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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA ______VARA DA

SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SINOP/MT.

A educação, direito de todos e dever do Estado e da


família, será promovida e incentivada com a colaboração
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho (art. 205 da CF)

KEREM HAPUQUE DE MORAES VIEIRA DOS SANTOS, brasileira,


solteira, inscrito(a) no CPF sob o nº 026.441.082-33 e no RG
3552878-8, residente e domiciliado(a) à Rua das Perobas, Nº
594, Bairro Jardim das Palmeiras, Sinop/MT, CEP 78552-024,
telefone (66) 99920-4602, vem, por intermédio de seu
procurador signatário, vem à presença de Vossa Excelência,
propor à presente:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA


ANTECIPADA c/c PEDIDO DE RESSARCIMENTO, em face da

FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO –


FNDE, autarquia federal com sede no Setor Bancário Sul,
Quadra 2, Bloco F, Edifício FNDE no município de Brasília/DF,
CEP: 70.070-929, na pessoa de seu representante legal;

UNIÃO - ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO, na pessoa de seu


representante legal; e

BANCO DO BRASIL S. A. - pessoa jurídica de direito privado,


CNPJ: 00.000.000/0001-91 com endereço na SBS Qd.01 Bloco
G, 24º andar; CEP:70.070-110, Bairro Asa Sul, Brasília – DF, na
pessoa de seu representante legal, pelos fatos e
fundamentos a seguir descritos:
PEDIDOS CUMULATIVOS

PEDIDOS FUNDAMENTAÇÃO LEGAL


1) Revisão contratual
 Art. 5º-C, inciso II da Lei 10.260/10

Redução da taxa de juros a “zero” II - taxa de juros real igual a zero, na forma
definida pelo Conselho Monetário Nacional;

 Art. 6º da Constituição Federal

Art. 6º São direitos sociais a educação, a


saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
transporte, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.

 Art. 421 e 2.035 do Código Civil

Art. 421. A liberdade contratual será exercida


nos limites da função social do contrato
.
 Art. 4, §4º da Lei 10.260/10

§ 4o Para os efeitos do disposto nesta Lei, os


encargos educacionais referidos no caput deste
artigo considerarão todos os descontos
aplicados pela instituição, regulares ou
temporários, de caráter coletivo, conforme
regulamento, ou decorrentes de convênios com
instituições públicas ou privadas, incluídos os
descontos concedidos devido ao seu
pagamento pontual, respeitada a
proporcionalidade da carga horária.

 Precedente do STJ e Tribunais.

STJ: REsp: 1712479 SP 2017/0302744-0


(concedeu efeitos retroativos a todos os
contratos da redução de juros de 6,5% para
3,4%)

Tribunais: Aplicaram a lei mais benéfica do


FIES aos contratos anteriores

2) Renegociação da dívida  Medida Provisória 14.375/2022


 Art. 5º-A, §4º, incisos II e III da Lei
10.260/2001
Obtenção da Renegociação (perdão da dívida) no percentual de
77% de desconto do saldo global. § 4º Sem prejuízo do disposto no § 1º
deste artigo, o estudante beneficiário que
tenha débitos vencidos e não pagos em 30 de
dezembro de 2021 poderá liquidá-los por meio
da adesão à transação com fundamento nesta
Lei, nos seguintes termos: (Redação dada
pela Lei nº 14.375, de 2022)
V - para os estudantes com débitos
vencidos e não pagos havia mais de 90
(noventa) dias em 30 de dezembro de
2021: (Incluído pela Lei nº 14.375, de 2022)

a) com desconto da totalidade dos


encargos e de até 12% (doze por cento) do
valor principal, para pagamento à vista;
ou (Incluído pela Lei nº 14.375, de 2022)

b) mediante parcelamento em até 150


(cento e cinquenta) parcelas mensais e
sucessivas, com redução de 100% (cem por
cento) de juros e multas; (Incluído pela Lei
nº 14.375, de 2022)

VI - para os estudantes com débitos


vencidos e não pagos havia mais de 360
(trezentos e sessenta) dias em 30 de dezembro
de 2021 que estejam inscritos no CadÚnico ou
que tenham sido beneficiários do Auxílio
Emergencial 2021, com desconto de até 99%
(noventa e nove por cento) do valor
consolidado da dívida, inclusive principal, por
meio da liquidação integral do saldo devedor;
e (Incluído pela Lei nº 14.375, de 2022)

VII - para os estudantes com débitos


vencidos e não pagos havia mais de 360
(trezentos e sessenta) dias em 30 de dezembro
de 2021 que não se enquadrem na hipótese
prevista no inciso VI deste parágrafo, com
desconto de até 77% (setenta e sete por cento)
do valor consolidado da dívida, inclusive
principal, por meio da liquidação integral do
saldo devedor. (Incluído pela Lei nº 14.375,
de 2022)

 Resolução nº 51/2022

PRELIMINARES

Do pedido de assistência judiciária gratuita

A requerente é pobre no sentido jurídico da expressão, nos termos da Lei 1.060/1950,


sendo que não tem como arcar com o pagamento de custas e demais despesas
processuais sem prejuízo de seu sustento, pelo que requer os benefícios da justiça
gratuita.
DOS FATOS

A requerente cursou o ensino superior, sendo que obteve financiamento junto ao FIES
(contrato n° 427.006.508) para que fosse possível concluir seus estudos, conforme
contrato em anexo.

Ocorre que os valores das prestações são superiores as possibilidades financeiras da


requerente, e superiores ao que deveria ser cobrado.

Deverá ser observada a taxa de juros igual a zero, conforme determina o art. 5º-C, inciso
II da Lei 10.260/10:

II - taxa de juros real igual a zero, na forma definida pelo Conselho


Monetário Nacional: (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017)

Ainda, a requerente faz jus ao Perdão da Dívida de 77% da dívida, na forma da MP


1.090/2021.

A referida norma criou programa de renegociação de dívidas do FIES. Contudo o que


realmente ocorreu foi um PERDÃO DA DÍVIDA, o qual beneficiou basicamente apenas os
contratantes inadimplentes, fazendo distinção aos contratantes adimplentes.

Desta forma, a requerente postula pelo pagamento do FIES nos termos da Lei
13.530/2017, que trouxe alterações à Lei 10.260/2010, devendo a taxa de juros real
serem reduzidas a zero; e ainda ao perdão da dívida equivalente a 77% do saldo devedor.
DO DIREITO

 DA REVISÃO CONTRATUAL COM REDUÇÃO DA TAXA DE JUROS A “ZERO”

A lei nº 13.530/2017 criou o NOVO FIES. Segundo o conceito do MEC:

O novo FIES é um modelo de financiamento estudantil moderno, que divide o


programa em diferentes modalidades, possibilitando juros zero a quem mais
precisa e uma escala de financiamentos que varia conforme a renda familiar do
candidato. O novo FIES traz melhorias na gestão do fundo, dando
sustentabilidade financeira ao programa a fim de garantir a sustentabilidade do
programa e viabilizar um acesso mais amplo ao ensino superior.

O programa NOVO FIES trouxe benefícios ao aluno, criando uma forma de pagamento
mais benéfica. Vejamos o comparativo dos Programas:

FIES antigo NOVO FIES


TAXA DE JUROS Juros, capitalizados Taxa de juros igual a zero
mensalmente, limitados a
3.4% a.a.

Portanto o NOVO FIES (criado pela lei nº 13.530/2017) é mais benéfico para a
requerente, porquanto a taxa de juros é zero.

Nesse contexto, a norma mais favorável deve ser aplicada, até como uma forma de
erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais, um dos
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil (Art. 3º, inciso III, da
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 - CRFB/88).

Ademais, não se olvide que na forma do art. 5º da Lei de Introdução às normas do


Direito Brasileiro (antiga Lei de Introdução ao Código Civil): "na aplicação da lei, o juiz
atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum."
Tendo em vista ser o FIES um programa de financiamento governamental destinado ao
acesso ao ensino superior para pessoas carentes, prestigiado o direito constitucional à
educação e às normas que beneficiem os contemplados do programa, há de incidir a
retroatividade da norma.

 Precedentes em ações judiciais concedendo os juros “zero” para contratos


anteriores a 2018

A justiça federal do Rio Grande do Sul tem entendido pelo direito à redução dos juros à
zero para o contratos firmados anteriores ao ano de 2018.

Neste sentido o julgamento da ação judicial n° 50093313220214047114/JFRS:

SENTENÇA

[...]

II - FUNDAMENTAÇÃO:

[...]

Mérito.

[...]

Da redução dos juros.

No que tange aos juros aplicáveis ao contrato, tem-se que o inciso II do art. 5º-C da Lei nº
10.260/2001, incluído pela Lei nº 13.530/2017, dispõe que a taxa real de juros para os
financiamentos concedidos a partir do primeiro semestre de 2018, deve ser igual a zero:

Art. 5º-C. Os financiamentos concedidos a partir do primeiro semestre de 2018 observarão o


seguinte: (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017)

(…)

II - taxa de juros real igual a zero, na forma definida pelo Conselho Monetário Nacional;
(Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017)

Já no que tange aos contratos firmados em momento anterior, como é o caso dos autos
(contrato firmado em 2014), o §10º do art. 5º da Lei nº 10.260/2001, com a redação
conferida pela Lei nº 13.530/2017, prevê a redução dos juros estipulados sobre o saldo
devedor dos contratos já formalizados:

Art. 5º. Os financiamentos concedidos com recursos do Fies até o segundo semestre de 2017
e os seus aditamentos observarão o seguinte: (Redação dada pela Lei nº 13.530, de 2017)

(...)

II - juros, capitalizados mensalmente, a serem estipulados pelo CMN;

(...)

§ 10. A redução dos juros, estipulados na forma estabelecida pelo inciso II do caput deste
artigo, ocorrida anteriormente à data de publicação da Medida Provisória no 785, de 6 de
julho de 2017, incidirá sobre o saldo devedor dos contratos já formalizados. (Redação dada
pela Lei nº 13.530, de 2017)

Nesse contexto, a redução da taxa de juros a zero é aplicável ao contrato do demandante,


ainda que firmado em 2014.

Assinale-se que assim já decidiu a 5ª Turma Recursal no julgamento do Recurso de Medida


Cautelar nº 5013725-90.2022.4.04.7100, Relator Andrei Pitten Velloso, em 24 de março de
2022.

Logo, o feito merece solução de parcial procedência para que seja aplicada ao contrato da
parte autora a previsão do §10º do art. 5º da Lei nº 10.260/2001, com a redação conferida
pela Lei nº 13.530/2017.

Do pedido de tutela de urgência.

Em sede de tutela de urgência, a autora requer seja retirado o seu nome dos cadastros de
proteção ao crédito em face da revisão contratual.

Em razão da parcial procedência da pretensão, merece acolhimento


o pedido de antecipação dos efeitos da tutela de urgência, para determinar à CEF que se
abstenha de proceder a inclusão do nome da requerente nos cadastros dos órgãos de
proteção ao crédito, em relação ao contrato discutido nos autos, até que seja revisado o saldo
devedor do contrato nº 18.3689.185.0003547-01 para adequação da redução de juros, bem
assim, caso já efetivada inscrição, proceda à exclusão, no prazo de 10 (dez) dias a contar da
intimação desta sentença.

III - DISPOSITIVO:

Ante o exposto, REJEITO as preliminares arguidas, defiro a tutela de urgência e, no


mérito, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido, nos termos do art. 487, inciso I, do
Código de Processo Civil, para o efeito de determinar a revisão do saldo devedor
do contrato n° 18.3689.185.0003547-01, mediante a redução da taxa de juros a zero, nos
termos da fundamentação.
Intimem-se.

Custas e honorários advocatícios incabíveis na espécie (art. 54 da Lei nº 9.099/90 c/c art. 1º da
Lei 10.259/01).

Havendo recurso, abra-se vista à parte contrária para resposta e após remetam-se os autos à
Turma Recursal.

Publicada e registrada eletronicamente. Intimem-se.

Após o trânsito em julgado da sentença, arquivem-se os autos.

Também foi a decisão em sede de tutela de urgência no processo judicial nº 5076077-


21.2021.4.04.7100/JFRS:

DESPACHO/DECISÃO

Trata-se de ação entre as partes acima, pela qual se objetiva, em sede de tutela de urgência, a
aplicação da taxa zero de juros sobre o saldo devedor do contrato, a partir de janeiro de 2018,
implicando em redução da parcela de R$ 424,04 para R$ 332,38.

Segundo a narrativa da inicial, o autor firmou com a Caixa contrato de financiamento


estudantil em 23/07/2012, com limite de crédito global de R$ 49.679,88. Foram realizados
aditamentos simplificados durante o período de utilização, de modo que não houve alteração
no valor do limite global inicialmente concedido. Na planilha de simulação, houve indicação
do valor de R$ 337,72 para as prestações iniciais da fase de amortização, considerando o saldo
devedor inicial de R$ 38.638,00, no entanto, desde o início desta fase (agosto/2017), o autor
vem efetuando o pagamento do montante de R$ 424,04.

Argumenta o demandante que, a despeito de o contrato prever a taxa anual de juros


remuneratórios de 3,4%, deve incidir sobre o saldo devedor do contrato a taxa zero de juros,
por aplicação do disposto na Resolução nº 4.628/2018 do Conselho Monetário Nacional c/c o
art. 5º, §10º, da Lei nº 10.260/2001.

Os réus apresentaram contestação, mas deixaram de debater sobre o ponto controvertido da


lide (eventos 28 e 29).

Intimados a se manifestarem especificamente sobre o pedido de tutela de urgência (evento


42):

a) a Caixa asseverou que o contrato em questão foi firmado em 23/07/2012, antes da


publicação da Resolução n. 4.628/2018, de modo que os termos desta não seriam aplicáveis
em favor do autor (evento 48).

b) o FNDE argumentou que:


Caberá ao agente financeiro de vínculo do contrato, demonstrar a adequação do saldo devedor
exigido, à metodologia aqui exposta e aos valores que foram repassados à IES demonstrados
no extrato de repasses, como formadores do saldo devedor. Assim como dispor sobre a
possibilidade de aplicar a taxa zero de juros descrita na intimação alhures transcrita. (evento
49)

Decido.

O inc. II do art. 5º-C da Lei nº 10.260/2001, incluído pela Lei nº 13.530/2017, citado pela
própria autora, dispõe que a taxa real de juros para os financiamentos concedidos a partir do
primeiro semestre de 2018, deve ser igual a zero:

Art. 5º-C. Os financiamentos concedidos a partir do primeiro semestre de 2018 observarão


o seguinte: (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017)

[…]

II - taxa de juros real igual a zero, na forma definida pelo Conselho Monetário Nacional;
(Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017)

Já no que tange aos contratos firmados em momento anterior, o § 10 do art. 5º da Lei nº


10.260/2001, com a redação dada pela Lei nº 13.530/2017, determina a redução dos juros
estipulados sobre o saldo devedor dos contratos já formalizados:

Art. 5º. Os financiamentos concedidos com recursos do Fies até o segundo semestre de
2017 e os seus aditamentos observarão o seguinte: (Redação dada pela Lei nº 13.530, de
2017)

[...]

§ 10. A redução dos juros, estipulados na forma estabelecida pelo inciso II do caput deste
artigo, ocorrida anteriormente à data de publicação da Medida Provisória no 785, de 6 de
julho de 2017, incidirá sobre o saldo devedor dos contratos já formalizados. (Redação dada
pela Lei nº 13.530, de 2017)

Assim, não cabe à Caixa argumentar, como no evento 48, que a redução somente se aplica aos
contratos firmados a partir de 29/01/2018.

Defiro, pois a tutela, para que seja comprovado pelos réus, o cumprimento do disposto no §
10 do art. 5º da Lei nº 10.260/2001, com a redação dada pela Lei nº 13.530/2017, no prazo de
cinco dias úteis.

Sem prejuízo, voltem os autos conclusos para sentença.


Por fim, até a 5ª Turma Recursal já decidiu acerca dos juros “zero” no julgamento do
Recurso de Medida Cautelar nº 5013725-90.2022.4.04.7100, Relator Andrei Pitten
Velloso, em 24 de março de 2022.

 Precedente do Superior Tribunal De Justiça

O Fies foi criado em 1999 e é um programa sucessor ao chamado Crédito Educativo. Em


2010, as regras do Fies mudaram: as taxas de juros de financiamento caíram de 6,5%
para 3,4%, pela norma disposta no art. 5º, II, da Lei 10.260 /2001 e Resolução nº 3.842,
de 10 de março de 2010.

Na ocasião o STJ julgou que a redução da taxa de juros deveria reduzir para 3,4%, para
todos os contratos, inclusive para aqueles firmados antes da referida norma.

Neste sentido a decisão do Recurso Especial 1712479:

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. FIES. REDUÇÃO DOS JUROS INCLUSIVE DO


SALDO DEVEDOR. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL NÃO DEMONSTRADA. 1. A
apontada divergência deve ser comprovada, cabendo a quem recorre demonstrar as
circunstâncias que identificam ou assemelham os casos confrontados, com indicação
da similitude fática e jurídica entre eles. Indispensável a transcrição de trechos do
relatório e do voto dos acórdãos recorrido e paradigma, realizando-se o cotejo
analítico entre ambos, com o intuito de bem caracterizar a interpretação legal
divergente. O desrespeito a esses requisitos legais e regimentais (art. 541, parágrafo
único, do CPC e art. 255 do RI/STJ) impede o conhecimento do Recurso Especial com
base na alínea c, III, do art. 105 da Constituição Federal. 2. O TRF interpretou
corretamente a norma disposta no art. 5º, II, da Lei 10.260/2001, porquanto
determinou a redução dos juros, inclusive dos saldos devedores de todos os contratos,
até mesmo os celebrados anteriormente à vigência da lei, aplicando-se a taxa de juros
de 3,4% ao ano. 3. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não
provido.
(STJ - REsp: 1712479 SP 2017/0302744-0, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data
de Julgamento: 15/03/2018, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe
16/11/2018)
Ainda no voto do relator, Exmo. Sr. Ministro Herman Benjamin fez constar: Saliente-se
que, a partir de 15.01.10, quando entrou em vigor a Lei nº 12.202⁄2010, a redução
dos juros se estende aos saldos devedores de todos os contratos, ainda que firmados
anteriormente. Assim, para todos os contratos celebrados no âmbito do FIES, ainda
que anteriores à 15.01.10, a partir dessa data aplica-se a taxa de juros de 3,5% ao
ano e, a partir de 10.03.10, a taxa de juros de 3,4% ao ano. Aplicam-se
também eventuais reduções da taxa de juros que venham a ser determinadas pelo
CMN.

Portanto, é devida a redução dos juros mesmo para o contratos anteriores a


publicação da Lei 13.530/2017.

 Decisões análogas com aplicação da lei mais favorável

São diversas as situações relacionadas ao FIES em que se tem aplicado a norma mais
favorável ao aluno. Vejamos alguns exemplos.

a) Carência para início da fase de amortização

A jurisprudência tem este entendimento, de retroação da norma FIES mais favorável. É


este o entendimento em caso análogo, do prazo de carência de 18 meses para iniciar a
fase de amortização do contrato. Retomando um pouco este caso:

 2001 (Lei 10.260/2001): A lei estipulou que a amortização teria início no início do
mês subsequente ao da conclusão do curso;
 2007: (Lei 11.941/2009): A lei criou carência de 06 meses contados a partir do
mês imediatamente subsequente ao da conclusão do curso;
 2009: (Lei 11.941/2009): A lei ampliou a carência para 18 meses contados a
partir do mês imediatamente subsequente ao da conclusão do curso.

Veja neste caso que a lei 11941/2009 que ampliou a carência para iniciar o pagamento
das prestações é mais benéfica do que as leis anteriores, sendo o entendimento da
jurisprudência de que esta lei mais benéfica deve retroagir para abarcar os contratos
anteriores a sua vigência.

ENSINO SUPERIOR. CONTRATO DE FINANCIAMENTO ESTUDANTIL (FIES).


LEGITIMIDADE DA CEF. DILAÇÃO DO PRAZO PARA A CONCLUSÃO DO CURSO
FINANCIADO. APLICAÇÃO DA REGRA MAIS BENÉFICA AO ESTUDANTE. 1. Na
sentença, foi indeferida a segurança em processo versando sobre prorrogação
do contrato de financiamento estudantil (FIES). Considerou-se: Embora o
direito à educação esteja constitucionalmente previsto, como bem alega a
impetrante, não existe previsão normativa e contratual para ampliação do
prazo de utilização do FIES nos moldes pretendidos pela requerente. 2. A Lei
12.202/2010, ao dar nova redação ao artigo 3º da Lei 10.260/2001, transferiu
da CEF para o FNDE a atribuição de agente operador e administrador de ativos
e passivos do FIES. A legitimidade do agente financeiro para a ação de
cobrança, todavia, foi mantida, de acordo com o artigo 6º da Lei 10.260/2001,
não modificado, no ponto, cabendo ao FNDE apenas a sua gestão, nos termos
da nova lei. Preliminar de ilegitimidade passiva da CEF rejeitada (TRF1, AC
0005627-19.2012.4.01.4100/RO, Rel. Juiz Federal Convocado Marcelo Velasco
Nascimento Albernaz, 5T, e-DJF1 19/09/2017). 3. Na sentença, a ausência de
relevância dos fundamentos da impetração está calcada na inexistência de
previsão contratual que permita a prorrogação do financiamento na extensão
pretendida pela impetrante. Ocorre que, supervenientemente à celebração do
contrato de financiamento, adveio a Lei n. 13.530/2017, que, alterando as
regras até então vigentes, garantiu a prorrogação do prazo de financiamento
por até quatro semestres. Não se vislumbra justificativa para não fazer incidir a
regra mais benéfica ao estudante, nos contratos anteriormente celebrados. 4.
Há que se ter em conta, ainda, que o cancelamento do financiamento pode
impedir a impetrante de concluir o curso. Com o abandono, terá dificuldade de
arcar com o pagamento das prestações do financiamento, quando iniciar-se o
período de amortização. Não atende ao interesse público que o regramento do
financiamento obste a adimplência do contrato. 5. Tendo em vista ser o FIES
um programa de financiamento governamental destinado ao acesso ao ensino
superior para pessoas de parcos recursos econômicos, prestigiado o direito
constitucional à educação e às normas que beneficiem os contemplados do
programa, há de incidir a retroatividade média. Assim, a norma que prevê
prazo de carência de 18 (dezoito) meses, na forma da Lei nº 11.941/2009, há
de se aplicar aos contratos vigentes, cujo referido direito ainda não foi
realizado, mesmo que assinados no tempo anterior à vigência da Lei. Atenção
ao objetivo fundamental da República Federativa do Brasil de erradicar a
pobreza e marginalização e redução das desigualdades sociais (art. 3º, III, da
CRFB/88). Inteligência do art. 5º da Lei de Introdução às normas do Direito
Brasileiro (antiga Lei de Introdução ao Código Civil): na aplicação da lei, o juiz
atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum (AC
0036392-74.2014.4.01.3300, Desembargador Federal Jirair Aram Meguerian,
6T, e-DJF1 25/05/2018 PAG.) 6. Provimento à apelação, reformando a
sentença para deferir a segurança e, assim, prorrogar o prazo do
financiamento estudantil da impetrante por mais 2 períodos (2020.2 e 2021.1).
7. Baixa na distribuição no Pedido de Efeito Suspensivo a Apelação (pedido de
antecipação da tutela recursal), processo n. 1024362-83.2020.4.01.0000.
(TRF-1 - AMS: 10169936620204014000, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL
JOÃO BATISTA MOREIRA, Data de Julgamento: 17/05/2021, SEXTA TURMA,
Data de Publicação: PJe 18/05/2021 PAG PJe 18/05/2021 PAG)

b) Carência estendida para médicos residentes

A Lei 12.202/2010 estipulou o art. 6-B da Lei nº. 10.260/2001, criando o programa
“carência estendida para médico residente”, ou seja, prorrogou a carência do FIES
durante a residência médica, sendo esta norma mais benéfica.

A jurisprudência também entendeu pela retroação da Lei 12.202/2010 para os


contratos anteriores, porquanto é norma mais benéfica. Neste sentido a decisão do
TRF1:

AÇÃO ORDINÁRIA. PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE CARÊNCIA. RESIDÊNCIA


MÉDICA. POSSIBILIDADE. APLICAÇÃO A CONTRATOS FIRMADOS
ANTERIORMENTE À VIGÊNCIA DA LEI. FINALIDADE SOCIAL DO FIES. NORMA
MAIS BENÉFICA AO ESTUDANTE. REFORMATIO IN PEJUS. VEDAÇÃO. I. A
possibilidade de aplicação do disposto no § 3º do art. 6-B da Lei nº.
10.260/2001, com a redação dada pela Lei nº 12.202/2010 - que prorroga a
carência do FIES durante a residência médica - a contratos firmados
anteriormente à sua vigência, como o do caso em análise, firmado em 2003, é
tese aceita pela jurisprudência do TRF - 5ª Região. II. A interpretação
jurisprudencial se coaduna com a finalidade social do FIES, programa
governamental de acesso ao ensino superior para população de parcos
recursos financeiros, prestigiado o direito constitucional à educação. Nesse
contexto, a norma mais favorável ao acesso ao ensino superior há de ser
aplicada, até como uma forma de erradicar a pobreza e a marginalização e
reduzir as desigualdades sociais, um dos objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil (Art. 3º, inciso III, da Constituição da República Federativa
do Brasil de 1988 - CRFB/88). Ademais, não se olvide que na forma do art. 5º
da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (antiga Lei de Introdução
ao Código Civil): "na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela
se dirige e às exigências do bem comum." III. Entretanto, em prestígio à
proibição da reformatio in pejus, já que a sentença, impugnada apenas pela ré,
deixou de conceder a prorrogação da carência em si, mantém-se os seus
termos. IV. Apelação da CEF não provida.
(TRF-1 - AC: 00114366920114013600, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL
JIRAIR ARAM MEGUERIAN, Data de Julgamento: 18/10/2013, SEXTA TURMA,
Data de Publicação: 29/10/2013)

Afinal é lógica a aplicação da norma mais favorável ao estudante, sobretudo por se


tratar a educação de direito fundamental de natureza social, conforme já explicitado
pelo Supremo Tribunal Federal:

“A educação é um direito fundamental e indisponível dos indivíduos. É dever do


Estado propiciar meios que viabilizem o seu exercício. Dever a ele imposto pelo
preceito veiculado pelo art. 205 da Constituição do Brasil. A omissão da
administração importa afronta à Constituição”. [RE 594.018 AgR, rel. min. Eros
Grau, j. 23-6-2009, 2ª T, DJE de 7-8-2009.] AI 658.491 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j.
20-3-2012, 1ª T, DJE de 7-5-2012.

Ainda, a própria CF garante que é dever do Estado incentivar a educação, visando o


pleno desenvolvimento da pessoa:

Art. 205 da CF: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
Desta forma, a norma mais favorável deve ser aplicada, no caso sendo aplicada a
redução da taxa de juros a zero.

 PERDÃO DA DÍVIDA – Lei nº 14.375/2022

A Medida Provisória n.º 1.090/2021 criou uma injustiça tremenda aos usuários
adimplentes do FIES. Referida norma concedeu uma redução do saldo global da dívida
de até 92% para os inadimplentes (portanto o que de fato está previsto é o Perdão da
Dívida), porém não trouxe basicamente benefício algum para os pagantes regulares.

A Medida Provisória foi convertida na Lei nº 14.375/2022 que modificou os percentuais


de perdão da dívida para 77% e 99%.

Quadro resumo da Lei 14.375/2022:


Previsão normativa Situação do contratante Benefício
Art. 5º, §4º, inciso VI da Lei Inadimplente há mais de 360 dias a) Perdão da dívida de
99% para quem tenha Cadastro
10.260, modificado pela Lei
Único ou tenha recebido o
14.375/2022; auxílio emergencial 2021;

b) 77% de perdão da
dívida para os demais.

Art. 5º, §4º, inciso V da Lei Inadimplente há mais de 90 dias a) Desconto da totalidade
dos encargos;
10.260, modificado pela Lei e menos de 360 dias
14.375/2022; b) Perdão da dívida de
12% para pagamento à vista; ou
. parcelamento em até 150
parcelas com redução de juros e
multas;

Art. 1º, inciso IV da Resolução Adimplentes 12% de desconto apenas para


pagamento à vista
FNDE nº 51, de 21 de julho de
2022

Nítido o tratamento desigual, sem justificativa, dentre os inadimplentes há mais de 360


dias e os demais.
Veja como exemplo dois alunos (A e B) que usaram o FIES para o curso de medicina a
partir de 2013. Ambos teriam concluído o curso em 2018, restando um débito com o
FIES de aproximadamente R$500.000,00 para cada. Ambos iniciariam os pagamentos
das prestações (fase de amortização) em 07/2020 (considerando a carência de 18
meses), com prestações de R$2.500,00.

Considerando que o aluno A está em dia com as prestações, em 03/2022 ele já teria
quitado R$47.500,00, ainda restando um débito de R$452.500,00.

Porém neste exemplo o aluno B não quitou nenhuma prestação desde o início da fase
de amortização. Ele poderá ser beneficiado pela Lei 14.375/2022 com até 99% de
redução do total do débito, ou seja poderá quitar a dívida integral (os R$500.000,00)
por apenas R$5.000,00 (99% de desconto).

Conceder o perdão de 77% a 99% da dívida apenas para os contratantes inadimplentes


é uma afronta ao princípio da igualdade, por tratar distintamente os contratantes
adimplentes e os contratantes inadimplentes.

O legislador (seja oriundo do poder legislativo ou executivo) não pode editar normas
que se afastem do princípio da igualdade, sob pena de flagrante inconstitucionalidade.
O intérprete e a autoridade política não podem aplicar as leis e atos normativos aos
casos concretos de forma a criar ou aumentar desigualdades.

Não se revela compatível com o princípio republicano e o princípio da igualdade a


outorga de tratamento diferenciado a determinado indivíduo, sem que esteja presente
o fator de diferenciação que justifique tal medida.

Aliás, a própria norma prevê que a Lei deverá observar o PRINCÍPIO DA ISONOMIA:

Art. 1º Esta Lei altera as Leis nºs 10.260, de 12 de julho de 2001, 10.522, de 19 de
julho de 2002, e 12.087, de 11 de novembro de 2009, para estabelecer os requisitos e
as condições para realização das transações resolutivas de litígio relativas à cobrança de
créditos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), a Lei nº 10.861, de 14 de abril de
2004, para estabelecer a possibilidade de avaliação in loco na modalidade virtual das
instituições de ensino superior e de seus cursos de graduação, a Lei nº 13.988, de 14 de
abril de 2020, para aperfeiçoar os mecanismos de transação de dívidas, e a Lei nº
13.496, de 24 de outubro de 2017.

Parágrafo único. Para fins do disposto nesta Lei, serão observados, entre outros, os
princípios:

I - da isonomia;

Impende trazer à tona a bela manifestação do Ministro Celso de Mello (STF):

O princípio da isonomia, que se reveste de autoaplicabilidade, não é – enquanto


postulado fundamental de nossa ordem político-jurídica – suscetível de regulamentação
ou de complementação normativa. Esse princípio – cuja observância vincula,
incondicionalmente, todas as manifestações do poder público – deve ser considerado,
em sua precípua função de obstar discriminações e de extinguir privilégios (RDA
55/114), sob duplo aspecto: (a) o da igualdade na lei; e (b) o da igualdade perante a lei.
A igualdade na lei – que opera numa fase de generalidade puramente abstrata –
constitui exigência destinada ao legislador que, no processo de sua formação, nela não
poderá incluir fatores de discriminação, responsáveis pela ruptura da ordem isonômica.
A igualdade perante a lei, contudo, pressupondo lei já elaborada, traduz imposição
destinada aos demais poderes estatais, que, na aplicação da norma legal, não poderão
subordiná-la a critérios que ensejem tratamento seletivo ou discriminatório. A eventual
inobservância desse postulado pelo legislador imporá ao ato estatal por ele elaborado e
produzido a eiva de inconstitucionalidade.
[MI 58, rel. p/ o ac. min. Celso de Mello, j. 14-12-1990, P, DJ de 19-4-1991.]

Pois bem, deste entendimento, pode-se extrair que o princípio da isonomia deve obstar
discriminações e extinguir privilégios, devendo zelar pela igualdade na lei, a qual constitui
“exigência destinada ao legislador que, no processo de sua formação, nela não poderá
incluir fatores de discriminação, responsáveis pela ruptura da ordem isonômica”.

O fato de estar adimplente ou inadimplente em relação a uma obrigação não perfaz


critério valorativo razoável e justificável para conceder o perdão da dívida a este e não
conceder àquele. Portanto, deve ser afastado tal critério discriminatório, devendo o
perdão da dívida alcançar o contratante adimplente.

 Perdão da dívida de 77%


A requerente não recebeu o auxílio emergencial em 2021 e não possui inscrição no
Cadastro Único, fazendo jus a renegociação com perdão da dívida prevista de 77%.

O valor da dívida é de R$ 49.507,64. Assim, faz jus ao perdão da dívida de R$ 38.120,88,


bem como ao pagamento do saldo devedor em 15 parcelas de R$759,12.

Do pedido de antecipação da tutela

A requerente busca a antecipação dos efeitos da tutela, qual seja, o deferimento de seu
pedido de efetivação da renegociação e a revisão dos valores. Sendo assim, caso não
concedida a antecipação dos efeitos da tutela, o requerente poderá não conseguir dar
continuidade aos pagamentos e sofrer dano irreparável, na medida em poderá sofrer
execução dos bens.

A manutenção do entendimento do requerente, com a postergação do deferimento da


medida postulada, pode gerar enormes prejuízos a este. Por outro lado, na via inversa,
a antecipação dos efeitos da tutela, não ocasiona qualquer prejuízo ao requerente, não
configurando o caso de periculum in mora reverso.

Assim, o requisito consubstanciado na possibilidade de ineficácia da medida caso


deferida ao final do processo está presente na hipótese dos autos, diante da
impossibilidade de efetuar a renegociação da sua dívida.

Há prova documental pré-constituída dos fatos importantes ao deslinde do feito,


estando presente, outrossim, a relevância da fundamentação.

Dessa forma, é direito do requerente, que deve ser concedido em caráter de urgência,
embasado em proteções legais, doutrinárias e jurisprudenciais, como está sendo
demonstrado através de documentos em anexo, exercer o direito à renegociação nos
termos da Lei 14.375/2022 com 77% de redução da dívida e redução da taxa de juros.

DOS PEDIDOS
ANTE O EXPOSTO, requer-se a:

a) Conceder a antecipação dos efeitos da tutela para determinar o impedimento


do registro do nome da Requerente e do fiador no cadastro de inadimplentes; e
determinar aos réus que efetivem a renegociação do FIES, nos termos da Lei
14.375/2022 e Resolução nº 51/2022, com redução de 77% do total da dívida;

b) Citação dos réus para oportunizar a apresentação de defesa no prazo legal;

c) Condenar os Réus a revisão do contrato com redução da taxa de juros a zero;

d) Condenar aos Réus a constituírem em definitivo a renegociação do FIES, nos


termos da Lei 14.375/2022 e Resolução nº 51/2022, com redução de 77% do total da
dívida;

e) A restituição de quaisquer valores porventura pagos a maior;

f) Por fim, requer a concessão do benefício de assistência judiciária gratuita, tendo


em vista a parte autora ser pobre nos termos da lei, conforme declaração em anexo.

Dá-se à causa o valor de R$ 38.120,88 (equivalente a 77% do total da dívida).

Termos em que,

Pede Deferimento.

Venâncio Aires, 09 de maio de 2023.

DAVI MÜLLER RANGEL


OAB/RS nº. 105.776

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