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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS - CAMPUS

ALFENAS

Curso Letras - Língua Portuguesa e suas Literaturas

WESLEY JÚNIO TEODORO DE MATOS

RESUMO DO ARTIGO "O PAPEL DA LINGUÍSTICA NA


FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA".

MUZAMBINHO
2021
A Linguística, na formação docente, contribui para o papel social do ensino de língua, visto
que esta é constituída histórica e politicamente na sociedade, numa relação com a
subjetividade dos falantes. Os sistemas linguísticos não são completamente autônomos aos
sujeitos falantes, cujas identidades constituem-se na relação com a linguagem e nos seus
modos de inscrição como falantes. O modelo da gramática normativa estabelece regras
corretivas para a língua, produzindo uma identidade de falantes do português não brasileiro,
deixando-os desconfortáveis diante de regras que não dominam e desencorajados de
escreverem e falarem de maneira original ou crítica. Assim, o sujeito não sabe como a norma
se estabeleceu, nem questioná-la, além de não interrogar sua própria natureza de falante e de
cidadão da sociedade.

Já no modelo linguístico, a língua é um conjunto de variantes que são inclusas em relação à


variante padrão. Há uma discussão sobre a pertinência do ensino gramatical normativo nas
escolas, tendo em vista a posição teórica da sociolinguística, que diz que todos que falam
sabem falar, e que as línguas variam, por fatores internos (linguísticos) e externos (sociais),
estes se somando no funcionamento da língua. Existem regularidades em certos tipos de
diferença entre os sujeitos falantes, pois a língua não é independente da fala. No ensino
gramatical, a escola deve colocar o saber linguístico dos discentes como adequado em
determinada situação, assim como deve acontecer com a norma, a oralidade, etc. Além disso,
o ensino textual não deve ser ensinado separadamente do ensino gramático, sem levar em
conta os falantes, uma vez que o apagamento da relação entre sujeito (fala) e linguagem
(língua) é desfeito na abordagem sociolinguística.

O ensino da língua deve favorecer, aos estudantes, capacidades de reflexão sobre a própria
língua materna e possibilitar uma relação consciente com ela, levando em consideração: as
concepções de língua e linguagem; a história da língua, que se constitui politicamente e
socialmente; a interpretação dos enunciados e textos que estão presentes no mundo dos
alunos. É necessário saber-se falante constituído por uma língua e constituindo esse sistema
simbólico dividido e dinâmico. Por fim, para as escolhas teóricas e epistemológicas do
docente, é importante a reflexão acerca das teorias linguísticas, seus fundamentos e suas
consequências éticas, pois os autores de teorias e obras divergem entre si. Assim, a
interpretação crítica favorece ao professor de língua a escolha em qual caminho seguir entre
as diferentes posições nos estudos linguísticos.

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