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Curso de Letras
Disciplina Tópicos em Psicologia da Educação
Profa Dra Ana Abreu
Em relação aos três conceitos escolhidos por mim, eles aparecerão no decorrer da
síntese em destaque (negrito).
Jean Piaget usou estudos biológicos para tentar compreender qual seria a
origem do conhecimento e como este se alterava ao longo da vida. Para isso,
afirmou que o sujeito age sobre o meio, e que da troca entre ambos, ocorre um
processo de adaptação (que compreende a assimilação, a acomodação e a
equilibração):
Assimilação: o sujeito interage com algum objeto e começa a explorá-lo,
fazendo uma interpretação (ex: o sujeito explora uma bicicleta com rodinhas,
pedalando de modo lento);
Acomodação: o sujeito modifica essa interpretação e a incorpora (ex: o sujeito,
ao peladar mais rápido, percebe que não precisará mais de rodinhas);
Equilibração: o sujeito entende essa interpretação, chegando a um aprendizado
(ex: o sujeito consegue entender que em certa velocidade, a bicicleta não cai).
A partir da equilibração, constroem-se as estruturas cognitivas, que são formas
de organização do pensamento, servindo de base para a construção de outras
estruturas posteriores. Cada etapa de construção das estruturas mentais
relaciona-se com os estádios do desenvolvimento cognitivo (são etapas de
construção da realidade pelo sujeito, sendo que elas ocorrem em ordem
sucessiva e são integradas pelas estruturas cognitivas, que cada vez são mais
ampliadas e formam o conjunto característico de cada estádio).
O primeiro estádio é o da inteligência sensório-motora, em que as primeiras
formas de pensamento do sujeito baseiam-se nos sentidos e na atividade
motora. Esse estádio subdivide-se em:
Subestádio 1: o sujeito realiza o exercício de reflexos, ações automáticas que
surgem em decorrência de estímulos, a fim da garantia de sobrevivência.
Subestádio 2: o sujeito realiza ações no seu próprio corpo, em decorrência de
uma construção a partir dos reflexos, e os resultados dessas ações são
conservados por repetições. Neste subestádio, não há presença da
representação mental.
Subestádio 3: o sujeito realiza ações voltadas para os objetos, sendo que a
causalidade é experimentada como resultado da própria ação. Neste
subestádio, constitui-se a conservação do objeto permanente.
Subestádio 4: o sujeito busca atingir um objetivo (não imediatamente atingível)
por suas ações.
Subestádio 5: o sujeito explora objetos por ações que conhece, como pegar,
levantar, sacudir (com repetições, representando uma atividade mental). Neste
subestádio, começa-se a ter percepção de certa sucessão no tempo e memória
mais prolongada.
Subestádio 6: é o momento de transição entre a inteligência sensório-motora e
a inteligência representativa ou simbólica, em que o sujeito começa a ser capaz
de representar o meio exterior mentalmente em imagens, memórias e
símbolos, além de ser capaz de "fingir".
O segundo estádio é o pré-operatório ou simbólico, em que o sujeito tem
acesso à linguagem e ao pensamento (efetuando relações entre imagens).
Neste estádio, há a presença do egocentrismo intelectual (cujo pensamento
baseia-se somente na visão de mundo do sujeito, uma vez que falta a
generalidade de um verdadeiro raciocínio lógico). Logo, começa-se a
compreender a comunicação.
O terceiro estádio é o operatório concreto, em que a atividade cognitiva do
sujeito torna-se operatória em relação a objetos concretos. Neste estádio,
ocorre o aprendizado da leitura e escrita, além da construção da noção de
conservação do comprimento, volume, quantidade. Há ainda a quebra do
egocentrismo.
Por fim, o quarto estádio é o operatório formal, em que o sujeito consegue
acesso a um raciocínio hipotético-dedudivo, começando a pensar por si,
principal objetivo da educação para Piaget.