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ALFENAS
MUZAMBINHO
2021
A Linguística, na formação docente, contribui para o papel social do ensino de língua, visto
que esta é constituída histórica e politicamente na sociedade, numa relação com a
subjetividade dos falantes. Os sistemas linguísticos não são completamente autônomos aos
sujeitos falantes, cujas identidades constituem-se na relação com a linguagem e nos seus
modos de inscrição como falantes. O modelo da gramática normativa estabelece regras
corretivas para a língua, produzindo uma identidade de falantes do português não brasileiro,
deixando-os desconfortáveis diante de regras que não dominam e desencorajados de
escreverem e falarem de maneira original ou crítica. Assim, o sujeito não sabe como a norma
se estabeleceu, nem questioná-la, além de não interrogar sua própria natureza de falante e de
cidadão da sociedade.
O ensino da língua deve favorecer, aos estudantes, capacidades de reflexão sobre a própria
língua materna e possibilitar uma relação consciente com ela, levando em consideração: as
concepções de língua e linguagem; a história da língua, que se constitui politicamente e
socialmente; a interpretação dos enunciados e textos que estão presentes no mundo dos
alunos. É necessário saber-se falante constituído por uma língua e constituindo esse sistema
simbólico dividido e dinâmico. Por fim, para as escolhas teóricas e epistemológicas do
docente, é importante a reflexão acerca das teorias linguísticas, seus fundamentos e suas
consequências éticas, pois os autores de teorias e obras divergem entre si. Assim, a
interpretação crítica favorece ao professor de língua a escolha em qual caminho seguir entre
as diferentes posições nos estudos linguísticos.