admi-
§ 4o  Os documentos referentes ao processo nistrativas e judiciárias, os interesses gerais da
eleitoral devem ser emitidos em duas vias, as respectiva categoria ou profissão liberal ou os
quais permanecerão sob a guarda dos empre- interesses individuais dos associados relativos
gados e da empresa pelo prazo de cinco anos, à atividade ou profissão exercida;
à disposição para consulta de qualquer traba- b)  celebrar contratos coletivos de trabalho;
lhador interessado, do Ministério Público do c)  eleger ou designar os representantes da
Trabalho e do Ministério do Trabalho. respectiva categoria ou profissão liberal;
d)  colaborar com o Estado, como órgãos
técnicos e consultivos, no estudo e solução dos
TÍTULO V – Da Organização Sindical problemas que se relacionam com a respectiva
CAPÍTULO I – Da Instituição Sindical categoria ou profissão liberal;
SEÇÃO I – Da Associação em Sindicato e)  impor contribuições a todos aqueles que
participam das categorias econômicas ou profis-
Art. 511.  É lícita a associação para fins de es- sionais ou das profissões liberais representadas.
tudo, defesa e coordenação dos seus interesses Parágrafo único.  Os sindicatos de emprega-
econômicos ou profissionais de todos os que, dos terão, outrossim, a prerrogativa de fundar
como empregadores, empregados, agentes ou e manter agências de colocação.
trabalhadores autônomos, ou profissionais li-
berais, exerçam, respectivamente, a mesma ati- Art. 514.  São deveres dos sindicatos:
vidade ou profissão ou atividades ou profissões a)  colaborar com os poderes públicos no
similares ou conexas. desenvolvimento da solidariedade social;
Consolidação das Leis do Trabalho

§ 1o  A solidariedade de interesses econômi- b)  manter serviços de assistência judiciária


cos dos que empreendem atividades idênticas, para os associados;
similares ou conexas, constitui o vínculo social c)  promover a conciliação nos dissídios de
básico que se denomina categoria econômica. trabalho;
§ 2o  A similitude de condições de vida oriun- d)  sempre que possível, e de acordo com as
da da profissão ou trabalho em comum, em suas possibilidades, manter no seu quadro de
situação de emprego na mesma atividade eco- pessoal, em convênio com entidades assisten-
nômica ou em atividades econômicas similares ciais ou por conta própria, um assistente social
ou conexas, compõe a expressão social elementar com as atribuições específicas de promover a
compreendida como categoria profissional. cooperação operacional na empresa e a inte-
gração profissional na Classe. 83
Parágrafo único.  Os sindicatos de emprega- delegacias ou seções para melhor proteção dos
dos terão, outrossim, o dever de: associados e da categoria econômica ou profis-
a)  promover a fundação de cooperativas de sional ou profissão liberal representada.
consumo e de crédito;
b)  fundar e manter escolas de alfabetização Art. 518.  O pedido de reconhecimento será
e pré-vocacionais. dirigido ao ministro do Trabalho, Indústria e
Comércio, instruído com exemplar ou cópia
autenticada dos estatutos da associação.
SEÇÃO II – Do Reconhecimento e § 1o  Os estatutos deverão conter:
Investidura Sindical a)  a denominação e a sede da associação;
b)  a categoria econômica ou profissional ou a
Art. 515.  As associações profissionais deverão profissão liberal cuja representação é requerida;
satisfazer os seguintes requisitos para serem c)  a afirmação de que a associação agirá
reconhecidas como sindicatos: como órgão de colaboração com os poderes
a)  reunião de um terço, no mínimo, de públicos e as demais associações no sentido
empresas legalmente constituídas, sob a forma da solidariedade social e da subordinação dos
individual ou de sociedade, se se tratar de as- interesses econômicos ou profissionais ao in-
sociação de empregadores; ou de um terço dos teresse nacional;
que integrem a mesma categoria ou exerçam a d)  as atribuições, o processo eleitoral e das
mesma profissão liberal se se tratar de associação votações, os casos de perda de mandato e de
de empregados ou de trabalhadores ou agentes substituição dos administradores;
autônomos ou de profissão liberal; e)  o modo de constituição e administração
b)  duração de três anos para o mandato da do patrimônio social e o destino que lhe será
diretoria; dado no caso de dissolução;
c)  exercício do cargo de presidente por brasi- f)  as condições em que se dissolverá a as-
leiro nato, e dos demais cargos de administração sociação.
e representação por brasileiros. § 2o  O processo de reconhecimento será re-
Parágrafo único.  O ministro do Trabalho, gulado em instruções baixadas pelo ministro do
Indústria e Comércio poderá, excepcionalmente, Trabalho, Indústria e Comércio.
reconhecer como sindicato a associação cujo
número de associados seja inferior ao terço a Art. 519.  A investidura sindical será conferida
que se refere a alínea “a”. sempre à associação profissional mais represen-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

tativa, a juízo do ministro do Trabalho, Indústria


Art. 516.  Não será reconhecido mais de um e Comércio, constituindo elementos para essa
sindicato representativo da mesma categoria apreciação, entre outros:
econômica ou profissional, ou profissão liberal, a)  o número de associados;
em uma dada base territorial. b)  os serviços sociais fundados e mantidos;
c)  o valor do patrimônio.
Art. 517.  Os sindicatos poderão ser distritais,
municipais, intermunicipais, estaduais e inte- Art. 520.  Reconhecida como sindicato a as-
restaduais. Excepcionalmente, e atendendo às sociação profissional, ser-lhe-á expedida carta
peculiaridades de determinadas categorias ou de reconhecimento, assinada pelo ministro do
profissões, o ministro do Trabalho, Indústria e Trabalho, Indústria e Comércio, na qual será
Comércio poderá autorizar o reconhecimento especificada a representação econômica ou
de sindicatos nacionais. profissional conferida e mencionada a base
§ 1o  O ministro do Trabalho, Indústria e territorial outorgada.
Comércio outorgará e delimitará a base terri- Parágrafo único.  O reconhecimento investe
torial do sindicato. a associação nas prerrogativas do art. 513 e a
§ 2o  Dentro da base territorial que lhe for obriga aos deveres do art. 514, cujo inadimple-
84 determinada é facultado ao sindicato instituir mento a sujeitará às sanções desta Lei.
Art. 521.  São condições para o funcionamento Art. 523.  Os delegados sindicais destinados
do Sindicato: à direção das delegacias ou seções instituídas
a)  proibição de qualquer propaganda de na forma estabelecida no § 2o do art. 517 serão
doutrinas incompatíveis com as instituições e os designados pela diretoria dentre os associados
interesses da Nação, bem como de candidaturas radicados no território da correspondente de-
a cargos eletivos estranhos ao sindicato; legacia.
b)  proibição de exercício de cargo eletivo
cumulativamente com o de emprego remune- Art. 524.  Serão sempre tomadas por escrutínio
rado pelo sindicato ou por entidade sindical de secreto na forma estatutária as deliberações da
grau superior; assembleia geral concernentes aos seguintes
c)  gratuidade do exercício dos cargos ele- assuntos:
tivos; a)  eleição de associado para representação
d)  proibição de quaisquer atividades não da respectiva categoria, prevista em lei;
compreendidas nas finalidades mencionadas b)  tomada e aprovação de contas da diretoria;
no art. 511, inclusive as de caráter político-par- c)  aplicação do patrimônio;
tidário; d)  julgamento dos atos da diretoria, relativos
e)  proibição de cessão gratuita ou remune- a penalidades impostas a associados;
rada da respectiva sede a entidade de índole e)  pronunciamento sobre relações ou dissí-
político-partidária. dio de trabalho. Neste caso, as deliberações da
Parágrafo único.  Quando, para o exercício assembleia geral só serão consideradas válidas
de mandato, tiver o associado de sindicato de quando ela tiver sido especialmente convocada
empregados, de trabalhadores autônomos ou para esse fim, de acordo com as disposições dos
de profissionais liberais de se afastar do seu estatutos da entidade sindical. O quorum para
trabalho, poderá ser-lhe arbitrada pela assem- validade da assembleia será de metade mais um
bleia geral uma gratificação nunca excedente da dos associados quites; não obtido esse quorum
importância de sua remuneração na profissão em primeira convocação, reunir-se-á a assem-
respectiva. bleia em segunda convocação com os presentes,
considerando-se aprovadas as deliberações que
obtiverem 2/3 (dois terços) dos votos.
SEÇÃO III – Da Administração do Sindicato § 1o  A eleição para cargos de diretoria e
Conselho Fiscal será realizada por escrutínio
Art. 522.  A administração do sindicato será secreto, durante seis horas contínuas, pelo me-
exercida por uma diretoria constituída no má- nos, na sede do sindicato, na de suas delegacias
ximo de sete e no mínimo de três membros e de e seções e nos principais locais de trabalho, onde
um Conselho Fiscal composto de três membros, funcionarão as mesas coletoras designadas pelos
eleitos esses órgãos pela Assembleia Geral. Delegados Regionais do Trabalho.
§ 1o  A diretoria elegerá, dentre os seus mem- § 2o  Concomitantemente ao término do pra-
bros, o presidente do sindicato. zo estipulado para a votação, instalar-se-á, em
§ 2o  A competência do Conselho Fiscal é assembleia eleitoral pública e permanente, na
Consolidação das Leis do Trabalho

limitada à fiscalização da gestão financeira do sede do sindicato, a mesa apuradora para a qual
sindicato. serão enviadas, imediatamente, pelos presiden-
§ 3o  Constituirá atribuição exclusiva da Di- tes das mesas coletoras, as urnas receptoras e as
retoria do Sindicato e dos delegados sindicais a atas respectivas. Será facultada a designação de
que se refere o art. 523, a representação e a defesa mesa apuradora supletiva sempre que as pecu-
dos interesses da entidade perante os poderes liaridades ou conveniências do pleito a exigirem.
públicos e as empresas, salvo mandatário com § 3o  A mesa apuradora será presidida por
poderes outorgados por procuração da direto- membro do Ministério Público do Trabalho,
ria ou associado investido em representação ou pessoa de notória idoneidade, designado
prevista em lei. pelo procurador-geral da Justiça do Trabalho
ou procuradores regionais. 85
§ 4o  O pleito só será válido na hipótese trabalho e de previdência social, inclusive o
de participarem da votação mais de 2/3 (dois direito de associação em sindicato.
terços) dos associados com capacidade para
votar. Não obtido esse coeficiente, será reali- Art. 527.  Na sede de cada sindicato haverá
zada nova eleição dentro de 15 (quinze) dias, a um livro de registro, autenticado pelo funcio-
qual terá validade se nela tomarem parte mais nário competente do Ministério do Trabalho,
de 50% (cinquenta por cento) dos referidos Indústria e Comércio, e do qual deverão constar:
associados. Na hipótese de não ter sido alcan- a)  tratando-se de sindicato de empregado-
çado, na segunda votação, o coeficiente exigido, res, a firma, individual ou coletiva, ou a de-
será realizado o terceiro e último pleito, cuja nominação das empresas e sua sede, o nome,
validade dependerá do voto de mais de 40% idade, estado civil, nacionalidade e residência
(quarenta por cento) dos aludidos associados, dos respectivos sócios ou, em se tratando de
proclamando o presidente da Mesa apuradora sociedade por ações, dos diretores, bem como
em qualquer dessas hipóteses os eleitos, os quais a indicação desses dados quanto ao sócio ou
serão empossados automaticamente na data do diretor que representar a empresa no sindicato;
término do mandato expirante, não tendo efeito b)  tratando-se de sindicato de empregados
suspensivo os protestos ou recursos oferecidos ou de agentes ou trabalhadores autônomos ou
na conformidade da lei. de profissionais liberais, além do nome, idade,
§ 5o  Não sendo atingido o coeficiente le- estado civil, nacionalidade, profissão ou função e
gal para a eleição, o Ministério do Trabalho, residência de cada associado, o estabelecimento
Indústria e Comércio declarará a vacância da ou lugar onde exerce a sua profissão ou função,
administração, a partir do término do mandato o número e a série da respectiva Carteira de
dos membros em exercício, e designará admi- Trabalho e Previdência Social e o número da
nistrador para o Sindicato, realizando-se novas inscrição na instituição de previdência a que
eleições dentro de seis meses. pertencer.

Art. 525.  É vedada a pessoas físicas ou jurídi- Art. 528.  Ocorrendo dissídio ou circunstâncias


cas, estranhas ao sindicato, qualquer interferên- que perturbem o funcionamento de entidade
cia na sua administração ou nos seus serviços. sindical ou motivos relevantes de segurança
Parágrafo único.  Estão excluídos dessa proi- nacional, o Ministro do Trabalho e Previdência
bição: Social poderá nela intervir, por intermédio de
a)  os delegados do Ministério do Trabalho, Delegado ou de Junta Interventora, com atri-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Indústria e Comércio, especialmente designados buições para administrá-la e executar ou propor


pelo ministro ou por quem o represente; as medidas necessárias para normalizar-lhe o
b)  os que como empregados exerçam cargos funcionamento.
no sindicato mediante autorização da assem-
bleia geral.
SEÇÃO IV – Das Eleições Sindicais
Art. 526.  Os empregados do sindicato se-
rão nomeados pela diretoria respectiva ad Art. 529.  São condições para o exercício do
referendum da assembleia geral, não podendo direito do voto como para a investidura em cargo
recair tal nomeação nos que estiverem nas con- de administração ou representação econômica
dições previstas nos itens II, IV, V, VI, VII e VIII ou profissional:
do art. 530 e, na hipótese de o nomeado haver a)  ter o associado mais de seis meses de ins-
sido dirigente sindical, também nas do item I crição no quadro social e mais de dois anos de
do mesmo artigo. exercício da atividade ou da profissão;
Parágrafo único. (Revogado) b)  ser maior de 18 (dezoito) anos;
§ 2o  Aplicam-se ao empregado de entidade c)  estar no gozo dos direitos sindicais.
sindical os preceitos das leis de proteção do Parágrafo único.  É obrigatório aos associados
86 o voto nas eleições sindicais.
Art. 530.  Não podem ser eleitos para cargos Art. 532.  As eleições para a renovação da dire-
administrativos ou de representação econômica toria e do conselho fiscal deverão ser procedidas
ou profissional, nem permanecer no exercício dentro do prazo máximo de 60 (sessenta) dias
desses cargos: e mínimo de 30 (trinta) dias, antes do término
I – os que não tiverem definitivamente apro- do mandato dos dirigentes em exercício.
vadas as suas contas de exercício em cargos de § 1o  Não havendo protesto na ata da as-
administração; sembleia eleitoral ou recurso interposto por
II – os que houverem lesado o patrimônio algum dos candidatos, dentro de 15 (quinze)
de qualquer entidade sindical; dias a contar da data das eleições, a posse da
III – os que não estiverem, desde 2 (dois) diretoria eleita independerá da aprovação das
anos antes, pelo menos, no exercício efetivo eleições pelo Ministério do Trabalho, Indústria
da atividade ou da profissão dentro da base e Comércio.
territorial do sindicato, ou no desempenho de § 2o  Competirá à diretoria em exercício, den-
representação econômica ou profissional; tro de 30 (trinta) dias da realização das eleições
IV – os que tiverem sido condenados por e não tendo havido recurso, dar publicidade ao
crime doloso enquanto persistirem os efeitos resultado do pleito, fazendo comunicação ao
da pena; órgão local do Ministério do Trabalho, Indústria
V – os que não estiverem no gozo de seus e Comércio da relação dos eleitos, com os dados
direitos políticos; pessoais de cada um e a designação da função
VI – (Revogado); que vai exercer.
VII – má conduta, devidamente comprovada; § 3o  Havendo protesto na ata da assembleia
VIII – (Revogado). eleitoral ou recurso interposto dentro de 15
Parágrafo único. (Revogado) dias da realização das eleições, competirá à di-
retoria em exercício encaminhar, devidamente
Art. 531.  Nas eleições para cargos de diretoria instruído, o processo eleitoral ao órgão local do
e do conselho fiscal serão considerados eleitos Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,
os candidatos que obtiverem maioria absolu- que o encaminhará para decisão do Ministro
ta de votos em relação ao total dos associados de Estado. Nesta hipótese, permanecerão na
eleitores. administração até despacho final do processo a
§ 1o  Não concorrendo à primeira convocação diretoria e o conselho fiscal que se encontrarem
maioria absoluta de eleitores, ou não obtendo em exercício.
nenhum dos candidatos essa maioria, proce- § 4o  Não se verificando as hipóteses previstas
der-se-á à nova convocação para dia posterior, no parágrafo anterior, a posse da nova diretoria
sendo então considerados eleitos os candidatos deverá se verificar dentro de 30 (trinta) dias sub-
que obtiverem maioria dos eleitores presentes. sequentes ao término do mandato da anterior.
§ 2o  Havendo somente uma chapa registrada § 5o  Ao assumir o cargo, o eleito prestará,
para as eleições, poderá a assembleia em última por escrito e solenemente, o compromisso de
convocação ser realizada duas horas após a pri- respeitar, no exercício do mandato, a Constitui-
meira convocação desde que do edital respectivo ção, as leis vigentes e os estatutos da entidade.
Consolidação das Leis do Trabalho

conste essa advertência.


§ 3o  Concorrendo mais de uma chapa,
poderá o Ministério do Trabalho, Indústria e SEÇÃO V – Das Associações Sindicais de
Comércio designar o presidente da sessão elei- Grau Superior
toral, desde que o requeiram os associados que
encabeçarem as respectivas chapas. Art. 533.  Constituem associações sindicais
§ 4o  O ministro do Trabalho, Indústria e de grau superior as federações e confederações
Comércio expedirá instruções regulando o pro- organizadas nos termos desta Lei.
cesso das eleições.
Art. 534.  É facultado aos sindicatos, quando
em número não inferior a 5 (cinco), desde que 87
representem a maioria absoluta de um grupo de § 4o  As associações sindicais de grau superior
atividades ou profissões idênticas, similares ou da Agricultura e Pecuária serão organizadas na
conexas, organizarem-se em federação. conformidade do que dispuser a lei que regular
§ 1o  Se já existir federação no grupo de ativi- a sindicalização dessas atividades ou profissões.
dades ou profissões em que deva ser constituída
a nova entidade, a criação desta não poderá Art. 536. (Revogado)
reduzir a menos de 5 (cinco) o número de sin-
dicatos que àquela devam continuar filiados. Art. 537.  O pedido de reconhecimento de uma
§ 2o  As federações serão constituídas por federação será dirigido ao ministro do Trabalho,
Estados, podendo o Ministro do Trabalho, In- Indústria e Comércio, acompanhado de um
dústria e Comércio autorizar a constituição de exemplar dos respectivos estatutos e das cópias
federações interestaduais ou nacionais. autenticadas das atas da assembleia de cada
§ 3o  É permitido a qualquer federação, para sindicato ou federação que autorizar a filiação.
o fim de lhes coordenar os interesses, agrupar § 1o  A organização das federações e confe-
os sindicatos de determinado município ou derações obedecerá às exigências contidas nas
região a ela filiados; mas a união não terá direito alíneas “b” e “c” do art. 515.
de representação das atividades ou profissões § 2o  A carta de reconhecimento das federa-
agrupadas. ções será expedida pelo ministro do Trabalho,
Indústria e Comércio, na qual será especificada
Art. 535.  As confederações organizar-se-ão a coordenação econômica ou profissional confe-
com o mínimo de três federações e terão sede rida e mencionada a base territorial outorgada.
na Capital da República. § 3o  O reconhecimento das confederações
§ 1o  As confederações formadas por fede- será feito por decreto do Presidente da Repú-
rações de sindicatos de empregadores denomi- blica.
nar-se-ão: Confederação Nacional da Indústria,
Confederação Nacional do Comércio, Confe- Art. 538.  A administração das federações e
deração Nacional de Transportes Marítimos, confederações será exercida pelos seguintes
Fluviais e Aéreos, Confederação Nacional de órgãos:
Transportes Terrestres, Confederação Nacional a) Diretoria;
de Comunicações e Publicidade, Confederação b)  Conselho de Representantes;
Nacional das Empresas de Crédito e Confede- c)  Conselho Fiscal.
ração Nacional de Educação e Cultura. § 1o  A diretoria será constituída no mínimo
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

§ 2o  As confederações formadas por federa- de 3 (três) membros e de 3 (três) membros se


ções de sindicatos de empregados terão a deno- comporá o Conselho Fiscal os quais serão eleitos
minação de: Confederação Nacional dos Traba- pelo Conselho de Representantes com mandato
lhadores na Indústria, Confederação Nacional por 3 (três) anos.
dos Trabalhadores no Comércio, Confederação § 2o  Só poderão ser eleitos os integrantes
Nacional dos Trabalhadores em Transportes dos grupos das federações ou dos planos das
Marítimos, Fluviais e Aéreos, Confederação confederações, respectivamente.
Nacional dos Trabalhadores em Transportes § 3o  O Presidente da federação ou confede-
Terrestres, Confederação Nacional dos Tra- ração será escolhido dentre os seus membros,
balhadores em Comunicações e Publicidade, pela Diretoria.
Confederação Nacional dos Trabalhadores nas § 4o  O Conselho de Representantes será for-
Empresas de Crédito e Confederação Nacional mado pelas delegações dos sindicatos ou das
dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Edu- federações filiadas, constituída cada delegação
cação e Cultura. de 2 (dois) membros com mandato por 3 (três)
§ 3o  Denominar-se-á Confederação Nacio- anos, cabendo um voto a cada delegação.
nal das Profissões Liberais a reunião das respec- § 5o  A competência do Conselho Fiscal é
tivas federações. limitada à fiscalização da gestão financeira.
88
Art. 539.  Para a constituição e administração Art. 543.  O empregado eleito para cargo de
das federações serão observadas, no que for administração sindical ou representação pro-
aplicável, as disposições das Seções II e III do fissional, inclusive junto a órgão de deliberação
presente Capítulo. coletiva, não poderá ser impedido do exercício
de suas funções, nem transferido para lugar
ou mister que lhe dificulte ou torne impossível
SEÇÃO VI – Dos Direitos dos Exercentes de o desempenho das suas atribuições sindicais.
Atividades ou Profissões e dos Sindicalizados § 1o  O empregado perderá o mandato se a
transferência for por ele solicitada ou volunta-
Art. 540.  A toda empresa ou indivíduo que riamente aceita.
exerçam respectivamente atividade ou profissão, § 2o  Considera-se de licença não remunera-
desde que satisfaçam as exigências desta Lei, da, salvo assentimento da empresa ou cláusula
assiste o direito de ser admitido no sindicato contratual, o tempo em que o empregado se
da respectiva categoria, salvo o caso de falta de ausentar do trabalho no desempenho das fun-
idoneidade, devidamente comprovada, com ções a que se refere este artigo.
recurso para o Ministério do Trabalho, Indústria § 3o  Fica vedada a dispensa do empregado
e Comércio. sindicalizado ou associado, a partir do momen-
§ 1o  Perderá os direitos de associado o sin- to do registro de sua candidatura a cargo de
dicalizado que, por qualquer motivo, deixar o direção ou representação de entidade sindical
exercício de atividade ou de profissão. ou de associação profissional, até 1 (um) ano
§ 2o  Os associados de sindicatos de empre- após o final do seu mandato, caso seja eleito,
gados, de agentes ou trabalhadores autônomos inclusive como suplente, salvo se cometer falta
e de profissões liberais que forem aposentados, grave devidamente apurada nos termos desta
estiverem em desemprego ou falta de trabalho Consolidação.
ou tiverem sido convocados para prestação de § 4o  Considera-se cargo de direção ou de
serviço militar não perderão os respectivos di- representação sindical aquele cujo exercício
reitos sindicais e ficarão isentos de qualquer ou indicação decorre de eleição prevista em lei.
contribuição, não podendo, entretanto, exercer § 5o  Para os fins deste artigo, a entidade sin-
cargo de administração sindical ou de represen- dical comunicará por escrito à empresa, dentro
tação econômica ou profissional. de 24 (vinte e quatro) horas, o dia e a hora do
registro da candidatura do seu empregado e, em
Art. 541.  Os que exercerem determinada ati- igual prazo, sua eleição e posse, fornecendo, ou-
vidade ou profissão onde não haja sindicato da trossim, a este, comprovante no mesmo sentido.
respectiva categoria, ou de atividade ou profissão O Ministério do Trabalho e Previdência Social
similar ou conexa, poderão filiar-se a sindicato fará no mesmo prazo a comunicação no caso
de profissão idêntica, similar ou conexa existente da designação referida no final do § 4o.
na localidade mais próxima. § 6o  A empresa que, por qualquer modo,
Parágrafo único.  O disposto neste artigo se procurar impedir que o empregado se associe
aplica aos sindicatos em relação às respectivas a sindicato, organize associação profissional ou
Consolidação das Leis do Trabalho

federações, na conformidade do Quadro de sindical ou exerça os direitos inerentes à con-


Atividades e Profissões a que se refere o art. 577. dição de sindicalizado fica sujeita à penalidade
prevista na letra “a” do art. 553, sem prejuízo
Art. 542.  De todo o ato lesivo de direitos ou da reparação a que tiver direito o empregado.
contrário a esta Lei, emanado da Diretoria, do
Conselho ou da Assembleia Geral da entidade Art. 544.  É livre a associação profissional ou
sindical, poderá qualquer exercente de atividade sindical, mas ao empregado sindicalizado é asse-
ou profissão recorrer, dentro de 30 (trinta) dias, gurada, em igualdade de condições, preferência:
para a autoridade competente do Ministério do I – para a admissão nos trabalhos de empre-
Trabalho, Indústria e Comércio. sa que explore serviços públicos ou mantenha
contrato com os poderes públicos; 89
II – para ingresso em funções públicas ou Art. 547.  É exigida a qualidade de sindicalizado
assemelhadas, em caso de cessação coletiva de para o exercício de qualquer função represen-
trabalho, por motivo de fechamento de esta- tativa de categoria econômica ou profissional,
belecimento; em órgão oficial de deliberação coletiva, bem
III – nas concorrências para aquisição de como para o gozo de favores ou isenções tribu-
casa própria, pelo Plano Nacional de Habitação tárias, salvo em se tratando de atividades não
ou por intermédio de quaisquer instituições econômicas.
públicas; Parágrafo único.  Antes da posse ou exercício
IV – nos loteamentos urbanos ou rurais, pro- das funções a que alude o artigo anterior ou
movidos pela União, por seus órgãos de admi- de concessão dos favores será indispensável
nistração direta ou indireta ou sociedades de comprovar a sindicalização, ou oferecer prova,
economia mista; mediante certidão negativa no Departamento
V – na locação ou compra de imóveis, de Nacional do Trabalho, no Distrito Federal, ou
propriedade de pessoa de direito público ou da autoridade regional do Ministério do Tra-
sociedade de economia mista, quando sob ação balho, Indústria e Comércio, nos Estados e no
de despejo em tramitação judicial; Território do Acre, de que não existe sindicato
VI – na concessão de empréstimos simples no local onde o interessado exerce a respectiva
concedidos pelas agências financeiras do Go- atividade ou profissão.
verno ou a ele vinculadas;
VII – na aquisição de automóveis, outros
veículos e instrumentos relativos ao exercício da SEÇÃO VII – Da Gestão Financeira do
profissão, quando financiados pelas autarquias, Sindicato e Sua Fiscalização
sociedades de economia mista ou agências fi-
nanceiras do Governo; Art. 548.  Constituem o patrimônio das asso-
VIII – (Revogado); ciações sindicais:
IX – na concessão de bolsas de estudos para a)  as contribuições devidas aos sindicatos
si ou para seus filhos, obedecida a legislação pelos que participem das categorias econômi-
que regule a matéria. cas ou profissionais ou das profissões liberais
representadas pelas referidas entidades, sob a
Art. 545.  Os empregadores ficam obrigados denominação de imposto sindical, pagas e arre-
a descontar da folha de pagamento dos seus cadadas na forma do Capítulo III deste Título;
empregados, desde que por eles devidamente b)  as contribuições dos associados, na forma
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

autorizados, as contribuições devidas ao sin- estabelecida nos estatutos ou pelas assembleias


dicato, quando por este notificados. gerais;
Parágrafo único.  O recolhimento à entidade c)  os bens e valores adquiridos e as rendas
sindical beneficiária do importe descontado produzidas pelos mesmos;
deverá ser feito até o 10o (décimo) dia subse- d)  as doações e legados;
quente ao do desconto, sob pena de juros de e)  as multas e outras rendas eventuais.
mora no valor de 10% (dez por cento) sobre o
montante retido, sem prejuízo da multa prevista Art. 549.  A receita dos sindicatos, federações e
no art. 553 e das cominações penais relativas à confederações só poderá ter aplicação na forma
apropriação indébita. prevista nos respectivos orçamentos anuais,
obedecidas as disposições estabelecidas na lei
Art. 546.  Às empresas sindicalizadas é assegu- e nos seus estatutos.
rada preferência, em igualdade de condições, § 1o  Para alienação, locação ou aquisição
nas concorrências para exploração de serviços de bens imóveis, ficam as entidades sindicais
públicos, bem como nas concorrências para obrigadas a realizar avaliação prévia pela Caixa
fornecimento às repartições federais, estaduais Econômica Federal ou pelo Banco Nacional da
e municipais e às entidades paraestatais. Habitação ou, ainda, por qualquer outra orga-
90 nização legalmente habilitada a tal fim.
§ 2o  Os bens imóveis das entidades sindicais a) no Diário Oficial da União – Seção I –
não serão alienados sem a prévia autorização Parte II, os orçamentos das confederações, fe-
das respectivas assembleias gerais, reunidas com derações e sindicatos de base interestadual ou
a presença da maioria absoluta dos associados nacional;
com direito a voto ou dos Conselhos de Re- b)  no órgão de imprensa oficial do Estado
presentantes com a maioria absoluta dos seus ou Território ou jornal de grande circulação
membros. local, os orçamentos das federações estaduais e
§ 3o  Caso não seja obtido o quorum estabe- sindicatos distritais, municipais, intermunicipais
lecido no parágrafo anterior, a matéria poderá e estaduais.
ser decidida em nova assembleia geral, reunida § 2o  As dotações orçamentárias que se apre-
com qualquer número de associados com direito sentarem insuficientes para o atendimento das
a voto, após o transcurso de 10 (dez) dias da despesas, ou não incluídas nos orçamentos
primeira convocação. correntes, poderão ser ajustadas ao fluxo dos
§ 4o  Nas hipóteses previstas nos §§ 2o e 3o a gastos, mediante a abertura de créditos adicio-
decisão somente terá validade se adotada pelo nais solicitados pela Diretoria da entidade às
mínimo de 2/3 (dois terços) dos presentes, em respectivas Assembleias Gerais ou Conselhos
escrutínio secreto. de Representantes, cujos atos concessórios se-
§ 5o  Da deliberação da assembleia geral, rão publicados até o último dia do exercício
concernente à alienação de bens imóveis, ca- correspondente, obedecida a mesma sistemática
berá recurso voluntário, dentro do prazo de 15 prevista no parágrafo anterior.
(quinze) dias, ao Ministro do Trabalho, com § 3o  Os créditos adicionais classificam-se em:
efeito suspensivo. a)  suplementares, os destinados a reforçar
§ 6o  A venda do imóvel será efetuada pela dotações alocadas no orçamento; e
diretoria da entidade, após a decisão da Assem- b)  especiais, os destinados a incluir dotações
bleia Geral ou do Conselho de Representantes, no orçamento, a fim de fazer face às despesas
mediante concorrência pública, com edital pu- para as quais não se tenha consignado crédito
blicado no Diário Oficial da União e na imprensa específico.
diária, com antecedência mínima de 30 (trinta) § 4o  A abertura dos créditos adicionais de-
dias da data de sua realização. pende da existência de receita para sua compen-
§ 7o  Os recursos destinados ao pagamento sação, considerando-se, para esse efeito, desde
total ou parcelado dos bens imóveis adquiridos que não comprometidos:
serão consignados, obrigatoriamente, nos orça- a) o superavit financeiro apurado em balanço
mentos anuais das entidades sindicais. do exercício anterior;
b)  o excesso de arrecadação, assim entendi-
Art. 550.  Os orçamentos das entidades sin- do o saldo positivo da diferença entre a renda
dicais serão aprovados, em escrutínio secreto, prevista e a realizada, tendo-se em conta, ainda,
pelas respectivas Assembleias Gerais ou Con- a tendência do exercício; e
selho de Representantes, até 30 (trinta) dias c)  a resultante da anulação parcial ou total de
antes do início do exercício financeiro a que se dotações alocadas no orçamento ou de créditos
Consolidação das Leis do Trabalho

referem, e conterão a discriminação da receita e adicionais abertos no exercício.


da despesa, na forma das instruções e modelos § 5o  Para efeito orçamentário e contábil sin-
expedidos pelo Ministério do Trabalho. dical, o exercício financeiro coincidirá com o
§ 1o  Os orçamentos, após a aprovação pre- ano civil, a ele pertencendo todas as receitas
vista no presente artigo, serão publicados, em arrecadadas e as despesas compromissadas.
resumo, no prazo de 30 (trinta) dias, contados
da data da realização da respectiva Assembleia Art. 551.  Todas as operações de ordem finan-
Geral ou da reunião do Conselho de Represen- ceira e patrimonial serão evidenciadas pelos
tantes, que os aprovou, observada a seguinte registros contábeis das entidades sindicais, exe-
sistemática: cutados sob a responsabilidade de contabilista
legalmente habilitado, em conformidade com 91
o plano de contas e as instruções baixadas pelo para o livro Diário, inclusive no que se refere ao
Ministério do Trabalho. registro e autenticação da Delegacia Regional
§ 1o  A escrituração contábil a que se refe- do Trabalho local.
re este artigo será baseada em documentos de § 8o  As contas dos administradores das enti-
receita e despesa, que ficarão arquivados nos dades sindicais serão aprovadas, em escrutínio
serviços de contabilidade, à disposição dos secreto, pelas respectivas Assembleias Gerais
órgãos responsáveis pelo acompanhamento ou Conselhos de Representantes, com prévio
administrativo e da fiscalização financeira da parecer do Conselho Fiscal, cabendo ao Ministro
própria entidade, ou do controle que poderá do Trabalho estabelecer prazos e procedimentos
ser exercido pelos órgãos da União, em face da para a sua elaboração e destinação.
legislação específica.
§ 2o  Os documentos comprobatórios dos Art. 552.  Os atos que importem em malversa-
atos de receita e despesa, a que se refere o pa- ção ou dilapidação do patrimônio das associa-
rágrafo anterior, poderão ser incinerados, após ções ou entidades sindicais ficam equiparados
decorridos 5 (cinco) anos da data de quitação ao crime de peculato julgado e punido na con-
das contas pelo órgão competente. formidade da legislação penal.
§ 3o  É obrigatório o uso do livro Diário,
encadernado, como folhas seguida e tipografi-
camente numeradas, para a escrituração, pelo SEÇÃO VIII – Das Penalidades
método das partidas dobradas, diretamente
ou por reprodução, dos atos ou operações que Art. 553.  As infrações ao disposto neste Ca-
modifiquem ou venham a modificar a situação pítulo serão punidas, segundo o seu caráter e
patrimonial da entidade, o qual conterá, respec- a sua gravidade, com as seguintes penalidades:
tivamente, na primeira e na última páginas, os a)  multa de Cr$ 100 (cem cruzeiros) e 5.000
termos de abertura e de encerramento. (cinco mil cruzeiros), dobrada na reincidência;
§ 4o  A entidade sindical que se utilizar de b)  suspensão de diretores por prazo não
sistema mecânico ou eletrônico para sua es- superior a trinta dias;
crituração contábil, poderá substituir o Diário c)  destituição de diretores ou de membros
e os livros facultativos ou auxiliares por fichas de conselho;
ou formulários contínuos, cujos lançamentos d)  fechamento de sindicato, federação ou
deverão satisfazer a todos os requisitos e normas confederação por prazo nunca superior a seis
de escrituração exigidos com relação aos livros meses;
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

mercantis, inclusive no que respeita a termos e)  cassação da carta de reconhecimento;


de abertura e de encerramento e numeração f)  multa de 1/30 (um trinta avos) do salário
sequencial e tipográfica. mínimo regional, aplicável ao associado que
§ 5o  Na escrituração por processos de fichas deixar de cumprir, sem causa justificada, o dis-
ou formulários contínuos, a entidade adotará posto no parágrafo único do art. 529.
livro próprio para inscrição do balanço patri- § 1o  A imposição de penalidades aos admi-
monial e da demonstração do resultado do nistradores não exclui a aplicação das que este
exercício, o qual conterá os mesmos requisitos artigo prevê para a associação.
exigidos para os livros de escrituração. § 2o  Poderá o Ministro do Trabalho e Pre-
§ 6o  Os livros e fichas ou formulários con- vidência Social determinar o afastamento pre-
tínuos serão obrigatoriamente submetidos a ventivo de cargo ou representação sindicais de
registro e autenticação das Delegacias Regionais seus exercentes, com fundamento em elemen-
do Trabalho localizadas na base territorial da tos constantes de denúncia formalizada que
entidade. constituam indício veemente ou início de prova
§ 7o  As entidades sindicais manterão registro bastante do fato e da autoria denunciados.
específico dos bens de qualquer natureza, de
sua propriedade, em livros ou fichas próprias, Art. 554.  Destituída a administração na hipó-
92 que atenderão às mesmas formalidades exigidas tese da alínea “c” do artigo anterior, o ministro
do Trabalho, Indústria e Comércio nomeará SEÇÃO IX – Disposições Gerais
um delegado para dirigir a associação e proce-
der, dentro do prazo de 90 (noventa) dias, em Art. 558.  São obrigadas ao registro todas as
assembleia geral por ele convocada e presidida, associações profissionais constituídas por ati-
à eleição dos novos diretores e membros do vidades ou profissões idênticas, similares ou
Conselho Fiscal. conexas, de acordo com o art. 511 e na confor-
midade do Quadro de Atividades e Profissões
Art. 555.  A pena de cassação da carta de reco- a que alude o Capítulo II deste Título. As as-
nhecimento será imposta à entidade sindical: sociações profissionais registradas nos termos
a)  que deixar de satisfazer as condições de deste artigo poderão representar, perante as
constituição e funcionamento estabelecidas autoridades administrativas e judiciárias, os
nesta Lei; interesses individuais dos associados relativos à
b)  que se recusar ao cumprimento de ato do sua atividade ou profissão, sendo-lhes também
Presidente da República, no uso da faculdade extensivas as prerrogativas contidas na alínea
conferida pelo art. 536; “d” e no parágrafo único do art. 513.
c)  que criar obstáculos à execução da política § 1o  O registro a que se refere o presente
econômica adotada pelo Governo. artigo competirá às Delegacias Regionais do
Ministério do Trabalho e Previdência Social
Art. 556.  A cassação da carta de reconheci- ou às repartições autorizadas em virtude da lei.
mento da entidade sindical não importará no § 2o  O registro das associações far-se-á me-
cancelamento de seu registro, nem, consequen- diante requerimento, acompanhado da cópia
temente, a sua dissolução, que se processará de autêntica dos estatutos e da declaração do núme-
acordo com as disposições da lei que regulam ro de associados, do patrimônio e dos serviços
a dissolução das associações civis. sociais organizados.
Parágrafo único.  No caso de dissolução, por § 3o  As alterações dos estatutos das associa-
se achar a associação incursa nas leis que de- ções profissionais não entrarão em vigor sem
finem crimes contra a personalidade interna- aprovação da autoridade que houver concedido
cional, a estrutura e a segurança do Estado e a o respectivo registro.
ordem política e social, os seus bens, pagas as
dívidas decorrentes das suas responsabilidades, Art. 559.  O Presidente da República, excepcio-
serão incorporados ao patrimônio da União e nalmente e mediante proposta do Ministro do
aplicados em obras de assistência social. Trabalho, Indústria e Comércio, fundada em ra-
zões de utilidade pública, poderá conceder, por
Art. 557.  As penalidades de que trata o art. 553 decreto, às associações civis constituídas para a
serão impostas: defesa e coordenação de interesses econômicos e
a)  as das alíneas “a” e “b”, pelo Delegado profissionais e não obrigadas ao registro previsto
Regional do Trabalho, com recurso para o mi- no artigo anterior, a prerrogativa da alínea “d”
nistro de Estado; do art. 513 deste Capítulo.
b)  as demais, pelo ministro de Estado.
Consolidação das Leis do Trabalho

§ 1o  Quando se tratar de associações de grau Art. 560.  Não se reputará transmissão de bens,
superior, as penalidades serão impostas pelo mi- para efeitos fiscais, a incorporação do patrimô-
nistro de Estado, salvo se a pena for de cassação nio de uma associação profissional ao da entida-
da carta de reconhecimento de confederação, de sindical, ou das entidades aludidas entre si.
caso em que a pena será imposta pelo Presidente
da República. Art. 561.  A denominação “sindicato” é priva-
§ 2o  Nenhuma pena será imposta sem que tiva das associações profissionais de primeiro
seja assegurada defesa ao acusado. grau, reconhecidas na forma desta Lei.

Art. 562.  As expressões “federação” e “confe-


deração”, seguidas da designação de uma ati- 93
vidade econômica ou profissional, constituem pelo critério de categorias similares ou conexas,
denominações privativas das entidades sindicais entendendo-se como tais as que se acham com-
de grau superior. preendidas nos limites de cada grupo constante
do Quadro de Atividades e Profissões.
Art. 563. (Revogado)
Art. 571.  Qualquer das atividades ou profissões
Art. 564.  Às entidades sindicais, sendo-lhes concentradas na forma do parágrafo único do
peculiar e essencial a atribuição representativa artigo anterior poderá dissociar-se do sindicato
e coordenadora das correspondentes categorias principal, formando um sindicato específico,
ou profissões, é vedado, direta ou indiretamente, desde que o novo sindicato, a juízo da Comis-
o exercício de atividade econômica. são do Enquadramento Sindical, ofereça pos-
sibilidade de vida associativa regular e de ação
Art. 565.  As entidades sindicais reconheci- sindical eficiente.
das nos termos desta Lei não poderão filiar-se
a organizações internacionais, nem com elas Art. 572.  Os sindicatos que se constituírem
manter relações, sem prévia licença concedida por categorias similares ou conexas, nos termos
por decreto do Presidente da República. do parágrafo único do art. 570, adotarão deno-
minação em que fiquem, tanto como possível,
Art. 566.  Não podem sindicalizar-se os servi- explicitamente mencionadas as atividades ou
dores do Estado e os das instituições paraestatais. profissões concentradas, de conformidade com o
Parágrafo único.  Excluem-se da proibição Quadro de Atividades e Profissões, ou se se tratar
constante deste artigo os empregados das socie- de subdivisões, de acordo com o que determinar
dades de economia mista, da Caixa Econômica a Comissão do Enquadramento Sindical.
Federal e das fundações criadas ou mantidas Parágrafo único.  Ocorrendo a hipótese do
pelo Poder Público da União, dos Estados e artigo anterior, o sindicato principal terá a deno-
Municípios. minação alterada, eliminando-se-lhe a designa-
ção relativa à atividade ou profissão dissociada.
Arts.  567 a 569. (Revogados)
Art. 573.  O agrupamento dos sindicatos em
federações obedecerá às mesmas regras que as
CAPÍTULO II – Do Enquadramento estabelecidas neste Capítulo para o agrupamento
Sindical das atividades e profissões em sindicatos.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Parágrafo único.  As federações de sindicatos


Art. 570.  Os sindicatos constituir-se-ão, de profissões liberais poderão ser organizadas
normalmente, por categorias econômicas ou independentemente do grupo básico da Con-
profissionais, específicas, na conformidade da federação, sempre que as respectivas profissões
discriminação do Quadro de Atividades e Pro- se acharem submetidas, por disposições de lei,
fissões a que se refere o art. 577 ou segundo as a um único regulamento.
subdivisões que, sob proposta da Comissão do § 2o (Revogado)
Enquadramento Sindical, de que trata o art. 576,
forem criadas pelo ministro do Trabalho, In- Art. 574.  Dentro da mesma base territorial, as
dústria e Comércio. empresas industriais do tipo artesanal poderão
Parágrafo único.  Quando os exercentes de constituir entidades sindicais, de primeiro e
quaisquer atividades ou profissões se consti- segundo graus, distintas das associações sindi-
tuírem, seja pelo número reduzido, seja pela cais das empresas congêneres, de tipo diferente.
natureza mesma dessas atividades ou profissões, Parágrafo único.  Compete à Comissão do
seja pelas afinidades existentes entre elas, em Enquadramento Sindical definir, de modo gené-
condições tais que não se possam sindicalizar rico, com a aprovação do ministro do Trabalho,
eficientemente pelo critério de especificidade Indústria e Comércio, a dimensão e os demais
94 de categoria, é-lhes permitido sindicalizar-se
característicos das empresas industriais de tipo § 2o  Cada Membro terá um suplente desig-
artesanal. nado juntamente com o titular.
§ 3o  Será de 3 (três) anos o mandato dos
Art. 575.  O Quadro de Atividades e Profissões representantes das categorias econômica e pro-
será revisto de dois em dois anos, por proposta fissional.
da Comissão do Enquadramento Sindical, para § 4o  Os integrantes da Comissão perceberão
o fim de ajustá-lo às condições da estrutura a gratificação de presença que for estabelecida
econômica e profissional do país. por decreto executivo.
§ 1o  Antes de proceder à revisão do Quadro, § 5o  Em suas faltas ou impedimentos o Di-
a Comissão deverá solicitar sugestões às enti- retor-Geral do DNT será substituído na presi-
dades sindicais e às associações profissionais. dência pelo Diretor substituto do Departamento
§ 2o  A proposta de revisão será submetida à ou pelo representante deste na Comissão, nesta
aprovação do ministro do Trabalho, Indústria ordem.
e Comércio. § 6o  Além das atribuições fixadas no presente
Capítulo e concernentes ao enquadramento
Art. 576.  A Comissão do Enquadramento sindical, individual ou coletivo, e à classificação
Sindical será constituída pelo Diretor-Geral das atividades e profissões, competirá também
do Departamento Nacional do Trabalho, que à CES resolver, com recurso para o Ministro do
a presidirá, e pelos seguintes membros: Trabalho e Previdência Social, todas as dúvi-
I – 2 (dois) representantes do Departamento das e controvérsias concernentes à organização
Nacional do Trabalho; sindical.
II – 1 (um) representante do Departamento
Nacional de Mão de Obra; Art. 577.  O Quadro de Atividades e Profissões
III – 1 (um) representante do Instituto Na- em vigor fixará o plano básico do enquadra-
cional de Tecnologia, do Ministério da Indústria mento sindical.25
e do Comércio;
IV – 1 (um) representante do Instituto Na-
cional de Colonização e Reforma Agrária, do CAPÍTULO III – Da Contribuição Sindical
Ministério da Agricultura; SEÇÃO I – Da Fixação e do Recolhimento da
V – 1 (um) representante do Ministério dos Contribuição Sindical
Transportes;
VI – 2 (dois) representantes das categorias Art. 578.  As contribuições devidas aos sindi-
econômicas; e catos pelos participantes das categorias econô-
VII – 2 (dois) representantes das categorias micas ou profissionais ou das profissões liberais
profissionais. representadas pelas referidas entidades serão,
§ 1o  Os membros da CES serão designados sob a denominação de contribuição sindical, pa-
pelo Ministro do Trabalho e Previdência Social, gas, recolhidas e aplicadas na forma estabelecida
mediante: neste Capítulo, desde que prévia e expressamente
a)  indicação dos titulares das Pastas, quanto autorizadas.
Consolidação das Leis do Trabalho

aos representantes dos outros Ministérios;


b)  indicação do respectivo Diretor-Geral, Art. 579.  O desconto da contribuição sindical
quanto ao do DNMO; está condicionado à autorização prévia e expres-
c)  eleição pelas respectivas Confederações, sa dos que participarem de uma determinada
em conjunto, quanto aos representantes das categoria econômica ou profissional, ou de uma
categorias econômicas e profissionais, de acordo profissão liberal, em favor do sindicato repre-
com as instruções que forem expedidas pelo sentativo da mesma categoria ou profissão ou,
Ministro do Trabalho e Previdência Social. inexistindo este, na conformidade do disposto
no art. 591 desta Consolidação.

  NE: ver o art. 8o da Constituição Federal.


25
95
Art. 580.  A contribuição sindical será reco- de referência para efeito do cálculo da contri-
lhida, de uma só vez, anualmente, e consistirá: buição máxima, respeitada a tabela progressiva
I – na importância correspondente à remu- constante do item III.
neração de um dia de trabalho, para os empre- § 4o  Os agentes ou trabalhadores autônomos
gados, qualquer que seja a forma da referida e os profissionais liberais, organizados em firma
remuneração; ou empresa, com capital social registrado, reco-
II – para os agentes ou trabalhadores autô- lherão a contribuição sindical de acordo com
nomos e para os profissionais liberais, numa a tabela progressiva a que se refere o item III.
importância correspondente a 30% (trinta por § 5o  As entidades ou instituições que não
cento) do maior valor de referência fixado pelo estejam obrigadas ao registro de capital social,
Poder Executivo, vigente à época em que é de- considerarão como capital, para efeito do cálculo
vida a contribuição sindical, arredondada para de que trata a tabela progressiva constante do
Cr$ 1,00 (um cruzeiro) a fração porventura item III deste artigo, o valor resultante da aplica-
existente; ção do percentual de 40% (quarenta por cento)
III – para os empregadores, numa impor- sobre o movimento econômico registrado no
tância proporcional ao capital social da firma exercício imediatamente anterior, do que darão
ou empresa, registrado nas respectivas Juntas conhecimento à respectiva entidade sindical ou
Comerciais ou órgãos equivalentes, mediante à Delegacia Regional do Trabalho, observados
a aplicação de alíquotas, conforme a seguinte os limites estabelecidos no § 3o deste artigo.
tabela progressiva: § 6o  Excluem-se da regra do § 5o as entidades
ou instituições que comprovarem, através de
requerimento dirigido ao Ministério do Tra-
Classe de Capital Alíquota balho, que não exercem atividade econômica
1 – até 150 vezes o maior valor de
0,8%
com fins lucrativos.
referência
2 – acima de 150 até 1.500 vezes o
0,2% Art. 581.  Para os fins do item III do artigo
maior valor de referência anterior, as empresas atribuirão parte do respec-
3 – acima de 1.500 até 150.000 vezes tivo capital às suas sucursais, filiais ou agências,
0,1%
o maior valor de referência desde que localizadas fora da base territorial
4 – acima de 150.000 até 800.000 da entidade sindical representativa da ativida-
0,02%
vezes o maior valor de referência de econômica do estabelecimento principal,
na proporção das correspondentes operações
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

§ 1o A contribuição sindical prevista na tabela econômicas, fazendo a devida comunicação às


constante do item III deste artigo corresponderá Delegacias Regionais do Trabalho, conforme a
à soma da aplicação das alíquotas sobre a porção localidade da sede da empresa, sucursais, filiais
do capital distribuído em cada classe, observados ou agências.
os respectivos limites. § 1o  Quando a empresa realizar diversas ati-
§ 2o  Para efeito do cálculo de que trata a ta- vidades econômicas, sem que nenhuma delas
bela progressiva inserta no item III deste artigo, seja preponderante, cada uma dessas atividades
considerar-se-á o valor de referência fixado pelo será incorporada à respectiva categoria eco-
Poder Executivo, vigente à data de competência nômica, sendo a contribuição sindical devida
da contribuição, arredondando-se para Cr$ 1,00 à entidade sindical representativa da mesma
(um cruzeiro) a fração porventura existente. categoria, procedendo-se, em relação às cor-
§ 3o  É fixada em 60% (sessenta por cento) respondentes sucursais, agências ou filiais, na
do maior valor de referência, a que alude o pa- forma do presente artigo.
rágrafo anterior, a contribuição mínima devida § 2o  Entende-se por atividade preponderante
pelos empregadores, independentemente do a que caracterizar a unidade de produto, opera-
capital social da firma ou empresa, ficando, do ção ou objetivo final, para cuja obtenção todas
mesmo modo, estabelecido o capital equivalente as demais atividades convirjam, exclusivamente,
96 a 800.000 (oitocentas mil) vezes o maior valor em regime de conexão funcional.
Art. 582.  Os empregadores são obrigados a va da respectiva profissão, desde que a exerça,
descontar da folha de pagamento de seus em- efetivamente, na firma ou empresa e como tal
pregados relativa ao mês de março de cada ano sejam nelas registrados.
a contribuição sindical dos empregados que Parágrafo único.  Na hipótese referida neste
autorizaram prévia e expressamente o seu re- artigo, à vista da manifestação do contribuinte
colhimento aos respectivos sindicatos. e da exibição da prova de quitação da contribui-
§ 1o  Considera-se um dia de trabalho, para ção, dada por sindicato de profissionais liberais,
efeito de determinação da importância a que o empregador deixará de efetuar, no salário
alude o item I do art. 580, o equivalente: do contribuinte, o desconto a que se refere o
a)  a uma jornada normal de trabalho, se o art. 582.
pagamento ao empregado for feito por unidade
de tempo; Art. 586.  A contribuição sindical será reco-
b)  a 1/30 (um trinta avos) da quantia perce- lhida, nos meses fixados no presente Capítu-
bida no mês anterior, se a remuneração for paga lo, à Caixa Econômica Federal, ao Banco do
por tarefa, empreitada ou comissão. Brasil S.A. ou aos estabelecimentos bancários
§ 2o  Quando o salário for pago em utilida- nacionais integrantes do sistema de arrecadação
des, ou nos casos em que o empregado receba, dos tributos federais, os quais, de acordo com
habitualmente, gorjetas, a contribuição sindical instruções expedidas pelo Conselho Monetário
corresponderá a 1/30 (um trinta avos) da im- Nacional, repassarão à Caixa Econômica Federal
portância que tiver servido de base, no mês de as importâncias arrecadadas.
janeiro, para a contribuição do empregado à § 1o  Integrarão a rede arrecadadora as Caixas
Previdência Social. Econômicas Estaduais, nas localidades onde
inexistam os estabelecimentos previstos no caput
Art. 583.  O recolhimento da contribuição sin- deste artigo.
dical referente aos empregados e trabalhadores § 2o  Tratando-se de empregador, agentes ou
avulsos será efetuado no mês de abril de cada trabalhadores autônomos ou profissionais libe-
ano, e o relativo aos agentes ou trabalhadores rais o recolhimento será efetuado pelos próprios,
autônomos e profissionais liberais realizar-se-á diretamente ao estabelecimento arrecadador.
no mês de fevereiro, observada a exigência de § 3o  A contribuição sindical devida pelos
autorização prévia e expressa prevista no art. 579 empregados e trabalhadores avulsos será re-
desta Consolidação. colhida pelo empregador e pelo sindicato, res-
§ 1o  O recolhimento obedecerá ao sistema pectivamente.
de guias, de acordo com as instruções expedidas
pelo Ministro do Trabalho. Art. 587.  Os empregadores que optarem pelo
§ 2o  O comprovante de depósito da con- recolhimento da contribuição sindical deverão
tribuição sindical será remetido ao respectivo fazê-lo no mês de janeiro de cada ano, ou, para
sindicato; na falta deste, à correspondente enti- os que venham a se estabelecer após o referido
dade sindical de grau superior, e, se for o caso, mês, na ocasião em que requererem às reparti-
ao Ministério do Trabalho. ções o registro ou a licença para o exercício da
Consolidação das Leis do Trabalho

respectiva atividade.
Art. 584.  Servirá de base para o pagamento da
contribuição sindical, pelos agentes ou trabalha- Art. 588.  A Caixa Econômica Federal manterá
dores autônomos e profissionais liberais, a lista conta corrente intitulada “Depósitos da Arreca-
de contribuintes organizada pelos respectivos dação da Contribuição Sindical”, em nome de
sindicatos e, na falta destes, pelas federações cada uma das entidades sindicais beneficiadas,
ou confederações coordenadoras da categoria. cabendo ao Ministério do Trabalho cientificá-la
das ocorrências pertinentes à vida administra-
Art. 585.  Os profissionais liberais poderão tiva dessas entidades.
optar pelo pagamento da contribuição sindical § 1o  Os saques na conta corrente referida
unicamente à entidade sindical representati- no caput deste artigo far-se-ão mediante ordem 97
bancária ou cheque com as assinaturas conjun- contribuição sindical será creditada, integral-
tas do presidente e do tesoureiro da entidade mente, à “Conta Especial Emprego e Salário”.
sindical. § 4o  Não havendo indicação de central sin-
§ 2o  A Caixa Econômica Federal remete- dical, na forma do § 1o do art. 589 desta Conso-
rá, mensalmente, a cada entidade sindical, um lidação, os percentuais que lhe caberiam serão
extrato da respectiva conta corrente, e, quando destinados à “Conta Especial Emprego e Salário”.
solicitado, aos órgãos do Ministério do Trabalho.
Art. 591.  Inexistindo sindicato, os percentuais
Art. 589.  Da importância da arrecadação da previstos na alínea “c” do inciso I e na alínea “d”
contribuição sindical serão feitos os seguintes do inciso II do caput do art. 589 desta Consolida-
créditos pela Caixa Econômica Federal, na for- ção serão creditados à federação correspondente
ma das instruções que forem expedidas pelo à mesma categoria econômica ou profissional.
Ministro do Trabalho: Parágrafo único.  Na hipótese do caput deste
I – para os empregadores: artigo, os percentuais previstos nas alíneas “a” e
a)  5% (cinco por cento) para a confederação “b” do inciso I e nas alíneas “a” e “c” do inciso II
correspondente; do caput do art. 589 desta Consolidação caberão
b)  15% (quinze por cento) para a federação; à confederação.
c)  60% (sessenta por cento) para o sindicato
respectivo; e
d)  20% (vinte por cento) para a “Conta Es- SEÇÃO II – Da Aplicação da Contribuição
pecial Emprego e Salário”; Sindical
II – para os trabalhadores:
a)  5% (cinco por cento) para a confederação Art. 592.  A contribuição sindical, além das
correspondente; despesas vinculadas à sua arrecadação, recolhi-
b)  10% (dez por cento) para a central sin- mento e controle, será aplicada pelos sindicatos,
dical; na conformidade dos respectivos estatutos, vi-
c)  15% (quinze por cento) para a federação; sando aos seguintes objetivos:
d)  60% (sessenta por cento) para o sindicato I – Sindicatos de empregadores e de agentes
respectivo; e autônomos:
e)  10% (dez por cento) para a “Conta Espe- a)  assistência técnica e jurídica;
cial Emprego e Salário”; b)  assistência médica, dentária, hospitalar
III – (Revogado); e farmacêutica;
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

IV – (Revogado). c)  realização de estudos econômicos e fi-


§ 1o  O sindicato de trabalhadores indicará nanceiros;
ao Ministério do Trabalho e Emprego a central d)  agências de colocação;
sindical a que estiver filiado como beneficiária e) cooperativas;
da respectiva contribuição sindical, para fins de f) bibliotecas;
destinação dos créditos previstos neste artigo. g) creches;
§ 2o  A central sindical a que se refere a alínea h)  congressos e conferências;
“b” do inciso II do caput deste artigo deverá i)  medidas de divulgação comercial e in-
atender aos requisitos de representatividade dustrial no País, e no estrangeiro, bem como
previstos na legislação específica sobre a matéria. em outras tendentes a incentivar e aperfeiçoar
a produção nacional;
Art. 590.  Inexistindo confederação, o percen- j)  feiras e exposições;
tual previsto no art. 589 desta Consolidação l)  prevenção de acidentes do trabalho;
caberá à federação representativa do grupo. m)  finalidades desportivas;
§ 1o (Revogado) II – Sindicatos de empregados:
§ 2o (Revogado) a)  assistência jurídica;
§ 3o  Não havendo sindicato, nem entidade b)  assistência médica, dentária, hospitalar
98 sindical de grau superior ou central sindical, a e farmacêutica;
c)  assistência à maternidade; § 2o  Os sindicatos poderão destacar, em seus
d)  agências de colocação; orçamentos anuais, até 20% (vinte por cento)
e) cooperativas; dos recursos da contribuição sindical para o
f) bibliotecas; custeio das suas atividades administrativas,
g) creches; independentemente de autorização ministerial.
h)  congressos e conferências; § 3o  O uso da contribuição sindical prevista
i) auxílio-funeral; no § 2o não poderá exceder do valor total das
j)  colônias de férias e centros de recreação; mensalidades sociais consignadas nos orçamen-
l)  prevenção de acidentes do trabalho; tos dos sindicatos, salvo autorização expressa
m)  finalidades desportivas e sociais; do Ministro do Trabalho.
n)  educação e formação profissional;
o)  bolsas de estudo; Art. 593.  As percentagens atribuídas às enti-
III – Sindicatos de profissionais liberais: dades sindicais de grau superior e às centrais
a)  assistência jurídica; sindicais serão aplicadas de conformidade com
b)  assistência médica, dentária, hospitalar o que dispuserem os respectivos conselhos de
e farmacêutica; representantes ou estatutos.
c)  assistência à maternidade; Parágrafo único.  Os recursos destinados às
d)  bolsas de estudo; centrais sindicais deverão ser utilizados no cus-
e) cooperativas; teio das atividades de representação geral dos
f) bibliotecas; trabalhadores decorrentes de suas atribuições
g) creches; legais.
h)  congressos e conferências;
i) auxílio-funeral; Art. 594. (Revogado)26
j)  colônias de férias e centros de recreação;
l)  estudos técnicos e científicos;
m)  finalidades desportivas e sociais; SEÇÃO III – Da Comissão da Contribuição
n)  educação e formação profissional; Sindical
o)  prêmios por trabalhos técnicos e cien-
tíficos; Arts.  595 a 597. (Revogados)
IV – Sindicatos de trabalhadores autônomos:
a)  assistência técnica e jurídica;
b)  assistência médica, dentária, hospitalar SEÇÃO IV – Das Penalidades
e farmacêutica;
c)  assistência à maternidade; Art. 598.  Sem prejuízo da ação criminal e das
d)  bolsas de estudo; penalidades previstas no art. 553, serão apli-
e) cooperativas; cadas multas de Cr$ 10,00 (dez cruzeiros) a
f) bibliotecas; Cr$ 10.000,00 (dez mil cruzeiros) pelas infrações
g) creches; deste Capítulo impostas no Distrito Federal
h)  congressos e conferências; pela autoridade competente de 1a instância do
Consolidação das Leis do Trabalho

i) auxílio-funeral; Departamento Nacional do Trabalho e nos Es-


j)  colônias de férias e centros de recreação; tados e no Território do Acre pelas autoridades
l)  educação e formação profissional; regionais do Ministério do Trabalho, Indústria
m)  finalidades desportivas e sociais. e Comércio.
§ 1o  A aplicação prevista neste artigo ficará
a critério de cada entidade, que, para tal fim,
obedecerá, sempre, às peculiaridades do res-
26
  NE: o art. 594 estabelecia que “O ‘Fundo Social
Sindical’ será gerido e aplicado pela Comissão do
pectivo grupo ou categoria, facultado ao Mi- Imposto Sindical em objetivos que atendam aos inte-
nistro do Trabalho permitir a inclusão de novos resses gerais da organização sindical nacional ou à as-
programas, desde que assegurados os serviços sistência social aos trabalhadores”. A Lei no 4.589/1964
assistenciais fundamentais da entidade. extinguiu a Comissão do Imposto Sindical. 99
Parágrafo único.  A gradação da multa aten- clarecimentos necessários ao desempenho de
derá à natureza da infração e às condições sociais sua missão e a exibir-lhes, quando exigidos, na
e econômicas do infrator. parte relativa ao pagamento de empregados, os
seus livros, folhas de pagamento e outros do-
Art. 599.  Para os profissionais liberais, a pe- cumentos comprobatórios desses pagamentos,
nalidade consistirá na suspensão do exercício sob pena da multa cabível.
profissional, até a necessária quitação, e será apli-
cada pelos órgãos públicos ou autárquicos disci- Art. 604. (Revogado)
plinadores das respectivas profissões mediante
comunicação das autoridades fiscalizadoras. Art. 605.  As entidades sindicais são obrigadas
a promover a publicação de editais concernen-
Art. 600.  O recolhimento da contribuição tes ao recolhimento da contribuição sindical,
sindical efetuado fora do prazo referido neste durante 3 (três) dias, nos jornais de maior cir-
Capítulo, quando espontâneo, será acrescido culação local e até dez dias da data fixada para
da multa de 10% (dez por cento), nos trinta depósito bancário.
primeiros dias, com o adicional de 2% (dois
por cento) por mês subsequente de atraso, além Art. 606.  Às entidades sindicais cabe, em caso
de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês de falta de pagamento da contribuição sindical,
e correção monetária, ficando, nesse caso, o promover a respectiva cobrança judicial, me-
infrator, isento de outra penalidade. diante ação executiva, valendo como título de
§ 1o  O montante das cominações previstas dívida a certidão expedida pelas autoridades
neste artigo reverterá sucessivamente: regionais do Ministério do Trabalho e Previ-
a)  ao sindicato respectivo; dência Social.
b)  à federação respectiva, na ausência de § 1o  O ministro do Trabalho, Indústria e
sindicato; Comércio baixará as instruções regulando a
c)  à confederação respectiva, inexistindo expedição das certidões a que se refere o presente
federação. artigo das quais deverá constar a individuali-
§ 2o  Na falta de sindicato ou entidade de grau zação do contribuinte, a indicação do débito e
superior, o montante a que alude o parágrafo a designação da entidade a favor da qual será
precedente reverterá à conta “Emprego e Salário”. recolhida a importância da contribuição sindi-
cal, de acordo com o respectivo enquadramento
sindical.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

SEÇÃO V – Disposições Gerais § 2o  Para os fins da cobrança judicial da


contribuição sindical são extensivos às entida-
Art. 601. (Revogado) des sindicais, com exceção do foro especial, os
privilégios da Fazenda Pública para a cobrança
Art. 602.  Os empregados que não estiverem da dívida ativa.
trabalhando no mês destinado ao desconto da
contribuição sindical e que venham a autorizar Art. 607.  É considerado como documento es-
prévia e expressamente o recolhimento serão sencial ao comparecimento às concorrências pú-
descontados no primeiro mês subsequente ao blicas ou administrativas e para o fornecimento
do reinício do trabalho. às repartições paraestatais ou autárquicas a prova
Parágrafo único.  De igual forma se procederá da quitação da respectiva contribuição sindical
com os empregados que forem admitidos de- e a de recolhimento da contribuição sindical,
pois daquela data e que não tenham trabalhado descontada dos respectivos empregados.
anteriormente nem apresentado a respectiva
quitação. Art. 608.  As repartições federais, estaduais
ou municipais não concederão registro ou li-
Art. 603.  Os empregadores são obrigados a cenças para funcionamento ou renovação de
100 prestar aos encarregados da fiscalização os es- atividades aos estabelecimentos de empregado-
res e aos escritórios ou congêneres dos agentes Art. 611-A.  A convenção coletiva e o acordo
ou trabalhadores autônomos e profissionais coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei
liberais, nem concederão alvarás de licença ou quando, entre outros, dispuserem sobre:
localização, sem que sejam exibidas as provas I – pacto quanto à jornada de trabalho, ob-
de quitação da contribuição sindical, na forma servados os limites constitucionais;
do artigo anterior. II – banco de horas anual;
Parágrafo único.  A não observância do dis- III – intervalo intrajornada, respeitado o li-
posto neste artigo acarretará, de pleno direito, mite mínimo de trinta minutos para jornadas
a nulidade dos atos nele referidos, bem como superiores a seis horas;
dos mencionados no art. 607. IV – adesão ao Programa Seguro-Emprego
(PSE), de que trata a Lei no 13.189, de 19 de
Art. 609.  O recolhimento da contribuição sin- novembro de 2015;
dical e todos os lançamentos e movimentos nas V – plano de cargos, salários e funções com-
contas respectivas são isentos de selos e taxas patíveis com a condição pessoal do empregado,
federais, estaduais ou municipais. bem como identificação dos cargos que se en-
quadram como funções de confiança;
Art. 610.  As dúvidas no cumprimento deste VI – regulamento empresarial;
Capítulo serão resolvidas pelo Diretor-Geral VII – representante dos trabalhadores no
do Departamento Nacional do Trabalho, que local de trabalho;
expedirá as instruções que se tornarem neces- VIII – teletrabalho, regime de sobreaviso, e
sárias à sua execução. trabalho intermitente;
IX – remuneração por produtividade, in-
cluídas as gorjetas percebidas pelo empregado,
TÍTULO VI – Das Convenções Coletivas de e remuneração por desempenho individual;
Trabalho X – modalidade de registro de jornada de
trabalho;
Art. 611.  Convenção Coletiva de Trabalho é o XI – troca do dia de feriado;
acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou XII – enquadramento do grau de insalubri-
mais Sindicatos representativos de categorias dade;
econômicas e profissionais estipulam condições XIII – prorrogação de jornada em ambientes
de trabalho aplicáveis, no âmbito das respecti- insalubres, sem licença prévia das autoridades
vas representações, às relações individuais de competentes do Ministério do Trabalho;
trabalho. XIV – prêmios de incentivo em bens ou ser-
§ 1o  É facultado aos Sindicatos representati- viços, eventualmente concedidos em programas
vos de categorias profissionais celebrar Acordos de incentivo;
Coletivos com uma ou mais empresas da corres- XV – participação nos lucros ou resultados
pondente categoria econômica, que estipulem da empresa.
condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da § 1o  No exame da convenção coletiva ou do
empresa ou das empresas acordantes às respec- acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Traba-
Consolidação das Leis do Trabalho

tivas relações de trabalho. lho observará o disposto no § 3o do art. 8o desta


§ 2o  As Federações e, na falta destas, as Consolidação.
Confederações representativas de categorias § 2o  A inexistência de expressa indicação de
econômicas ou profissionais poderão celebrar contrapartidas recíprocas em convenção coletiva
convenções coletivas de trabalho para reger as ou acordo coletivo de trabalho não ensejará
relações das categorias a elas vinculadas, inor- sua nulidade por não caracterizar um vício do
ganizadas em Sindicatos, no âmbito de suas negócio jurídico.
representações. § 3o  Se for pactuada cláusula que reduza o
salário ou a jornada, a convenção coletiva ou
o acordo coletivo de trabalho deverão prever
a proteção dos empregados contra dispensa 101
imotivada durante o prazo de vigência do ins- XVI – aviso prévio proporcional ao tempo
trumento coletivo. de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
§ 4o  Na hipótese de procedência de ação termos da lei;
anulatória de cláusula de convenção coletiva XVII – normas de saúde, higiene e seguran-
ou de acordo coletivo de trabalho, quando hou- ça do trabalho previstas em lei ou em normas
ver a cláusula compensatória, esta deverá ser regulamentadoras do Ministério do Trabalho;
igualmente anulada, sem repetição do indébito. XVIII – adicional de remuneração para as
§ 5o  Os sindicatos subscritores de convenção atividades penosas, insalubres ou perigosas;
coletiva ou de acordo coletivo de trabalho deve- XIX – aposentadoria;
rão participar, como litisconsortes necessários, XX – seguro contra acidentes de trabalho, a
em ação individual ou coletiva, que tenha como cargo do empregador;
objeto a anulação de cláusulas desses instru- XXI – ação, quanto aos créditos resultantes
mentos. das relações de trabalho, com prazo prescricio-
nal de cinco anos para os trabalhadores urbanos
Art. 611-B.  Constituem objeto ilícito de con- e rurais, até o limite de dois anos após a extinção
venção coletiva ou de acordo coletivo de traba- do contrato de trabalho;
lho, exclusivamente, a supressão ou a redução XXII – proibição de qualquer discriminação
dos seguintes direitos: no tocante a salário e critérios de admissão do
I – normas de identificação profissional, in- trabalhador com deficiência;
clusive as anotações na Carteira de Trabalho e XXIII – proibição de trabalho noturno, pe-
Previdência Social; rigoso ou insalubre a menores de dezoito anos
II – seguro-desemprego, em caso de desem- e de qualquer trabalho a menores de dezesseis
prego involuntário; anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
III – valor dos depósitos mensais e da in- de quatorze anos;
denização rescisória do Fundo de Garantia do XXIV – medidas de proteção legal de crianças
Tempo de Serviço (FGTS); e adolescentes;
IV – salário mínimo; XXV – igualdade de direitos entre o traba-
V – valor nominal do décimo terceiro salário; lhador com vínculo empregatício permanente
VI – remuneração do trabalho noturno su- e o trabalhador avulso;
perior à do diurno; XXVI – liberdade de associação profissional
VII – proteção do salário na forma da lei, ou sindical do trabalhador, inclusive o direito de
constituindo crime sua retenção dolosa; não sofrer, sem sua expressa e prévia anuência,
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

VIII – salário-família; qualquer cobrança ou desconto salarial estabele-


IX – repouso semanal remunerado; cidos em convenção coletiva ou acordo coletivo
X – remuneração do serviço extraordinário de trabalho;
superior, no mínimo, em 50% (cinquenta por XXVII – direito de greve, competindo aos
cento) à do normal; trabalhadores decidir sobre a oportunidade de
XI – número de dias de férias devidas ao exercê-lo e sobre os interesses que devam por
empregado; meio dele defender;
XII – gozo de férias anuais remuneradas com, XXVIII – definição legal sobre os serviços ou
pelo menos, um terço a mais do que o salário atividades essenciais e disposições legais sobre
normal; o atendimento das necessidades inadiáveis da
XIII – licença-maternidade com a duração comunidade em caso de greve;
mínima de cento e vinte dias; XXIX – tributos e outros créditos de terceiros;
XIV – licença-paternidade nos termos fi- XXX – as disposições previstas nos arts. 373-
xados em lei; A, 390, 392, 392-A, 394, 394-A, 395, 396 e 400
XV – proteção do mercado de trabalho da desta Consolidação.
mulher, mediante incentivos específicos, nos Parágrafo único.  Regras sobre duração do
termos da lei; trabalho e intervalos não são consideradas como
102
normas de saúde, higiene e segurança do traba- assinatura da Convenção ou Acordo, o depósito
lho para os fins do disposto neste artigo. de uma via do mesmo, para fins de registro e
arquivo, no Departamento Nacional do Traba-
Art. 612.  Os Sindicatos só poderão celebrar lho, em se tratando de instrumento de caráter
Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho, nacional ou interestadual, ou nos órgãos regio-
por deliberação de Assembleia Geral especial- nais do Ministério do Trabalho e Previdência
mente convocada para esse fim, consoante o Social, nos demais casos.
disposto nos respectivos Estatutos, dependen- § 1o  As Convenções e os Acordos entrarão
do a validade da mesma do comparecimento e em vigor 3 (três) dias após a data da entrega dos
votação, em primeira convocação, de 2/3 (dois mesmos no órgão referido neste artigo.
terços) dos associados da entidade, se se tratar § 2o  Cópias autênticas das Convenções e dos
de Convenção, e dos interessados, no caso de Acordos deverão ser afixadas de modo visível,
Acordo, e, em segunda, de 1/3 (um terço) dos pelos Sindicatos convenentes, nas respectivas
mesmos. sedes e nos estabelecimentos das empresas com-
Parágrafo único. O quorum de compareci- preendidas no seu campo de aplicação, dentro
mento e votação será de 1/8 (um oitavo) dos de 5 (cinco) dias da data do depósito previsto
associados em segunda convocação, nas entida- neste artigo.
des sindicais que tenham mais de 5.000 (cinco § 3o  Não será permitido estipular duração
mil) associados. de convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho superior a dois anos, sendo vedada a
Art. 613.  As Convenções e os Acordos deverão ultratividade.
conter obrigatoriamente:
I – designação dos Sindicatos convenentes ou Art. 615.  O processo de prorrogação, revi-
dos Sindicatos e empresas acordantes; são, denúncia ou revogação total ou parcial de
II – prazo de vigência; Convenção ou Acordo ficará subordinado, em
III – categorias ou classes de trabalhadores qualquer caso, à aprovação de Assembleia Geral
abrangidas pelos respectivos dispositivos; dos Sindicatos convenentes ou partes acordan-
IV – condições ajustadas para reger as re- tes, com observância do disposto no art. 612.
lações individuais de trabalho durante sua vi- § 1o  O instrumento de prorrogação, revi-
gência; são, denúncia ou revogação de Convenção ou
V – normas para a conciliação das divergên- Acordo será depositado, para fins de registro e
cias surgidas entre os convenentes por motivos arquivamento, na repartição em que o mesmo
da aplicação de seus dispositivos; originariamente foi depositado, observado o
VI – disposições sobre o processo de sua disposto no art. 614.
prorrogação e de revisão total ou parcial de § 2o  As modificações introduzidas em Con-
seus dispositivos; venção ou Acordo, por força de revisão ou de
VII – direitos e deveres dos empregados e revogação parcial de suas cláusulas, passarão a
empresas; vigorar 3 (três) dias após a realização do depósito
VIII – penalidades para os Sindicatos con- previsto no § 1o.
Consolidação das Leis do Trabalho

venentes, os empregados e as empresas em caso


de violação de seus dispositivos. Art. 616.  Os Sindicatos representativos de cate-
Parágrafo único.  As Convenções e os Acor- gorias econômicas ou profissionais e as empre-
dos serão celebrados por escrito, sem emendas sas, inclusive as que não tenham representação
nem rasuras, em tantas vias quantos forem os sindical, quando provocados, não podem recu-
Sindicatos convenentes ou as empresas acordan- sar-se à negociação coletiva.
tes, além de uma destinada a registro. § 1o  Verificando-se recusa à negociação
coletiva, cabe aos Sindicatos ou empresas inte-
Art. 614.  Os Sindicatos convenentes ou as ressadas dar ciência do fato, conforme o caso,
empresas acordantes promoverão, conjunta ao Departamento Nacional do Trabalho ou aos
ou separadamente, dentro de 8 (oito) dias da órgãos regionais do Ministério do Trabalho e 103
Previdência Social, para convocação compul- com os Sindicatos representativos dos respecti-
sória dos Sindicatos ou empresas recalcitrantes. vos empregados, nos termos deste Título.
§ 2o  No caso de persistir a recusa à nego-
ciação coletiva, pelo desatendimento às convo- Art. 619.  Nenhuma disposição de contrato
cações feitas pelo Departamento Nacional do individual de trabalho que contrarie normas
Trabalho ou órgãos regionais do Ministério do de Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho
Trabalho e Previdência Social, ou se malograr poderá prevalecer na execução do mesmo, sendo
a negociação entabulada, é facultada aos Sin- considerada nula de pleno direito.
dicatos ou empresas interessadas a instauração
de dissídio coletivo. Art. 620.  As condições estabelecidas em acor-
§ 3o  Havendo convenção, acordo ou sen- do coletivo de trabalho sempre prevalecerão
tença normativa em vigor, o dissídio coletivo sobre as estipuladas em convenção coletiva de
deverá ser instaurado dentro dos sessenta dias trabalho.
anteriores ao respectivo termo final, para que
o novo instrumento possa ter vigência no dia Art. 621.  As Convenções e os Acordos poderão
imediato a esse termo. incluir entre suas cláusulas disposição sobre a
§ 4o  Nenhum processo de dissídio coletivo constituição e funcionamento de comissões
de natureza econômica será admitido sem antes mistas de consulta e colaboração, no plano da
se esgotarem as medidas relativas à formalização empresa e sobre participação nos lucros. Estas
da Convenção ou Acordo correspondente. disposições mencionarão a forma de constitui-
ção, o modo de funcionamento e as atribuições
Art. 617.  Os empregados de uma ou mais em- das comissões, assim como o plano de partici-
presas que decidirem celebrar Acordo Coletivo pação, quando for o caso.
de Trabalho com as respectivas empresas darão
ciência de sua resolução, por escrito, ao Sindi- Art. 622.  Os empregados e as empresas que
cato representativo da categoria profissional, celebrarem contratos individuais de trabalho,
que terá o prazo de 8 (oito) dias para assumir a estabelecendo condições contrárias ao que ti-
direção dos entendimentos entre os interessados, ver sido ajustado em Convenção ou Acordo
devendo igual procedimento ser observado pelas que lhes for aplicável, serão passíveis da multa
empresas interessadas com relação ao Sindicato neles fixada.
da respectiva categoria econômica. Parágrafo único.  A multa a ser imposta ao
§ 1o  Expirado o prazo de 8 (oito) dias sem empregado não poderá exceder da metade da-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

que o Sindicato tenha se desincumbido do en- quela que, nas mesmas condições, seja estipulada
cargo recebido, poderão os interessados dar para a empresa.
conhecimento do fato à Federação a que estiver
vinculado o Sindicato e, em falta dessa, à corres- Art. 623.  Será nula de pleno direito disposi-
pondente Confederação, para que, no mesmo ção de Convenção ou Acordo que, direta ou
prazo, assuma a direção dos entendimentos. indiretamente, contrarie proibição ou norma
Esgotado esse prazo, poderão os interessados disciplinadora da política econômico-financeira
prosseguir diretamente na negociação coletiva do Governo ou concernente à política salarial
até final. vigente, não produzindo quaisquer efeitos pe-
§ 2o  Para o fim de deliberar sobre o Acordo, rante autoridades e repartições públicas, inclu-
a entidade sindical convocará assembleia geral sive para fins de revisão de preços e tarifas de
dos diretamente interessados, sindicalizados ou mercadorias e serviços.
não, nos termos do art. 612. Parágrafo único.  Na hipótese deste artigo, a
nulidade será declarada, de ofício ou mediante
Art. 618.  As empresas e instituições que não representação, pelo Ministro do Trabalho e Pre-
estiverem incluídas no enquadramento sindical vidência Social, ou pela Justiça do Trabalho em
a que se refere o art. 577 desta Consolidação processo submetido ao seu julgamento.
104 poderão celebrar Acordos Coletivos de Trabalho
Art. 624.  A vigência de cláusula de aumento ou convocado para atuar como conciliador, sendo
reajuste salarial, que implique elevação de tarifas computado como tempo de trabalho efetivo o
ou de preços sujeitos à fixação por autoridade despendido nessa atividade.
pública ou repartição governamental, depen-
derá de prévia audiência dessa autoridade ou Art. 625-C.  A Comissão instituída no âmbito
repartição e sua expressa declaração no tocante do sindicato terá sua constituição e normas
à possibilidade de elevação da tarifa ou do preço de funcionamento definidas em convenção ou
e quanto ao valor dessa elevação. acordo coletivo.

Art. 625.  As controvérsias resultantes da apli- Art. 625-D.  Qualquer demanda de natureza


cação de Convenção ou de Acordo celebrado trabalhista será submetida à Comissão de Con-
nos termos deste Título serão dirimidas pela ciliação Prévia se, na localidade da prestação
Justiça do Trabalho. de serviços, houver sido instituída a Comissão
no âmbito da empresa ou do sindicato da ca-
tegoria.27
TÍTULO VI-A – Das Comissões de § 1o  A demanda será formulada por escrito
Conciliação Prévia ou reduzida a termo por qualquer dos membros
da Comissão, sendo entregue cópia datada e
Art. 625-A.  As empresas e os sindicatos podem assinada pelo membro aos interessados.
instituir Comissões de Conciliação Prévia, de § 2o  Não prosperando a conciliação, será
composição paritária, com representantes dos fornecida ao empregado e ao empregador decla-
empregados e dos empregadores, com a atribui- ração da tentativa conciliatória frustrada com a
ção de tentar conciliar os conflitos individuais descrição de seu objeto, firmada pelos membros
do trabalho. da Comissão, que deverá ser juntada à eventual
Parágrafo único.  As Comissões referidas no reclamação trabalhista.
caput deste artigo poderão ser constituídas por § 3o  Em caso de motivo relevante que im-
grupos de empresas ou ter caráter intersindical. possibilite a observância do procedimento pre-
visto no caput deste artigo, será a circunstância
Art. 625-B.  A Comissão instituída no âmbito declarada na petição inicial da ação intentada
da empresa será composta de, no mínimo, dois perante a Justiça do Trabalho.
e, no máximo, dez membros, e observará as § 4o  Caso exista, na mesma localidade e
seguintes normas: para a mesma categoria, Comissão de empresa
I – a metade de seus membros será indicada e Comissão sindical, o interessado optará por
pelo empregador e a outra metade eleita pelos uma delas para submeter a sua demanda, sendo
empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado competente aquela que primeiro conhecer do
pelo sindicato da categoria profissional; pedido.
II – haverá na Comissão tantos suplentes
quantos forem os representantes titulares; Art. 625-E.  Aceita a conciliação, será lavrado
III – o mandato dos seus membros, titula- termo assinado pelo empregado, pelo empre-
Consolidação das Leis do Trabalho

res e suplentes, é de um ano, permitida uma gador ou seu preposto e pelos membros da Co-
recondução. missão, fornecendo-se cópia às partes.
§ 1o  É vedada a dispensa dos representantes Parágrafo único.  O termo de conciliação
dos empregados membros da Comissão de Con- é título executivo extrajudicial e terá eficácia
ciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano liberatória geral, exceto quanto às parcelas ex-
após o final do mandato, salvo se cometerem pressamente ressalvadas.
falta grave, nos termos da lei.
§ 2o  O representante dos empregados de- Art. 625-F.  As Comissões de Conciliação Pré-
senvolverá seu trabalho normal na empresa, via têm prazo de dez dias para a realização da
afastando-se de suas atividades apenas quando
  NE: ver ADIs nos 2.237, 2.160 e 2.139.
27
105
sessão de tentativa de conciliação a partir da b)  em se realizando a primeira inspeção dos
provocação do interessado. estabelecimentos ou dos locais de trabalho, re-
Parágrafo único.  Esgotado o prazo sem a centemente inaugurados ou empreendidos.
realização da sessão, será fornecida, no último
dia do prazo, a declaração a que se refere o § 2o Art. 627-A.  Poderá ser instaurado procedi-
do art. 625-D. mento especial para a ação fiscal, objetivando
a orientação sobre o cumprimento das leis de
Art. 625-G.  O prazo prescricional será sus- proteção ao trabalho, bem como a prevenção e o
penso a partir da provocação da Comissão de saneamento de infrações à legislação mediante
Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo Termo de Compromisso, na forma a ser discipli-
que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de nada no Regulamento da Inspeção do Trabalho.
conciliação ou do esgotamento do prazo previsto
no art. 625-F. Art. 628.  Salvo o disposto nos arts. 627 e 627-A,
a toda verificação em que o Auditor-Fiscal do
Art. 625-H.  Aplicam-se aos Núcleos Intersin- Trabalho concluir pela existência de violação
dicais de Conciliação Trabalhista em funcio- de preceito legal deve corresponder, sob pena
namento ou que vierem a ser criados, no que de responsabilidade administrativa, a lavratura
couber, as disposições previstas neste Título, de auto de infração.
desde que observados os princípios da paridade § 1o  Ficam as empresas obrigadas a possuir
e da negociação coletiva na sua constituição. o livro intitulado “Inspeção do Trabalho”, cujo
modelo será aprovado por portaria ministerial.
§ 2o  Nesse livro, registrará o agente da inspe-
TÍTULO VII – Do Processo de Multas ção sua visita ao estabelecimento, declarando a
Administrativas data e a hora do início e término da mesma, bem
CAPÍTULO I – Da Fiscalização, da Autuação como o resultado da inspeção, nele consignando,
e da Imposição de Multas se for o caso, todas as irregularidades verificadas
e as exigências feitas, com os respectivos prazos
Art. 626.  Incumbe às autoridades competentes para seu atendimento, e, ainda, de modo legível,
do Ministério do Trabalho, Indústria e Comér- os elementos de sua identificação funcional.
cio, ou àquelas que exerçam funções delegadas, § 3o  Comprovada má-fé do agente da ins-
a fiscalização do fiel cumprimento das normas peção, quanto à omissão ou lançamento de
de proteção ao trabalho. qualquer elemento no livro, responderá ele por
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Parágrafo único.  Os fiscais dos Institutos de falta grave no cumprimento do dever, ficando
Seguro Social e das entidades paraestatais em passível, desde logo, da pena de suspensão até
geral dependentes do Ministério do Trabalho, 30 (trinta) dias, instaurando-se, obrigatoria-
Indústria e Comércio serão competentes para a mente, em caso de reincidência, inquérito ad-
fiscalização a que se refere o presente artigo, na ministrativo.
forma das instruções que forem expedidas pelo § 4o  A lavratura de autos contra empresas
Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio. fictícias e de endereços inexistentes, assim como
a apresentação de falsos relatórios, constituem
Art. 627.  A fim de promover a instrução dos falta grave, punível na forma do § 3o.
responsáveis no cumprimento das leis de prote-
ção do trabalho, a fiscalização deverá observar Art. 629.  O auto de infração será lavrado em
o critério de dupla visita nos seguintes casos: duplicata, nos termos dos modelos e instruções
a)  quando ocorrer promulgação ou expedi- expedidos, sendo uma via entregue ao infrator,
ção de novas leis, regulamentos ou instruções contra recibo, ou ao mesmo enviada, dentro de
ministeriais, sendo que, com relação exclusiva- 10 (dez) dias da lavratura, sob pena de respon-
mente a esses atos, será feita apenas a instrução sabilidade, em registro postal, com franquia e
dos responsáveis; recibo de volta.
106
§ 1o  O auto não terá o seu valor probante sejam os mesmos apresentados em dia e hora
condicionado à assinatura do infrator ou de previamente fixados pelo agente da inspeção.
testemunhas, e será lavrado no local da inspe- § 5o  No território do exercício de sua função,
ção, salvo havendo motivo justificado que será o agente da inspeção gozará de passe livre nas
declarado no próprio auto, quando então deverá empresas de transportes, públicas ou privadas,
ser lavrado no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, mediante a apresentação da carteira de identi-
sob pena de responsabilidade. dade fiscal.
§ 2o  Lavrado o auto de infração, não poderá § 6o  A inobservância do disposto nos §§ 3o,
ele ser inutilizado, nem sustado o curso do res- 4 e 5o configurará resistência ou embaraço à
o

pectivo processo, devendo o agente da inspeção fiscalização e justificará a lavratura do respectivo


apresentá-lo à autoridade competente, mesmo auto de infração, cominada a multa de valor
se incidir em erro. igual a meio (1/2) salário mínimo regional até 5
§ 3o  O infrator terá, para apresentar defesa, (cinco) vezes esse salário, levando-se em conta,
o prazo de 10 (dez) dias contados do recebi- além das circunstâncias atenuantes ou agravan-
mento do auto. tes, a situação econômico-financeira do infrator
§ 4o  O auto de infração será registrado com e os meios a seu alcance para cumprir a lei.
a indicação sumária de seus elementos caracte- § 7o  Para o efeito do disposto no § 5o, a auto-
rísticos, em livro próprio que deverá existir em ridade competente divulgará em janeiro e julho,
cada órgão fiscalizador, de modo a assegurar o de cada ano, a relação dos agentes da inspeção
controle do seu processamento. titulares da carteira de identidade fiscal.
§ 8o  As autoridades policiais, quando solici-
Art. 630.  Nenhum agente da inspeção poderá tadas, deverão prestar aos agentes da inspeção
exercer as atribuições do seu cargo sem exibir a a assistência de que necessitarem para o fiel
carteira de identidade fiscal, devidamente auten- cumprimento de suas atribuições legais.
ticada, fornecida pela autoridade competente.
§ 1o  É proibida a outorga de identidade fiscal Art. 631.  Qualquer funcionário público fede-
a quem não esteja autorizado, em razão do cargo ral, estadual ou municipal, ou representante legal
ou função, a exercer ou praticar, no âmbito da de associação sindical, poderá comunicar à au-
legislação trabalhista, atos de fiscalização. toridade competente do Ministério do Trabalho,
§ 2o  A credencial a que se refere este artigo Indústria e Comércio as infrações que verificar.
deverá ser devolvida para inutilização, sob as Parágrafo único.  De posse dessa comunica-
penas da lei, em casos de provimento em outro ção, a autoridade competente procederá desde
cargo público, exoneração ou demissão, bem logo às necessárias diligências, lavrando os autos
como nos de licenciamento por prazo superior de que haja mister.
a 60 (sessenta) dias e de suspensão do exercício
do cargo. Art. 632.  Poderá o autuado requerer a audiên-
§ 3o  O agente da inspeção terá livre acesso cia de testemunhas e as diligências que lhe pa-
a todas as dependências dos estabelecimentos recerem necessárias à elucidação do processo,
sujeitos ao regime da legislação, sendo as empre- cabendo, porém, à autoridade julgar da neces-
Consolidação das Leis do Trabalho

sas, por seus dirigentes ou prepostos, obrigadas sidade de tais provas.


a prestar-lhes os esclarecimentos necessários
ao desempenho de suas atribuições legais e a Art. 633. (Revogado)
exibir-lhes, quando exigidos, quaisquer docu-
mentos que digam respeito ao fiel cumprimento Art. 634.  Na falta de disposição especial, a
das normas de proteção ao trabalho. imposição das multas incumbe às autoridades
§ 4o  Os documentos sujeitos à inspeção regionais competentes em matéria de trabalho,
deverão permanecer, sob as penas da lei, nos na forma estabelecida por este Título.
locais de trabalho, somente se admitindo, por § 1o  A aplicação da multa não eximirá o in-
exceção, a critério da autoridade competente, frator da responsabilidade em que incorrer por
infração das leis penais. 107
§ 2o  Os valores das multas administrativas curso, a recolher ao Tesouro Nacional dentro do
expressos em moeda corrente serão reajustados prazo de 10 (dez) dias contados do recebimento
anualmente pela Taxa Referencial (TR), divulga- da notificação ou da publicação do edital.
da pelo Banco Central do Brasil, ou pelo índice § 7o  Para a expedição da guia, no caso do
que vier a substituí-lo. § 6o, deverá o infrator juntar a notificação com
a prova da data do seu recebimento, ou a folha
do órgão oficial que publicou o edital.
CAPÍTULO II – Dos Recursos
Art. 637.  De todas as decisões que proferirem
Art. 635.  De toda decisão que impuser multa em processos de infração das leis de proteção
por infração das leis e disposições reguladoras ao trabalho e que impliquem arquivamento
do trabalho, e não havendo forma especial de destes, observado o disposto no parágrafo único
processo, caberá recurso para o Diretor-Geral do art. 635, deverão as autoridades prolatoras
do Departamento ou Serviço do Ministério do recorrer de ofício para a autoridade competente
Trabalho e Previdência Social que for compe- de instância superior.
tente na matéria.
Parágrafo único.  As decisões serão sempre Art. 638.  Ao Ministro do Trabalho, Indústria
fundamentadas. e Comércio é facultado avocar ao seu exame e
decisão, dentro de 90 (noventa) dias do despacho
Art. 636.  Os recursos devem ser interpostos final do assunto, ou no curso do processo, as
no prazo de 10 (dez) dias, contados do recebi- questões referentes à fiscalização dos preceitos
mento da notificação, perante autoridade que estabelecidos nesta Consolidação.
houver imposto a multa, a qual, depois de os
informar, encaminhá-los-á à autoridade de ins-
tância superior. CAPÍTULO III – Do Depósito, da Inscrição
§ 1o  O recurso só terá seguimento se o in- e da Cobrança
teressado o instruir com a prova do depósito
da multa.28 Art. 639.  Não sendo provido o recurso, o de-
§ 2o  A notificação somente será realizada pósito se converterá em pagamento.
por meio de edital, publicado no órgão oficial,
quando o infrator estiver em lugar incerto e Art. 640.  É facultado às Delegacias Regionais
não sabido. do Trabalho, na conformidade de instruções
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

§ 3o  A notificação de que trata este artigo expedidas pelo Ministro de Estado, promover a
fixará igualmente o prazo de 10 (dez) dias para cobrança amigável das multas antes do encami-
que o infrator recolha o valor da multa, sob pena nhamento dos processos à cobrança executiva.
de cobrança executiva.
§ 4o  As guias de depósito ou recolhimento Art. 641.  Não comparecendo o infrator, ou
serão emitidas em 3 (três) vias e o recolhimento não depositando a importância da multa ou
da multa deverá proceder-se dentro de 5 (cinco) penalidade, far-se-á a competente inscrição
dias às repartições federais competentes, que em livro especial, existente nas repartições das
escriturarão a receita a crédito do Ministério quais se tiver originado a multa ou penalidade,
do Trabalho e Previdência Social. ou de onde tenha provindo a reclamação que
§ 5o  A segunda via da guia do recolhimento a determinou, sendo extraída cópia autêntica
será devolvida pelo infrator à repartição que a dessa inscrição e enviada às autoridades com-
emitiu, até o sexto dia depois de sua expedição, petentes para a respectiva cobrança judicial,
para a averbação no processo. valendo tal instrumento como título de dívida
§ 6o  A multa será reduzida de 50% (cinquen- líquida e certa.
ta por cento) se o infrator, renunciando ao re-
Art. 642.  A cobrança judicial das multas im-
108   NE: ver ADPF no 156.
28
postas pelas autoridades administrativas do
trabalho obedecerá ao disposto na legislação TÍTULO VIII – Da Justiça do Trabalho
aplicável à cobrança da dívida ativa da União, CAPÍTULO I – Introdução
sendo promovida, no Distrito Federal e nas capi-
tais dos Estados em que funcionarem Tribunais Art. 643.  Os dissídios oriundos das relações
Regionais do Trabalho, pela Procuradoria da entre empregados e empregadores, bem como
Justiça do Trabalho, e, nas demais localidades, de trabalhadores avulsos e seus tomadores de
pelo Ministério Público Estadual e do Território serviços, em atividades reguladas na legislação
do Acre, nos termos do Decreto-lei no 960, de social, serão dirimidos pela Justiça do Trabalho,
17 de dezembro de 1938. de acordo com o presente Título e na forma es-
Parágrafo único.  No Estado de São Paulo a tabelecida pelo processo judiciário do trabalho.
cobrança continuará a cargo da Procuradoria do § 1o  As questões concernentes à previdência
Departamento Estadual do Trabalho, na forma social serão decididas pelos órgãos e autorida-
do convênio em vigor.29 des previstos no Capítulo V deste Título e na
legislação sobre seguro social.
§ 2o  As questões referentes a acidentes do
TÍTULO VII-A – Da Prova de Inexistência trabalho continuam sujeitas à justiça ordinária,
de Débitos Trabalhistas na forma do Decreto no 24.637, de 10 de julho
de 1934, e legislação subsequente.
Art. 642-A.  É instituída a Certidão Negati- § 3o  A Justiça do Trabalho é competente,
va de Débitos Trabalhistas (CNDT), expedida ainda, para processar e julgar as ações entre
gratuita e eletronicamente, para comprovar a trabalhadores portuários e os operadores por-
inexistência de débitos inadimplidos perante a tuários ou o Órgão Gestor de Mão de Obra
Justiça do Trabalho. – OGMO decorrentes da relação de trabalho.
§ 1o  O interessado não obterá a certidão
quando em seu nome constar: Art. 644.  São órgãos da Justiça do Trabalho:
I – o inadimplemento de obrigações estabe- a)  o Tribunal Superior do Trabalho;
lecidas em sentença condenatória transitada em b)  os Tribunais Regionais do Trabalho;
julgado proferida pela Justiça do Trabalho ou c)  as Juntas de Conciliação e Julgamento ou
em acordos judiciais trabalhistas, inclusive no os Juízos de Direito.
concernente aos recolhimentos previdenciários,
a honorários, a custas, a emolumentos ou a re- Art. 645.  O serviço da Justiça do Trabalho é
colhimentos determinados em lei; ou relevante e obrigatório, ninguém dele podendo
II – o inadimplemento de obrigações decor- eximir-se, salvo motivo justificado.
rentes de execução de acordos firmados perante
o Ministério Público do Trabalho ou Comissão Art. 646.  Os órgãos da Justiça do Trabalho
de Conciliação Prévia. funcionarão perfeitamente coordenados, em
§ 2o  Verificada a existência de débitos ga- regime de mútua colaboração, sob a orientação
rantidos por penhora suficiente ou com exi- do presidente do Tribunal Superior do Trabalho.
gibilidade suspensa, será expedida Certidão
Consolidação das Leis do Trabalho

Positiva de Débitos Trabalhistas em nome do


interessado com os mesmos efeitos da CNDT. CAPÍTULO II – Das Juntas de Conciliação e
§ 3o  A CNDT certificará a empresa em rela- Julgamento
ção a todos os seus estabelecimentos, agências SEÇÃO I – Da Composição e
e filiais. Funcionamento
§ 4o  O prazo de validade da CNDT é de 180
(cento e oitenta) dias, contado da data de sua Art. 647.  Cada Junta de Conciliação e Julga-
emissão. mento terá a seguinte composição:
a)  um juiz do trabalho, que será seu pre-
sidente;
  NE: ver Decreto-lei no 9.509/1946.
29
109
b)  dois vogais, sendo um, representante dos filial no estrangeiro, desde que o empregado seja
empregadores, e outro, dos empregados. brasileiro e não haja convenção internacional
Parágrafo único.  Haverá um suplente para dispondo em contrário.
cada vogal. § 3o  Em se tratando de empregador que
promova realização de atividades fora do lu-
Art. 648.  São incompatíveis entre si, para os gar do contrato de trabalho, é assegurado ao
trabalhos da mesma Junta, os parentes consan- empregado apresentar reclamação no foro da
guíneos e afins até o terceiro grau civil. celebração do contrato ou no da prestação dos
Parágrafo único.  A incompatibilidade resol- respectivos serviços.
ve-se a favor do primeiro vogal designado ou
empossado, ou por sorteio, se a designação ou Art. 652.  Compete às Varas do Trabalho:
posse for da mesma data. a)  conciliar e julgar:
I – os dissídios em que se pretenda o reco-
Art. 649.  As Juntas poderão conciliar, instruir nhecimento da estabilidade de empregado;
ou julgar com qualquer número, sendo, porém, II – os dissídios concernentes a remuneração,
indispensável a presença do presidente, cujo férias e indenizações por motivo de rescisão do
voto prevalecerá em caso de empate. contrato individual de trabalho;
§ 1o  No julgamento de embargos deverão III – os dissídios resultantes de contratos de
estar presentes todos os membros da Junta. empreitadas em que o empreiteiro seja operário
§ 2o  Na execução e na liquidação das deci- ou artífice;
sões funciona apenas o presidente. IV – os demais dissídios concernentes ao
contrato individual de trabalho;
V – as ações entre trabalhadores portuários e
SEÇÃO II – Da Jurisdição e Competência os operadores portuários ou o Órgão Gestor de
das Juntas Mão de Obra – OGMO decorrentes da relação
de trabalho;
Art. 650.  A jurisdição de cada Junta de Con- b)  processar e julgar os inquéritos para apu-
ciliação e Julgamento abrange todo o território ração de falta grave;
da Comarca em que tem sede, só podendo ser c)  julgar os embargos opostos às suas pró-
estendida ou restringida por lei federal. prias decisões;
Parágrafo único.  As leis locais de Organiza- d)  impor multas e demais penalidades rela-
ção Judiciária não influirão sobre a competência tivas aos atos de sua competência;
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

de Juntas de Conciliação e Julgamento já criadas, e) (Suprimida);


até que lei federal assim determine. f)  decidir quanto à homologação de acordo
extrajudicial em matéria de competência da
Art. 651.  A competência das Juntas de Conci- Justiça do Trabalho.
liação e Julgamento é determinada pela localida- Parágrafo único.  Terão preferência para
de onde o empregado, reclamante ou reclamado, julgamento os dissídios sobre pagamento de
prestar serviços ao empregador, ainda que tenha salário e aqueles que derivarem da falência do
sido contratado noutro local ou no estrangeiro. empregador, podendo o presidente da Junta, a
§ 1o  Quando for parte no dissídio agente ou pedido do interessado, constituir processo em
viajante comercial, a competência será da Junta separado, sempre que a reclamação também
da localidade em que a empresa tenha agência versar sobre outros assuntos.
ou filial e a esta o empregado esteja subordinado
e, na falta, será competente a Junta da localiza- Art. 653.  Compete, ainda, às Juntas de Con-
ção em que o empregado tenha domicílio ou a ciliação e Julgamento:
localidade mais próxima. a)  requisitar às autoridades competentes a
§ 2o  A competência das Juntas de Conci- realização das diligências necessárias ao escla-
liação e Julgamento, estabelecida neste artigo, recimento dos feitos sob sua apreciação, repre-
110 estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou
sentando contra aquelas que não atenderem a b)  idoneidade para o exercício das funções.
tais requisições; § 5o  O preenchimento dos cargos de presi-
b)  realizar as diligências e praticar os atos dente de Junta, vagos ou criados por lei, será
processuais ordenados pelos Tribunais Regio- feito dentro de cada Região:
nais do Trabalho ou pelo Tribunal Superior do a)  pela remoção de outro presidente, preva-
Trabalho; lecendo a antiguidade no cargo, caso haja mais
c)  julgar as suspeições arguidas contra os de um pedido, desde que a remoção tenha sido
seus membros; requerida, dentro de quinze dias, contados da
d)  julgar as exceções de incompetência que abertura da vaga, ao Presidente do Tribunal Re-
lhes forem opostas; gional, a quem caberá expedir o respectivo ato;
e)  expedir precatórias e cumprir as que lhes b)  pela promoção de substituto, cuja aceita-
forem deprecadas; ção será facultativa, obedecido o critério alter-
f)  exercer, em geral, no interesse da Justiça nado de antiguidade e merecimento.
do Trabalho, quaisquer outras atribuições que § 6o  Os juízes do trabalho, presidentes de
decorram da sua jurisdição. Junta, juízes substitutos e suplentes de juiz to-
marão posse perante o presidente do Tribunal
da respectiva Região. Nos Estados que não forem
SEÇÃO III – Dos Presidentes das Juntas sede de Tribunal Regional do Trabalho, a posse
dar-se-á perante o presidente do Tribunal de
Art. 654.  O ingresso na magistratura do tra- Justiça, que remeterá o termo ao presidente do
balho far-se-á para o cargo de juiz do trabalho Tribunal Regional da jurisdição do empossa-
substituto. As nomeações subsequentes por do. Nos Territórios, a posse dar-se-á perante o
promoção, alternadamente, por antiguidade presidente do Tribunal Regional do Trabalho
e merecimento. da respectiva Região.
§ 1o  Nas 7a e 8a Regiões da Justiça do Traba-
lho, nas localidades fora das respectivas sedes, Art. 655.  Os presidentes e os presidentes
haverá suplentes de juiz do trabalho presidente substitutos tomarão posse do cargo perante o
de Junta, sem direito a acesso, nomeados pelo presidente do Tribunal Regional da respectiva
Presidente da República, dentre brasileiros, ba- jurisdição.
charéis em direito, de reconhecida idoneidade § 1o  Nos Estados em que não houver sede
moral, especializados em direito do trabalho, de Tribunais a posse dar-se-á perante o presi-
pelo período de 2 (dois) anos, podendo ser re- dente do Tribunal de Apelação, que remeterá
conduzidos. o respectivo termo ao presidente do Tribunal
§ 2o  Os suplentes de juiz do trabalho rece- Regional da jurisdição do empossado.
berão, quando em exercício, vencimentos iguais § 2o  Nos Territórios a posse dar-se-á perante
aos dos juízes que substituírem. o juiz de Direito da capital, que procederá na
§ 3o  Os Juízes Substitutos serão nomeados forma prevista no § 1o.
após aprovação em concurso público de provas
e títulos realizado perante o Tribunal Regional Art. 656.  O Juiz do Trabalho Substituto, sempre
Consolidação das Leis do Trabalho

do Trabalho da Região, válido por dois anos e que não estiver substituindo o Juiz-Presidente
prorrogável, a critério do mesmo órgão, por de Junta, poderá ser designado para atuar nas
igual período, uma só vez, e organizado de acor- Juntas de Conciliação e Julgamento.
do com as instruções expedidas pelo Tribunal § 1o  Para o fim mencionado no caput deste
Superior do Trabalho. artigo, o território da Região poderá ser dividido
§ 4o  Os candidatos inscritos só serão admi- em zonas, compreendendo a jurisdição de uma
tidos ao concurso após apreciação prévia, pelo ou mais Juntas, a juízo do Tribunal Regional do
Tribunal Regional do Trabalho da respectiva Trabalho respectivo.
Região, dos seguintes requisitos: § 2o  A designação referida no caput deste
a)  idade maior de 25 (vinte e cinco) anos e artigo será de atribuição do Juiz-Presidente do
menor de 45 (quarenta e cinco) anos; Tribunal Regional do Trabalho ou, não haven- 111
do disposição regimental específica, de quem de qualquer vogal a três reuniões consecutivas,
este indicar. sem motivo justificado, para os fins do art. 727;
§ 3o  Os Juízes do Trabalho Substitutos, VI – despachar os recursos interpostos pelas
quando designados ou estiverem substituindo partes, fundamentando a decisão recorrida antes
os Juízes-Presidentes de Juntas, perceberão os da remessa ao Tribunal Regional, ou submeten-
vencimentos destes. do-os à decisão da Junta, no caso do art. 894;
§ 4o  O Juiz-Presidente do Tribunal Regional VII – assinar as folhas de pagamento dos
do Trabalho ou, não havendo disposição regi- membros e funcionários da Junta;
mental específica, que este indicar, fará a lotação VIII – apresentar ao presidente do Tribunal
e a movimentação dos Juízes Substitutos entre Regional, até 15 de fevereiro de cada ano, o
as diferentes zonas da Região na hipótese de relatório dos trabalhos do ano anterior;
terem sido criadas na forma do § 1o deste artigo. IX – conceder medida liminar, até decisão
final do processo, em reclamações trabalhis-
Art. 657.  Os presidentes de Junta e os presi- tas que visem a tornar sem efeito transferência
dentes substitutos perceberão a remuneração disciplinada pelos parágrafos do art. 469 desta
ou os vencimentos fixados em lei. Consolidação;
X – conceder medida liminar, até decisão
Art. 658.  São deveres precípuos dos presidentes final do processo, em reclamações trabalhis-
das Juntas, além dos que decorram do exercício tas que visem reintegrar no emprego dirigente
de sua função: sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo
a)  manter perfeita conduta pública e privada; empregador.
b)  abster-se de atender a solicitações ou
recomendações relativamente aos feitos que
hajam sido ou tenham de ser submetidos à sua SEÇÃO IV – Dos Vogais das Juntas30
apreciação;
c)  residir dentro dos limites de sua jurisdi- Art. 660.  Os vogais das Juntas são designados
ção, não podendo ausentar-se sem licença do pelo presidente do Tribunal Regional da respec-
Presidente do Tribunal Regional; tiva jurisdição.
d)  despachar e praticar todos os atos de-
correntes de suas funções, dentro dos prazos Art. 661.  Para o exercício da função de vogal
estabelecidos, sujeitando-se ao desconto cor- da Junta ou suplente destes são exigidos os se-
respondente a um dia de vencimento para cada guintes requisitos:
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

dia de retardamento. a)  ser brasileiro;


b)  ter reconhecida idoneidade moral;
Art. 659.  Competem privativamente aos pre- c)  ser maior de 25 (vinte e cinco) anos e ter
sidentes das Juntas, além das que lhes forem menos de 70 (setenta) anos;
conferidas neste Título e das decorrentes de d)  estar no gozo dos direitos civis e políticos;
seu cargo, as seguintes atribuições: e)  estar quite com o serviço militar;
I – presidir às audiências das Juntas; f)  contar mais de dois anos de efetivo exer-
II – executar as suas próprias decisões, as cício na profissão e ser sindicalizado.
proferidas pela Junta e aquelas cuja execução Parágrafo único.  A prova da qualidade pro-
lhes for deprecada; fissional a que se refere a alínea “f ” deste arti-
III – dar posse aos vogais nomeados para a go, é feita mediante declaração do respectivo
Junta, ao secretário e aos demais funcionários sindicato.
da Secretaria;
IV – convocar os suplentes dos vogais, no Art. 662.  A escolha dos vogais das Juntas e seus
impedimento destes; suplentes far-se-á dentre os nomes constantes
V – representar ao presidente do Tribunal Re- das listas que, para esse efeito, forem encami-
gional da respectiva jurisdição, no caso de falta
112   NE: ver Emenda Constitucional no 24/1999.
30
nhadas pelas associações sindicais de primeiro § 2o  Na falta do suplente, por impedimen-
grau ao presidente do Tribunal Regional. to, morte ou renúncia, serão designados novo
§ 1o  Para esse fim, cada sindicato de empre- vogal e o respectivo suplente, dentre os nomes
gadores e de empregados, com base territorial constantes das listas a que se refere o art. 662,
extensiva à área de jurisdição da Junta, no todo servindo os designados até o fim do período.
ou em parte, procederá, na ocasião determinada
pelo Presidente do Tribunal Regional, à escolha Art. 664.  Os vogais das Juntas e seus suplentes
de três nomes que comporão a lista, aplicando-se tomam posse perante o presidente da Junta em
à eleição o disposto no art. 524 e seus §§ 1o a 3o. que têm de funcionar.
§ 2o  Recebidas as listas pelo presidente do
Tribunal Regional, designará este, dentro de Art. 665.  Enquanto durar sua investidura, go-
cinco dias, os nomes dos vogais e dos respectivos zam os vogais das Juntas e seus suplentes das
suplentes, expedindo para cada um deles um prerrogativas asseguradas aos jurados.
título, mediante a apresentação do qual será
empossado. Art. 666.  Por audiência a que comparecerem,
§ 3o  Dentro de quinze dias, contados da data até o máximo de vinte por mês, os vogais das
da posse, pode ser contestada a investidura do Juntas e seus suplentes perceberão a gratificação
vogal ou do suplente, por qualquer interessado, fixada em lei.
sem efeito suspensivo, por meio de representa-
ção escrita, dirigida ao presidente do Tribunal Art. 667.  São prerrogativas dos vogais das Jun-
Regional. tas, além das referidas no art. 665:
§ 4o  Recebida a contestação, o Presidente a)  tomar parte nas reuniões do tribunal a
do Tribunal designará imediatamente relator, o que pertençam;
qual, se houver necessidade de ouvir testemu- b)  aconselhar às partes a conciliação;
nhas ou de proceder a quaisquer diligências, c)  votar no julgamento dos feitos e nas ma-
providenciará para que tudo se realize com a térias de ordem interna do tribunal, submetidas
maior brevidade, submetendo, por fim, a contes- às suas deliberações;
tação ao parecer do Tribunal, na primeira sessão. d)  pedir vista dos processos pelo prazo de
§ 5o  Se o Tribunal julgar procedente a contes- vinte e quatro horas;
tação, o presidente providenciará a designação e)  formular, por intermédio do presidente,
de novo vogal ou suplente. aos litigantes, testemunhas e peritos, as per-
§ 6o  Em falta de indicação, pelos sindicatos, guntas que quiserem fazer, para esclarecimento
de nomes para representantes das respectivas do caso.
categorias profissionais e econômicas nas Juntas
de Conciliação e Julgamento, ou nas localidades
onde não existirem sindicatos, serão esses repre- CAPÍTULO III – Dos Juízos de Direito
sentantes livremente designados pelo presidente
do Tribunal Regional do Trabalho, observados Art. 668.  Nas localidades não compreendidas
os requisitos exigidos para o exercício da função. na jurisdição das Juntas de Conciliação e Jul-
Consolidação das Leis do Trabalho

gamento, os Juízos de Direito são os órgãos de


Art. 663.  A investidura dos vogais das Juntas administração da Justiça do Trabalho, com a
e seus suplentes é de 3 (três) anos, podendo, jurisdição que lhes for determinada pela lei de
entretanto, ser dispensado, a pedido, aquele que organização judiciária local.
tiver servido, sem interrupção, durante metade
desse período. Art. 669.  A competência dos Juízos de Di-
§ 1o  Na hipótese da dispensa do vogal a que reito, quando investidos na administração da
alude este artigo, assim como nos casos do im- Justiça do Trabalho, é a mesma das Juntas de
pedimento, morte ou renúncia, sua substituição Conciliação e Julgamento, na forma da Seção
far-se-á pelo suplente, mediante convocação do II do Capítulo II.
presidente da Junta. 113
§ 1o  Nas localidades onde houver mais de um (vinte e quatro) togados, vitalícios, e 12 (doze)
Juízo de Direito a competência é determinada, classistas, temporários; 16a Região, de 8 (oito)
entre os juízes do cível, por distribuição ou pela juízes, sendo 6 (seis) togados, vitalícios, e 2
divisão judiciária local, na conformidade da lei (dois) classistas, temporários; 17a Região, de 8
de organização respectiva. (oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, vitalícios, e
§ 2o  Quando o critério de competência da lei 2 (dois) classistas, temporários; 18a Região, de 8
de organização judiciária for diverso do previsto (oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, vitalícios, e
no parágrafo anterior, será competente o juiz do 2 (dois) classistas, temporários; 19a Região, de 8
cível mais antigo. (oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, vitalícios, e
2 (dois) classistas, temporários; 20a Região, de 8
(oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, vitalícios, e
CAPÍTULO IV – Dos Tribunais Regionais 2 (dois) classistas, temporários; 21a Região, de 8
do Trabalho (oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, vitalícios, e
SEÇÃO I – Da Composição e do 2 (dois) classistas, temporários; 22a Região, de 8
Funcionamento (oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, vitalícios, e
2 (dois) classistas, temporários; 23a Região, de 8
Art. 670.  Os Tribunais Regionais compor-se- (oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, vitalícios, e
-ão: 1a Região, de 54 (cinquenta e quatro) juízes, 2 (dois) classistas, temporários; 24a Região, de 8
sendo 36 (trinta e seis) togados, vitalícios, e 18 (oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, vitalícios, e
(dezoito) classistas, temporários; 2a Região, de 2 (dois) classistas, temporários, todos nomeados
64 (sessenta e quatro) juízes, sendo 42 (quarenta pelo Presidente da República.
e dois) togados, vitalícios, e 22 (vinte e dois) § 1o (Vetado)
classistas, temporários; 3a Região, de 36 (trinta § 2o  Nos Tribunais Regionais constituídos de
e seis) juízes, sendo 24 (vinte e quatro) togados, seis ou mais juízes togados, e menos de onze,
vitalícios, e 12 (doze) classistas, temporários; um deles será escolhido dentre advogados, um
4a Região, de 36 (trinta e seis) juízes, sendo 24 dentre membros do Ministério Público da União
(vinte e quatro) togados, vitalícios, e 12 (doze) junto à Justiça do Trabalho e os demais dentre
classistas, temporários; 5a Região, de 29 (vinte e juízes do Trabalho Presidentes de Junta da res-
nove) juízes, sendo 19 (dezenove) togados, vitalí- pectiva Região, na forma prevista no parágrafo
cios, e 10 (dez) classistas, temporários; 6a Região, anterior.
de 18 (dezoito) juízes, sendo 12 (doze) togados, § 3o (Vetado)
vitalícios, e 6 (seis) classistas, temporários; 7a § 4o  Os juízes classistas referidos neste artigo
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Região, de 8 (oito) juízes, sendo 6 (seis) toga- representarão, paritariamente, empregadores e


dos, vitalícios, e 2 (dois) classistas, temporários; empregados.
8a Região, de 23 (vinte e três) juízes, sendo 15 § 5o  Haverá um suplente para cada Juiz
(quinze) togados, vitalícios, e 8 (oito) classistas, classista.
temporários; 9a Região, de 28 (vinte e oito) juízes, § 6o  Os Tribunais Regionais, no respectivo
sendo 18 (dezoito) togados, vitalícios, e 10 (dez) regimento interno, disporão sobre a substituição
classistas, temporários; 10a Região, de 17 (dezes- de seus juízes, observados, na convocação de
sete) juízes, sendo 11 (onze) togados, vitalícios, juízes inferiores, os critérios de livre escolha e
e 6 (seis) classistas, temporários; 11a Região, de antiguidade, alternadamente.
8 (oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, vitalícios, § 7o  Dentre os seus juízes togados, os Tribu-
e 2 (dois) classistas, temporários; 12a Região, de nais Regionais elegerão os respectivos Presidente
18 (dezoito) juízes, sendo 12 (doze) togados, e Vice-Presidente, assim como os Presidentes
vitalícios, e 6 (seis) classistas, temporários; 13a de Turmas, onde as houver.
Região, de 8 (oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, § 8o  Os Tribunais Regionais da 1a e 2a Re-
vitalícios, e 2 (dois) classistas, temporários; 14a giões dividir-se-ão em Turmas, facultada essa
Região, de 8 (oito) juízes, sendo 6 (seis) togados, divisão aos constituídos de, pelo menos, doze
vitalícios, e 2 (dois) classistas, temporários; 15a juízes. Cada turma se comporá de três juízes
114 Região, de 36 (trinta e seis) juízes, sendo 24
togados e dois classistas, um representante dos 1a Região – Estado do Rio de Janeiro;
empregados e outro dos empregadores. 2a Região – Estado de São Paulo;
3a Região – Estado de Minas Gerais;
Art. 671.  Para os trabalhos dos Tribunais 4a Região – Estado do Rio Grande do Sul;
Regionais existe a mesma incompatibilidade 5a Região – Estado da Bahia;
prevista no art. 648, sendo idêntica a forma de 6a Região – Estado de Pernambuco;
sua resolução. 7a Região – Estado do Ceará;
8a Região – Estados do Pará e do Amapá;
Art. 672.  Os Tribunais Regionais, em sua 9a Região – Estado do Paraná;
composição plena, deliberarão com a presença, 10a Região – Distrito Federal;
além do Presidente, da metade e mais um do 11a Região – Estados do Amazonas e de Ro-
número de seus juízes, dos quais, no mínimo, raima;
um representante dos empregados e outro dos 12a Região – Estado de Santa Catarina;
empregadores. 13a Região – Estado da Paraíba;
§ 1o  As Turmas somente poderão deliberar 14a Região – Estados de Rondônia e do Acre;
presentes, pelo menos, três dos seus juízes, entre 15a Região – Estado de São Paulo (área não
eles os dois classistas. Para a integração desse abrangida pela jurisdição estabelecida na 2a
quorum, poderá o Presidente de uma Turma Região);
convocar juízes de outra, da classe a que per- 16a Região – Estado do Maranhão;
tencer o ausente ou impedido. 17a Região – Estado do Espírito Santo;
§ 2o  Nos Tribunais Regionais, as decisões 18a Região – Estado de Goiás;
tomar-se-ão pelo voto da maioria dos juízes pre- 19a Região – Estado de Alagoas;
sentes, ressalvada, no Tribunal Pleno, a hipótese 20a Região – Estado de Sergipe;
de declaração de inconstitucionalidade de lei ou 21a Região – Estado do Rio Grande do Norte;
ato do poder público (art. 111 da Constituição).31 22a Região – Estado do Piauí;
§ 3o  O Presidente do Tribunal Regional, 23a Região – Estado do Mato Grosso;
excetuada a hipótese de declaração de incons- 24a Região – Estado do Mato Grosso do Sul.
titucionalidade de lei ou ato do poder público, Parágrafo único.  Os tribunais têm sede nas
somente terá voto de desempate. Nas sessões cidades: Rio de Janeiro (1a Região), São Paulo
administrativas, o Presidente votará como os (2a Região), Belo Horizonte (3a Região), Porto
demais juízes, cabendo-lhe, ainda, o voto de Alegre (4a Região), Salvador (5a Região), Re-
qualidade. cife (6a Região), Fortaleza (7a Região), Belém
§ 4o  No julgamento de recursos contra (8a Região), Curitiba (9a Região), Brasília (10a
decisão ou despacho do Presidente, do Vice- Região), Manaus (11a Região), Florianópolis
-Presidente ou de Relator, ocorrendo empate, (12a Região), João Pessoa (13a Região), Porto
prevalecerá a decisão ou despacho recorrido. Velho (14a Região), Campinas (15a Região), São
Luís (16a Região), Vitória (17a Região), Goiâ-
Art. 673.  A ordem das sessões dos Tribunais nia (18a Região), Maceió (19a Região), Aracaju
Regionais será estabelecida no respectivo regi- (20a Região), Natal (21a Região), Teresina (22a
Consolidação das Leis do Trabalho

mento interno. Região), Cuiabá (23a Região) e Campo Grande


(24a Região).

SEÇÃO II – Da Jurisdição e Competência Art. 675. (Revogado)

Art. 674.  Para efeito da jurisdição dos Tribu- Art. 676.  O número de regiões, a jurisdição e
nais Regionais, o território nacional é dividido a categoria dos Tribunais Regionais, estabele-
nas 24 (vinte e quatro) regiões seguintes:

  NE: o parágrafo faz referência à Constituição de


31

1967. Ver o art. 97 da Constituição Federal de 1988. 115


cidos nos artigos anteriores, somente podem c)  impor multas e demais penalidades rela-
ser alterados pelo Presidente da República.32 tivas a atos de sua competência jurisdicional, e
julgar os recursos interpostos das decisões das
Art. 677.  A competência dos Tribunais Re- Juntas dos juízes de direito que as impuserem.
gionais determina-se pela forma indicada no Parágrafo único.  Das decisões das Turmas
art. 651 e seus parágrafos e, nos casos de dissídio não caberá recurso para o Tribunal Pleno, exceto
coletivo, pelo local onde este ocorrer. no caso do item I, alínea “c”, inciso 1, deste artigo.

Art. 678.  Aos Tribunais Regionais, quando Art. 679.  Aos Tribunais Regionais não divi-
divididos em Turmas, compete: didos em Turmas, compete o julgamento das
I – ao Tribunal Pleno, especialmente: matérias a que se refere o artigo anterior, exceto
a)  processar, conciliar e julgar originaria- a de que trata o inciso 1 da alínea “c” do item I,
mente os dissídios coletivos; como os conflitos de jurisdição entre Turmas.
b)  processar e julgar originariamente:
1)  as revisões de sentenças normativas; Art. 680.  Compete, ainda, aos Tribunais Re-
2)  a extensão das decisões proferidas em gionais, ou suas Turmas:
dissídios coletivos; a)  determinar às Juntas e aos juízes de direito
3)  os mandados de segurança; a realização dos atos processuais e diligências
4)  as impugnações à investidura de vogais necessárias ao julgamento dos feitos sob sua
e seus suplentes nas Juntas de Conciliação e apreciação;
Julgamento; b)  fiscalizar o cumprimento de suas próprias
c)  processar e julgar em última instância: decisões;
1)  os recursos das multas impostas pelas c)  declarar a nulidade dos atos praticados
Turmas; com infração de suas decisões;
2)  as ações rescisórias das decisões das Jun- d)  julgar as suspeições arguidas contra seus
tas de Conciliação e Julgamento, dos juízes de membros;
direito investidos na jurisdição trabalhista, das e)  julgar as exceções de incompetência que
Turmas e de seus próprios acórdãos; lhes forem opostas;
3)  os conflitos de jurisdição entre as suas f)  requisitar às autoridades competentes as
Turmas, os juízes de direito investidos na ju- diligências necessárias ao esclarecimento dos
risdição trabalhista, as Juntas de Conciliação e feitos sob apreciação, representando contra
Julgamento, ou entre aqueles e estas; aquelas que não atenderem a tais requisições;
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

d)  julgar em única ou última instâncias: g)  exercer, em geral, no interesse da Justiça
1)  os processos e os recursos de natureza do Trabalho, as demais atribuições que decorram
administrativa atinentes aos seus serviços au- de sua Jurisdição.
xiliares e respectivos servidores;
2)  as reclamações contra atos administra-
tivos de seu presidente ou de qualquer de seus SEÇÃO III – Dos Presidentes dos Tribunais
membros, assim como dos juízes de primeira Regionais
instância e de seus funcionários;
II – às Turmas: Art. 681.  Os presidentes e vice-presidentes dos
a)  julgar os recursos ordinários previstos no Tribunais Regionais do Trabalho tomarão posse
art. 895, alínea “a”; perante os respectivos Tribunais.
b)  julgar os agravos de petição e de instru- Parágrafo único. (Revogado)
mento, estes de decisões denegatórias de recur-
sos de sua alçada; Art. 682.  Competem privativamente aos pre-
sidentes dos Tribunais Regionais, além das que
forem conferidas neste e no título e das decor-
  NE: ver os arts. 96 e 113 da Constituição Federal
32 rentes do seu cargo, as seguintes atribuições:
116 de 1988. I – (Revogado);
II – designar os vogais das Juntas e seus su- profissional ou econômica do representante e
plentes; a ordem de antiguidade dos suplentes desim-
III – dar posse aos presidentes de Juntas e pedidos.
presidentes substitutos, aos vogais e suplentes § 3o  Na falta ou impedimento de qualquer
e funcionários do próprio Tribunal e conceder Juiz representante classista e seu respectivo Su-
férias e licenças aos mesmos e aos vogais e su- plente, é facultado ao Presidente do Tribunal
plentes das Juntas; Regional designar um dos Vogais de Junta de
IV – presidir as sessões do Tribunal; Conciliação e Julgamento para funcionar nas
V – presidir audiências de conciliação nos sessões do Tribunal, respeitada a categoria pro-
dissídios coletivos; fissional ou econômica do representante.
VI – executar suas próprias decisões e as
proferidas pelo Tribunal; Art. 683.  Na falta ou impedimento dos presi-
VII – convocar suplentes dos vogais do Tri- dentes dos Tribunais Regionais, e como auxilia-
bunal, nos impedimentos destes; res destes, sempre que necessário, funcionarão
VIII – representar ao presidente do Tribunal seus substitutos.
Superior do Trabalho contra os presidentes e § 1o  Nos casos de férias, por trinta dias, licen-
os vogais, nos casos previstos no art. 727 e seu ça, morte ou renúncia, a convocação competirá
parágrafo único; diretamente ao presidente do Tribunal Superior
IX – despachar os recursos interpostos pelas do Trabalho.
partes; § 2o  Nos demais casos, mediante convocação
X – requisitar às autoridades competentes, do próprio presidente do Tribunal ou comunica-
nos casos de dissídio coletivo, a força necessária, ção do secretário deste, o presidente substituto
sempre que houver ameaça de perturbação da assumirá imediatamente o exercício, ciente o
ordem; presidente do Tribunal Superior do Trabalho.
XI – exercer correição, pelo menos uma vez
por ano, sobre as Juntas, ou parcialmente, sem-
pre que se fizer necessário, e solicitá-la, quando SEÇÃO IV – Dos Juízes Representantes
julgar conveniente, ao Presidente do Tribunal Classistas dos Tribunais Regionais33
de Apelação relativamente aos juízes de Direi-
to investidos na administração da Justiça do Art. 684.  Os juízes representantes classistas
Trabalho; dos Tribunais Regionais são designados pelo
XII – distribuir os feitos, designando os vo- Presidente da República.
gais que os devem relatar; Parágrafo único.  Aos juízes representantes
XIII – designar, dentre os funcionários do classistas dos empregadores e dos empregados,
Tribunal e das Juntas existentes em uma mes- nos Tribunais Regionais, aplicam-se as dispo-
ma localidade, o que deve exercer a função de sições do art. 661.
distribuidor;
XIV – assinar as folhas de pagamento dos Art. 685.  A escolha dos juízes e suplentes dos
vogais e servidores do Tribunal. Tribunais Regionais, representantes dos empre-
Consolidação das Leis do Trabalho

§ 1o  Na falta ou impedimento do presidente gadores e empregados, é feita dentre os nomes


da Junta e do substituto da mesma localidade, constantes das listas para esse fim encaminhadas
é facultado ao presidente do Tribunal Regional ao presidente do Tribunal Superior do Trabalho
designar substituto de outra localidade, observa- pelas associações sindicais de grau superior com
da a ordem de antiguidade entre os substitutos sede nas respectivas regiões.
desimpedidos. § 1o  Para o efeito deste artigo, o Conselho
§ 2o  Na falta ou impedimento do vogal da de Representantes de cada associação sindical
Junta e do respectivo suplente, é facultado ao de grau superior, na ocasião determinada pelo
presidente do Tribunal Regional designar su- presidente do Tribunal Superior do Trabalho,
plente de outra Junta, respeitada a categoria
  NE: ver Emenda Constitucional no 24/1999.
33
117
organizará, por maioria de votos, uma lista de SEÇÃO II – Da Composição e
três nomes. Funcionamento do Tribunal Superior do
§ 2o  O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho
Trabalho submeterá os nomes constantes das
listas ao Presidente da República, por intermédio Art. 693.  O Tribunal Superior do Trabalho
do Ministro da Justiça e Negócios Interiores. compõe-se de dezessete juízes, com a denomi-
nação de Ministros, sendo:34
Art. 686. (Suprimido) a)  onze togados e vitalícios, nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a
Art. 687.  Os juízes representantes classistas escolha pelo Senado Federal, dentre brasileiros
dos Tribunais Regionais tomam posse perante natos, maiores de trinta e cinco anos, de notável
o respectivo presidente. saber jurídico e reputação ilibada;
b)  seis classistas, com mandato de três anos,
Art. 688.  Aos juízes representantes classistas em representação paritária dos empregadores
dos Tribunais Regionais aplicam-se as dispo- e dos empregados, nomeados pelo Presidente
sições do art. 663, sendo a nova escolha feita da República, de conformidade com o disposto
dentre os nomes constantes das listas a que se nos §§ 2o e 3o deste artigo.
refere o art. 685 ou na forma indicada no art. 686 § 1o  Dentre os juízes togados do Tribunal
e, bem assim, as dos arts. 665 e 667. Superior do Trabalho, alheios aos interesses
profissionais, serão eleitos o presidente, o vi-
Art. 689.  Por sessão a que comparecerem, até ce-presidente e o corregedor, além dos presi-
o máximo de quinze por mês, perceberão os dentes das turmas, na forma estabelecida em
juízes representantes classistas e suplentes dos seu regimento interno.
Tribunais Regionais a gratificação fixada em lei. § 2o  Para nomeação trienal dos juízes clas-
Parágrafo único.  Os juízes representantes sistas, o Presidente do Tribunal Superior do
classistas que retiverem processos além dos pra- Trabalho publicará edital, com antecedência
zos estabelecidos no Regimento Interno dos mínima de 15 (quinze) dias, convocando as
Tribunais Regionais sofrerão, automaticamente, associações sindicais de grau superior, para que
na gratificação mensal a que teriam direito, cada uma, mediante maioria de votos do res-
desconto equivalente a 1/30 (um trinta avos) pectivo Conselho de Representantes, organize
por processo retido. uma lista de três nomes, que será encaminhada,
por intermédio daquele Tribunal, ao Ministro da
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Justiça e Negócios Interiores, dentro do prazo


CAPÍTULO V – Do Tribunal Superior do que for fixado no edital.
Trabalho § 3o  Na lista de que trata o parágrafo an-
SEÇÃO I – Disposições Preliminares terior figurarão somente brasileiros natos, de
reconhecida idoneidade, maiores de 25 (vinte
Art. 690.  O Tribunal Superior do Trabalho, e cinco) anos, quites com o serviço militar, que
com sede na Capital da República e jurisdição estejam no gozo de seus direitos civis e políticos
em todo o território nacional, é a instância su- e contem mais de dois anos de efetivo exercício
prema da Justiça do Trabalho. da profissão ou se encontrem no desempenho
Parágrafo único.  O Tribunal funciona na de representação profissional prevista em lei.
plenitude de sua composição ou dividido em § 4o (Vetado)
turmas, com observância da paridade de re-
presentação de empregados e empregadores. Art. 694.  Os juízes togados escolher-se-ão:
sete, dentre magistrados da Justiça do Trabalho,
Art. 691. (Suprimido) dois, dentre advogados no efetivo exercício da

Art. 692. (Suprimido)
118   NE: ver os arts. 111 a 116 da Constituição Federal.
34
profissão, e dois, dentre membros do Ministério Art. 701.  As sessões do Tribunal serão públicas
Público da União junto à Justiça do Trabalho.35 e começarão às 14 (quatorze) horas, terminando
às 17 (dezessete) horas; mas poderão ser pror-
Art. 695. (Suprimido) rogadas pelo presidente, em caso de manifesta
necessidade.
Art. 696.  Importará em renúncia o não compa- § 1o  As sessões extraordinárias do Tribunal
recimento do membro do Tribunal, sem motivo só se realizarão quando forem comunicadas aos
justificado, a mais de três sessões ordinárias seus membros com 24 (vinte e quatro) horas,
consecutivas.36 no mínimo, de antecedência.
§ 1o  Ocorrendo a hipótese prevista neste § 2o  Nas sessões do Tribunal os debates po-
artigo, o Presidente do Tribunal comunicará derão tornar-se secretos, desde que, por motivo
imediatamente o fato ao Ministro da Justiça de interesse público, assim resolva a maioria de
e Negócios Interiores, a fim de que seja feita a seus membros.
substituição do juiz renunciante, sem prejuízo
das sanções cabíveis.
§ 2o  Para os efeitos do parágrafo anterior, SEÇÃO III – Da Competência do Tribunal
a designação do substituto será feita dentre os Pleno
nomes constantes das listas de que trata o § 2o
do art. 693. Art. 702.  Ao Tribunal Pleno compete:
I – em única instância:
Art. 697.  Em caso de licença, superior a trinta a)  decidir sobre matéria constitucional,
dias, ou de vacância, enquanto não for preenchi- quando arguido, para invalidar lei ou ato do
do o cargo, os Ministros do Tribunal poderão poder público;
ser substituídos mediante convocação de Juízes, b)  conciliar e julgar os dissídios coletivos
de igual categoria, de qualquer dos Tribunais que excedam a jurisdição dos Tribunais Regio-
Regionais do Trabalho, na forma que dispuser nais do Trabalho, bem como estender ou rever
o Regimento do Tribunal Superior do Trabalho. suas próprias decisões normativas, nos casos
previstos em lei;
Art. 698. (Suprimido) c)  homologar os acordos celebrados em dis-
sídios de que trata a alínea anterior;
Art. 699.  O Tribunal Superior do Trabalho não d)  julgar os agravos dos despachos do pre-
poderá deliberar, na plenitude de sua composi- sidente, nos casos previstos em lei;
ção, senão com a presença de, pelo menos, nove e)  julgar as suspeições arguidas contra o pre-
de seus juízes, além do Presidente. sidente e demais juízes do Tribunal, nos feitos
Parágrafo único.  As turmas do Tribunal, pendentes de sua decisão;
compostas de 5 (cinco) juízes, só poderão de- f)  estabelecer ou alterar súmulas e outros
liberar com a presença de, pelo menos, três de enunciados de jurisprudência uniforme, pelo
seus membros, além do respectivo presidente, voto de pelo menos dois terços de seus membros,
cabendo também a este funcionar como relator caso a mesma matéria já tenha sido decidida de
Consolidação das Leis do Trabalho

ou revisor nos feitos que lhe forem distribuídos, forma idêntica por unanimidade em, no míni-
conforme estabelecer o regimento interno. mo, dois terços das turmas em pelo menos dez
sessões diferentes em cada uma delas, podendo,
Art. 700.  O Tribunal reunir-se-á em dias pre- ainda, por maioria de dois terços de seus mem-
viamente fixados pelo presidente, o qual poderá, bros, restringir os efeitos daquela declaração ou
sempre que for necessário, convocar sessões decidir que ela só tenha eficácia a partir de sua
extraordinárias. publicação no Diário Oficial;
g)  aprovar tabelas de custas e emolumentos,
nos termos da lei;
  NE: ver os arts. 111 a 116 da Constituição Federal.
35

  NE: ver Lei Complementar no 35/1979.


36
119
h)  elaborar o Regimento Interno do Tribunal Conselho Federal da Ordem dos Advogados
e exercer as atribuições administrativas previstas do Brasil, pelo Advogado-Geral da União e por
em lei, ou decorrentes da Constituição Federal; confederações sindicais ou entidades de classe
II – em última instância: de âmbito nacional.
a)  julgar os recursos ordinários das decisões § 4o  O estabelecimento ou a alteração de
proferidas pelos Tribunais Regionais, em pro- súmulas e outros enunciados de jurisprudência
cessos de sua competência originária; pelos Tribunais Regionais do Trabalho deverão
b)  julgar os embargos opostos às decisões observar o disposto na alínea “f ” do inciso I
de que tratam as alíneas “b” e “c” do inciso I e no § 3o deste artigo, com rol equivalente de
deste artigo; legitimados para sustentação oral, observada
c)  julgar embargos das decisões das Turmas, a abrangência de sua circunscrição judiciária.
quando estas divirjam entre si ou de decisão
proferida pelo próprio Tribunal Pleno, ou que
forem contrárias à letra de lei federal; SEÇÃO IV – Da Competência da Câmara de
d)  julgar os agravos de despachos denegató- Justiça do Trabalho
rios dos presidentes de turmas, em matéria de
embargos, na forma estabelecida no regimento Arts.  703 a 705. (Suprimidos)
interno;
e)  julgar os embargos de declaração opostos
aos seus acórdãos. SEÇÃO V – Da Competência da Câmara de
§ 1o  Quando adotada pela maioria de dois Previdência Social
terços dos juízes do Tribunal Pleno, a decisão
proferida nos embargos de que trata o inciso II, Art. 706. (Suprimido)
alínea “c”, deste artigo, terá força de prejulgado,
nos termos dos §§ 2o e 3o, do art. 902.
§ 2o  É da competência de cada uma das tur- SEÇÃO VI – Das Atribuições do Presidente
mas do Tribunal: do Tribunal Superior do Trabalho
a)  julgar, em única instância, os conflitos de
jurisdição entre Tribunais Regionais do Trabalho Art. 707.  Compete ao Presidente do Tribunal:
e os que se suscitarem entre juízes de direito ou a)  presidir às sessões do Tribunal, fixando
Juntas de Conciliação e Julgamento de regiões os dias para a realização das sessões ordinárias
diferentes; e convocando as extraordinárias;
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

b)  julgar, em última instância, os recursos de b)  superintender todos os serviços do Tri-
revista interpostos de decisões dos Tribunais Re- bunal;
gionais e das Juntas de Conciliação e Julgamento c)  expedir instruções e adotar as providên-
ou juízes de direito, nos casos previstos em lei; cias necessárias para o bom funcionamento
c)  julgar os agravos de instrumento dos do Tribunal e dos demais órgãos da Justiça do
despachos que denegarem a interposição de Trabalho;
recursos ordinários ou de revista; d)  fazer cumprir as decisões originárias do
d)  julgar os embargos de declaração opostos Tribunal, determinando aos Tribunais Regionais
aos seus acórdãos; e aos demais órgãos da Justiça do Trabalho a
e)  julgar as habilitações incidentes e argui- realização dos atos processuais e das diligências
ções de falsidade, suspeição e outras, nos casos necessárias;
pendentes de sua decisão. e)  submeter ao Tribunal os processos em
§ 3o  As sessões de julgamento sobre estabele- que tenha de deliberar e designar, na forma
cimento ou alteração de súmulas e outros enun- do regimento interno, os respectivos relatores;
ciados de jurisprudência deverão ser públicas, f)  despachar os recursos interpostos pelas
divulgadas com, no mínimo, trinta dias de an- partes e os demais papéis em que deva deliberar;
tecedência, e deverão possibilitar a sustentação g)  determinar as alterações que se fizerem
120 oral pelo Procurador-Geral do Trabalho, pelo necessárias na lotação do pessoal da Justiça do
Trabalho, fazendo remoções ex officio de ser- III – (Revogado).
vidores entre os Tribunais Regionais, Juntas § 1o  Das decisões proferidas pelo Correge-
de Conciliação e Julgamento e outros órgãos; dor, nos casos do artigo, caberá o agravo regi-
bem como conceder as requeridas que julgar mental, para o Tribunal Pleno.
convenientes ao serviço, respeitada a lotação § 2o  O Corregedor não integrará as Turmas
de cada órgão; do Tribunal, mas participará, com voto, das ses-
h)  conceder licenças e férias aos servidores sões do Tribunal Pleno, quando não se encontrar
do Tribunal, bem como impor-lhes as penas em correição ou em férias, embora não relate
disciplinares que excederem da alçada das de- nem revise processos, cabendo-lhe, outrossim,
mais autoridades; votar em incidente de inconstitucionalidade,
i)  dar posse e conceder licença aos membros nos processos administrativos e nos feitos em
do Tribunal, bem como conceder licenças e que estiver vinculado por visto anterior à sua
férias aos presidentes dos Tribunais Regionais; posse na Corregedoria.
j)  apresentar ao Ministro do Trabalho, In-
dústria e Comércio, até 31 de março de cada
ano, o relatório das atividades do Tribunal e dos CAPÍTULO VI – Dos Serviços Auxiliares da
demais órgãos da Justiça do Trabalho. Justiça do Trabalho
Parágrafo único.  O Presidente terá um se- SEÇÃO I – Da Secretaria das Juntas de
cretário, por ele designado dentre os funcioná- Conciliação e Julgamento
rios lotados no Tribunal, e será auxiliado por
servidores designados nas mesmas condições. Art. 710.  Cada Junta terá uma Secretaria, sob
a direção de funcionário que o presidente de-
signar, para exercer a função de secretário, e
SEÇÃO VII – Das Atribuições do Vice- que receberá, além dos vencimentos correspon-
Presidente dentes ao seu padrão, a gratificação de função
fixada em lei.
Art. 708.  Compete ao Vice-Presidente do Tri-
bunal: Art. 711.  Compete à Secretaria das Juntas:
a)  substituir o Presidente e o Corregedor a)  o recebimento, a autuação, o andamento,
em suas faltas e impedimentos; a guarda e a conservação dos processos e outros
b) (Suprimida). papéis que lhe forem encaminhados;
Parágrafo único.  Na ausência do Presidente b)  a manutenção do protocolo de entrada e
e do Vice-Presidente, será o Tribunal presidido saída dos processos e demais papéis;
pelo juiz togado mais antigo, ou pelo mais idoso c)  o registro das decisões;
quando igual a antiguidade. d)  a informação, às partes interessadas e seus
procuradores, do andamento dos respectivos
processos, cuja consulta lhes facilitará;
SEÇÃO VIII – Das Atribuições do e)  a abertura de vista dos processos às partes,
Corregedor na própria Secretaria;
Consolidação das Leis do Trabalho

f)  a contagem das custas devidas pelas partes


Art. 709.  Compete ao Corregedor, eleito dentre nos respectivos processos;
os Ministros togados do Tribunal Superior do g)  o fornecimento de certidões sobre o que
Trabalho: constar dos livros ou do arquivamento da Se-
I – exercer funções de inspeção e correição cretaria;
permanente com relação aos Tribunais Regio- h)  a realização das penhoras e demais dili-
nais e seus presidentes; gências processuais;
II – decidir reclamações contra os atos aten- i)  o desempenho dos demais trabalhos que
tatórios da boa ordem processual praticados lhe forem cometidos pelo presidente da Junta,
pelos Tribunais Regionais e seus presidentes, para melhor execução dos serviços que lhe es-
quando inexistir recurso específico; tão afetos. 121
Art. 712.  Compete especialmente aos secre- dos reclamantes e o outro dos reclamados, am-
tários das Juntas de Conciliação e Julgamento: bos por ordem alfabética;
a)  superintender os trabalhos da Secretaria, d)  o fornecimento a qualquer pessoa que o
velando pela boa ordem do serviço; solicite, verbalmente ou por certidão, de infor-
b)  cumprir e fazer cumprir as ordens emana- mações sobre os feitos distribuídos;
das do presidente e das autoridades superiores; e)  a baixa na distribuição dos feitos, quando
c)  submeter a despacho e assinatura do pre- isto lhe for determinado pelos presidentes das
sidente o expediente e os papéis que devam ser Juntas, formando, com as fichas corresponden-
por ele despachados e assinados; tes, fichários à parte, cujos dados poderão ser
d)  abrir a correspondência oficial dirigida consultados pelos interessados, mas não serão
à Junta e ao seu presidente, a cuja deliberação mencionados em certidões.
será submetida;
e)  tomar por termo as reclamações verbais, Art. 715.  Os distribuidores são designados
nos casos de dissídios individuais; pelo presidente do Tribunal Regional, dentre os
f)  promover o rápido andamento dos pro- funcionários das Juntas e do Tribunal Regional,
cessos, especialmente na fase de execução, e a existentes na mesma localidade, e ao mesmo
pronta realização dos atos e diligências depre- presidente diretamente subordinados.
cadas pelas autoridades superiores;
g)  secretariar as audiências da Junta, lavran-
do as respectivas atas; SEÇÃO III – Do Cartório dos Juízos de
h)  subscrever as certidões e os termos pro- Direito
cessuais;
i)  dar aos litigantes ciência das reclamações e Art. 716.  Os Cartórios dos Juízos de Direito,
demais atos processuais de que devam ter conhe- investidos na administração da Justiça do Traba-
cimento, assinando as respectivas notificações; lho, têm, para esse fim, as mesmas atribuições e
j)  executar os demais trabalhos que lhe forem obrigações conferidas na Seção I às Secretarias
atribuídos pelo presidente da Junta. das Juntas de Conciliação e Julgamento.
Parágrafo único.  Os serventuários que, sem Parágrafo único.  Nos Juízos em que houver
motivo justificado, não realizarem os atos, den- mais de um Cartório, far-se-á entre eles a dis-
tro dos prazos fixados, serão descontados em tribuição alternada e sucessiva das reclamações.
seus vencimentos, em tantos dias quantos os
do excesso. Art. 717.  Aos escrivães dos Juízos de Direito,
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

investidos na administração da Justiça do Tra-


balho, competem especialmente as atribuições
SEÇÃO II – Dos Distribuidores e obrigações dos secretários das Juntas; e aos
demais funcionários dos Cartórios as que cou-
Art. 713.  Nas localidades em que existir mais berem nas respectivas funções, dentre as que
de uma Junta de Conciliação e Julgamento, ha- competem às Secretarias das Juntas, enumeradas
verá um distribuidor. no art. 711.

Art. 714.  Compete ao distribuidor:


a)  a distribuição, pela ordem rigorosa de SEÇÃO IV – Das Secretarias dos Tribunais
entrada, e sucessivamente a cada Junta, dos feitos Regionais
que, para esse fim, lhe forem apresentados pelos
interessados; Art. 718.  Cada Tribunal Regional tem uma
b)  o fornecimento, aos interessados, do re- Secretaria, sob a direção do funcionário desig-
cibo correspondente a cada feito distribuído; nado para exercer a função de secretário, com
c)  a manutenção de dois fichários dos feitos a gratificação de função fixada em lei.
distribuídos, sendo um organizado pelos nomes
122
Art. 719.  Competem à Secretaria dos Tri- § 3o  No caso de avaliação, terá o Oficial de
bunais, além das atribuições estabelecidas no Justiça Avaliador, para cumprimento do ato, o
art. 711, para a Secretaria das Juntas, mais as prazo previsto no art. 888.
seguintes: § 4o  É facultado aos Presidentes dos Tribu-
a)  a conclusão dos processos ao presidente nais Regionais do Trabalho cometer a qualquer
e sua remessa, depois de despachados, aos res- Oficial de Justiça ou Oficial de Justiça Avaliador
pectivos relatores; a realização dos atos de execução das decisões
b)  a organização e a manutenção de um desses Tribunais.
fichário de jurisprudência do Tribunal, para § 5o  Na falta ou impedimento do Oficial de
consulta dos interessados. Justiça ou Oficial de Justiça Avaliador, o Presi-
Parágrafo único.  No regimento interno dos dente da Junta poderá atribuir a realização do
Tribunais Regionais serão estabelecidas as de- ato a qualquer serventuário.
mais atribuições, o funcionamento e a ordem
dos trabalhos de suas Secretarias.
CAPÍTULO VII – Das Penalidades
Art. 720.  Competem aos secretários dos Tribu- SEÇÃO I – Do Lock-out e da Greve
nais Regionais as mesmas atribuições conferidas
no art. 712 aos secretários das Juntas, além das Art. 722.  Os empregadores que, individual ou
que lhes forem fixadas no regimento interno coletivamente, suspenderem os trabalhos dos
dos Tribunais. seus estabelecimentos, sem prévia autorização
do tribunal competente, ou que violarem, ou
se recusarem a cumprir decisão proferida em
SEÇÃO V – Dos Oficiais de Justiça dissídio coletivo, incorrerão nas seguintes pe-
nalidades:
Art. 721.  Incumbe aos Oficiais de Justiça e a)  multa de cinco mil cruzeiros a cinquenta
Oficiais de Justiça Avaliadores da Justiça do mil cruzeiros;
Trabalho a realização dos atos decorrentes da b)  perda do cargo de representação profis-
execução dos julgados das Juntas de Concilia- sional em cujo desempenho estiverem;
ção e Julgamento e dos Tribunais Regionais c)  suspensão, pelo prazo de dois a cinco
do Trabalho, que lhes forem cometidos pelos anos, do direito de serem eleitos para cargos
respectivos Presidentes. de representação profissional.
§ 1o  Para efeito de distribuição dos referi- § 1o  Se o empregador for pessoa jurídica, as
dos atos, cada Oficial de Justiça ou Oficial de penas previstas nas alíneas “b” e “c” incidirão
Justiça Avaliador funcionará perante uma Junta sobre os administradores responsáveis.
de Conciliação e Julgamento, salvo quando da § 2o  Se o empregador for concessionário
existência, nos Tribunais Regionais do Trabalho, de serviço público, as penas serão aplicadas
de órgão específico, destinado à distribuição de em dobro. Nesse caso, se o concessionário for
mandados judiciais. pessoa jurídica, o presidente do tribunal que
§ 2o  Nas localidades onde houver mais de houver proferido a decisão poderá, sem pre-
Consolidação das Leis do Trabalho

uma Junta, respeitado o disposto no parágrafo juízo do cumprimento desta e da aplicação das
anterior, a atribuição para o cumprimento do penalidades cabíveis, ordenar o afastamento dos
ato deprecado ao Oficial de Justiça ou Oficial de administradores responsáveis, sob pena de ser
Justiça Avaliador será transferida a outro Oficial, cassada a concessão.
sempre que, após o decurso de 9 (nove) dias, § 3o  Sem prejuízo das sanções cominadas
sem razões que o justifiquem, não tiver sido neste artigo, os empregadores ficarão obrigados
cumprido o ato, sujeitando-se o serventuário a pagar os salários devidos aos seus empregados,
às penalidades da lei. durante o tempo de suspensão do trabalho.

Arts.  723 a 725. (Revogados)
123
SEÇÃO II – Das Penalidades contra os § 2o  Na mesma pena do parágrafo anterior
Membros da Justiça do Trabalho incorrerá o empregador que dispensar seu em-
pregado pelo fato de haver servido como vogal
Art. 726.  Aquele que recusar o exercício da ou prestado depoimento como testemunha, sem
função de vogal de Junta de Conciliação e Jul- prejuízo da indenização que a lei estabeleça.
gamento ou de Tribunal Regional, sem motivo
justificado, incorrerá nas seguintes penas: Art. 730.  Aqueles que se recusarem a depor
a)  sendo representante de empregado- como testemunhas, sem motivo justificado,
res, multa de Cr$ 100,00 (cem cruzeiros) a incorrerão na multa de Cr$ 50,00 (cinquenta
Cr$ 1.000,00 (mil cruzeiros) e suspensão do cruzeiros) a Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros).
direito de representação profissional por dois
a cinco anos; Art. 731.  Aquele que, tendo apresentado ao
b)  sendo representante de empregados, mul- distribuidor reclamação verbal, não se apresen-
ta de Cr$ 100,00 (cem cruzeiros) e suspensão tar, no prazo estabelecido no parágrafo único do
do direito de representação profissional por art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por
dois a cinco anos. termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo
de seis meses, do direito de reclamar perante a
Art. 727.  Os vogais das Juntas de Conciliação Justiça do Trabalho.
e Julgamento, ou dos Tribunais Regionais, que
faltarem a três reuniões ou sessões consecutivas, Art. 732.  Na mesma pena do artigo anterior
sem motivo justificado, perderão o cargo, além incorrerá o reclamante que, por duas vezes se-
de incorrerem nas penas do artigo anterior. guidas, der causa ao arquivamento de que trata
Parágrafo único.  Se a falta for de presidente, o art. 844.
incorrerá ele na pena de perda do cargo, além
da perda dos vencimentos correspondentes aos Art. 733.  As infrações de disposições deste
dias em que tiver faltado às audiências ou sessões Título, para as quais não haja penalidades comi-
consecutivas. nadas, serão punidas com a multa de Cr$ 50,00
(cinquenta cruzeiros) a Cr$ 5.000,00 (cinco mil
Art. 728.  Aos presidentes, membros, juízes, cruzeiros), elevada ao dobro na reincidência.
vogais e funcionários auxiliares da Justiça do
Trabalho, aplica-se o disposto no Título XI do
Código Penal. CAPÍTULO VIII – Disposições Gerais
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Art. 734.  O ministro do Trabalho, Indústria e


SEÇÃO III – De Outras Penalidades Comércio poderá rever, ex officio, dentro do pra-
zo de 30 (trinta) dias, contados de sua publicação
Art. 729.  O empregador que deixar de cumprir no órgão oficial, ou mediante representação
decisão passada em julgado sobre readmissão apresentada dentro de igual prazo:37
ou reintegração de empregado, além do paga- a)  as decisões da Câmara de Previdência
mento dos salários deste, incorrerá na multa de Social, quando proferidas pelo voto de desem-
Cr$ 10,00 (dez cruzeiros) a Cr$ 50,00 (cinquen- pate, ou que violarem disposições expressas
ta cruzeiros), por dia, até que seja cumprida a de direito ou modificarem jurisprudência até
decisão. então observada;
§ 1o  O empregador que impedir ou tentar b)  as decisões do presidente do Tribunal
impedir que empregado seu sirva como vogal em Superior do Trabalho em matéria de previdên-
Tribunal de Trabalho, ou que perante este preste cia social.
depoimento, incorrerá na multa de Cr$ 500,00 Parágrafo único.  O ministro do Trabalho, In-
(quinhentos cruzeiros) a Cr$ 5.000,00 (cinco dústria e Comércio poderá avocar ao seu conhe-
mil cruzeiros).
124   NE: ver Decreto-lei no 72/1966 e Lei no 3.807/1960.
37
cimento os assuntos de natureza administrativa Parágrafo único.  Essa percentagem será cal-
referentes às instituições de previdência social, culada sobre as somas efetivamente arrecadadas
sempre que houver interesse público. e rateada de acordo com as instruções expedidas
pelos respectivos procuradores-gerais.
Art. 735.  As repartições públicas e as asso-
ciações sindicais são obrigadas a fornecer aos Art. 739.  Não estão sujeitos a ponto os procu-
juízes e tribunais do Trabalho e à Procuradoria radores-gerais e os procuradores.
da Justiça do Trabalho as informações e os dados
necessários à instrução e ao julgamento dos
feitos submetidos à sua apreciação. CAPÍTULO II – Da Procuradoria da Justiça
Parágrafo único.  A recusa de informações do Trabalho
ou dados a que se refere este artigo, por parte SEÇÃO I – Da Organização
de funcionários públicos, importa na aplicação
das penalidades previstas pelo Estatuto dos Fun- Art. 740.  A Procuradoria da Justiça do Traba-
cionários Públicos por desobediência. lho compreende:
a)  1 (uma) Procuradoria-Geral, que funcio-
nará junto ao Tribunal Superior do Trabalho;
TÍTULO IX – Do Ministério Público do b)  24 (vinte e quatro) Procuradorias Re-
Trabalho38 gionais, que funcionarão junto aos Tribunais
CAPÍTULO I – Disposições Gerais Regionais do Trabalho.

Art. 736.  O Ministério Público do Trabalho Art. 741.  As Procuradorias Regionais são su-


é constituído por agentes diretos do Poder bordinadas diretamente ao procurador-geral.
Executivo, tendo por função zelar pela exata
observância da Constituição Federal, das leis Art. 742.  A Procuradoria-Geral é constituída
e demais atos emanados dos poderes públicos, de um procurador-geral e de procuradores.
na esfera de suas atribuições. Parágrafo único.  As Procuradorias Regio-
Parágrafo único.  Para o exercício de suas nais compõem-se de um procurador regional,
funções, o Ministério Público do Trabalho re- auxiliado, quando necessário, por procuradores
ger-se-á pelo que estatui esta Consolidação e, na adjuntos.
falta de disposição expressa, pelas normas que
regem o Ministério Público Federal. Art. 743.  Haverá, nas Procuradorias Regionais,
substitutos de procurador adjunto ou, quando
Art. 737.  O Ministério Público do Trabalho não houver este cargo, de procurador regional,
compõe-se da Procuradoria da Justiça do Tra- designados previamente por decreto do Presi-
balho e da Procuradoria da Previdência Social, dente da República, sem ônus para os cofres
aquela funcionando como órgão de coordenação públicos.
entre a Justiça do Trabalho e o Ministério do § 1o  O substituto tomará posse perante o
Trabalho, Indústria e Comércio, ambas dire- respectivo procurador regional, que será a au-
Consolidação das Leis do Trabalho

tamente subordinadas ao Ministro de Estado. toridade competente para convocá-lo.


§ 2o  O procurador regional será substituído
Art. 738.  Os procuradores, além dos vencimen- em suas faltas e impedimentos pelo procurador
tos fixados na tabela constante do Decreto-lei adjunto, quando houver, e, havendo mais de um,
no 2.874, de 16 de dezembro de 1940, continua- pelo que for por ele designado.
rão a perceber a percentagem de 8%, por motivo § 3o  O procurador adjunto será substituído,
de cobrança da dívida ativa da União ou de mul- em suas faltas e impedimentos, pelo respectivo
tas impostas pelas autoridades administrativas e procurador substituto.
judiciárias do trabalho e da previdência social. § 4o  Será dispensado, automaticamente, o
substituto que não atender a convocação, salvo
  NE: ver Lei Complementar no 75/1993.
38
motivo de doença devidamente comprovada. 125
§ 5o  Nenhum direito ou vantagem terá o que lhe forem solicitadas sobre os dissídios sub-
substituto além do vencimento do cargo do metidos à apreciação do Tribunal e encaminhar
substituído e somente durante o seu impedi- aos órgãos competentes cópia autenticada das
mento legal. decisões que por eles devam ser atendidas ou
cumpridas;
Art. 744.  A nomeação do procurador-geral j)  requisitar de quaisquer autoridades inqué-
deverá recair em bacharel em ciências jurídicas ritos, exames periciais, diligências, certidões e
e sociais, que tenha exercido, por cinco ou mais esclarecimentos que se tornem necessários no
anos, cargo de magistratura ou de Ministério desempenho de suas atribuições;
Público, ou a advocacia. l)  defender a jurisdição dos órgãos da Justiça
do Trabalho;
Art. 745.  Para a nomeação dos demais pro- m)  suscitar conflitos de jurisdição.
curadores, atender-se-á aos mesmos requisitos
estabelecidos no artigo anterior, reduzido a dois
anos, no mínimo, o tempo de exercício. SEÇÃO III – Da Competência das
Procuradorias Regionais

SEÇÃO II – Da Competência da Art. 747.  Compete às Procuradorias Regio-


Procuradoria-Geral nais exercer, dentro da jurisdição do Tribunal
Regional respectivo, as atribuições indicadas
Art. 746.  Compete à Procuradoria-Geral da na Seção anterior.
Justiça do Trabalho:
a)  oficiar, por escrito, em todos os proces-
sos e questões de trabalho de competência do SEÇÃO IV – Das Atribuições do Procurador-
Tribunal Superior do Trabalho; Geral
b)  funcionar nas sessões do mesmo Tribu-
nal, opinando verbalmente sobre a matéria em Art. 748.  Como chefe da Procuradoria-Geral
debate e solicitando as requisições e diligências da Justiça do Trabalho, incumbe ao Procura-
que julgar convenientes, sendo-lhe assegurado dor-Geral:
o direito de vista do processo em julgamento a)  dirigir os serviços da Procuradoria-Geral,
sempre que for suscitada questão nova, não orientar e fiscalizar as Procuradorias Regionais,
examinada no parecer exarado; expedindo as necessárias instruções;
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

c)  requerer prorrogação das sessões do Tri- b)  funcionar nas sessões do Tribunal Supe-
bunal, quando essa medida for necessária para rior do Trabalho, pessoalmente ou por inter-
que se ultime o julgamento; médio do procurador que designar;
d)  exarar, por intermédio do procurador- c)  exarar o seu “ciente” nos acórdãos do
-geral, o seu “ciente” nos acórdãos do Tribunal; Tribunal;
e)  proceder às diligências e inquéritos soli- d)  designar o procurador que o substitua nas
citados pelo Tribunal; faltas e impedimentos e o chefe da secretaria da
f)  recorrer das decisões do Tribunal, nos Procuradoria;
casos previstos em lei; e)  apresentar, até o dia 31 de março, ao
g)  promover, perante o Juízo competente, a Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio,
cobrança executiva das multas impostas pelas relatório dos trabalhos da Procuradoria-Geral
autoridades administrativas e judiciárias do no ano anterior, com as observações e sugestões
trabalho; que julgar convenientes;
h)  representar às autoridades competentes f)  conceder férias aos procuradores e demais
contra os que não cumprirem as decisões do funcionários que sirvam na Procuradoria e im-
Tribunal; por-lhes penas disciplinares, observada, quanto
i)  prestar às autoridades do Ministério do aos procuradores, a legislação em vigor para o
126 Trabalho, Indústria e Comércio as informações Ministério Público Federal;
g)  funcionar em Juízo, em primeira instância, h)  designar o procurador que o substitua
ou designar os procuradores que o devem fazer; nas faltas e impedimentos e o secretário da
h)  admitir e dispensar o pessoal extranume- Procuradoria.
rário da Secretaria e prorrogar o expediente re-
munerado dos funcionários e extranumerários. Art. 751.  Incumbe aos procuradores adjuntos
das Procuradorias Regionais:
a)  funcionar, por designação do procurador
SEÇÃO V – Das Atribuições dos regional, nas sessões do Tribunal Regional;
Procuradores b)  desempenhar os demais encargos que
lhes forem atribuídos pelo procurador regional.
Art. 749.  Incumbe aos procuradores com exer-
cício na Procuradoria-Geral:
a)  funcionar, por designação do procura- SEÇÃO VII – Da Secretaria
dor-geral, nas sessões do Tribunal Superior do
Trabalho; Art. 752.  A Secretaria da Procuradoria-Geral
b)  desempenhar os demais encargos que funcionará sob a direção de um chefe designado
lhes forem atribuídos pelo Procurador-Geral. pelo Procurador-Geral e terá o pessoal desig-
Parágrafo único.  Aos procuradores é faculta- nado pelo Ministro do Trabalho, Indústria e
do, nos processos em que oficiarem, requerer ao Comércio.
procurador-geral as diligências e investigações
necessárias. Art. 753.  Compete à Secretaria:
a)  receber, registrar e encaminhar os pro-
cessos ou papéis entrados;
SEÇÃO VI – Das Atribuições dos b)  classificar e arquivar os pareceres e outros
Procuradores Regionais papéis;
c)  prestar informações sobre os processos
Art. 750.  Incumbe aos procuradores regionais: ou papéis sujeitos à apreciação da Procuradoria;
a)  dirigir os serviços da respectiva Procu- d)  executar o expediente da Procuradoria;
radoria; e)  providenciar sobre o suprimento do ma-
b)  funcionar nas sessões do Tribunal Re- terial necessário;
gional, pessoalmente ou por intermédio do f)  desempenhar os demais trabalhos que
procurador adjunto que designar; lhe forem cometidos pelo procurador-geral,
c)  apresentar, semestralmente, ao procu- para melhor execução dos serviços a seu cargo.
rador-geral um relatório das atividades da
respectiva Procuradoria, bem como dados e Art. 754.  Nas Procuradorias Regionais os tra-
informações sobre a administração da Justiça balhos a que se refere o artigo anterior serão
do Trabalho na respectiva região; executados pelos funcionários para esse fim
d)  requerer e acompanhar perante as auto- designados.
ridades administrativas ou judiciárias as dili-
Consolidação das Leis do Trabalho

gências necessárias à execução das medidas e


providências ordenadas pelo procurador-geral; CAPÍTULO III – Da Procuradoria de
e)  prestar ao procurador-geral as informa- Previdência Social39
ções necessárias sobre os feitos em andamento SEÇÃO I – Da Organização
e consultá-lo nos casos de dúvidas;
f)  funcionar em Juízo, na sede do respectivo Art. 755.  A Procuradoria de Previdência So-
Tribunal Regional; cial compõe-se de um procurador-geral e de
g)  exarar o seu “ciente” nos acórdãos do procuradores.
Tribunal;

  NE: ver Decreto-lei no 72/1966.


39
127
Art. 756.  Para a nomeação do procurador-ge- h)  recorrer das decisões dos órgãos e autori-
ral e dos demais procuradores atender-se-á ao dades competentes em matéria de previdência
disposto nos arts. 744 e 745. social e requerer revisão das decisões do Con-
selho Superior de Previdência Social, que lhe
pareçam contrárias à lei.
SEÇÃO II – Da Competência da
Procuradoria
SEÇÃO III – Das Atribuições do
Art. 757.  Compete à Procuradoria de Previ- Procurador-Geral
dência Social:
a)  oficiar, por escrito, nos processos que Art. 758.  Como chefe da Procuradoria da Pre-
tenham de ser sujeitos à decisão do Conselho vidência Social, incumbe ao Procurador-Geral:
Superior de Previdência Social; a)  dirigir os serviços da Procuradoria, ex-
b)  oficiar, por escrito, nos pedidos de revisão pedindo as necessárias instruções;
das decisões do mesmo Conselho; b)  funcionar nas sessões do Conselho Su-
c)  funcionar nas sessões do mesmo Conse- perior de Previdência Social, pessoalmente ou
lho, opinando verbalmente sobre a matéria em por intermédio do procurador que designar;
debate e solicitando as requisições e diligências c)  designar o procurador que o substitua nas
que julgar convenientes, sendo-lhe assegurado faltas e impedimentos e o chefe da Secretaria
o direito de vista do processo em julgamento, da Procuradoria;
sempre que for suscitada questão nova, não d)  conceder férias aos procuradores e demais
examinada no parecer exarado; funcionários lotados na Procuradoria e impor-
d)  opinar, quando solicitada, nos processos -lhes penas disciplinares, observada, quanto
sujeitos à deliberação do Ministro de Estado, do aos procuradores, a legislação em vigor para o
Conselho Técnico do Departamento Nacional Ministério Público Federal;
de Previdência Social ou do Diretor do mesmo e)  funcionar em juízo, em primeira instância,
Departamento, em que houver matéria jurídica ou designar os procuradores que devem fazê-lo;
a examinar; f)  admitir e dispensar o pessoal extranume-
e)  funcionar, em primeira instância, nas rário da Secretaria e prorrogar o expediente re-
ações propostas contra a União, no Distrito munerado dos funcionários e extranumerários;
Federal, para anulação de atos e decisões do g)  apresentar, até 31 de março de cada ano,
Conselho Superior de Previdência Social ou do ao Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio,
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Departamento Nacional de Previdência Social, o relatório dos trabalhos da Procuradoria no


bem como do Ministro do Trabalho, Indústria ano anterior, com as observações e sugestões
e Comércio, em matéria de previdência social; que julgar convenientes.
f)  fornecer ao Ministério Público as infor-
mações por este solicitadas em virtude de ações
propostas nos Estados e Territórios para execu- SEÇÃO IV – Das Atribuições dos
ção ou anulação de atos e decisões dos órgãos ou Procuradores
da autoridade a que se refere a alínea anterior;
g)  promover em juízo, no Distrito Federal, Art. 759.  Aos procuradores e demais funcio-
qualquer procedimento necessário ao cumpri- nários incumbe desempenhar os encargos que
mento das decisões do Conselho Superior de lhes forem cometidos pelo procurador-geral.
Previdência Social e do Departamento Nacional Parágrafo único.  Aos procuradores é faculta-
de Previdência Social, bem como do Ministro do, nos processos em que oficiarem, requerer ao
do Trabalho, Indústria e Comércio, em matéria procurador-geral as diligências e investigações
de previdência social; necessárias.

128
SEÇÃO V – Da Secretaria permitam também justa retribuição às empresas
interessadas.
Art. 760.  A Procuradoria da Previdência So-
cial terá uma Secretaria dirigida por um chefe Art. 767.  A compensação, ou retenção, só po-
designado pelo Procurador-Geral. derá ser arguida como matéria de defesa.

Art. 761.  A Secretaria terá o pessoal desig- Art. 768.  Terá preferência em todas as fases
nado pelo Ministro do Trabalho, Indústria e processuais o dissídio cuja decisão tiver de ser
Comércio. executada perante o juízo da falência.

Art. 762.  À Secretaria da Procuradoria de Art. 769.  Nos casos omissos, o direito proces-


Previdência Social compete executar serviços sual comum será fonte subsidiária do direito
idênticos aos referidos no art. 753. processual do Trabalho, exceto naquilo em que
for incompatível com as normas deste Título.

TÍTULO X – Do Processo Judiciário do


Trabalho CAPÍTULO II – Do Processo em Geral
CAPÍTULO I – Disposições Preliminares SEÇÃO I – Dos Atos, Termos e Prazos
Processuais
Art. 763.  O processo da Justiça do Trabalho,
no que concerne aos dissídios individuais e co- Art. 770.  Os atos processuais serão publicados,
letivos e à aplicação de penalidades, reger-se-á, salvo quando o contrário determinar o interesse
em todo o território nacional, pelas normas social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis)
estabelecidas neste Título. às 20 (vinte) horas.
Parágrafo único.  A penhora poderá reali-
Art. 764.  Os dissídios individuais ou coletivos zar-se em domingo ou dia feriado, mediante
submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho autorização expressa do juiz ou presidente.
serão sempre sujeitos à conciliação.
§ 1o  Para os efeitos deste artigo, os juízes e Art. 771.  Os atos e termos processuais poderão
tribunais do Trabalho empregarão sempre os ser escritos a tinta, datilografados ou a carimbo.
seus bons ofícios e persuasão no sentido de uma
solução conciliatória dos conflitos. Art. 772.  Os atos e termos processuais, que
§ 2o  Não havendo acordo, o juízo conci- devam ser assinados pelas partes interessadas,
liatório converter-se-á obrigatoriamente em quando estas, por motivo justificado, não pos-
arbitral, proferindo decisão na forma prescrita sam fazê-lo, serão firmados a rogo, na presença
neste Título. de duas testemunhas, sempre que não houver
§ 3o  É lícito às partes celebrar acordo que procurador legalmente constituído.
ponha termo ao processo, ainda mesmo depois
de encerrado o juízo conciliatório. Art. 773.  Os termos relativos ao movimento
Consolidação das Leis do Trabalho

dos processos constarão de simples notas, data-


Art. 765.  Os juízos e tribunais do Trabalho das e rubricadas pelos secretários ou escrivães.
terão ampla liberdade na direção do processo
e velarão pelo andamento rápido das causas, Art. 774.  Salvo disposição em contrário, os
podendo determinar qualquer diligência ne- prazos previstos neste Título contam-se, con-
cessária ao esclarecimento delas. forme o caso, a partir da data em que for feita
pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela
Art. 766.  Nos dissídios sobre estipulação de em que for publicado o edital no jornal oficial
salários, serão estabelecidas condições que, ou no que publicar o expediente da Justiça do
assegurando justos salários aos trabalhadores, Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado
o edital, na sede da Junta, Juízo ou Tribunal. 129
Parágrafo único.  Tratando-se de notificação ou quando tiverem de ser remetidos aos órgãos
postal, no caso de não ser encontrado o destina- competentes, em caso de recurso ou requisição.
tário, ou no de recusa de recebimento, o Correio
ficará obrigado, sob pena de responsabilidade do Art. 779.  As partes, ou seus procuradores,
servidor, a devolvê-la, no prazo de 48 (quarenta poderão consultar, com ampla liberdade, os
e oito) horas, ao tribunal de origem. processos nos Cartórios ou Secretarias.

Art. 775.  Os prazos estabelecidos neste Título Art. 780.  Os documentos juntos aos autos
serão contados em dias úteis, com exclusão do poderão ser desentranhados somente depois
dia do começo e inclusão do dia do vencimento. de findo o processo, ficando traslado.
§ 1o  Os prazos podem ser prorrogados, pelo
tempo estritamente necessário, nas seguintes Art. 781.  As partes poderão requerer certidões
hipóteses: dos processos em curso ou arquivados, as quais
I – quando o juízo entender necessário; serão lavradas pelos escrivães ou secretários.
II – em virtude de força maior, devidamente Parágrafo único.  As certidões dos processos
comprovada. que correrem em segredo de justiça dependerão
§ 2o  Ao juízo incumbe dilatar os prazos de despacho do juiz ou presidente.
processuais e alterar a ordem de produção dos
meios de prova, adequando-os às necessidades Art. 782.  São isentos do selo as reclamações,
do conflito de modo a conferir maior efetividade representações, requerimentos, atos e processos
à tutela do direito. relativos à Justiça do Trabalho.

Art. 775-A.  Suspende-se o curso do prazo


processual nos dias compreendidos entre 20 SEÇÃO II – Da Distribuição
de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.
§ 1o  Ressalvadas as férias individuais e os Art. 783.  A distribuição das reclamações será
feriados instituídos por lei, os juízes, os membros feita entre as Juntas de Conciliação e Julgamen-
do Ministério Público, da Defensoria Pública e to, ou os Juízes de Direito do Cível, nos casos
da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça previstos no art. 669, § 1o, pela ordem rigorosa
exercerão suas atribuições durante o período de sua apresentação ao distribuidor, quando
previsto no caput deste artigo. o houver.
§ 2o  Durante a suspensão do prazo, não se
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

realizarão audiências nem sessões de julgamen- Art. 784.  As reclamações serão registradas


to. em livro próprio, rubricado em todas as folhas
pela autoridade a que estiver subordinado o
Art. 776.  O vencimento dos prazos será cer- distribuidor.
tificado nos processos pelos escrivães ou se-
cretários. Art. 785.  O distribuidor fornecerá ao interessa-
do um recibo, do qual constarão, essencialmente,
Art. 777.  Os requerimentos e documentos o nome do reclamante e do reclamado, a data da
apresentados, os atos e termos processuais, distribuição, o objeto da reclamação e a Junta
as petições ou razões de recursos e quaisquer ou o Juízo a que coube a distribuição.
outros papéis referentes aos feitos formarão
os autos dos processos, os quais ficarão sob a Art. 786.  A reclamação verbal será distribuída
responsabilidade dos escrivães ou secretários. antes de sua redução a termo.
Parágrafo único.  Distribuída a reclamação
Art. 778.  Os autos dos processos da Justiça verbal, o reclamante deverá, salvo motivo de
do Trabalho não poderão sair dos cartórios ou força maior, apresentar-se, no prazo de cinco
secretarias, salvo se solicitados por advogado re- dias, ao Cartório ou à Secretaria, para reduzi-la
130 gularmente constituído por qualquer das partes, a termo, sob a pena estabelecida no art. 731.
Art. 787.  A reclamação escrita deverá ser for- Art. 789-A.  No processo de execução são de-
mulada em duas vias e desde logo acompanhada vidas custas, sempre de responsabilidade do
dos documentos em que se fundar. executado e pagas ao final, de conformidade
com a seguinte tabela:
Art. 788.  Feita a distribuição, a reclamação I – autos de arrematação, de adjudicação e de
será remetida pelo distribuidor à Junta ou Juí- remição: 5% (cinco por cento) sobre o respectivo
zo competente, acompanhada do bilhete de valor, até o máximo de R$ 1.915,38 (um mil, no-
distribuição. vecentos e quinze reais e trinta e oito centavos);
II – atos dos oficiais de justiça, por diligência
certificada:
SEÇÃO III – Das Custas e Emolumentos a)  em zona urbana: R$ 11,06 (onze reais e
seis centavos);
Art. 789.  Nos dissídios individuais e nos dissí- b)  em zona rural: R$ 22,13 (vinte e dois reais
dios coletivos do trabalho, nas ações e procedi- e treze centavos);
mentos de competência da Justiça do Trabalho, III – agravo de instrumento: R$ 44,26 (qua-
bem como nas demandas propostas perante renta e quatro reais e vinte e seis centavos);
a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição IV – agravo de petição: R$ 44,26 (quarenta
trabalhista, as custas relativas ao processo de e quatro reais e vinte e seis centavos);
conhecimento incidirão à base de 2% (dois por V – embargos à execução, embargos de tercei-
cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez ro e embargos à arrematação: R$ 44,26 (quarenta
reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo e quatro reais e vinte e seis centavos);
de quatro vezes o limite máximo dos benefícios VI – recurso de revista: R$ 55,35 (cinquenta
do Regime Geral de Previdência Social, e serão e cinco reais e trinta e cinco centavos);
calculadas: VII – impugnação à sentença de liquidação:
I – quando houver acordo ou condenação, R$ 55,35 (cinquenta e cinco reais e trinta e cinco
sobre o respectivo valor; centavos);
II – quando houver extinção do processo, sem VIII – despesa de armazenagem em depósito
julgamento do mérito, ou julgado totalmente judicial – por dia: 0,1% (um décimo por cento)
improcedente o pedido, sobre o valor da causa; do valor da avaliação;
III – no caso de procedência do pedido for- IX – cálculos de liquidação realizados pelo
mulado em ação declaratória e em ação cons- contador do juízo – sobre o valor liquidado:
titutiva, sobre o valor da causa; 0,5% (cinco décimos por cento) até o limite
IV – quando o valor for indeterminado, sobre de R$ 638,46 (seiscentos e trinta e oito reais e
o que o juiz fixar. quarenta e seis centavos).
§ 1o  As custas serão pagas pelo vencido, após
o trânsito em julgado da decisão. No caso de Art. 789-B.  Os emolumentos serão suporta-
recurso, as custas serão pagas e comprovado o dos pelo Requerente, nos valores fixados na
recolhimento dentro do prazo recursal. seguinte tabela:
§ 2o  Não sendo líquida a condenação, o juízo I – autenticação de traslado de peças me-
Consolidação das Leis do Trabalho

arbitrar-lhe-á o valor e fixará o montante das diante cópia reprográfica apresentada pelas
custas processuais. partes – por folha: R$ 0,55 (cinquenta e cinco
§ 3o  Sempre que houver acordo, se de outra centavos de real);
forma não for convencionado, o pagamento das II – fotocópia de peças – por folha: R$ 0,28
custas caberá em partes iguais aos litigantes. (vinte e oito centavos de real);
§ 4o  Nos dissídios coletivos, as partes venci- III – autenticação de peças – por folha:
das responderão solidariamente pelo pagamento R$ 0,55 (cinquenta e cinco centavos de real);
das custas, calculadas sobre o valor arbitrado na IV – cartas de sentença, de adjudicação, de
decisão, ou pelo Presidente do Tribunal. remição e de arrematação – por folha: R$ 0,55
(cinquenta e cinco centavos de real);
131
V – certidões – por folha: R$ 5,53 (cinco reais estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça
e cinquenta e três centavos). do Trabalho.
§ 2o  O juízo poderá deferir parcelamento
Art. 790.  Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de dos honorários periciais.
Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior § 3o  O juízo não poderá exigir adiantamento
do Trabalho, a forma de pagamento das custas e de valores para realização de perícias.
emolumentos obedecerá às instruções que serão § 4o  Somente no caso em que o beneficiário
expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. da justiça gratuita não tenha obtido em juízo
§ 1o  Tratando-se de empregado que não te- créditos capazes de suportar a despesa referida
nha obtido o benefício da justiça gratuita, ou no caput, ainda que em outro processo, a União
isenção de custas, o sindicato que houver inter- responderá pelo encargo.
vindo no processo responderá solidariamente
pelo pagamento das custas devidas.
§ 2o  No caso de não pagamento das custas, SEÇÃO IV – Das Partes e dos Procuradores
far-se-á execução da respectiva importância,
segundo o procedimento estabelecido no Ca- Art. 791.  Os empregados e os empregadores
pítulo V deste Título. poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça
§ 3o  É facultado aos juízes, órgãos julgado- do Trabalho e acompanhar as suas reclamações
res e presidentes dos tribunais do trabalho de até o final.
qualquer instância conceder, a requerimento ou § 1o  Nos dissídios individuais os empregados
de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclu- e empregadores poderão fazer-se representar
sive quanto a traslados e instrumentos, àqueles por intermédio do sindicato, advogado, solici-
que perceberem salário igual ou inferior a 40% tador, ou provisionado, inscrito na Ordem dos
(quarenta por cento) do limite máximo dos be- Advogados do Brasil.
nefícios do Regime Geral de Previdência Social. § 2o  Nos dissídios coletivos é facultada aos
§ 4o  O benefício da justiça gratuita será interessados a assistência por advogado.
concedido à parte que comprovar insuficiên- § 3o  A constituição de procurador com po-
cia de recursos para o pagamento das custas deres para o foro em geral poderá ser efetivada,
do processo. mediante simples registro em ata de audiência,
a requerimento verbal do advogado interessado,
Art. 790-A.  São isentos do pagamento de cus- com anuência da parte representada.
tas, além dos beneficiários de justiça gratuita:
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

I – a União, os Estados, o Distrito Federal, os Art. 791-A.  Ao advogado, ainda que atue em


Municípios e respectivas autarquias e fundações causa própria, serão devidos honorários de su-
públicas federais, estaduais ou municipais que cumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cin-
não explorem atividade econômica; co por cento) e o máximo de 15% (quinze por
II – o Ministério Público do Trabalho. cento) sobre o valor que resultar da liquidação
Parágrafo único.  A isenção prevista neste da sentença, do proveito econômico obtido ou,
artigo não alcança as entidades fiscalizadoras não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor
do exercício profissional, nem exime as pessoas atualizado da causa.
jurídicas referidas no inciso I da obrigação de § 1o  Os honorários são devidos também nas
reembolsar as despesas judiciais realizadas pela ações contra a Fazenda Pública e nas ações em
parte vencedora. que a parte estiver assistida ou substituída pelo
sindicato de sua categoria.
Art. 790-B.  A responsabilidade pelo pagamen- § 2o  Ao fixar os honorários, o juízo obser-
to dos honorários periciais é da parte sucum- vará:
bente na pretensão objeto da perícia, ainda que I – o grau de zelo do profissional;
beneficiária da justiça gratuita. II – o lugar de prestação do serviço;
§ 1o  Ao fixar o valor dos honorários peri- III – a natureza e a importância da causa;
132 ciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo
IV – o trabalho realizado pelo advogado e o VI – provocar incidente manifestamente
tempo exigido para o seu serviço. infundado;
§ 3o  Na hipótese de procedência parcial, VII – interpuser recurso com intuito mani-
o juízo arbitrará honorários de sucumbência festamente protelatório.
recíproca, vedada a compensação entre os ho-
norários. Art. 793-C.  De ofício ou a requerimento, o
§ 4o  Vencido o beneficiário da justiça gra- juízo condenará o litigante de má-fé a pagar
tuita, desde que não tenha obtido em juízo, multa, que deverá ser superior a 1% (um por
ainda que em outro processo, créditos capazes cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor
de suportar a despesa, as obrigações decorren- corrigido da causa, a indenizar a parte contrária
tes de sua sucumbência ficarão sob condição pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os
suspensiva de exigibilidade e somente poderão honorários advocatícios e com todas as despesas
ser executadas se, nos dois anos subsequen- que efetuou.
tes ao trânsito em julgado da decisão que as § 1o  Quando forem dois ou mais os litigantes
certificou, o credor demonstrar que deixou de de má-fé, o juízo condenará cada um na pro-
existir a situação de insuficiência de recursos porção de seu respectivo interesse na causa ou
que justificou a concessão de gratuidade, extin- solidariamente aqueles que se coligaram para
guindo-se, passado esse prazo, tais obrigações lesar a parte contrária.
do beneficiário. § 2o  Quando o valor da causa for irrisório
§ 5o  São devidos honorários de sucumbência ou inestimável, a multa poderá ser fixada em
na reconvenção. até duas vezes o limite máximo dos benefícios
do Regime Geral de Previdência Social.
Art. 792. (Revogado) § 3o  O valor da indenização será fixado pelo
juízo ou, caso não seja possível mensurá-lo, li-
Art. 793.  A reclamação trabalhista do menor quidado por arbitramento ou pelo procedimento
de 18 (dezoito) anos será feita por seus repre- comum, nos próprios autos.
sentantes legais e, na falta destes, pela Procu-
radoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, Art. 793-D.  Aplica-se a multa prevista no
pelo Ministério Público estadual ou curador art. 793-C desta Consolidação à testemunha que
nomeado em juízo. intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou
omitir fatos essenciais ao julgamento da causa.
Parágrafo único.  A execução da multa pre-
SEÇÃO IV-A – Da Responsabilidade por vista neste artigo dar-se-á nos mesmos autos.
Dano Processual

Art. 793-A.  Responde por perdas e danos SEÇÃO V – Das Nulidades


aquele que litigar de má-fé como reclamante,
reclamado ou interveniente. Art. 794.  Nos processos sujeitos à apreciação da
Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando
Consolidação das Leis do Trabalho

Art. 793-B.  Considera-se litigante de má-fé resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo
aquele que: às partes litigantes.
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto
expresso de lei ou fato incontroverso; Art. 795.  As nulidades não serão declaradas
II – alterar a verdade dos fatos; senão mediante provocação das partes, as quais
III – usar do processo para conseguir obje- deverão argui-las à primeira vez em que tiverem
tivo ilegal; de falar em audiência ou nos autos.
IV – opuser resistência injustificada ao an- § 1o  Deverá, entretanto, ser declarada ex
damento do processo; officio a nulidade fundada em incompetência
V – proceder de modo temerário em qual- de foro. Nesse caso, serão considerados nulos
quer incidente ou ato do processo; os atos decisórios. 133
§ 2o  O juiz, ou tribunal, que se julgar in- nhas serem ouvidos, por carta precatória, no juí-
competente determinará na mesma ocasião zo que este houver indicado como competente.
que se faça remessa do processo, com urgência, § 4o  Decidida a exceção de incompetência
à autoridade competente, fundamentando sua territorial, o processo retomará seu curso, com
decisão. a designação de audiência, a apresentação de
defesa e a instrução processual perante o juízo
Art. 796.  A nulidade não será pronunciada: competente.
a)  quando for possível suprir-se a falta ou
repetir-se o ato; Art. 801.  O juiz, presidente, ou vogal, é obri-
b)  quando arguida por quem lhe tiver dado gado a dar-se por suspeito, e pode ser recusado,
causa. por algum dos seguintes motivos, em relação à
pessoa dos litigantes:
Art. 797.  O juiz, ou tribunal, que pronunciar a a)  inimizade pessoal;
nulidade declarará os atos a que ela se estende. b)  amizade íntima;
c)  parentesco por consanguinidade ou afi-
Art. 798.  A nulidade do ato não prejudicará nidade até o terceiro grau civil;
senão os posteriores que dele dependam ou d)  interesse particular na causa.
sejam consequência. Parágrafo único.  Se o recusante houver pra-
ticado algum ato pelo qual haja consentido na
pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção
SEÇÃO VI – Das Exceções de suspeição, salvo sobrevindo novo motivo. A
suspeição não será também admitida, se do pro-
Art. 799.  Nas causas de jurisdição da Justiça cesso constar que o recusante deixou de alegá-la
do Trabalho, somente podem ser opostas, com anteriormente, quando já a conhecia, ou que,
suspensão do feito, as exceções de suspeição ou depois de conhecida, aceitou o juiz recusado, ou,
incompetência. finalmente, se procurou de propósito o motivo
§ 1o  As demais exceções serão alegadas como de que ela se originou.
matéria de defesa.
§ 2o  Das decisões sobre exceções de sus- Art. 802.  Apresentada a exceção de suspeição,
peição e incompetência, salvo, quanto a estas, o juiz ou tribunal designará audiência, dentro
se terminativas do feito, não caberá recurso, de 48 (quarenta e oito) horas, para instrução e
podendo, no entanto, as partes alegá-las nova- julgamento da exceção.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

mente no recurso que couber da decisão final. § 1o  Nas Juntas de Conciliação e Julgamento
e nos Tribunais Regionais, julgada procedente
Art. 800.  Apresentada exceção de incompetên- a exceção de suspeição, será logo convocado
cia territorial no prazo de cinco dias a contar da para a mesma audiência ou sessão, ou para a
notificação, antes da audiência e em peça que seguinte, o suplente do membro suspeito, o qual
sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á continuará a funcionar no feito até decisão final.
o procedimento estabelecido neste artigo. Proceder-se-á da mesma maneira quando algum
§ 1o  Protocolada a petição, será suspenso o dos membros se declarar suspeito.
processo e não se realizará a audiência a que se § 2o  Se se tratar de suspeição de juiz de direi-
refere o art. 843 desta Consolidação até que se to, será este substituído na forma da organização
decida a exceção. judiciária local.
§ 2o  Os autos serão imediatamente conclusos
ao juiz, que intimará o reclamante e, se exis-
tentes, os litisconsortes, para manifestação no SEÇÃO VII – Dos Conflitos de Jurisdição
prazo comum de cinco dias.
§ 3o  Se entender necessária a produção de Art. 803.  Os conflitos de jurisdição podem
prova oral, o juízo designará audiência, garan- ocorrer entre:
134 tindo o direito de o excipiente e de suas testemu-
a)  Juntas de Conciliação e Julgamento e Juí- Art. 809.  Nos conflitos de jurisdição entre as
zos de direito investidos na administração da Juntas e os Juízos de Direito observar-se-á o
Justiça do Trabalho; seguinte:
b)  Tribunais Regionais do Trabalho; I – o Juiz ou presidente mandará extrair dos
c)  Juízos e tribunais do Trabalho e órgãos autos as provas do conflito e, com a sua infor-
da Justiça Ordinária; mação, remeterá o processo assim formado,
d)  Câmaras do Tribunal Superior do Tra- no mais breve prazo possível, ao presidente do
balho.40 Tribunal Regional competente;
II – no Tribunal Regional, logo que der en-
Art. 804.  Dar-se-á conflito de jurisdição: trada o processo, o presidente determinará a
a)  quando ambas as autoridades se consi- distribuição do feito, podendo o relator ordenar
derarem competentes; imediatamente às Juntas e aos Juízos, nos casos
b)  quando ambas as autoridades se consi- de conflito positivo, que sobrestejam o anda-
derarem incompetentes. mento dos respectivos processos, e solicitar,
ao mesmo tempo, quaisquer informações que
Art. 805.  Os conflitos de jurisdição podem julgue convenientes. Seguidamente, será ouvida
ser suscitados: a Procuradoria, após o que o relator submeterá
a)  pelos juízes e tribunais do Trabalho; o feito a julgamento, na primeira sessão;
b)  pelo procurador-geral e pelos procurado- III – proferida a decisão, será a mesma comu-
res regionais da Justiça do Trabalho; nicada, imediatamente, às autoridades em con-
c)  pela parte interessada, ou o seu repre- flito, prosseguindo no foro julgado competente.
sentante.
Art. 810.  Aos conflitos de jurisdição entre os
Art. 806.  É vedado à parte interessada suscitar Tribunais Regionais aplicar-se-ão as normas
conflitos de jurisdição quando já houver oposto estabelecidas no artigo anterior.
na causa exceção de incompetência.
Art. 811.  Nos conflitos suscitados na Justiça do
Art. 807.  No ato de suscitar o conflito deverá Trabalho entre as autoridades desta e os órgãos
a parte interessada produzir a prova de exis- da Justiça ordinária, o processo do conflito,
tência dele. formado de acordo com o inciso I do art. 809,
será remetido diretamente ao presidente do
Art. 808.  Os conflitos de jurisdição de que Supremo Tribunal Federal.
trata o art. 803 serão resolvidos:
a)  pelos Tribunais Regionais, os suscitados Art. 812.  A ordem processual dos conflitos
entre Juntas e entre Juízos de Direito, ou entre de jurisdição entre as Câmaras do Tribunal Su-
umas e outras, nas respectivas regiões; perior do Trabalho será a estabelecida no seu
b)  pelo Tribunal Superior do Trabalho, os regimento interno.42
suscitados entre Tribunais Regionais, ou entre
Juntas e Juízos de Direito sujeitos à jurisdição
Consolidação das Leis do Trabalho

de Tribunais Regionais diferentes; SEÇÃO VIII – Das Audiências


c)  pelo Conselho Pleno, os suscitados entre
as Câmaras de Justiça do Trabalho e de Previ- Art. 813.  As audiências dos órgãos da Justiça
dência Social;41 do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na
d)  pelo Supremo Tribunal Federal, os susci- sede do juízo ou tribunal em dias úteis, previa-
tados entre as autoridades da Justiça do Trabalho mente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas,
e as da Justiça ordinária. não podendo ultrapassar cinco horas seguidas,
salvo quando houver matéria urgente.
40
  NE: ver Decreto-lei no 8.737/1946.
41
  NE: ver Decreto-lei no 9.797/1946.   NE: ver Decreto-lei no 9.797/1946.
42
135
§ 1o  Em casos especiais, poderá ser designa- § 1o  Nos casos previstos em lei ou diante de
do outro local para a realização das audiências peculiaridades da causa relacionadas à impossi-
mediante edital, afixado na sede do juízo ou bilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir
tribunal, com a antecedência mínima de 24 o encargo nos termos deste artigo ou à maior
(vinte e quatro) horas. facilidade de obtenção da prova do fato con-
§ 2o  Sempre que for necessário, poderão ser trário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova
convocadas audiências extraordinárias, obser- de modo diverso, desde que o faça por decisão
vado o prazo do parágrafo anterior. fundamentada, caso em que deverá dar à parte
a oportunidade de se desincumbir do ônus que
Art. 814.  Às audiências deverão estar presentes, lhe foi atribuído.
comparecendo com a necessária antecedência, § 2o  A decisão referida no § 1o deste artigo
os escrivães ou secretários.43 deverá ser proferida antes da abertura da ins-
trução e, a requerimento da parte, implicará o
Art. 815.  À hora marcada, o juiz ou presidente adiamento da audiência e possibilitará provar
declarará aberta a audiência, sendo feita pelo os fatos por qualquer meio em direito admitido.
secretário ou escrivão a chamada das partes, § 3o  A decisão referida no § 1o deste artigo
testemunhas e demais pessoas que devam com- não pode gerar situação em que a desincum-
parecer.44 bência do encargo pela parte seja impossível ou
Parágrafo único.  Se, até 15 (quinze) minu- excessivamente difícil.
tos após a hora marcada, o juiz ou presidente
não houver comparecido, os presentes poderão Art. 819.  O depoimento das partes e testemu-
retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro nhas que não souberem falar a língua nacional
de registro das audiências. será feito por meio de intérprete nomeado pelo
juiz ou presidente.
Art. 816.  O juiz ou presidente manterá a or- § 1o  Proceder-se-á da forma indicada neste
dem nas audiências, podendo mandar retirar artigo, quando se tratar de surdo-mudo, ou de
do recinto os assistentes que a perturbarem. mudo que não saiba escrever.
§ 2o  As despesas decorrentes do disposto
Art. 817.  O registro das audiências será feito neste artigo correrão por conta da parte sucum-
em livro próprio, constando de cada registro bente, salvo se beneficiária de justiça gratuita.
os processos apreciados e a respectiva solução,
bem como as ocorrências eventuais. Art. 820.  As partes e testemunhas serão in-
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Parágrafo único.  Do registro das audiências quiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser
poderão ser fornecidas certidões às pessoas que reinquiridas, por seu intermédio, a requerimen-
o requererem. to dos vogais, das partes, seus representantes
ou advogados.

SEÇÃO IX – Das Provas Art. 821.  Cada uma das partes não poderá
indicar mais de três testemunhas, salvo quando
Art. 818.  O ônus da prova incumbe: se tratar de inquérito, caso em que esse número
I – ao reclamante, quanto ao fato constitutivo poderá ser elevado a seis.
de seu direito;
II – ao reclamado, quanto à existência de Art. 822.  As testemunhas não poderão sofrer
fato impeditivo, modificativo ou extintivo do qualquer desconto pelas faltas ao serviço, oca-
direito do reclamante. sionadas pelo seu comparecimento para depor,
quando devidamente arroladas ou convocadas.

Art. 823.  Se a testemunha for funcionário civil,


43
  NE: ver Leis nos 6.563/1978 e 409/1948. ou militar, e tiver de depor em hora de serviço,
136 44
  NE: ver Leis nos 6.563/1978 e 409/1948.
será requisitada ao chefe da repartição para Parágrafo único.  Impugnada a autenticidade
comparecer à audiência marcada. da cópia, a parte que a produziu será intimada
para apresentar cópias devidamente autenti-
Art. 824.  O juiz ou presidente providenciará cadas ou o original, cabendo ao serventuário
para que o depoimento de uma testemunha competente proceder à conferência e certificar
não seja ouvido pelas demais que tenham de a conformidade entre esses documentos.
depor no processo.

Art. 825.  As testemunhas comparecerão à SEÇÃO X – Da Decisão e Sua Eficácia


audiência independentemente de notificação
ou intimação. Art. 831.  A decisão será proferida depois de
Parágrafo único.  As que não comparecerem rejeitada pelas partes a proposta de conciliação.
serão intimadas, ex officio ou a requerimento Parágrafo único.  No caso de conciliação, o
da parte, ficando sujeitas à condução coercitiva, termo que for lavrado valerá como decisão irre-
além das penalidades do art. 730, caso, sem corrível, salvo para a Previdência Social quanto
motivo justificado, não atendam à intimação. às contribuições que lhe forem devidas.

Art. 826.  É facultado a cada uma das partes Art. 832.  Da decisão deverão constar o nome
apresentar um perito ou técnico.45 das partes, o resumo do pedido e da defesa,
a apreciação das provas, os fundamentos da
Art. 827.  O juiz ou presidente poderá arguir decisão e a respectiva conclusão.
os peritos compromissados ou os técnicos, e § 1o  Quando a decisão concluir pela pro-
rubricará, para ser junto ao processo, o laudo cedência do pedido, determinará o prazo e as
que os primeiros tiverem apresentado. condições para o seu cumprimento.
§ 2o  A decisão mencionará sempre as custas
Art. 828.  Toda testemunha, antes de prestar o que devam ser pagas pela parte vencida.
compromisso legal, será qualificada, indicando o § 3o  As decisões cognitivas ou homologató-
nome, nacionalidade, profissão, idade, residên- rias deverão sempre indicar a natureza jurídica
cia, e, quando empregada, o tempo de serviço das parcelas constantes da condenação ou do
prestado ao empregador, ficando sujeita, em acordo homologado, inclusive o limite de res-
caso de falsidade, às leis penais. ponsabilidade de cada parte pelo recolhimento
Parágrafo único.  Os depoimentos das tes- da contribuição previdenciária, se for o caso.
temunhas serão resumidos, por ocasião da au- § 3o-A.  Para os fins do § 3o deste artigo, sal-
diência, pelo secretário da Junta ou funcionário vo na hipótese de o pedido da ação limitar-se
para esse fim designado, devendo a súmula ser expressamente ao reconhecimento de verbas
assinada pelo presidente do tribunal e pelos de natureza exclusivamente indenizatória, a
depoentes. parcela referente às verbas de natureza remu-
neratória não poderá ter como base de cálculo
Art. 829.  A testemunha que for parente até valor inferior:
Consolidação das Leis do Trabalho

o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo I – ao salário mínimo, para as competências
de qualquer das partes, não prestará compro- que integram o vínculo empregatício reconhe-
misso, e seu depoimento valerá como simples cido na decisão cognitiva ou homologatória; ou
informação. II – à diferença entre a remuneração reco-
nhecida como devida na decisão cognitiva ou
Art. 830.  O documento em cópia oferecido homologatória e a efetivamente paga pelo em-
para prova poderá ser declarado autêntico pelo pregador, cujo valor total referente a cada com-
próprio advogado, sob sua responsabilidade petência não será inferior ao salário mínimo.
pessoal. § 3o-B.  Caso haja piso salarial da categoria
definido por acordo ou convenção coletiva de
  NE: ver Lei no 5.584/1970.
45
trabalho, o seu valor deverá ser utilizado como 137
base de cálculo para os fins do § 3o-A deste Parágrafo único.  A execução da decisão pro-
artigo. ferida em ação rescisória far-se-á nos próprios
§ 4o  A União será intimada das decisões autos da ação que lhe deu origem, e será instruí-
homologatórias de acordos que contenham par- da com o acórdão da rescisória e a respectiva
cela indenizatória, na forma do art. 20 da Lei certidão de trânsito em julgado.
no 11.033, de 21 de dezembro de 2004, facultada
a interposição de recurso relativo aos tributos
que lhe forem devidos. CAPÍTULO III – Dos Dissídios Individuais
§ 5o  Intimada da sentença, a União poderá SEÇÃO I – Da Forma de Reclamação e da
interpor recurso relativo à discriminação de Notificação
que trata o § 3o deste artigo.
§ 6o  O acordo celebrado após o trânsito em Art. 837.  Nas localidades em que houver ape-
julgado da sentença ou após a elaboração dos nas uma Junta de Conciliação e Julgamento ou
cálculos de liquidação de sentença não preju- um escrivão do cível, a reclamação será apre-
dicará os créditos da União. sentada diretamente à Secretaria da Junta ou ao
§ 7o  O Ministro de Estado da Fazenda po- Cartório do Juízo.
derá, mediante ato fundamentado, dispensar a
manifestação da União nas decisões homologa- Art. 838.  Nas localidades em que houver mais
tórias de acordos em que o montante da parce- de uma Junta ou mais de um Juízo, ou escrivão
la indenizatória envolvida ocasionar perda de do cível, a reclamação será, preliminarmente,
escala decorrente da atuação do órgão jurídico. sujeita à distribuição na forma do disposto no
Capítulo II, Seção II, deste Título.
Art. 833.  Existindo na decisão evidentes erros
ou enganos de escrita, de datilografia ou de Art. 839.  A reclamação poderá ser apresentada:
cálculo, poderão os mesmos, antes da execução, a)  pelos empregados e empregadores, pes-
ser corrigidos, ex officio, ou a requerimento dos soalmente ou por seus representantes, e pelos
interessados ou da Procuradoria da Justiça do sindicatos de classe;
Trabalho. b)  por intermédio das Procuradorias Regio-
nais da Justiça do Trabalho.
Art. 834.  Salvo nos casos previstos nesta
Consolidação, a publicação das decisões e sua Art. 840.  A reclamação poderá ser escrita ou
notificação aos litigantes, ou a seus patronos, verbal.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

consideram-se realizadas nas próprias audiên- § 1o  Sendo escrita, a reclamação deverá
cias em que forem as mesmas proferidas. conter a designação do juízo, a qualificação
das partes, a breve exposição dos fatos de que
Art. 835.  O cumprimento do acordo ou da resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser cer-
decisão far-se-á no prazo e condições estabe- to, determinado e com indicação de seu valor,
lecidos. a data e a assinatura do reclamante ou de seu
representante.
Art. 836.  É vedado aos órgãos da Justiça do § 2o  Se verbal, a reclamação será reduzida
Trabalho conhecer de questões já decididas, a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo
excetuados os casos expressamente previstos escrivão ou secretário, observado, no que couber,
neste Título e a ação rescisória, que será ad- o disposto no § 1o deste artigo.
mitida na forma do disposto no Capítulo IV § 3o  Os pedidos que não atendam ao dispos-
do Título IX da Lei no 5.869, de 11 de janeiro to no § 1o deste artigo serão julgados extintos
de 1973 – Código de Processo Civil, sujeita ao sem resolução do mérito.
depósito prévio de 20% (vinte por cento) do
valor da causa, salvo prova de miserabilidade Art. 841.  Recebida e protocolada a reclamação,
jurídica do autor. o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta
138 e oito) horas, remeterá a segunda via da petição,
ou do termo, ao reclamado, notificando-o, ao reclamado importa revelia, além de confissão,
mesmo tempo, para comparecer à audiência do quanto à matéria de fato.
julgamento, que será a primeira desimpedida, § 1o  Ocorrendo motivo relevante, poderá o
depois de cinco dias. juiz suspender o julgamento, designando nova
§ 1o  A notificação será feita em registro pos- audiência.
tal com franquia. Se o reclamado criar embara- § 2o  Na hipótese de ausência do reclamante,
ços ao seu recebimento, ou não for encontrado, este será condenado ao pagamento das custas
far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal calculadas na forma do art. 789 desta Consoli-
oficial ou no que publicar o expediente forense, dação, ainda que beneficiário da justiça gratuita,
ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo. salvo se comprovar, no prazo de quinze dias,
§ 2o  O reclamante será notificado no ato da que a ausência ocorreu por motivo legalmente
apresentação da reclamação ou na forma do justificável.
parágrafo anterior. § 3o  O pagamento das custas a que se refere
§ 3o  Oferecida a contestação, ainda que ele- o § 2o é condição para a propositura de nova
tronicamente, o reclamante não poderá, sem o demanda.
consentimento do reclamado, desistir da ação. § 4o  A revelia não produz o efeito mencio-
nado no caput deste artigo se:
Art. 842.  Sendo várias as reclamações e haven- I – havendo pluralidade de reclamados, al-
do identidade de matéria, poderão ser acumula- gum deles contestar a ação;
das num só processo, se se tratar de empregados II – o litígio versar sobre direitos indispo-
da mesma empresa ou estabelecimento. níveis;
III – a petição inicial não estiver acompa-
nhada de instrumento que a lei considere in-
SEÇÃO II – Da Audiência de Julgamento dispensável à prova do ato;
IV – as alegações de fato formuladas pelo
Art. 843.  Na audiência de julgamento deverão reclamante forem inverossímeis ou estiverem
estar presentes o reclamante e o reclamado, in- em contradição com prova constante dos autos.
dependentemente do comparecimento de seus § 5o  Ainda que ausente o reclamado, pre-
representantes, salvo nos casos de Reclamatórias sente o advogado na audiência, serão aceitos
Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os a contestação e os documentos eventualmente
empregados poderão fazer-se representar pelo apresentados.
Sindicato de sua categoria.
§ 1o  É facultado ao empregador fazer-se Art. 845.  O reclamante e o reclamado com-
substituir pelo gerente, ou qualquer outro pre- parecerão à audiência acompanhados das suas
posto que tenha conhecimento do fato, e cujas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as
declarações obrigarão o proponente. demais provas.
§ 2o  Se por doença ou qualquer outro motivo
poderoso, devidamente comprovado, não for Art. 846.  Aberta a audiência, o juiz ou presi-
possível ao empregado comparecer pessoal- dente proporá a conciliação.
Consolidação das Leis do Trabalho

mente, poderá fazer-se representar por outro § 1o  Se houver acordo lavrar-se-á termo,
empregado que pertença à mesma profissão, assinado pelo presidente e pelos litigantes, con-
ou pelo seu sindicato. signando-se o prazo e demais condições para
§ 3o  O preposto a que se refere o § 1o des- seu cumprimento.
te artigo não precisa ser empregado da parte § 2o  Entre as condições a que se refere o pará-
reclamada. grafo anterior, poderá ser estabelecida a de ficar
a parte que não cumprir o acordo obrigada a
Art. 844.  O não comparecimento do recla- satisfazer integralmente o pedido ou pagar uma
mante à audiência importa o arquivamento indenização convencionada, sem prejuízo do
da reclamação, e o não comparecimento do cumprimento do acordo.
139
Art. 847.  Não havendo acordo, o reclamado improrrogável de 48 (quarenta e oito) horas,
terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após contado da audiência de julgamento, e assinada
a leitura da reclamação, quando esta não for pelos vogais presentes à mesma audiência.
dispensada por ambas as partes.
Parágrafo único.  A parte poderá apresentar Art. 852.  Da decisão serão os litigantes noti-
defesa escrita pelo sistema de processo judicial ficados, pessoalmente, ou por seu representan-
eletrônico até a audiência. te, na própria audiência. No caso de revelia, a
notificação far-se-á pela forma estabelecida no
Art. 848.  Terminada a defesa, seguir-se-á a § 1o do art. 841.
instrução do processo, podendo o presidente,
ex officio ou a requerimento de qualquer juiz
temporário, interrogar os litigantes. SEÇÃO II-A – Do Procedimento
§ 1o  Findo o interrogatório, poderá qualquer Sumaríssimo
dos litigantes retirar-se, prosseguindo a instru-
ção com o seu representante. Art. 852-A.  Os dissídios individuais cujo valor
§ 2o  Serão, a seguir, ouvidas as testemunhas, não exceda a quarenta vezes o salário mínimo
os peritos e os técnicos, se houver. vigente na data do ajuizamento da reclamação fi-
cam submetidos ao procedimento sumaríssimo.
Art. 849.  A audiência de julgamento será con- Parágrafo único.  Estão excluídas do proce-
tínua; mas, se não for possível, por motivo de dimento sumaríssimo as demandas em que é
força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz parte a Administração Pública direta, autárquica
ou presidente marcará a sua continuação para e fundacional.
a primeira desimpedida, independentemente
de nova notificação. Art. 852-B.  Nas reclamações enquadradas no
procedimento sumaríssimo:
Art. 850.  Terminada a instrução, poderão as I – o pedido deverá ser certo ou determinado
partes aduzir razões finais, em prazo não ex- e indicará o valor correspondente;
cedente de dez minutos para cada uma. Em II – não se fará citação por edital, incumbindo
seguida, o juiz ou o presidente renovará a pro- ao autor a correta indicação do nome e endereço
posta de conciliação, e, não se realizando esta, do reclamado;46
será proferida a decisão. III – a apreciação da reclamação deverá ocor-
Parágrafo único.  O presidente da Junta, rer no prazo máximo de quinze dias do seu
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

após propor a solução do dissídio, tomará os ajuizamento, podendo constar de pauta especial,
votos dos vogais e, havendo divergência entre se necessário, de acordo com o movimento ju-
estes, poderá desempatar ou proferir decisão diciário da Junta de Conciliação e Julgamento.
que melhor atenda ao cumprimento da lei e ao § 1o  O não atendimento, pelo reclamante, do
justo equilíbrio entre os votos divergentes e ao disposto nos incisos I e II deste artigo importará
interesse social. no arquivamento da reclamação e condenação
ao pagamento de custas sobre o valor da causa.
Art. 851.  Os trâmites de instrução e julgamento § 2o  As partes e advogados comunicarão
da reclamação serão resumidos em ata, de que ao juízo as mudanças de endereço ocorridas
constará, na íntegra, a decisão. no curso do processo, reputando-se eficazes
§ 1o  Nos processos de exclusiva alçada das as intimações enviadas ao local anteriormente
Juntas, será dispensável, a juízo do presidente, indicado, na ausência de comunicação.
o resumo dos depoimentos, devendo constar
da ata a conclusão do tribunal quanto à matéria Art. 852-C.  As demandas sujeitas a rito su-
de fato. maríssimo serão instruídas e julgadas em au-
§ 2o  A ata será, pelo presidente ou juiz, junta diência única, sob a direção de juiz presidente
ao processo, devidamente assinada, no prazo
140   NE: ver ADIs nos 2.237, 2.160 e 2.139.
46
ou substituto, que poderá ser convocado para § 6o  As partes serão intimadas a manifestar-
atuar simultaneamente com o titular. -se sobre o laudo, no prazo comum de cinco dias.
§ 7o  Interrompida a audiência, o seu pros-
Art. 852-D.  O juiz dirigirá o processo com seguimento e a solução do processo dar-se-ão
liberdade para determinar as provas a serem no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo
produzidas, considerado o ônus probatório de relevante justificado nos autos pelo juiz da causa.
cada litigante, podendo limitar ou excluir as
que considerar excessivas, impertinentes ou Art. 852-I.  A sentença mencionará os elemen-
protelatórias, bem como para apreciá-las e dar tos de convicção do juízo, com resumo dos fatos
especial valor às regras de experiência comum relevantes ocorridos em audiência, dispensado
ou técnica. o relatório.
§ 1o  O juízo adotará em cada caso a decisão
Art. 852-E.  Aberta a sessão, o juiz esclarecerá que reputar mais justa e equânime, atendendo
as partes presentes sobre as vantagens da conci- aos fins sociais da lei e as exigências do bem
liação e usará os meios adequados de persuasão comum.
para a solução conciliatória do litígio, em qual- § 2o (Vetado)
quer fase da audiência. § 3o  As partes serão intimadas da sentença
na própria audiência em que prolatada.
Art. 852-F.  Na ata de audiência serão regis-
trados resumidamente os atos essenciais, as
afirmações fundamentais das partes e as infor- SEÇÃO III – Do Inquérito para Apuração de
mações úteis à solução da causa trazidas pela Falta Grave
prova testemunhal.
Art. 853.  Para a instauração de inquérito para
Art. 852-G.  Serão decididos, de plano, todos apuração de falta grave contra empregado ga-
os incidentes e exceções que possam interferir rantido com estabilidade, o empregador apre-
no prosseguimento da audiência e do processo. sentará reclamação por escrito à Junta ou Juízo
As demais questões serão decididas na sentença. de Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados
da data da suspensão do empregado.
Art. 852-H.  Todas as provas serão produzidas
na audiência de instrução e julgamento, ainda Art. 854.  O processo do inquérito perante a
que não requeridas previamente. Junta ou Juízo obedecerá às normas estabele-
§ 1o  Sobre os documentos apresentados por cidas no presente Capítulo, observadas as dis-
uma das partes manifestar-se-á imediatamente posições desta Seção.
a parte contrária, sem interrupção da audiência,
salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz. Art. 855.  Se tiver havido prévio reconhecimen-
§ 2o  As testemunhas, até o máximo de duas to da estabilidade do empregado, o julgamento
para cada parte, comparecerão à audiência de do inquérito pela Junta ou Juízo não prejudicará
instrução e julgamento independentemente de a execução para pagamento dos salários devi-
Consolidação das Leis do Trabalho

intimação. dos ao empregado, até a data da instauração do


§ 3o  Só será deferida intimação de testemu- mesmo inquérito.
nha que, comprovadamente convidada, deixar
de comparecer. Não comparecendo a testemu-
nha intimada, o juiz poderá determinar sua SEÇÃO IV – Do Incidente de
imediata condução coercitiva. Desconsideração da Personalidade Jurídica
§ 4o  Somente quando a prova do fato o exigir,
ou for legalmente imposta, será deferida prova Art. 855-A.  Aplica-se ao processo do trabalho
técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o incidente de desconsideração da personalida-
o prazo, o objeto da perícia e nomear perito. de jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei
§ 5o (Vetado) 141
no 13.105, de 16 de março de 2015 – Código de CAPÍTULO IV – Dos Dissídios Coletivos
Processo Civil. SEÇÃO I – Da Instauração da Instância
§ 1o  Da decisão interlocutória que acolher
ou rejeitar o incidente: Art. 856.  A instância será instaurada mediante
I – na fase de cognição, não cabe recurso representação escrita ao presidente do tribunal.
de imediato, na forma do § 1o do art. 893 desta Poderá ser também instaurada por iniciativa
Consolidação; do presidente, ou, ainda, a requerimento da
II – na fase de execução, cabe agravo de pe- Procuradoria da Justiça do Trabalho, sempre
tição, independentemente de garantia do juízo; que ocorrer suspensão do trabalho.
III – cabe agravo interno se proferida pelo
relator em incidente instaurado originariamente Art. 857.  A representação para instaurar a ins-
no tribunal. tância em dissídio coletivo constitui prerrogativa
§ 2o  A instauração do incidente suspenderá das associações sindicais, excluídas as hipóteses
o processo, sem prejuízo de concessão da tutela aludidas no art. 856, quando ocorrer suspensão
de urgência de natureza cautelar de que trata do trabalho.
o art. 301 da Lei no 13.105, de 16 de março de Parágrafo único.  Quando não houver sin-
2015 (Código de Processo Civil). dicato representativo da categoria econômica
ou profissional, poderá a representação ser ins-
taurada pelas federações correspondentes e, na
CAPÍTULO III-A – Do Processo de falta destas, pelas confederações respectivas, no
Jurisdição Voluntária para Homologação de âmbito de sua representação.
Acordo Extrajudicial
Art. 858.  A representação será apresentada
Art. 855-B.  O processo de homologação de em tantas vias quantos forem os reclamados e
acordo extrajudicial terá início por petição con- deverá conter:
junta, sendo obrigatória a representação das a)  designação e qualificação dos reclamantes
partes por advogado. e dos reclamados e a natureza do estabelecimen-
§ 1o  As partes não poderão ser representadas to ou do serviço;
por advogado comum. b)  os motivos do dissídio e as bases da con-
§ 2o  Faculta-se ao trabalhador ser assistido ciliação.
pelo advogado do sindicato de sua categoria.
Art. 859.  A representação dos sindicatos para
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Art. 855-C.  O disposto neste Capítulo não instauração da instância fica subordinada a


prejudica o prazo estabelecido no § 6o do art. 477 aprovação de assembleia, da qual participem
desta Consolidação e não afasta a aplicação da os associados interessados na solução do dissídio
multa prevista no § 8o do art. 477 desta Con- coletivo, em primeira convocação, por maioria
solidação. de 2/3 (dois terços) dos mesmos, ou, em segunda
convocação, por 2/3 (dois terços) dos presentes.
Art. 855-D.  No prazo de quinze dias a contar Parágrafo único. (Revogado)
da distribuição da petição, o juiz analisará o
acordo, designará audiência se entender neces-
sário e proferirá sentença. SEÇÃO II – Da Conciliação e do Julgamento

Art. 855-E.  A petição de homologação de acor- Art. 860.  Recebida e protocolada a representa-


do extrajudicial suspende o prazo prescricional ção, e estando na devida forma, o presidente do
da ação quanto aos direitos nela especificados. tribunal designará a audiência de conciliação,
Parágrafo único.  O prazo prescricional vol- dentro do prazo de dez dias, determinando a
tará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito notificação dos dissidentes, com observância
em julgado da decisão que negar a homologação do disposto no art. 841.
142 do acordo.
Parágrafo único.  Quando a instância for a)  a partir da data de sua publicação, quando
instaurada ex officio, a audiência deverá ser ajuizado o dissídio após o prazo do art. 616,
realizada dentro do prazo mais breve possível, § 3o, ou, quando não existir acordo, convenção
após o reconhecimento do dissídio. ou sentença normativa em vigor, da data do
ajuizamento;
Art. 861.  É facultado ao empregador fazer-se b)  a partir do dia imediato ao termo final
representar na audiência pelo gerente, ou por de vigência do acordo, convenção ou sentença
qualquer outro preposto que tenha conheci- normativa, quando ajuizado o dissídio no prazo
mento do dissídio, e por cujas declarações será do art. 616, § 3o.
sempre responsável.

Art. 862.  Na audiência designada, compare- SEÇÃO III – Da Extensão das Decisões


cendo ambas as partes ou seus representantes,
o presidente do tribunal as convidará para se Art. 868.  Em caso de dissídio coletivo que te-
pronunciarem sobre as bases da conciliação. nha por motivo novas condições de trabalho e
Caso não sejam aceitas as bases propostas, o no qual figure como parte apenas uma fração de
presidente submeterá aos interessados a solução empregados de uma empresa, poderá o tribunal
que lhe pareça capaz de resolver o dissídio. competente, na própria decisão, estender tais
condições de trabalho, se julgar justo e con-
Art. 863.  Havendo acordo, o presidente o sub- veniente, aos demais empregados da empresa
meterá à homologação do tribunal na primeira que forem da mesma profissão dos dissidentes.
sessão. Parágrafo único.  O tribunal fixará a data em
que a decisão deve entrar em execução, bem
Art. 864.  Não havendo acordo, ou não com- como o prazo de sua vigência, o qual não poderá
parecendo ambas as partes ou uma delas, o pre- ser superior a quatro anos.
sidente submeterá o processo a julgamento,
depois de realizadas as diligências que entender Art. 869.  A decisão sobre novas condições de
necessárias e ouvida a Procuradoria. trabalho poderá também ser estendida a todos
os empregados da mesma categoria profissional
Art. 865.  Sempre que, no decorrer do dissídio, compreendida na jurisdição do tribunal:
houver ameaça de perturbação da ordem, o a)  por solicitação de um ou mais emprega-
presidente requisitará à autoridade competente dores, ou de qualquer sindicato destes;
as providências que se tornarem necessárias. b)  por solicitação de um ou mais sindicatos
de empregados;
Art. 866.  Quando o dissídio ocorrer fora da c)  ex officio, pelo tribunal que houver pro-
sede do tribunal, poderá o presidente, se julgar ferido a decisão;
conveniente, delegar à autoridade local as atri- d)  por solicitação da Procuradoria da Justiça
buições de que tratam os arts. 860 e 862. Nesse do Trabalho.
caso, não havendo conciliação, a autoridade
Consolidação das Leis do Trabalho

delegada encaminhará o processo ao tribunal, Art. 870.  Para que a decisão possa ser estendi-
fazendo exposição circunstanciada dos fatos e da, na forma do artigo anterior, torna-se preciso
indicando a solução que lhe parecer conveniente. que três quartos dos empregadores e três quartos
dos empregados, ou os respectivos sindicatos,
Art. 867.  Da decisão do Tribunal serão no- concordem com a extensão da decisão.
tificadas as partes, ou seus representantes, em § 1o  O tribunal competente marcará prazo,
registrado postal, com franquia, fazendo-se, não inferior a trinta nem superior a sessenta
outrossim, a sua publicação no jornal oficial, dias, a fim de que se manifestem os interessados.
para ciência dos demais interessados. § 2o  Ouvidos os interessados e a Procura-
Parágrafo único.  A sentença normativa vi- doria da Justiça do Trabalho, será o processo
gorará: submetido ao julgamento do tribunal. 143
Art. 871.  Sempre que o tribunal estender a CAPÍTULO V – Da Execução
decisão, marcará a data em que a extensão deva SEÇÃO I – Das Disposições Preliminares
entrar em vigor.
Art. 876.  As decisões passadas em julgado ou
das quais não tenha havido recurso com efeito
SEÇÃO IV – Do Cumprimento das Decisões suspensivo; os acordos, quando não cumpridos;
os termos de ajuste de conduta firmados perante
Art. 872.  Celebrado o acordo, ou transitada o Ministério Público do Trabalho e os termos
em julgado a decisão, seguir-se-á o seu cumpri- de conciliação firmados perante as Comissões
mento, sob as penas estabelecidas neste Título. de Conciliação Prévia serão executados pela
Parágrafo único.  Quando os empregadores forma estabelecida neste Capítulo.
deixarem de satisfazer o pagamento de salários, Parágrafo único.  A Justiça do Trabalho
na conformidade da decisão proferida, poderão executará, de ofício, as contribuições sociais
os empregados ou seus sindicatos, independen- previstas na alínea “a” do inciso I e no inciso II
tes de outorga de poderes de seus associados, do caput do art. 195 da Constituição Federal,
juntando certidão de tal decisão, apresentar e seus acréscimos legais, relativas ao objeto da
reclamação à Junta ou Juízo competente, obser- condenação constante das sentenças que proferir
vado o processo previsto no Capítulo II deste e dos acordos que homologar.
Título, sendo vedado, porém, questionar sobre
a matéria de fato e de direito já apreciada na Art. 877.  É competente para a execução das
decisão. decisões o juiz ou presidente do tribunal que
tiver conciliado ou julgado originariamente
o dissídio.
SEÇÃO V – Da Revisão
Art. 877-A.  É competente para a execução de
Art. 873.  Decorrido mais de um ano de sua título executivo extrajudicial o juiz que teria
vigência, caberá revisão das decisões que fixa- competência para o processo de conhecimento
rem condições de trabalho, quando se tiverem relativo à matéria.
modificado as circunstâncias que as ditaram,
de modo que tais condições se hajam tornado Art. 878.  A execução será promovida pelas
injustas ou inaplicáveis. partes, permitida a execução de ofício pelo juiz
ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Art. 874.  A revisão poderá ser promovida por em que as partes não estiverem representadas
iniciativa do tribunal prolator, da Procuradoria por advogado.
da Justiça do Trabalho, das associações sindicais Parágrafo único. (Revogado)
ou de empregador ou empregadores interessados
no cumprimento da decisão. Art. 878-A.  Faculta-se ao devedor o pagamento
Parágrafo único.  Quando a revisão for pro- imediato da parte que entender devida à Pre-
movida por iniciativa de tribunal prolator ou vidência Social, sem prejuízo da cobrança de
da Procuradoria, as associações sindicais e o eventuais diferenças encontradas na execução
empregador ou empregadores interessados se- ex officio.
rão ouvidos no prazo de trinta dias. Quando
promovida por uma das partes interessadas, Art. 879.  Sendo ilíquida a sentença exequenda,
serão as outras ouvidas também por igual prazo. ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que
poderá ser feita por cálculo, por arbitramento
Art. 875.  A revisão será julgada pelo tribunal ou por artigos.
que tiver proferido a decisão, depois de ouvida § 1o  Na liquidação, não se poderá modificar,
a Procuradoria da Justiça do Trabalho. ou inovar, a sentença liquidanda, nem discutir
matéria pertinente à causa principal.
144
§ 1o-A.  A liquidação abrangerá, também, contribuições sociais devidas à União, para que
o cálculo das contribuições previdenciárias o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta
devidas. a execução, sob pena de penhora.
§ 1o-B.  As partes deverão ser previamente § 1o  O mandado de citação deverá conter a
intimadas para a apresentação do cálculo de decisão exequenda ou o termo de acordo não
liquidação, inclusive da contribuição previden- cumprido.
ciária incidente. § 2o  A citação será feita pelos oficiais de
§ 2o  Elaborada a conta e tornada líquida, diligência.
o juízo deverá abrir às partes prazo comum § 3o  Se o executado, procurado por duas
de oito dias para impugnação fundamentada vezes no espaço de 48 (quarenta e oito) ho-
com a indicação dos itens e valores objeto da ras, não for encontrado, far-se-á a citação por
discordância, sob pena de preclusão. edital, publicado no jornal oficial ou, na falta
§ 3o  Elaborada a conta pela parte ou pelos deste, afixado na sede da junta ou juízo, durante
órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz cinco dias.
procederá à intimação da União para manifes-
tação, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de Art. 881.  No caso de pagamento da importân-
preclusão. cia reclamada, será este feito perante o escrivão
§ 4o  A atualização do crédito devido à Previ- ou secretário, lavrando-se termo de quitação,
dência Social observará os critérios estabelecidos em duas vias, assinadas pelo exequente, pelo
na legislação previdenciária. executado e pelo mesmo escrivão ou secretário,
§ 5o  O Ministro de Estado da Fazenda po- entregando-se a segunda via ao executado e
derá, mediante ato fundamentado, dispensar a juntando-se a outra ao processo.
manifestação da União quando o valor total das Parágrafo único.  Não estando presente o
verbas que integram o salário de contribuição, na exequente, será depositada a importância,
forma do art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho mediante guia, em estabelecimento oficial de
de 1991, ocasionar perda de escala decorrente crédito ou, em falta deste, em estabelecimento
da atuação do órgão jurídico. bancário idôneo.
§ 6o  Tratando-se de cálculos de liquidação
complexos, o juiz poderá nomear perito para Art. 882.  O executado que não pagar a impor-
a elaboração e fixará, depois da conclusão do tância reclamada poderá garantir a execução
trabalho, o valor dos respectivos honorários mediante depósito da quantia corresponden-
com observância, entre outros, dos critérios de te, atualizada e acrescida das despesas proces-
razoabilidade e proporcionalidade. suais, apresentação de seguro-garantia judicial
§ 7o  A atualização dos créditos decorrentes ou nomeação de bens à penhora, observada a
de condenação judicial será feita pela Taxa Re- ordem preferencial estabelecida no art. 835 da
ferencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 – Código
Brasil, conforme a Lei no 8.177, de 1o de março de Processo Civil.
de 1991.47
Art. 883.  Não pagando o executado, nem ga-
Consolidação das Leis do Trabalho

rantindo a execução, seguir-se-á penhora dos


SEÇÃO II – Do Mandado e da Penhora bens, tantos quantos bastem ao pagamento da
importância da condenação, acrescida de custas
Art. 880.  Requerida a execução, o juiz ou pre- e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso,
sidente do tribunal mandará expedir mandado devidos a partir da data em que for ajuizada a
de citação do executado, a fim de que cumpra reclamação inicial.
a decisão ou o acordo no prazo, pelo modo e
sob as cominações estabelecidas ou, quando se Art. 883-A.  A decisão judicial transitada em
tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de julgado somente poderá ser levada a protesto,
gerar inscrição do nome do executado em órgãos
  NE: ver ADIs nos 6.021 e 5.867 e ADCs nos 59 e 58.
47
de proteção ao crédito ou no Banco Nacional de 145
Devedores Trabalhistas (BNDT), nos termos da Art. 886.  Se tiverem sido arroladas testemu-
lei, depois de transcorrido o prazo de quarenta nhas, finda a sua inquirição em audiência, o
e cinco dias a contar da citação do executado, escrivão, ou secretário, fará, dentro de 48 (qua-
se não houver garantia do juízo. renta e oito) horas, conclusos os autos ao juiz, ou
presidente, que proferirá sua decisão, na forma
prevista no artigo anterior.
SEÇÃO III – Dos Embargos à Execução e da § 1o  Proferida a decisão, serão da mesma
Sua Impugnação notificadas as partes interessadas, em registrado
postal, com franquia.
Art. 884.  Garantida a execução ou penhora- § 2o  Julgada subsistente a penhora, o juiz, ou
dos os bens, terá o executado cinco dias para presidente, mandará proceder logo à avaliação
apresentar embargos, cabendo igual prazo ao dos bens penhorados.
exequente para a impugnação.48
§ 1o  A matéria de defesa será restrita às alega- Art. 887.  A avaliação dos bens penhorados em
ções de cumprimento da decisão ou do acordo, virtude da execução de decisão condenatória,
quitação ou prescrição da dívida. será feita por avaliador escolhido de comum
§ 2o  Se na defesa tiverem sido arroladas tes- acordo pelas partes, que perceberá as custas
temunhas, poderá o juiz ou o presidente do tri- arbitradas pelo juiz, ou presidente do tribunal
bunal, caso julgue necessários seus depoimentos, trabalhista, de conformidade com a tabela a ser
marcar audiência para a produção das provas, expedida pelo Tribunal Superior do Trabalho.
a qual deverá realizar-se dentro de cinco dias. § 1o  Não acordando as partes quanto à de-
§ 3o  Somente nos embargos à penhora po- signação de avaliador, dentro de cinco dias após
derá o executado impugnar a sentença de li- o despacho que determinou a avaliação, será
quidação, cabendo ao exequente igual direito o avaliador designado livremente pelo juiz ou
e no mesmo prazo. presidente do tribunal.
§ 4o  Julgar-se-ão na mesma sentença os em- § 2o  Os servidores da Justiça do Trabalho
bargos e as impugnações à liquidação apresenta- não poderão ser escolhidos ou designados para
das pelos credores trabalhista e previdenciário. servir de avaliador.
§ 5o  Considera-se inexigível o título judicial
fundado em lei ou ato normativo declarados Art. 888.  Concluída a avaliação, dentro de 10
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Fe- (dez) dias, contados da data da nomeação do
deral ou em aplicação ou interpretação tidas avaliador, seguir-se-á a arrematação, que será
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

por incompatíveis com a Constituição Federal. anunciada por edital afixado na sede do juízo ou
§ 6o  A exigência da garantia ou penhora não tribunal e publicado no jornal local, se houver,
se aplica às entidades filantrópicas e/ou àqueles com a antecedência de 20 (vinte) dias.
que compõem ou compuseram a diretoria dessas § 1o  A arrematação far-se-á em dia, hora e
instituições. lugar anunciados e os bens serão vendidos pelo
maior lance, tendo o exequente preferência para
a adjudicação.
SEÇÃO IV – Do Julgamento e dos Trâmites § 2o  O arrematante deverá garantir o lance
Finais da Execução com o sinal correspondente a 20% (vinte por
cento) do seu valor.
Art. 885.  Não tendo sido arroladas testemu- § 3o  Não havendo licitante, e não requerendo
nhas na defesa, o juiz, ou presidente, conclusos o exequente a adjudicação dos bens penhorados,
os autos, proferirá sua decisão dentro de cinco poderão os mesmos ser vendidos por leiloeiro
dias, julgando subsistente ou insubsistente a nomeado pelo Juiz ou Presidente.
penhora. § 4o  Se o arrematante, ou seu fiador, não
pagar dentro de 24 (vinte e quatro) horas o preço
da arrematação, perderá, em benefício da exe-
146   NE: ver Lei no 9.494/1997.
48
cução, o sinal de que trata o § 2o deste artigo, CAPÍTULO VI – Dos Recursos
voltando à praça os bens executados.
Art. 893.  Das decisões são admissíveis os se-
Art. 889.  Aos trâmites e incidentes do processo guintes recursos:
da execução são aplicáveis, naquilo em que não I – embargos;
contravierem ao presente Título, os preceitos que II – recurso ordinário;
regem o processo dos executivos fiscais para a III – recurso de revista;
cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda IV – agravo.
Pública Federal. § 1o  Os incidentes do processo são resolvidos
pelo próprio juízo ou tribunal, admitindo-se a
Art. 889-A.  Os recolhimentos das importân- apreciação do merecimento das decisões in-
cias devidas, referentes às contribuições sociais, terlocutórias somente em recurso da decisão
serão efetuados nas agências locais da Caixa definitiva.
Econômica Federal ou do Banco do Brasil S.A., § 2o  A interposição de recurso para o Supre-
por intermédio de documento de arrecadação mo Tribunal Federal não prejudicará a execução
da Previdência Social, dele se fazendo constar do julgado.
o número do processo.
§ 1o  Concedido parcelamento pela Secretaria Art. 894.  No Tribunal Superior do Trabalho
da Receita Federal do Brasil, o devedor juntará cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias:
aos autos a comprovação do ajuste, ficando a I – de decisão não unânime de julgamento
execução da contribuição social correspondente que:
suspensa até a quitação de todas as parcelas. a)  conciliar, julgar ou homologar conciliação
§ 2o  As Varas do Trabalho encaminharão em dissídios coletivos que excedam a compe-
mensalmente à Secretaria da Receita Federal tência territorial dos Tribunais Regionais do
do Brasil informações sobre os recolhimentos Trabalho e estender ou rever as sentenças nor-
efetivados nos autos, salvo se outro prazo for mativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos
estabelecido em regulamento. casos previstos em lei; e
b) (Vetada);
II – das decisões das Turmas que divergirem
SEÇÃO V – Da Execução por Prestações entre si ou das decisões proferidas pela Seção de
Sucessivas Dissídios Individuais, ou contrárias a súmula ou
orientação jurisprudencial do Tribunal Superior
Art. 890.  A execução para pagamento de pres- do Trabalho ou súmula vinculante do Supremo
tações sucessivas far-se-á com observância das Tribunal Federal.
normas constantes desta Seção, sem prejuízo Parágrafo único. (Revogado)
das demais estabelecidas neste Capítulo. § 2o  A divergência apta a ensejar os embargos
deve ser atual, não se considerando tal a ultra-
Art. 891.  Nas prestações sucessivas por tempo passada por súmula do Tribunal Superior do
determinado, a execução pelo não pagamen- Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou
Consolidação das Leis do Trabalho

to de uma prestação compreenderá as que lhe superada por iterativa e notória jurisprudência
sucederem. do Tribunal Superior do Trabalho.
§ 3o  O Ministro Relator denegará seguimen-
Art. 892.  Tratando-se de prestações sucessivas to aos embargos:
por tempo indeterminado, a execução com- I – se a decisão recorrida estiver em conso-
preenderá inicialmente as prestações devidas nância com súmula da jurisprudência do Tri-
até a data do ingresso na execução. bunal Superior do Trabalho ou do Supremo
Tribunal Federal, ou com iterativa, notória e
atual jurisprudência do Tribunal Superior do
Trabalho, cumprindo-lhe indicá-la;
147
II – nas hipóteses de intempestividade, de- Individuais do Tribunal Superior do Trabalho,
serção, irregularidade de representação ou de ou contrariarem súmula de jurisprudência uni-
ausência de qualquer outro pressuposto extrín- forme dessa Corte ou súmula vinculante do
seco de admissibilidade. Supremo Tribunal Federal;
§ 4o  Da decisão denegatória dos embargos b)  derem ao mesmo dispositivo de lei esta-
caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias. dual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo
Coletivo, sentença normativa ou regulamento
Art. 895.  Cabe recurso ordinário para a ins- empresarial de observância obrigatória em área
tância superior: territorial que exceda a jurisdição do Tribunal
I – das decisões definitivas ou terminativas Regional prolator da decisão recorrida, inter-
das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e pretação divergente, na forma da alínea “a”;
II – das decisões definitivas ou terminativas c)  proferidas com violação literal de dispo-
dos Tribunais Regionais, em processos de sua sição de lei federal ou afronta direta e literal à
competência originária, no prazo de 8 (oito) Constituição Federal.
dias, quer nos dissídios individuais, quer nos § 1o  O recurso de revista, dotado de efeito
dissídios coletivos. apenas devolutivo, será interposto perante o
§ 1o  Nas reclamações sujeitas ao procedi- Presidente do Tribunal Regional do Trabalho,
mento sumaríssimo, o recurso ordinário: que, por decisão fundamentada, poderá rece-
I – (Vetado); bê-lo ou denegá-lo.
II – será imediatamente distribuído, uma vez § 1o-A.  Sob pena de não conhecimento, é
recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo ônus da parte:
no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do I – indicar o trecho da decisão recorrida que
Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em consubstancia o prequestionamento da contro-
pauta para julgamento, sem revisor; vérsia objeto do recurso de revista;
III – terá parecer oral do representante do II – indicar, de forma explícita e fundamenta-
Ministério Público presente à sessão de julga- da, contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou
mento, se este entender necessário o parecer, orientação jurisprudencial do Tribunal Superior
com registro na certidão; do Trabalho que conflite com a decisão regional;
IV – terá acórdão consistente unicamente III – expor as razões do pedido de reforma,
na certidão de julgamento, com a indicação impugnando todos os fundamentos jurídicos da
suficiente do processo e parte dispositiva, e decisão recorrida, inclusive mediante demons-
das razões de decidir do voto prevalente. Se a tração analítica de cada dispositivo de lei, da
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

sentença for confirmada pelos próprios funda- Constituição Federal, de súmula ou orientação
mentos, a certidão de julgamento, registrando jurisprudencial cuja contrariedade aponte;
tal circunstância, servirá de acórdão. IV – transcrever na peça recursal, no caso
§ 2o  Os Tribunais Regionais, divididos em de suscitar preliminar de nulidade de julgado
Turmas, poderão designar Turma para o julga- por negativa de prestação jurisdicional, o trecho
mento dos recursos ordinários interpostos das dos embargos declaratórios em que foi pedido
sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao o pronunciamento do tribunal sobre questão
procedimento sumaríssimo. veiculada no recurso ordinário e o trecho da de-
cisão regional que rejeitou os embargos quanto
Art. 896.  Cabe Recurso de Revista para Turma ao pedido, para cotejo e verificação, de plano,
do Tribunal Superior do Trabalho das decisões da ocorrência da omissão.
proferidas em grau de recurso ordinário, em § 2o  Das decisões proferidas pelos Tribunais
dissídio individual, pelos Tribunais Regionais Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em
do Trabalho, quando: execução de sentença, inclusive em processo
a)  derem ao mesmo dispositivo de lei fe- incidente de embargos de terceiro, não caberá
deral interpretação diversa da que lhe houver Recurso de Revista, salvo na hipótese de ofensa
dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no direta e literal de norma da Constituição Federal.
148 seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios § 3o (Revogado)
§ 4o (Revogado) irregularidade de representação ou de ausência
§ 5o (Revogado) de qualquer outro pressuposto extrínseco ou
§ 6o (Revogado) intrínseco de admissibilidade.
§ 7o  A divergência apta a ensejar o recurso
de revista deve ser atual, não se considerando Art. 896-A.  O Tribunal Superior do Trabalho,
como tal a ultrapassada por súmula do Tribunal no recurso de revista, examinará previamente se
Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal a causa oferece transcendência com relação aos
Federal, ou superada por iterativa e notória ju- reflexos gerais de natureza econômica, política,
risprudência do Tribunal Superior do Trabalho. social ou jurídica.
§ 8o  Quando o recurso fundar-se em dissen- § 1o  São indicadores de transcendência,
so de julgados, incumbe ao recorrente o ônus de entre outros:
produzir prova da divergência jurisprudencial, I – econômica, o elevado valor da causa;
mediante certidão, cópia ou citação do reposi- II – política, o desrespeito da instância re-
tório de jurisprudência, oficial ou credenciado, corrida à jurisprudência sumulada do Tribunal
inclusive em mídia eletrônica, em que houver Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal
sido publicada a decisão divergente, ou ain- Federal;
da pela reprodução de julgado disponível na III – social, a postulação, por reclamante-re-
internet, com indicação da respectiva fonte, corrente, de direito social constitucionalmente
mencionando, em qualquer caso, as circuns- assegurado;
tâncias que identifiquem ou assemelhem os IV – jurídica, a existência de questão nova em
casos confrontados. torno da interpretação da legislação trabalhista.
§ 9o  Nas causas sujeitas ao procedimento § 2o  Poderá o relator, monocraticamente,
sumaríssimo, somente será admitido recurso denegar seguimento ao recurso de revista que
de revista por contrariedade a súmula de juris- não demonstrar transcendência, cabendo agravo
prudência uniforme do Tribunal Superior do desta decisão para o colegiado.
Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo § 3o  Em relação ao recurso que o relator
Tribunal Federal e por violação direta da Cons- considerou não ter transcendência, o recorrente
tituição Federal. poderá realizar sustentação oral sobre a questão
§ 10.  Cabe recurso de revista por violação da transcendência, durante cinco minutos em
a lei federal, por divergência jurisprudencial e sessão.
por ofensa à Constituição Federal nas execuções § 4o  Mantido o voto do relator quanto à não
fiscais e nas controvérsias da fase de execução transcendência do recurso, será lavrado acórdão
que envolvam a Certidão Negativa de Débitos com fundamentação sucinta, que constituirá
Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei no 12.440, decisão irrecorrível no âmbito do tribunal.
de 7 de julho de 2011. § 5o  É irrecorrível a decisão monocrática
§ 11.  Quando o recurso tempestivo contiver do relator que, em agravo de instrumento em
defeito formal que não se repute grave, o Tribu- recurso de revista, considerar ausente a trans-
nal Superior do Trabalho poderá desconsiderar cendência da matéria.
o vício ou mandar saná-lo, julgando o mérito. § 6o  O juízo de admissibilidade do recurso de
Consolidação das Leis do Trabalho

§ 12.  Da decisão denegatória caberá agravo, revista exercido pela Presidência dos Tribunais
no prazo de 8 (oito) dias. Regionais do Trabalho limita-se à análise dos
§ 13.  Dada a relevância da matéria, por pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo,
iniciativa de um dos membros da Seção Espe- não abrangendo o critério da transcendência
cializada em Dissídios Individuais do Tribunal das questões nele veiculadas.
Superior do Trabalho, aprovada pela maioria
dos integrantes da Seção, o julgamento a que se Art. 896-B.  Aplicam-se ao recurso de revista,
refere o § 3o poderá ser afeto ao Tribunal Pleno. no que couber, as normas da Lei no 5.869, de 11
§ 14.  O relator do recurso de revista poderá de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil),
denegar-lhe seguimento, em decisão monocráti- relativas ao julgamento dos recursos extraordi-
ca, nas hipóteses de intempestividade, deserção, nário e especial repetitivos. 149
Art. 896-C.  Quando houver multiplicidade da controvérsia, a serem prestadas no prazo de
de recursos de revista fundados em idêntica 15 (quinze) dias.
questão de direito, a questão poderá ser afetada § 8o  O relator poderá admitir manifestação
à Seção Especializada em Dissídios Individuais de pessoa, órgão ou entidade com interesse na
ou ao Tribunal Pleno, por decisão da maioria controvérsia, inclusive como assistente simples,
simples de seus membros, mediante requeri- na forma da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de
mento de um dos Ministros que compõem a 1973 (Código de Processo Civil).
Seção Especializada, considerando a relevância § 9o  Recebidas as informações e, se for o caso,
da matéria ou a existência de entendimentos após cumprido o disposto no § 7o deste artigo,
divergentes entre os Ministros dessa Seção ou terá vista o Ministério Público pelo prazo de
das Turmas do Tribunal. 15 (quinze) dias.
§ 1o  O Presidente da Turma ou da Seção Es- § 10.  Transcorrido o prazo para o Ministério
pecializada, por indicação dos relatores, afetará Público e remetida cópia do relatório aos demais
um ou mais recursos representativos da contro- Ministros, o processo será incluído em pauta
vérsia para julgamento pela Seção Especializada na Seção Especializada ou no Tribunal Pleno,
em Dissídios Individuais ou pelo Tribunal Pleno, devendo ser julgado com preferência sobre os
sob o rito dos recursos repetitivos. demais feitos.
§ 2o  O Presidente da Turma ou da Seção § 11.  Publicado o acórdão do Tribunal Su-
Especializada que afetar processo para julga- perior do Trabalho, os recursos de revista so-
mento sob o rito dos recursos repetitivos deverá brestados na origem:
expedir comunicação aos demais Presidentes de I – terão seguimento denegado na hipótese de
Turma ou de Seção Especializada, que poderão o acórdão recorrido coincidir com a orientação
afetar outros processos sobre a questão para a respeito da matéria no Tribunal Superior do
julgamento conjunto, a fim de conferir ao órgão Trabalho; ou
julgador visão global da questão. II – serão novamente examinados pelo Tribu-
§ 3o  O Presidente do Tribunal Superior do nal de origem na hipótese de o acórdão recorrido
Trabalho oficiará os Presidentes dos Tribunais divergir da orientação do Tribunal Superior do
Regionais do Trabalho para que suspendam Trabalho a respeito da matéria.
os recursos interpostos em casos idênticos aos § 12.  Na hipótese prevista no inciso II do
afetados como recursos repetitivos, até o pro- § 11 deste artigo, mantida a decisão divergente
nunciamento definitivo do Tribunal Superior pelo Tribunal de origem, far-se-á o exame de
do Trabalho. admissibilidade do recurso de revista.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

§ 4o  Caberá ao Presidente do Tribunal de § 13.  Caso a questão afetada e julgada sob o
origem admitir um ou mais recursos repre- rito dos recursos repetitivos também contenha
sentativos da controvérsia, os quais serão en- questão constitucional, a decisão proferida pelo
caminhados ao Tribunal Superior do Trabalho, Tribunal Pleno não obstará o conhecimento
ficando suspensos os demais recursos de revista de eventuais recursos extraordinários sobre a
até o pronunciamento definitivo do Tribunal questão constitucional.
Superior do Trabalho. § 14.  Aos recursos extraordinários inter-
§ 5o  O relator no Tribunal Superior do Tra- postos perante o Tribunal Superior do Traba-
balho poderá determinar a suspensão dos re- lho será aplicado o procedimento previsto no
cursos de revista ou de embargos que tenham art. 543-B da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de
como objeto controvérsia idêntica à do recurso 1973 (Código de Processo Civil), cabendo ao
afetado como repetitivo. Presidente do Tribunal Superior do Trabalho
§ 6o  O recurso repetitivo será distribuído a selecionar um ou mais recursos representativos
um dos Ministros membros da Seção Especia- da controvérsia e encaminhá-los ao Supremo
lizada ou do Tribunal Pleno e a um Ministro Tribunal Federal, sobrestando os demais até o
revisor. pronunciamento definitivo da Corte, na forma
§ 7o  O relator poderá solicitar, aos Tribunais do § 1o do art. 543-B da Lei no 5.869, de 11 de
150 Regionais do Trabalho, informações a respeito janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
§ 15.  O Presidente do Tribunal Superior do § 4o  Na hipótese da alínea “b” deste artigo,
Trabalho poderá oficiar os Tribunais Regionais o agravo será julgado pelo Tribunal que seria
do Trabalho e os Presidentes das Turmas e da competente para conhecer o recurso cuja inter-
Seção Especializada do Tribunal para que sus- posição foi denegada.
pendam os processos idênticos aos selecionados § 5o  Sob pena de não conhecimento, as par-
como recursos representativos da controvérsia tes promoverão a formação do instrumento do
e encaminhados ao Supremo Tribunal Federal, agravo de modo a possibilitar, caso provido,
até o seu pronunciamento definitivo. o imediato julgamento do recurso denegado,
§ 16.  A decisão firmada em recurso repe- instruindo a petição de interposição:
titivo não será aplicada aos casos em que se I – obrigatoriamente, com cópias da decisão
demonstrar que a situação de fato ou de direito agravada, da certidão da respectiva intimação,
é distinta das presentes no processo julgado sob das procurações outorgadas aos advogados do
o rito dos recursos repetitivos. agravante e do agravado, da petição inicial, da
§ 17.  Caberá revisão da decisão firmada em contestação, da decisão originária, do depósito
julgamento de recursos repetitivos quando se recursal referente ao recurso que se pretende
alterar a situação econômica, social ou jurídi- destrancar, da comprovação do recolhimento
ca, caso em que será respeitada a segurança das custas e do depósito recursal a que se refere
jurídica das relações firmadas sob a égide da o § 7o do art. 899 desta Consolidação;
decisão anterior, podendo o Tribunal Superior II – facultativamente, com outras peças que
do Trabalho modular os efeitos da decisão que o agravante reputar úteis ao deslinde da matéria
a tenha alterado. de mérito controvertida.
§ 6o  O agravado será intimado para ofere-
Art. 897.  Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) cer resposta ao agravo e ao recurso principal,
dias: instruindo-a com as peças que considerar ne-
a)  de petição, das decisões do Juiz ou Pre- cessárias ao julgamento de ambos os recursos.
sidente, nas execuções; § 7o  Provido o agravo, a Turma delibera-
b)  de instrumento, dos despachos que de- rá sobre o julgamento do recurso principal,
negarem a interposição de recursos. observando-se, se for o caso, daí em diante, o
§ 1o  O agravo de petição só será recebido procedimento relativo a esse recurso.
quando o agravante delimitar, justificadamente, § 8o  Quando o agravo de petição versar
as matérias e os valores impugnados, permiti- apenas sobre as contribuições sociais, o juiz
da a execução imediata da parte remanescente da execução determinará a extração de cópias
até o final, nos próprios autos ou por carta de das peças necessárias, que serão autuadas em
sentença. apartado, conforme dispõe o § 3o, parte final, e
§ 2o  O agravo de instrumento interposto remetidas à instância superior para apreciação,
contra o despacho que não receber agravo de após contraminuta.
petição não suspende a execução da sentença.
§ 3o  Na hipótese da alínea “a” deste artigo, Art. 897-A.  Caberão embargos de declaração
o agravo será julgado pelo próprio tribunal, da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias,
Consolidação das Leis do Trabalho

presidido pela autoridade recorrida, salvo se devendo seu julgamento ocorrer na primeira
se tratar de decisão de Juiz do Trabalho de 1a audiência ou sessão subsequente a sua apresen-
Instância ou de Juiz de Direito, quando o julga- tação, registrado na certidão, admitido efeito
mento competirá a uma das Turmas do Tribunal modificativo da decisão nos casos de omissão e
Regional a que estiver subordinado o prolator contradição no julgado e manifesto equívoco no
da sentença, observado o disposto no art. 679, exame dos pressupostos extrínsecos do recurso.
a quem este remeterá as peças necessárias para § 1o  Os erros materiais poderão ser corri-
o exame da matéria controvertida, em autos gidos de ofício ou a requerimento de qualquer
apartados, ou nos próprios autos, se tiver sido das partes.
determinada a extração de carta de sentença. § 2o  Eventual efeito modificativo dos em-
bargos de declaração somente poderá ocorrer 151
em virtude da correção de vício na decisão em- § 8o  Quando o agravo de instrumento tem
bargada e desde que ouvida a parte contrária, a finalidade de destrancar recurso de revista
no prazo de 5 (cinco) dias. que se insurge contra decisão que contraria a
§ 3o  Os embargos de declaração interrom- jurisprudência uniforme do Tribunal Superior
pem o prazo para interposição de outros re- do Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas
cursos, por qualquer das partes, salvo quando ou em orientação jurisprudencial, não haverá
intempestivos, irregular a representação da parte obrigatoriedade de se efetuar o depósito referido
ou ausente a sua assinatura. no § 7o deste artigo.
§ 9o  O valor do depósito recursal será re-
Art. 898.  Das decisões proferidas em dissídio duzido pela metade para entidades sem fins
coletivo que afete empresa de serviço público, lucrativos, empregadores domésticos, microem-
ou, em qualquer caso, das proferidas em revi- preendedores individuais, microempresas e em-
são, poderão recorrer, além dos interessados, presas de pequeno porte.
o presidente do tribunal e a Procuradoria da § 10.  São isentos do depósito recursal os
Justiça do Trabalho. beneficiários da justiça gratuita, as entidades
filantrópicas e as empresas em recuperação
Art. 899.  Os recursos serão interpostos por judicial.
simples petição e terão efeito meramente devo- § 11.  O depósito recursal poderá ser subs-
lutivo, salvo as exceções previstas neste Título, tituído por fiança bancária ou seguro garantia
permitida a execução provisória até a penhora. judicial.
§ 1o  Sendo a condenação de valor até 10
(dez) vezes o salário mínimo regional, nos dis- Art. 900.  Interposto o recurso, será notificado
sídios individuais, só será admitido o recurso, o recorrido, para oferecer as suas razões, em
inclusive o extraordinário, mediante prévio de- prazo igual ao que tiver tido o recorrente.
pósito da respectiva importância. Transitada
em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o Art. 901.  Sem prejuízo dos prazos previstos
levantamento imediato da importância de de- neste Capítulo, terão as partes vistas dos autos
pósito, em favor da parte vencedora, por simples em cartório ou na secretaria.
despacho do juiz. Parágrafo único.  Salvo quando estiver cor-
§ 2o  Tratando-se de condenação de valor rendo prazo comum, aos procuradores das
indeterminado, o depósito corresponderá ao que partes será permitido ter vista dos autos fora
for arbitrado, para efeito de custas, pela Junta ou do cartório ou secretaria.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

Juízo de Direito, até o limite de 10 (dez) vezes


o salário mínimo da região. Art. 902. (Revogado)
§ 3o (Revogado)
§ 4o  O depósito recursal será feito em conta
vinculada ao juízo e corrigido com os mesmos CAPÍTULO VII – Da Aplicação das
índices da poupança.49 Penalidades
§ 5o (Revogado)
§ 6o  Quando o valor da condenação, ou o Art. 903.  As penalidades estabelecidas no Tí-
arbitrado para fins de custas, exceder o limite tulo anterior serão aplicadas pelo juiz, ou tri-
de 10 (dez) vezes o salário mínimo da região, bunal, que tiver de conhecer da desobediência,
o depósito para fins de recursos será limitado violação, recusa, falta ou coação, ex officio, ou
a este valor. mediante representação de qualquer interessado
§ 7o  No ato de interposição do agravo de ou da Procuradoria da Justiça do Trabalho.
instrumento, o depósito recursal corresponderá
a 50% (cinquenta por cento) do valor do depó- Art. 904.  As sanções em que incorrerem as au-
sito do recurso ao qual se pretende destrancar. toridades da Justiça do Trabalho serão aplicadas
pela autoridade ou tribunal imediatamente su-
152   NE: ver ADIs nos 6.021 e 5.867 e ADCs nos 59 e 58.
49
perior, conforme o caso, ex officio, ou mediante
representação de qualquer interessado ou da armazéns de gêneros alimentícios, açougues,
Procuradoria. padarias, leiterias, farmácias, hospitais, minas,
Parágrafo único.  Tratando-se de membro do empresas de transportes e comunicações, bancos
Tribunal Superior do Trabalho será competente e estabelecimentos que interessem à segurança
para a imposição de sanções o Senado Federal. nacional.
§ 2o (Revogado)

Art. 905.  Tomando conhecimento do fato im- TÍTULO XI – Disposições Finais e


putado, o juiz, ou tribunal, competente mandará Transitórias
notificar o acusado, para apresentar, no prazo
de quinze dias, defesa por escrito. Art. 911.  Esta Consolidação entrará em vigor
§ 1o  É facultado ao acusado, dentro do prazo em 10 de novembro de 1943.
estabelecido neste artigo, requerer a produção
de testemunhas, até ao máximo de cinco. Nesse Art. 912.  Os dispositivos de caráter imperativo
caso, será marcada audiência para a inquirição. terão aplicação imediata às relações iniciadas,
§ 2o  Findo o prazo de defesa, o processo mas não consumadas, antes da vigência desta
será imediatamente concluso para julgamento, Consolidação.
que deverá ser proferido no prazo de dez dias.
Art. 913.  O Ministro do Trabalho, Indústria
Art. 906.  Da imposição das penalidades a que e Comércio expedirá instruções, quadros, ta-
se refere este Capítulo caberá recurso ordinário belas e modelos que se tornarem necessários à
para o Tribunal Superior, no prazo de dez dias, execução desta Consolidação.
salvo se a imposição resultar de dissídio coletivo, Parágrafo único.  O Tribunal Superior do
caso em que o prazo será de vinte dias. Trabalho adaptará o seu regimento interno e o
dos Tribunais Regionais do Trabalho às normas
Art. 907.  Sempre que o infrator incorrer em contidas nesta Consolidação.
pena criminal, far-se-á remessa das peças ne-
cessárias à autoridade competente. Art. 914.  Continuarão em vigor os quadros,
tabelas e modelos aprovados em virtude de
Art. 908.  A cobrança das multas estabelecidas dispositivos não alterados pela presente Con-
neste Título será feita, mediante executivo fiscal, solidação.
perante o juiz competente para a cobrança de
dívida ativa da Fazenda Pública Federal. Art. 915.  Não serão prejudicados os recursos
Parágrafo único.  A cobrança das multas será interpostos com apoio em dispositivos alterados
promovida, no Distrito Federal e nos Estados ou cujo prazo para interposição esteja em curso
em que funcionarem os Tribunais Regionais, à data da vigência desta Consolidação.
pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, e, nos
demais Estados, de acordo com o disposto no Art. 916.  Os prazos de prescrição fixados pela
Decreto-lei no 960, de 17 de dezembro de 1938. presente Consolidação começarão a correr da
Consolidação das Leis do Trabalho

data da vigência desta, quando menores do que


os previstos pela legislação anterior.
CAPÍTULO VIII – Disposições Finais
Art. 917.  O Ministro do Trabalho, Indústria
Art. 909.  A ordem dos processos no Tribunal e Comércio marcará prazo para adaptação dos
Superior do Trabalho será regulada em seu re- atuais estabelecimentos às exigências contidas
gimento interno. no Capítulo “Da Segurança e da Medicina do
Trabalho”. Compete ainda àquela autoridade
Art. 910.  Para os efeitos deste Título, equi- fixar os prazos dentro dos quais, em cada Estado,
param-se aos serviços públicos os de utilidade entrará em vigor a obrigatoriedade do uso da
pública, bem como os que forem prestados em 153
Carteira de Trabalho e Previdência social, para Art. 919.  Ao empregado bancário, admitido
os atuais empregados. até a data da vigência da presente Lei, fica as-
Parágrafo único.  O Ministro do Trabalho, segurado o direito à aquisição da estabilidade,
Indústria e Comércio fixará, para cada Estado e nos termos do art. 15 do Decreto no 24.615, de
quando julgar conveniente, o início da vigência 9 de julho de 1934.
de parte ou de todos os dispositivos contidos
no Capítulo “Da Segurança e da Medicina do Art. 920.  Enquanto não forem constituídas as
Trabalho”. Confederações ou na falta destas, a represen-
tação de classes, econômicas ou profissionais,
Art. 918.  Enquanto não for expedida a Lei que derivar da indicação desses órgãos ou dos
Orgânica da Previdência Social, competirá ao respectivos presidentes, será suprida por equi-
presidente do Tribunal Superior do Trabalho valente designação ou eleição realizada pelas
julgar os recursos interpostos com apoio no correspondentes Federações.
art. 1o, alínea “c”, do Decreto-lei no 3.710, de 14
de outubro de 1941, cabendo recurso de suas Art. 921.  As empresas que não estiverem in-
decisões, nos termos do disposto no art. 734, cluídas no enquadramento sindical de que trata
alínea “b”, desta Consolidação. o art. 577 poderão firmar contratos coletivos de
Parágrafo único.  Ao diretor do Departamen- trabalho com os sindicatos representativos da
to de Previdência Social incumbirá presidir respectiva categoria profissional.
as eleições para a constituição dos Conselhos
Fiscais dos Institutos e Caixas de Aposentadoria Art. 922.  O disposto no art. 301 regerá somen-
e Pensões e julgar, com recurso para a instância te as relações de emprego iniciadas depois da
superior, os recursos sobre matéria técnico-ad- vigência desta Consolidação.
ministrativa dessas instituições.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

154
Normas correlatas
Lei no 12.506/2011
Dispõe sobre o aviso prévio e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA ano de serviço prestado na mesma empresa, até


o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um
Faço saber que o Congresso Nacional decreta total de até 90 (noventa) dias.
e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 2o  Esta Lei entra em vigor na data de sua
Art. 1o  O aviso prévio, de que trata o Capítu- publicação.
lo VI do Título IV da Consolidação das Leis
do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-lei Brasília, 11 de outubro de 2011; 190o da Inde-
no 5.452, de 1o de maio de 1943, será concedido pendência e 123o da República.
na proporção de 30 (trinta) dias aos emprega-
dos que contem até 1 (um) ano de serviço na DILMA ROUSSEFF
mesma empresa.
Parágrafo único.  Ao aviso prévio previsto Promulgada em 11/10/2011 e publicada no DOU
neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por de 13/10/2011.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

156
Lei no 10.101/2000
Dispõe sobre a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa e dá outras
providências.

Faço saber que o Presidente da República adotou II – a entidade sem fins lucrativos que, cumu-
a Medida Provisória no 1.982-77, de 2000, que lativamente:
o Congresso Nacional aprovou, e eu, Antonio a)  não distribua resultados, a qualquer título,
Carlos Magalhães, Presidente, para os efeitos ainda que indiretamente, a dirigentes, adminis-
do disposto no parágrafo único do art. 62 da tradores ou empresas vinculadas;
Constituição Federal, promulgo a seguinte Lei: b)  aplique integralmente os seus recursos
em sua atividade institucional e no País;
Art. 1o  Esta Lei regula a participação dos tra- c)  destine o seu patrimônio a entidade con-
balhadores nos lucros ou resultados da empresa gênere ou ao poder público, em caso de encer-
como instrumento de integração entre o capital ramento de suas atividades;
e o trabalho e como incentivo à produtividade, d)  mantenha escrituração contábil capaz de
nos termos do art. 7o, inciso XI, da Constituição. comprovar a observância dos demais requisitos
deste inciso, e das normas fiscais, comerciais e
Art. 2o  A participação nos lucros ou resultados de direito econômico que lhe sejam aplicáveis.
será objeto de negociação entre a empresa e seus § 3o-A.  A não equiparação de que trata o
empregados, mediante um dos procedimentos inciso II do § 3o deste artigo não é aplicável às
a seguir descritos, escolhidos pelas partes de hipóteses em que tenham sido utilizados índices
comum acordo: de produtividade ou qualidade ou programas
I – comissão paritária escolhida pelas par- de metas, resultados e prazos.
tes, integrada, também, por um representante § 4o  Quando forem considerados os critérios
indicado pelo sindicato da respectiva categoria; e condições definidos nos incisos I e II do § 1o
II – convenção ou acordo coletivo. deste artigo:
§ 1o  Dos instrumentos decorrentes da nego- I – a empresa deverá prestar aos represen-
ciação deverão constar regras claras e objetivas tantes dos trabalhadores na comissão paritária
quanto à fixação dos direitos substantivos da informações que colaborem para a negociação;
participação e das regras adjetivas, inclusive II – não se aplicam as metas referentes à saúde
mecanismos de aferição das informações per- e segurança no trabalho.
tinentes ao cumprimento do acordado, perio- § 5o  As partes podem:
dicidade da distribuição, período de vigência I – adotar os procedimentos de negociação
e prazos para revisão do acordo, podendo ser estabelecidos nos incisos I e II do caput deste
considerados, entre outros, os seguintes critérios artigo, simultaneamente; e
e condições: II – estabelecer múltiplos programas de parti-
I – índices de produtividade, qualidade ou cipação nos lucros ou nos resultados, observada
lucratividade da empresa; a periodicidade estabelecida pelo § 2o do art. 3o
II – programas de metas, resultados e prazos, desta Lei.
pactuados previamente. § 6o  Na fixação dos direitos substantivos e
Normas correlatas

§ 2o  O instrumento de acordo celebrado das regras adjetivas, inclusive no que se refere
será arquivado na entidade sindical dos tra- à fixação dos valores e à utilização exclusiva de
balhadores. metas individuais, a autonomia da vontade das
§ 3o  Não se equipara a empresa, para os fins partes contratantes será respeitada e prevalecerá
desta Lei: em face do interesse de terceiros.
I – a pessoa física; 157
§ 7o  Consideram-se previamente estabeleci- coletivas de trabalho atinentes à participação
das as regras fixadas em instrumento assinado: nos lucros ou resultados.
I – anteriormente ao pagamento da anteci- § 4o  A periodicidade semestral mínima refe-
pação, quando prevista; e rida no § 2o poderá ser alterada pelo Poder Exe-
II – com antecedência de, no mínimo, 90 cutivo, até 31 de dezembro de 2000, em função
(noventa) dias da data do pagamento da parcela de eventuais impactos nas receitas tributárias.
única ou da parcela final, caso haja pagamento § 5o  A participação de que trata este artigo
de antecipação. será tributada pelo imposto sobre a renda ex-
§ 8o  A inobservância à periodicidade es- clusivamente na fonte, em separado dos demais
tabelecida no § 2o do art. 3o desta Lei invalida rendimentos recebidos, no ano do recebimento
exclusivamente os pagamentos feitos em desa- ou crédito, com base na tabela progressiva anual
cordo com a norma, assim entendidos: constante do Anexo e não integrará a base de
I – os pagamentos excedentes ao segundo, cálculo do imposto devido pelo beneficiário na
feitos a um mesmo empregado, no mesmo ano Declaração de Ajuste Anual.
civil; e § 6o  Para efeito da apuração do imposto
II – os pagamentos efetuados a um mesmo sobre a renda, a participação dos trabalhado-
empregado, em periodicidade inferior a 1 (um) res nos lucros ou resultados da empresa será
trimestre civil do pagamento anterior. integralmente tributada com base na tabela
§ 9o  Na hipótese do inciso II do § 8o deste progressiva constante do Anexo.
artigo, mantém-se a validade dos demais pa- § 7o  Na hipótese de pagamento de mais de 1
gamentos. (uma) parcela referente a um mesmo ano-calen-
§ 10.  Uma vez composta, a comissão paritá- dário, o imposto deve ser recalculado, com base
ria de que trata o inciso I do caput deste artigo no total da participação nos lucros recebida no
dará ciência por escrito ao ente sindical para que ano-calendário, mediante a utilização da tabela
indique seu representante no prazo máximo de constante do Anexo, deduzindo-se do imposto
10 (dez) dias corridos, findo o qual a comissão assim apurado o valor retido anteriormente.
poderá iniciar e concluir suas tratativas. § 8o  Os rendimentos pagos acumuladamente
a título de participação dos trabalhadores nos
Art. 3o  A participação de que trata o art. 2o não lucros ou resultados da empresa serão tributa-
substitui ou complementa a remuneração devida dos exclusivamente na fonte, em separado dos
a qualquer empregado, nem constitui base de demais rendimentos recebidos, sujeitando-se,
incidência de qualquer encargo trabalhista, não também de forma acumulada, ao imposto sobre
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

se lhe aplicando o princípio da habitualidade. a renda com base na tabela progressiva constante
§ 1o  Para efeito de apuração do lucro real, a do Anexo.
pessoa jurídica poderá deduzir como despesa § 9o  Considera-se pagamento acumulado,
operacional as participações atribuídas aos em- para fins do § 8o, o pagamento da participação
pregados nos lucros ou resultados, nos termos nos lucros relativa a mais de um ano-calendário.
da presente Lei, dentro do próprio exercício de § 10.  Na determinação da base de cálculo da
sua constituição. participação dos trabalhadores nos lucros ou re-
§ 2o  É vedado o pagamento de qualquer sultados, poderão ser deduzidas as importâncias
antecipação ou distribuição de valores a título pagas em dinheiro a título de pensão alimentí-
de participação nos lucros ou resultados da cia em face das normas do Direito de Família,
empresa em mais de 2 (duas) vezes no mesmo quando em cumprimento de decisão judicial,
ano civil e em periodicidade inferior a 1 (um) de acordo homologado judicialmente ou de
trimestre civil. separação ou divórcio consensual realizado por
§ 3o  Todos os pagamentos efetuados em de- escritura pública, desde que correspondentes a
corrência de planos de participação nos lucros esse rendimento, não podendo ser utilizada a
ou resultados, mantidos espontaneamente pela mesma parcela para a determinação da base de
empresa, poderão ser compensados com as obri- cálculo dos demais rendimentos.
158 gações decorrentes de acordos ou convenções
§ 11.  A partir do ano-calendário de 2014, do inciso I do caput do art. 30 da Constituição
inclusive, os valores da tabela progressiva anual Federal.
constante do Anexo serão reajustados no mesmo Parágrafo único.  O repouso semanal remu-
percentual de reajuste da Tabela Progressiva nerado deverá coincidir, pelo menos 1 (uma)
Mensal do imposto de renda incidente sobre vez no período máximo de 3 (três) semanas,
os rendimentos das pessoas físicas. com o domingo, respeitadas as demais normas
de proteção ao trabalho e outras a serem esti-
Art. 4o  Caso a negociação visando à participa- puladas em negociação coletiva.
ção nos lucros ou resultados da empresa resulte
em impasse, as partes poderão utilizar-se dos Art. 6o-A.  É permitido o trabalho em feriados
seguintes mecanismos de solução do litígio: nas atividades do comércio em geral, desde que
I – mediação; autorizado em convenção coletiva de trabalho
II – arbitragem de ofertas finais, utilizando- e observada a legislação municipal, nos termos
-se, no que couber, os termos da Lei no 9.307, do inciso I do caput do art. 30 da Constituição
de 23 de setembro de 1996. Federal.
§ 1o  Considera-se arbitragem de ofertas fi-
nais aquela em que o árbitro deve restringir-se Art. 6o-B.  As infrações ao disposto nos arts. 6o
a optar pela proposta apresentada, em caráter e 6o-A desta Lei serão punidas com a multa
definitivo, por uma das partes. prevista no art. 75 da Consolidação das Leis do
§ 2o  O mediador ou o árbitro será escolhido Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei no 5.452,
de comum acordo entre as partes. de 1o de maio de 1943.
§ 3o  Firmado o compromisso arbitral, não Parágrafo único.  O processo de fiscalização,
será admitida a desistência unilateral de qual- de autuação e de imposição de multas reger-se-á
quer das partes. pelo disposto no Título VII da Consolidação
§ 4o  O laudo arbitral terá força normativa, das Leis do Trabalho.
independentemente de homologação judicial.
Art. 7o  Ficam convalidados os atos praticados
Art. 5   A participação de que trata o art. 1
o o
com base na Medida Provisória no 1.982-76, de
desta Lei, relativamente aos trabalhadores em 26 de outubro de 2000.
empresas estatais, observará diretrizes especí-
ficas fixadas pelo Poder Executivo. Art. 8o  Esta Lei entra em vigor na data de sua
Parágrafo único.  Consideram-se empresas publicação.
estatais as empresas públicas, sociedades de
economia mista, suas subsidiárias e controladas Congresso Nacional, 19 de dezembro de 2000;
e demais empresas em que a União, direta ou 179o da Independência e 112o da República.
indiretamente, detenha a maioria do capital
social com direito a voto. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES

Art. 6o  Fica autorizado o trabalho aos do- Promulgada em 19/12/2000 e publicada no


mingos nas atividades do comércio em geral, DOU de 20/12/2000.
observada a legislação municipal, nos termos
Normas correlatas

159
Anexo

Participação nos Lucros

Tabela de tributação exclusiva na fonte

Valor da PLR anual (em R$) Alíquota Parcela a deduzir do IR (em R$)
de 0,00 a 6.000,00 0% -
de 6.000,01 a 9.000,00 7,5% 450,00
de 9.000,01 a 12.000,00 15% 1.125,00
de 12.000,01 a 15.000,00 22,5% 2.025,00
acima de 15.000,00 27,5% 2.775,00
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

160
Lei no 7.998/1990
Regula o Programa do Seguro-Desemprego, o Abono Salarial, institui o Fundo de Amparo ao
Trabalhador – FAT, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA escravo, em decorrência de ação de fiscalização


do Ministério do Trabalho e Emprego, será dessa
Faço saber que o Congresso Nacional decreta situação resgatado e terá direito à percepção de
e eu sanciono a seguinte Lei: três parcelas de seguro-desemprego no valor de
um salário mínimo cada, conforme o disposto
Art. 1o  Esta Lei regula o Programa do Seguro- no § 2o deste artigo.
-Desemprego e o abono de que tratam o inciso § 1o  O trabalhador resgatado nos termos
II do art. 7o, o inciso IV do art. 201 e o art. 239, do caput deste artigo será encaminhado, pelo
da Constituição Federal, bem como institui o Ministério do Trabalho e Emprego, para quali-
Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT. ficação profissional e recolocação no mercado
de trabalho, por meio do Sistema Nacional de
Do Programa de Seguro-Desemprego Emprego – Sine, na forma estabelecida pelo
Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo
Art. 2o  O Programa do Seguro-Desemprego ao Trabalhador – Codefat.
tem por finalidade: § 2o  Caberá ao Codefat, por proposta do
I – prover assistência financeira temporária Ministro de Estado do Trabalho e Emprego,
ao trabalhador desempregado em virtude de estabelecer os procedimentos necessários ao
dispensa sem justa causa, inclusive a indireta, recebimento do benefício previsto no caput
e ao trabalhador comprovadamente resgatado deste artigo, observados os respectivos limites de
de regime de trabalho forçado ou da condição comprometimento dos recursos do FAT, ficando
análoga à de escravo; vedado ao mesmo trabalhador o recebimento do
II – auxiliar os trabalhadores na busca ou benefício, em circunstâncias similares, nos doze
preservação do emprego, promovendo, para meses seguintes à percepção da última parcela.
tanto, ações integradas de orientação, recolo-
cação e qualificação profissional. Art. 3o  Terá direito à percepção do seguro-de-
semprego o trabalhador dispensado sem justa
Art. 2o-A.  Para efeito do disposto no inciso II causa que comprove:
do art. 2o, fica instituída a bolsa de qualifica- I – ter recebido salários de pessoa jurídica
ção profissional, a ser custeada pelo Fundo de ou de pessoa física a ela equiparada, relativos a:
Amparo ao Trabalhador – FAT, à qual fará jus o a)  pelo menos 12 (doze) meses nos últimos
trabalhador que estiver com o contrato de tra- 18 (dezoito) meses imediatamente anteriores
balho suspenso em virtude de participação em à data de dispensa, quando da primeira soli-
curso ou programa de qualificação profissional citação;
oferecido pelo empregador, em conformidade b)  pelo menos 9 (nove) meses nos últimos 12
com o disposto em convenção ou acordo cole- (doze) meses imediatamente anteriores à data
tivo celebrado para este fim. de dispensa, quando da segunda solicitação; e
Normas correlatas

c)  cada um dos 6 (seis) meses imediatamente


Art. 2o-B. (Revogado) anteriores à data de dispensa, quando das demais
solicitações;
Art. 2o-C.  O trabalhador que vier a ser iden- II – (Revogado);
tificado como submetido a regime de trabalho III – não estar em gozo de qualquer benefício
forçado ou reduzido a condição análoga à de previdenciário de prestação continuada, previsto 161
no Regulamento dos Benefícios da Previdência demonstrado na declaração anual simplificada
Social, excetuado o auxílio-acidente e o auxílio da microempresa individual.
suplementar previstos na Lei no 6.367, de 19 de
outubro de 1976, bem como o abono de per- Art. 3o-A.  A periodicidade, os valores, o cál-
manência em serviço previsto na Lei no 5.890, culo do número de parcelas e os demais proce-
de 8 de junho de 1973; dimentos operacionais de pagamento da bolsa
IV – não estar em gozo do auxílio-desem- de qualificação profissional, nos termos do
prego; e art. 2o-A desta Lei, bem como os pré-requisitos
V – não possuir renda própria de qualquer para habilitação serão os mesmos adotados em
natureza suficiente à sua manutenção e de sua relação ao benefício do Seguro-Desemprego,
família; exceto quanto à dispensa sem justa causa.
VI – matrícula e frequência, quando aplicá-
vel, nos termos do regulamento, em curso de Art. 4o  O benefício do seguro-desemprego será
formação inicial e continuada ou de qualificação concedido ao trabalhador desempregado, por
profissional habilitado pelo Ministério da Edu- período máximo variável de 3 (três) a 5 (cinco)
cação, nos termos do art. 18 da Lei no 12.513, meses, de forma contínua ou alternada, a cada
de 26 de outubro de 2011, ofertado por meio período aquisitivo, contados da data de dispensa
da Bolsa-Formação Trabalhador concedida no que deu origem à última habilitação, cuja dura-
âmbito do Programa Nacional de Acesso ao ção será definida pelo Conselho Deliberativo do
Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), insti- Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat).
tuído pela Lei no 12.513, de 26 de outubro de § 1o  O benefício do seguro-desemprego po-
2011, ou de vagas gratuitas na rede de educação derá ser retomado a cada novo período aquisiti-
profissional e tecnológica. vo, satisfeitas as condições arroladas nos incisos
§ 1o  A União poderá condicionar o recebi- I, III, IV e V do caput do art. 3o.
mento da assistência financeira do Programa de § 2o  A determinação do período máximo
Seguro-Desemprego à comprovação da matrí- mencionado no caput observará a seguinte re-
cula e da frequência do trabalhador segurado lação entre o número de parcelas mensais do
em curso de formação inicial e continuada ou benefício do seguro-desemprego e o tempo de
qualificação profissional, com carga horária serviço do trabalhador nos 36 (trinta e seis)
mínima de 160 (cento e sessenta) horas. meses que antecederem a data de dispensa que
§ 2o  O Poder Executivo regulamentará os originou o requerimento do seguro-desemprego,
critérios e requisitos para a concessão da assis- vedado o cômputo de vínculos empregatícios
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

tência financeira do Programa de Seguro-De- utilizados em períodos aquisitivos anteriores:


semprego nos casos previstos no § 1o, conside- I – para a primeira solicitação:
rando a disponibilidade de bolsas-formação a)  4 (quatro) parcelas, se o trabalhador com-
no âmbito do Pronatec ou de vagas gratuitas provar vínculo empregatício com pessoa jurídica
na rede de educação profissional e tecnológica ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo,
para o cumprimento da condicionalidade pelos 12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e três)
respectivos beneficiários. meses, no período de referência; ou
§ 3o  A oferta de bolsa para formação dos b)  5 (cinco) parcelas, se o trabalhador com-
trabalhadores de que trata este artigo consi- provar vínculo empregatício com pessoa jurí-
derará, entre outros critérios, a capacidade de dica ou pessoa física a ela equiparada de, no
oferta, a reincidência no recebimento do be- mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período
nefício, o nível de escolaridade e a faixa etária de referência;
do trabalhador. II – para a segunda solicitação:
§ 4o  O registro como Microempreendedor a)  3 (três) parcelas, se o trabalhador compro-
Individual – MEI, de que trata o art. 18-A da var vínculo empregatício com pessoa jurídica
Lei Complementar no 123, de 14 de dezem- ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo,
bro de 2006, não comprovará renda própria 9 (nove) meses e, no máximo, 11 (onze) meses,
162 suficiente à manutenção da família, exceto se no período de referência;
b)  4 (quatro) parcelas, se o trabalhador com- § 7o  O Codefat observará as estatísticas do
provar vínculo empregatício com pessoa jurídica mercado de trabalho, inclusive o tempo médio
ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, de permanência no emprego, por setor, e reco-
12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e três) mendará ao Ministro de Estado do Trabalho
meses, no período de referência; ou e Emprego a adoção de políticas públicas que
c)  5 (cinco) parcelas, se o trabalhador com- julgar adequadas à mitigação da alta rotatividade
provar vínculo empregatício com pessoa jurí- no emprego.
dica ou pessoa física a ela equiparada de, no
mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período Art. 4o-A. (Vetado)
de referência;
III – a partir da terceira solicitação: Art. 4o-B. (Vetado)
a)  3 (três) parcelas, se o trabalhador compro-
var vínculo empregatício com pessoa jurídica Art. 5o  O valor do benefício será fixado em
ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, Bônus do Tesouro Nacional – BTN, devendo
6 (seis) meses e, no máximo, 11 (onze) meses, ser calculado segundo 3 (três) faixas salariais,
no período de referência; observados os seguintes critérios:
b)  4 (quatro) parcelas, se o trabalhador com- I – até 300 (trezentos) BTN, multiplicar-se-á
provar vínculo empregatício com pessoa jurídica o salário médio dos últimos 3 (três) meses pelo
ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, fator 0,8 (oito décimos);
12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e três) II – de 300 (trezentos) a 500 (quinhentos)
meses, no período de referência; ou BTN aplicar-se-á, até o limite do inciso anterior,
c)  5 (cinco) parcelas, se o trabalhador com- a regra nele contida e, no que exceder, o fator
provar vínculo empregatício com pessoa jurí- 0,5 (cinco décimos);
dica ou pessoa física a ela equiparada de, no III – acima de 500 (quinhentos) BTN, o va-
mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período lor do benefício será igual a 340 (trezentos e
de referência. quarenta) BTN.
§ 3o  A fração igual ou superior a 15 (quinze) § 1o  Para fins de apuração do benefício, será
dias de trabalho será havida como mês integral considerada a média dos salários dos últimos 3
para os efeitos do § 2o. (três) meses anteriores à dispensa, devidamente
§ 4o  Nos casos em que o cálculo da parcela convertidos em BTN pelo valor vigente nos
do seguro-desemprego resultar em valores deci- respectivos meses trabalhados.
mais, o valor a ser pago deverá ser arredondado § 2o  O valor do benefício não poderá ser
para a unidade inteira imediatamente superior. inferior ao valor do salário mínimo.
§ 5o  O período máximo de que trata o caput § 3o  No pagamento dos benefícios, consi-
poderá ser excepcionalmente prolongado por derar-se-á:
até 2 (dois) meses, para grupos específicos de I – o valor do BTN ou do salário mínimo do
segurados, a critério do Codefat, desde que o mês imediatamente anterior, para benefícios
gasto adicional representado por esse prolonga- colocados à disposição do beneficiário até o
mento não ultrapasse, em cada semestre, 10% dia 10 (dez) do mês;
(dez por cento) do montante da reserva mínima II – o valor do BTN ou do salário mínimo
de liquidez de que trata o § 2o do art. 9o da Lei do próprio mês, para benefícios colocados à
no 8.019, de 11 de abril de 1990. disposição do beneficiário após o dia 10 (dez)
§ 6o  Na hipótese de prolongamento do pe- do mês.
ríodo máximo de percepção do benefício do
Normas correlatas

seguro-desemprego, o Codefat observará, entre Art. 6o  O seguro-desemprego é direito pessoal


outras variáveis, a evolução geográfica e setorial e intransferível do trabalhador, podendo ser
das taxas de desemprego no País e o tempo requerido a partir do sétimo dia subsequente
médio de desemprego de grupos específicos à rescisão do contrato de trabalho.
de trabalhadores.
163
Art. 7o  O pagamento do benefício do segu- III – por comprovação de fraude visando à
ro-desemprego será suspenso nas seguintes percepção indevida da bolsa de qualificação
situações: profissional;
I – admissão do trabalhador em novo em- IV – por morte do beneficiário.
prego;
II – início de percepção de benefício de pres- Art. 8o-B.  Na hipótese prevista no § 5o do
tação continuada da Previdência Social, exceto art. 476-A da Consolidação das Leis do Traba-
o auxílio-acidente, o auxílio suplementar e o lho – CLT, as parcelas da bolsa de qualificação
abono de permanência em serviço; profissional que o empregado tiver recebido
III – início de percepção de auxílio-desem- serão descontadas das parcelas do benefício do
prego; Seguro-Desemprego a que fizer jus, sendo-lhe
IV – recusa injustificada por parte do traba- garantido, no mínimo, o recebimento de uma
lhador desempregado em participar de ações de parcela do Seguro-Desemprego.
recolocação de emprego, conforme regulamen-
tação do Codefat. Art. 8o-C.  Para efeito de habilitação ao Seguro-
-Desemprego, desconsiderar-se-á o período de
Art. 7o-A.  O pagamento da bolsa de qualifi- suspensão contratual de que trata o art. 476-A da
cação profissional será suspenso se ocorrer a CLT, para o cálculo dos períodos de que tratam
rescisão do contrato de trabalho. os incisos I e II do art. 3o desta Lei.

Art. 8o  O benefício do seguro-desemprego Do Abono Salarial


será cancelado:
I – pela recusa por parte do trabalhador de- Art. 9o  É assegurado o recebimento de abo-
sempregado de outro emprego condizente com no salarial anual, no valor máximo de 1 (um)
sua qualificação registrada ou declarada e com salário mínimo vigente na data do respectivo
sua remuneração anterior; pagamento, aos empregados que:
II – por comprovação de falsidade na presta- I – tenham percebido, de empregadores que
ção das informações necessárias à habilitação; contribuem para o Programa de Integração
III – por comprovação de fraude visando à Social – PIS ou para o Programa de Formação
percepção indevida do benefício do seguro- do Patrimônio do Servidor Público – Pasep,
-desemprego; ou até 2 (dois) salários mínimos médios de remu-
IV – por morte do segurado. neração mensal no período trabalhado e que
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

§ 1o  Nos casos previstos nos incisos I a III tenham exercido atividade remunerada pelo
deste artigo, será suspenso por um período de menos durante 30 (trinta) dias no ano-base;
2 (dois) anos, ressalvado o prazo de carência, II – estejam cadastrados há pelo menos 5
o direito do trabalhador à percepção do segu- (cinco) anos no Fundo de Participação PIS-Pa-
ro-desemprego, dobrando-se este período em sep ou no Cadastro Nacional do Trabalhador.
caso de reincidência. § 1o  No caso de beneficiários integrantes do
§ 2o  O benefício poderá ser cancelado na Fundo de Participação PIS-Pasep, serão compu-
hipótese de o beneficiário deixar de cumprir a tados no valor do abono salarial os rendimen-
condicionalidade de que trata o § 1o do art. 3o tos proporcionados pelas respectivas contas
desta Lei, na forma do regulamento. individuais.
§ 2o  O valor do abono salarial anual de que
Art. 8o-A.  O benefício da bolsa de qualifica- trata o caput será calculado na proporção de
ção profissional será cancelado nas seguintes 1/12 (um doze avos) do valor do salário míni-
situações: mo vigente na data do respectivo pagamento,
I – fim da suspensão contratual e retorno multiplicado pelo número de meses trabalhados
ao trabalho; no ano correspondente.
II – por comprovação de falsidade na presta-
164 ção das informações necessárias à habilitação;
§ 3o  A fração igual ou superior a 15 (quinze) IV – o produto da arrecadação da contribui-
dias de trabalho será contada como mês integral ção adicional pelo índice de rotatividade, de que
para os efeitos do § 2o deste artigo. trata o § 4o do art. 239 da Constituição Federal;
§ 4o  O valor do abono salarial será emitido V – outros recursos que lhe sejam destinados.
em unidades inteiras de moeda corrente, com a
suplementação das partes decimais até a unidade Arts.  12 a 14. (Vetados)
inteira imediatamente superior.
Art. 15.  Compete aos Bancos Oficiais Federais
Art. 9o-A.  O abono será pago pelo Banco do o pagamento das despesas relativas ao Programa
Brasil S.A. e pela Caixa Econômica Federal do Seguro-Desemprego e ao Abono Salarial
mediante: conforme normas a serem definidas pelos ges-
I – depósito em nome do trabalhador; tores do FAT.
II – saque em espécie; ou Parágrafo único.  Sobre o saldo de recursos
III – folha de salários. não desembolsados, os agentes pagadores re-
§ 1o  Ao Banco do Brasil S.A. caberá o pa- munerarão o FAT, no mínimo com correção
gamento aos servidores e empregados dos monetária.
contribuintes mencionados no art. 14 do De-
creto-lei no 2.052, de 3 de agosto de 1983, e Art. 16. (Revogado)
à Caixa Econômica Federal, aos empregados
dos contribuintes a que se refere o art. 15 desse Art. 17. (Revogado)
Decreto-lei.
§ 2o  As instituições financeiras pagadoras Gestão
manterão em seu poder, à disposição das auto-
ridades fazendárias, por processo que possibilite Art. 18.  É instituído o Conselho Deliberativo
sua imediata recuperação, os comprovantes de do Fundo de Amparo ao Trabalhador – Codefat,
pagamentos efetuados. composto por representação de trabalhadores,
empregadores e órgãos e entidades governamen-
Do Fundo de Amparo ao Trabalhador tais, na forma estabelecida pelo Poder Executivo.
§ 1o (Revogado)
Art. 10.  É instituído o Fundo de Amparo ao § 2o (Revogado)
Trabalhador (FAT), vinculado ao Ministério § 3o  Os representantes dos trabalhadores se-
do Trabalho e Emprego, destinado ao custeio rão indicados pelas centrais sindicais e confede-
do Programa de Seguro-Desemprego, ao paga- rações de trabalhadores; e os representantes dos
mento do abono salarial e ao financiamento de empregadores, pelas respectivas confederações.
programas de educação profissional e tecnoló- § 4o  Compete ao Ministro do Trabalho a
gica e de desenvolvimento econômico. nomeação dos membros do Codefat.
Parágrafo único.  O FAT é um fundo contábil, § 5o (Revogado)
de natureza financeira, subordinando-se, no que § 6o  Pela atividade exercida no Codefat seus
couber, à legislação vigente. membros não serão remunerados.

Art. 11.  Constituem recursos do FAT: Art. 19.  Compete ao Codefat gerir o FAT e


I – o produto da arrecadação das contribui- deliberar sobre as seguintes matérias:
ções devidas ao PIS e ao Pasep; I – (Vetado);
II – o produto dos encargos devidos pelos II – aprovar e acompanhar a execução do
Normas correlatas

contribuintes, em decorrência da inobservância Plano de Trabalho Anual do Programa do


de suas obrigações; Seguro-Desemprego e do Abono Salarial e os
III – a correção monetária e os juros devidos respectivos orçamentos;
pelo agente aplicador dos recursos do Fundo, III – deliberar sobre a prestação de contas
bem como pelos agentes pagadores, incidentes e os relatórios de execução orçamentária e fi-
sobre o saldo dos repasses recebidos; nanceira do FAT; 165
IV – elaborar a proposta orçamentária do Art. 20.  A Secretaria-Executiva do Conselho
FAT, bem como suas alterações; Deliberativo será exercida pelo Ministério do
V – propor o aperfeiçoamento da legislação Trabalho, e a ela caberão as tarefas técnico-ad-
relativa ao Seguro-Desemprego e ao Abono ministrativas relativas ao seguro-desemprego
Salarial e regulamentar os dispositivos desta e ao abono salarial.
Lei no âmbito de sua competência;
VI – decidir sobre sua própria organização, Art. 21.  As despesas com a implantação, ad-
elaborando seu regimento interno; ministração e operação do Programa do Segu-
VII – analisar relatórios do agente aplicador ro-Desemprego e de Abono Salarial, exceto as
quanto à forma, prazo e natureza dos investi- de pessoal, correrão por conta do FAT.
mentos realizados;
VIII – fiscalizar a administração do Fundo, Art. 22.  Os recursos do FAT integrarão o
podendo solicitar informações sobre contratos orçamento da seguridade social na forma da
celebrados ou em vias de celebração e quaisquer legislação pertinente.
outros atos;
IX – definir indexadores sucedâneos no caso Da Fiscalização e Penalidades
de extinção ou alteração daqueles referidos nesta
Lei; Art. 23.  Compete ao Ministério do Trabalho
X – baixar instruções necessárias à devolução a fiscalização do cumprimento do Programa
de parcelas do benefício do seguro-desemprego, de Seguro-Desemprego e do Abono Salarial.
indevidamente recebidas;
XI – propor alteração das alíquotas referen- Art. 24.  Os trabalhadores e empregadores pres-
tes às contribuições a que alude o art. 239 da tarão as informações necessárias, bem como
Constituição Federal, com vistas a assegurar atenderão às exigências para a concessão do
a viabilidade econômico-financeira do FAT; seguro-desemprego e o pagamento do abono
XII – (Vetado); salarial, nos termos e prazos fixados pelo Mi-
XIII – (Vetado); nistério do Trabalho.
XIV – fixar prazos para processamento e
envio ao trabalhador da requisição do benefício Art. 25.  O empregador que infringir os dispo-
do seguro-desemprego, em função das possi- sitivos desta Lei estará sujeito a multas de 400
bilidades técnicas existentes, estabelecendo-se (quatrocentos) a 40.000 (quarenta mil) BTN,
como objetivo o prazo de 30 (trinta) dias; segundo a natureza da infração, sua extensão
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

XV – (Vetado); e a intenção do infrator, a serem aplicadas em


XVI – (Vetado); dobro, no caso de reincidência, oposição à fis-
XVII – deliberar sobre outros assuntos de calização ou desacato à autoridade.
interesses do FAT. § 1o  Serão competentes para impor as pe-
nalidades as Delegacias Regionais do Trabalho,
Art. 19-A.  O Codefat poderá priorizar projetos nos termos do Título VII da Consolidação das
das entidades integrantes do Sistema Nacional Leis do Trabalho – CLT.
de Atendimento Socioeducativo (Sinase) desde § 2o  Além das penalidades administrativas
que: já referidas, os responsáveis por meios frau-
I – o ente federado de vinculação da entidade dulentos na habilitação ou na percepção do
que solicita o recurso possua o respectivo Plano seguro-desemprego serão punidos civil e cri-
de Atendimento Socioeducativo aprovado; minalmente, nos termos desta Lei.
II – as entidades governamentais e não go-
vernamentais integrantes do Sinase que solici- Art. 25-A.  O trabalhador que infringir o
tem recursos tenham se submetido à avaliação disposto nesta Lei e houver percebido indevi-
nacional do atendimento socioeducativo. damente parcela de seguro-desemprego sujei-
tar-se-á à compensação automática do débito
166
com o novo benefício, na forma e no percentual finalidades previstas no art. 239 da Constituição
definidos por resolução do Codefat. Federal, serão recolhidas como receita do FAT.
§ 1o  O ato administrativo de compensação Parágrafo único. (Vetado)
automática poderá ser objeto de impugnação,
no prazo de 10 (dez) dias, pelo trabalhador, Art. 29. (Revogado)
por meio de requerimento de revisão simples,
o qual seguirá o rito prescrito pela Lei no 9.784, Art. 30.  O Poder Executivo regulamentará esta
de 29 de janeiro de 1999. Lei no prazo de 90 (noventa) dias e apresentará
§ 2o  A restituição de valor devido pelo tra- projeto de lei regulamentando a contribuição
balhador de que trata o caput deste artigo será adicional pelo índice de rotatividade, de que
realizada mediante compensação do saldo de trata o § 4o do art. 239 da Constituição Federal,
valores nas datas de liberação de cada parcela ou no prazo de 180 (cento e oitenta) dias.
pagamento com Guia de Recolhimento da União
(GRU), conforme regulamentação do Codefat. Art. 31.  Esta Lei entra em vigor na data de
sua publicação.
Das Disposições Finais e Transitórias
Art. 32.  Revogam-se as disposições em con-
Art. 26. (Vetado) trário.

Art. 27.  A primeira investidura do Codefat Brasília, 11 de janeiro de 1990; 169o da Inde-


dar-se-á no prazo de 30 (trinta) dias da publi- pendência e 102o da República.
cação desta Lei.
JOSÉ SARNEY
Art. 28.  No prazo de trinta dias as contribui-
ções ao PIS e ao Pasep, arrecadadas a partir Promulgada em 11/1/1990 e publicada no DOU de
de 5 de outubro de 1988 e não utilizadas nas 12/1/1990.

Normas correlatas

167
Lei no 7.783/1989
Dispõe sobre o exercício do direito de greve, define as atividades essenciais, regula o atendimento
das necessidades inadiáveis da comunidade, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA trabalhadores nas negociações ou na Justiça


do Trabalho.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta
e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 6o  São assegurados aos grevistas, dentre
outros direitos:
Art. 1o  É assegurado o direito de greve, com- I – o emprego de meios pacíficos tendentes
petindo aos trabalhadores decidir sobre a opor- a persuadir ou aliciar os trabalhadores a ade-
tunidade de exercê-lo e sobre os interesses que rirem à greve;
devam por meio dele defender. II – a arrecadação de fundos e a livre divul-
Parágrafo único.  O direito de greve será exer- gação do movimento.
cido na forma estabelecida nesta Lei. § 1o  Em nenhuma hipótese, os meios ado-
tados por empregados e empregadores poderão
Art. 2o  Para os fins desta Lei, considera-se le- violar ou constranger os direitos e garantias
gítimo exercício do direito de greve a suspensão fundamentais de outrem.
coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, § 2o  É vedado às empresas adotar meios para
de prestação pessoal de serviços a empregador. constranger o empregado ao comparecimento
ao trabalho, bem como capazes de frustrar a
Art. 3o  Frustrada a negociação ou verificada a divulgação do movimento.
impossibilidade de recurso via arbitral, é facul- § 3o  As manifestações e atos de persuasão
tada a cessação coletiva do trabalho. utilizados pelos grevistas não poderão impedir o
Parágrafo único.  A entidade patronal cor- acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano
respondente ou os empregadores diretamente à propriedade ou pessoa.
interessados serão notificados, com antecedên-
cia mínima de 48 (quarenta e oito) horas, da Art. 7o  Observadas as condições previstas
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

paralisação. nesta Lei, a participação em greve suspende


o contrato de trabalho, devendo as relações
Art. 4o  Caberá à entidade sindical correspon- obrigacionais durante o período ser regidas pelo
dente convocar, na forma do seu estatuto, as- acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da
sembleia geral que definirá as reivindicações Justiça do Trabalho.
da categoria e deliberará sobre a paralisação Parágrafo único.  É vedada a rescisão de con-
coletiva da prestação de serviços. trato de trabalho durante a greve, bem como a
§ 1o  O estatuto da entidade sindical deve- contratação de trabalhadores substitutos, ex-
rá prever as formalidades de convocação e o ceto na ocorrência das hipóteses previstas nos
quorum para a deliberação, tanto da deflagração arts. 9o e 14.
quanto da cessação da greve.
§ 2o  Na falta de entidade sindical, a assem- Art. 8o  A Justiça do Trabalho, por iniciativa de
bleia geral dos trabalhadores interessados de- qualquer das partes ou do Ministério Público do
liberará para os fins previstos no caput, cons- Trabalho, decidirá sobre a procedência, total ou
tituindo comissão de negociação. parcial, ou improcedência das reivindicações,
cumprindo ao Tribunal publicar, de imediato,
Art. 5o  A entidade sindical ou comissão espe- o competente acórdão.
168 cialmente eleita representará os interesses dos
Art. 9o  Durante a greve, o sindicato ou a co- XV – atividades portuárias.
missão de negociação, mediante acordo com
a entidade patronal ou diretamente com o Art. 11.  Nos serviços ou atividades essenciais,
empregador, manterá em atividade equipes de os sindicatos, os empregadores e os trabalhado-
empregados com o propósito de assegurar os res ficam obrigados, de comum acordo, a ga-
serviços cuja paralisação resultem em prejuízo rantir, durante a greve, a prestação dos serviços
irreparável, pela deterioração irreversível de indispensáveis ao atendimento das necessidades
bens, máquinas e equipamentos, bem como inadiáveis da comunidade.
a manutenção daqueles essenciais à retomada Parágrafo único.  São necessidades inadiáveis
das atividades da empresa quando da cessação da comunidade aquelas que, não atendidas,
do movimento. coloquem em perigo iminente a sobrevivência,
Parágrafo único.  Não havendo acordo, é as- a saúde ou a segurança da população.
segurado ao empregador, enquanto perdurar
a greve, o direito de contratar diretamente os Art. 12.  No caso da inobservância do disposto
serviços necessários a que se refere este artigo. no artigo anterior, o Poder Público assegurará a
prestação dos serviços indispensáveis.
Art. 10.  São considerados serviços ou ativi-
dades essenciais: Art. 13.  Na greve em serviços ou atividades
I – tratamento e abastecimento de água; pro- essenciais, ficam as entidades sindicais ou os
dução e distribuição de energia elétrica, gás e trabalhadores, conforme o caso, obrigados a
combustíveis; comunicar a decisão aos empregadores e aos
II – assistência médica e hospitalar; usuários com antecedência mínima de 72 (se-
III – distribuição e comercialização de me- tenta e duas) horas da paralisação.
dicamentos e alimentos;
IV – funerários; Art. 14.  Constitui abuso do direito de greve a
V – transporte coletivo; inobservância das normas contidas na presente
VI – captação e tratamento de esgoto e lixo; Lei, bem como a manutenção da paralisação
VII – telecomunicações; após a celebração de acordo, convenção ou de-
VIII – guarda, uso e controle de substâncias cisão da Justiça do Trabalho.
radioativas, equipamentos e materiais nucleares; Parágrafo único.  Na vigência de acordo,
IX – processamento de dados ligados a ser- convenção ou sentença normativa não cons-
viços essenciais; titui abuso do exercício do direito de greve a
X – controle de tráfego aéreo e navegação paralisação que:
aérea; I – tenha por objetivo exigir o cumprimento
XI – compensação bancária; de cláusula ou condição;
XII – atividades médico-periciais relaciona- II – seja motivada pela superveniência de fato
das com o regime geral de previdência social e novo ou acontecimento imprevisto que modi-
a assistência social; fique substancialmente a relação de trabalho.
XIII – atividades médico-periciais relaciona-
das com a caracterização do impedimento físico, Art. 15.  A responsabilidade pelos atos pratica-
mental, intelectual ou sensorial da pessoa com dos, ilícitos ou crimes cometidos, no curso da
deficiência, por meio da integração de equipes greve, será apurada, conforme o caso, segundo
multiprofissionais e interdisciplinares, para fins a legislação trabalhista, civil ou penal.
de reconhecimento de direitos previstos em lei, Parágrafo único.  Deverá o Ministério Públi-
Normas correlatas

em especial na Lei no 13.146, de 6 de julho de co, de ofício, requisitar a abertura do competente


2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência); e inquérito e oferecer denúncia quando houver
XIV – outras prestações médico-periciais da indício da prática de delito.
carreira de Perito Médico Federal indispensáveis
ao atendimento das necessidades inadiáveis da Art. 16.  Para os fins previstos no art. 37, inciso
comunidade; VII, da Constituição, lei complementar definirá 169
os termos e os limites em que o direito de greve 4 de agosto de 1978, e demais disposições em
poderá ser exercido. contrário.

Art. 17.  Fica vedada a paralisação das ativi- Art. 19.  Esta Lei entra em vigor na data de
dades, por iniciativa do empregador, com o sua publicação.
objetivo de frustrar negociação ou dificultar o
atendimento de reivindicações dos respectivos Brasília, 28 de junho de 1989; 168o da Indepen-
empregados (lockout). dência e 101o da República.
Parágrafo único.  A prática referida no caput
assegura aos trabalhadores o direito à percepção JOSÉ SARNEY
dos salários durante o período de paralisação.
Promulgada em 28/6/1989 e publicada no DOU de
Art. 18.  Ficam revogados a Lei no 4.330, de 29/6/1989.
1o de junho de 1964, o Decreto-lei no 1.632, de
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e normas correlatas

170
Lei no 4.090/1962
Institui a gratificação de Natal para os trabalhadores.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Art. 2o  As faltas legais e justificadas ao serviço


não serão deduzidas para os fins previstos no
Faço saber que o Congresso Nacional decreta parágrafo 1o do art. 1o desta Lei.
e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 3o  Ocorrendo rescisão, sem justa causa, do
Art. 1o  No mês de dezembro de cada ano, a contrato de trabalho, o empregado receberá a
todo empregado será paga, pelo empregador, gratificação devida nos termos dos parágrafos
uma gratificação salarial, independentemente 1o e 2o do art. 1o desta Lei, calculada sobre a
da remuneração a que fizer jus. remuneração do mês da rescisão.
§ 1o  A gratificação corresponderá a 1/12 avos
da remuneração devida em dezembro, por mês Art. 4o  Esta Lei entrará em vigor na data de
de serviço, do ano correspondente. sua publicação, revogadas as disposições em
§ 2o  A fração igual ou superior a 15 (quinze) contrário.
dias de trabalho será havida como mês integral
para os efeitos do parágrafo anterior. Brasília, 13 de julho de 1962; 141o da Indepen-
§ 3o  A gratificação será proporcional: dência e 74o da República.
I – na extinção dos contratos a prazo, entre
estes incluídos os de safra, ainda que a relação JOÃO GOULART
de emprego haja findado antes de dezembro; e
II – na cessação da relação de emprego re- Promulgada em 13/7/1962 e publicada no DOU de
sultante da aposentadoria do trabalhador, ainda 26/7/1962.
que verificada antes de dezembro.

Normas correlatas

171
Conheça outras obras publicadas
pelo Senado Federal

livraria.senado.leg.br
Esta obra apresenta a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), estabelecida pelo Decreto-lei
no 5.452, de 1o de maio de 1943, que unificou a legislação trabalhista existente à época.
Desde então, a norma passou a regular as relações individuais e coletivas de trabalho no
país, tendo sido objeto de diversas modificações e reformas.

Constam ainda da publicação os dispositivos constitucionais relacionados ao assunto, bem


como normas correlatas.

Baixe este livro gratuitamente em formato


digital acessando: livraria.senado.leg.br

Você também pode gostar